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CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: Formação de Conselheiros MÓDULO 2 Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade GOVERNO FEDERAL Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Vice-Presidente da República Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho Ministro da Justiça e Segurança Pública Enrique Ricardo Lewandowski Secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais– SENAPPEN André de Albuquerque Garcia Diretora da Escola Nacional de Serviços Penais – ESPEN Stephane Silva de Araújo Equipe ESPEN Haynara Jocely Lima de Almeida UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Coordenação Geral Luciano Patrício Souza de Castro Financeiro Fernando Machado Wolf Consultoria Técnica EaD Giovana Schuelter Coordenação de Produção Caroline Daufemback Henrique Francielli Schuelter Coordenação de AVEA Andreia Mara Fiala Revisão Textual Supervisão: Evillyn Kjellin Victor Rocha Freire Silva Vivianne Oliveira Rodrigues Design Instrucional Supervisão: Milene Silva de Castro Flora Bazzo Schmidt Gabriel de Melo Cardoso Joyce Regina Borges Design Gráfico Supervisão: Mary Vonni Meürer de Lima Airton Jordani Jardim Filho Cleber da Luz Monteiro Giovana Aparecida dos Santos Guilherme Comerão Stecca Almeida Julia Morato Leite Lucas Renata Cristina Gonçalves Sonia Trois Tiago Augusto Paiva Programação Supervisão: Alexandre Dal Fabbro João Pedro Mendonça de Araujo Luan Rodrigo Silva Costa Luiz Eduardo Pizzinatto Audiovisual Supervisão: Rafael Poletto Dutra Angie Luiza Moreira de Oliveira Dilney Carvalho da Silva Eduardo Corrêa Machado Jacob de Souza Faria Neto Kimberly Araujo Lazzarin Marcelo Vinícius Netto Spillere Marília Gabriela Salomao Dauer Maycon Douglas da Silva Apresentação Áureo Mafra de Moraes Conteúdo Tatiana Whately de Moura BY NC ND Todo o conteúdo do curso Conselho da Comunidade e Controle Social: Formação de Conselheiros, da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal – 2022, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações 4.0 Internacional. Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by- nc-nd/4.0/deed.pt_BR. EXPEDIENTE https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR A partir de 1º de janeiro de 2023, o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) passou a ser denominado Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), instituída pelo Art. 59 da Medida Provisória nº 1.154; porém, devido ao fato de o material deste curso ter sido produzido antes da vigência da referida medida provisória, há conteúdos em que a atual SENAPPEN é mencionada como DEPEN. É possível, ainda, que outros órgãos gover- namentais federais citados nos materiais, como ministérios, secretarias e departamentos, disponham de uma nova estrutura regimental e uma nova nomenclatura e sejam mencionados de maneira diferente da atual. ESCLARECIMENTO SUMÁRIO Apresentação .............................................................................................................................................. 5 Objetivos do módulo ............................................................................................................................................5 1. Atuação além da Lei de Execução Penal ........................................................... 7 1.1 Conselhos da Comunidade e suas práticas ............................................................................................ 7 2. Ampliação das funções dos Conselhos da Comunidade ........14 2.1 Materiais orientadores para atuação dos Conselhos da Comunidade........................................ 14 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil ..................................................... 26 3.1 Levantamento realizado pelo CNJ .......................................................................................................... 26 3.2 Instalação dos Conselhos da Comunidade ........................................................................................ 28 3.3 Perfil dos(as) conselheiros(as) .................................................................................................................30 3.4 Organização interna dos Conselhos da Comunidade .................................................................... 33 3.5 Estrutura dos Conselhos da Comunidade .......................................................................................... 35 3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade .............................................................. 40 Síntese do módulo ............................................................................................................................44 Referências .................................................................................................................................................45 CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 5 APRESENTAÇÃO Neste módulo, será apresentado um panorama dos Conselhos da Co- munidade no Brasil e como sua atuação ultrapassa o rol de atividades estabelecidas na Lei n° 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal). Serão apresentados materiais orientadores, elaborados pelo Po- der Judiciário e Executivo, quue ampliaram as funções desses conselhos, de forma a direcionar uma atuação mais completa como órgão da execução penal responsável tanto pelo controle social quanto pela interlocução da sociedade civil e o Sistema Penal. Por fim, serão apresentados dados de uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça em 2020 com os Conselhos da Comunidade no Brasil. Este módulo demonstra as possibilidades de organização e atuação dos conselhos. Objetivos do módulo • Caracterizar diferentes formas de atuação dos Conselhos da Comunidade. • Identificar as principais premissas dos materiais orientadores das ati- vidades dos conselhos que ampliam aquelas previstas em lei. • Identificar o panorama da organização, do perfil e da atuação dos conselhos no Brasil. UNIDADE 1 Atuação além da Lei de Execução Penal CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 7 1. ATUAÇÃO ALÉM DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL Nesta unidade, serão apresentadas as atividades realizadas pelos Con- selhos da Comunidade que ultrapassam aquelas previstas pela Lei de Execução Penal (LEP), que podem envolver uma assistência direta às pessoas privadas de liberdade ou em parceria com outros órgãos pú- blicos, privados e com organizações da sociedade civil. 