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CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL_SENAPPEN_Modulo_2

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Prévia do material em texto

CONSELHO DA COMUNIDADE 
E CONTROLE SOCIAL: 
Formação de Conselheiros
MÓDULO 2
Panorama sobre a 
atuação dos Conselhos 
da Comunidade
 
 
 
 
GOVERNO FEDERAL 
Presidente da República 
Luiz Inácio Lula da Silva 
Vice-Presidente da República 
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho 
Ministro da Justiça e Segurança Pública 
Enrique Ricardo Lewandowski 
Secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais– SENAPPEN 
André de Albuquerque Garcia 
Diretora da Escola Nacional de Serviços Penais – ESPEN 
Stephane Silva de Araújo 
Equipe ESPEN 
Haynara Jocely Lima de Almeida 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
Coordenação Geral 
Luciano Patrício Souza de Castro 
Financeiro 
Fernando Machado Wolf 
Consultoria Técnica EaD 
Giovana Schuelter 
Coordenação de Produção 
Caroline Daufemback Henrique 
Francielli Schuelter 
Coordenação de AVEA 
Andreia Mara Fiala 
Revisão Textual 
Supervisão: Evillyn Kjellin 
Victor Rocha Freire Silva 
Vivianne Oliveira Rodrigues 
Design Instrucional 
Supervisão: Milene Silva de Castro 
Flora Bazzo Schmidt 
Gabriel de Melo Cardoso 
Joyce Regina Borges 
Design Gráfico 
Supervisão: Mary Vonni Meürer de Lima 
Airton Jordani Jardim Filho 
Cleber da Luz Monteiro 
Giovana Aparecida dos Santos 
Guilherme Comerão Stecca Almeida 
Julia Morato Leite Lucas 
Renata Cristina Gonçalves 
Sonia Trois 
Tiago Augusto Paiva 
Programação 
Supervisão: Alexandre Dal Fabbro 
João Pedro Mendonça de Araujo 
Luan Rodrigo Silva Costa 
Luiz Eduardo Pizzinatto 
Audiovisual 
Supervisão: Rafael Poletto Dutra 
Angie Luiza Moreira de Oliveira 
Dilney Carvalho da Silva 
Eduardo Corrêa Machado 
Jacob de Souza Faria Neto 
Kimberly Araujo Lazzarin 
Marcelo Vinícius Netto Spillere 
Marília Gabriela Salomao Dauer 
Maycon Douglas da Silva 
Apresentação 
Áureo Mafra de Moraes 
Conteúdo 
Tatiana Whately de Moura 
 
 
 
 
 
 
BY NC ND 
Todo o conteúdo do curso Conselho da Comunidade e Controle Social: Formação de Conselheiros, 
da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal – 
2022, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações 
4.0 Internacional. Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by- 
nc-nd/4.0/deed.pt_BR. 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
A partir de 1º de janeiro de 2023, o Departamento Penitenciário Nacional 
(DEPEN) passou a ser denominado Secretaria Nacional de Políticas Penais 
(SENAPPEN), instituída pelo Art. 59 da Medida Provisória nº 1.154; porém, 
devido ao fato de o material deste curso ter sido produzido antes da vigência 
da referida medida provisória, há conteúdos em que a atual SENAPPEN 
é mencionada como DEPEN. É possível, ainda, que outros órgãos gover-
namentais federais citados nos materiais, como ministérios, secretarias 
e departamentos, disponham de uma nova estrutura regimental e uma 
nova nomenclatura e sejam mencionados de maneira diferente da atual.
ESCLARECIMENTO
SUMÁRIO
Apresentação .............................................................................................................................................. 5
Objetivos do módulo ............................................................................................................................................5
1. Atuação além da Lei de Execução Penal ........................................................... 7
1.1 Conselhos da Comunidade e suas práticas ............................................................................................ 7
2. Ampliação das funções dos Conselhos da Comunidade ........14
2.1 Materiais orientadores para atuação dos Conselhos da Comunidade........................................ 14
3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil ..................................................... 26
3.1 Levantamento realizado pelo CNJ .......................................................................................................... 26
3.2 Instalação dos Conselhos da Comunidade ........................................................................................ 28
3.3 Perfil dos(as) conselheiros(as) .................................................................................................................30
3.4 Organização interna dos Conselhos da Comunidade .................................................................... 33
3.5 Estrutura dos Conselhos da Comunidade .......................................................................................... 35
3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade .............................................................. 40
Síntese do módulo ............................................................................................................................44
Referências .................................................................................................................................................45
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 5
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, será apresentado um panorama dos Conselhos da Co-
munidade no Brasil e como sua atuação ultrapassa o rol de atividades 
estabelecidas na Lei n° 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução 
Penal). Serão apresentados materiais orientadores, elaborados pelo Po-
der Judiciário e Executivo, quue ampliaram as funções desses conselhos, 
de forma a direcionar uma atuação mais completa como órgão da execução 
penal responsável tanto pelo controle social quanto pela interlocução 
da sociedade civil e o Sistema Penal. Por fim, serão apresentados dados 
de uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça em 2020 
com os Conselhos da Comunidade no Brasil. Este módulo demonstra 
as possibilidades de organização e atuação dos conselhos.
Objetivos do módulo
• Caracterizar diferentes formas de atuação dos Conselhos da Comunidade.
• Identificar as principais premissas dos materiais orientadores das ati-
vidades dos conselhos que ampliam aquelas previstas em lei.
• Identificar o panorama da organização, do perfil e da atuação dos 
conselhos no Brasil.
UNIDADE 1
Atuação além da Lei de 
Execução Penal
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 7
1. ATUAÇÃO ALÉM DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Nesta unidade, serão apresentadas as atividades realizadas pelos Con-
selhos da Comunidade que ultrapassam aquelas previstas pela Lei de 
Execução Penal (LEP), que podem envolver uma assistência direta às 
pessoas privadas de liberdade ou em parceria com outros órgãos pú-
blicos, privados e com organizações da sociedade civil.
1.1 Conselhos da Comunidade e suas práticas 
Apesar de a Lei de Execução Penal prever como função dos conselhos 
entrevistar pessoas presas, não há direcionamento sobre como encaminhar 
eventuais questões identificadas nessas entrevistas, nem como realizar 
outras tarefas previstas, como enviar relatório ao juiz e diligenciar a obten-
ção de recursos materiais e humanos para a melhor assistência ao preso.
