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DESCRIÇÃO As caracterizações técnicas das temperaturas extremas nos ambientes de trabalho: o calor, o frio, a umidade, os efeitos biológicos e as medidas de controle, pertinentes. PROPÓSITO Haja vista o emprego habitual de máquinas e equipamentos, os quais podem gerar a sensação térmica de calor ou frio, ou então alterar drasticamente a umidade do ar no ambiente, é de grande importância compreender, em cada ambiente laboral, a tipologia e a respectiva intensidade e, com isso, estabelecer as recomendações de controle dos riscos. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos papel, caneta, uma calculadora científica ou use a calculadora de seu smartphone/computador para a realização das tarefas em aula. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional do calor MÓDULO 2 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional do frio e da umidade INTRODUÇÃO O QUE SÃO TEMPERATURAS EXTREMAS? AVISO: orientações sobre unidades de medida. Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. MÓDULO 1 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional do calor LIGANDO OS PONTOS javascript:void(0) Foto: Adobe Stock Você sabe o que é sobrecarga térmica? Sabe quais são as consequências das exposições ocupacionais ao calor? Conseguiria identificar uma aplicação prática em uma atividade do dia a dia, ou estabelecer a situação da exposição ocupacional ao calor, frio ou à umidade? Para entendermos os conceitos envolvidos, vamos tomar por base uma situação prática. Vamos analisar o case da empresa Automecânica do Chicó a seguir: A Automecânica do Chicó está legalmente estabelecida na Cidade do Rio de Janeiro, com atividade voltada para manutenção e reparação de automóveis. A sede da empresa é constituída de dois pavimentos em alvenaria, com área de aproximadamente de 600m², pé-direito de 4,5m, iluminação em lâmpadas fluorescente recobertas com vidro, ventilação natural (portas e janelas) e piso em concreto. Dentre os diversos setores na empresa, aquele que está por ser avaliado, sob o ponto de vista dos agentes de riscos ocupacionais, é o setor de chapeamento e pintura. Inicialmente, serão avaliados apenas os agentes físicos. No setor de chapeamento (funilaria ou lanternagem) e pintura, são desenvolvidas as atividades de lanternagem e pintura, envolvendo: desamassar, lixar, emassar, lavar, pintar e polir os carros, assim como a limpeza geral dos automóveis após os serviços. Para tanto, são empregados os seguintes principais equipamentos: politriz, esmerilhadeira, pistola de pintura, compressor de ar, solda elétrica e solda oxiacetilênica, e ferramentas em geral. Cabe ainda destacar que são empregados os equipamentos de proteção coletiva e, também, os equipamentos de proteção individual pertinentes, sempre com certificados de aprovação (CA), a saber: protetor auricular tipo concha, escudo de proteção, avental e luvas de raspa de couro, capa, luvas, botas de PVC, óculos de segurança oxiacetilênica, protetor facial, óculos de segurança e equipamentos de proteção respiratória pertinentes. Realizados os trabalhos de análise e avaliação para os agentes físicos, segundo os requisitos da NR 9 - Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, não foram detectadas situações insalubres. Segundo o Relatório de Avaliação da Exposição Ocupacional correspondente, emitido pelos engenheiros de segurança responsáveis pelo serviço, a condição de insalubridade não foi observada na Automecânica do Chicó, haja vista as considerações apresentadas no relatório em questão sobre as intensidades avaliadas, os períodos de exposição medidos e as utilizações de proteções eficazes, de caráter individual e coletiva, observadas. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. O CALOR É UM DOS AGENTES FÍSICOS MAIS COMUNS NAS ORGANIZAÇÕES. PORTANTO, É DE GRANDE IMPORTÂNCIA O ESTUDO DESSE AGENTE, OBJETIVANDO DETERMINAR, EM CADA AMBIENTE LABORAL, A SUA PRESENÇA E INTENSIDADE E, COM ISSO, ESTABELECER AS RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DE RISCO. CONSIDERANDO O DETALHAMENTO SOBRE O AMBIENTE NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA, SOBRE AS ATIVIDADES ALI DESENVOLVIDAS, SOBRE AS MÁQUINAS E OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E, AINDA, SOBRE AS PROTEÇÕES DE ORDEM COLETIVA E DE ORDEM INDIVIDUAL EMPREGADAS, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA QUE INDICA EM QUE ATIVIDADE EXISTE A MAIOR POSSIBILIDADE DE EXPOSIÇÃO AO CALOR. A) Desamassar. B) Emassar. C) Pintar. D) Polir. E) Limpeza geral. 2. PARA OS TRABALHOS EM AMBIENTES SUBMETIDOS À SOBRECARGA TÉRMICA, SÃO INDICADAS VÁRIAS MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCO. ASSINALE A AFIRMATIVA REFERENTE A UMA MEDIDA CORRETIVA MAIS COERENTE COM O CASO DA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ. A) Adequação da ventilação. B) Treinamento e informação aos trabalhadores. C) Controle médico. D) Monitoramento periódico da exposição. E) Disponibilização de água e sais minerais para reposição adequada da perda pelo suor. GABARITO 1. O calor é um dos agentes físicos mais comuns nas organizações. Portanto, é de grande importância o estudo desse agente, objetivando determinar, em cada ambiente laboral, a sua presença e intensidade e, com isso, estabelecer as recomendações para o controle de risco. Considerando o detalhamento sobre o ambiente no setor de chapeamento e pintura, sobre as atividades ali desenvolvidas, sobre as máquinas e os equipamentos utilizados e, ainda, sobre as proteções de ordem coletiva e de ordem individual empregadas, assinale a afirmativa correta que indica em que atividade existe a maior possibilidade de exposição ao calor. A alternativa "A " está correta. No setor de chapeamento (funilaria ou lanternagem), a maior possibilidade de exposição ao calor está na atividade de desamassar, em razão, principalmente, da atividade metabólica envolvida. 2. Para os trabalhos em ambientes submetidos à sobrecarga térmica, são indicadas várias medidas de controle de risco. Assinale a afirmativa referente a uma medida corretiva mais coerente com o caso da Automecânica do Chicó. A alternativa "A " está correta. A adequação da ventilação é a única medida corretiva dentre todas as alternativas apresentadas. 3. VOCÊ JÁ SABE QUE NA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ NÃO FOI OBSERVADA A CONDIÇÃO DE INSALUBRIDADE PARA AGENTES FÍSICOS NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA. COMO VOCÊ TAMBÉM SABE, A NHO – 6 (2017) RECOMENDA QUE, NO RELATÓRIO TÉCNICO DA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CALOR, SEJAM ABORDADOS ALGUNS ASPECTOS DE FORMA A POSSIBILITAR A COMPREENSÃO SOBRE O TRABALHO DESENVOLVIDO E A DOCUMENTAR OS ASPECTOS UTILIZADOS NO ESTUDO. QUE INFORMAÇÕES TÉCNICAS DEVEM ESTAR PRESENTES NO RELATÓRIO DA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL, EMITIDO PELOS ENGENHEIROS DE SEGURANÇA RESPONSÁVEIS PELO SERVIÇO DA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ, DE FORMA A SUPORTAR A RECOMENDAÇÃO DA NHO – 6 (2017)? RESPOSTA É necessário constar no Relatório de Avaliação da Exposição Ocupacional os seguintes os aspectos: Introdução, incluindo objetivos do trabalho e período da realização do estudo; Descrição dos ambientes de trabalho, dos processos, das máquinas, dos equipamentos, das operações, das condições de exposição avaliadas e das medidas de controle existentes; Critério de avaliação adotado; Instrumental e acessórios utilizados e certificados de calibração; Metodologia de avaliação; Dados obtidos, com indicação das datas e dos horários em que foram efetuadas as avaliações; Interpretação dos resultados; Informações complementares; Conclusões e recomendações, e Identificação do(s) responsável(s) pelo relatório. javascript:void(0) O QUE SIGNIFICA EXPOSIÇÃO OCUPACIONALAO CALOR? TEMPERATURAS EXTREMAS Imagem: Adobe Stock Inicialmente, cabe esclarecer que o termo “temperaturas extremas” está relacionado à intensa sensação corpórea de calor ou de frio suficiente para causar desconforto, alterações e prejuízos à eficiência e à saúde dos trabalhadores. A TERMORREGULAÇÃO HUMANA A termorregulação humana, coordenada pelo hipotálamo (O hipotálamo é uma região do diencéfalo responsável por manter a homeostase do organismo e, para isso, controla algumas funções do corpo, como temperatura e gasto energético.) , tem por objetivo impedir grandes variações na temperatura interna do corpo, garantindo assim o bom funcionamento dos sistemas vitais. SAIBA MAIS O hipotálamo recebe impulsos, originados em células termossensíveis, e emite comandos que acionam mecanismos de compensação de temperatura no corpo humano, como vasoconstrição e vasodilatação cutâneas e sudorese, que interferem nas trocas térmicas do corpo com o ambiente de forma a manter a temperatura interna. As temperaturas extremas, ou seja, o calor ou o frio em