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DESCRIÇÃO As caracterizações técnicas das diversas tipologias de vibrações, as fontes das vibrações, o ruído contínuo ou intermitente, o ruído de impacto, as vibrações de corpo inteiro, as vibrações de mãos e braços, os efeitos biológicos e as medidas de controle, pertinentes. PROPÓSITO Haja vista o emprego habitual de máquinas e ferramentas que produzem ruído e vibrações no dia a dia laboral, é de grande importância o estudo desses agentes, objetivando determinar em cada ambiente laboral a tipologia e a respectiva intensidade e, com isso, estabelecer as recomendações de controle dos riscos. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos papel, caneta, uma calculadora científica ou use a calculadora de seu smartphone/computador para a realização das tarefas. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional do ruído contínuo ou intermitente. MÓDULO 2 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional do ruído de impacto. MÓDULO 3 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional da vibração de corpo inteiro. MÓDULO 4 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional da vibração de mãos e braços. INTRODUÇÃO SOM E VIBRAÇÃO. QUAL É A DIFERENÇA? AVISO: orientações sobre unidades de medida. Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. MÓDULO 1 javascript:void(0) Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional do ruído contínuo ou intermitente. LIGANDO OS PONTOS Foto: Shutterstock.com Você sabe o que é ruído contínuo ou intermitente? Conseguiria identificar uma aplicação prática em uma atividade do dia a dia, assim como estabelecer a situação da exposição ocupacional ao ruído? Para entendermos os conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa Automecânica do Chicó, a seguir: A Automecânica do Chicó está legalmente estabelecida na cidade do Rio de Janeiro, na atividade de manutenção e reparação de automóveis. A sede da empresa é constituída de dois pavimentos em alvenaria, com área de aproximadamente 600m², pé-direito de 4,5m, iluminação em lâmpadas fluorescente recobertas com vidro, ventilação natural (portas e janelas) e piso em concreto. Dentre os diversos setores da empresa, aquele que está por ser avaliado, sob o ponto de vista dos agentes de riscos ocupacionais, é o setor de Chapeamento e pintura, porém, inicialmente, serão avaliados apenas os agentes físicos. No setor de Chapeamento (funilaria ou lanternagem) e pintura são desenvolvidas as atividades de lanternagem e pintura, envolvendo: desamassar, lixar, emassar, pintar e polir, assim como a limpeza geral dos automóveis, após os serviços. Para tanto, são empregados os seguintes principais equipamentos: politriz, esmerilhadeira, pistola de pintura, solda elétrica e solda oxiacetilênica, e ferramentas em geral. Cabe ainda destacar que são utilizados os equipamentos de proteção coletiva e, também, os equipamentos de proteção individual pertinentes, sempre com certificados de aprovação (CA), a saber: protetor auricular tipo concha, escudo de proteção, avental e luvas de raspa de couro, óculos de segurança oxiacetilênica, protetor facial, óculos de segurança e equipamentos de proteção respiratória pertinentes. Realizados os trabalhos de análise e avaliação para os agentes físicos, segundo os requisitos da NR 9 — Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, não foram detectadas situações insalubres. Segundo o Relatório de Avaliação da Exposição Ocupacional correspondente, emitido pelos engenheiros de segurança responsáveis pelo serviço, a condição de insalubridade não foi observada na Automecânica do Chicó, haja vista as considerações apresentadas no Relatório em questão, sobre as intensidades avaliadas, os períodos de exposição medidos e a utilização de proteções eficazes, de caráter individual e coletiva, observadas. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. O RUÍDO É O AGENTE FÍSICO MAIS COMUM NAS ORGANIZAÇÕES. PORTANTO, É DE GRANDE IMPORTÂNCIA O ESTUDO DESSE AGENTE, OBJETIVANDO DETERMINAR, EM CADA AMBIENTE LABORAL, A TIPOLOGIA E RESPECTIVA INTENSIDADE E, COM ISSO, ESTABELECER AS RECOMENDAÇÕES DE CONTROLE DOS RISCOS. CONSIDERANDO O DETALHAMENTO SOBRE O AMBIENTE NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA, SOBRE AS ATIVIDADES ALI DESENVOLVIDAS, SOBRE AS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E, AINDA, SOBRE AS PROTEÇÕES DE ORDEM COLETIVA E DE ORDEM INDIVIDUAL EMPREGADAS, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA QUE INDICA EM QUAL ATIVIDADE EXISTE A POSSIBILIDADE DE EXPOSIÇÃO AO RUÍDO DE GRANDE INTENSIDADE. A) Desamassar. B) Emassar. C) Pintar. D) Polir. E) Limpeza geral. 2. PARA OS TRABALHOS EM AMBIENTES RUIDOSOS SÃO INDICADAS VÁRIAS MEDIDAS DE CONTROLE, INCLUINDO OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI). NO CASO DA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ, ESTÃO LISTADOS DIVERSOS EPIS, ALGUNS LIGADOS DIRETAMENTE AO AGENTE DE RISCO RUÍDO. ASSINALE A AFIRMATIVA QUE APRESENTA UM EPI RECOMENDADO, COMO MEDIDA DE CONTROLE DO RISCO, NOS TRABALHOS EM AMBIENTES RUIDOSOS. A) Protetor auricular tipo concha B) Óculos de segurança com lentes filtrantes C) Projeto adequado da instalação D) Capacete E) Avental e luvas de raspa de couro GABARITO 1. O ruído é o agente físico mais comum nas organizações. Portanto, é de grande importância o estudo desse agente, objetivando determinar, em cada ambiente laboral, a tipologia e respectiva intensidade e, com isso, estabelecer as recomendações de controle dos riscos. Considerando o detalhamento sobre o ambiente no setor de chapeamento e pintura, sobre as atividades ali desenvolvidas, sobre as máquinas e equipamentos utilizados e, ainda, sobre as proteções de ordem coletiva e de ordem individual empregadas, assinale a afirmativa correta que indica em qual atividade existe a possibilidade de exposição ao ruído de grande intensidade. A alternativa "A " está correta. Na atividade de chapeamento (funilaria ou lanternagem), normalmente, são empregados ferramentas e equipamentos para desamassar que geram ruídos de grande intensidade e por um longo tempo. 2. Para os trabalhos em ambientes ruidosos são indicadas várias medidas de controle, incluindo os equipamentos de proteção individual (EPI). No caso da AutoMecânica do Chicó, estão listados diversos EPIs, alguns ligados diretamente ao agente de risco ruído. Assinale a afirmativa que apresenta um EPI recomendado, como medida de controle do risco, nos trabalhos em ambientes ruidosos. A alternativa "A " está correta. O emprego de EPI para a proteção auditiva, no ambiente de trabalho, é uma das mais importantes medidas de controle dos riscos dos ambientes laborais, visto que os efeitos danosos do ruído sobre a saúde dos trabalhadores são os mais comuns. 3. VOCÊ JÁ SABE QUE NA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ NÃO FOI OBSERVADA A CONDIÇÃO DE INSALUBRIDADE PARA AGENTES FÍSICOS, NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA. ESSA SITUAÇÃO PERMITE A OFERTA DE UM AMBIENTE DE BOA QUALIDADE PARA A SAÚDE E CONFORTO DOS TRABALHADORES. QUANDO TAL CONDIÇÃO NÃO É GARANTIDA, POR EXEMPLO, PARA O AGENTE RUÍDO, SÃO VÁRIOS OS EFEITOS DANOSOS POSSÍVEIS. QUAIS EFEITOS AUDITIVOS SÃO ESPERADOS? RESPOSTA O ruído afeta o organismo de muitas maneiras, causando prejuízos não apenas ao funcionamento do sistema auditivo, como também comprometendo as atividades física, fisiológica e mental do indivíduo a ele exposto. Os efeitos ao sistema auditivo mais comuns são: trauma acústico – som explosivo instantâneo com pico de pressão sonora que excede 140dB; fadiga auditiva – corresponde a um fenômenotemporário, em que o limiar auditivo retorna ao normal após um período de repouso auditivo; e perda auditiva induzida por ruído (PAIR) – decorrente de um acúmulo de exposições ao ruído, repetidas constantemente, por período de muitos anos. javascript:void(0) O QUE SIGNIFICA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE? RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE Imagem: Shutterstock.com O SOM O som origina-se de vibrações mecânicas de diferentes frequências que se propagam no ar, produzindo uma onda de pressão no meio. Nessa linha, podemos ainda conceituar o som como uma sensação auditiva resultante da propagação de um movimento vibratório em um material elástico. É uma forma de energia do movimento ondulatório que é transmitida pela colisão das moléculas do meio. Imagem: Peixoto e Ferreira, 2013. p. 19. Propagação do som. SAIBA MAIS A frequência do som está relacionada com o número de vibrações na unidade de tempo. Para a vibração ser ouvida, é necessário que a frequência do som esteja entre 16 e 20kHz. RUÍDO Ruído ou barulho é também uma sensação sonora, porém, neste caso, desagradável ou indesejável. O ruído tem características indefinidas de variações de pressão em função da frequência. ATENÇÃO Sob o ponto de vista dos agentes físicos, o ruído, certamente, é o principal desses agentes presentes nos ambientes laborais. Tipos de ruído O ouvido humano percebe as variações de pressão da sucessão de zonas de compressão e de descompressão no tempo do movimento ondulatório. No ouvido externo, os sons são captados, no ouvido médio, são então amplificados e, a seguir, são levados pelo ouvido interno ao cérebro para interpretação. O ruído pode ser classificado em: Extraído de: Peixoto e Ferreira, 2013. p. 43. Gráfico: Ruído contínuo. RUÍDO CONTÍNUO Caracterizado pela pequena variação de intensidade em função do tempo. Segundo a NR 15, o NPS varia de 3dB em mais de 15 minutos. Extraído de: Peixoto e Ferreira, 2013. p. 44. Gráfico: Ruído intermitente. RUÍDO INTERMITENTE Caracterizado pela média variação de intensidade em função do tempo. Segundo a NR 15, o NPS varia de 3dB em mais de 2 segundos e em menos de 15 minutos. Extraído de: Peixoto e Ferreira, 2013. p. 44. Gráfico: Ruído de impacto. RUÍDO DE IMPACTO (OU IMPULSIVO) Caracterizado pela alta variação de intensidade em um intervalo de tempo muito pequeno. Segundo a NR 15, caracterizado pela ocorrência de picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo a intervalos de tempo superiores a 1 segundo. LIMIAR DE AUDIBILIDADE O limiar de audibilidade humana, obtida entre pessoas jovens e sem problemas auditivos, corresponde à pressão de a 1kHz, ou por convenção o dB. SAIBA MAIS Cabe ressaltar que o limiar da dor (sensação dolorosa no ouvido) corresponde a pressão de 200N/m² a 1kHz, que corresponde a 140dB. NÍVEIS DE INTENSIDADES SONORA O som, como conhecemos, é resultado de uma variação de pressão atmosférica. Em sua propagação, o som apresenta níveis de intensidades as quais veremos a seguir. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA O nível de pressão sonora (NPS) é uma medida logarítmica da pressão sonora efetiva de um som em relação ao valor de referência. O NPS é representado pela relação do logaritmo entre a variação da pressão provocada pela vibração e a pressão de referência . NÍVEL DE INTENSIDADE SONORA A intensidade do som representa a quantidade de energia contida no movimento vibratório. O nível de intensidade sonora (NIS) expresso em dB pode ser determinado pela relação do logaritmo da intensidade sonora (energia) que passa por uma área e a intensidade de referência . NÍVEL DE POTÊNCIA SONORA O nível de potência sonora representa a energia acústica produzida por uma fonte sonora por unidade de tempo. O nível de potência sonora (NWS) expresso em Watts pode ser determinado pela relação do 2 × 10−5N/m2 (P) (P0) NPS = 20 log P P0 (I) (I0 = 10 − 12 Watt/m2) NIS = 10 log l l0 logaritmo da potência sonora da fonte e a potência sonora de referência . NÍVEL DE DECIBEL COMPENSADO OU PONDERADO Estudos demonstraram que a resposta do ouvido humano é diferente nas diversas frequências da banda audível. Foram então desenvolvidas curvas de decibéis compensados ou ponderações nas frequências, denominadas A, B, C e D, de modo a simular a resposta do ouvido. Essas curvas de compensação foram introduzidas nos circuitos elétricos dos medidores de nível de pressão sonora. Extraído de: Saliba, 2005, p. 30. Gráfico: Curvas de compensação. EQUIPAMENTOS E PARÂMETROS Analisadores de frequência É um equipamento que se encontra acoplado aos decibelímetros. Este equipamento tem por finalidade indicar a distribuição do som em função da frequência, para que seja possível determinar qual a banda (oitava ou terça) que emite a maior quantidade de energia do som. Calibradores Um calibrador tem por finalidade averiguar o comportamento dos equipamentos, que quantificam o nível da pressão sonora, ou seja, ele verifica como o equipamento responde a determinado estímulo controlado (entre 94Hz e 1.000Hz), de pressão sonora. (W) (W0 = 10−12 Watts) NWS = 10 log W W0 Dose Chamamos de Dose um parâmetro. Esse parâmetro tem por finalidade analisar a porcentagem de energia sonora a qual o trabalhador está exposto. Entende-se como dose máxima a energia sonora diária admitida. Dosímetro de ruído Segundo a NR 01, um medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional ao ruído. Foto: Peixoto e Ferreira, 2013, p. 71 Medidor de nível de pressão sonora integrador com filtro para bandas de frequência e dosímetro de ruído. Incremento de Duplicação de Dose A NHO 01 entende que incremento de Duplicação de Dose (q) é o incremento em decibéis que, quando adicionado a determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução pela metade do tempo máximo permitido. São ainda destacadas pela NHO 01 (2001), as seguintes definições: a) Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT): Corresponde ao valor máximo, acima do qual não é permitida exposição em nenhum momento da jornada de trabalho. b) Medidor Integrador de uso pessoal: Equipamento que pode ser fixado no trabalhador durante o período de medição, fornecendo, por meio de integração, a dose ou o nível médio. c) Medidor Integrador portado pelo avaliador: Equipamento operado pelo avaliador, que fornece, por meio de integração, a dose ou o nível médio. d) Nível Equivalente (Neq): Nível médio que toma por base a equivalência de energia, conhecido como LEQ. e) Nível de Exposição (NE): Nível médio que representa a exposição ocupacional diária. f) Nível de Exposição Normalizado (NEN): Nível de exposição, convertido para uma jornada padrão de 8 horas diárias, para comparação com o limite de tolerância. g) Nível Limiar de Integração (NLI): Nível a partir do qual os valores devem ser considerados na integração, a fim de determinar o nível médio ou a dose de exposição. h) Nível Médio (NM): Nível que representa a exposição ocupacional relativo ao período de medição, que considera os diversos valores de níveis instantâneos ocorridos no período e os parâmetros de medição predefinidos. SAIBA MAIS Correlações entre as terminologias em português e em inglês, destacadas pela NHO 01 (2001): Incremento de Duplicação de Dose (q): Exchange Rate (q ou ER). Limite de Exposição (LE): Threshold Limit Value (TLV). Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT): Threshold Limit Value-Ceiling (TLV-C). Nível Equivalente (Neq): Equivalent Level (Leq). Nível Médio (NM): Average Level (Lavg ou TWA). Nível Limiar de Integração (NLI): Threshold Level (TL). EFEITOS DO RUÍDO SOBRE O ORGANISMO Imagem: Shutterstock.com O ruído afeta o organismo de muitas maneiras, causando prejuízos não apenas ao funcionamento do sistema auditivo como também comprometendo as atividades física, fisiológica e mental do indivíduo. Os efeitos ao sistema auditivo mais comuns são os seguintes: TRAUMA ACÚSTICO Som explosivo instantâneocom pico de pressão sonora que excede 140dB. FADIGA AUDITIVA Corresponde a um fenômeno temporário, em que o limiar auditivo retorna ao normal após um período de repouso auditivo. PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO (PAIR) Decorrente de um acúmulo de exposições ao ruído, repetidas constantemente, por período de muitos anos. Cabe ainda destacar os efeitos não auditivos mais observados: Transtornos da Habilidade de Executar Atividades Transtornos Neurológicos Transtornos Vestibulares Transtornos Digestivos Transtornos Cardiovasculares Transtornos Hormonais Transtornos do Sono Transtornos Comportamentais AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL NR 15 Segundo a NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, em seu Anexo I, o limite de exposição estabelecido para oito horas de trabalho diárias, sob exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente, é de 85dB(A), o que corresponde a uma dose de 100%, o incremento de dose (q) igual a 5 e o nível limiar de integração igual a 80dB (A). Cabe ainda salientar que o Limite de Exposição Valor Teto para o ruído contínuo ou intermitente é de 115dB(A). A seguir, vemos um resumo da NR 15 (Anexo I) orientado pela sequência do documento original: ENTENDE-SE POR RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE, PARA OS FINS DE APLICAÇÃO DE LIMITES DE TOLERÂNCIA, O RUÍDO QUE NÃO SEJA RUÍDO DE IMPACTO. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibel (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Imagem: Peixoto e Ferreira, 2013, p. 75. Trabalhador com equipamento. ATENÇÃO Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário, será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado. Não é permitida a exposição a níveis de ruído acima de 115dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. Se, durante a jornada de trabalho, ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico. – Máxima exposição diária permissível nesse nível. ATENÇÃO As atividades ou as operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído contínuo ou intermitente, superiores a 115dB (A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente. São os seguintes os tempos de exposição máximos diários aos níveis de ruído: Nível de ruído db (A) Exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos + + … … … . . + C1 T1 C2 T2 Cn Tn Cn Tn Nível de ruído db (A) Exposição diária permissível 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Tabela: Exposição máxima diária. Extraída de: Anexo I, NR 15, 2020. AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO - NHO 01 A avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente, segundo a NHO 01 (2001), pode ser feita por meio da determinação da dose diária de ruído ou do nível de exposição. Tais parâmetros são equivalentes, tornando possível, a partir de um, obter-se o outro, como demonstrado a seguir: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Nível de exposição. - Dose diária de ruído em porcentagem. - Tempo de duração em minutos da jornada diária do trabalho. ATENÇÃO Em ambos os casos, devem ser utilizados preferencialmente medidores integradores de uso individual. Veja a seguir como é realizada a avaliação de exposição diária e por nível: Avaliação quantitativa individual de exposição ao ruído diário Na avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou intermitente por meio da dose diária utilizando medidor integrador de uso pessoal, o critério de referência que embasa os limites de exposição