O que deveriam fazer os Conselhos da Comunidade ao identificar, 
por exemplo, questões relacionadas à necessidade de contato com fa-
miliares, com a Defensoria Pública; questões relacionadas a trabalho, 
estudo, tortura, necessidade de movimentação interna ou transferência 
de unidade etc.? Deveriam apenas ser incluídas no relatório mensal, 
que é encaminhado ao juiz e ao Conselho Penitenciário? 
Foto: © [Kues1] / Freepik.
Daufemback (2011) aponta que as necessidades identificadas pelos con-
selheiros no cotidiano demandam uma atuação direta de assistência ao 
preso, em substituição ao trabalho que deveria ser realizado pela admi-
nistração prisional. E, nesse mesmo sentido, a maioria dos conselheirosda região sul (57%) apontam, como experiências exitosas dos conselhos, 
as práticas de projetos de inclusão social (DAUFEMBACK, 2011).
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 8
Ou seja, é possível constatar, na prática, uma ampliação das funções 
dos Conselhos da Comunidade em relação ao que está previsto na Lei 
de Execução Penal. 
QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre a atuação dos 
conselhos para além da Lei de Execução Penal, ou acesse o link: 
https://youtu.be/pQaP4Dy4i5A.
As atividades que aparecem entre as desenvolvidas pelos Conselhos da 
Comunidade da região sul são as seguintes. 
Atividades desenvolvidas pelos 
Conselhos da Comunidade da região sul
1 Visita à unidade prisional.
2
3
4
5
6
7
8
9 Projetos de saúde.
Reuniões com juiz corregedor.
Reuniões dos conselheiros.
Relatório da situação prisional ao juiz 
e às demais autoridades.
Projetos de educação com os encarcerados.
Projetos de assistência social com os encarcerados.
Reuniões com a equipe técnica da unidade prisional.
Reuniões com a direção da unidade prisional.
https://youtu.be/pQaP4Dy4i5A
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 9
Alguns Conselhos da Comunidade têm se destacado por sua atuação 
diferenciada, que supera as atividades previstas na Lei de Execução Penal. 
Losekann (2011) cita alguns exemplos, veja a seguir.
10
11
12
13
14
15
16
Atividades com as famílias.
Atividades com egressos do Sistema Prisional.
Atividades relacionadas às penas alternativas.
Atividades com os funcionários do Sistema Prisional.
Atividades de formação para a comunidade.
Informativo sobre o Sistema Prisional.
Pesquisa científica ou projetos de extensão 
universitária em parceria com entidades de ensino.
Atividades desenvolvidas pelos 
Conselhos da Comunidade da região sul
1 Visita à unidade prisional.
2
3
4
5
6
7
8
9 Projetos de saúde.
Reuniões com juiz corregedor.
Reuniões dos conselheiros.
Relatório da situação prisional ao juiz 
e às demais autoridades.
Projetos de educação com os encarcerados.
Projetos de assistência social com os encarcerados.
Reuniões com a equipe técnica da unidade prisional.
Reuniões com a direção da unidade prisional.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 10
É possível identificar vários outros exemplos de atuações diversificadas 
de conselhos por meio de cobertura na mídia e sites de Conselhos 
da Comunidade. 
Um exemplo é o trabalho com mulheres presas, da juíza responsável do 
Conselho da Comunidade de Taubaté, premiado pela Câmara dos De-
putados (Resolução CD 21/2017), com a medalha Mietta Santiago 2018.
Atividades diferenciadas de Conselhos da Comunidade
O Conselho da Comunidade de Cachoeira 
do Sul (RS) identificou a falta de oferta de 
trabalho para as pessoas presas e 
implantou, no entorno do presídio local, 
uma pequena fábrica de lajotas para a 
constituição de uma cooperativa social de 
apenados para a venda da produção.
O Conselho da Comunidade de Porto 
Alegre mobilizou familiares das pessoas 
presas para seminário de abrangência 
estadual para discutir problemas e 
soluções encontradas pelas famílias 
e organizou reivindicações para 
o Poder Executivo gaúcho.
1
2
O Conselho da Comunidade de Vitória 
da Conquista editou uma cartilha 
sobre “O Direito Penal ao Alcance
de Todos”, com um conjunto de 
informações mínimas destinadas 
às pessoas privadas de liberdade.
3
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 11
O Conselho da Comunidade de Taubaté implementa uma 
série de projetos junto às unidades prisionais, como mutirão de 
análise processual; implantação de canil e gatil, com parceria 
com a prefeitura para controle de zoonoses e como uma forma 
de viabilizar o trabalho de pessoas presas; horta mantida pelos 
presos para alimentação da unidade prisional; viveiro de mudas 
para reflorestamento; massagem de bebês para conectar mães 
presas a seus bebês; etc. 
QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre os exemplos de 
atuação diferenciada de Conselhos da Comunidade, ou acesse o 
link: https://youtu.be/BVEuT4IBaQ0.
Uma matéria veiculada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
sobre a atuação desse conselho aponta que o trabalho proporcionou 
melhora no ambiente prisional, além da diminuição expressiva de faltas 
disciplinares, de fugas e de atritos entre presos e funcionários. 
A juíza de execução penal responsável pela instituição desse conselho afirma:
“Tenho 25 anos de Magistratura e 20 na Execução Criminal, 
mas posso dizer que minha atuação como juíza se divide em antes e 
depois dessa experiência. Com o apoio da população, consegui solu-
cionar questões que, sozinha, não conseguiria.” (SÃO PAULO, 2017).
https://youtu.be/BVEuT4IBaQ0
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 12
Se quiser conhecer um pouco mais sobre o Conselho de Comunidade 
de Taubaté, acesse os links a seguir.
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre projetos realizados pelo Conselho da Comuni-
dade de Execução Penal de Taubaté (CCEP), disponível em: http://
ccep-taubate.org.br/portfolio/, e pelo Conselho da Comunidade: 
trabalho pela ressocialização de presos (TJSP), disponível em: 
https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400.
A partir das visitas aos estabelecimentos penais e das entrevistas reali-
zadas com pessoas presas, os Conselhos da Comunidade têm atuado de 
maneiras diversas com o fim de estabelecer mecanismos para execução 
direta de ações em prol das pessoas privadas de liberdade (com ou sem 
recursos próprios) e encaminhamento das questões à administração 
prisional ou também têm atuado com parcerias com outras pastas do 
Poder Executivo, além da apresentação de relatórios prevista em lei.
