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RENAST - Rede Nacional de Atenção à Saúde do Trabalhador

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DESCRIÇÃO
A construção da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) como articulador junto
aos setores governamentais e da rede SUS das ações de saúde do trabalhador e a criação dos Centros de
Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST).
PROPÓSITO
Conhecer a RENAST, as atribuições dos CEREST, as ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador, no âmbito
do Sistema Único de Saúde, permite aos profissionais de Segurança do Trabalho acessarem estratégias
importantes acerca da promoção da saúde e da segurança nos ambientes de trabalho, e prevenção de doenças,
agravos e acidentes relacionados ao trabalho.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
MÓDULO 2
Identificar as ações do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST)
MÓDULO 3
Identificar as ações do Emprego e Trabalho Decente
A RENAST E A REDE SUS
MÓDULO 1
 Reconhecer a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
LIGANDO OS PONTOS
A rede de atenção à saúde do trabalhador (RENAST) é a rede temática do SUS para executar ações de
vigilância e assistência em saúde do trabalhador. Sua atuação é regionalizada para que a equipe possa conhecer
profundamente a realidade de cada local.
CASO
CEREST Regional Cacoal em parceria com OAB, CISTT e Vigilância em Saúde se reúnem para discutir
índices de acidentes de trabalho envolvendo a área elétrica e a da construção civil na regional de
abrangência.
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Regional Cacoal, preocupado com o alto índice de acidentes
de trabalho envolvendo a área elétrica e a da construção civil, na regional de abrangência, convidou para
proposta de ação conjunta em prevenção à saúde do trabalhador as instituições: Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT) e Vigilância em Saúde.
Foto: Shutterstock.com
A reunião teve início com a apresentação dos números de acidentes ocorridos, quando a vigilância em saúde do
munícipio de Cacoal apresentou estatísticas de notificações, dando abertura para que todos os presentes
fizessem suas colocações e propostas de trabalho envolvendo a educação continuada a todos os trabalhos e
sociedade estudantil. Na oportunidade também estavam presentes os assessores de um deputado e, ao final da
reunião, foi gerada uma ata encaminhada ao MPT com proposta de dar continuidade à ação em 2020. (Blog do
CEREST Regional de Cacoal, 17/12/2019)
1. AS AÇÕES DA VISAT DEVEM SER COORDENADAS PELAS INSTÂNCIAS DE GESTÃO
DO SUS E ARTICULADAS PELA RENAST, NO PRINCÍPIO DA ESTRUTURAÇÃO DA
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DOS TRABALHADORES EM REDE. SOBRE AS AÇÕES
DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR, PODEMOS DESTACAR:
A) as ações de prevenção e controle de doenças transmissíveis, vigilância dos fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e análise da situação de saúde da
população brasileira.
B) as ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde, abrangendo o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, relacionem-se com a saúde.
C) as ações de inspeções sanitárias nos ambientes de trabalho, com o objetivo de buscar a promoção e proteção
da saúde dos trabalhadores e realizar apoio institucional e matricial às instâncias envolvidas no processo de
vigilância em saúde do trabalhador no SUS.
D) as ações de assistência direta aos trabalhadores, como consultas médicas, consultas com psicólogos,
encaminhamento para tratamento e reabilitação, assim como os encaminhamentos para a emissão de laudos
para perícia do INSS.
E) as ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos para a população geral.
2. O CASO MOSTRA QUE, DEVIDO AO GRANDE NÚMERO DE ACIDENTES DE
TRABALHO REGISTRADOS, FOI NECESSÁRIO O AGENDAMENTO DE UMA REUNIÃO
COM DIVERSAS INSTITUIÇÕES DA REGIÃO AFETADA, PORÉM FALTOU A
PARTICIPAÇÃO DE UM GRUPO, POR MEIO DOS SEUS REPRESENTANTES. MARQUE A
ALTERNATIVA QUE APRESENTA ESSE GRUPO:
A) Representantes dos comerciantes da região.
B) Representantes dos trabalhadores da área elétrica e construção civil.
C) Representantes do trabalhadores aposentados e desempregados.
D) Representantes das crianças em condições de vulnerabilidade exposta ao trabalho.
E) Representares das mulheres trabalhadoras de todos os setores de trabalho da região.
GABARITO
1. As ações da VISAT devem ser coordenadas pelas instâncias de gestão do SUS e articuladas pela
RENAST, no princípio da estruturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores em rede. Sobre as
ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador, podemos destacar:
A alternativa "C " está correta.
A Vigilância em Saúde do Trabalhador tem como objeto específico a investigação e intervenção nos ambientes
de trabalho prejudiciais à saúde dos trabalhadores. Não é papel da VISAT o atendimento aos trabalhadores por
meio de consultas.
2. O caso mostra que, devido ao grande número de acidentes de trabalho registrados, foi necessário o
agendamento de uma reunião com diversas instituições da região afetada, porém faltou a participação de
um grupo, por meio dos seus representantes. Marque a alternativa que apresenta esse grupo:
A alternativa "B " está correta.
A participação dos trabalhadores, por meio dos seus representantes, é fundamental para a elaboração de
propostas de mudanças nos ambientes com o objetivo de minimizar os acidentes de trabalho.
3. DE ACORDO COM O CASO, QUAIS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM
SAÚDE DO TRABALHADOR PODEM SER FEITAS, EM PARCERIA
COM A EQUIPE CEREST, PARA A PREVENÇÃO DE ACIDENTES
DO TRABALHO NA ÁREA ELÉTRICA E DA CONSTRUÇÃO CIVIL?
RESPOSTA
Identificar a situação de saúde dos trabalhadores dessas áreas; planejar, executar e
avaliar as situações de riscos a que esses trabalhadores estão expostos; verificar a
ocorrência de anormalidades e irregularidades nos ambientes e processos de trabalho;
apurar as responsabilidades e recomendar as medidas necessárias para a prevenção
dos acidentes e promoção da saúde.
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A VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
A RENAST
Foto: Shutterstock.com
A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) compreende uma rede nacional de
informações e práticas de saúde, organizada com o propósito de implementar ações de assistência, de vigilância,
prevenção e de promoção da saúde relacionadas à saúde dos trabalhadores, e articulada entre o Ministério da
Saúde, as Secretarias de Saúde dos estados, o Distrito Federal e os municípios.
Com o objetivo de disseminar as ações de saúde do trabalhador, articuladas às demais redes do Sistema Único
de Saúde (SUS), a RENAST foi criada em 2002 e representou o fortalecimento da Política de Saúde do
Trabalhador no SUS. A RENAST integra a rede de serviços do SUS por meio de Centros de Referências em
Saúde do Trabalhador, e tem como objetivo elaborar protocolos, linhas de cuidados e instrumentos que
favoreçam a integralidade das ações envolvendo os serviços e municípios sentinelas. (Portaria GM nº
1.679/2002)
Ao longo dos anos, a ampliação e o fortalecimento da RENAST se deram de forma articulada entre o Ministério
da Saúde, as Secretarias de Saúde dos estados, o Distrito Federal e os municípios por meio da Portaria GM nº
2.728/2009, que atribui à rede a:
Adequação e ampliação da rede de centros de referência em saúde do trabalhador.
Inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica.
Implementação das ações de vigilância e promoção em saúde do trabalhador.
Instituição e indicação de serviços de saúde do trabalhador de retaguarda, de média e alta complexidadejá
instalados.
Caracterização de municípios sentinelas em saúde do trabalhador.
ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE ACERCA DA RENAST:
Observe a seguir as funções do Ministério da Saúde na gestão da RENAST, de acordo com a Portaria GM nº
2.728/2009:
I - elaborar a Política Nacional de Saúde do Trabalhador para o SUS, aprovada pelo Conselho Nacional de
Saúde (CNS) e pactuada pela CIT (Comissão Intergestores Tripartite) ;
II - coordenar a RENAST com a participação das esferas estaduais e municipais de gestão do SUS;
III - elaboração de projetos de lei e normas técnicas pertinentes à área, com a participação de outros atores
sociais como entidades representativas dos trabalhadores, universidades e organizações não
governamentais;
IV - inserir as ações de Saúde do Trabalhador na Atenção Básica, Urgência/Emergência, Rede Hospitalar,
Vigilância Sanitária, Epidemiológica e Ambiental;
V - assessorar os Estados na realização de ações de alta complexidade, quando solicitados;
VI - definir acordos e cooperação técnica com instituições afins com a Saúde do Trabalhador para
capacitação e apoio à pesquisa na área;
VII - definir rede de laboratórios de análises químicas e toxicológicas como referências regionais ou
estaduais;
VIII - definir a Rede Sentinela e os Municípios Sentinelas em Saúde do Trabalhador no âmbito nacional;
IX - definir o financiamento federal para as ações de Saúde do Trabalhador, garantindo repasses regulares
fundo a fundo;
X - realizar estudos e pesquisas definidos a partir de critérios de prioridade, considerando a aplicação
estratégica dos recursos e conforme a demanda social;
XI - promover a articulação intersetorial com os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Previdência Social,
do Meio Ambiente e outros, com vistas a fortalecer o modelo de atenção integral a saúde dos trabalhadores.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
AÇÕES DE SAÚDE DO TRABALHADOR
Os trabalhadores sempre foram atendidos nos serviços do SUS, porém nem sempre suas demandas específicas
relacionadas ao trabalho eram observadas. A implantação da RENAST também teve como proposta a
qualificação desses atendimentos incorporando as ações de saúde do trabalhador.
