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cap10

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Conceitos de Self, Gênero e papéis sexuais
A princípio, iremos distinguir os conceitos de Sexo e Gênero. Sexo é reservado para os aspectos biológicos da masculinidade e feminilidade. Gênero se refere aos aspectos psicológicos e sociais da masculinidade e feminilidade. Sexo e gênero podem entrar em conflito, normalmente acontece na fase da puberdade. Há evidência para a visão de que o gênero é fortemente influenciado pelos aspectos fisiológicos do sexo biológico. É durante a infância, que a criança desenvolve o senso de Self.
O conceito de Self
Segundo a autora, a visão de self mais frequente se origina da tradição filosófica de Piaget e Freud Trata-se do self como “si mesmo”, que enfatiza o conhecimento da criança e de pensamento sobre ela própria. Outro grande contribuidor dos estudos sobre o Self foi Willian James (1890-1892). Ele estabelece dois aspectos do Self que serviram de base para vários estudos. Segundo James, o Self pode ser dividido em duas partes o “eu” e o “mim”. O Self “eu” seria o self subjetivo e o “mim” o Self objetivo. O primeiro descreve o senso de existência, “eu sou”, eu existo. O componente do autoconceito que envolve consciência do “Eu”. O self que é separado dos outros. O segundo descreve o conjunto de características (propriedades e qualidades) que podem ser conhecidas de uma pessoa (características físicas, temperamento, habilidades sociais...). Com o self subjetivo você sabe que existe, com o self objetivo você sabe quem é.
Estudando a Autoconsciência 
A autora nos mostra de forma clara e utilizando o exemplo de experimentos e estudos realizados por Michael Lewis, quando fala do desenvolvimento dos papéis da criança. Este desenvolvimento se dá em três fases (duplo, espelho e inversão de papéis) sendo que, para o nosso exemplo, falaremos da segunda. O procedimento mais comum que os psicólogos usam para medir a autoconsciência envolve um espelho. A fase de espelho constitui um momento na vida da criança em que esta está se reconhecendo e aprendendo sobre si mesma. Nesta época, por volta dos três, quatro e cinco anos ela ainda não tem condições de comparar e deduzir a partir de informações abstratas, sendo assim, ela vai acreditar e tomar como verdade aquilo que dizem ou lhe apresentam. Em resumo ela acreditará que é aquilo que dizem que ela é. É como se os pais, nesta época, fossem um grande espelho, pois são eles principalmente que ajudam a criar a imagem da criança. Uma vez que a criança pequena alcança tal autoconsciência, seu comportamento é afetado em uma ampla variedade de maneiras. Crianças pequenas autoconscientes começam a insistir para fazerem coisas sozinhas e mostram uma atitude de propriedade nova em relação a brinquedos ou outros objetos (“É meu. Assim como a expressão de emoções autoconscientes como embaraço, orgulho ou vergonha. Essas emoções não são normalmente expressadas até o final do segundo ano de vida, presumivelmente porque todas elas envolvem algum aspecto de auto avaliação.
As Primeiras autodefinições: Tendo alcançado uma autoconsciência inicial, a criança de idade pré-escolar começa a definir “quem sou eu”. Ela já consegue distinguir o seu sexo, idade e consegue lidar com rotinas. Gradualmente entende o seu lugar na rede de papeis familiares, sabendo quem são seus irmãs, pai e mãe e qual o seu papel nesse roteiro familiar e escolar. Aos 5 a 7 anos, uma criança pode dar uma descrição completa de si mesma. Nessa idade, a criança já tem noções claras de sua própria competência, emoções e expressões. ”. Suas percepções de si mesmas são mais ligadas a contextos e tarefas específicos, é onde podemos compreender melhor o conceito de self emocional.