Práticas dos Conselhos da Comunidade
Visitar os 
estabelecimentos penais.
Entrevistar 
pessoas presas.
Apresentar relatórios 
mensais ao juiz da 
execução e ao 
Conselho Penitenciário.
Execução/ 
implementação de ações.
Encaminhamento de 
questões ao Executivo.
Com recurso próprio.
Sem recurso próprio.
http://ccep-taubate.org.br/portfolio/
http://ccep-taubate.org.br/portfolio/
https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400
UNIDADE 2
Ampliação das funções dos 
Conselhos da Comunidade
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 14
2. AMPLIAÇÃO DAS FUNÇÕES DOS CONSELHOS DA COMUNIDADE
Nesta Unidade, será abordada a incorporação de novas práticas dos 
Conselhos da Comunidade e a ampliação de suas funções nos materiais 
orientadores, elaborados por órgãos dos Poderes Judiciário e Executivo.
2.1 Materiais orientadores para atuação dos Conselhos da Comunidade
É possível identificar evidências de que novas formas de atuação passaram 
a ser incorporadas de uma maneira mais institucionalizada por atores 
com posições estratégicas e norteadoras na execução penal. 
Assim, essas maneiras de atuação ampliam as funções do Conselho da 
Comunidade e pautam sua atuação em uma lógica inspirada em insti-
tuições participativas. Veja abaixo algumas novas formas de atuação.
O conselho Penitenciário do Rio Grande do Sul, por exemplo, iniciou, 
em 2001, um processo de articulação com os Conselhos da Comunidade, 
por meio do Programa de Articulação Comunitária e organizou, junto aos 
Conselhos da Comunidade de Camaquã e Lajeado, um manual, com o 
intuito de instrumentalizar as funções dos Conselhos da Comunidade, 
de maneira críticae participativa (RIO GRANDE DO SUL, 2004).
Novas formas de atuação participativa dos Conselhos
Composições mais diversificadas.
Novas formas de entrada no conselho com 
publicação de editais e práticas que incluem a 
transformação de conselhos em espaços decisórios.
Práticas de encaminhamento de 
demandas a órgãos competentes e, 
ainda, de execução de políticas.
1
2
3
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 15
Foto: © [Monkey Business Images] / Shutterstock.
A Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul uniu-se a essa ini-
ciativa em 2004, publicando o manual, junto ao Conselho Penitenciário, 
com o intuito de que a comunidade passasse a exercer um papel decisivo 
no encaminhamento de soluções para os problemas da execução penal 
(RIO GRANDE DO SUL, 2004). 
O manual apresenta formulações legais para a organização dos conse-
lhos, indicações de procedimentos junto às organizações da comunidade, 
modelos de regimento e de estatuto, e roteiro para elaboração de rela-
tórios de visitas de fiscalização.
“É importante que os conselhos assumam um papel de representação 
da comunidade na implementação das políticas penais e penitenci-
árias no âmbito municipal. É necessário assumir uma função política, 
de articulação e participação das forças locais e, ainda, de defesa de 
direitos e de implementação de políticas locais de reinserção social do 
apenado e egresso e, não apenas, aquela de natureza assistencial.” 
(RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 8).
Esse manual menciona, em sua introdução, a importância das comu-
nidades no controle e na execução das políticas públicas, referendada 
pela Constituição Federal.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 16
Ele também apresenta os Conselhos da Comunidade com uma 
função de articulação dos recursos, de fiscalização, de luta pela 
preservação de direitos, de ressocialização e de representação 
das comunidades na execução da política penal e penitenciária.
No Manual do Conselho da Comunidade, publicado pela Corregedoria-
-Geral de Justiça e pelo Conselho Penitenciário do Rio Grande do Sul, 
consta, ainda, um modelo de estatuto com um rol de atribuições do 
conselho que vão além daquele proposto na Lei de Execução Penal.
Tal modelo inclui atividades relacionadas à execução direta de ações para 
a promoção dos direitos das pessoas presas.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 17
Apesar de haver efetivamente uma dependência do Conselho da Co-
munidade em relação à figura do juiz, para instalação do Conselho da 
Comunidade, há o reconhecimento da necessidade de implementação 
de ações que garantam uma ação autônoma desses conselhos.
Esse manual aponta que os Conselhos da Comunidade precisam se 
articular com o Poder Judiciário para sua formação e com a adminis-
tração prisional para sua execução, mas recomenda que estes devem 
buscar preservar sua autonomia para que possam exercer suas funções 
de forma independente.
Exemplos de ações diretas de promoção 
dos direitos das pessoas presas
Dar assistência ao reeducando e à sua 
família, com ou sem participação de 
outras pessoas ou instituições;
Providenciar a realização de cursos de 
alfabetização, educação integrada, ensino 
supletivo, qualificação profissional e outros;
Estimular a readaptação socialdos 
sentenciados por meios adequados 
a cada caso;
1
2
3
Procurar encaminhar a emprego o preso 
em liberdade condicional e o egresso;
Buscar o apoio de órgãos federais, 
estaduais e municipais;
Cooperar para a manutenção do 
estabelecimento penal da comarca 
com recursos da comunidade;
4
5
6
Buscar a integração do Poder Judiciário 
e do Ministério Público das comarcas que 
não possuem estabelecimentos penais.7
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 18
Foto: © [Pressfoto] / Freepik.
Dados do Ministério da Justiça, identificados em material sistematizado 
das regiões Norte e Sudeste, do levantamento realizado, em 2008, 
junto aos Conselhos da Comunidade, indicam que existem conselhos 
que foram criados por iniciativa da comunidade e não do juiz, ou seja, 
a população procurou o juiz, buscando a instalação do conselho. 
Sobre a criação de conselhos e o Manual da Corregedoria-Geral de 
Justiça do Rio Grande do Sul, você deve saber algumas informações 
importantes, veja a seguir.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE 
A CRIAÇÃO DE CONSELHOS
O Manual da Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do 
Sul é direcionado aos interessados em criar o conselho, de uma 
maneira geral, e inclui como primeiro passo “Procurar o(a) Juiz(a) 
da Execução, o Ministério Público e qualquer outro órgão da Exe-
cução da comarca, a fim de que esses colaborem no fomento da 
organização do Conselho da Comunidade, conforme previsto na 
LEP” (RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 10).