O reconhecimento dessas ações é importante para que os encaminhamentos adequados sejam realizados.
Nessa perspectiva, as notificações de doenças, agravos e acidentes relacionados ao trabalho, fornecem dados
suficientes para o financiamento e implementação de ações de saúde dos trabalhadores nos estados e
municípios.
LEMBRANDO QUE A INDISSOCIABILIDADE DAS AÇÕES
ASSISTENCIAIS E DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE É UM DOS
PILARES DE SUSTENTAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR.
Podemos elencar como ações de saúde do trabalhador:
A assistência aos agravos, a vigilância dos ambientes e das condições de trabalho (vigilância sanitária), da
situação de saúde dos trabalhadores (vigilância epidemiológica) e da situação ambiental (vigilância ambiental).
A produção, coleta, sistematização, análise e divulgação das informações de saúde, a produção de
conhecimento e as atividades educativas, todas elas desenvolvidas sob o controle da sociedade organizada.
A partir das ações assistenciais, são identificados os “casos” ou as situações de adoecimento relacionados ao
trabalho, que são notificados ao sistema de informação, desencadeando procedimentos de vigilância da saúde.
Procedimentos de promoção da saúde definidos e implementados no âmbito do sistema de saúde e fora dele
pelo setores de trabalho, previdência social, meio ambiente e outros setores de governo responsáveis pelas
políticas de desenvolvimento econômico e social.
O atendimento ao trabalhador, a investigação do trabalho como um fator determinante do processo saúde-
doença e o manejo das situações de risco no trabalho, incorporando o controle social, são possibilidades a
serem trabalhadas na Atenção Primária à Saúde. Aos serviços de urgência e emergências cabem os
atendimentos aos acidentados e às vítimas de agravos agudos relacionados ao trabalho, fazendo as devidas
notificações quando necessárias (RENAST, 2006).
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é essencial para a solidificação do modelo de Atenção Integral à
Saúde do Trabalhador. É um dos componentes do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e visa à promoção
da saúde e à redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio de ações de intervenção nos
agravos caso seus determinantes sejam decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos, e
mantendo estreita integração com as demais Vigilâncias (Sanitária, Epidemiológica e Saúde Ambiental)
(DIRETRIZES, 2012).
Objetivos da Vigilância em Saúde do Trabalhador (DIRETRIZES, 2012):
A VISAT tem como objetivos:
Identificar o perfil de saúde da população trabalhadora, considerando a análise da situação de saúde.
A caracterização do território, perfil social, econômico e ambiental da população trabalhadora.
Intervir nos fatores determinantes dos riscos e agravos à saúde da população trabalhadora, visando eliminá-los
ou, na sua impossibilidade, atenuá-los e controlá-los.
Avaliar o impacto das medidas adotadas para a eliminação, o controle e a atenuação dos fatores determinantes
dos riscos e agravos à saúde para subsidiar a toma de decisões das instâncias do SUS.
Utilizar os diversos sistemas de informação para a VISAT.
Atribuições do Profissionais da Vigilância em Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2012):
A equipe de profissionais da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) deve ser multidisciplinar e suas
atribuições são:
1. Identificar e analisar a situação de saúde dos trabalhadores da área de abrangência;
2. Analisar dados, informações, registros e prontuários de trabalhadores nos serviços de saúde, respeitando
os códigos de ética dos profissionais de saúde;
3. Planejar, executar e avaliar sobre situações de risco à saúde dos trabalhadores e os ambientes e
processos de trabalho;
4. Realizar ações programadas de Vigilância em Saúde do Trabalhador, a partir de análises dos critérios de
priorização definidos;
5. Verificar a ocorrência de anormalidades, irregularidades e a procedência de denúncias de inadequação
dos ambientes e processos de trabalho, apurar responsabilidades e recomendar medidas necessárias para
promoção da saúde dos trabalhadores;
6. Efetuar inspeções sanitárias nos ambientes de trabalho, identificar e analisar os riscos existentes, bem
como propor as medidas de prevenção necessárias.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Além do mais, devem mapear os riscos dos processos de produção, por meio da metodologia de árvores de
causas.
ATRIBUIÇÕES DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
(BRASIL, 2012):
Dentre as ações da VISAT, destacamos:
Realizar levantamentos, monitoramentos de risco à saúde dos trabalhadores e de populações expostas,
acompanhamento e registro de casos, inquéritos epidemiológicos e estudos da situação de saúde a partir dos
territórios;
Realizar apoio institucional e matricial às instâncias envolvidas no processo de Vigilância em Saúde do
Trabalhador no SUS;
Realizar inspeções sanitárias nos ambientes de trabalho, com objetivo de buscar a promoção e a proteção da
saúde dos trabalhadores;
Promover ações de formação continuada para os técnicos e trabalhadores envolvidos nas ações de Vigilância
em Saúde do Trabalhador.
PLANO DE AÇÃO DE SAÚDE DO TRABALHADOR
Foto: Shutterstock.com
O Plano de Ação Saúde do Trabalhador visa colocar em prática as determinações da Portaria GM/MS nº
2.437/2005, que regulamenta as atividades da RENAST. O plano tem como objetivo a definição das ações que
respondam às necessidades de saúde da população atendida, maximizando resultados e melhorando
constantemente a qualidade dos serviços prestados (RENAST, 2006).
O propósito de um planejamento é:
PERMITIR UM MELHOR APROVEITAMENTO DO TEMPO E DOS
RECURSOS, POSSIBILITANDO QUE ALCANCEMOSNOSSOS
OBJETIVOS MAIS FACILMENTE. QUANDO PRETENDEMOS
ALCANÇAR, COLETIVAMENTE, OBJETIVOS COMPLEXOS, É
IMPRESCINDÍVEL CONTAR COM UM MÉTODO DE
PLANEJAMENTO.
(RENAST, 2006, p. 31)
Um método de planejamento deve permitir o compartilhamento de ideias de todos os envolvidos e possibilitar a
compreensão das ferramentas adotadas. O planejamento deve expressar a identificação dos problemas, definir
as prioridades para a intervenção e as ações. Para que atinja seus objetivos, é preciso a elaboração de um plano
de ação. A seguir, veremos o passo a passo, composto por quatro momentos, para a elaboração de um plano de
ação em Saúde do Trabalhador, de acordo com a RENAST (2006).

1 - EXPLICANDO O PROBLEMA
Quem é o ator que planeja? Qual a missão da organização do ator que planeja? Qual problema será objeto da
intervenção? Como descrever o problema? Como explicar o problema?
Observação: a definição da missão estabelece os objetivos maiores que se pretende alcançar ou garantir.
2 - PROPONDO INTERVENÇÕES
Como selecionar os nós críticos? Como propor as intervenções? (1ª parte)
Observação: o nó crítico pode ser considerado como uma causa do problema que, quando atacada, é capaz de
resolver ou transformar o problema principal.


3 - CONSTRUINDO VIABILIDADE
Como identificar os recursos? Como viabilizar os recursos críticos?
4 – GERENCIANDO A INTERVENÇÃO
Como concluir a proposta de intervenção? (2ª parte) Como gerir a implantação do projeto?

O planejamento em Saúde do Trabalhador é um processo dinâmico que requer modificações sempre que houver
alterações ambientais e/ou organizacionais. Dessa forma, as estratégias precisam ser acompanhadas
continuamente.
A elaboração do plano ocorre nas Oficinas de Trabalho, que reúnem todos os atores sociais envolvidos com a
temática saúde do trabalhador, incluindo os gestores de órgãos públicos e representação dos movimentos
sociais e de usuários/trabalhadores.
O PLANO DEVE CONTER OBJETIVOS, METAS E PROJETOS QUE
CONSOLIDEM A MISSÃO INSTITUCIONAL VISANDO À MELHORIA
DA QUALIDADE DAS ATIVIDADES RELACIONADAS AO
ATENDIMENTO ÀS DEMANDAS DOS TRABALHADORES, ALÉM
DE INFORMAÇÕES DETALHADAS SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO
DAS MEDIDAS DE GERENCIAMENTO E CONTROLE DAS
INFORMAÇÕES, DOS CUSTOS, DA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO
DE PESSOAL.
De acordo com a Portaria GM/MS nº 2.067/2004, o Plano de Ação Nacional em Saúde do Trabalhador deve
seguir as metas do Plano Nacional de Saúde, assim como as estratégias de gestão descentralizada pactuadas
entre as esferas de governo, devendo conter as diretrizes para:
I. organização de ações assistenciais em Saúde do Trabalhador, no âmbito da Atenção Básica, na rede de
Média e Alta Complexidade ambulatorial, pré-hospitalar e hospitalar;
II. estruturação de ações de vigilância em Saúde do Trabalhador, em conformidade com as disposições das
Portarias GM/MS nº 3.120/1998 e nº 1.172/2004;
III. sistematização das informações em Saúde do Trabalhador, conforme o disposto na Portaria GM/MS nº
777/2004 e os instrumentos de informação já existentes, tais como o SIAB, o SIA, o SIH e o cartão SUS;
IV. política de comunicação em Saúde do Trabalhador;
V. fiscalização, normatização e controle dos serviços de Saúde do Trabalhador ou de medicina do trabalho,
próprios ou contratados, das instituições e empresas públicas e privadas;
VI. estruturação e o cronograma de implantação da Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador;
VII. ampliação, modificação e adequação da rede de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador;
VIII. educação permanente em Saúde do Trabalhador, segundo a Política de Formação e Desenvolvimento
de Trabalhadores para o SUS, definida pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do
Ministério da Saúde;
IX. promoção da Saúde do Trabalhador por meio da articulação intra e intergovernamental nas três esferas
de governo.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A METODOLOGIA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR
Foto: Shutterstock.com
Para que se consiga atingir os objetivos da Vigilância em Saúde do Trabalhador, é necessário que se adotem
metodologias capazes de estabelecer um diagnóstico situacional, dentro do princípio da pesquisa-intervenção, e
de avaliar, de modo permanente, os seus resultados em prol das mudanças pretendidas. Observe os
componentes que compreendem alguns pressupostos metodológicos:
FASE PREPARATÓRIA
Nesta fase, a equipe busca conhecer, com o maior aprofundamento possível, o(s) processo(s), o ambiente e as
condições de trabalho do local onde será realizada a ação.