Self emocional
Segundo a autora, Self emocional é a capacidade de a criança regular suas próprias expressões de emoções. São os controles de impulsos. Às vezes denominado controle inibitório. Durante o período pré-escolar, esse processo de regulação é gradualmente assumido pela criança à medida que proibições e instruções são impostas na sua rotina e por volta dos 5/6 anos, a criança evolui no controle da intensidade das suas expressões de sentimentos. Como sorrir socialmente, mesmo quando não está feliz ou controlar a raiva afim de não agredir ou magoar o outro, pois essa criança já tem um senso de que causará um sofrimento a outra pessoa e de regras sociais, como não bater. A desenvolvimentalista Nancy Eisenberg afirma que a regulação da emoção é a base sobre a qual todo o repertório de habilidades sociais de uma criança é construído (Eisenberg, Hofer e Vaughan, 2007). Ou seja, O processo de adquirir controle emocional é um processo no qual o controle passa lentamente dos pais para a criança. expectativas dos pais baseadas na idade e comportamentos parentais também são importantes. Durante as idades de 3 a 6 anos, as crianças internalizam esses padrões e essas expectativas parentais e assumem mais a tarefa de controle para si mesmas. Um criança em idade pre-escolar precisam de mais distrações ou compensações para controlar o seu emocional, já uma criança mais velha atendem as instruções verbais, em vez de controle físico, para ajudá-las a controlar seu comportamento.
Além do comportamento dos pais, a forma como eles expressam suas próprias emoções está relacionada à capacidade de seus filhos de regular as emoções. Geralmente, pais muito expressivos de suas emoções negativas tendem a ter filhos que controlam mal seus sentimentos negativos. Interessante, também, é o achado de que expressividade emocional positiva nos pais não prediz autorregulação emocional dos filhos tão consistentemente quanto expressividade emocional negativa.
Autoconceito na idade escolar: Durante os primeiros anos do ensino fundamental, o autoconceito concreto gradualmente muda para autodefinição mais abstrata, mais comparativa, mais generalizada. Se torna mais complexa, mais comparativa, menos ligada a aspectos externos e mais foco em sentimentos e ideias. A criança em idade escolar começa a ver suas próprias características e as de outras pessoas como relativamente estáveis e, pela primeira vez, desenvolve um sentido de seu próprio valor. As autoavaliações cada vez mais comparativas são particularmente visíveis no contexto escolar. Crianças de jardim de infância e de 1a série prestam relativamente pouca atenção nas ações e aparências do outro, Já na 3a série, as crianças começam a perceber com mais atenção os seus colegas e seus autojulgamentos começam a incluir elementos tanto positivos quanto negativos.
Autoconceito e identidade na adolescência: O termo raça é usualmente utilizado por Phinney para diferenciar grupos de pessoas, com base nas características físicas que estas apresentam. constituindo o resultado de uma categorização social baseada em certos aspectos que permitem distinguir e agrupar os indivíduos, com o intuito de manter uma hierarquia social e política. Phinney e Rosenthal, referem a auto-identificação como membro de um grupo, sentimentos de pertença e de compromisso com um grupo, atitudes positivas ou negativas perante o grupo, sentimento de partilha de atitudes e valores, tradições e práticas étnicas específicas como a língua, comportamentos e costumes que englobam por exemplo a linguagem, relações de amizade, religião, preferências alimentares e costumes tradicionais. Phinney e Rosenthal propõe que o desenvolvimento de uma identidade étnica completa atravessa três estágios turbulentos durante a adolescência. São eles:
Etapa 1: Identidade étnica não examinada: Adolescentes e adultos que não foram expostos a questões de identidade étnica podem estar no primeiro estágio, uma identidade étnica não examinada. Isto é muitas vezes caracterizado por uma preferência pela cultura dominante, ou quando o indivíduo deu pouca atenção à questão da sua herança étnica. Isto é semelhante à difusão no modelo de identidade de Márcia. Também estão incluídos neste grupo aqueles que adoptaram a etnia dos seus pais e outros membros da família com pouca consideração pelas questões em si, semelhante ao estatuto de execução hipotecáriade Márcia;