diária adotados para ruído contínuo ou intermitente corresponde a uma dose de 100% para exposição de 8 horas ao nível de 85dB (A). NE = 10 × log( × )+85(dB)480 TE D 100 D = × 100 × 2 ( ) (%)TE 480 NE−85 3 NE D TE O critério de avaliação considera, além do critério de referência, o incremento de duplicação de dose (q) igual a 3, e o nível limiar de integração igual a 80dB (A). De acordo com esse critério, o limite de exposição ocupacional diária ao ruído contínuo ou intermitente corresponde à dose diária igual a 100%. Avaliação quantitativa de exposição ao ruído por nível Na avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou intermitente por meio do nível de exposição, deve-se considerar o Nível de Exposição (NE) como sendo o Nível Médio (NM), representativo da exposição diária do trabalhador avaliado. Para comparação com o limite de tolerância, deve-se determinar o Nível de Exposição Normalizado (NEN), que corresponde ao Nível de Exposição (NE) convertido para a jornada padrão de 8 horas diárias, que é determinado pela seguinte expressão: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Nível médio representativo da exposição ocupacional diária. – Tempo de duração em minutos da jornada diária de trabalho. ATENÇÃO De acordo com esse critério, o limite de tolerância ocupacional diária ao ruído corresponde a NEN igual a 85dB (A), e o Limite de Exposição Valor Teto para ruído contínuo ou intermitente é de 115dB (A). Para esse critério, considera-se nível de ação o valor NEN igual a 82dB (A). Avaliação quantitativa individual por meio do medidor integrador portado pelo avaliador Na indisponibilidade do medidor integrador de uso pessoal, poderão ser utilizados outros tipos de medidores não fixados no trabalhador, nesse caso, a dose poderá ser determinada pela seguinte expressão: NEN = NE + 10 × log (dB)TE 480 NE TE D =( + + … … … . . + )×100 (%) C1 T1 C2 T2 Cn Tn Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Dose diária de ruído. – Tempo real de exposição a um nível específico (NPS). – Duração total permitida a esse nível (NPS). De acordo com esse critério, o limite de tolerância ocupacional diária ao ruído contínuo ou intermitente corresponde à dose diária igual a 100%. ATENÇÃO Caso a dose diária esteja entre 50% e 100%, a exposição deve ser considerada acima do nível de ação, devendo ser adotadas medidas preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos à audição do trabalhador. Exposição a um único nível de ruído Quando a exposição for a um único nível de ruído, o cálculo da dose diária é feito utilizando a expressão: Em que: – Dose diária de ruído. – Tempo real de exposição a um nível específico (NPS). – Duração total permitida a esse nível (NPS). Da mesma maneira, de acordo com esse critério, o limite de tolerância ocupacional diária ao ruído contínuo ou intermitente corresponde à dose diária igual a 100%. ATENÇÃO Caso a dose diária esteja entre 50% e 100%, a exposição deve ser considerada acima do nível de ação, devendo ser adotadas medidas preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições D Cn Tn D =( )×100 (%)C1 T1 D C1 T1 ao ruído causem prejuízos à audição do trabalhador. DIVERGÊNCIAS ENTRE A NR 15 E A NHO 01 Como pode ser observado, existem divergências significativas entre a NR 15 e a NHO 01. Paraminimizar esse conflito, o INSS publicou a Instrução Normativa IN 45/2010, que prevê em seu artigo 239 que, na avaliação da exposição ocupacional ao ruído, devem ser utilizados: OS LIMITES DE TOLERÂNCIA DEFINIDOS NO QUADRO ANEXO I, DA NR 15. AS METODOLOGIAS E OS PROCEDIMENTOS DEFINIDOS, NA NHO 01, DA FUNDACENTRO. EXEMPLOS NUMÉRICOS DE UTILIZAÇÃO DAS NORMAS a) Caracterize a exposição, utilizando as fórmulas da NR 15 e da NHO 01, a seguir: NR 15 >> NHO 01 >> Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Lavg = 85 + [16,61. log(Dose)] Leq = 85 + [10. log(Dose)] Durante uma jornada de trabalho de 8 horas, foram encontrados os seguintes resultados para quatro dosimetrias realizadas em quatro locais diferentes, a saber: Dose % (para o tempo de medição) Tempo de dosimetria 40 2 horas 30 2 horas e 30 minutos 25 2 horas e 30 minutos 30 1 hora RESOLUÇÃO Como o somatório das doses para 8 horas 40+30+25+30=125 (125% ou 1,25) resultou em um valor superior a 100% ou a 1, considera-se ultrapassado o limite de tolerância! Para a determinação do valor em dB(A) correspondente a essa dose, temos: NR 15 >> NHO 01 >> Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal b) Determine a dose resultante da exposição a um nível de 85dB (A) durante um período de 8 horas: NR 15 >> Lavg = 85 + [16,61 × log(1,25)] = 86,61 dB(A) Leq = 85 + [10 × log(1,25)] = 85,97 dB(A) Dose(%)= TE 8×100×2 ( Lavg −85 ) 5 NHO 01 >> Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Dose com valor em %. – Tempo de exposição em horas. – Nível médio equivalente para 8 horas em dB (A). RESOLUÇÃO NR 15 >> NHO 01 >> Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O RUÍDO CONTÍNUO É CARACTERIZADO PELA PEQUENA VARIAÇÃO DE INTENSIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO. ASSINALE A AFIRMATIVA QUE DESCREVE A VARIAÇÃO DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA – NPS, NO TEMPO. A) O NPS varia de 3dB em mais de 2 segundos e em menos de 15 minutos. B) O NPS tem picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo a intervalos de tempo superiores a 1 segundo. Dose(%)= TE 8×100×2 ( Leq −85 ) 3 Dose(%) TE Lavg / Leq Dose(%)= = 100%8 8×100×2 ( Lavg −85 ) 5 Dose(%)= = 100%8 8×100×2 ( Leq −85 ) 3 C) O NPS tem picos de energia acústica de duração superior a 1 segundo a intervalos de tempo superiores a 15 segundos. D) O NPS varia de 3dB em mais de 1 segundo e em menos de 10 minutos. E) O NPS varia de 3dB em mais de 15 minutos. 2. SÃO DESTACADAS PELA NHO 01 (2001) VÁRIAS CORRELAÇÕES ENTRE AS TERMINOLOGIAS EM PORTUGUÊS E EM INGLÊS NECESSÁRIAS AO BOM DESEMPENHO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO. ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA: A) Incremento de Duplicação de Dose (q) e Threshold Limit Value (TLV). B) Limite de Exposição (LE) e Exchange Rate (q ou ER). C) Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT) e Equivalent Level (Leq). D) Nível Equivalente (Neq) e Exchange Rate (q ou ER). E) Nível Médio (NM) e Average Level (Lavg ou TWA). GABARITO 1. O Ruído contínuo é caracterizado pela pequena variação de intensidade em função do tempo. Assinale a afirmativa que descreve a variação do nível de pressão sonora – NPS, no tempo. A alternativa "E " está correta. O NPS varia de 3dB em um período superior a 15 minutos, no caso de ruídos contínuos, e apresenta uma variação maior ou igual a 3dB, para um período inferior a 15 minutos. 2. São destacadas pela NHO 01 (2001) várias correlações entre as terminologias em português e em inglês necessárias ao bom desempenho do profissional de saúde e segurança do trabalho. Assinale a afirmativa correta: A alternativa "E " está correta. O Nível Médio (NM), em português, é equivalente ao Average Level (TWA ou LAVG), em inglês. MÓDULO 2 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional do ruído de impacto LIGANDO OS PONTOS Foto: Shutterstock.com Você sabe o que é ruído de impacto? Conseguiria identificar uma aplicação prática em uma atividade do dia a dia, assim como estabelecer a situação da exposição ocupacional ao ruído? Para entendermos os conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa Automecânica do Chicó, a seguir: A Automecânica do Chicó está legalmente estabelecida na cidade do Rio de Janeiro, na atividade de manutenção e reparação de automóveis. A sede da empresa é constituída de dois pavimentos em alvenaria, com área de aproximadamente 600m², pé-direito de 4,5m, iluminação em lâmpadas fluorescente recobertas com vidro, ventilação natural (portas e janelas) e piso em concreto. Dentre os diversos setores da empresa, aquele que está por ser avaliado, sob o ponto de vista dos agentes de riscos ocupacionais, é o setor de Chapeamento e pintura, porém, inicialmente, serão avaliados apenas os agentes físicos. No setor de Chapeamento (funilaria ou lanternagem) e pintura são desenvolvidas as atividades de lanternagem e pintura, envolvendo: desamassar, lixar, emassar, pintar e polir, assim como a limpeza geral dos automóveis, após os serviços. Para tanto, são empregados os seguintes principais equipamentos: politriz, esmerilhadeira, pistola de pintura, solda elétrica e solda oxiacetilênica, e ferramentas em geral. Cabe ainda destacar que são utilizados os equipamentos de proteção coletiva e, também, os equipamentos de proteção individual pertinentes, sempre com certificados de aprovação (CA), a saber: protetor auricular tipo concha, escudo de proteção, avental e luvas de raspa de couro, óculos de segurança oxiacetilênica, protetor facial, óculos de segurança e equipamentos de proteção respiratória pertinentes. Realizados os trabalhos de análise e avaliação para os agentes físicos, segundo os requisitos da NR 9 — Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, não foram detectadas situações insalubres. Segundo o Relatório de Avaliação da Exposição Ocupacional correspondente, emitido pelos engenheiros de segurança responsáveis pelo serviço, a condição de insalubridade não foi observada na Automecânica do Chicó, haja vista as considerações apresentadas no Relatório em questão, sobre as intensidades avaliadas, os períodos de exposição medidos e a utilização de proteções eficazes, de caráter individual e coletiva, observadas. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. O RUÍDO É O AGENTE FÍSICO MAIS COMUM NAS ORGANIZAÇÕES. PORTANTO, É DE GRANDE IMPORTÂNCIA O ESTUDO DESSE AGENTE, OBJETIVANDO DETERMINAR, EM CADA AMBIENTE LABORAL, A TIPOLOGIA E RESPECTIVA INTENSIDADE E, COM ISSO, ESTABELECER AS RECOMENDAÇÕES DE CONTROLE DOS RISCOS. CONSIDERANDO O DETALHAMENTO SOBRE O AMBIENTE NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA, SOBRE AS ATIVIDADES ALI DESENVOLVIDAS, SOBRE AS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E, AINDA, SOBRE AS PROTEÇÕES DE ORDEM COLETIVA E DE ORDEM INDIVIDUAL EMPREGADAS, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA QUE INDICA O TIPO DE RUÍDO GERADO DURANTE A ATIVIDADE DE DESAMASSAR. A) De impacto. B) Contínuo. C) Intermitente. D) Contínuo e intermitente. E) Contínuo e de impacto. 2. PARA OS TRABALHOS EM AMBIENTES RUIDOSOS, SÃO INDICADAS VÁRIAS MEDIDAS DE CONTROLE, INCLUINDO AÇÕES NA FONTE, NO MEIO DE TRANSMISSÃO DO SOM E NO HOMEM. ASSINALE A AFIRMATIVA QUE APRESENTA UMA MEDIDA DE CONTROLE, APLICÁVEL AO MEIO DE TRANSMISSÃO DO SOM. A) Refúgios de ruído. B) Óculos de segurança com lentes filtrantes. C) Projeto adequado da instalação. D) Isolamento a distância ou no local (segregação ou enclausuramento). E) Exame otológico admissional. GABARITO 1. O ruído é o agente físico mais comum nas organizações. Portanto, é de grande importância o estudo desse agente, objetivando determinar, em cada ambiente laboral, a tipologia e respectiva intensidade e, com isso, estabelecer as recomendações de controle dos riscos. Considerando o detalhamentosobre o ambiente no setor de chapeamento e pintura, sobre as atividades ali desenvolvidas, sobre as máquinas e equipamentos utilizados e, ainda, sobre as proteções de ordem coletiva e de ordem individual empregadas, assinale a afirmativa correta que indica o tipo de ruído gerado durante a atividade de desamassar. A alternativa "A " está correta. Na atividade de chapeamento (funilaria ou lanternagem), normalmente são empregadas ferramentas para desamassar, que geram ruídos de grande intensidade e de curta duração, o que está associado à tipologia do ruído de impacto. 2. Para os trabalhos em ambientes ruidosos, são indicadas várias medidas de controle, incluindo ações na fonte, no meio de transmissão do som e no homem. Assinale a afirmativa que apresenta uma medida de controle, aplicável ao meio de transmissão do som. A alternativa "A " está correta. No meio de transmissão do som, são aplicáveis: absorção do som (barreiras, tratamento acústico etc.) e refúgios de ruído(console central enclausurado). 3. VOCÊ JÁ SABE QUE NA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ NÃO FOI OBSERVADA A CONDIÇÃO DE INSALUBRIDADE PARA AGENTES FÍSICOS, NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA. ESSA SITUAÇÃO PERMITE A OFERTA DE UM AMBIENTE DE BOA QUALIDADE PARA A SAÚDE E CONFORTO DOS TRABALHADORES. QUANDO TAL CONDIÇÃO NÃO É GARANTIDA, POR EXEMPLO, PARA O AGENTE RUÍDO, SÃO VÁRIOS OS EFEITOS DANOSOS POSSÍVEIS. QUAIS EFEITOS NÃO AUDITIVOS SÃO ESPERADOS? RESPOSTA O ruído afeta o organismo de muitas maneiras, causando prejuízos não apenas ao funcionamento do sistema auditivo, como também comprometendo as atividades física, fisiológica e mental do indivíduo a ele exposto. Os efeitos não auditivos mais observados são: transtornos da habilidade de executar atividades; transtornos neurológicos; transtornos vestibulares; transtornos digestivos; transtornos cardiovasculares; transtornos hormonais; transtorno do sono; e transtornos comportamentais. javascript:void(0) O QUE É RUÍDO DE IMPACTO? RUÍDO DE IMPACTO Imagem: Shutterstock.com NR 15 Segundo a NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, Anexo 1, na avaliação da exposição ocupacional ao ruído de impacto, devem ser atendidos os seguintes aspectos: Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibel (dB), com medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de exposição para ruído de impacto será de 130dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (Fast) e circuito de compensação “C”. Nesse caso, o limite de exposição será de 120dBC. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores sem proteção adequada a níveis de ruído de impacto superiores a 140dB (Linear), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130dB (C), medidos no circuito de resposta rápida (Fast), oferecerão risco grave e iminente. AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO - NHO 01 (2001) O TEXTO A SEGUIR É UM RESUMO DA NHO 01 (2001), PARA A AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO DE IMPACTO, E TEM A ORIENTAÇÃO DO DOCUMENTO ORIGINAL. A determinação da exposição ao ruído de impacto ou impulsivo deve ser feita por meio de medidor de nível de pressão sonora operando em (Linear) e circuito de resposta para medição de nível de pico. Nesse critério, o limite de exposição diária ao ruído de impacto é determinado pela expressão a seguir: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Nível de pico, em dB (Lin), máximo admissível. – Número de impactos ou impulsos ocorridos durante a jornada diária de trabalho. A tabela a seguir, obtida com base na expressão anterior, apresenta a correlação entre os níveis de pico máximo admissíveis e o número de impactos ocorridos durante a jornada diária de trabalho, extraída a partir da expressão de determinação do limite de exposição diária ao ruído de impacto. 120 10.000 127 1.995 134 398 121 7.943 128 1.584 135 316 122 6.309 129 1.258 136 251 123 5.011 130 1.000 137 199 124 3.981 131 794 138 158 125 3.162 132 630 139 125 126 2.511 133 501 140 100 Np = 160– 10 Log(n) Np N Np n Np n Np n Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela: Níveis de pico máximo admissíveis em função do número de impactos. Extraída de: NHO 01. Quando o número de impactos ou de impulsos diários exceder 10.000 (n > 10.000), o ruído deverá ser considerado como contínuo ou intermitente. O Limite de Tolerância Valor Teto para ruído de impacto corresponde ao valor de nível de pico de 140 dB (Lin). O nível de ação para a exposição ocupacional ao ruído de impacto corresponde ao valor Np obtido na expressão acima, subtraído de 3 decibéis. Na ocorrência simultânea de ruído contínuo ou intermitente e ruído de impacto, a exposição ocupacional estará acima do limite de exposição quando pelo menos o limite para um dos tipos de ruído for excedido. ATENÇÃO Não é permitida a exposição a ruídos de impacto ou impulsivos com níveis de pico superiores a 140dB para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. Procedimentos específicos de medição de ruído de impacto Foto: Adobe Stock Ainda segundo a NHO 01, devem ser adotados os seguintes procedimentos: Realize os ajustes preliminares no equipamento e sua calibração, com base nas instruções do manual de operação e parâmetros especificados. Mantenha o microfone do medidor dentro da zona auditiva do trabalhador e posicione-se de forma a minimizar a interferência na medição. Acompanhe toda a movimentação do trabalhador no exercício de suas funções, de forma a manter o microfone posicionado dentro da zona auditiva, durante todo o período de medição. Efetue medições em número suficiente para determinar os níveis de impacto a que fica submetido o trabalhador avaliado. Determine o número de impactos por dia a que fica exposto o trabalhador avaliado. O número de impactos e os níveis medidos em um período menor que a jornada diária de trabalho poderão ser extrapolados para toda a jornada, desde que o período avaliado seja representativo de toda a exposição do trabalhador. Interpretação dos resultados A NHO 01 estabelece a seguinte sequência para a interpretação dos resultados: ULTRAPASSAGEM DO NÍVEL DE PICO PICO SUPERIOR A 140DB PICO ESTIVER ENTRE ( ) E ULTRAPASSAGEM DO NÍVEL DE PICO Sempre que o nível de pico ultrapassar o nível máximo permitido – , calculado para o número de impactos a que o trabalhador está exposto em sua jornada diária de trabalho, o limite de exposição estará excedido e exigirá a adoção imediata de medidas de controle. PICO SUPERIOR A 140DB Não é permitida exposição a ruídos de impacto ou impulsivos com níveis de pico superiores a 140dB para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. PICO ESTIVER ENTRE ( ) E Se o nível de pico estiver entre ( ) e , a exposição deve ser considerada acima do nível de ação, devendo ser adotadas medidas preventivas para minimizar a probabilidade de que as exposições ao ruído ultrapassem o limite de exposição. Relatório A NHO 01 recomenda que, no relatório técnico, sejam abordados, no mínimo, os aspectos a seguir apresentados, de forma que possibilite a compreensão, por leitor qualificado, sobre o trabalho desenvolvido e a documentação dos aspectos da presente Norma que foram utilizados no estudo: Introdução, incluindo objetivos do trabalho, justificativa e datas ou períodos em que foram desenvolvidas as avaliações. Np– 3 Np Np Np– 3 Np Np– 3 Np Critério de avaliação adotado. Instrumental utilizado. Metodologia de avaliação. Descrição das condições de exposição avaliadas. Dados obtidos. Interpretação dos resultados. MEDIDAS DE CONTROLE DA EXPOSIÇÃOAO RUÍDO Foto: Adobe Stock Sempre que as avaliações indicarem que os níveis de pressão sonora estão acima do nível de ação devem ser aplicadas as medidas de controle a fim de eliminar ou minimizar o risco associado. Na fonte: Eliminação ou atenuação do ruído na fonte (troca ou manutenção). Isolamento a distância ou no local (segregação ou enclausuramento). Organização do trabalho (concentração de máquinas ruidosas). No meio de transmissão do