intensidade suficiente para causar alterações e prejuízos ao desempenho ou à saúde do trabalhador, são um fator de risco importante do ponto de vista ocupacional. CONCEITUAÇÃO Vamos conhecer a seguir as principais definições extraídas da Norma de Higiene Ocupacional n° 6 (2017), da Fundacentro, a respeito da avaliação da exposição ocupacional ao calor: Aclimatização Adaptação fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao calor que visa reduzir a sobrecarga fisiológica causada pelo estresse térmico. Calor metabólico Calor produzido pelo organismo em função da atividade física exercida. Calor radiante Calor absorvido pelo mecanismo da radiação. Ciclo de exposição Conjunto de situações térmicas ao qual o trabalhador é submetido, conjugado às diversas atividades físicas por ele desenvolvidas, em uma sequência definida. Condução Calor transmitido entre sólidos em contato direto (corpos em repouso — fluxo de calor de um corpo de temperatura maior para outro de temperatura menor). Convecção Característica de fluidos (mesmo processo anterior, mas pelo menos um dos corpos é um fluido — líquido ou gasoso), com a troca de calor ocorrendo pelos movimentos do ar em contato com o corpo. Evaporação Quando o líquido que envolve um sólido passa para o estado de vapor. Grupo de exposição similar (GES) Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, levando em consideração as condições térmicas e as atividades físicas desenvolvidas, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo seja representativo da exposição de todos que compõem o mesmo grupo. Homeotermia ou endotermia É a capacidade que alguns animais possuem de utilizar o metabolismo para manter sua temperatura corporal relativamente constante. Índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG) Índice utilizado para avaliação da exposição ocupacional ao calor que leva em consideração temperatura, velocidade e umidade do ar e calor radiante. Índice de bulbo úmido termômetro de globo médio (IBUTG) Média ponderada no tempo dos diversos valores de IBUTG obtidos em um intervalo de 60 minutos corridos (60 minutos mais desfavoráveis da jornada). Limite de exposição ocupacional Valor máximo de IBUTG relacionado à taxa metabólica média (M). Representa as condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, durante toda a sua vida de trabalho, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde. Ponto de medição Ponto físico escolhido para o posicionamento do dispositivo de medição onde serão obtidas as leituras representativas da situação térmica objeto de avaliação (região mais atingida no trabalhador). Radiação Transmissão de calor por meio de raios ou ondas que se processam através do espaço vazio, sem contato. Situação térmica Cada parte do ciclo de exposição na qual as condições do ambiente que interferem na carga térmica a que o trabalhador está exposto podem ser consideradas estáveis. Taxa metabólica (M) Quantidade de energia por unidade de tempo produzida no interior do corpo humano que leva em consideração a atividade física exercida. Taxa metabólica média (M) Média ponderada no tempo das taxas metabólicas obtidas em um intervalo de 60 minutos corridos. Valor teto Valor de IBUTG relacionado a uma taxa metabólica que define condições extremas nas quais o trabalhador não é mais capaz de manter o equilíbrio térmico, implicando aumento da temperatura central de 1°C em menos de 15 minutos. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal EQUILÍBRIO HOMEOTÉRMICO São fatores ambientais e individuais que influenciam a sensação térmica: Imagem: Adobe Stock TEMPERATURA DO AR Influi na troca térmica que ocorre entre o organismo humano e o meio ambiente, pelos mecanismos de convecção ou condução. Para uma temperatura maior do que a temperatura da pele, temos um ganho de calor do organismo. Imagem: Adobe Stock UMIDADE DO AR Influi na troca térmica que ocorre entre o organismo humano e o meio ambiente pela evaporação. A troca de calor ocorre por convecção. Imagem: Adobe Stock VELOCIDADE DO AR É a responsável por aumentar a troca térmica entre o corpo e meio ambiente, por condução/convecção. Imagem: Adobe Stock CALOR RADIANTE É a energia emitida pelos corpos aquecidos a partir de fontes de radiação infravermelha. Imagem: Adobe Stock TAXA METABÓLICA Varia em função do tipo de atividade exercida pelo trabalhador. É estimada por tabelas disponíveis na legislação. A exposição do trabalhador às temperaturas extremas pode ser entendida pela expressão a seguir (balanço térmico): Onde: – Calor acumulado no organismo. – Calor produzido pelo metabolismo. – Calor ganho ou perdido por condução/convecção. – Calor ganho ou perdido pela radiação. – Calor perdido por evaporação. ATENÇÃO Observações: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal – corpo cede calor para as moléculas de ar; – não haverá troca de calor; – corpo recebe calor do meio ambiente e entra em sobrecarga térmica. O calor cedido é por condução/convecção . Quando em contato com a pele, o ar se aquece, tornando-se menos denso e deslocando-se em direção ascendente. S = +M ± C ± R– E S M C R E Temperatura da superfície do corpo (tsc) × Temperatura ambiente (ta). tsc > ta tsc = ta tsc < ta (tsc > ta) Imagem: Shutterstock.com Recebe-se calor por meio de contato ou de fontes radiantes, que transmitem energias a distância por meio de ondas eletromagnéticas (radiações), cujos comprimentos de onda localizam-se na região infravermelha do espectro luminoso. Nesse caso, o organismo utiliza o mecanismo do suor, cuja evaporação resfria a superfície do corpo. As limitações fisiológicas decorrem da capacidade de funcionamento das glândulas sudoríparas (1L/h – 615kcal/h). Já as limitações de natureza ambiental são relacionadas com as condições do meio que influenciam na evaporação do suor. Quando o organismo não consegue liberar o excesso de temperatura interna, uma fadiga fisiológica é provável. EXISTEM QUATRO CATEGORIAS DE DOENÇAS DECORRENTES DO CALOR: DESIDRATAÇÃO, CÂIMBRAS, CHOQUE TÉRMICO E EXAUSTÃO. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR A avaliação da exposição ocupacional ao calor toma por base o índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG) relacionado à taxa metabólica (M), calculado pelas seguintes equações: a) Para ambientes internos ou externos sem carga solar direta: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal b) Para ambientes externos com carga solar direta: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde: – Temperatura de bulbo úmido natural em °C (depende da umidade relativa do ar). – Temperatura de globo em °C. – Temperatura debulbo seco (temperatura do ar) em °C. A taxa metabólica deve ser estimada com base na comparação da atividade realizada pelo trabalhador com as opções apresentadas no Quadro 1 da NHO 06. Caso uma atividade específica não esteja apresentada, o valor da taxa metabólica deverá ser obtido por associação com atividade similar do referido quadro. Para efeito de exemplo, vejamos a seguir uma porção do Quadro 1, da NHO 06. Atividade Taxa metabólica (W) Sentado em repouso 100 Trabalho leve com as mãos 126 Trabalho moderado com as mãos 153 Trabalho pesado com as mãos 171 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 1: Taxa metabólica por tipo de atividade. Extraído de Fundacentro, 2017, adaptado por Lucio Villarinho Rosa. Na impossibilidade de enquadramento por similaridade, a taxa metabólica também pode ser estimada com base em outras referências técnicas, desde que justificadas tecnicamente. IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs tbn tg tbs SAIBA MAIS Para atividades em ambientes externos sem fontes artificiais de calor, alternativamente ao previsto, poderá ser utilizada ferramenta da Fundacentro para “Estimativa do IBUTG”, se disponível. LIMITES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL Segundo a NHO 06, os limites estabelecidos são válidos apenas para trabalhadores sadios, com reposição de água e sais perdidos durante sua atividade, mediante orientação e controle médico e com o uso de vestimentas tradicionais, compostas por calça e camisa de manga longa ou macacão de tecido simples, que permitam a circulação de ar junto à superfície do corpo e viabilizem a troca de calor com o ambiente pelos mecanismos da convecção e evaporação do suor. O limite de exposição ocupacional ao calor é estabelecido com base no IBUTG médio ponderado (IBUTG) e na taxa metabólica média ponderada (M). Esse é um limite horário e, portanto, deve ser respeitado em qualquer período de 60 minutos corridos ao longo da jornada de trabalho. ATENÇÃO Destaca-se que o ciclo de exposição pode ter duração diferente de 60 minutos, no entanto, a determinação do IBUTG sempre deve considerar um período de 60 minutos corridos! Quando o trabalhador estiver exposto a uma única situação térmica, ao longo do período de 60 minutos considerados na avaliação, o IBUTG será o próprio IBUTG determinado para essa situação. Para o caso de o trabalhador estar exposto a duas ou mais situações térmicas diferentes, o IBUTG deve ser determinado a partir da equação a seguir, utilizando-se os valores de IBUTG representativos de cada uma das situações térmicas que compõem o ciclo de exposição do trabalhador avaliado. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde: – Valor do IBUTG na situação térmica 1. IBUTG = IBUTG 1×T1+…+IBUTGn×Tn 60 IBUTG 1 – Valor do IBUTG na situação térmica n. e – Duração da situação térmica desde 1 até n, sendo: T1 + ...+ Tn = 60 min. Da mesma maneira, o deve ser determinado a partir da equação a seguir, na qual é a média ponderada no tempo dos valores de das atividades físicas exercidas pelo trabalhador, no seu ciclo de exposição. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde: – Taxa metabólica na situação térmica 1. – Duração, em minutos, em que permanece na situação térmica 1. – Taxa metabólica na situação térmica n. – Duração, em minutos, em que permanece na situação térmica n. Os limites de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados são os adotados como nível de ação para as exposições ocupacionais ao calor para trabalhadores aclimatizados e, ainda, devem ser utilizados na avaliação de exposições eventuais ou periódicas em atividades, nas quais os trabalhadores não estão expostos diariamente, tais como manutenção preventiva ou corretiva de fornos, forjas, caldeiras etc. Para efeito de exemplo, podemos observar a seguir uma porção da Tabela 1 da NHO 06: M (W) [°C] 100 31,7 101 31,6 103 31,5 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 1: Exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados. Extraída de Fundacentro, 2017, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. São considerados não aclimatizados os trabalhadores que: IBUTGn T1 Tn M ¯̄¯̄M Mn M = M1×T1+…+Mn×Tn 60 M1 T1 Mn Tn IBUTGMÁX Iniciarem atividades que impliquem exposição ocupacional ao calor. Passarem a exercer atividades que impliquem exposição ocupacional ao calor mais críticas do que aquelas a que estavam expostos anteriormente. Mesmo já anteriormente aclimatizados, tenham se afastado da condição de exposição por mais de 7 (sete) dias. Tiverem exposições eventuais ou periódicas em atividades nas quais não estão expostos diariamente. Já para trabalhadores aclimatizados, os limites de exposição a serem utilizados são os apresentados na Tabela 2 da NHO 06. M (W) [°C] 100 33,7 102 33,6 104 33,5 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 2: Limite de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores aclimatizados. Extraída da NHO 6, 2017, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. ATENÇÃO Os limites estabelecidos são válidos apenas para trabalhadores com uso de vestimentas que não incrementem ajuste de IBUTG médio. Segundo o Anexo 3, da NR 9, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), previsto na Norma Regulamentadora n° 7, deve prever procedimentos e avaliações médicas considerando a necessidade de exames complementares e monitoramento fisiológico, quando ultrapassados os limites de exposição previstos no Quadro 2 e caracterizado risco de sobrecarga térmica e fisiológica dos trabalhadores expostos ao calor. Além dos limites estabelecidos nas Tabelas 1 e 2, deve ser observado o valor teto na Tabela 3 da NHO 06, acima do qual o trabalhador não pode ser exposto sem o uso de vestimentas e equipamentos de proteção adequados em nenhum momento da jornada de trabalho. IBUTGMÁX M (W) [°C] ≤ 240 38,0 244 37,9 248 37,8 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 3: Valor teto para trabalhadores aclimatizados e não aclimatizados. Extraída de Fundacentro, 2017, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. CABE RESSALTAR QUE O VALOR TETO É O VALOR DE IBUTG RELACIONADO A UMA TAXA METABÓLICA, QUE DEFINE CONDIÇÕES EXTREMAS NAS QUAIS O TRABALHADOR NÃO É MAIS CAPAZ DE MANTER O EQUILÍBRIO TÉRMICO, IMPLICANDO AUMENTO DA TEMPERATURA CENTRAL DE 1°C EM MENOS DE 15 MINUTOS. ACLIMATIZAÇÃO IBUTGVT Foto: Shutterstock.com Para atividades de exposição ocupacional ao calor acima do nível de ação, deverá ser considerada a devida aclimatização descrita na NR 7 (2020), que estabelece o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). POR DEFINIÇÃO, A ACLIMATIZAÇÃO REQUER A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS E EXPOSIÇÕES SUCESSIVAS E GRADUAIS AO CALOR, DENTRO DE UM PLANO, QUE DEVE SER ESTRUTURADO E IMPLEMENTADO SOB SUPERVISÃO MÉDICA, PARA QUE, DE FORMA PROGRESSIVA, O TRABALHADOR ATINJA AS CONDIÇÕES DE SOBRECARGA TÉRMICA SIMILARES ÀQUELAS PREVISTAS PARA A SUA ROTINA NORMAL DE TRABALHO. Quando houver a necessidade de elaboração de plano de aclimatização, devem ser considerados os parâmetros a seguir previstos na NHO 06, da Fundacentro, ou outras referências técnicas emitidas por organização competente: EXPOSIÇÕES ABAIXO OU IGUAL AO NÍVEL DE AÇÃO EXPOSIÇÕES ACIMA DO NÍVEL DE AÇÃO ACLIMATIZADOS PLANO DE ACLIMATIZAÇÃO EXPOSIÇÕES ABAIXO OU IGUAL AO NÍVEL DE AÇÃO Para exposições ocupacionais abaixo ou igual ao nível de ação, não é necessária a aclimatização. Nesse caso, o trabalhador não aclimatizado pode assumir de imediato a rotina normal de trabalho. EXPOSIÇÕES ACIMA DO NÍVEL DE AÇÃO Para exposições acima do nível de ação, deve ser realizado um plano de aclimatização gradual. Nesse caso, o trabalhador inicia suas atividades cumprindo um regime de trabalho mais ameno,que deve ter como ponto de partida os valores do nível de ação, sendo a sua exposição elevada progressivamente até atingir a condição da exposição ocupacional existente na rotina de trabalho (condição real). ACLIMATIZADOS Trabalhadores já aclimatizados que passarem a exercer atividades que impliquem em condições de exposição mais severas deverão ser submetidos à aclimatização adicional. PLANO DE ACLIMATIZAÇÃO O plano de aclimatização deve ser elaborado a critério médico em função das condições ambientais, individuais e da taxa de metabolismo relativa à rotina de trabalho. VESTIMENTAS Foto: Shutterstock.com Como as vestimentas utilizadas podem influenciar nas trocas de calor do corpo com o ambiente, devem ser consideradas na avaliação da exposição ocupacional ao calor. A correção para vestimentas deve ser realizada sempre que o trabalhador utilizar vestimentas ou EPI diferentes dos uniformes tradicionais (compostos por calça e camisa de manga comprida e macacão de tecido simples) que prejudiquem a livre circulação do ar sobre a superfície do corpo, dificultando essas trocas de calor com o ambiente. Nesses casos, o IBUTG deve ser previamente corrigido para depois ser comparado aos limites de exposição estabelecidos nessa NHO. O Quadro 2 da NHO 06 apresenta incrementos para alguns tipos de vestimentas, que devem ser acrescidos ao IBUTG determinado como representativo da exposição ocupacional do trabalhador avaliado. Tipo de roupa Adição ao IBUTG [°C] Uniforme de trabalho (calça e camisa de manga comprida) 0 Macacão de tecido 0 Macacão de polipropileno SMS (Spun-Melt-Spun) 0,5 Macacão de poliolefina 2 Vestimenta ou macacão forrado (tecido duplo) 3 Tipo de roupa Adição ao IBUTG [°C] Avental longo de manga comprida impermeável ao vapor 4 Macacão impermeável ao vapor 10 Macacão impermeável ao vapor sobreposto à roupa de trabalho 12 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 2: Incrementos de ajuste do IBUTG médio para alguns tipos de vestimentas. Extraído de Fundacentro, 2017, adaptado por Lucio Villarinho Rosa. Observações: Vestimentas com capuz devem ter seu valor acrescido em 1°C. Nas situações em que o trabalhador utilizar equipamentos de proteção individual ou roupas especiais diferentes das vestimentas citadas no Quadro 2, poderá ocorrer uma contribuição positiva ou negativa na condição de sobrecarga térmica do trabalhador. A quantificação dessa variável é de caráter complexo, devendo ser analisada caso a caso pelo higienista ocupacional. Para os ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, o empregador deverá ainda: A) ADAPTAR OS LOCAIS E POSTOS DE TRABALHO. B) REDUZIR A TEMPERATURA OU A EMISSIVIDADE DAS FONTES DE CALOR. C) UTILIZAR BARREIRAS PARA O CALOR RADIANTE. D) ADEQUAR O SISTEMA DE VENTILAÇÃO DO AR. E) ADEQUAR A TEMPERATURA E A UMIDADE RELATIVA DO AR. RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR Segundo a NHO 06, o empregador deve orientar os trabalhadores nos seguintes aspectos: Fatores de risco relacionados à exposição ao calor. Distúrbios relacionados ao calor, com exemplos de seus sinais, sintomas, tratamentos, entre outros. Necessidade de informar ao superior hierárquico ou ao médico a ocorrência de sinais e sintomas relacionados ao calor. Medidas de prevenção relacionadas à exposição ao calor, de acordo com a avalição de risco da atividade. Informações sobre o ambiente de trabalho e suas características. Situações