1.1 Conselhos da Comunidade e suas práticas Apesar de a Lei de Execução Penal prever como função dos conselhos entrevistar pessoas presas, não há direcionamento sobre como encaminhar eventuais questões identificadas nessas entrevistas, nem como realizar outras tarefas previstas, como enviar relatório ao juiz e diligenciar a obten- ção de recursos materiais e humanos para a melhor assistência ao preso. O que deveriam fazer os Conselhos da Comunidade ao identificar, por exemplo, questões relacionadas à necessidade de contato com fa- miliares, com a Defensoria Pública; questões relacionadas a trabalho, estudo, tortura, necessidade de movimentação interna ou transferência de unidade etc.? Deveriam apenas ser incluídas no relatório mensal, que é encaminhado ao juiz e ao Conselho Penitenciário? Foto: © [Kues1] / Freepik. Daufemback (2011) aponta que as necessidades identificadas pelos con- selheiros no cotidiano demandam uma atuação direta de assistência ao preso, em substituição ao trabalho que deveria ser realizado pela admi- nistração prisional. E, nesse mesmo sentido, a maioria dos conselheirosda região sul (57%) apontam, como experiências exitosas dos conselhos, as práticas de projetos de inclusão social (DAUFEMBACK, 2011). CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 8 Ou seja, é possível constatar, na prática, uma ampliação das funções dos Conselhos da Comunidade em relação ao que está previsto na Lei de Execução Penal. QR CODE Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre a atuação dos conselhos para além da Lei de Execução Penal, ou acesse o link: https://youtu.be/pQaP4Dy4i5A. As atividades que aparecem entre as desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade da região sul são as seguintes. Atividades desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade da região sul 1 Visita à unidade prisional. 2 3 4 5 6 7 8 9 Projetos de saúde. Reuniões com juiz corregedor. Reuniões dos conselheiros. Relatório da situação prisional ao juiz e às demais autoridades. Projetos de educação com os encarcerados. Projetos de assistência social com os encarcerados. Reuniões com a equipe técnica da unidade prisional. Reuniões com a direção da unidade prisional. https://youtu.be/pQaP4Dy4i5A CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 9 Alguns Conselhos da Comunidade têm se destacado por sua atuação diferenciada, que supera as atividades previstas na Lei de Execução Penal. Losekann (2011) cita alguns exemplos, veja a seguir. 10 11 12 13 14 15 16 Atividades com as famílias. Atividades com egressos do Sistema Prisional. Atividades relacionadas às penas alternativas. Atividades com os funcionários do Sistema Prisional. Atividades de formação para a comunidade. Informativo sobre o Sistema Prisional. Pesquisa científica ou projetos de extensão universitária em parceria com entidades de ensino. Atividades desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade da região sul 1 Visita à unidade prisional. 2 3 4 5 6 7 8 9 Projetos de saúde. Reuniões com juiz corregedor. Reuniões dos conselheiros. Relatório da situação prisional ao juiz e às demais autoridades. Projetos de educação com os encarcerados. Projetos de assistência social com os encarcerados. Reuniões com a equipe técnica da unidade prisional. Reuniões com a direção da unidade prisional. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 10 É possível identificar vários outros exemplos de atuações diversificadas de conselhos por meio de cobertura na mídia e sites de Conselhos da Comunidade. Um exemplo é o trabalho com mulheres presas, da juíza responsável do Conselho da Comunidade de Taubaté, premiado pela Câmara dos De- putados (Resolução CD 21/2017), com a medalha Mietta Santiago 2018. Atividades diferenciadas de Conselhos da Comunidade O Conselho da Comunidade de Cachoeira do Sul (RS) identificou a falta de oferta de trabalho para as pessoas presas e implantou, no entorno do presídio local, uma pequena fábrica de lajotas para a constituição de uma cooperativa social de apenados para a venda da produção. O Conselho da Comunidade de Porto Alegre mobilizou familiares das pessoas presas para seminário de abrangência estadual para discutir problemas e soluções encontradas pelas famílias e organizou reivindicações para o Poder Executivo gaúcho. 1 2 O Conselho da Comunidade de Vitória da Conquista editou uma cartilha sobre “O Direito Penal ao Alcance de Todos”, com um conjunto de informações mínimas destinadas às pessoas privadas de liberdade. 3 CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 11 O Conselho da Comunidade de Taubaté implementa uma série de projetos junto às unidades prisionais, como mutirão de análise processual; implantação de canil e gatil, com parceria com a prefeitura para controle de zoonoses e como uma forma de viabilizar o trabalho de pessoas presas; horta mantida pelos presos para alimentação da unidade prisional; viveiro de mudas para reflorestamento; massagem de bebês para conectar mães presas a seus bebês; etc. QR CODE Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre os exemplos de atuação diferenciada de Conselhos da Comunidade, ou acesse o link: https://youtu.be/BVEuT4IBaQ0. Uma matéria veiculada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo sobre a atuação desse conselho aponta que o trabalho proporcionou melhora no ambiente prisional, além da diminuição expressiva de faltas disciplinares, de fugas e de atritos entre presos e funcionários. A juíza de execução penal responsável pela instituição desse conselho afirma: “Tenho 25 anos de Magistratura e 20 na Execução Criminal, mas posso dizer que minha atuação como juíza se divide em antes e depois dessa experiência. Com o apoio da população, consegui solu- cionar questões que, sozinha, não conseguiria.” (SÃO PAULO, 2017). https://youtu.be/BVEuT4IBaQ0 CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 12 Se quiser conhecer um pouco mais sobre o Conselho de Comunidade de Taubaté, acesse os links a seguir. SAIBA MAIS Saiba mais sobre projetos realizados pelo Conselho da Comuni- dade de Execução Penal de Taubaté (CCEP), disponível em: http:// ccep-taubate.org.br/portfolio/, e pelo Conselho da Comunidade: trabalho pela ressocialização de presos (TJSP), disponível em: https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400. A partir das visitas aos estabelecimentos penais e das entrevistas reali- zadas com pessoas presas, os Conselhos da Comunidade têm atuado de maneiras diversas com o fim de estabelecer mecanismos para execução direta de ações em prol das pessoas privadas de liberdade (com ou sem recursos próprios) e encaminhamento das questões à administração prisional ou também têm atuado com parcerias com outras pastas do Poder Executivo, além da apresentação de relatórios prevista em lei. Práticas dos Conselhos da Comunidade Visitar os estabelecimentos penais. Entrevistar pessoas presas. Apresentar relatórios mensais ao juiz da execução e ao Conselho Penitenciário. Execução/ implementação de ações. Encaminhamento de questões ao Executivo. Com recurso próprio. Sem recurso próprio. http://ccep-taubate.org.br/portfolio/ http://ccep-taubate.org.br/portfolio/ https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400 UNIDADE 2 Ampliação das funções dos Conselhos da Comunidade CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 14 2. AMPLIAÇÃO DAS FUNÇÕES DOS CONSELHOS DA COMUNIDADE Nesta Unidade, será abordada a incorporação de novas práticas dos Conselhos da Comunidade e a ampliação de suas funções nos materiais orientadores, elaborados por órgãos dos Poderes Judiciário e Executivo. 