som: Absorção do som (barreiras, tratamento acústico etc.). Refúgios de ruído – console central enclausurado. No trabalhador: Exame otológico admissional. Exame audiométrico periódico. Rotatividade na função. Isolamento dos trabalhadores com problemas ou afastamento deles em operações ruidosas. EPI. ATENÇÃO Os protetores auriculares, para serem eficazes, devem ser usados de forma correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela capacidade de atenuação; o uso permanente do protetor garante a eficácia da proteção, e os protetores devem ser capazes de reduzir a intensidade do ruído abaixo do limite de tolerância. Protetores auditivos São dois os tipos de protetores auditivos mais usuais: o protetor do tipo concha e o de inserção. Protetor auditivo tipo concha São constituídos por duas conchas de material plástico com bordas almofadadas. Tem como vantagens a simplicidade e a rapidez na utilização, o tamanho único e são fáceis de higienizar. Como principal desvantagem, temos a utilização em ambientes quentes. Foto: Shutterstock.com Protetor auricular tipo concha. Protetor auditivo de inserção moldável ou pré-moldado Protetor pré-moldado O protetor pré-moldado é constituído de três flanges geralmente em silicone medicinal para a inserção no canal auditivo. Tem a aplicação indicada quando necessário o uso de outros EPI de forma simultânea. Tem como vantagens o tamanho reduzido para guarda e transporte, e são relativamente confortáveis mesmo em ambientes quentes. Como principal desvantagem, temos a necessária e a permanente higienização. Protetor de inserção moldável O protetor de inserção moldável é fabricado em espuma moldável, o que permite a adaptação a qualquer tamanho de canal auditivo. Tem a aplicação indicada quando necessário o uso de outros EPIs de forma simultânea. Tem como vantagens o tamanho reduzido para guarda e transporte, e são relativamente confortáveis mesmo em ambientes quentes. Como principais desvantagens, temos o fato da necessária e permanente higienização, assim como de não poder sofrer manutenção. Foto: Shutterstock.com Protetor auricular de inserção. RUÍDO EQUIVALENTE RESULTANTE NA REGIÃO DA AUDIÇÃO Para a determinação do nível sonoro no ouvido protegido do trabalhador, basta a realização da operação de diferença entre o Leq medido pela atenuação que está preconizada pelo fabricante ( – Nível de Redução do Ruído Subject Fit, que é obtido em testes de laboratório com ouvintes não habituais). Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Ruído resultante no ouvido protegido. – Ruído equivalente resultante na região da audição. – Atenuação do protetor. NRRsf dB(A) = Leq– NRRsf dB(A) Leq NRRsf PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA - PCA A ordem de serviço do INSS nº 608, de 1998, apresenta os aspectos técnicos para identificar a perda auditiva induzida por ruído ocupacional (PAIRO), assim como recomenda a obrigatoriedade de implementação pelo empregador de um programa de conservação auditiva (PCA). Esse programa é composto por uma série de medidas administrativas e de controle do risco que devem ser implementadas em toda a empresa, que detectou, em suas ações de levantamentos das condições ambientais, níveis de pressão sonora elevados. O programa de conservação auditiva deve contemplar os seguintes aspectos: Avaliação dos níveis de ruído no ambiente ocupacional e construção do mapa do ruído. Adoção de medidas administrativas e de engenharia. Exames audiométricos periódicos. Supervisão e treinamento. Compromisso da administração em implementar o PCA. Documentação de todas as atividades. Auditoria interna do programa. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES, EM SEU ANEXO 1, RECOMENDA QUE, NA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO DE IMPACTO, DEVEM SER ATENDIDOS UMA SÉRIE DE ASPECTOS. ASSINALE A AFIRMATIVA QUE APRESENTA UM DESSES ASPECTOS, DE FORMA CORRETA. A) Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibel (dB), com medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta lenta. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. B) O limite de exposição para ruído de impacto será de 130dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído de impacto. C) Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (Fast) e circuito de compensação “C”. Nesse caso, o limite de exposição será de 140dB (C). D) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores sem proteção adequada a níveis de ruído de impacto superiores a 120dB (Linear), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130dB (C), medidos no circuito de resposta rápida (Fast), oferecerão risco grave e iminente. E) O limite de exposição para ruído de impacto será de 130dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. 2. O PROGRAMA PCA DEVE CONTEMPLAR UMA SÉRIE DE REQUISITOS. ASSINALE A AFIRMATIVA QUE APRESENTA, DE FORMA CORRETA, UM DESSES REQUISITOS. A) Avaliação dos níveis de ruído no ambiente ocupacional e construção do mapa do ruído. B) Adoção de medidas de engenharia, exclusivamente. C) Exames audiométricos a cada 3 anos. D) Supervisão e treinamento a cada período de 3 anos. E) Compromisso da área técnica em implementar o PCA. GABARITO 1. A NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, em seu Anexo 1, recomenda que, na avaliação da exposição ocupacional ao ruído de impacto, devem ser atendidos uma série de aspectos. Assinale a afirmativa que apresenta um desses aspectos, de forma correta. A alternativa "E " está correta. De acordo com a NR 15, medindo-se o ruído próximo ao ouvido do trabalhador, o limite máximo de exposição ao ruído é de 130dB (linear) e, existindo ruído entre os picos de impacto, esse ruído também deverá ser tratado como ruído de impacto. 2. O programa PCA deve contemplar uma série de requisitos. Assinale a afirmativa que apresenta, de forma correta, um desses requisitos. A alternativa "A " está correta. PCA é a sigla para programa de conservação auditiva, e ele tem como um dos objetivos monitorar a emissão de ruídos que atingem os trabalhadores, e isso ocorre através de monitoramento e ruído existente em todo o ambiente, seja por ação antrópica, seja por ação natural. MÓDULO 3 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional da vibração de corpo inteiro. LIGANDO OS PONTOS Foto: Shutterstock.com Você sabe o que é vibração de corpo inteiro? Conseguiria identificar uma aplicação prática em uma atividade do dia a dia, assim como estabelecer a situação da exposição ocupacional às vibrações de corpo inteiro? Para entendermos os conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa Automecânica do Chicó, a seguir: A Automecânica do Chicó está legalmente estabelecida na cidade do Rio de Janeiro, na atividade de manutenção e reparação de automóveis. A sede da empresa é constituída de dois pavimentos em alvenaria, com área de aproximadamente 600m², pé-direito de 4,5m, iluminação em lâmpadas fluorescente recobertas com vidro, ventilação natural (portas e janelas) e piso em concreto. Dentre os diversos setores da empresa, aquele que está por ser avaliado, sob o ponto de vista dos agentes de riscos ocupacionais, éo setor de Chapeamento e pintura, porém, inicialmente, serão avaliados apenas os agentes físicos. No setor de Chapeamento (funilaria ou lanternagem) e pintura são desenvolvidas as atividades de lanternagem e pintura, envolvendo: desamassar, lixar, emassar, pintar e polir, assim como a limpeza geral dos automóveis, após os serviços. Para tanto, são empregados os seguintes principais equipamentos: politriz, esmerilhadeira, pistola de pintura, solda elétrica e solda oxiacetilênica, compressores de ar e ferramentas em geral. Cabe ainda destacar que são utilizados os equipamentos de proteção coletiva e, também, os equipamentos de proteção individual pertinentes, sempre com certificados de aprovação (CA), a saber: protetor auricular tipo concha, escudo de proteção, avental e luvas de raspa de couro, luvas e botas antivibração, óculos de segurança oxiacetilênica, protetor facial, óculos de segurança e equipamentos de proteção respiratória pertinentes. Realizados os trabalhos de análise e avaliação para os agentes físicos, segundo os requisitos da NR 9 — Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, não foram detectadas situações insalubres. Segundo o Relatório de Avaliação da Exposição Ocupacional correspondente, emitido pelos engenheiros de segurança responsáveis pelo serviço, a condição de insalubridade não foi observada na Automecânica do Chicó, haja vista as considerações apresentadas no Relatório em questão, sobre as intensidades avaliadas, os períodos de exposição medidos e a utilização de proteções eficazes, de caráter individual e coletiva, observadas. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. A VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO É UM AGENTE FÍSICO BEM COMUM NAS ORGANIZAÇÕES. PORTANTO, É DE GRANDE IMPORTÂNCIA O ESTUDO DESSE AGENTE OBJETIVANDO DETERMINAR, EM CADA AMBIENTE LABORAL, A TIPOLOGIA E RESPECTIVA INTENSIDADE E, COM ISSO, ESTABELECER AS RECOMENDAÇÕES DE CONTROLE DOS RISCOS. CONSIDERANDO O DETALHAMENTO SOBRE O AMBIENTE NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA, SOBRE AS ATIVIDADES ALI DESENVOLVIDAS, SOBRE AS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E, AINDA, SOBRE AS PROTEÇÕES DE ORDEM COLETIVA E DE ORDEM INDIVIDUAL EMPREGADAS, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA QUE INDICA EM QUE ATIVIDADE EXISTE A POSSIBILIDADE DE EXPOSIÇÃO À VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO. A) Pintar. B) Emassar. C) Polir. D) Desamassar. E) Limpeza geral. 