Em relação à composição dos conselhos, o Manual do Rio Grande 
do Sul recomenda que os interessados em instituir o Conselho da 
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 19
Comunidade solicitem a colaboração do Juízo de Execução para 
que “oficie às várias entidades, sem fins lucrativos, assim como as 
previstas na LEP, das comarcas que são abrangidas pelo estabe-
lecimento penal da região, para que estas indiquem um membro 
de seus quadros para compor o Conselho da Comunidade” (RIO 
GRANDE DO SUL, 2004, p. 10).
O Manual recomenda, ainda, que os interessados em instituir o 
Conselho da Comunidade façam uma apresentação aos indicados, 
reforçando a importância e os ganhos sociais que se terá quando 
se envolverem com a questão.
Alguns Conselhos da Comunidade possuem vedação sobre par-
ticipação de egressos e familiares de pessoas presas (informação 
identificada na ata da 137ª reunião do Conselho da Comunidade 
da comarca de São Paulo, em que houve votação pela vedação 
da entrada de egressos e familiares de pessoas presas no Con-
selho da Comunidade).
Contudo, o Manual do Conselho da Comunidade publicado pela 
Corregedoria-Geral de Justiça e pelo Conselho Penitenciário do 
Rio Grande do Sul recomenda a presença de presos ou familiares 
na composição dos conselhos.
Isto, uma vez que a “participação dos usuários destinatários de sua 
intervenção pode contribuir tanto para um maior envolvimento 
dos presos nas atividades desenvolvidas pelos Conselhos da Co-
munidade, quanto para que estas se desenvolvam a partir de suas 
reais necessidades” (RIO GRANDE DO SUL, 2004, p. 9), item que 
também foi incorporado por roteiro publicado pela Corregedo-
ria-Geral de Justiça de Minas Gerais.
Além disso, também é importante destacar que a Corregedoria-Geral 
de Justiça de Minas Gerais publicou, em 2008, um Roteiro de Instala-
ção e Funcionamento do Conselho da Comunidade muito similar ao 
publicado no Rio Grande do Sul, em relação ao papel dos conselhos, 
incluindo algumas funções.
 
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 20
Neste roteiro, a Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais também 
inclui um modelo de edital de convocação (a todos os interessados) para 
a composição do Conselho da Comunidade.
SAIBA MAIS
Veja o roteiro de instalação e funcionamento completo, disponível 
em: https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C-
510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf.
Em dezembro de 2012, ocorreu em Brasília o I Encontro Nacional dos 
Conselhos da Comunidade, o qual contou com a participação de repre-
sentantes de diversas entidades, como: conselhos de todas as unidades 
federativas; representantes de associações de familiares e amigos de 
pessoas presas;conselhos penitenciários estaduais; conselhos profis-
sionais; comitês de combate à tortura; ouvidorias estaduais do Sistema 
Penitenciário; organizações não governamentais; movimentos sociais; 
etc., além de pessoas da comunidade. 
Os objetivos desse Encontro estão descritos a seguir.
Funções do Conselho
Ampliação da 
abrangência dos 
conselhos para as 
penas alternativas.
Participação de presos 
ou familiares na 
composição 
dos conselhos.
Parcerias com 
universidades.
Criação de conselhos 
independentes.
Utilização de espaços 
na mídia.
Articulação com 
o Conselho 
Penitenciário Estadual.
https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf
https://www.tjmg.jus.br/data/files/DC/20/85/42/9289C510878DD8C5A04E08A8/roteiro_conselho_comunidade.pdf
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 21
No mesmo sentido dos esforços das Corregedorias-Gerais do Rio 
Grande do Sul e de Minas Gerais, o Ministério da Justiça, em parceria com 
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, publicou em 
2018 um Manual de Procedimentos para os Conselhos da Comunidade, 
com os seguintes objetivos gerais:
Oportunizar a participação dos presos cumpridores de penas 
e medidas alternativas, egressos e familiares nos programas 
assistenciais, de educação, formação para o trabalho e colocação 
profissional, existentes na rede social.
Fomentar a criação de programas, projetos e serviços voltados 
especificamente a presos, cumpridores de penas e medidas 
alternativas, egressos e familiares.
Diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor 
assistência ao preso ou internado, em caráter excepcional.
Colaborar com os órgãos encarregados da formulação da 
Política Penitenciária.
Realizar eventos com a participação de profissionais, especialistas, 
representantes de entidade públicas e privadas.
Objetivos do Encontro
Avançar no amadurecimento das 
identidades, atuações e perspectivas 
dos Conselhos da Comunidade.
Ampliar a visão e qualificação dos 
conselheiros sobre as políticas públicas. 
(ROCHA, 2017, p. 109).
Promover a articulação nacional de pautas 
comuns na direção do controle e 
participação social na execução penal.
1
2
3
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 22
Contribuir para o cumprimento das condições especificadas na 
transação penal, na suspensão condicional do processo, na suspensão 
condicional da execução da pena, bem como na sentença concessiva 
do livramento condicional, na fixação do regime aberto e das 
medidas alternativas.
Orientar e apoiar o cumprimento de penas e medidas em meio aberto.
Orientar e auxiliar o benefício do livramento condicional.
Orientar e apoiar o egresso com o fim de promover sua inclusão social.
Fomentar a participação da comunidade na execução penal.
Diligenciar a prestação de assistência material ao egresso.
Representar a autoridade competente em caso de constatação de 
violação das normas referentes à execução penal e obstrução das 
atividades do conselho.
Orientar e apoiar a vítima, seus familiares e o agressor.
Contribuir para o desenvolvimento de programas e projetos 
temáticos, em especial aqueles voltados à prevenção da 
criminalidade, ao enfrentamento e à violência.
Apoiar as ações de outros Órgãos da Execução Penal.
Fonte: Adaptado de Brasil (2018, p. 16-17).
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 23
Em um esforço para reconhecer as diversas iniciativas de atuação dos 
Conselhos da Comunidade, o Ministério da Justiça incluiu, em seu Manual 
de Procedimentos para os Conselhos da Comunidade, um conjunto de 
atividades que vai muito além do estabelecido na Lei de Execução Penal.
PODCAST
O Ministério da Justiça e Segurança Pública não tem res-
ponsabilidade normativa em relação aos Conselhos da Co-
munidade, por se tratarem de órgãos instituídos em Poderes 
distintos, mas o manual tem uma característica orientadora 
importante, que pode auxiliar os Conselhos da Comunidade 
no direcionamento de suas funções. E essa iniciativa tem sido 
reforçada recentemente por ações do Conselho Nacional de 
Justiça (CNJ), voltadas ao fortalecimento dos Conselhos da 
Comunidade, por entendê-los como importante mecanismo 
de assistência, comunicação e defesa dos direitos das pessoas 
privadas de liberdade. 