de emergência decorrentes da exposição ocupacional ao calor e condutas a serem adotadas. ATENÇÃO A organização deverá possuir procedimento de emergência específico para o calor, contemplando: Meios e recursos necessários para o primeiro atendimento ou encaminhamento do trabalhador para atendimento. Informação a todas as pessoas envolvidas nos cenários de emergências. RECONHECIMENTO DOS LOCAIS E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO Foto: Shutterstock.com A NHO 06 estabelece as seguintes recomendações relativas ao reconhecimento dos locais e das condições de trabalho: Antes do início dos procedimentos de avaliação, devem ser obtidas informações administrativas visando identificar as variáveis, as peculiaridades e as especificidades que envolvem as condições de trabalho que serão objetos de estudo e que serão necessárias à adequada caracterização da exposição dos trabalhadores. Essas informações devem ser confirmadas por observações de campo. A avaliação da exposição deve ser feita de forma a caracterizar a exposição de todos os trabalhadores considerados no estudo. Para tanto, identificando-se grupos de trabalhadores que apresentem iguais características de exposição (Grupo de Exposição Similar – GES), não será obrigatória a avaliação de todos os trabalhadores. O conjunto de medições deve ser representativo das condições reais de exposição ocupacional do grupo de trabalhadores. Desse modo, a avaliação deve cobrir todas as condições habituais, operacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções. É importante que o período de amostragem seja adequadamente escolhido de forma a considerar os 60 minutos corridos de exposição que correspondam à condição de sobrecarga térmica mais desfavorável. Tal situação somente é identificada mediante análise conjunta do par de variáveis “condições térmicas do ambiente” e “atividades físicas desenvolvidas pelo trabalhador”, e nunca por meio da análise isolada de cada uma delas. Condições de exposição não rotineiras, decorrentes de operações ou procedimentos de trabalho previsíveis, mas não habituais, devem ser avaliadas e interpretadas isoladamente. Nesses casos, a caracterização da exposição deve ser feita utilizando-se o limite de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados, apresentado na Tabela 1 da NHO 06. Reveja a seguir: M (W) [°C] 100 31,7 101 31,6 103 31,5 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 1: Nível de ação para trabalhadores aclimatizados e limite de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados. Extraída de Fundacentro, 2017, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. O RECONHECIMENTO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR O reconhecimento da exposição ocupacional ao calor, segundo a NHO 06, deve considerar os seguintes aspectos: A sua identificação. A caracterização das fontes geradoras. A identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho. A identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos. A caracterização das atividades e do tipo da exposição, considerando a organização do trabalho. IBUTGMÁX A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho. Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica. A descrição das medidas de controle já existentes. As características dos fatores ambientais e os demais riscos que possam influenciar na exposição ao calor e no mecanismo de trocas térmicas entre trabalhador e ambiente. As estimativas do tempo de permanência em cada atividade e a situação térmica à qual o trabalhador permanece exposto ao longo da sua jornada de trabalho. A taxa metabólica para execução das atividades com exposição ao calor. Os registros disponíveis sobre a exposição ocupacional ao calor. CABE SALIENTAR QUE O RECONHECIMENTO DOS RISCOS DEVE SUBSIDIAR A ADOÇÃO DE MEDIDAS DE PREVENÇÃO, SEM PREJUÍZO DE OUTRAS MEDIDAS PREVISTAS NAS DEMAIS NORMAS REGULAMENTADORAS. Se as informações obtidas na etapa de reconhecimento dos riscos não forem suficientes para permitir a tomada de decisão quanto à necessidade de implementação de medidas de prevenção, deve-se proceder a avaliação quantitativa para: Comprovar o controle da exposição ou a inexistência de riscos identificados na etapa de reconhecimento. Dimensionar a exposição dos trabalhadores. Subsidiar o equacionamento das medidas de controle. A avaliação quantitativa do calor deverá ser realizada com base na metodologia e nos procedimentos descritos na Norma de Higiene Ocupacional, da Fundacentro. EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO E MONTAGEM A determinação do IBUTG pode ser feita utilizando-se dispositivos convencionais ou eletrônicos, desde que apresentem resultados equivalentes aos obtidos com a utilização do conjunto convencional. Os aparelhos que devem ser usados nessa avaliação são: termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. Imagem: Fundacentro, 2017. Árvore de termômetros convencional. Árvore de termômetros – O usuário monta os termômetros necessários, faz as leituras (analógicas) e desenvolve o cálculo do IBUTG. Foto: Peixoto; Ferreira, 2012 e NHO 6, 2017. Equipamento eletrônico e tripé para suporte dos sensores do equipamento eletrônico. Equipamento eletrônico – Possui todos os termômetros acoplados com leituras digitais e o IBUTG é calculado de forma automática. ATENÇÃO A altura das montagens deve coincidir com a região mais atingida do corpo. Os bulbos dos termômetros devem estar alinhados segundo um plano horizontal. Quando houver uma fonte principal, os termômetros devem estar contidos em um mesmo plano vertical e próximos uns dos outros. Além do termômetro de bulbo seco convencional, são necessários os seguintes dispositivos de medição: Imagem: NHO 6, 2017. Termômetro de globo. Imagem: NHO 6, 2017. Termômetro de bulbo úmido natural. REALIZANDO AS MEDIÇÕES A seguir, vamos conhecer resumidamente as principais recomendações estabelecidas pela NHO 06: A quantificação da exposição ao calor é feita por meio da análise da exposição de cada trabalhador, por todo o ciclo de trabalho. As leituras das temperaturas devem ser iniciadas após a estabilização do conjunto na situação térmica que está sendo avaliada e repetida a cada minuto. Devem ser feitas, no mínimo, cinco leituras ou tantas quantas forem necessárias até que a variação entre elas esteja dentro de um intervalo de ± 0,4°C. Os valores a serem atribuídos ao tg, ao tbs e ao tbn correspondem às médias de suas leituras, obtidas no intervalo considerado. Para trabalhos a céu aberto, é comum ocorrerem variações significativas das condições térmicas. Nesses casos, as avaliações devem ser realizadas na ausência de nuvens que causem sombreamento no ponto de avaliação. Avaliações de eventuais situações de exposição cujos 60 minutos mais críticos apresentem variações significativas nas condições térmicas podem ser realizadas mediante amostragem dos parâmetros necessários à determinação do IBUTG. O IBUTG da exposição pode ser obtido pela média de, no mínimo, 20 medições consecutivas realizadas em intervalos de tempo fixo dentro dos 60 minutos mais críticos da exposição. As condições térmicas de curta duração, inferiores ao tempo de estabilização do conjunto de medição, podem ser avaliadas por meio de simulação. Esse procedimento consiste em estender o tempo de duração das referidas condições térmicas de forma a permitir a estabilização e as leituras necessárias para avaliação da exposição. Deve ser medido o tempo de permanência do trabalhador em cada situação térmica que compõe o ciclo de exposição. Esse parâmetro é determinado por meio da média aritmética de, no mínimo, três cronometragens, as quais são obtidas observando-se o trabalhador na execução do seu trabalho. Análogo à determinação das diversas situações térmicas, deve-se identificar as distintas atividades físicas exercidas pelo trabalhador em estudo e atribuir um valor de taxa metabólica para cada uma delas, utilizando-se o Quadro 1 da NHO 06. O tempo de duração de cada atividade física identificada deve ser determinado por meio de, no mínimo, três cronometragens, as quais são obtidas observando-se o trabalhador na execução do seu trabalho. DEVEM SER REGISTRADOS EM PLANILHA DE CAMPO Foto: Shutterstock.com Para cada situação térmica identificada: A data e o horário de início e fim da medição. A descrição das características ambientais e operacionais que a compõem. Os dados obtidos nas medições de temperaturas. Os dados de cronometragem do tempo de duração da situação. Para cada atividade física identificada: A descrição das operações e dos procedimentos que a compõem. Os dados de cronometragem do tempo de duração da atividade. Descrição detalhada das características da vestimenta e dos equipamentos de proteção individual utilizados pelo trabalhador, visando ao enquadramento no Quadro 2 da NHO 06. Identificação do responsável pela elaboração da planilha de campo. Os dados