INTERVENÇÃO (INSPEÇÃO/FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA)
A intervenção, realizada em conjunto com os representantes dos trabalhadores de outras instituições, e sob a
responsabilidade administrativa da equipe da Secretaria Estadual e/ou Municipal de Saúde, deverá considerar,
na inspeção sanitária em saúde do trabalhador, a observância a normas e legislações que regulamentam a
relação entre o trabalho e a saúde, de qualquer origem, especialmente na esfera da saúde, do trabalho, da
previdência, do meio ambiente e das internacionais ratificadas pelo Brasil.
ANÁLISE DOS PROCESSOS
Uma forma importante de considerar a capacidade potencial de adoecer no processo, no ambiente e em
decorrência de condições em que o trabalho se realiza é utilizar instrumentos que inventariem o processo
produtivo e a sua forma de organização.
INQUÉRITOS
No mesmo tempo da intervenção, é possível organizar inquéritos por meio da equipe interdisciplinar e de
representantes sindicais e/ou dos trabalhadores, aplicando questionários ao conjunto dos trabalhadores,
contemplando a sua percepção da relação entre trabalho e saúde, a morbidade referida (sinais e sintomas
objetivos e subjetivos), a vivência com o acidente e o quase acidente de trabalho (incidente crítico), consigo e
com os companheiros, e suas sugestões para a transformação do processo, do ambiente e das condições em
que o trabalho se realiza.
MAPEAMENTO DE RISCOS
Podem ser utilizadas algumas técnicas de mapeamento de riscos dos processos produtivos de forma
gradualmente mais complexa à medida que a intervenção se consolide e as mudanças ocorram — sempre com a
participação dos trabalhadores na sua elaboração. É importante mapear, além dos riscos tradicionalmente
reconhecidos, as chamadas cargas de trabalho e as formas de desgaste do trabalhador.
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Os estudos epidemiológicos clássicos, tais como os seccionais, de corte e caso controle, podem ser aplicados
sempre que se identificar sua necessidade, igualmente com a concorrência, na equipe interdisciplinar, de
técnicos das universidades e centros de pesquisa, como assessores da equipe.
ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO
A intervenção implica na confecção de um relatório detalhado que incorpore o conjunto de informações coletadas
elaborado pela equipe e seja feito com a participação dos trabalhadores, de modo a servir como parâmetro de
avaliações futuras.
INFORMAÇÕES BÁSICAS
É importante acessar as informações de interesse para as ações em Saúde do Trabalhador, não só sobre a
avaliação do perfil de morbimortalidade da população em geral, mas também o dimensionamento da população
trabalhadora exposta a riscos. São informações que permitem a análise e a intervenção sobre seus
determinantes. Algumas informações podem ser adquiridas por intermédio do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM), Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Previdência Social, entre outros.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UM DOS OBJETIVOS DA RENAST É PROPORCIONAR A IMPLANTAÇÃO DAS AÇÕES
DE SAÚDE DO TRABALHADOR NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DO SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE (SUS). DENTRE AS AÇÕES DE SAÚDE DO TRABALHADOR QUE PODEM SER
REALIZADAS NO SUS, TEMOS:
A) a assistência aos agravos, a vigilância dos ambientes e condições de trabalho, da situação de saúde dos
trabalhadores e da situação ambiental.
B) a notificação das diversas formas de violência contra mulheres, crianças eidosos.
C) a prestação de assistência de emergência às vítimas de acidentes de trânsito e notificação dos acidentes,
mesmo que não sejam relacionados aos acidentes de trabalho.
D) a elaboração a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Política Nacional de Saúde do Homem.
E) a elaboração de planos de ação para a proteção do trabalho adolescente e da pessoa idosa e estimular o
trabalho infantil.
2. EM UM DOS ENCONTROS DAS OFICINAS DE TRABALHO EM SAÚDE DO
TRABALHADOR, AS EQUIPES RECEBERAM UMA MISSÃO PARA ELABORAR UM
PLANO EM SAÚDE DO TRABALHADOR PARA DETERMINADO MUNICÍPIO.
ENTENDENDO QUE EXISTEM ALGUNS PASSOS IMPORTANTES PARA A ELABORAÇÃO
DO PLANO, MARQUE A ALTERATIVA QUE APRESENTA A SEQUÊNCIA CORRETA A
ELABORAÇÃO DELE:
A) Explicando o problema, propondo intervenções, gerenciando a intervenção e construindo viabilidade.
B) Gerenciando a intervenção, explicando o problema, construindo viabilidade, propondo intervenções.
C) Explicando o problema, propondo intervenções, construindo viabilidade, gerenciando a intervenção.
D) Construindo viabilidade, propondo intervenção, gerenciando intervenção, explicando o problema.
E) Explicando o problema, resolvendo o problema, propondo intervenção e avaliando as ações.
GABARITO
1. Um dos objetivos da RENAST é proporcionar a implantação das ações de saúde do trabalhador nos
serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre as ações de saúde do trabalhador que
podem ser realizadas no SUS, temos:
A alternativa "A " está correta.
As ações de saúde do trabalhador devem ser desenvolvidas em todas as esferas de atendimento da rede SUS,
desde ações mais diretas aos trabalhadores, como nas consultas, até de forma indireta, mas extremamente
importante, como as ações de vigilância em saúde e as notificações das doenças e agravos específicos.
Também faz parte das ações de saúde do trabalhador a elaboração de manuais e protocolos de atendimento aos
trabalhadores, assim como a capacitação das equipes para isso.
2. Em um dos encontros das Oficinas de Trabalho em Saúde do Trabalhador, as equipes receberam uma
missão para elaborar um plano em Saúde do Trabalhador para determinado município. Entendendo que
existem alguns passos importantes para a elaboração do plano, marque a alterativa que apresenta a
sequência correta a elaboração dele:
A alternativa "C " está correta.
Seguir a sequência dos elementos que compõem um plano em saúde do trabalhador é essencial para que as
ações sejam colocadas em prática sem equívocos. Neste caso, a sequência correta para a elaboração do plano
é explicando o problema, propondo intervenções, construindo viabilidade, gerenciando a intervenção.
MÓDULO 2
 Identificar as ações do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST)
LIGANDO OS PONTOS
Os CEREST devem identificar quais são os riscos e agravos à saúde do trabalhador em sua região de atuação
em conjunto com os serviços de atenção básica, urgências e emergências, de média e alta complexidades e, a
partir daí, atuar na rede de saúde priorizando suas intervenções aos grupos mais vulneráveis.
Os CEREST devem agir principalmente naqueles ambientes de trabalho que estão longe da atuação do MTE, e
em situações em que os trabalhadores não estão protegidos por NR, como autônomos, trabalhadores de
microempresas, agricultura familiar etc.
O CASO
O CEREST Regional de Cacoal, visando prevenir possíveis acidentes nos frigoríficos dos municípios que
compõe sua regionalização, em parceria com AGEVISA (PVH), CEREST Estadual (PVH) e SESAU, realizou a
operação de inspeção e análise dos frigoríficos quanto à utilização de amônia. A presente operação de inspeção
e orientação já vem sendo desenvolvida pelo CEREST, conforme plano de ação anual, porém a presente
inspeção em todas as unidades frigoríficas foi desencadeada após um acidente ocorrido em uma unidade que
compõe a regionalização do CEREST CACOAL.
Sabendo que a possível intoxicação por amônia pode ser extremamente grave ao trabalhador, a equipe do
CEREST Cacoal, ao tomar conhecimento do acidente de amônia, em parceria MPT, realizou a inspeção e
acompanhou o caso na Unidade Frigorífica, bem como as condições de saúde dos trabalhadores que foram
expostos e sofreram sintomas de intoxicação na ocasião do sinistro, os quais foram encaminhados à unidade
hospitalar do município de Cacoal. De acordo com a literatura médica, os contaminados podem apresentar os
seguintes sintomas: irritação nos olhos, na garganta e no trato respiratório/sufocante.
Foto: Shutterstock.com
Dependendo do tempo e nível de exposição, podem ocorrer efeitos que vão de suaves irritações a severas
lesões no corpo, devido à sua ação cáustica alcalina. Exposições a altas concentrações, a partir de 2500ppm,
por um período de trinta minutos podem ser fatais. As manifestações clínicas incluem: diminuição da ingestão de
alimentos; letargia; taquipneia; hipotermia; vômitos; ataxia; convulsões; hepatomegalia e coma. Uma possível
complicação deste distúrbio é a ocorrência de encefalopatia hepática, podendo levar à morte. (Blog do CEREST
Regional de Cacoal, 20/06/2021)
1. EM FRIGORÍFICOS, É POSSÍVEL QUE TRABALHADORES ADOEÇAM DEVIDO À
EXPOSIÇÃO SEM PROTEÇÃO AO AGENTE QUÍMICO E, POR OUTRO LADO, APESAR
DA PROTEÇÃO, É POSSÍVEL UMA EXPOSIÇÃO AO AGENTE DEVIDO AOS ACIDENTES.