Em 2020, o CNJ realizou um levantamento junto aos Conse-
lhos da Comunidade no Brasil, para compreender melhor o 
panorama desses conselhos, suas características, composi-
ção, estrutura, práticas e desafios (BRASIL, 2020). A partir do 
cenário identificado, o CNJ elaborou um manual de fortaleci-
mento dos Conselhos da Comunidade, com vistas a amplificar 
o conhecimento, por parte de conselheiros(as) e da sociedade 
de forma geral, sobre a realidade da execução penal no Brasil 
e sobre o papel fundamental da sociedade civil no controle 
sobre o Estado nesse contexto (BRASIL, 2021). As atividades 
desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade são, majorita-
riamente, em prol das pessoas presas. 
Os conselheiros são pessoas que concordam em exercer atividades em 
prol das pessoas presas de maneira voluntária. Algumas atividades pos-
suem caráter claramente assistencialista, mantendo uma lógica histórica, 
mas outras estão relacionadas à identificação de demandas e problemas 
do cotidiano prisional e à indicação dessas necessidades às instâncias 
competentes para providências, bem como ao acompanhamento do 
encaminhamento. Assim, é necessário:
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 24
“Situar a ação dos Conselhos da Comunidade num contexto mais 
amplo da política de participação social do governo federal, bus-
cando realçar suas potencialidades de incidência na transformação 
das condições inaceitáveis a que vem sendo submetidos os sujeitos 
apenados nos moldes atualmente estabelecidos pela política penal 
brasileira.” (BRASIL, 2018, p. 5).
Ou seja, se, por um lado, há uma lacuna normativa quanto às possibilidades 
de atuação dos Conselhos da Comunidade em relação às irregularidades 
e eventuais outras demandas identificadas nas visitas, por outro lado, 
verifica-se, também, que muitos conselhos conseguiram superar essas 
dificuldades, organizaram-se e desenvolveram atividades que vão além 
das previsões legais.
Esses conselhos apresentam, desse modo, a possibilidade de atuar 
na aproximação da comunidade e das pessoas em conflito com a lei, 
sejam elas privadas de liberdade ou em cumprimento de penas alternativas, 
aproximando-se do modelo de defesa presente na lógica participativa 
dos conselhos de políticas. 
UNIDADE 3
Os Conselhos da 
Comunidade no Brasil
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 26
3. OS CONSELHOS DA COMUNIDADE NO BRASIL
Nesta Unidade, será apresentado um panorama dos Conselhos da Comu-
nidade no Brasil, detalhando características de instalação, perfil dos(as) 
conselheiros(as), organização interna, estrutura e atividades dos conselhos. 
Os dados apresentados nesta Unidade são referentes à pesquisa realizada 
em 2020 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) (BRASIL, 2020).
3.1 Levantamento realizado pelo CNJ
O Conselho Nacional de Justiça realizou, em 2020, um levantamento 
sobre os Conselhos da Comunidade no Brasil, com aplicação de ques-
tionários (surveys), que foram respondidos por representantes de 404 
Conselhos da Comunidade em todo o Brasil. Um segundo levantamento, 
realizado pelo Ministério da Justiça, em 2008, identificou a existência 
de 639 Conselhos da Comunidade.
A hipótese é que alguns podem ter encerrado suas atividades 
entre um levantamento e outro, mas, certamente,outros tam-
bém foram criados nesse período, de modo que, possivelmente, 
o número de conselhos existente no país é superior ao número 
que participou da pesquisa. 
De todo modo, ela apresenta um panorama importante sobre o perfil 
dos conselheiros, as características dos Conselhos da Comunidade, 
suas práticas e seus desafios (BRASIL, 2020).
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 27
Apesar da possibilidade de haver mais conselhos, do que consta na 
pesquisa, nas demais regiões, há realmente um movimento regional 
no Sul do país de incentivo à instalação de Conselhos da Comunidade, 
especialmente no estado do Paraná (138 conselhos participantes).
O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a criar uma federação es-
tadual dos Conselhos da Comunidade — Federação dos Conselhos da 
Comunidade da Área Penitenciária do Rio Grande do Sul (FECCAPEN/
RS) —, e estimulou os estados de Santa Catarina e Paraná a criarem 
suas próprias federações durante o I Encontro Nacional dos Conselhos 
da Comunidade, em 2008 (ROCHA, 2017). 
Conselhos da Comunidade por regiões
AM
AC
RO
RR
PA
AP
MT
TO
MA
PI
CE RN
PB
PE
AL
SE
BA
MG
ES
RJSP
MS
GO
PR
SC
RS
DF
Região Sul do país, com a participação de 197 (48,8%) Conselhos da Comunidade.
81 (20%) Conselhos da Região Centro-Oeste.
63 (15,6%) da Região Sudeste.
42 (10,4%) do Região Nordeste.
21 (5,2%) do Região Norte.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 28
A Federação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná 
(FECCOMPAR) foi instituída em 2013, após Santa Catarina ter instituído 
também sua federação, e passou a incentivar a criação de Conselhos da 
Comunidade nas comarcas do Paraná, que tem conselhos instalados 
em 160 das 161 comarcas do estado.
SAIBA MAIS
Veja a relação de Conselhos da Comunidade do Paraná cadas-
trados na FECCOMPAR, disponível em: https://www.feccompar.
com.br/documentos/cadastrados.pdf.
3.2 Instalação dos Conselhos da Comunidade
Apesar de a maioria dos Conselhos da Comunidade que participaram da 
pesquisa realizada pelo CNJ terem sido criados há mais de uma década, 
39% deles afirmaram que interromperam suas atividades em algum 
período desde a sua instalação. Isso se deve em grande parte ao caráter 
voluntarioso das atividades desenvolvidas pelos conselheiros e à depen-
dência na sua disponibilidade.
Foto: © [Rawpixel.com] / Freepik.
https://www.feccompar.com.br/documentos/cadastrados.pdf
https://www.feccompar.com.br/documentos/cadastrados.pdf
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 29
A instalação dos Conselhos da Comunidade cabe ao juízo da execução 
e, subsidiariamente, ao juízo criminal da comarca, por meio de uma 
Portaria Judicial, seguida da posse dos conselheiros (FERREIRA, 2014). 