obtidos devem ser invalidados sempre que, após as medições, for constatado: Qualquer prejuízo à integridade do equipamento. Calibração do equipamento eletrônico fora das especificações fornecidas pelo fabricante. Indicação de insuficiência de carga da bateria do equipamento. PROCEDIMENTOS DE CÁLCULOS E DE INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS Vamos agora conhecer resumidamente as principais etapas dos procedimentos de cálculo e de interpretação de resultados, estabelecidas pela NHO 06. O IBUTG de cada situação térmica deve ser calculado utilizando-se as equações já apresentadas em função da presença ou da ausência de carga solar direta. Já o valor da M, para cada atividade física identificada, deve ser atribuído utilizando-se o Quadro 1. Os tempos de exposição a serem utilizados nas referidas equações devem ser determinados com base no tempo total de duração de cada situação térmica e de cada atividade física no período de 60 minutos corridos mais desfavorável da jornada de trabalho. ATENÇÃO O tempo de duração de cada situação térmica e de cada atividade física é determinado por meio da média aritmética de cronometragens! A partir dos valores de IBUTG de todas as situações térmicas que compõem o ciclo de exposição do trabalhador objeto de estudo e dos valores de M atribuídos para todas as atividades físicas executadas por ele em seu ciclo de exposição, devem ser determinados o IBUTG e a M representativos da exposição ao calor do referido trabalhador. Uma vez determinados os valores ponderados de IBUTG e de M, o limite de exposição ao calor será considerado ultrapassado quando o IBUTG ponderado exceder o correspondente à M ponderada obtida, conforme definido na Tabela 1 para indivíduos não aclimatizados e na Tabela 2 para indivíduos aclimatizados. Para os valores encontrados de M ponderada, intermediários aos valores constantes na Tabela 1 ou Tabela 2, será considerado o relativo à M imediatamente mais elevada. M (W) [°C] 100 31,7 IBUTGMÁX IBUTGMÁX IBUTGMÁX M (W) [°C] 101 31,6 103 31,5 Tabela 1: Nível de ação para trabalhadores aclimatizados e limite de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados. Extraída de Fundacentro, 2017, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. M (W) [°C] 100 33,7 102 33,6 104 33,5 Tabela 2: Limite de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores aclimatizados. Extraída da NHO 6, 2017, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. Além dos limites de exposição estabelecidos nas Tabelas 1 e 2, o limite de exposição ao calor também será considerado ultrapassado quando qualquer um dos valores de IBUTG das situações térmicas que compõem o ciclo de exposição do trabalhador objeto de estudo exceder o (valor teto) relativo à M atribuída à atividade física correspondente, conforme Tabela 3. M (W) [°C] ≤ 240 38,0 244 37,9 248 37,8 Tabela 3: Valor teto para trabalhadores aclimatizados e não aclimatizados. Extraída de Fundacentro, 2017, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. Tendo em conta as diversas incertezas envolvidas nos valores atribuídos para as taxas metabólicas e a exatidão admitida para os sensores de temperatura, na interpretação dos resultados deve-se considerar IBUTGMÁX IBUTGMÁX IBUTGMÁX IBUTGVT IBUTGVT uma região de incerteza, estabelecida na Tabela 4, uma vez que, nessa região,o valor verdadeiro da exposição pode estar acima do limite estabelecido para trabalhadores aclimatizados. M [W] IBUTG [°C] M [W] IBUTG [°C] M [W] IBUTG [°C] 100 32,3 a 33,7 186 29,2 a 30,6 346 26,1 a 27,5 102 32,2 a 33,6 189 29,1 a 30,5 353 26,0 a 27,4 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 4: Região de incertezas para trabalhadores aclimatizados. Extraída de Fundacentro, 2017, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. CRITÉRIO DE JULGAMENTO O Quadro 3 apresenta considerações técnicas e a atuação recomendada para trabalhadores aclimatizados, em função dos valores de IBUTG e de M determinados, para a condição de exposição avaliada. Condições de exposição Consideração técnica Atuação recomendada Nos limites da Tabela 1 Aceitável No mínimo, manutenção da condição existente Acima dos limites da Tabela 1 até os limites inferiores da região de incerteza estabelecidos na Tabela 4 Acima do nível de ação No mínimo, adoção de medidas preventivas No intervalo de valores estabelecidos na Tabela 4 Região de incerteza Adoção de medidas preventivas e corretivas visando à redução da exposição Acima dos limites estabelecidos na Tabela 2 Acima do limite de exposição Adoção imediata de medidas corretivas Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 3: Critério de julgamento e tomada de decisão. Extraído de Fundacentro, 2017, adaptado por Lucio Villarinho Rosa. MEDIDAS PREVENTIVAS As medidas preventivas são ações que visam minimizar a probabilidade de as exposições ocupacionais ao calor atingirem a região de incerteza, podendo causar prejuízos à saúde do trabalhador. Segundo a NHO 06 e o Anexo 3 da NR 9, as medidas preventivas devem incluir: - Monitoramento periódico da exposição, que consiste em uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição dos trabalhadores, visando a um acompanhamento dos níveis de exposição e das medidas de controle para identificar a necessidade de introdução de novas medidas ou de modificação das já existentes. - Disponibilização de água e sais minerais para reposição adequada da perda pelo suor, segundo orientação médica. - Programar os trabalhos mais pesados (acima de 414W), preferencialmente nos períodos com condições térmicas mais amenas, desde que nesses períodos não ocorram riscos adicionais. - Treinamento e informação aos trabalhadores. - Controle médico, envolvendo exames médicos admissionais e periódicos, com foco na exposição ao calor, visando à determinação e ao monitoramento da aptidão física e à manutenção de um histórico ocupacional. - Permissão para interromper o trabalho quando o trabalhador sentir extremo desconforto ao calor ou, ainda, identificar sinais de alerta ou condições de risco à sua saúde. CABE SALIENTAR QUE MESMO QUE AS EXPOSIÇÕES SEJAM CONSIDERADAS ACEITÁVEIS, A ADOÇÃO DE MEDIDAS CORRETIVAS QUE REDUZAM OS NÍVEIS DE EXPOSIÇÃO É CONSIDERADA UMA BOA PRÁTICA, UMA VEZ QUE MELHORA AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E MINIMIZA OS RISCOS DE DANOS À SAÚDE. Quando em ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, o empregador deverá fornecer, adicionalmente, vestimentas de trabalho adaptadas ao tipo de exposição e à natureza da atividade. MEDIDAS CORRETIVAS As medidas corretivas visam reduzir a exposição a valores abaixo do limite considerado, devendo ser adotadas conforme as recomendações estabelecidas no critério de julgamento e na tomada de decisão. Entre as diversas medidas corretivas, a NHO 06 destaca: Modificação do processo ou da operação de trabalho, tais como redução da temperatura ou da emissividade das fontes de calor, mecanização ou automatização do processo. Utilização de barreiras refletoras ou absorventes. Adequação da ventilação. Redução da umidade relativa do ar. Alternância de operações que geram exposições a níveis mais elevados de calor com outras que não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis, resultando na redução da exposição horária. Reorganização de bancadas e postos de trabalho. Alteração das rotinas ou dos procedimentos de trabalho. Introdução de pausas. Disponibilização de locais climatizados ou termicamente mais amenos para recuperação térmica. CAPACITAÇÃO Segundo a NHO 06, nos programas de capacitação, os trabalhadores devem ser informados e orientados sobre: Riscos decorrentes da exposição ao calor. Aclimatização, hidratação e pausas no trabalho. Reconhecimento dos sinais e dos sintomas decorrentes da exposição. Condutas a serem adotadas em situações de emergência. Necessidade de comunicar aos seus superiores quaisquer situações de risco e sinais de sintomas relacionados à exposição ao calor. Cuidados e procedimentos recomendáveis para redução da sobrecarga fisiológica. Eventuais limitações de proteção das medidas de controle, sua importância e seu uso correto. Outros fatores não ocupacionais agravantes da exposição, tais como uso de medicação, consumo de bebidas alcoólicas e drogas. Doenças que possam limitar o trabalho sob condições de sobrecarga térmica, tais como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e obesidade. RELATÓRIO A NHO 06 (2017) recomenda que no relatório técnico sejam abordados, no mínimo, os aspectos apresentados a seguir, de forma a possibilitar a compreensão sobre o trabalho desenvolvido e a documentar os aspectos que foram utilizados no estudo. Introdução, incluindo objetivos do trabalho e período da realização do estudo. Descrição dos ambientes de trabalho, dos processos, das máquinas, dos equipamentos, das operações, das condições de exposição avaliadas e das medidas de controle