2. PARA OS TRABALHOS EM AMBIENTES SUJEITOS À VIBRAÇÃO SÃO INDICADAS VÁRIAS MEDIDAS DE CONTROLE, INCLUINDO OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI). NO CASO DA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ ESTÃO LISTADOS DIVERSOS EPI, ALGUNS LIGADOS, DIRETAMENTE, AO AGENTE DE RISCO VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO. ASSINALE A AFIRMATIVA QUE APRESENTA UM EPI RECOMENDADO, COMO MEDIDA DE CONTROLE DO RISCO, NOS TRABALHOS EM AMBIENTES QUE TÊM O PISO SUJEITO À VIBRAÇÃO. A) Botas antivibração. B) Óculos de segurança com lentes filtrantes. C) Projeto adequado da instalação. D) Capacete. E) Avental e luvas de raspa de couro. GABARITO 1. A vibração de corpo inteiro é um agente físico bem comum nas organizações. Portanto, é de grande importância o estudo desse agente objetivando determinar, em cada ambiente laboral, a tipologia e respectiva intensidade e, com isso, estabelecer as recomendações de controle dos riscos. Considerando o detalhamento sobre o ambiente no setor de chapeamento e pintura, sobre as atividades ali desenvolvidas, sobre as máquinas e equipamentos utilizados e, ainda, sobre as proteções de ordem coletiva e de ordem individual empregadas, assinale a afirmativa correta que indica em que atividade existe a possibilidade de exposição à vibração de corpo inteiro. A alternativa "A " está correta. Na atividade de chapeamento (funilaria ou lanternagem) são empregados compressores de ar na fase de pintura. Tal equipamento, por uma série de motivos, geralmente, já transmite alguma vibração para o piso. Agora, na ocorrência de uma anormalidade (projeto, final de vida útil), nos calços utilizados para a fixação do compressor ao piso, são transmitidas vibrações ao piso que atingem os trabalhadores que estão nas proximidades. 2. Para os trabalhos em ambientes sujeitos à vibração são indicadas várias medidas de controle, incluindo os equipamentos de proteção individual (EPI). No caso da AutoMecânica do Chicó estão listados diversos EPI, alguns ligados, diretamente, ao agente de risco vibração de corpo inteiro. Assinale a afirmativa que apresenta um EPI recomendado, como medida de controle do risco, nos trabalhos em ambientes que têm o piso sujeito à vibração. A alternativa "A " está correta. O emprego de EPI para as vibrações de corpo inteiro, no ambiente de trabalho, é uma das mais importantes medidas de controle dos riscos dos ambientes laborais, visto que reduz efetivamente os efeitos danosos sobre a saúde dos trabalhadores. 3. VOCÊ JÁ SABE QUE NA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ NÃO FOI OBSERVADA A CONDIÇÃO DE INSALUBRIDADE PARA AGENTES FÍSICOS, NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA. A NR 15, ANEXO 8, ESTABELECE OS LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES, ENQUANTO QUE A NR 9 ESTABELECE QUE A ANÁLISE PRELIMINAR, QUE DEVE SER REALIZADA DE INÍCIO, TEM POR OBJETIVO REUNIR ELEMENTOS QUE PERMITAM ENQUADRAR AS SITUAÇÕES ANALISADAS EM TRÊS DISTINTAS POSSIBILIDADES, QUAIS SEJAM: A CONVICÇÃO TÉCNICA DE QUE AS SITUAÇÕES DE EXPOSIÇÃO SEJAM ACEITÁVEIS, PRESSUPONDO-SE QUE ESTEJAM ABAIXO DO NÍVEL DE AÇÃO; A CONVICÇÃO TÉCNICA DE QUE AS SITUAÇÕES DE EXPOSIÇÃO SEJAM INACEITÁVEIS, PRESSUPONDO-SE QUE ESTEJAM ACIMA DO LIMITE DE EXPOSIÇÃO; E A INCERTEZA QUANTO À ACEITABILIDADE DAS SITUAÇÕES DE EXPOSIÇÃO ANALISADAS. APRESENTE PELO MENOS DUAS RECOMENDAÇÕES DE VERIFICAÇÕES PREVISTAS PARA SEREM REALIZADAS NESTA FASE DE ANÁLISE PRELIMINAR. RESPOSTA Deve ser realizada avaliação preliminar da exposição às VMBs e VCIs, no contexto do reconhecimento e da avaliação dos riscos, considerando-se os seguintes aspectos: ambientes de trabalho, processos, operações e condições de exposição; características das máquinas, veículos, ferramentas ou equipamentos de trabalho; informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados por ferramentas, veículos, máquinas ou equipamentos envolvidos na exposição, quando disponíveis; condições de uso e estado de conservação de veículos, máquinas, equipamentos e ferramentas, incluindo componentes ou dispositivos de isolamento e amortecimento que interfiram na exposição de operadores ou condutores; características da superfície de circulação, cargas transportadas e velocidades de operação, no caso de VCI; estimativa de tempo efetivo de exposição diária; constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento dos efeitos decorrentes da exposição; esforços físicos e aspectos posturais; dados de exposição ocupacional existentes; e informações ou registros relacionados a queixas e antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores expostos. javascript:void(0) O QUE É VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO? VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO Foto: Adobe Stock Um corpo se apresenta em movimento vibratório, quando este descreve um movimento oscilatório, em torno de um ponto referencial. Chamamos de frequência, o número de oscilações existentes no período de um segundo. A frequência e é medida em Hertz [Hz]. As vibrações ditas ocupacionais podem ser classificadas em vibrações de corpo inteiro e em vibrações de mãos e braços. Vibrações de corpo inteiro (VCI) Ocorrem quando são transmitidas para todo o corpo através dos pés, nádegas e/ou costas, em manuseios de maquinários, tais como: empilhadeiras, caminhões, tratores etc. Vibrações de mãos e braços (VMB) Caracterizadas por serem transmitidas ao corpo do trabalhador, por meio das mãos, antebraços e braços, por utilização, por exemplo de: motosserras, marteletes, furadeiras etc. Como a vibração é um movimento oscilatório, a sua quantificação é feita pela aceleração em m/s² ou em dB por meiode: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal dB = 20 log A A0 Em que: – Aceleração avaliada em m/s². – Aceleração de referência ( ). NHO 09 (2013) Segundo a NHO 09 (2013) – Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibrações de Corpo Inteiro, as vibrações retilíneas transmitidas ao corpo do trabalhador devem ser avaliadas nas direções de um sistema ortogonal que, para a vibração de corpo inteiro – VCI, tem origem no coração, segundo os esquemas seguintes: Imagem: Fundacentro, 2013, p. 20. Direções de um sistema ortogonal que para a VCI. NHO 10 (2013) Já para a NHO 10 (2013) – Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibrações em Mãos e Braços (VMB), a origem do sistema ortogonal é posicionada sobre o objeto que vai ser segurado pelo trabalhador e, abaixo do início dos dedos, segundo os esquemas seguintes: Imagem: Fundacentro, 2013. p. 29 Direções de um sistema ortogonal que para a VMB. A A0 10−6m/s2 CONCEITUAÇÃO A seguir, estão listadas as principais definições estabelecidas pelas Normas Fundacentro, NHO 09 (2013) e NHO 10 (2013): Aceleração média (amj): Raiz média quadrática dos diversos valores da aceleração instantânea ocorridos em um período de medição, expressa em m/s², na direção “j”. Aceleração média resultante (amr): Corresponde à raiz quadrada da soma dos quadrados das acelerações médias medidas segundo os três eixos ortogonais “x”, “y” e “z”, definida pela expressão que segue: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Aceleração média. – Fator de multiplicação em função do eixo considerado. Aceleração resultante de exposição parcial (arepi): Corresponde à aceleração média resultante representativa da exposição ocupacional relativa à componente de exposição “i”, ocorrida em uma parcela de tempo da jornada diária, considerando os três eixos ortogonais. Esse parâmetro poderá ser resultado de uma média aritmética das acelerações obtidas cada vez que a componente de exposição é repetida. Aceleração resultante de exposição (are): Corresponde à aceleração média resultante representativa da exposição ocupacional diária, considerando os três eixos ortogonais e as diversas componentes de exposição identificadas, definida pela expressão que segue: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Aceleração resultante de exposição parcial. Amr = [(fx × amx) 2 + (fy × amy) 2 + (fz × amz) 2] 1/2 m/s2 Amj fj are = [ ∑m i =1 ni × arepi 2 × Ti] 1/2 m/s21 T arepi – Número de repetições da componente de exposição “i” ao longo da jornada de trabalho. – Tempo de duração da componente de exposição “i”. – Número de componentes de exposição que compõem a exposição diária. – Tempo de duração da jornada diária de trabalho. Aceleração resultante de exposição normalizada (aren): Corresponde à aceleração resultante de exposição (are) convertida para uma jornada diária padrão de 8 horas, determinada pela seguinte expressão: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Aceleração resultante de exposição. – Tempo de duração da jornada diária de trabalho expresso em horas ou minutos. – 8 horas ou 480 minutos. Componente de exposição: Parte da exposição diária que pode ser representada por um único valor de aceleração resultante de exposição parcial (arep). A componente de exposição pode ser decorrente de uma única operação ou consequência de duas ou mais operações executadas de forma sequencial. Fator de crista (FC): Módulo da razão entre o máximo valor de pico de aj(t) e o valor de amj, ambas ponderadas em frequência. Forças de preensão: Forças exercidas pelo trabalhador para segurar a ferramenta ou a peça que está sendo trabalhada. Grupo de exposição similar (GES): Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimenta exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte desse grupo seja