EM SE TRATANDO DE AMÔNIA, QUAIS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
DEVEM SER FORNECIDOS AOS TRABALHADORES?
A) Boné, calça comprida, chinelo, luvas, óculos de proteção.
B) Máscara, óculos de proteção, botas, luvas, uniforme adequado.
C) Óculos de proteção, máscaras, blusas de manga comprida, bermuda, botas.
D) Uniforme adequado, óculos de proteção, máscara, chinelo.
E) Blusa de manga comprida, óculos de proteção, chapéu, luvas de silicone.
2. O CASE RELATA UM ACIDENTE DE TRABALHO EM FRIGORÍFICO. NESSE CASO,
QUAL A ATUAÇÃO DA EQUIPE SESMT NA ASSISTÊNCIA AOS ACIDENTADOS?
A) Prestar os primeiros atendimentos, avaliando a gravidade do acidente e acionando a equipe de atendimento
móvel de urgência do município.
B) Prestar os primeiros socorros e liberar o trabalhador para voltar para casa.
C) Prestar os primeiros atendimentos e orientar que eles voltem imediatamente ao trabalho.
D) Não prestar atendimento e acionar o setor de RH para o preenchimento da comunicação de acidente de
trabalho.
E) Não prestar nenhum atendimento e exigir que os acidentados retornem ao trabalho.
GABARITO
1. Em frigoríficos, é possível que trabalhadores adoeçam devido à exposição sem proteção ao agente
químico e, por outro lado, apesar da proteção, é possível uma exposição ao agente devido aos acidentes.
Em se tratando de amônia, quais equipamentos de proteção individual devem ser fornecidos aos
trabalhadores?
A alternativa "B " está correta.
Em um frigorífico, os equipamentos de proteção individual visam não só à proteção com relação a possíveis
exposições a produtos químicos, mas também à proteção com relação à baixa temperatura. Dessa forma, o
trabalhador precisa receber para sua proteção: máscara adequada, o uniforme adequado, geralmente o
macacão, botas, luvas óculos de proteção.
2. O case relata um acidente de trabalho em frigorífico. Nesse caso, qual a atuação da equipe SESMT na
assistência aos acidentados?
A alternativa "A " está correta.
A equipe de SESMT deve prestar os primeiros atendimentos, dentro da sua possibilidade e conforme a gravidade
dos acidentes. Em acidentes graves, as equipes dos Serviços de Atendimento Móvel devem ser acionadas.
3. VISANDO À PREVENÇÃO DE OUTROS ACIDENTES E EM
OUTROS FRIGORÍFICOS, PONTUE AS AÇÕES RELACIONADAS
ÀS NORMAS SEGURANÇA QUE A EQUIPE CEREST PODE
REFORÇAR COM AS EQUIPES DOS SESMT:
RESPOSTA
Inspeção dos ambientes de trabalho; orientações sobre a importância de as empresas
seguirem as normas de segurança; orientações aos trabalhadores sobre a importância
de obedecerem às normas de segurança; elaboração de planos de ação para
prevenção de novos acidentes, baseados no PPRA: antecipação, reconhecimento,avaliação e controle. Utilização de outras ferramentas, como 5W2H.
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OS CEREST´S E A ATENÇÃO BÁSICA
OS CEREST
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Criados a partir da Portaria Ministerial nº 1.679/2002, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador
(CEREST) são unidades regionais especializadas no atendimento aos trabalhadores. São vinculados à Rede
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e coordenados pela Coordenação Geral de
Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde.
AS AÇÕES DOS CEREST ESTÃO ESTRUTURADAS COM OS
DEMAIS SERVIÇOS DA REDE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(SUS) E OUTROS SETORES GOVERNAMENTAIS QUE POSSUEM
ESFERAS COMPARTILHADAS COM A SAÚDE DO
TRABALHADOR.
Os CEREST também têm por função a retaguarda técnica para o SUS nas ações de prevenção, promoção,
diagnóstico, tratamento, reabilitação e vigilância em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais,
independentemente do tipo de inserção no mercado do trabalho, e a elaboração do Plano de Saúde do
Trabalhador (Portaria GM nº 2.728/2009).
ATUAÇÃO DOS CENTROS DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR (PORTARIA GM/MS Nº 1.823/2012).
São atribuições do CEREST:
I. Desempenhar as funções de suporte técnico, de educação permanente, de coordenação de projetos de
promoção, vigilância e assistência à saúde dos trabalhadores, no âmbito da sua área de abrangência.
II. Dar apoio matricial para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador na atenção primária em saúde,
nos serviços especializados e de urgência e emergência, bem como na promoção de vigilância nos diversos
pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde.
III. Atuar como centro articulador e organizador das ações intra e intersetoriais de saúde do trabalhador,
assumindo a retaguarda técnica especializada para o conjunto de ações e serviços da rede SUS e se tornando
polo irradiador de ações experiência de vigilância em saúde, de caráter sanitário e de base epidemiológica.
Na esfera assistencial, os CEREST atuam com o propósito de contribuir para o diagnóstico, confirmação da
relação causal entre um dano, doença ou acidente e o trabalho, além de tratamentos, reabilitação e
encaminhamentos dos casos de maior complexidade para as unidades especialistas da rede SUS.
TODOS OS TRABALHADORES E ESTAGIÁRIOS PODEM SER
ATENDIDOS PELOS CEREST DESDE QUE APRESENTEM
DEMANDAS RELACIONADAS AO TRABALHO.
DESEMPREGADOS E APOSENTADOS TAMBÉM PODEM SER
ATENDIDOS CONTANTO QUE HAJA SUSPEITA DE
ADOECIMENTO RELACIONADO A OCUPAÇÕES ANTERIORES À
DEMISSÃO.
De acordo com a Portaria nº 1.679/2002, em cada estado serão organizados dois tipos de CEREST, os
Regionais e os Estaduais e cabe a eles apoiar a organização e a estruturação da assistência de média e alta
complexidade, para dar atenção aos acidentes de trabalho e aos agravos contidos na Lista de Doenças
Relacionadas ao Trabalho, como listamos a seguir:
1. Acidente de trabalho fatal;
2. Acidentes de trabalho com mutilações;
3. Acidente com exposição a material biológico;
4. Acidentes do trabalho com crianças e adolescentes;
5. Dermatoses ocupacionais;
6. Intoxicações exógenas, por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados;
7. Lesões por esforços repetitivos (LER), distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT);
8. Pneumoconioses;
9. Perda auditiva induzida por ruído (PAIR);
10. Transtornos mentais relacionados ao trabalho;
11. Câncer relacionado ao trabalho.
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CEREST estaduais
Os CEREST estaduais deverão dispor de bases de dados disponíveis e atualizadas, no mínimo com os
seguintes componentes para sua respectiva área de abrangência:
Mapa de riscos no trabalho;
Mapa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
Indicadores sociais econômicos de desenvolvimento, força de trabalho e IDH;
Informações sobre benefícios pagos pela previdência social e outros órgãos securitários; capacidade
instalada do sus;
Estrutura regional e funcionamento do INSS e da delegacia regional do trabalho;
Estruturar o observatório estadual de Saúde do Trabalhador.
Também deverão promover programas de formação, especialização e qualificação de recursos humanos na área
da saúde do trabalhador, além de fornecer suporte técnico para práticas assistenciais interdisciplinares em saúde
do trabalhador e promover eventos técnicos e elaboração de manuais e protocolos clínicos (Portaria nº
2.437/2005).
CEREST regionais
Os CEREST regionais deverão:
Facilitar o desenvolvimento de estágios, trabalho e pesquisa com as universidades locais, as escolas, os
sindicatos, entre outros;
Contribuir nos projetos das demais assessorias técnicas municipais;
Fomentar as relações interinstitucionais;
Articular a vigilância em saúde do trabalhador com ações de promoção como proposta de municípios
saudáveis;
Prover subsídios para o fortalecimento do controle social na região e nos municípios do seu território de
abrangência;
Participar do polo regional de educação permanente de forma a propor e pactuar as capacitações em saúde
do trabalhador consideradas prioritárias;
Estimular, prover subsídios e participar da pactuação da Rede de Serviços Sentinela em Saúde do
Trabalhador na região de sua abrangência.
Os CEREST regionais são referência técnica para as investigações de maior complexidade, e quando necessário
atuam em conjunto com os CEREST estaduais, assim como os setores no âmbito municipal, estadual e federal
(Portaria nº 1.679/2002).
 ATENÇÃO
Os CEREST regionais e estaduais deverão atuar de forma integrada, de modo a constituir um sistema em rede
nacional.
PROFISSIONAIS QUE COMPÕEM AS EQUIPES DOS CEREST
As equipes devem prover o apoio matricial e institucional para o desenvolvimento e incorporação das ações de
saúde do trabalhador no SUS. As equipes são compostas por:
PROFISSIONAIS DE NÍVEL MÉDIO
PROFISSIONAIS DE NÍVEL SUPERIOR
PROFISSIONAIS DE NÍVEL MÉDIO
Auxiliar ou técnico de enfermagem, técnico de higiene e segurança do trabalho, auxiliar administrativo,
arquivistas, entre outros.