2.1 Materiais orientadores para atuação dos Conselhos da Comunidade É possível identificar evidências de que novas formas de atuação passaram a ser incorporadas de uma maneira mais institucionalizada por atores com posições estratégicas e norteadoras na execução penal. Assim, essas maneiras de atuação ampliam as funções do Conselho da Comunidade e pautam sua atuação em uma lógica inspirada em insti- tuições participativas. Veja abaixo algumas novas formas de atuação. O conselho Penitenciário do Rio Grande do Sul, por exemplo, iniciou, em 2001, um processo de articulação com os Conselhos da Comunidade, por meio do Programa de Articulação Comunitária e organizou, junto aos Conselhos da Comunidade de Camaquã e Lajeado, um manual, com o intuito de instrumentalizar as funções dos Conselhos da Comunidade, de maneira críticae participativa (RIO GRANDE DO SUL, 2004). Novas formas de atuação participativa dos Conselhos Composições mais diversificadas. Novas formas de entrada no conselho com publicação de editais e práticas que incluem a transformação de conselhos em espaços decisórios. Práticas de encaminhamento de demandas a órgãos competentes e, ainda, de execução de políticas. 1 2 3 CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 15 Foto: © [Monkey Business Images] / Shutterstock. A Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul uniu-se a essa ini- ciativa em 2004, publicando o manual, junto ao Conselho Penitenciário, com o intuito de que a comunidade passasse a exercer um papel decisivo no encaminhamento de soluções para os problemas da execução penal (RIO GRANDE DO SUL, 2004). O manual apresenta formulações legais para a organização dos conse- lhos, indicações de procedimentos junto às organizações da comunidade, modelos de regimento e de estatuto, e roteiro para elaboração de rela- tórios de visitas de fiscalização. “É importante que os conselhos assumam um papel de representação da comunidade na implementação das políticas penais e penitenci- árias no âmbito municipal. É necessário assumir uma função política, de articulação e participação das forças locais e, ainda, de defesa de direitos e de implementação de políticas locais de reinserção social do apenado e egresso e, não apenas, aquela de natureza assistencial.” (RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 8). Esse manual menciona, em sua introdução, a importância das comu- nidades no controle e na execução das políticas públicas, referendada pela Constituição Federal. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 16 Ele também apresenta os Conselhos da Comunidade com uma função de articulação dos recursos, de fiscalização, de luta pela preservação de direitos, de ressocialização e de representação das comunidades na execução da política penal e penitenciária. No Manual do Conselho da Comunidade, publicado pela Corregedoria- -Geral de Justiça e pelo Conselho Penitenciário do Rio Grande do Sul, consta, ainda, um modelo de estatuto com um rol de atribuições do conselho que vão além daquele proposto na Lei de Execução Penal. Tal modelo inclui atividades relacionadas à execução direta de ações para a promoção dos direitos das pessoas presas. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 17 Apesar de haver efetivamente uma dependência do Conselho da Co- munidade em relação à figura do juiz, para instalação do Conselho da Comunidade, há o reconhecimento da necessidade de implementação de ações que garantam uma ação autônoma desses conselhos. Esse manual aponta que os Conselhos da Comunidade precisam se articular com o Poder Judiciário para sua formação e com a adminis- tração prisional para sua execução, mas recomenda que estes devem buscar preservar sua autonomia para que possam exercer suas funções de forma independente. Exemplos de ações diretas de promoção dos direitos das pessoas presas Dar assistência ao reeducando e à sua família, com ou sem participação de outras pessoas ou instituições; Providenciar a realização de cursos de alfabetização, educação integrada, ensino supletivo, qualificação profissional e outros; Estimular a readaptação socialdos sentenciados por meios adequados a cada caso; 1 2 3 Procurar encaminhar a emprego o preso em liberdade condicional e o egresso; Buscar o apoio de órgãos federais, estaduais e municipais; Cooperar para a manutenção do estabelecimento penal da comarca com recursos da comunidade; 4 5 6 Buscar a integração do Poder Judiciário e do Ministério Público das comarcas que não possuem estabelecimentos penais.7 CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 18 Foto: © [Pressfoto] / Freepik. Dados do Ministério da Justiça, identificados em material sistematizado das regiões Norte e Sudeste, do levantamento realizado, em 2008, junto aos Conselhos da Comunidade, indicam que existem conselhos que foram criados por iniciativa da comunidade e não do juiz, ou seja, a população procurou o juiz, buscando a instalação do conselho. Sobre a criação de conselhos e o Manual da Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, você deve saber algumas informações importantes, veja a seguir. INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A CRIAÇÃO DE CONSELHOS O Manual da Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul é direcionado aos interessados em criar o conselho, de uma maneira geral, e inclui como primeiro passo “Procurar o(a) Juiz(a) da Execução, o Ministério Público e qualquer outro órgão da Exe- cução da comarca, a fim de que esses colaborem no fomento da organização do Conselho da Comunidade, conforme previsto na LEP” (RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 10). Em relação à composição dos conselhos, o Manual do Rio Grande do Sul recomenda que os interessados em instituir o Conselho da CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 19 Comunidade solicitem a colaboração do Juízo de Execução para que “oficie às várias entidades, sem fins lucrativos, assim como as previstas na LEP, das comarcas que são abrangidas pelo estabe- lecimento penal da região, para que estas indiquem um membro de seus quadros para compor o Conselho da Comunidade” (RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 