Apesar de a instalação dos conselhos caber formalmente ao Judiciário, 
diferentes atores podem tomar iniciativa para a sua criação. 
De acordo com o levantamento realizado pelo CNJ, 83% dos con-
selhos foram instalados por iniciativa do Judiciário; 10% por iniciativa 
da sociedade civil; 4% do Ministério Público; e 3% de outros atores, 
como órgãos relacionados à segurança pública, prefeitura etc.
Apesar de os Conselhos da Comunidade serem órgãos da execução 
penal e, por isso, entidades de direito público, eles não possuem do-
tação orçamentária e poder postulatório.
Para superar a dificuldade de falta de recursos, os Conselhos da 
Comunidade têm se constituído como figuras dotadas de per-
sonalidade jurídica de direito privado, por meio da inscrição no 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Essa formalização 
de pessoa jurídica possibilita aos conselhos a criação de conta 
bancária, captação de recursos, estabelecimento de convênios 
etc. (FERREIRA, 2014).
De acordo com o levantamento do CNJ, 82% dos Conselhos da Co-
munidade possuem a inscrição de pessoa jurídica. Há, entretanto, 
uma diferença regional entre os conselhos que possuem ou não perso-
nalidade jurídica. A justificativa mais frequente entre os conselhos que 
não se constituíram com personalidade jurídica foi o desconhecimento 
dos trâmites burocráticos para a inscrição.
Postulatório
A capacidade postulatória 
é a capacidade de fazer 
valer e defender as suas 
próprias pretensões ou de 
outrem em juízo, ou seja, 
a qualidade para pleitear 
algo ao juiz.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 30
Fonte: Adaptado de Brasil (2020).
A maioria dos conselhos (72%) também possui regulamentação 
interna, como regimento interno, estatuto social ou outro instru-
mento normatizador.
3.3 Perfil dos(as) conselheiros(as)
A Lei de Execução Penal estabelece que os Conselhos da Comunidade 
devem ser minimamente compostos pelos membros descritos a seguir.
Na falta dos membros previstos, fica a critério do juiz da execução a 
escolha dos integrantes do Conselho da Comunidade.
Conselhos com personalidade jurídica por região
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Possui PJ Não possui PJ
189 8
31 32
21 21
12 9
77 4
Um representante da 
associação comercial 
ou industrial.
Um advogado indicado 
pela seção da Ordem dos 
Advogados do Brasil.
Um defensor público 
indicado pelo defensor 
público geral.
Um assistente social 
escolhido pela 
Delegacia Seccional do 
Conselho Nacional de 
Assistentes Sociais.
Composição mínima dos Conselhos
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 31
O levantamento realizado pelo CNJ aponta que a composição dos Con-
selhos da Comunidade é variada, com diversos tipos de profissionais e 
cidadãos ligados ao tema. Advogados, assistentes sociais e representantes 
da associação comercial ou industrial estão presentes na maioria dos 
Conselhos da Comunidade, conforme previsão da LEP.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 32
Composição dos Conselhos da 
Comunidade - porcentagem de conselhos 
com representação de cada categoria
Advogado/a e/ou representante da OAB 90,3%
Assistente Social 63,9%
Representante da associação 
comercial ou industrial 54,7%
Juiz 44,8%
Servidor/a de Secretaria Municipal 35,9%
Promotor/a de Justiça 34,7%
Defensor/a Público/a 31,7%
Servidor/a do Poder Judiciário 30,2%
Representante de instituição de ensino 27,7%
Agente penitenciário 24,8%
Representante de outras entidades de classe 24%
Representante de outros órgãos 
de segurança pública 17,8%
Diretor/a de unidade prisional 16,8%
Representante de ONG 16,8%
Outros/as servidores de unidade prisional 7,9%
Servidor/a do Ministério Público 7,7%
6,9%Servidor/a da Defensoria Pública
Familiar de pessoa privada de liberdade 5,4%
Servidor/a de Secretaria Estadual 4,7%
Pessoa egressa do sistema prisional 3%
Outros 39,9%
Fonte: Adaptado de Brasil (2020).
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 33
Os dados apontam para uma participação de atores cuja atuação está 
diretamente ligada à pauta prisional e para uma baixa participação da 
sociedade civil e de agências das demais políticas públicas com as quais 
as políticas penais possuem interface.
Constata-se uma baixa participação de egressos do Sistema Pri-
sional e de familiares de pessoas privadas de liberdade. Existem 
conselhos que vedam essa participação, o que é contraditório com 
a finalidade de participação social que fundamenta a existência 
desse órgão. 
Outro ponto de atenção é a participação de profissionais que traba-
lham em unidades prisionais, como diretor ou agentes penitenciários,uma vez que a participação desses atores pode apresentar um desafio 
para desempenhar o papel de fiscalização e controle social. Vale res-
saltar que, entre a categoria “outros”, há a menção recorrente a entidades 
religiosas, como a Pastoral Carcerária. 
3.4 Organização interna dos Conselhos da Comunidade
O levantamento do CNJ aponta que a forma de entrada mais comum nos 
Conselhos da Comunidade é por iniciativa voluntária da pessoa interes-
sada ou autoindicação — 42,3% dos conselhos contam com integrantes 
que ingressaram desse modo. Outras formas recorrentes são indicação 
do magistrado (em 38,3% dos conselhos), chamamento público (31,9%) 
e indicação de outros conselheiros (30,6%).
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 34
Fonte: Adaptado de Brasil (2020).
A maioria expressiva dos Conselhos da Comunidade (86%) possui 
diretoria constituída, e os dados sobre sua constituição indicam uma 
estrutura interna relativamente similar entre os conselhos. 
Formas mais comuns de ingresso nos Conselhos
Iniciativa voluntária dos interessados 
Indicação do juiz
Chamamento público 
Indicação de outros conselheiros
Indicação pelos órgãos de classe
Indicação de outros órgãos com 
assento no Conselho da Comunidade
Consulta a organizações que trabalham 
com direitos humanos e temas correlatos
Outros
42,3%
38,4%
31,9%
30,7%
21,8%
19,1%
8,9%
9,2%
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 35
Composição usual das diretorias dos Conselhos
Presidente – 85,8% dos conselhos
Secretário – 82,4%
Tesoureiro – 80,9%
Vice-presidente – 77,2%
$
A maioria desses conselhos que possuem diretoria constituída ado-
taram eleições entre os conselheiros para escolha da diretoria (88% 
dos conselhos possuem diretoria constituída). Sobre o conselho fiscal, 
55% dos Conselhos da Comunidade optam por essa forma de controle 
das atividades financeiras, fiscalizando as ações praticadas pelos admi-
nistradores e opinando sobre as contas da organização. 
