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Atividade 1 - Bem estar - Saúde Coletiva 51/2024 A complexidade do processo saúde e doença acarretou o surgimento de diferentes modelos explicativos, sendo um deles a História Natural da Doença. De modo geral, esse modelo definido por Leavell e Clark destaca o entendimento da saúde como um processo que sofre influência das ações de prevenção sobre as doenças. Assim, são destaque os procedimentos e ações promotoras de saúde e de prevenção de doenças aplicadas ao indivíduo que possuem consequências benéficas. Segundo a proposta de Leavell e Clark, a saúde está relacionada com a estrutura de tríade ecológica: agente, hospedeiro e meio ambiente. Além disso, esse modelo originou novos métodos de prevenção e controle de doenças na população. Sobre o modelo explicativo exposto, responda: 1) Explique cada fase do modelo da história natural da doença, e cite a qual nível de prevenção corresponde a cada uma delas. R: O modelo da história natural da doença acompanha o desenvolvimento de uma doença, desde sua origem até o desfecho, dividindo-o em três fases: pré- patogênese, patogênese e resolução. Cada fase está associada a um nível de prevenção: primária, secundária e terciária. A prevenção primária visa evitar o contato com o agente causador ou reduzir a sua influência, enquanto a secundária busca o diagnóstico e tratamento precoces. Modelo da História Natural da Doença e Níveis de Prevenção O modelo da história natural da doença, proposto por Leavell e Clark em 1965, descreve as diferentes fases do desenvolvimento de uma doença, desde sua origem até o desfecho. O modelo também apresenta três níveis de prevenção que visam controlar e prevenir doenças em diferentes momentos do seu curso natural. Fases do Modelo da História Natural da Doença: 1. Período Pré-patogênese: Ausência de doença: O indivíduo está saudável e não apresenta sinais ou sintomas da doença. Agente causal: O agente causador da doença está presente no ambiente, mas ainda não entrou em contato com o hospedeiro suscetível. Fatores de risco: Fatores que aumentam a chance de desenvolver a doença estão presentes no ambiente ou no indivíduo. Nível de Prevenção: Primária Ações: Promoção da saúde: medidas que visam melhorar o bem-estar geral da população, como alimentação saudável, prática de atividade física, educação em saúde e saneamento básico. Proteção específica: medidas que visam proteger indivíduos suscetíveis da exposição ao agente causal, como vacinação, uso de medicamentos profiláticos e controle de vetores. 2. Período Patogênese: Doença subclínica: O agente causal já entrou em contato com o hospedeiro e está provocando alterações no organismo, mas ainda não há sinais ou sintomas aparentes da doença. Doença clínica: Sinais e sintomas da doença se manifestam, indicando que a patogênese está em curso. Nível de Prevenção: Secundária Ações: Diagnóstico precoce: detecção da doença em seus estágios iniciais, quando o tratamento é mais eficaz e a chance de cura é maior. Tratamento imediato e adequado: medidas para eliminar o agente causal, controlar os sintomas e prevenir complicações da doença. Limitação da invalidez: ações para minimizar o impacto da doença na vida do indivíduo e restaurar sua capacidade funcional. 3. Período de Resolução: Cura: A doença é erradicada do organismo e o indivíduo retorna ao estado de saúde. Incapacidade: A doença deixa sequelas que comprometem a capacidade funcional do indivíduo. Morte: O óbito do indivíduo. Nível de Prevenção: Terciária Ações: Reabilitação: medidas para restaurar a capacidade funcional do indivíduo que sofreu sequelas da doença. Paliativos: medidas para aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida de indivíduos com doenças crônicas ou terminais. Promoção da saúde para grupos específicos: ações direcionadas a grupos com maior risco de desenvolver doenças crônicas ou sequelas, como idosos, pessoas com deficiência e portadores de doenças crônicas. 2) Ainda que o modelo mostre a evolução de uma doença e as ações sanitárias para cada fase, ele possui limitações. Qual é a crítica que este modelo recebeu, apesar de suas contribuições? R: O modelo da história natural da doença, apesar de útil para entender a progressão de doenças e organizar ações de saúde, é criticado por ser simplista e linear. As principais críticas se concentram na falta de consideração da multi causalidade das doenças, do contexto social e ambiental, e da importância da prevenção coletiva. Crítica ao Modelo da História Natural da Doença O modelo da história natural da doença, apesar de suas contribuições para a compreensão da progressão de uma doença e a organização de ações sanitárias, foi criticado por ser simplista e linear. Principais críticas: Não considera a multi causalidade das doenças: A doença é resultado de uma complexa interação entre fatores biológicos, sociais e ambientais. O modelo não leva em consideração essa complexidade. Ignora a influência do contexto social e ambiental: O modelo não considera como as condições sociais e ambientais podem influenciar o desenvolvimento e a progressão da doença. Enfatiza a intervenção individual e ignora a prevenção coletiva: O modelo foca na ação individual para prevenir doenças, ignorando a importância de medidas de saúde pública e prevenção coletiva. Visão linear e determinista da doença: O modelo apresenta uma visão simplista da doença como um processo linear e inevitável, ignorando a influência de fatores como estilo de vida e comportamento na progressão da doença. Dificuldade em aplicar o modelo em doenças crônicas: O modelo foi desenvolvido para doenças agudas, mas sua aplicação em doenças crônicas é limitada, pois estas não possuem um curso natural definido. Conclusão: O modelo da história natural da doença é uma ferramenta útil para a compreensão da progressão de uma doença, mas suas limitações devem ser consideradas. É importante considerar a multi causalidade das doenças, a influência do contexto social e ambiental, e a importância da prevenção coletiva para o desenvolvimento de ações de saúde eficazes.
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