10). O Manual recomenda, ainda, que os interessados em instituir o Conselho da Comunidade façam uma apresentação aos indicados, reforçando a importância e os ganhos sociais que se terá quando se envolverem com a questão. Alguns Conselhos da Comunidade possuem vedação sobre par- ticipação de egressos e familiares de pessoas presas (informação identificada na ata da 137ª reunião do Conselho da Comunidade da comarca de São Paulo, em que houve votação pela vedação da entrada de egressos e familiares de pessoas presas no Con- selho da Comunidade). Contudo, o Manual do Conselho da Comunidade publicado pela Corregedoria-Geral de Justiça e pelo Conselho Penitenciário do Rio Grande do Sul recomenda a presença de presos ou familiares na composição dos conselhos. Isto, uma vez que a “participação dos usuários destinatários de sua intervenção pode contribuir tanto para um maior envolvimento dos presos nas atividades desenvolvidas pelos Conselhos da Co- munidade, quanto para que estas se desenvolvam a partir de suas reais necessidades” (RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 9), item que também foi incorporado por roteiro publicado pela Corregedo- ria-Geral de Justiça de Minas Gerais. Além disso, também é importante destacar que a Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais publicou, em 2008, um Roteiro de Instala- ção e Funcionamento do Conselho da Comunidade muito similar ao publicado no Rio Grande do Sul, em relação ao papel dos conselhos, incluindo algumas funções. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 20 Neste roteiro, a Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais também inclui um modelo de edital de convocação (a todos os interessados) para a composição do Conselho da Comunidade. SAIBA MAIS Veja o roteiro de instalação e funcionamento completo, disponível em: https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C- 510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf. Em dezembro de 2012, ocorreu em Brasília o I Encontro Nacional dos Conselhos da Comunidade, o qual contou com a participação de repre- sentantes de diversas entidades, como: conselhos de todas as unidades federativas; representantes de associações de familiares e amigos de pessoas presas;conselhos penitenciários estaduais; conselhos profis- sionais; comitês de combate à tortura; ouvidorias estaduais do Sistema Penitenciário; organizações não governamentais; movimentos sociais; etc., além de pessoas da comunidade. Os objetivos desse Encontro estão descritos a seguir. Funções do Conselho Ampliação da abrangência dos conselhos para as penas alternativas. Participação de presos ou familiares na composição dos conselhos. Parcerias com universidades. Criação de conselhos independentes. Utilização de espaços na mídia. Articulação com o Conselho Penitenciário Estadual. https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 21 No mesmo sentido dos esforços das Corregedorias-Gerais do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, o Ministério da Justiça, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, publicou em 2018 um Manual de Procedimentos para os Conselhos da Comunidade, com os seguintes objetivos gerais: Oportunizar a participação dos presos cumpridores de penas e medidas alternativas, egressos e familiares nos programas assistenciais, de educação, formação para o trabalho e colocação profissional, existentes na rede social. Fomentar a criação de programas, projetos e serviços voltados especificamente a presos, cumpridores de penas e medidas alternativas, egressos e familiares. Diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em caráter excepcional. Colaborar com os órgãos encarregados da formulação da Política Penitenciária. Realizar eventos com a participação de profissionais, especialistas, representantes de entidade públicas e privadas. Objetivos do Encontro Avançar no amadurecimento das identidades, atuações e perspectivas dos Conselhos da Comunidade. Ampliar a visão e qualificação dos conselheiros sobre as políticas públicas. (ROCHA, 2017, p. 109). Promover a articulação nacional de pautas comuns na direção do controle e participação social na execução penal. 1 2 3 CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 22 Contribuir para o cumprimento das condições especificadas na transação penal, na suspensão condicional do processo, na suspensão condicional da execução da pena, bem como na sentença concessiva do livramento condicional, na fixação do regime aberto e das medidas alternativas. Orientar e apoiar o cumprimento de penas e medidas em meio aberto. Orientar e auxiliar o benefício do livramento condicional. Orientar e apoiar o egresso com o fim de promover sua inclusão social. Fomentar a participação da comunidade na execução penal. Diligenciar a prestação de assistência material ao egresso. Representar a autoridade competente em caso de constatação de violação das normas referentes à execução penal e obstrução das atividades do conselho. Orientar e apoiar a vítima, seus familiares e o agressor. Contribuir para o desenvolvimento de programas e projetos temáticos, em especial aqueles voltados à prevenção da criminalidade, ao enfrentamento e à violência. Apoiar as ações de outros Órgãos da Execução Penal. Fonte: Adaptado de Brasil (2018, p. 16-17). CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 23 Em um esforço para reconhecer as diversas iniciativas de atuação dos Conselhos da Comunidade, o Ministério da Justiça incluiu, em seu Manual de Procedimentos para os Conselhos da Comunidade, um conjunto de atividades que vai muito além do estabelecido na Lei de Execução Penal. PODCAST O Ministério da Justiça e Segurança Pública não tem res- ponsabilidade normativa em relação aos Conselhos da Co- munidade, por se tratarem de órgãos instituídos em Poderes distintos, mas o manual tem uma característica orientadora importante, que pode auxiliar os Conselhos da Comunidade no direcionamento de suas funções. E essa iniciativa tem sido reforçada recentemente por ações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), voltadas ao fortalecimento dos Conselhos da Comunidade, por entendê-los como importante mecanismo de assistência, comunicação e defesa dos direitos das pessoas privadas de liberdade. Em 2020, o CNJ realizou um levantamento junto aos Conse- lhos da Comunidade no Brasil, para compreender melhor o panorama desses conselhos, suas características, composi- ção, estrutura, práticas e desafios (BRASIL, 2020). A partir do cenário identificado, o CNJ elaborou um manual de fortaleci- mento dos Conselhos da Comunidade, com vistas a amplificar o conhecimento, por parte de conselheiros(as) e da sociedade de forma geral, sobre a realidade da execução penal no