PROFISSIONAIS DE NÍVEL SUPERIOR
Médicos generalistas, médicos do trabalho, médicos especialistas, odontologistas, engenheiros, enfermeiros,
psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, sociólogos, ecólogos, biólogos, terapeutas
ocupacionais, advogados, relações públicas, educadores, comunicadores, entre outros.
As equipes serão formadas de acordo com o perfil dos atendimentos realizados nos CEREST, e assim, é
possível que as equipes não sejam iguais nas regiões. Porém, para a composição delas, devem obedecer ao
que determina a legislação, com no mínimo auxiliares/técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos.
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 ATENÇÃO
Apesar das ações para o suprimento das necessidades dos trabalhadores, os CEREST não realizam exames
admissionais, periódicos, de mudança de função e demissionais, uma vez que não podem assumir as atribuições
dos Serviços Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Além do mais, não há atendimento
para situações de alta complexidade, emissão de atestado de saúde física ou mental e/ou avaliação de
processos de insalubridade ou periculosidade nas empresas.
Aos trabalhadores, os atendimentos nos CEREST acontecerão após encaminhamento médico, sejam de
serviços públicos de saúde, serviços privados, ou por médicos do trabalho.
Para os demais serviços, como visitais locais e visitas em conjunto com as equipes de Vigilâncias
Epidemiológica, Sanitária, Ambiental ou em Saúde do Trabalhador, as instituições deverão acionar o CEREST
referência para a região.
REDE DE SERVIÇOS SENTINELA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
“Sentinela” é o temos utilizado para designar serviços assistenciais de saúde de retaguarda de média e alta
complexidade já instalados e qualificados, para garantir a geração de informação para viabilizar a vigilância em
saúde. Assim, esse serviço é responsável pelo diagnóstico, tratamento e notificaçãoque proporcionarão
subsídios para ações em saúde do trabalhador (RENAST, 2006).
A Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador deverá atender todo o território nacional e os Municípios
Sentinelas serão definidos a partir de dados e indicadores oficiais disponíveis nos CEREST. Aos Municípios
Sentinelas, cabe:
Inserir as ações de Saúde do Trabalhador no SUS na Atenção Básica, na média e na alta complexidade.
Executar ações de vigilância em Saúde do Trabalhador integradas às de vigilância epidemiológica, sanitária e
ambiental;
Fortalecer o Controle Social;
Implantar uma Política de Saúde do Trabalhador voltada para a realidade do município e da região, em parceria
com o estado.
Desenvolver políticas de promoção da saúde e de desenvolvimento sustentável, de forma a garantir o acesso do
trabalhador às ações integradas de vigilância e de assistência, em todos os níveis de atenção do SUS.
Essas atribuições têm como finalidade reduzir o impacto dos processos produtivos nocivos à Saúde dos
Trabalhadores e da população geral.
AS ATIVIDADES E OS NÍVEIS DE COMPLEXIDADE
Como estamos falando de redes que, articuladas ao SUS viabilizam atendimentos especializados aos
trabalhadores, traremos agora algumas atividades que são realizadas dentro dos serviços, de acordo com o nível
de complexidade. São elas:
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Atenção primária em saúde
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Rede de urgência e emergência
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Serviço de especialidade
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Notificação compulsória
A atenção primária em saúde, em articulação com as áreas técnicas em saúde do trabalhador e centros de
referência em saúde do trabalhador, deve elaborar ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, assim
como o diagnóstico, tratamento, a reabilitação e manutenção da saúde dos trabalhadores no âmbito individual e
coletivo.
 SAIBA MAIS
A Portaria GM/MS nº 4.279/2010 conceitua a Rede de Atenção à Saúde (RAS) e estabelece diretrizes para sua
organização, no âmbito do Sistema Único de Saúde.
A rede de atenção à saúde (RAS) é composta por “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde de
diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão,
buscam garantir a integralidade do cuidado”. Os CEREST fazem parte da RAS como um de seus arranjos, ou
seja, integram a rede de serviços do SUS voltados à promoção, à vigilância e à assistência, para o
desenvolvimento das ações de Saúde do Trabalhador.
Os CEREST devem funcionar sob a coordenação da Atenção Primária à Saúde (APS). A atenção integral à
saúde do usuário trabalhador deve se iniciar e ser garantida a partir da atenção primária, enquanto coordenadora
do cuidado dentro da RAS.
A integralidade na atenção à saúde dos usuários trabalhadores envolve a integração da Vigilância em Saúde do
Trabalhador (VISAT), com a APS. Para isso, é necessário:
A inserção das ações do VISAT na prática das equipes de saúde da família.
O planejamento e programação integrados das ações individuais e coletivas.
O monitoramento e avaliação integrada.
A educação permanente dos profissionais de saúde.
A rede de urgência e emergência é a responsável pelos atendimentos de casos de acidentes de trabalho graves
e fatais, incluindo as intoxicações exógenas. É importante que seja feita a notificação dos atendimentos, pois
com essas informações atualizadas, poderá ser elaborada uma série de medidas preventivas relacionadas à
saúde dos trabalhadores.
A rede de serviços de especialidades é importante para a manutenção da integralidade das ações. Esse serviço
é destinado ao atendimento das situações de saúde que não podem ser tratadas na atenção primária.
FICHA INDIVIDUAL DE NOTIFICAÇÃO (FIN)
É um registro de um agravo à saúde feito por meio da Ficha de Notificação. Tem como objetivo comunicar a
ocorrência de casos de doenças que constam na lista de agravos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
 ATENÇÃO
A notificação é obrigatória a todos os profissionais de saúde, bem como aos responsáveis por organizações e
estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino, e visa à adoção de medidas de controle
pertinentes. Podem ser feitas pela vigilância epidemiológica dos distritos sanitários.
Atualmente, as seguintes notificações são compulsórias:
1 - Câncer relacionado ao trabalho;
2 - Dermatoses ocupacionais;
3 - Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT);
4 - Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) relacionada ao trabalho;
5 - Pneumoconioses relacionadas ao trabalho;
6 - Transtornos mentais relacionados ao trabalho.
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É IMPORTANTE DESTACAR QUE, DEVIDO À ESCASSEZ DAS
INFORMAÇÕES SOBRE A REAL SITUAÇÃO DE SAÚDE DOS
TRABALHADORES, FICA INVIABILIZADA A CRIAÇÃO DE
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS PARA COMBATER OS AGRAVOS
RELACIONADOS À SAÚDE. POR ISSO, É IMPORTANTE QUE AS
INFORMAÇÕES SOBRE A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEJAM
SEMPRE PRIORIZADAS EM TODOS OS CURSOS DA ÁREA DA
SAÚDE E GESTÃO DA SAÚDE.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERANDO QUE OS CEREST ATUAM COMO SUPORTE ÀS INSTITUIÇÕES,
ALÉM DE UM CENTRO ARTICULADOR DAS AÇÕES INTERSETORIAIS DE SAÚDE E
QUE TAMBÉM PRESTAM ATENDIMENTO AOS TRABALHADORES NAS UNIDADES
AMBULATORIAIS, MARQUE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE ÀS AÇÕES DOS
CEREST NO ATENDIMENTO DIRETO AOS TRABALHADORES:
A) Os CEREST deverão dispor informações sobre benefícios pagos pela Previdência Social e outros órgãos
securitários.
B) Cabe aos CEREST prover subsídios e participar da pactuação da Rede de Serviços Sentinela em Saúde do
Trabalhador na região de sua abrangência.
C) Os profissionais dos CEREST também atuam com o propósito de contribuir para o diagnóstico, confirmação
da relação causal entre um dano, doença ou acidente e o trabalho, além de tratamentos que prescrevem aos
trabalhadores atendidos nas unidades.
D) CEREST estaduais deverão dispor de bases de dados disponíveis e atualizados, no mínimo, com os
seguintes componentes para sua respectiva área de abrangência: mapa de riscos no trabalho, mapa de
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
E) As equipes dos CEREST também atuam em visitas técnicas em conjunto com as Equipes de Vigilância em
Saúde.
2. PARA A GARANTIA DA INTEGRALIDADE DAS AÇÕES DE SAÚDE DO TRABALHADOR
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, A REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
DO TRABALHADOR CONTA COM A ATUAÇÃO DOS CEREST E A ATUAÇÃO DE UM
SERVIÇO RESPONSÁVEL PELA NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS E AGRAVOS QUE DARÃO
SUBSÍDIOS AOS MUNICÍPIOS E ESTADOS NA ELABORAÇÃO DE AÇÕES EM SAÚDE
DO TRABALHADOR. ESSE SERVIÇO É CONHECIDO COMO:
A) Rede de Serviços Integrais à Saúde do Trabalhador.
B) Política Nacional de Saúde do Trabalhador Idoso.
C) Rede de Assistência ao Trabalhador no SUS.
D) Política Brasileira de Segurança em Saúde do Trabalhador.
E) Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador.
GABARITO
1. Considerando que os CEREST atuam como suporte às instituições, além de um centro articulador das
ações intersetoriais de saúde e que também prestam atendimento aos trabalhadores nas unidades
ambulatoriais, marque a alternativa que corresponde às ações dos CEREST no atendimento direto aos
trabalhadores:
A alternativa "C " está correta.
Os médicos que compõem as equipes CEREST assistem os trabalhadores de acordo com suas demandas,
podendo diagnosticar uma doença ou agravo, relacionando ao trabalho, assim como prescrever os devidos
tratamentos, e se for necessário, encaminhar para tratamento em outros serviços da rede SUS, de maior
complexidade. As demais alternativas estão relacionadas às atividades técnico-administrativas desenvolvidas
pelos CEREST.