representativo da exposição de todos os trabalhadores que o compõem. Ponto de medição: Ponto(s) localizado(s) na zona de exposição, ou próximo(s) a esta, cujos valores obtidos sejam representativos da exposição da região do corpo atingida. Valor da dose de vibração ( ): Corresponde ao valor obtido a partir do método de dose de vibração à quarta potência determinado na direção “j”, sendo que “j” corresponde aos eixos ortogonais “x”, “y” ou “z”, expresso em e definido pela expressão que segue: ni Ti m T aren = are × [ ] 1/2 m/s2T T0 are T T0 V DVj m/s1,75 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Aceleração instantânea ponderada em frequência. – Tempo de duração da medição. Valor da dose de vibração ( ): Corresponde ao valor de dose de vibração, determinado na direção “j”, relativo a “s” amostras da componente de exposição “i” que foram mensuradas, definido pela expressão que segue: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Dose de vibração relativa à k-ésima amostra selecionada dentre as repetições da componente de exposição “i”. – Número de amostras da componente de exposição “i” que foram mensuradas. Valor da dose de vibração da exposição parcial ( ): Corresponde ao valor de dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária no eixo “j”, relativo à componente de exposição “i”, que pode ser obtido por meio da expressão que segue: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Valor da dose de vibração medido no eixo “j”, relativo à componente de exposição “i”. VDVJ = [ t ∫ 0 [aj (t)] 4 dt] 1/4 (m/s1,75) aj (t) t VDVji VDVji = [∑s k =1 (VDVjik) 4] 1/4 (m/s1,75) VDVjik s VDVexpji VDVexpji = fj × VDVji × [ ] 1/4 (m/s1,75)Texp Tamos VDVji – Tempo total de exposição à vibração, ao longo de toda a jornada de trabalho, decorrente da componente de exposição “i” em estudo. Corresponde ao número de repetições da componente vezes o seu tempo de duração. – Fator de multiplicação em função do eixo considerado. (f = 1,4 para os eixos “x” e “y” e f = 1,0 para o eixo “z”). – Tempo total utilizado para a medição das “s” amostras representativas da componente de exposição “i”, em estudo. A expressão para sua obtenção é a que segue: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Tempo de medição relativo à k-ésima amostra selecionada dentre as repetições da componente de exposição “i”. – Número de amostras da componente de exposição “i” que foram mensuradas. Valor da dose de vibração da exposição ( ): Corresponde ao valor de dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária em cada eixo de medição, que pode ser obtido por meio da expressão que segue: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Valor da dose de vibração da exposição representativo da exposição ocupacional diária no eixo “j”, relativo à componente de exposição “i”. – Número de componentes de exposição que compõem a exposição diária. Valor da dose de vibração resultante ( ): Corresponde ao valor da dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária, considerando a resultante dos três eixos de medição, que pode ser obtido por meio da expressão que segue: Texp fj Tamos Tamos = ∑s k =1 Tk Tk s VDVexpj VDVexpj = [∑m i =1 (VDV expji) 4] 1/4 (m / s1,75) VDV expji m VDVR Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: – Valor da dose de vibração da exposição, representativo da exposição ocupacional diária no eixo “j”, sendo “j” igual a “x”, “y” ou “z”. CRITÉRIOS LEGAIS O Anexo 8, da NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, estabelece os critérios para caracterização da condição de trabalho insalubre decorrente da exposição às vibrações de mãos e braços (VMB) e vibrações decorpo inteiro (VCI), a saber: Foto: Shutterstock.com Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro (VCI), que corresponde ao: - Valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1m/s². - Valor da dose de vibração resultante (VDVR) de . Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição ocupacional diária à VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de VDVR = [∑j (VDVexpj) 4] 1/4 (m / s1,75) VDVexpj 21, 0m/s1,75 5m/s². CABE RESSALTAR QUE O NÍVEL DE AÇÃO PARA A AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL DIÁRIA À VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO CORRESPONDE A UM VALOR DA ACELERAÇÃO RESULTANTE DE EXPOSIÇÃO NORMALIZADA (AREN) DE 0,5M/S², OU AO VALOR DA DOSE DE VIBRAÇÃO RESULTANTE (VDVR) DE . JÁ O NÍVEL DE AÇÃO PARA A AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL DIÁRIA À VIBRAÇÃO DE MÃOS E BRAÇOS CORRESPONDE A UM VALOR DA ACELERAÇÃO RESULTANTE DE EXPOSIÇÃO NORMALIZADA (AREN) DE 2,5M/S². A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções. Ainda segundo o Anexo 8, da NR 15, a caracterização da exposição deve ser objeto de laudo técnico. Já o Anexo I, da NR 09 (2020) – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, define os critérios para prevenção de doenças e distúrbios decorrentes da exposição ocupacional às vibrações em mãos e braços (VMB) e às vibrações de corpo inteiro (VCI), assim como referenda os procedimentos de avaliação quantitativa para VCI e VMB, estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da Fundacentro, NHO 09 (2013) e NHO 10 (2013). PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO A seguir, estão transcritos, em forma de resumo, os procedimentos previstos nas Normas Fundacentro, NHO 09 (2013) e NHO 10 (2013). ABORDAGEM DOS LOCAIS E DAS CONDIÇÕES DE 9, 1m/s1,75 TRABALHO Deverão ser obtidas informações técnicas e administrativas relacionadas aos veículos, às máquinas e aos equipamentos, às operações e aos demais parâmetros (ambientais, de processos de trabalho etc.) envolvidos nas condições de trabalho avaliadas. Tais informações serão corroboradas por observações de campo, necessárias para a identificação dos grupos de exposição similar e para a caracterização da exposição dos trabalhadores com base no critério utilizado. A avaliação da vibração deverá ser feita de forma a ser representativa da exposição de todos os trabalhadores considerados no estudo. Identificando-se os grupos de exposição similar, não precisarão ser avaliados todos os trabalhadores. As avaliações podem ser realizadas cobrindo parte dos trabalhadores de cada grupo considerado que esteja em situação correspondente à exposição “típica” do grupo. Sempre que houver dúvidas quanto à representatividade de uma amostragem parcial, esta deverá ser estendida até que haja convicção técnica de sua representatividade. Havendo dúvidas quanto à possibilidade de redução do número de trabalhadores a serem avaliados, a abordagem deve considerar necessariamente a totalidade dos expostos no grupo considerado. AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA EXPOSIÇÃO A análise preliminar tem por objetivo reunir elementos que permitam enquadrar as situações analisadas em três distintas possibilidades, quais sejam: A convicção técnica de que as situações de exposição sejam aceitáveis, pressupondo-se que estejam abaixo do nível de ação. A convicção técnica de que as situações de exposição sejam inaceitáveis, pressupondo-se que estejam acima do limite de exposição. A incerteza quanto à aceitabilidade das situações de exposição analisadas. Cabe observar que a convicção técnica será decorrência do conhecimento e da experiência profissional do avaliador e será formada a partir dos aspectos que compõem a análise preliminar da exposição. Nesse ponto, cabe ressaltar que, segundo o Anexo I, da NR 09 (2020), deve ser realizada avaliação preliminar da exposição às VMB e VCI, no contexto do reconhecimento e da avaliação dos riscos, considerando-se também os seguintes aspectos apresentados pelo item 3.1 da referida NR: a) Ambientes de trabalho, processos, operações e condições de exposição. b) Características das máquinas, veículos, ferramentas ou equipamentos de trabalho. c) Informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados por ferramentas, veículos, máquinas ou equipamentos envolvidos na exposição, quando disponíveis. d) Condições de uso e estado de conservação de veículos, máquinas, equipamentos e ferramentas, incluindo componentes ou dispositivos de isolamento e amortecimento que interfiram na exposição de operadores ou condutores. e) Características da superfície de circulação, cargas transportadas e velocidades de operação, no caso de VCI. f) Estimativa de tempo efetivo de exposição diária. g) Constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento dos efeitos decorrentes da exposição. h) Esforços físicos e aspectos posturais. i) Dados de exposição ocupacional existentes. j) Informações ou registros relacionados a queixas e antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores expostos. De acordo com a Norma de Higiene Ocupacional 09 (NHO 09), item 6.2, as situações de avaliação à exposição devem ser realizadas nas seguintes situações: EXPOSIÇÃO ACEITÁVEL EXPOSIÇÃO INACEITÁVEIS DÚVIDA SOBE A EXPOSIÇÃO EXPOSIÇÃO ACEITÁVEL Quando, por meio da análise preliminar, houver a convicção técnica de que as situações de exposição são aceitáveis, em princípio não serão necessárias avaliações quantitativas, sendo recomendada, no mínimo, a manutenção das condições de exposição existentes. EXPOSIÇÃO INACEITÁVEIS Quando, por meio da análise preliminar, houver a convicção técnica de que as situações de exposição são inaceitáveis, em princípio não serão necessárias avaliações quantitativas, sendo obrigatória a adoção de medidas de controle. DÚVIDA SOBE A EXPOSIÇÃO Quando, após a análise preliminar, permanecer a incerteza