Brasil e sobre o papel fundamental da sociedade civil no controle sobre o Estado nesse contexto (BRASIL, 2021). As atividades desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade são, majorita- riamente, em prol das pessoas presas. Os conselheiros são pessoas que concordam em exercer atividades em prol das pessoas presas de maneira voluntária. Algumas atividades pos- suem caráter claramente assistencialista, mantendo uma lógica histórica, mas outras estão relacionadas à identificação de demandas e problemas do cotidiano prisional e à indicação dessas necessidades às instâncias competentes para providências, bem como ao acompanhamento do encaminhamento. Assim, é necessário: CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 24 “Situar a ação dos Conselhos da Comunidade num contexto mais amplo da política de participação social do governo federal, bus- cando realçar suas potencialidades de incidência na transformação das condições inaceitáveis a que vem sendo submetidos os sujeitos apenados nos moldes atualmente estabelecidos pela política penal brasileira.” (BRASIL, 2018, p. 5). Ou seja, se, por um lado, há uma lacuna normativa quanto às possibilidades de atuação dos Conselhos da Comunidade em relação às irregularidades e eventuais outras demandas identificadas nas visitas, por outro lado, verifica-se, também, que muitos conselhos conseguiram superar essas dificuldades, organizaram-se e desenvolveram atividades que vão além das previsões legais. Esses conselhos apresentam, desse modo, a possibilidade de atuar na aproximação da comunidade e das pessoas em conflito com a lei, sejam elas privadas de liberdade ou em cumprimento de penas alternativas, aproximando-se do modelo de defesa presente na lógica participativa dos conselhos de políticas. UNIDADE 3 Os Conselhos da Comunidade no Brasil CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 26 3. OS CONSELHOS DA COMUNIDADE NO BRASIL Nesta Unidade, será apresentado um panorama dos Conselhos da Comu- nidade no Brasil, detalhando características de instalação, perfil dos(as) conselheiros(as), organização interna, estrutura e atividades dos conselhos. Os dados apresentados nesta Unidade são referentes à pesquisa realizada em 2020 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) (BRASIL, 2020). 3.1 Levantamento realizado pelo CNJ O Conselho Nacional de Justiça realizou, em 2020, um levantamento sobre os Conselhos da Comunidade no Brasil, com aplicação de ques- tionários (surveys), que foram respondidos por representantes de 404 Conselhos da Comunidade em todo o Brasil. Um segundo levantamento, realizado pelo Ministério da Justiça, em 2008, identificou a existência de 639 Conselhos da Comunidade. A hipótese é que alguns podem ter encerrado suas atividades entre um levantamento e outro, mas, certamente,outros tam- bém foram criados nesse período, de modo que, possivelmente, o número de conselhos existente no país é superior ao número que participou da pesquisa. De todo modo, ela apresenta um panorama importante sobre o perfil dos conselheiros, as características dos Conselhos da Comunidade, suas práticas e seus desafios (BRASIL, 2020). CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 27 Apesar da possibilidade de haver mais conselhos, do que consta na pesquisa, nas demais regiões, há realmente um movimento regional no Sul do país de incentivo à instalação de Conselhos da Comunidade, especialmente no estado do Paraná (138 conselhos participantes). O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a criar uma federação es- tadual dos Conselhos da Comunidade — Federação dos Conselhos da Comunidade da Área Penitenciária do Rio Grande do Sul (FECCAPEN/ RS) —, e estimulou os estados de Santa Catarina e Paraná a criarem suas próprias federações durante o I Encontro Nacional dos Conselhos da Comunidade, em 2008 (ROCHA, 2017). Conselhos da Comunidade por regiões AM AC RO RR PA AP MT TO MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG ES RJSP MS GO PR SC RS DF Região Sul do país, com a participação de 197 (48,8%) Conselhos da Comunidade. 81 (20%) Conselhos da Região Centro-Oeste. 63 (15,6%) da Região Sudeste. 42 (10,4%) do Região Nordeste. 21 (5,2%) do Região Norte. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 28 A Federação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná (FECCOMPAR) foi instituída em 2013, após Santa Catarina ter instituído também sua federação, e passou a incentivar a criação de Conselhos da Comunidade nas comarcas do Paraná, que tem conselhos instalados em 160 das 161 comarcas do estado. SAIBA MAIS Veja a relação de Conselhos da Comunidade do Paraná cadas- trados na FECCOMPAR, disponível em: https://www.feccompar. com.br/documentos/cadastrados.pdf. 3.2 Instalação dos Conselhos da Comunidade Apesar de a maioria dos Conselhos da Comunidade que participaram da pesquisa realizada pelo CNJ terem sido criados há mais de uma década, 39% deles afirmaram que interromperam suas atividades em algum período desde a sua instalação. Isso se deve em grande parte ao caráter voluntarioso das atividades desenvolvidas pelos conselheiros e à depen- dência na sua disponibilidade. Foto: © [Rawpixel.com] / Freepik. https://www.feccompar.com.br/documentos/cadastrados.pdf https://www.feccompar.com.br/documentos/cadastrados.pdf CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 29 A instalação dos Conselhos da Comunidade cabe ao juízo da execução e, subsidiariamente, ao juízo criminal da comarca, por meio de uma Portaria Judicial, seguida da posse dos conselheiros (FERREIRA, 2014). Apesar de a instalação dos conselhos caber formalmente ao Judiciário, diferentes atores podem tomar iniciativa para a sua criação. De acordo com o levantamento realizado pelo CNJ, 83% dos con- selhos foram instalados por iniciativa do Judiciário; 10% por iniciativa da sociedade civil; 4% do Ministério Público; e 3% de outros atores, como órgãos relacionados à segurança pública, prefeitura etc. Apesar de os Conselhos da Comunidade serem órgãos da execução penal e, por isso, entidades de direito público, eles não possuem do- tação orçamentária e poder postulatório. Para superar a dificuldade de falta de recursos, os Conselhos da Comunidade têm se constituído como figuras dotadas de per- sonalidade jurídica de direito privado, por meio da inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Essa formalização de pessoa jurídica possibilita aos conselhos a criação de conta bancária, captação de recursos, estabelecimento de convênios etc. (FERREIRA, 2014). De acordo com o levantamento do CNJ, 82% dos Conselhos da Co- munidade possuem a inscrição de pessoa jurídica. Há, entretanto, uma diferença regional entre os conselhos que possuem ou não perso- nalidade jurídica. A justificativa mais frequente entre os conselhos que não se constituíram com personalidade jurídica foi o desconhecimento dos trâmites burocráticos para a inscrição. Postulatório A capacidade postulatória é a capacidade de fazer valer e defender as suas próprias pretensões ou de outrem em juízo, ou seja, a qualidade para pleitear algo ao juiz. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 30 Fonte: Adaptado de Brasil (2020). A maioria dos conselhos (72%) também possui regulamentação interna, como regimento interno, estatuto social ou outro instru- mento normatizador. 3.3 Perfil dos(as) conselheiros(as) A Lei de Execução Penal estabelece que os Conselhos da Comunidade devem ser minimamente compostos pelos membros descritos a seguir. Na falta dos membros previstos, fica a critério do juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho da Comunidade. Conselhos com personalidade jurídica por região Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte 0% 20% 40% 60% 80% 100% Possui PJ Não possui PJ 189 8 31 32 21 21 12 9 77 4 Um representante da associação comercial ou industrial. Um advogado indicado pela seção da Ordem dos Advogados do Brasil. Um defensor público indicado pelo defensor público geral. Um assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. Composição mínima dos Conselhos CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 31 O levantamento realizado pelo CNJ aponta que a composição dos Con- selhos da Comunidade é variada, com diversos tipos de profissionais e cidadãos ligados ao tema. Advogados, assistentes sociais e representantes da associação comercial ou industrial estão presentes na maioria dos Conselhos da Comunidade, conforme previsão da LEP. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 32 Composição dos Conselhos da Comunidade - porcentagem de conselhos com representação de cada categoria Advogado/a e/ou representante da OAB 90,3% Assistente Social 63,9% Representante da associação comercial ou industrial 54,7% Juiz 44,8% Servidor/a de Secretaria Municipal 35,9% Promotor/a de Justiça 34,7% Defensor/a Público/a 31,7% Servidor/a do Poder Judiciário 30,2% Representante de instituição de ensino 27,7% Agente penitenciário 24,8% Representante de outras entidades de classe 24% Representante de outros órgãos de segurança pública 17,8% Diretor/a de unidade prisional 16,8% Representante de ONG 16,8% Outros/as servidores de unidade prisional 7,9% Servidor/a do Ministério Público 7,7% 6,9%Servidor/a da Defensoria Pública Familiar de pessoa privada de liberdade 5,4% Servidor/a de Secretaria Estadual 4,7% Pessoa egressa do sistema prisional 3% Outros 39,9% Fonte: Adaptado de Brasil (2020). CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 33 Os dados apontam para uma participação de atores cuja atuação está diretamente ligada à pauta prisional e para uma baixa participação da sociedade civil e de agências das demais políticas públicas com as quais as políticas penais possuem interface. Constata-se uma baixa participação de egressos do Sistema Pri- sional e de familiares de pessoas privadas de liberdade. Existem conselhos que vedam essa participação, o que é contraditório com a finalidade de participação social que fundamenta a existência desse órgão. Outro ponto de atenção é a participação de profissionais que traba- lham em unidades prisionais, como diretor ou agentes penitenciários,uma vez que a participação desses atores pode apresentar um desafio para desempenhar o papel de fiscalização e controle social. Vale res- saltar que, entre a categoria “outros”, há a menção recorrente a entidades religiosas, como a Pastoral Carcerária. 3.4 Organização interna dos Conselhos da Comunidade O levantamento do CNJ aponta que a forma de entrada mais comum nos Conselhos da Comunidade é por iniciativa voluntária da pessoa interes- sada ou autoindicação — 42,3% dos conselhos contam com integrantes que ingressaram desse modo. Outras formas recorrentes são indicação do magistrado (em 38,3% dos conselhos), chamamento público (31,9%) e indicação de outros conselheiros (30,6%). CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 34 Fonte: Adaptado de Brasil (2020). A maioria expressiva dos Conselhos da Comunidade (86%) possui diretoria constituída, e os dados sobre sua constituição indicam uma estrutura interna relativamente similar entre os conselhos. Formas mais comuns de ingresso nos Conselhos Iniciativa voluntária dos interessados Indicação do juiz Chamamento público Indicação de outros conselheiros Indicação pelos órgãos de classe Indicação de outros órgãos com assento no Conselho da Comunidade Consulta a organizações que trabalham com direitos humanos e temas correlatos Outros 42,3% 38,4% 31,9% 30,7% 21,8% 19,1% 8,9% 9,2% CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 35 Composição usual das diretorias dos Conselhos Presidente – 85,8% dos conselhos Secretário – 82,4% Tesoureiro – 80,9% Vice-presidente – 77,2% $ A maioria desses conselhos que possuem diretoria constituída ado- taram eleições entre os conselheiros para escolha da diretoria (88% dos conselhos possuem diretoria constituída). Sobre o conselho fiscal, 55% dos Conselhos da Comunidade optam por essa forma de controle das atividades financeiras, fiscalizando as ações praticadas pelos admi- nistradores e opinando sobre as contas da organização. Em relação à periodicidade de reuniões, 42,8% dos Conselhos da Co- munidade reúnem-se mensalmente; 33,1% não possuem periodicidade definida para as reuniões; 15,8% realizam reuniões conforme a demanda; 6,6% não realizam reuniões; 0,7% realiza encontros quinzenais; e 0,7% realiza encontros semanais (BRASIL, 2020). 3.5 Estrutura dos Conselhos da Comunidade A existência de recursos materiais adequados pode qualificar o tra- balho e o funcionamento dos Conselhos da Comunidade, enquanto que a precariedade material pode ocasionar uma série de dificuldades para a efetiva atuação do órgão (FERREIRA, 2014). Sobre esse assunto, os percentuais apresentados na pesquisa estão detalhados a seguir. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 36 Espaços do Conselho 54% dos Conselhos da Comunidade possuem sede. 16,4% utilizam espaço cedido pelo fórum (por setor externo à VEP). 44,7% utilizam espaço cedido pela vara de execução penal (VEP). 11,8% possuem sede alugada. 7,8% utilizam espaço cedido pela prefeitura. 5% possuem sede própria. 8,2% utilizam espaço cedido por outras entidades (CNJ). 1 2 3 4 5 6 7 CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 37 O levantamento realizado pelo CNJ indica uma precariedade na disponi- bilidade de equipamentos necessários para a realização do trabalho dos Conselhos da Comunidade. 47% dos conselhos apontaram não possuir equipamentos para seu funcionamento. 