2. Para a garantia da integralidade das ações de saúde do trabalhador no Sistema Único de Saúde, a
Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador conta com a atuação dos CEREST e a atuação
de um serviço responsável pelanotificação de doenças e agravos que darão subsídios aos municípios e
estados na elaboração de ações em saúde do trabalhador. Esse serviço é conhecido como:
A alternativa "E " está correta.
A Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador tem como competência a geração de informação que
possam viabilizar a vigilância em saúde, sendo assim um serviço responsável pelo diagnóstico, tratamento e
notificação de doenças e agravos que proporcionarão subsídios para ações em saúde do trabalhador.
MÓDULO 3
 Identificar as ações do Emprego e Trabalho Decente
LIGANDO OS PONTOS
A política nacional de trabalho em emprego decente pode causar impacto na saúde e segurança dos
trabalhadores. Embora o foco seja a qualidade de vida, o salário decente, o emprego seguro e boas condições
de vida diminuem a exposição dos trabalhadores a situações insalubres, inclusive a situações análogas à
escravidão.
O CASO
Em 2018, a renda feminina média (R$1.399,00) representa somente 86,7% da renda média masculina
(R$1.614,00), revelando que a luta das mulheres por igualdade salarial ainda está longe de seu final.
A força de trabalho feminina representa em média 40% da População Economicamente Ativa Brasileira (IBGE,
PNAD), na qual muitas mulheres inseridas buscam garantir seu espaço. No entanto, a estrutura das relações
sociais no mundo do trabalho que, há tempos, submete as mulheres ao trabalho doméstico e às limitações na
participação da esfera pública, reforçam uma divisão sexual do trabalho relacionada aos papéis desempenhados
por gênero e que são refletidas no cotidiano nacional.
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A desvalorização da força de trabalho feminina se apresenta na forma de salários mais baixos, postos de
trabalho precários, dupla jornada com trabalho doméstico não remunerado e invisibilizado, assim como na
ausência de proteções sociais efetivas que possibilitassem condições mais favoráveis para a participação das
mulheres no mercado.
Essa desvantagem percebida por elas no mercado de trabalho tende a piorar no caso das mulheres com filhos
pequenos, que, muitas vezes, precisam se submeter às péssimas condições de trabalho para não ficarem
desempregadas, pois as oportunidades se restringem diante da condição de trabalhadora e mãe, o que pode
levá-las à informalidade. (Observatório Paraense do Mercado de Trabalho, Junho de 2019)
1. A AGENDA NACIONAL DE EMPREGO E TRABALHO DECENTE (ANETD) FOI
ELABORADA PARA ATENDER A ACORDOS INTERNACIONAIS SOBRE EMPEGO E
TRABALHO DECENTE. DE ACORDO COM O CASO CITADO, QUAL DAS PRIORIDADES
DA ANETD NÃO FOI ATENDIDA?
A) Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva.
B) Geração de mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidades e de tratamento.
C) Fortalecer os atores tripartites e o diálogo social como um instrumento de governabilidade democrática.
D) Diálogo social: juventude, trabalho e educação com mais e melhor educação.
E) Erradicar o trabalho escravo e eliminar o trabalho infantil, em especial em suas piores formas.
2. A DESVALORIZAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO AINDA É UMA
SITUAÇÃO A SER SUPERADA. MUITAS SÃO AQUELAS QUE SE SUBMETEM A
ALGUMAS CONDIÇÕES DE TRABALHO POR MEDO DE PERDER O EMPREGO E NÃO
TER COMO SE SUSTENTAR E/OU SUSTENTAR A FAMÍLIA. MARQUE A ALTERNATIVA
QUE APRESENTA SITUAÇÕES PRECÁRIAS RELACIONADAS AO TRABALHO DA
MULHER:
A) Baixos salários, dupla ou tripla jornada de trabalho, ambientes de trabalho insalubres.
B) Ambientes de trabalho seguros, salário compatível com o dos homens no mesmo cargo, dupla jornada de
trabalho.
C) Tripla jornada de trabalho, altos salários e creches nos ambientes de trabalho.
D) Proteção social, ótima remuneração, jornada única de trabalho.
E) Ambientes de trabalho precários, salário compatível com o cargo, única jornada de trabalho, proteção social.
GABARITO
1. A Agenda Nacional de Emprego e Trabalho Decente (ANETD) foi elaborada para atender a acordos
internacionais sobre Empego e Trabalho Decente. De acordo com o caso citado, qual das prioridades da
ANETD não foi atendida?
A alternativa "B " está correta.
A prioridade que não foi considerada no caso citado foi a geração de mais e melhores empregos, com igualdade
de oportunidade e de tratamento. Essa prioridade está relacionada à promoção da igualdade de oportunidades
para todos e de tratamento e combate à discriminação. No caso, a discriminação contra as mulheres.
2. A desvalorização da mulher no mercado de trabalho ainda é uma situação a ser superada. Muitas são
aquelas que se submetem a algumas condições de trabalho por medo de perder o emprego e não ter
como se sustentar e/ou sustentar a família. Marque a alternativa que apresenta situações precárias
relacionadas ao trabalho da mulher:
A alternativa "A " está correta.
Muitas mulheres ainda são desvalorizadas no mercado de trabalho. Muitas são aquelas que sustentam a família
e para tal têm até tripla jornada de trabalho, contando com a jornada doméstica. Com relação ao salário, ainda
existem mulheres que exercem mesmo cargo que os homens, porém são menos remuneradas, além de os
ambientes de trabalho serem precários.
3. EM SE TRATANDO DE UM PLANO NACIONAL DO EMPREGO E
TRABALHO DECENTE, DESTAQUE QUAIS SÃO AS POSSÍVEIS
PROPOSTAS PARA MINIMIZAR A DISCRIMINAÇÃO E
SEGREGAÇÃO CONTRA AS MULHERES NO MERCADO DE
TRABALHO:
RESPOSTA
Valorização do trabalho feminino, entendendo que direitos iguais não significa que a
mulher precisa fazer todos os trabalhos que os homens fazem. A valorização salarial.
Trabalhos flexíveis, entendendo que muitas mulheres são mães e nem sempre tem
quem as ajude no cuidado às crianças.
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O QUE É TRABALHO DECENTE?
NOÇÕES DE TRABALHO DECENTE
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De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho decente é condição fundamental para
a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o
desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010).
Trata-se de um conceito multidimensional com a missão de promover oportunidades de trabalho decente em
condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. De acordo com a OIT, a noção de trabalho decente se
estrutura em quatro pilares estratégicos:
Respeito às normas internacionais do trabalho, em especial aos princípios e direitos fundamentais do
trabalho.
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Promoção do emprego de qualidade.
Extensão da proteção social.
Diálogo social.
PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS DO
TRABALHO
Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; eliminação de todas as
formas de trabalho forçado; abolição efetiva do trabalho infantil; eliminação de todas as formas de
discriminação em matéria de emprego e ocupação.
Para a implementação dos pilares, a OIT criou a Agenda de Trabalho Decente com os seguintes objetivos:
Definir e promover normas e princípios e direitos fundamentais no trabalho;
Criar maiores oportunidades de emprego e renda decentes para a população;
Melhorar a cobertura e a eficácia da proteção social para todos.
Países membros que ratificaram a agenda criaram seus planos para atender as suas demandas. O Brasil, ao
assumir uma série de compromissos internacionais para a promoção do trabalho decente, criou o Plano Nacional
de Emprego e Trabalho Decente, que visa:
FORTALECER A CAPACIDADE DO ESTADO BRASILEIRO PARA
AVANÇAR NO ENFRENTAMENTO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS
ESTRUTURAIS DA SOCIEDADE E DO MERCADO DE TRABALHO,
ENTRE OS QUAIS SE DESTACAM: A POBREZA E A
DESIGUALDADE SOCIAL; O DESEMPREGO E A
INFORMALIDADE; A EXTENSÃO DA COBERTURA DA PROTEÇÃO
SOCIAL; A PARCELA DE TRABALHADORAS E TRABALHADORES
SUJEITOS A BAIXOS NÍVEIS DE RENDIMENTOS E
PRODUTIVIDADE; OS ELEVADOS ÍNDICES DE ROTATIVIDADE NO
EMPREGO; AS DESIGUALDADES DE GÊNERO E RAÇA/ETNIA;
AS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NOS LOCAIS DE
TRABALHO, SOBRETUDO NA ZONA RURAL.
(BRASIL, 2010, p. 8)
De acordo com a OIT, o trabalho decente está relacionadoàs aspirações das pessoas sobre a vida profissional.
Envolve oportunidades de trabalho produtivo e com rendimento justo, segurança nos ambientes laborais,
proteção social para as famílias e a igualdade de oportunidades e tratamento para todas as mulheres e homens.
Por meio do trabalho decente, também se reafirma a necessidade de abolirmos o trabalho infantil e as condições
degradantes de trabalho para adultos. Durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU),
em 2015, o trabalho decente e os quatro pilares da Agenda do Trabalho Decente tornaram-se a Meta nº 8 da
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, por ser entendido que o desenvolvimento sustentável não
pode ser alcançado sem trabalho decente e vice-versa.
META Nº 8
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A Meta nº 8 diz respeito à promoção do crescimento econômico sustentável, emprego pleno e produtivo, e
trabalho decente para todos.