existentes. Critério de avaliação adotado. Instrumental e acessórios utilizados e certificados de calibração. Metodologia de avaliação. Dados obtidos, com indicação das datas e dos horários em que forem efetuadas as avaliações. Interpretação dos resultados. Informações complementares. Conclusões e recomendações. Identificação do(s) responsável(s) pelo relatório. EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO PRÁTICA Um operador de telefonia realiza, em cada ciclo de trabalho, duas atividades (situações térmicas) sem carga solar direta. Na atividade 1, o operador está sentado, em um trabalho considerado leve com as mãos, por cerca de 5 minutos. Já na atividade 2, o operador está em pé, durante 7 minutos, em um trabalho considerado pesado com as mãos. Determine a condição de salubridade desse regime de trabalho, sabendo que os resultados das avaliações ambientais foram os seguintes: Atividade 1: tbn = 20°C e tg = 28°C Atividade 2: tbn = 22°C e tg = 40°C RESOLUÇÃO Determinação da taxa metabólica associada a cada atividade (situações térmicas): Atividade 1: 126W Atividade 2: 198W Número de ciclos de trabalho, em 60 minutos: Tempo total de duração das atividades (situações térmicas) 5 + 7 = 12 minutos Em 60 minutos, temos = 5 ciclos Tempo total de duração de cada atividade (situações térmicas), em 60 minutos: Atividade 1: 5.5 = 25 minutos Atividade 2: 5.7 = 35 minutos Determinação do IBUTG: Atividade 1: tbn = 20°C e tg = 28°C Pela fórmula temos IBUTG = 22,4°C 60 12 Atividade 2: tbn = 22°C e tg = 40°C Pela fórmula temos IBUTG = 27,4°C Agora devemos realizar as ponderações de M e do IBUTG. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Finalmente, vamos empregar a Tabela 2 (Limite de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores aclimatizados), da NHO 06, para M = 168W: Temos então o IBUTG de 31,1°C como limite de exposição ocupacional. Já que o valor calculado para o IBUTG ponderado foi de 25,30°C, temos então uma situação de salubridade configurada! CRITÉRIOS PARA CARACTERIZAR AS ATIVIDADES OU OPERAÇÕES INSALUBRES DECORRENTES DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR Vamos conhecer agora os critérios, segundo o Anexo 3 da NR 15 para caracterizar as atividades ou operações insalubres decorrentes da exposição ocupacional ao calor em ambientes fechados ou com fonte artificialde calor: São caracterizadas como insalubres as atividades ou operações realizadas em ambientes fechados ou com fonte artificial de calor sempre que o IBUTG (médio) medido ultrapassar os limites de exposição ocupacional, estabelecidos com base no índice de bulbo úmido termômetro de globo, apresentados no Quadro 1 e determinados a partir da taxa metabólica das atividades, apresentadas no Quadro 2, ambos do Anexo 3. O índice de bulbo úmido termômetro de globo médio e a taxa metabólica média, a serem considerados na avaliação da exposição ao calor, devem ser aqueles que, obtidos no período de 60 minutos corridos, resultem na condição mais crítica de exposição. As situações de exposição ocupacional ao calor, caracterizadas como insalubres, serão classificadas em grau médio. M = = 168W 126×25+198×35 60 IBUTG = = 25,3oC 22,4×25+27,4×35 60 CABE RESSALTAR QUE A AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DO CALOR DEVERÁ SER REALIZADA COM BASE NA METODOLOGIA E NOS PROCEDIMENTOS DESCRITOS NA NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL N° 6, DA FUNDACENTRO, NOS SEGUINTES ASPECTOS: DETERMINAÇÃO DE SOBRECARGA TÉRMICA POR MEIO DO ÍNDICE IBUTG. EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO E FORMAS DE MONTAGEM, POSICIONAMENTO E PROCEDIMENTOS DE USO DESSES EQUIPAMENTOS NOS LOCAIS AVALIADOS. PROCEDIMENTOS QUANTO À CONDUTA DO AVALIADOR. MEDIÇÕES E CÁLCULOS. A caracterização da exposição ocupacional ao calor deve ser objeto de laudo técnico que contemple, no mínimo, os seguintes itens: Introdução, objetivos do trabalho e justificativa. Avaliação dos riscos, descritos no Anexo 3, da NR 9. Descrição da metodologia e do critério de avaliação, incluindo locais, datas e horários das medições. Especificação, identificação dos aparelhos de medição utilizados e respectivos certificados de calibração, conforme a NHO 06, quando utilizado o medidor de IBUTG. Avaliação dos resultados. Descrição e avaliação de medidas de controle eventualmente já adotadas. Conclusão com a indicação de caracterização ou não de insalubridade. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. SÃO MUITOS OS FATORES AMBIENTAIS E INDIVIDUAIS QUE INFLUENCIAM A SENSAÇÃO TÉRMICA. ASSINALE A AFIRMATIVA QUE APRESENTA A DEFINIÇÃO CORRETA PARA O FATOR CALOR RADIANTE. A) Interfere na troca térmica entre o organismo humano e o meio ambiente, via evaporação. B) Quando for maior do que o da pele, temos um ganho de calor pelo organismo, via mecanismos de convecção ou condução. C) É o responsável pelo aumento da troca térmica entre o corpo e meio ambiente, por condução ou convecção. D) É a quantidade de energia por unidade de tempo produzida no interior do corpo humano que leva em consideração a atividade física exercida, estimada por tabelas disponíveis na legislação. E) É o calor absorvido pelo mecanismo da radiação. 2. COMO AS VESTIMENTAS UTILIZADAS PODEM INFLUENCIAR NAS TROCAS DE CALOR DO CORPO COM O AMBIENTE, LOGO DEVEM SER CONSIDERADAS NA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR. A CORREÇÃO PARA VESTIMENTAS DEVE SER REALIZADA SEMPRE QUE O TRABALHADOR UTILIZAR ROUPAS OU EPI DIFERENTES DOS UNIFORMES TRADICIONAIS. ASSINALE A AFIRMATIVA QUE APRESENTA O VALOR CORRETO DO INCREMENTO DE AJUSTE DO IBUTG MÉDIO PARA O MACACÃO DE POLIPROPILENO. A) 2 B) 3 C) 4 D) 10 E) 0,5 GABARITO 1. São muitos os fatores ambientais e individuais que influenciam a sensação térmica. Assinale a afirmativa que apresenta a definição correta para o fator calor radiante. A alternativa "E " está correta. O calor radiante é a energia emitida pelos corpos aquecidos a partir de fontes de radiação infravermelha, que é absorvida pelo mecanismo da radiação. 2. Como as vestimentas utilizadas podem influenciar nas trocas de calor do corpo com o ambiente, logo devem ser consideradas na avaliação da exposição ocupacional ao calor. A correção para vestimentas deve ser realizada sempre que o trabalhador utilizar roupas ou EPI diferentes dos uniformes tradicionais. Assinale a afirmativa que apresenta o valor correto do incremento de ajuste do IBUTG médio para o macacão de polipropileno. A alternativa "E " está correta. Segundo o Quadro 2 da NHO 06 (2017), 0,5 é o valor do incremento de ajuste do IBUTG médio para esse tipo de macacão. MÓDULO 2 Reconhecer os conceitos gerais e as fases da avaliação ocupacional do frio e da umidade LIGANDO OS PONTOS Foto: Adobe Stock Você sabe o que é sobrecarga térmica? Sabe quais são as consequências das exposições ocupacionais ao calor? Conseguiria identificar uma aplicação prática em uma atividade do dia a dia, ou estabelecer a situação da exposição ocupacional ao calor, frio ou à umidade? Para entendermos os conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática. Vamos analisar o case da empresa Automecânica do Chicó a seguir: A Automecânica do Chicó está legalmente estabelecida na Cidade do Rio de Janeiro, com atividade voltada para manutenção e reparação de automóveis. A sede da empresa é constituída de dois pavimentos em alvenaria, com área de aproximadamente de 600m², pé-direito de 4,5m, iluminação em lâmpadas fluorescente recobertas com vidro, ventilação natural (portas e janelas) e piso em concreto. Dentre os diversos setores na empresa, aquele que está por ser avaliado, sob o ponto de vista dos agentes de riscos ocupacionais, é o setor de chapeamento e pintura. Inicialmente, serão avaliados apenas os agentes físicos. No setor de chapeamento (funilaria ou lanternagem) e pintura, são desenvolvidas as atividades de lanternagem e pintura, envolvendo: desamassar, lixar, emassar, lavar, pintar e polir os carros, assim como a limpeza geral dos automóveis após os serviços. Para tanto, são empregados os seguintes principais equipamentos: politriz, esmerilhadeira, pistola de pintura, compressor de ar, solda elétrica e solda oxiacetilênica, e ferramentas em geral. Cabe ainda destacar que são empregados os equipamentos de proteção coletiva e, também, os equipamentos de proteção individual pertinentes, sempre com certificados de aprovação (CA), a saber: protetor auricular tipo concha, escudo de proteção, avental e luvas de raspa de couro, capa, luvas, botas de PVC, óculos de segurança oxiacetilênica, protetor facial, óculos de segurança e equipamentos de proteção respiratória pertinentes. Realizados os trabalhos de análise e avaliação para os agentes físicos, segundo os requisitos da NR 9 - Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, não foram detectadas situações insalubres. Segundo o Relatório de Avaliação da Exposição Ocupacional correspondente, emitido pelos engenheiros de segurança responsáveis pelo serviço, a condição de insalubridade não foi observada na Automecânica do Chicó, haja vista as considerações apresentadas no relatório em questão sobre as intensidades avaliadas, os períodos de exposição medidos e as utilizações de proteções eficazes, de caráter individual e coletiva, observadas. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. A UMIDADE É UM AGENTE FÍSICO BEM COMUM NAS ORGANIZAÇÕES. PORTANTO, É DE GRANDE IMPORTÂNCIA O ESTUDO DESSE AGENTE, OBJETIVANDO DETERMINAR, EM CADA AMBIENTE LABORAL, A SUA PRESENÇA E INTENSIDADE E, COM ISSO, ESTABELECER AS RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DE RISCO. CONSIDERANDO O DETALHAMENTO SOBRE O AMBIENTE NO SETOR DE CHAPEAMENTO E PINTURA, SOBRE AS ATIVIDADES ALI DESENVOLVIDAS, SOBRE AS MÁQUINAS E OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E, AINDA, SOBRE AS PROTEÇÕES DE ORDEM COLETIVA E DE ORDEM INDIVIDUAL EMPREGADAS, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA QUE INDICA EM QUE ATIVIDADE EXISTE A MAIOR POSSIBILIDADE DE EXPOSIÇÃO À UMIDADE. A) Lavar B) Emassar C) Pintar D) Polir E) Limpeza geral 2. PARA OS TRABALHOS EM AMBIENTES SUBMETIDOS À SOBRECARGA TÉRMICA, SÃO INDICADAS VÁRIAS MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO. ASSINALE A AFIRMATIVA REFERENTE A UMA MEDIDA CORRETIVA MAIS COERENTE COM O CASO DA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ. A) Implantação de ralos para escoamento B) Treinamento e informação aos trabalhadores C) Controle médico D)Monitoramento periódico da exposição E) Disponibilização de água e sais minerais para reposição adequada da perda pelo suor GABARITO 1. A umidade é um agente físico bem comum nas organizações. Portanto, é de grande importância o estudo desse agente, objetivando determinar, em cada ambiente laboral, a sua presença e intensidade e, com isso, estabelecer as recomendações para o controle de risco. Considerando o detalhamento sobre o ambiente no setor de chapeamento e pintura, sobre as atividades ali desenvolvidas, sobre as máquinas e os equipamentos utilizados e, ainda, sobre as proteções de ordem coletiva e de ordem individual empregadas, assinale a afirmativa correta que indica em que atividade existe a maior possibilidade de exposição à umidade. A alternativa "A " está correta. No setor de chapeamento (funilaria ou lanternagem), a maior possibilidade de exposição à umidade está na atividade de lavagem, devido ao emprego de água sob pressão. 2. Para os trabalhos em ambientes submetidos à sobrecarga térmica, são indicadas várias medidas de controle do risco. Assinale a afirmativa referente a uma medida corretiva mais coerente com o caso da Automecânica do Chicó. A alternativa "A " está correta. A implementação de ralos para escoamento impede que haja acúmulo de líquidos no chão da automecânica, evitando também um acúmulo exacerbado de calorias e, consequentemente, um aquecimento incomum e não previsto do ambiente de trabalho. 3. EM ALGUMAS ATIVIDADES NA AUTOMECÂNICA DO CHICÓ, DEVIDO À UMIDADE PRESENTE NO PROCESSO, PODEM SER GERADOS EFEITOS METABÓLICOS E ENDOCRINOLÓGICOS PARA A SAÚDE DOS TRABALHADORES ENVOLVIDOS. DENTRE OS EFEITOS À SAÚDE RELACIONADOS À UMIDADE PODEMOS DESTACAR: RESPOSTA As afecções cutâneas, as afecções do trato respiratório e as afecções do trato circulatório são alguns dos efeitos à saúde relacionados à umidade. O QUE SIGNIFICA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO FRIO? javascript:void(0) FRIO E UMIDADE Foto: Adobe Stock CONCEITUAÇÃO Segundo Saliba (2021), a exposição ocupacional ao frio constitui importante risco nos ambientes de trabalho, especialmente em frigoríficos, laticínios, indústria de bebidas, entre outros locais. Ainda de acordo com o autor, o desequilíbrio térmico pela exposição ao frio, segundo a equação a seguir, acontecerá quando o valor de S for inferior a zero. Nesse ponto, o corpo estará cedendo calor ao meio ambiente, o que pode acarretar a hipotermia. Onde: S – Calor acumulado no organismo. M – Calor produzido pelo metabolismo. C – Calor ganho ou perdido por condução/convecção. R – Calor ganho ou perdido pela radiação. E – Calor perdido por evaporação. Para Saliba (2021), o aspecto mais importante na hipotermia, capaz de levar ao óbito, é a queda da temperatura profunda do corpo. A hipotermia ocorre devido à sensação de frio. Veja a seguir a diferença entre as definições de frio e de umidade: Frio O que chamamos de frio é a sensação térmica sentida pelo ser humano quando este perde energia na forma de calor para o meio ambiente, devido ao fato de o ambiente estar com uma temperatura inferior à temperatura de seu corpo. Umidade Já a umidade pode ser definida como a quantidade de vapor de água em suspensão presente em uma porção da atmosfera. CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE S = +M ± C ± R– E Foto: Adobe Stock A NR 15 (2019), que destaca as atividades e operações insalubres, não estabelece limite de exposição para o frio e determina que a avaliação da insalubridade se realize por avaliação qualitativa do ambiente laboral feita por perito. Com base no Anexo 9 da NR 15, as atividades ou as operações executadas no interior de câmaras frigoríficas ou em locais que apresentem condições similares, expondo os trabalhadores ao frio sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. Considera-se artificialmente frio o que for inferior a 15°C na primeira, segunda e terceira zonas climáticas; a 12°C na quarta zona; e a 10°C nas quinta, sexta e sétima zonas, conforme mapa oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ATENÇÃO A NR 15 não estabelece limite de exposição para a umidade e determina que a avaliação da insalubridade se realize por avaliação qualitativa do ambiente laboral feita por perito. Com base no Anexo 10 da NR 15, as atividades ou as operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. EFEITOS À SAÚDE O organismo humano não se aclimata ao frio do mesmo modo que ao calor. A temperatura abaixo de 15°C diminui a concentração, reduz a capacidade para julgar e afeta o controle muscular. Quando expostos ao frio, os vasos sanguíneos, que abastecem a pele, as mãos e os pés contraem-se para que menos sangue circule na superfície do corpo, diminuindo assim a perda de calor. SAIBA MAIS Com temperatura corporal inferior a 35°C, o corpo reage passando a tremer (aumento da atividade física). Já com a temperatura corporal de 29°C, o hipotálamo perde a capacidade termorreguladora e o indivíduo pode entrar em sonolência e coma (hipotermia). Para Saliba (2021), além da hipotermia, diversos estados patológicos podem afetar o trabalhador, tais como: Enregelamento dos membros que pode conduzir à gangrena e amputação. Pés de imersão que ocorre pela permanência dos pés umedecidos ou imersos em água fria por longos períodos, produzindo estagnação do sangue, paralização dos pés e pernas. Ulcerações do frio, ou seja, feridas, bolhas, rachaduras e necrose que podem ocorrer devido à exposição ao frio intenso. Doenças reumáticas. Doenças respiratórias. Ainda segundo o autor, o frio interfere na eficiência do trabalho e na incidência de acidentes. Já a umidade pode acarretar efeitos metabólicos e endocrinológicos para a saúde. Entre os efeitos relacionados à umidade, podemos destacar: As afecções cutâneas. As afecções do trato respiratório. As afecções do trato circulatório. ATENÇÃO Adicionalmente, deve ser considerado o risco de acidentes por queda em função da umidade. MEDIDAS DE CONTROLE Sempre que as avaliações indicarem, devem ser aplicadas as medidas de controle a fim de eliminar ou minimizar o risco associado ao frio. A REDUÇÃO DA VELOCIDADE E O AUMENTO DA TEMPERATURA DO AR SÃO MEDIDAS DE CARÁTER COLETIVO, CAPAZES DE MINIMIZAR A EXPOSIÇÃO AO FRIO, MAS, QUANDO NÃO SÃO POSSÍVEIS, DEVEM SER ADOTADAS MEDIDAS DE CARÁTER ADMINISTRATIVO (LIMITAÇÃO DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO), ALÉM DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (LUVAS, BOTAS, CAPUZ ETC.). Outras medidas importantes no controle da exposição ao frio são: aclimatação, controle médico, capacitação nos procedimentos de primeiros socorros, hábitos alimentares etc. Sempre que as avaliações indicarem, devem ser aplicadas as medidas de controle, a fim de eliminar ou minimizar o risco associado à umidade. Vamos conhecer a seguir algumas medidas de proteção coletiva relacionadas à umidade: Alteração no processo de trabalho. Implantação de barreiras de contenção. Implantação de ralos para escoamento. Implantação de áreas com estrados de madeira. Implantação de sistemas de ventilação e exaustão. Ainda em relação à umidade, devem ser consideradas as medidas de proteção individual, tais como a adoção de equipamentos de proteção individual, por exemplo, luvas, botas e aventais. Foto: Adobe Stock Segundo o artigo 253 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Norma