60,6% dos conselhos apontaram não possuir móveis, equipamentos e veículo para seu funcionamento. Apenas 20,7% avaliaram que os equipamentos do órgão são adequados e em quantidade suficiente. Fonte: Adaptado de Brasil (2020). Não possui equipamentos Computador Impressora Armário Internet Mobiliário de uso individual Telefone Mobiliário de uso coletivo Sala de atendimento em espaço privativo Sala de reunião em espaço privativo Veículo próprio Câmera fotográfica Equipamentos para videconferência Sala privativa para a Diretoria Outros 47% 40,3% 36,4% 34,7% 32,2% 29,2% 26,2% 17,6% 15,6% 9,4% 8,2% 6,9% 5,7% 4,2% 16,1% Dados sobre os equipamentos que os Conselhos da Comunidade possuem CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 38 Quase um quinto (19%) dos conselhos indicam não possuir recursos financeiros. A maior parte dos conselhos possui recursos provenientes de penas pecuniárias (73,3% dos conselhos). Penas pecuniárias Não possui recursos Doações de pessoas físicas Doações de pessoas jurídicas Convênio/subvenção com o município ou com municípios vizinhos sem estabelecimento penal Projetos financiados por órgãos governamentais Convênio ou subvenção com o estado Projetos financiados por organizações não governamentais Projetos com pessoas em medida de segurança e seus familiares Outros 73,3% 19,3% 11,9% 8,4% 5,4% 2,7% 1,7% 1% 0,7% 8,4% Dados sobre a origem dos recursos financeiros dos Conselhos da Comunidade Fonte: Adaptado de Brasil (2020). Os recursos humanos são fundamentais para o funcionamento dos Con- selhos da Comunidade e apenas 35% deles indicaram possuir profissionais contratados, sendo a maior parte relacionada a funções administrativas. CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 39 Profissionais usualmente contratados pelos Conselhos para exercer funções técnicas Objetivo Assistentes sociais (em 9,9% dos conselhos). Psicólogos(as) (4,7%). Advogados(as) (1,7%). Pedagogos(as) (1,0%). Entre os contratados pelos Conselhos para exercer funções técnicas, veja a seguir alguns. Profissionais usualmente contratados pelos Conselhos 1 Assistente administrativo (18,3% dos conselhos). 2 3 4 Estagiário(a) (7,9%). Contador(a) (7,4%). Secretário(a) (9,9%). CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 40 Em contrapartida, há mais profissionais técnicos que trabalham voluntaria- mente nos Conselhos da Comunidade, sendo o número mais expressivo. A dificuldade de contratação de equipes fixas foi apontada na pesquisa como uma das barreiras ao funcionamento sustentável e autônomo dos conselhos, que acabam por depender da ação voluntária de vários profissionais (BRASIL, 2020). 3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade No levantamento realizado pelo CNJ, foram identificados os tipos de ações a que se destina o empreendimento dos recursos financeiros. Profissionais usualmente trabalham de forma voluntária nos Conselhos para exercer funções técnicas Objetivo Assistentes sociais (em 9,9% dos conselhos). Advogados(as) (30,2%). Assistentes sociais (24,0%). Psicólogos(as) (11,6%). CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 41 Sobre as ações realizadas pelo conselho, de uma maneira geral, e não apenas relacionadas ao emprego de recursos financeiros, verifica-se que o rol de funções previstas na LEP não é exaustivo. A inspeção de unidades prisionais, previstas na lei, é a ação mais frequente entre os conselhos (72,7% realizam inspeções), seguida de investimento de recursos na infraestrutura de uni- dades prisionais (55,6%) e diligência para obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência às pessoas privadas de liberdade (46,7%). Vale destacar que, entre as ações realizadas pelos conselhos, há a cola- boração com os órgãos responsáveis pela formulação da política peni- tenciária, realizada em 24,2% deles. CONSELHODA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 42 Ações usualmente realizadas pelos Conselhos Realiza inspeção em unidades prisionais Investe recursos na infraestrutura de unidades prisionais Diligencia a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência às pessoas privadas de liberdade e em medida de segurança, em caráter excepcional Fomenta a criação de Programas, Projetos e Serviços voltados especificamente a pessoas privadas de liberdade, cumpridores de penas e medidas alternativas Atende familiares das pessoas privadas de liberdade Diligencia a prestação de assistência material à pessoa egressa do sistema prisional Apoia a ação de outros órgãos da execução penal Realiza denúncias sobre violações de direitos Orienta e apoia o cumprimento de penas e medidas em meio aberto Representa à autoridade competente e em caso de constatação de violação das normas referentes à execução penal e obstrução das atividades do conselho Contribui para o desenvolvimento de programas e projetos temáticos, em especial aqueles voltados à prevenção da criminalidade Fomenta a participação da comunidade na execução penal Atende prestadores de serviços à comunidade Orienta e apoia a vítima e seus familiares Atende pessoas egressas do sistema prisional Atende cumpridores de penas e medidas em meio aberto Realiza eventos com a participação de profissionais, especialistas e representantes de entidades públicas e privadas Orienta e auxilia o benefício do livramento condicional Realiza trabalho em grupo (ex: grupos reflexivos) Contribui para o acompanhamento do cumprimento das condições especificadas no processo judicial Colabora com órgãos encarregados da formulação da política penitenciária Atende pessoas monitoradas com tornozeleira eletrônica Realiza ações de justiça restaurativa Atende pessoas em medida de segurança e seus familiares Outra 72,7% 55,6% 46,7% 43,3% 41,3% 39,1% 38,1% 37,8% 37,6% 37,1% 36,8% 36,8% 35,1% 32,6% 32,6% 30,4% 28,2% 27,4% 26,2% 25,7% 24,2% 22% 14,8% 13,1% 50% Fonte: Adaptado de Brasil (2020). CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 43 Em geral, as ações dos conselhos são definidas por meio de deliberações entre os seus membros (65%). Uma parcela menor (20%) define as ações por deliberação exclusiva da diretoria. Apenas 7% têm suas ações definidas por determinação da vara de execução penal. Veja a seguir retomada dos principais pontos deste módulo. SÍNTESE DO MÓDULO 44 Neste módulo, foram apresentadas as formas de atuação dos Conselhos da Comunidade que ultrapassam aquelas previstas na Lei de Execução Penal. Além das visitas às unidades prisionais, das entrevistas a pessoas privadas de liberdade e do encaminhamento de relatórios mensais ao juiz da execução e às demais autoridades, os conselhos realizam pro- jetos de assistência social, saúde, educação e trabalho com as pessoas presas, projetos com egressos(as), com familiares de pessoas privadas de liberdade, atividades relacionadas às