da aceitabilidade da condição de exposição analisada ou quando houver a necessidade de se dispor, por exemplo, do valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren), dentre outros, para quaisquer fins, deve-se efetuar a avaliação quantitativa. Ainda, segundo o Anexo I, da NR 09, a avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA EXPOSIÇÃO Os sistemas de medição devem ser compostos basicamente de medidores integradores e de transdutores do tipo triaxial, e os procedimentos de avaliação devem interferir o mínimo possível nas condições operacionais características da condição de trabalho em estudo. A EXPOSIÇÃO DIÁRIA PODE SER COMPOSTA POR: A) UMA ÚNICA COMPONENTE DE EXPOSIÇÃO, DE CURTA OU LONGA DURAÇÃO, REPETIDA OU NÃO, DURANTE TODA A JORNADA DE TRABALHO OU EM PARTE DELA. B) DUAS OU MAIS COMPONENTES DE EXPOSIÇÃO, DE CURTA OU LONGA DURAÇÃO, REPETIDAS OU NÃO, DE FORMA SEQUENCIAL OU ALEATÓRIA, DURANTE TODA A JORNADA DE TRABALHO OU EM PARTE DELA. A abordagem, por meio de componentes de exposição, tem por objetivo facilitar o processo de coleta de dados, tendo em vista as mais variadas condições de exposição. Condições de exposição não rotineiras, decorrentes de operações ou procedimentos de trabalho previsíveis, mas não habituais, devem ser avaliadas e interpretadas isoladamente, considerando-se a sua contribuição na exposição diária. ATENÇÃO Sempre que houver dúvidas quanto à representatividade de uma amostragem parcial, esta deverá ser estendida até que haja convicção técnica da representatividade da amostra. EQUIPAMENTO DE MEDIDA O transdutor universalmente usado na captação de uma vibração é o acelerômetro piezoelétrico, que se caracteriza por ter uma banda dinâmica maior,com boa linearidade. A essência de um acelerômetro é o material piezoelétrico, usualmente, uma cerâmica artificialmente polarizada. Quando ela é mecanicamente tensionada, proporcionalmente à força aplicada, gera uma carga elétrica que polariza suas faces. LOCALIZAÇÃO E FIXAÇÃO DOS TRANSDUTORES As medições da vibração transmitida ao corpo devem ser feitas de forma simultânea, segundo as três direções de um sistema de coordenadas ortogonais, utilizando-se acelerômetro do tipo triaxial. As medições devem ser feitas no ponto de medição selecionado de modo que os resultados sejam representativos da exposição ocupacional. Foto: Fundacentro, 2013. Acelerômetros do assento e dos eixos de medição. CALIBRADORES PARA VIBRAÇÃO Os equipamentos utilizados na regulagem dos medidores de vibração devem atender às especificações da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões e complementações e ser compatíveis com os acelerômetros utilizados. CALIBRAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS Medidores, acelerômetros e calibradores deverão ser periodicamente calibrados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por laboratórios acreditados pelo Inmetro para essa finalidade ou por laboratórios internacionais, desde que reconhecidos pelo Inmetro. INTERFERENTES AMBIENTAIS NO DESEMPENHO DOS EQUIPAMENTOS Na utilização de medidores e calibradores, deverão ser consideradas as interferências decorrentes das condições de umidade e temperatura, da presença de campos magnéticos ou outros interferentes, conforme especificados pelos fabricantes. EFEITOS À SAÚDE CAUSADOS PELA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO Segundo Saliba (2013), a exposição diária às VCIs pode acarretar, além de danos físicos permanentes na região espinhal, problemas não menos importantes nos sistemas urinário, circulatório e nervoso central. Convém ressaltar que os riscos caracterizados por vibrações dependem de fatores como intensidade, frequência, direção da vibração, tempo de exposição, direção da vibração transmitida, método de trabalho e fatores predisponentes do indivíduo. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA EXPOSIÇÃO À VCI A avaliação quantitativa da exposição dos trabalhadores às VCIs deve ser feita utilizando-se sistemas de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e do valor da dose de vibração resultante (VDVR), parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador. Para fins de comparação com o limite de exposição ou com o nível de ação, independentemente da duração da jornada de trabalho, deve-se determinar a aceleração resultante da exposição normalizada (aren) e o valor da dose de vibração resultante (VDVR). ATENÇÃO Esse último parâmetro adquire maior importância quando for constatada a ocorrência de choques ou solavancos significativos na exposição do trabalhador sob estudo. SISTEMA DE MEDIÇÃO Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro devem ser integradores, atender aos requisitos constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões e complementações, e estar ajustados de forma a atender aos seguintes parâmetros: A) CIRCUITOS DE PONDERAÇÃO PARA CORPO INTEIRO WK PARA O EIXO “Z”, WD PARA OS EIXOS “X” E “Y”. B) FATOR DE MULTIPLICAÇÃO “F” EM FUNÇÃO DO EIXO CONSIDERADO , , . A seleção do transdutor de vibrações (acelerômetro) deve ser feita considerando-se o tipo de montagem necessária para o devido posicionamento e fixação do transdutor e as características do sinal a ser medido, tais como: frequências, amplitudes, ocorrência de picos elevados (por exemplo: movimentação de veículos em pisos irregulares ou esburacados ou medições em plataformas vibrantes). Para avaliação da exposição ocupacional a vibrações transmitidas por assentos, devem ser utilizados acelerômetros de assento construídos especificamente para tal finalidade. IDENTIFICAÇÃO DAS COMPONENTES DE EXPOSIÇÃO A identificação das componentes de exposição é feita por meio de avaliação qualitativa, cuidadosa e detalhada do processo e das condições de trabalho, considerando variedade de tipos e características de: Veículos e máquinas Assentos e suspensões Tipos de pavimento Velocidades de condução Procedimentos e operações distintas. Tempos de trabalho, pausas ao longo da exposição diária Modos de condução e modos operacionais distintos, inerentes a cada trabalhador, entre outros. fx = 1,4 fy = 1,4 fz = 1,0 Foto: Adobe Stock Quando a exposição diária compreender duas ou mais componentes de exposição, a avaliação da exposição ocupacional diária poderá ser feita pela combinação dos dados obtidos para cada uma das componentes. Pode-se ter, por exemplo, uma rotina de trabalho utilizando um único veículo em diferentes fases de um processo produtivo. OBTENÇÃO DA ACELERAÇÃO RESULTANTE DE EXPOSIÇÃO PARCIAL ( ) E DO VALOR DA DOSE DE VIBRAÇÃO DA EXPOSIÇÃO PARCIAL ( ) - NHO 09 E NHO 10 Uma vez determinadas as componentes de exposição, devem ser obtidos: a aceleração resultante de exposição parcial ( ) e o valor da dose de vibração da exposição parcial ( ), representativos da contribuição da exposição ocupacional de cada uma das diferentes componentes identificadas. A aceleração resultante de exposição parcial ( ) de cada componente de exposição deve ser obtida por meio da média aritmética das acelerações, obtidas cada vez que a componente é repetida e mensurada. Também deverão ser determinados: o tempo médio de duração de cada componente , o número de repetições de cada componente ao longo da jornada de trabalho , o tempo total utilizado para a medição das “s” amostras representativas de cada componente e o tempo total de exposição à vibração ao longo de toda a jornada de trabalho decorrente de cada componente . arepi V DV expji arepi V DV expji arepi Ti ni Tamos Texp SAIBA MAIS Cabe esclarecer que a outra forma de medição consiste em manter a integração do sinal de forma continuada, cobrindo várias repetições da componente de exposição, até haver a convicção de que a medição esteja exibindo um resultado representativo. DETERMINAÇÃO DA ACELERAÇÃO RESULTANTE DE EXPOSIÇÃO NORMALIZADA (AREN) Uma vez determinada a aceleração resultante de exposição parcial ( ), pode-se, então, proceder à obtenção da aceleração resultante de exposição (are) representativa da exposição ocupacional diária, que deve ser feita utilizando a expressão a seguir: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Da mesma forma, uma vez determinada a aceleração resultante de exposição (are), pode-se, então, determinar a aceleração resultante de exposição normalizada (aren), que correspondente à aceleração resultante de exposição, convertida para uma jornada padrão de 8 horas diárias, e que deve ser determinada por meio da seguinte expressão: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Determinação do valor de dose de vibração resultante (VDVR) Uma vez que o valor da dose de vibração da exposição parcial ( ) já foi obtido, pode-se então partir para a determinação do valor da dose de vibração da exposição ( ), representativo da exposição ocupacional diária em cada eixo de medição, por meio da seguinte expressão: arepi are = [ ∑m i =1 ni × arepi 2 × Ti] 1/2 m/s21 T aren = are × [ ] 1/2 m/s2T T0 VDVexpji VDVexpj Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Finalmente, a determinação do valor da dose de vibração resultante (VDVR), representativo da exposição ocupacional diária, considerando a resultante dos três eixos de medição, deve ser feita por meio da seguinte expressão: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal CRITÉRIOS DE JULGAMENTO A seguir, estão apresentadas as considerações técnicas e a atuação recomendada em função da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) ou do valor de dose de vibração resultante (VDVR) encontrados
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