Em relação à periodicidade de reuniões, 42,8% dos Conselhos da Co-
munidade reúnem-se mensalmente; 33,1% não possuem periodicidade 
definida para as reuniões; 15,8% realizam reuniões conforme a demanda; 
6,6% não realizam reuniões; 0,7% realiza encontros quinzenais; e 0,7% 
realiza encontros semanais (BRASIL, 2020).
3.5 Estrutura dos Conselhos da Comunidade
A existência de recursos materiais adequados pode qualificar o tra-
balho e o funcionamento dos Conselhos da Comunidade, enquanto 
que a precariedade material pode ocasionar uma série de dificuldades 
para a efetiva atuação do órgão (FERREIRA, 2014). Sobre esse assunto, 
os percentuais apresentados na pesquisa estão detalhados a seguir.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 36
Espaços do Conselho
54% dos Conselhos da Comunidade 
possuem sede.
16,4% utilizam espaço cedido pelo fórum 
(por setor externo à VEP).
44,7% utilizam espaço cedido pela vara de 
execução penal (VEP).
11,8% possuem sede alugada.
7,8% utilizam espaço cedido pela prefeitura.
5% possuem sede própria.
8,2% utilizam espaço cedido por 
outras entidades (CNJ).
1
2
3
4
5
6
7
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 37
O levantamento realizado pelo CNJ indica uma precariedade na disponi-
bilidade de equipamentos necessários para a realização do trabalho dos 
Conselhos da Comunidade. 47% dos conselhos apontaram não possuir 
equipamentos para seu funcionamento. 60,6% dos conselhos apontaram 
não possuir móveis, equipamentos e veículo para seu funcionamento. 
Apenas 20,7% avaliaram que os equipamentos do órgão são adequados 
e em quantidade suficiente.
Fonte: Adaptado de Brasil (2020).
Não possui equipamentos
Computador
Impressora
Armário
Internet
Mobiliário de uso individual
Telefone
Mobiliário de uso coletivo
Sala de atendimento em espaço privativo
Sala de reunião em espaço privativo
Veículo próprio
Câmera fotográfica
Equipamentos para videconferência
Sala privativa para a Diretoria
Outros
47%
40,3%
36,4%
34,7%
32,2%
29,2%
26,2%
17,6%
15,6%
9,4%
8,2%
6,9%
5,7%
4,2%
16,1%
Dados sobre os equipamentos que os Conselhos da 
Comunidade possuem
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 38
Quase um quinto (19%) dos conselhos indicam não possuir recursos 
financeiros. A maior parte dos conselhos possui recursos provenientes 
de penas pecuniárias (73,3% dos conselhos).
Penas pecuniárias
Não possui recursos
Doações de pessoas físicas
Doações de pessoas jurídicas
Convênio/subvenção com o município ou com 
municípios vizinhos sem estabelecimento penal
Projetos financiados por órgãos governamentais
Convênio ou subvenção com o estado
Projetos financiados por organizações não 
governamentais
Projetos com pessoas em medida de segurança 
e seus familiares
Outros
73,3%
19,3%
11,9%
8,4%
5,4%
2,7%
1,7%
1%
0,7%
8,4%
Dados sobre a origem dos recursos financeiros dos 
Conselhos da Comunidade
Fonte: Adaptado de Brasil (2020).
 
Os recursos humanos são fundamentais para o funcionamento dos Con-
selhos da Comunidade e apenas 35% deles indicaram possuir profissionais 
contratados, sendo a maior parte relacionada a funções administrativas.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 39
Profissionais usualmente contratados pelos 
Conselhos para exercer funções técnicas
Objetivo
Assistentes sociais 
(em 9,9% dos conselhos).
Psicólogos(as) (4,7%).
Advogados(as) (1,7%).
Pedagogos(as) (1,0%).
Entre os contratados pelos Conselhos para exercer funções técnicas, 
veja a seguir alguns.
Profissionais usualmente contratados pelos Conselhos
1 Assistente administrativo (18,3% dos conselhos).
2
3
4 Estagiário(a) (7,9%).
Contador(a) (7,4%).
Secretário(a) (9,9%).
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 40
Em contrapartida, há mais profissionais técnicos que trabalham voluntaria-
mente nos Conselhos da Comunidade, sendo o número mais expressivo.
A dificuldade de contratação de equipes fixas foi apontada na pesquisa 
como uma das barreiras ao funcionamento sustentável e autônomo 
dos conselhos, que acabam por depender da ação voluntária de vários 
profissionais (BRASIL, 2020).
3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade
No levantamento realizado pelo CNJ, foram identificados os tipos de 
ações a que se destina o empreendimento dos recursos financeiros. 
Profissionais usualmente trabalham de forma 
voluntária nos Conselhos para exercer funções técnicas
Objetivo
Assistentes sociais 
(em 9,9% dos conselhos).
Advogados(as) (30,2%).
Assistentes sociais (24,0%).
Psicólogos(as) (11,6%).
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 41
Sobre as ações realizadas pelo conselho, de uma maneira geral, e não 
apenas relacionadas ao emprego de recursos financeiros, verifica-se que 
o rol de funções previstas na LEP não é exaustivo.
A inspeção de unidades prisionais, previstas na lei, é a ação 
mais frequente entre os conselhos (72,7% realizam inspeções), 
seguida de investimento de recursos na infraestrutura de uni-
dades prisionais (55,6%) e diligência para obtenção de recursos 
materiais e humanos para melhor assistência às pessoas privadas 
de liberdade (46,7%).
Vale destacar que, entre as ações realizadas pelos conselhos, há a cola-
boração com os órgãos responsáveis pela formulação da política peni-
tenciária, realizada em 24,2% deles.