Regulamentadora n° 36 (2018), que trada da segurança e da saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados, para os empregados que trabalham no interior de câmeras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias de um ambiente quente ou normal para um frio, e vice-versa, depois de 1 hora e 40 minutos de trabalho continuo, será assegurado um período de 20 minutos de repouso,computado esse intervalo como de trabalho efetivo. A Norma Regulamentadora n° 29 (2014), que trata da segurança e da saúde no trabalho portuário, estabelece que a jornada de trabalho em locais frigorificados deve obedecer à seguinte tabela: FAIXA DE TEMPERATURA DE BULBO SECO (°C) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL PARA PESSOAS ADEQUADAMENTE VESTIDAS PARA EXPOSIÇÃO AO FRIO +15,0 a –17,9 * (*) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o mapa oficial do IBGE. +12,0 a –17,9 ** (**) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática subquente, de acordo com o mapa oficial do IBGE. +10,0 a –17,9 *** (***) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com o mapa oficial do IBGE. TEMPO TOTAL DE TRABALHO NO AMBIENTE FRIO DE 6 HORAS E 40 MINUTOS, SENDO QUATRO PERÍODOS DE 1 HORA E 40 MINUTOS ALTERNADOS COM 20 MINUTOS DE REPOUSO E RECUPERAÇÃO TÉRMICA FORA DO AMBIENTE DE TRABALHO. –18,0 a –33,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas, alternando-se 1 hora de trabalho com 1 hora para recuperação térmica fora do ambiente frio. –34,0 a –56,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 hora, sendo dois períodos de 30 minutos com separação mínima de 4 horas para recuperação térmica fora do ambiente frio. –57,0 a –73,0 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 minutos sendo o restante da jornada cumprida obrigatoriamente fora de ambiente frio. Abaixo de – 73,0 Não é permitida a exposição ao ambiente frio, seja qual for a vestimenta utilizada. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Extraída da NR 29, adaptada por Lucio Villarinho Rosa. AS PAUSAS DEVEM SER OBRIGATORIAMENTE USUFRUÍDAS FORA DOS LOCAIS DE TRABALHO, EM AMBIENTES QUE OFEREÇAM CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO, DISPONIBILIDADE DE BANCOS OU CADEIRAS E ÁGUA POTÁVEL. Segundo a NR 36, devem ser adotadas medidas preventivas individuais e coletivas — técnicas, organizacionais e administrativas —, em razão da exposição a ambientes artificialmente refrigerados e ao calor excessivo, a fim de propiciar conforto térmico aos trabalhadores. Ainda segundo a NR 36, as medidas de prevenção devem envolver, no mínimo: Controle da temperatura, da velocidade do ar e da umidade. Manutenção constante dos equipamentos. Acesso fácil e irrestrito à água fresca. Uso de EPI e vestimenta de trabalho compatível com a temperatura do local e da atividade desenvolvida. Outras medidas de proteção visando ao conforto térmico. Vamos conhecer agora as recomendações da NR 36 com relação aos equipamentos de proteção individual e às vestimentas. Nas atividades com exposição ao frio, devem ser fornecidas meias limpas e higienizadas diariamente. As luvas devem ser: Compatíveis com a natureza das tarefas, com as condições ambientais e o tamanho das mãos dos trabalhadores. Substituídas, quando necessário, a fim de evitar o comprometimento de sua eficácia. Nas atividades em que as mãos dos trabalhadores ficam totalmente molhadas e não seja possível a utilização de luvas em razão da geração de riscos adicionais, deve ser efetuado rodízio com outras tarefas. O empregador deve fornecer vestimentas de trabalho de maneira que: Os trabalhadores possam dispor de mais de uma peça de vestimenta, para utilizar de maneira sobreposta, a seu critério, e em função da atividade e da temperatura do local, atendendo às características higiênico-sanitárias legais e ao conforto térmico. As extremidades sejam compatíveis com a atividade e o local de trabalho. Sejam substituídas quando necessário, a fim de evitar o comprometimento de sua eficácia. ATENÇÃO Cabe salientar que as vestimentas devem ser trocadas diariamente, sendo sua higienização de responsabilidade do empregador. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. LEIA O TEXTO, ATENTAMENTE, E ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA. A EXPOSIÇÃO DO TRABALHADOR A TEMPERATURAS EXTREMAS PODE SER ENTENDIDA PELA EXPRESSÃO DO BALANÇO TÉRMICO A SEGUIR. ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA EQUAÇÃO UTILIZE A ROLAGEM HORIZONTAL ONDE: S – CALOR ACUMULADO NO ORGANISMO. M – CALOR PRODUZIDO PELO METABOLISMO. C – CALOR GANHO OU PERDIDO POR CONDUÇÃO/CONVECÇÃO. R – CALOR GANHO OU PERDIDO PELA RADIAÇÃO. E – CALOR PERDIDO POR EVAPORAÇÃO. O DESEQUILÍBRIO TÉRMICO PELA EXPOSIÇÃO AO FRIO, SEGUNDO A EQUAÇÃO, ACONTECERÁ QUANDO S FOR A) inferior a um. B) igual a zero. C) igual a um. (S = +M ± C ± R– E) D) menor que um. E) inferior a zero. 2. DENTRE OS EFEITOS CAUSADOS À SAÚDE RELACIONADOS À UMIDADE, PODEMOS DESTACAR A) enregelamento dos membros. B) conjuntivite. C) doenças reumáticas. D) necroses. E) afecções do trato circulatório. GABARITO 1. Leia o texto, atentamente, e assinale a afirmativa correta. A exposição do trabalhador a temperaturas extremas pode ser entendida pela expressão do balanço térmico a seguir. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde: S – Calor acumulado no organismo. M – Calor produzido pelo metabolismo. C – Calor ganho ou perdido por condução/convecção. R – Calor ganho ou perdido pela radiação. E – Calor perdido por evaporação. O desequilíbrio térmico pela exposição ao frio, segundo a equação, acontecerá quando S for A alternativa "E " está correta. (S = +M ± C ± R– E) O desequilíbrio térmico pela exposição ao frio, segundo a equação, acontecerá quando o valor de S for inferior a zero. Nesse ponto, o corpo estará cedendo calor ao meio ambiente, o que pode levar à hipotermia. 2. Dentre os efeitos causados à saúde relacionados à umidade, podemos destacar A alternativa "E " está correta. A umidade pode acarretar efeitos metabólicos e endocrinológicos para a saúde. Dentre os efeitos relacionados à umidade, podemos destacar as afecções cutâneas, do trato respiratório e do trato circulatório. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Vimos que as temperaturas extremas existem nos ambientes no dia a dia de trabalho, como em exposição demasiada à luz solar, locais aquecidos, locais refrigerados etc. Assim, o estudo de temperaturas extremas deve ser realizado em qualquer ambiente de trabalho, pois a exposição a essas temperaturas e a constante exposição a ambientes de temperaturas distintas podem abalar a saúde física do trabalhador, o que pode levá-lo a hospitalização ou mesmo ao óbito. Mesmo que por ventura ele continue trabalhando, sua produção será prejudicada, por estar desconfortável devido à condição ambiental a qual enfrenta. Por conta desses fatores, aprendemos que o profissional de segurança do trabalho deve estar permanentemente atualizado em relação às medidas de controle pertinentes às atividades executadas em seu ambiente de trabalho. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS (ACGIH). Limites de exposição ocupacional (TLVsR) para substâncias químicas e agentes físicos & índices biológicos de exposição (BEIsR). São Paulo: ABHO, 2021. ARAUJO, G. M. de. Normas regulamentadoras comentadas e ilustradas. Rio de Janeiro: GVC, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL. Portaria n° 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 6 jul. 1978. Supl. BREVIGLIERO, E.; SPINELLI, R.; POSSEBON, J. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos. 10. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2017. FUNDACENTRO. Avaliação da exposição ocupacional ao calor – NHO 06. São Paulo: Fundacentro, 2017. GONÇALVES, E. A.; GONÇALVES, D. C.; GONÇALVES, I. C. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: LTr, 2018. PEIXOTO, H.; FERREIRA, L. Higiene ocupacional III. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria,2013. SALIBA, T. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e controle dos riscos ambientais. São Paulo: LTr, 2021. VIEIRA, S. I. Manual de Saúde e Segurança no Trabalho. São Paulo: LTr, 2008. EXPLORE+ Para aprimorar os seus conhecimentos no assunto estudado, recomendamos os seguintes vídeos no YouTube: Stress Térmico – Ambiente de trabalho, no canal Primeira Ordem Engenharia & Consultoria. Assista e explore um pouco mais sobre o efeito do estresse no corpo humano pela exposição a um ambiente de temperatura extrema. Como operar um medidor de stress térmico, no canal Criffer TV. Assista e aprenda como operar um medidor de estresse térmico. Frigorífico – Segurança no trabalho em câmaras frias, no canal Sesi. Assista e explore um pouco mais sobre trabalhar em uma condição de temperatura de extrema refrigeração. CONTEUDISTA Lucio Villarinho Rosa
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