penas alternativas, atividades de formação, entre outras. Essas atuações diversas passaram a ser re- conhecidas e recomendadas em materiais orientadores elaborados por diferentes órgãos públicos e voltados à organização das atividades dos Conselhos da Comunidade. Também foram apresentadas, neste módulo, as características de insta- lação, perfil, organização interna, estrutura e atividades dos Conselhos da Comunidade no Brasil, com base em pesquisa realizada em 2020 pelo Conselho Nacional de Justiça. Verificou-se uma concentração de Conselhos da Comunidade na região sul do país; a maioria dos conselhos possuem inscrição de pessoa jurídica (82%) e Diretoria constituída (86%); os integrantes mais frequentes dos conselhos são advogados(as) e assistentes sociais; pouco mais da metade dos conselhos possuem sede (54%); 47% não possui equipamentos para as atividades do conselho; e as atividades mais frequentemente desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade são inspeções em uni- dades prisionais (72.7%), investimento de recursos na infraestrutura de unidades prisionais (55.6%) e de assistência material (46.7%). Você finalizou o Módulo 2! No próximo módulo, serão abordadas as diferenças entre os Conselhos da Comunidade e os Conselhos de Políticas Públicas, destacando a importância que ambos exercem no controle social em suas respectivas áreas. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 7210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210. htm. Acesso em: 10 mar. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. Cartilha Conselhos da Comunidade. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Justiça, 2008. Disponível em: https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/ Repositorio/30/Documentos/Artigos%20e%20cartilhas/Conselhos%20 da%20Comunidade%20cartilha.pdf. Acesso em: 10 mar. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça. Manual de procedimentos: conselhos da comunidade. Brasília, DF: Ministério da Justiça, [s.n.], 2018. BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Relatório “Os Conselhos da Co- munidade no Brasil”. Conselho Nacional de Justiça, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Departamento Penitenciário Nacional. Brasília, DF: Conselho Nacional de Justiça, 2020. No prelo. BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Manual de Fortalecimento dos Conselhos da Comunidade. Conselho Nacional de Justiça, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Departamento Penitenciário Nacional. Brasília, DF: Conselho Nacional de Justiça, 2021. No prelo. DAUFEMBACK, V. Questões sobre o contexto e a atuação dos Conselhos da Comunidade: a experiência da Região Sul. In: BRASIL. Fundamentos e análises sobre os Conselhos da Comunidade. Brasília, DF: Ministério da Justiça, 2011. FERREIRA, J. C. Os Conselhos da Comunidade e a reintegração social. 2014. Dissertação (Mestrado em Direito) – Faculdade de Direito, Uni- versidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: https://www. teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2136/tde-17082015-163300/publico/ dissert.pdf. Acesso em: 10 mar. 2022. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/Repositorio/30/Documentos/Artigos%20e%20cartilhas/Conselhos%20da%20Comunidade%20cartilha.pdf https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/Repositorio/30/Documentos/Artigos%20e%20cartilhas/Conselhos%20da%20Comunidade%20cartilha.pdf https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/Repositorio/30/Documentos/Artigos%20e%20cartilhas/Conselhos%20da%20Comunidade%20cartilha.pdf https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2136/tde-17082015-163300/publico/dissert.pdf https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2136/tde-17082015-163300/publico/dissert.pdf https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2136/tde-17082015-163300/publico/dissert.pdf REFERÊNCIAS LOSEKANN, L. O juiz, o poder judiciário e os conselhos da comuni- dade: algumas reflexões sobre a participação social na execução penal. In: BRASIL. Fundamentos e Análises sobre os Conselhos da Comunidade. Brasília, DF: Ministério da Justiça, 2011. MINAS GERAIS. Corregedoria-Geral de Justiça. Conselho da Comunidade – roteiro de instalação e funcionamento. 2008. Disponível em: https://www. tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C510878DD8C5A04E08A8/ roteiro_conselho_comunidade.pdf. Acesso em: 10 mar. 2022. RIO GRANDE DO SUL. Corregedoria-Geral de Justiça. Conselho Peniten- ciário Estadual. Manual do Conselho da Comunidade. 2004. Disponível em: http://www.ccci.org.br/documentos/Manual_do_Conselho_da_Co- munidade.pdf. Acesso em: 10 mar. 2022. ROCHA, M. A. A atuação dos conselhos da comunidade do estado do paraná no processo de execução penal: possibilidades, limites e desafios. 2017. Tese (Doutorado emServiço Social e Política Social) – Universidade de Londrina, Londrina, 2017. Disponível em: http://www. bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000215670. Acesso em: 10 mar. 2022. SÃO PAULO (Estado). Tribunal de Justiça. Conselho da Comunidade: trabalho pela ressocialização de presos. Síntese, 20 julho 2017. Dispo- nível em: https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400. Acesso em: 7 abr. 2022. https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf http://www.ccci.org.br/documentos/Manual_do_Conselho_da_Comunidade.pdf http://www.ccci.org.br/documentos/Manual_do_Conselho_da_Comunidade.pdf http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000215670 http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000215670 https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400 apresentação Objetivos do módulo 1. Atuação além da Lei de Execução Penal 1.1 Conselhos da Comunidade e suas práticas 2. Ampliação das funções dos Conselhos da Comunidade 2.1 Materiais orientadores para atuação dos Conselhos da Comunidade 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil 3.1 Levantamento realizado pelo CNJ 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil 3.2 Instalação dos Conselhos da Comunidade 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil 3.3 Perfil dos(as) conselheiros(as) 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil 3.4 Organização interna dos Conselhos da Comunidade 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil 3.5 Estrutura dos Conselhos da Comunidade 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil 3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil 3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade Síntese do módulo 3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil 3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade Referências
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