CONSELHODA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 42
Ações usualmente realizadas pelos Conselhos
Realiza inspeção em unidades prisionais
Investe recursos na infraestrutura de unidades prisionais
Diligencia a obtenção de recursos materiais e humanos 
para melhor assistência às pessoas privadas de liberdade e 
em medida de segurança, em caráter excepcional 
Fomenta a criação de Programas, Projetos e Serviços 
voltados especificamente a pessoas privadas de 
liberdade, cumpridores de penas e medidas alternativas
Atende familiares das pessoas privadas de liberdade
Diligencia a prestação de assistência material 
à pessoa egressa do sistema prisional
Apoia a ação de outros órgãos da execução penal
Realiza denúncias sobre violações de direitos
Orienta e apoia o cumprimento de 
penas e medidas em meio aberto
Representa à autoridade competente e em caso de 
constatação de violação das normas referentes à 
execução penal e obstrução das atividades do conselho
Contribui para o desenvolvimento de 
programas e projetos temáticos, em especial 
aqueles voltados à prevenção da criminalidade
Fomenta a participação da 
comunidade na execução penal
Atende prestadores de serviços à comunidade
Orienta e apoia a vítima e seus familiares
Atende pessoas egressas do sistema prisional
Atende cumpridores de penas e medidas em meio aberto
Realiza eventos com a participação de profissionais, especialistas 
e representantes de entidades públicas e privadas
Orienta e auxilia o benefício do livramento condicional
Realiza trabalho em grupo (ex: grupos reflexivos)
Contribui para o acompanhamento do cumprimento 
das condições especificadas no processo judicial
Colabora com órgãos encarregados da 
formulação da política penitenciária
Atende pessoas monitoradas com 
tornozeleira eletrônica
Realiza ações de justiça restaurativa
Atende pessoas em medida de 
segurança e seus familiares
Outra
72,7%
55,6%
46,7%
43,3%
41,3%
39,1%
38,1%
37,8%
37,6%
37,1%
36,8%
36,8%
35,1%
32,6%
32,6%
30,4%
28,2%
27,4%
26,2%
25,7%
24,2%
22%
14,8%
13,1%
50%
Fonte: Adaptado de Brasil (2020).
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 2 | Panorama sobre a atuação dos Conselhos da Comunidade 43
Em geral, as ações dos conselhos são definidas por meio de deliberações 
entre os seus membros (65%). Uma parcela menor (20%) define as 
ações por deliberação exclusiva da diretoria. Apenas 7% têm suas ações 
definidas por determinação da vara de execução penal.
Veja a seguir retomada dos principais pontos deste módulo.
SÍNTESE DO MÓDULO
44
Neste módulo, foram apresentadas as formas de atuação dos Conselhos 
da Comunidade que ultrapassam aquelas previstas na Lei de Execução 
Penal. Além das visitas às unidades prisionais, das entrevistas a pessoas 
privadas de liberdade e do encaminhamento de relatórios mensais ao 
juiz da execução e às demais autoridades, os conselhos realizam pro-
jetos de assistência social, saúde, educação e trabalho com as pessoas 
presas, projetos com egressos(as), com familiares de pessoas privadas 
de liberdade, atividades relacionadas às penas alternativas, atividades 
de formação, entre outras. Essas atuações diversas passaram a ser re-
conhecidas e recomendadas em materiais orientadores elaborados por 
diferentes órgãos públicos e voltados à organização das atividades dos 
Conselhos da Comunidade.
Também foram apresentadas, neste módulo, as características de insta-
lação, perfil, organização interna, estrutura e atividades dos Conselhos 
da Comunidade no Brasil, com base em pesquisa realizada em 2020 
pelo Conselho Nacional de Justiça. 
Verificou-se uma concentração de Conselhos da Comunidade na região 
sul do país; a maioria dos conselhos possuem inscrição de pessoa jurídica 
(82%) e Diretoria constituída (86%); os integrantes mais frequentes dos 
conselhos são advogados(as) e assistentes sociais; pouco mais da metade 
dos conselhos possuem sede (54%); 47% não possui equipamentos 
para as atividades do conselho; e as atividades mais frequentemente 
desenvolvidas pelos Conselhos da Comunidade são inspeções em uni-
dades prisionais (72.7%), investimento de recursos na infraestrutura de 
unidades prisionais (55.6%) e de assistência material (46.7%).
Você finalizou o Módulo 2! 
No próximo módulo, serão abordadas as diferenças entre os Conselhos da 
Comunidade e os Conselhos de Políticas Públicas, destacando a importância 
que ambos exercem no controle social em suas respectivas áreas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 7210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução 
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comunidade. Brasília, DF: Ministério da Justiça, [s.n.], 2018.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Relatório “Os Conselhos da Co-
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Brasília, DF: Conselho Nacional de Justiça, 2020. No prelo.
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Conselhos da Comunidade. Conselho Nacional de Justiça, Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento, Departamento Penitenciário 
Nacional. Brasília, DF: Conselho Nacional de Justiça, 2021. No prelo.
DAUFEMBACK, V. Questões sobre o contexto e a atuação dos Conselhos 
da Comunidade: a experiência da Região Sul. In: BRASIL. Fundamentos 
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REFERÊNCIAS
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em: http://www.ccci.org.br/documentos/Manual_do_Conselho_da_Co-
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ROCHA, M. A. A atuação dos conselhos da comunidade do estado 
do paraná no processo de execução penal: possibilidades, limites e 
desafios. 2017. Tese (Doutorado emServiço Social e Política Social) – 
Universidade de Londrina, Londrina, 2017. Disponível em: http://www.
bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000215670. Acesso em: 
10 mar. 2022.
SÃO PAULO (Estado). Tribunal de Justiça. Conselho da Comunidade: 
trabalho pela ressocialização de presos. Síntese, 20 julho 2017. Dispo-
nível em: https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400. 
Acesso em: 7 abr. 2022.
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http://www.ccci.org.br/documentos/Manual_do_Conselho_da_Comunidade.pdf
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http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000215670
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https://www.sintese.com/noticia_integra_new.asp?id=417400
	apresentação
	Objetivos do módulo
	1. Atuação além da Lei de Execução Penal
	1.1 Conselhos da Comunidade e suas práticas 
	2. Ampliação das funções dos Conselhos da Comunidade
	2.1 Materiais orientadores para atuação dos Conselhos da Comunidade
	3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil
	3.1 Levantamento realizado pelo CNJ
	3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil
	3.2 Instalação dos Conselhos da Comunidade
	3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil
	3.3 Perfil dos(as) conselheiros(as)
	3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil
	3.4 Organização interna dos Conselhos da Comunidade
	3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil
	3.5 Estrutura dos Conselhos da Comunidade
	3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil
	3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade
	3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil
	3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade
	Síntese do módulo
	3. Os Conselhos da Comunidade no Brasil
	3.6 Atividades realizadas pelos Conselhos da Comunidade
	Referências

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