Em 2017, a OIT, por meio de uma das Conferências Gerais, publicou a Recomendação nº 205, sobre Emprego e
Trabalho Decente para a Paz e a Resiliência. Essa Recomendação fornece orientação aos membros sobre as
medidas a serem tomadas para gerar empregos e trabalho decente para fins de prevenção, recuperação, paz e
resiliência em relação a situações de crise decorrentes de conflitos e desastres.
AGENDA NACIONAL DE EMPREGO E TRABALHO DECENTE
A Agenda Nacional de Trabalho Decente expressa um compromisso entre o governo brasileiro e a OIT, com a
proposta de ser implementada em diálogo com as organizações de empregadores e de trabalhadores. O Brasil
lançou a agenda no ano de 2006, definindo três prioridades (BRASIL, 2006):
1ª PRIORIDADE
2ª PRIORIDADE
3ª PRIORIDADE
1ª PRIORIDADE
Geração de mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidades e de tratamento.
Linhas de ação: Investimento Público e Privado, e Desenvolvimento Local e Empresarial para a Geração de
Emprego; Políticas Públicas de Emprego, Administração e Inspeção do Trabalho; Políticas de Salário e Renda;
Promoção da Igualdade de Oportunidades e de Tratamento e Combate à Discriminação; Extensão da Proteção
Social; Condições de Trabalho.
2ª PRIORIDADE
Erradicar o trabalho escravo e eliminar o trabalho infantil, em especial em suas piores formas.
Linhas de ação: Desenvolvimento da Base de Conhecimento; Mobilização e Conscientização Social;
Fortalecimento Institucional de Políticas e Programas Nacionais; Estratégias de Intervenção.
3ª PRIORIDADE
Fortalecer os atores tripartites e o diálogo social como um instrumento de governabilidade democrática.
Linhas de ação: Promoção das Normas Internacionais; Fortalecimento dos Atores; Mecanismos de Diálogo
Social; Negociação Coletiva.
A partir da Agenda Nacional de Trabalho Decente, deveria ser elaborado um Programa Nacional de Trabalho
Decente que estabelecesse os resultados esperados e as estratégias, metas, prazos, produtos e indicadores de
avaliação. O Programa foi transformado no Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente.
AGENDA NACIONAL DE TRABALHO DECENTE PARA A
JUVENTUDE
Em 2009, o Comitê Interministerial da Agenda Nacional do Trabalho Decente criou o Subcomitê da Juventude
(ANTDJ), com o objetivo de elaborar uma agenda nacional de trabalho decente para os jovens.
O INTERESSE NA ELABORAÇÃO DE UMA AGENDA VOLTADA
PARA ESSE GRUPO DEU-SE A PARTIR DA CONSTATAÇÃO DE
QUE OS JOVENS EXPERIMENTAM UM CONJUNTO DE
PARTICULARIDADES E DIFICULDADES ESPECÍFICAS
ADICIONAIS EM RELAÇÃO AO TRABALHO, NO PROCESSO DE
TRANSIÇÃO ESCOLA-TRABALHO, E COM ESTE O DESAFIO DA
INSERÇÃO NO AMBIENTE LABORAL.
Na época da construção, o foco da agenda eram os jovens de 15 a 29 anos que até então eram considerados na
faixa etária jovem no país, segundo a Emenda Constitucional nº 65/2010.
O processo de construção da ANTDJ partiu de um diagnóstico sobre a situação dos jovens no mercado de
trabalho nos diversos estados brasileiros, que destacou os seguintes aspectos (ABRAMO, 2015):
A juventude brasileira é uma juventude trabalhadora;
A juventude brasileira tem se esforçado para combinar trabalho e estudo;
A elevação da escolaridade e a melhoria da sua qualidade é um aspecto central para a construção de uma
trajetória de trabalho decente;
O desemprego e a informalidade não atingem apenas os jovens de baixa escolaridade e provenientes de
famílias de baixa renda;
Os jovens estão mais sujeitos ao desemprego e às condições precárias de trabalho que os adultos;
A situação juvenil está fortemente marcada pelas desigualdades de gênero e raça, sendo necessário
promover a conciliação entre o trabalho, o estudo e a vida familiar.
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Para a construção da agenda para a juventude, foram consideradas orientações do Plano Nacional de
Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção ao Adolescente Trabalhador. A ANTDJ está baseada em quatro
prioridades:
Mais e melhor educação.
Conciliação entre estudos, trabalho e vida familiar.
Inserção digna e ativa no mundo do trabalho, com igualdade de oportunidades e tratamento.
Diálogo social: juventude, trabalho e educação.
Após a implantação, alguns estudos foram feitos para a avaliação das ações voltadas pera as necessidades dos
jovens trabalhadores. Em alguns cenários houve avanços, em outros, pouca evolução.
No que se refere ao trabalho infantil, por meio de uma parceria com a OIT, criou-se o Programa de Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil, organizado em cinco eixos (ABRAMO, 2015):
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Desenvolvimento de conhecimento sobre o problema;
Desenvolvimento da legislação;
Desenvolvimento da capacidade institucional para o cumprimento das normas;
Conscientização pública sobre os aspectos negativos do trabalho infantil;
Desenvolvimento de ações diretas de proteção às crianças e aos adolescentes.
PLANO NACIONAL DE EMPREGO E TRABALHO
DECENTE
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Após a Agenda Nacional de Trabalho Decente, o passo seguinte foi a elaboração do Plano Nacional de Emprego
e Trabalho Decente (PNETD), que representa uma referência para a continuidade dos debates sobre as políticas
públicas de emprego e proteção social, além de contribuir para promoção do Emprego e Trabalho Decente, de
acordo com o compromisso assumido pelo Brasil com a OIT.
O PNETD tem como objetivo o fortalecimento da capacidade do Estado brasileiro para o enfrentamento dos
problemas estruturais da sociedade e do mercado de trabalho, tais como:
a pobreza e a desigualdade social;
o desemprego e a informalidade;
a extensão da cobertura da proteção social;
a parcela de trabalhadoras e trabalhadores sujeitos a baixos níveis de rendimentos e produtividade;
os elevados índices de rotatividade no emprego; as desigualdades de gênero e raça/etnia;
as condições de segurança e saúde nos locais de trabalho, sobretudo na zona rural.
As prioridades que sustentam o Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente correspondem àquelas
definidas na Agenda Nacional de Trabalho Decente. O Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente visa
PROVER O RESPALDO NECESSÁRIO AOS GOVERNANTES PARA
GARANTIR O CUMPRIMENTO DOS COMPROMISSOS DE
COMBATE À POBREZA E DE MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA
DA POPULAÇÃO, POR MEIO DA IMPLEMENTAÇÃO E
APRIMORAMENTO DAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES
DESTINADOS A ESTES FINS.
(BRASIL, 2010, p. 18)
O Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente organiza as prioridades, os resultados esperados e as
estratégias, metas, prazos, produtos e indicadores de avaliação. E para que possa cumprir a finalidade, torna-se
importante o fortalecimento e iniciativas que estimulem as autoridades a promover o diálogo intersetorial entre os
diversos segmentos governamentais, bem como os não governamentais.
DOS EIXOS DO PNETD
O PNETD É O PLANO NACIONAL DE EMPREGO E DE TRABALHO
DECENTE, E ESTE ORGANIZA A CNETD QUE É A COMISSÃO
NACIONAL DE EMPREGO E TRABALHO DECENTE.
A primeira CNETD (2010) teve como tema “Gerar Emprego e Trabalho Decente para Combater a Pobreza e as
Desigualdades Sociais”, e eixos temáticos.
PRINCÍPIOS E DIREITOSFUNDAMENTAIS NO TRABALHO
Igualdade de oportunidades e de tratamento, especialmente para jovens, mulheres e população negra,
negociação coletiva, saúde e segurança no trabalho, política de valorização do salário-mínimo.
PROTEÇÃO SOCIAL
Prevenção e erradicação do trabalho infantil, prevenção e erradicação do trabalho escravo e do tráfico de
pessoas, informalidade e migração para o trabalho.
FORTALECIMENTO DO TRIPARTISMO E DO DIÁLOGO SOCIAL
Sistema público de emprego, trabalho e renda, e educação profissional, cooperativas e empreendimentos de
economia solidária, emprego rural e agricultura familiar, empresas sustentáveis, empregos verdes e
desenvolvimento territorial sustentável.
TRABALHO E EMPREGO
Mecanismos e instâncias de diálogo social, em especial a negociação coletiva, conselhos nacionais de políticas
públicas, comissões tripartites de trabalho e emprego.
CONCEITOS DE TRABALHO ESCRAVO E TRABALHO ANÁLOGO
À ESCRAVIDÃO
O trabalho escravo é uma das maiores chagas da humanidade desde o início dos tempos. Infelizmente, apesar
das leis e das ações de fiscalização, esta prática ainda persiste, ainda que se apresente em formatos diferentes
do passado.
Cabe aos profissionais de segurança e saúde do trabalho identificar práticas abusivas que possam se configurar
como “análogas à escravidão”, e aos órgãos governamentais, fiscalizar, acolher denúncias e coibir sua prática.
A organização internacional do trabalho conceitua o “trabalho forçado” como:
O TRABALHO FORÇADO SE REFERE A SITUAÇÕES EM QUE AS
PESSOAS SÃO COAGIDAS A TRABALHAR POR MEIO DO USO
DE VIOLÊNCIA OU INTIMIDAÇÃO, OU ATÉ MESMO POR MEIOS
MAIS SUTIS, COMO A SERVIDÃO POR DÍVIDAS, A RETENÇÃO DE
DOCUMENTOS DE IDENTIDADE OU AMEAÇAS DE DENÚNCIA ÀS
AUTORIDADES DE IMIGRAÇÃO.