Etapa 2: Busca da identidade étnica: Adolescentes e adultos que exploram os costumes, a cultura e a história do seu grupo étnico estão na fase de busca da identidade étnica, semelhante ao estado de moratória de Márcia (Phinney, 1990). Muitas vezes, algum acontecimento “desperta” o adolescente ou adulto para sua etnia; seja uma experiência pessoal de preconceito, um caso de destaque na mídia ou mesmo um evento mais positivo que reconheça a contribuição de alguém da etnia do indivíduo. Adolescentes e adultos nesta fase irão mergulhar na sua cultura étnica. Para alguns, “pode levar à rejeição dos valores da cultura dominante”;
Autoestima com o passar do tempo: 
Etapa 3: Identidade étnica alcançada: Aqueles que exploraram activamente a sua cultura provavelmente terão uma apreciação e compreensão mais profundas da sua herança étnica, levando ao progresso em direcção a uma identidade étnica alcançada (Phinney, 1990). Uma identidade étnica alcançada não implica necessariamente que o indivíduo esteja altamente envolvido nos costumes e valores da sua cultura étnica. Pode-se confiar na própria identidade étnica sem querer manter a língua ou outros costumes.
Naturalmente, a busca por identidade é afetada por normas culturais. É provável que o conflito pais-adolescente seja comum
Autoestima
Susan Heart, define autoestima como uma avaliação global do próprio valor; um aspecto do autoconceito. O desenvolvimento da autoestima é construído a medida que as crianças desenvolvem julgamentos de auto competência, e criam para si mesmas uma auto avaliação. Susan Harter propõe em sua pesquisa, 
Meninos e meninos tem aptidões e a partir das suas escolhas, como a prática de esportes, podem ser fatores de autoestima de acordo com suas habilidades e realizações. Assim, a medida que as autoavaliações do próprio valor vão surgindo, é referida como autoestima. De acordo com Susan Harter, o nível de autoestima de cada criança é produto de suas avaliações internas. 
 Primeiro, toda criança experimenta algum grau de discrepância entre o que ela gostaria de
ser e o que ela acha que é – uma lacuna entre seu self ideal e o que ela percebe como sendo seu self real (Harter, 2006a). Quando essa discrepância é pequena, a autoestima da criança é geralmente alta. Quando a discrepância é grande – quando a criança se vê como fracassando no alcance de seus próprios objetivos e valores – a autoestima é muito mais baixa. Problemas ocorrem quando a criança percebe que o apoio dos pais depende do bom desempenho em alguma área. Mas, de um modo geral, segundo a proposta de Susan, a autoestima é produto da comparação de uma pessoa de suas qualidades desejadas ou valorizadas com suas qualidades reais
Sexo Biológico e gênero psicológico são comportamentos integrais do self de cada pessoa. É preciso entender sobre as formas como as crianças apredem sobre gênero e pappeis sexuais. 
O que deve ser aprendido: 
Cognitivo: A criança deve aprender a natureza da própria categoria do sexo e do gênero, como por exemplo: ser menino ou menina não se altera devido ao uso de roupas ou comprimento do cabelo. Isso é conceito de gênero.
Social: A criança precisa aprender qual comportamento combina com seu gênero dentro da sua cultura particular 
O entendimento de gênero progride junto com o seu entendimento geral do mundo. Sendo assim, o comportamento típico do sexo é exibido por uma criança dentro da expectativa cultural definidas para o gênero daquela pessoa. 
O conceito de gênero é o entendimento total de que o gênero é constante e permanente, inalterado pela aparência. O entendimento de gênero de uma criança progride em paralelo ao seu entendimento geral do mundo e envolve uma sequência de estágios. O primeiro está é a identidade de gênero, que é a capacidade de uma criança rotular seu próprio sexo corretamente e identificar o de outras pessoas.

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