(OIT, s.d.)
Os diversos conflitos sociopolíticos e as situações de extrema pobreza existentes no mundo têm levado a muitos
movimentos migratórios de pessoas em busca de refúgio, sendo que muitas delas acabam aceitando ofertas de
trabalho análogas à escravidão por se sentirem ameaçadas de extradição.
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A lei brasileira possui definições específicas sobre este campo de acordo com a Portaria MTB nº 1.129/2017:
I - TRABALHO FORÇADO
II - JORNADA EXAUSTIVA
III - CONDIÇÃO DEGRADANTE
IV - CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO
I - TRABALHO FORÇADO
Aquele exercido sem o consentimento por parte do trabalhador e que lhe retire a possibilidade de expressar sua
vontade;
II - JORNADA EXAUSTIVA
A submissão do trabalhador, contra a sua vontade e com privação do direito de ir e vir, a trabalho fora dos
ditames legais aplicáveis a sua categoria;
III - CONDIÇÃO DEGRADANTE
Caracterizada por atos comissivos de violação dos direitos fundamentais da pessoa do trabalhador,
consubstanciados no cerceamento da liberdade de ir e vir, seja por meios morais ou físicos, e que impliquem na
privação da sua dignidade;
IV - CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO
a) A submissão do trabalhador a trabalho exigido sob ameaça de punição, com uso de coação, realizado de
maneira involuntária;
b) O cerceamento do uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local
de trabalho em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto, caracterizando isolamento geográfico;
c) A manutenção de segurança armada com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto;
d) A retenção de documentação pessoal do trabalhador, com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho;
Percebe-se, dessa forma, que mesmo uma empresa aparentemente legal e cumpridora das normas
regulamentadoras poderá estar infringindo a lei. Contudo, muitas vezes a detecção da irregularidade não será
fácil e a equipe de segurança e saúde do trabalho deverá estar de olhos e ouvidos abertos para as situações que
possam estar ocultas.
 ATENÇÃO
É sempre bom lembrar que a equipe de saúde e segurança do trabalho tem como seu principal cliente o
trabalhador e não a empresa.
Canais de denúncia e fiscalização
As equipes de segurança e saúde do trabalhador, sejam SESMT, CEREST, bem como qualquer cidadão, devem
proceder a denúncias de situações abusivas na esfera do trabalho. Para tanto, devem conhecer os canais
disponíveis para essa finalidade:
Disque 100 – Canal de denúncia contra abusos de direitos humanos;
Aplicativo Pardal do Ministério Público do Trabalho (disponível para Android e IOS);
Sistema IPE do Ministério da economia (Divisão de Erradicação do Trabalho Escravo).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO BRASIL, HÁ UM NÚMERO EXPRESSIVO DE JOVENS NO MERCADO DE
TRABALHO. NEM SEMPRE ESSES EMPREGOS OFERECEM A SEGURANÇA
ADEQUADA E CARGA HORÁRIA QUE POSSAM CONCILIAR ESTUDO-TRABALHO.
PARA COMBATER ALGUMAS SITUAÇÕES ABUSIVAS E DESIGUALDADES, FOI CRIADA
A AGENDA NACIONAL DE TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE, DE ACORDO
COM OS ASPECTOS:
A) A elevação da escolaridade e a melhoria da sua qualidade não é importante para a construção de uma
trajetória de trabalho decente.
B) A situação juvenil está fortemente marcada pelas igualdades de gênero e de raça, sendo desnecessário
promover a conciliação entre o trabalho, o estudo e a vida familiar.
C) Os jovens estão mais sujeitos ao desemprego e às condições precárias de trabalho que os adultos.
D) O desemprego e a informalidade atingem apenas os jovens de baixa escolaridade e provenientes de famílias
com boa renda.
E) A juventude brasileira não quer saber de trabalhar e não se esforça para combinar trabalho e estudo.
2. O TRABALHO DECENTE É UMA DAS CONDIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DE UM PAÍS E UMA DAS OPORTUNIDADES PARA MELHORAR A
QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO. DESSA FORMA, A ELABORAÇÃO DE UM
PLANO PARA O ALCANCE DO TRABALHO DECENTE É PRIMORDIAL PARA A PRÁTICA
DESSAS AÇÕES. ASSIM, PODEMOS AFIRMAR QUE NO BRASIL, O PLANO NACIONAL
DE EMPREGO E TRABALHO DECENTE:
A) teve como objetivo o fortalecimento da capacidade do Estado brasileiro para o enfrentamento dos problemas
estruturais da sociedade e do mercado de trabalho.
B) não teve qualquer resultado positivo e, por isso, o plano foi extinto.
C) teve como prioridade as ações para a melhoria das condições do trabalho infantil e a proteção do trabalho do
adolescente.
D) foi organizado para estimular a demissão voluntária e a facilidade para os empregadores demitirem os
trabalhadores.
E) foi organizado para estimular jovens abaixo de 16 anos a ingressarem no mercado de trabalho sem
precisarem manter os estudos.
GABARITO
1. No Brasil, há um número expressivo de jovens no mercado de trabalho. Nem sempre esses empregos
oferecem a segurança adequada e carga horária que possam conciliar estudo-trabalho. Para combater
algumas situações abusivas e desigualdades, foi criada a Agenda Nacional de Trabalho Decente para a
Juventude, de acordo com os aspectos:
A alternativa "C " está correta.
No Brasil, e em outras partes do mundo, alguns jovens ainda se submetem às precárias condições de trabalho.
As leis nem sempre são observadas, pois existem regras para que os jovens possam exercer atividades laborais.
Boa parte dos empregos oferecidos para os jovens são do mercado de trabalho informal.
2. O trabalho decente é uma das condições para o desenvolvimento sustentável de um país e uma das
oportunidades para melhorar a qualidade de vida da população. Dessa forma, a elaboração de um plano
para o alcance do trabalho decente é primordial para a prática dessas ações. Assim, podemos afirmar
que no Brasil, o Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente:
A alternativa "A " está correta.
O PNETD teve alguns objetivos, entre eles o fortalecimento do Estado para o enfrentamentos de problemas que
assolavam o país no que tange às condições de trabalho da população.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi visto neste conteúdo, a Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador é de fundamental
importância para que a saúde do trabalhador seja disseminada e trabalhada de forma a suprir as necessidadesespecífica desse grupo.
Por meio dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, as ações voltadas para os trabalhadores podem
ser realizadas, sejam elas assistenciais, para trabalhadores atendidos nos ambulatórios ou ações para fomentar
instituições empregadoras. Em conjunto com a Vigilância em Saúde do Trabalhador, o CEREST pode fazer
inspeção nos ambientes e propor mudanças para a segurança dos trabalhadores, visando à prevenção dos
acidentes, das doenças e dos agravos.
Essas ações são importantes, mas precisam estar em consonância com o Plano Nacional de Emprego e
Trabalho Decente, uma vez que este aponta as áreas prioritárias para a promoção da saúde dos trabalhadores e
o incentivo ao desenvolvimento sustentável do país.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ABRAMO, L. Uma década de promoção do trabalho decente no Brasil: uma estratégia de ação baseada no
diálogo social. Organização Internacional do Trabalho ‒ Genebra: OIT, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Institui a Política Nacional de Saúde
do Trabalhador e da Trabalhadora. Saúde legis: sistema de legislação da saúde. Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.378, de 9 de julho de 2013. Regulamenta as responsabilidades e
define diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária. Brasília, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Para saber as coisas – Falando da Política Nacional de Saúde do Trabalhador
e doenças relacionadas ao trabalho. In: Hemeroteca Sindical Brasileira: São Paulo, 2006.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente: gerar emprego e trabalho
decente para combater a pobreza e as desigualdades sociais. Brasília, 2010.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria nº 1129, de 13 de outubro de 2017. Dispõe sobre os conceitos de
trabalho forçado, jornada exaustiva e condições análogas à de escravo para fins de concessão de seguro-
desemprego ao trabalhador que vier a ser resgatado em fiscalização do Ministério do Trabalho, nos termos do
artigo 2-C da Lei nº 7998, de 11 de janeiro de 1990; bem como altera dispositivos da PI MTPS/MMIRDH nº 4, de
11 de maio de 2016. Brasília, 2017.
DIRETRIZES de implantação da vigilância em saúde do trabalhador no SUS, 2012. Plataforma RENAST online.
Consultado na Internet em: 21 ago. 2021.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. OIT. O que é trabalho forçado? [on-line] Consultado em
20 ago. 2021.
REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR. RENAST. Manual de gestão e
gerenciamento. São Paulo, 2006. Consultado na Internet em: 19 ago. 2021.
EXPLORE+
Assista ao vídeo, disponível no YouTube, SAÚDE DO TRABALHADOR: O Cerest de Florianópolis.
Consulte a plataforma RENAST online.
Na mesma plataforma, acesse o artigo CERESTs pelo Brasil.
Informe-se sobre Trabalho Decente (OIT) no portal ILO.
Faça o download do aplicativo Pardal MPT – Denúncias.
Acesse o Sistema IPÊ e leia o artigo A Divisão de Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério da
Economia.
CONTEUDISTA
Ismael da Silva Costa

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