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Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
As doenças do trabalho relacionadas aos agentes de riscos ocupacionais, desenvolvidas por trabalhadores em
ambientes laborais insalubres e sem segurança. O tratamento e a prevenção das doenças, bem como a
promoção da saúde dos trabalhadores.
PROPÓSITO
O entendimento entre a relação do adoecimento e o ambiente de trabalho é fundamental para que os
profissionais de segurança do trabalho possam elaborar o plano de gerenciamento de riscos e indicar os
equipamentos de proteção adequados.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer os riscos químicos e as doenças relacionadas ao trabalho
MÓDULO 2
Identificar os riscos físicos e as doenças relacionadas ao trabalho
MÓDULO 3
Reconhecer os riscos biológicos e as doenças relacionadas ao trabalho
MÓDULO 4
Identificar os riscos ergonômicos e as doenças relacionadas ao trabalho
INTRODUÇÃO
AS DEFINIÇÕES DE DOENÇAS RELACIONADAS AO
TRABALHO
MÓDULO 1
 Reconhecer os riscos químicos e as doenças relacionadas ao trabalho
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
Os trabalhadores estão sujeitos a uma infinidade de substâncias no ambiente do trabalho, muitas das quais
podem ocasionar doenças ocupacionais. Todavia, nem sempre a correlação entre as substâncias e os efeitos é
conhecida. O engenheiro de Segurança do Trabalho deve ter conhecimento das principais substâncias presentes
nos ambientes de trabalho para subsidiar o trabalho das equipes de SESMT - Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
Dermatose ocupacional
JCS, 45 anos, pedreiro, procura o médico do trabalho com queixa de coceira intensa nas mãos, rachadura que
sangra, que o estão impedindo de trabalhar. Trabalha há três meses em uma construtora, como pedreiro de
acabamento, assentando azulejos e pisos, com registro na carteira profissional. Trabalha na construção civil
desde os 18 anos, tendo começado como ajudante. Sabe do problema causado pelo cimento, mas tem grande
dificuldade para trabalhar com luvas, pois acha que elas “atrasam o trabalho” e reduzem a produção. Já fez uso
de muitas pomadas que, no início, melhoravam o quadro, mas atualmente não observa mudança. Relatou
também que, nesse novo emprego, recebeu treinamento sobre o uso dos EPIs, mas não consegue se adaptar. O
exame físico das mãos revela edema de ambas as mãos, espessamento da pele e unhas, fissuras, suspeita de
dermatose ocupacional.
Caso adaptado do Caderno de Atenção Básica (BRASIL, 2018)
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
1. NO RELATO, O TRABALHADOR DEIXA CLARO QUE TEM DIFICULDADE DE USAR OS
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO FORNECIDOS PARA ELE. SOBRE ESSA SITUAÇÃO, O
QUE PODE SER FEITO PELA EQUIPE DO SESMT PARA O INCENTIVO AO USO?
A) Demitir o trabalhador.
B) Punir o trabalhador.
C) Chamar o trabalhador para conversar sobre as dificuldades para o uso dos EPIs.
D) Passar o problema para a equipe de Recursos Humanos.
E) Deixar que a equipe do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) resolva sozinha a
situação.
2. PARA EVITAR OUTROS CASOS PARECIDOS COM O DE JCS, O QUE PODE SER
FEITO PELA EQUIPE DO SESMT JUNTO AOS DEMAIS TRABALHADORES?
A) A equipe não precisa fazer nada.
B) Somente o treinamento para o uso do EPI.
C) Esse é um trabalho exclusivo dos médicos do trabalho.
D) A equipe pode se reunir com trabalhadores periodicamente.
E) Não haverá outros casos parecidos com o de JCS.
GABARITO
1. No relato, o trabalhador deixa claro que tem dificuldade de usar os equipamentos de proteção
fornecidos para ele. Sobre essa situação, o que pode ser feito pela equipe do SESMT para o incentivo ao
uso?
A alternativa "C " está correta.
Antes de pensar em advertências ou punições, a equipe do SESMT deverá chamar esse trabalhador para
conversar, compreender qual a dificuldade apresentada por ele sobre o uso dos equipamentos corretos e
mostrar-lhe a importância do uso dos equipamentos, para que ele também assuma sua responsabilidade quanto
à sua segurança. Caso o trabalhador se recuse a seguir o programa de segurança da empresa, ele deverá ser
avisado que poderá sofrer algumas penalidades.
2. Para evitar outros casos parecidos com o de JCS, o que pode ser feito pela equipe do SESMT junto aos
demais trabalhadores?
A alternativa "D " está correta.
A aproximação com os trabalhadores é fundamental para que compreendam a importância de seguirem as
normas de segurança das empresas. A equipe do SESMT pode usar diversas estratégias para essa
aproximação: reuniões, conversas com representantes dos trabalhadores, palestras na SIPAT, ouvidoria, entre
outras.
3. NO CASO DE JCS, COMO A EQUIPE DE SEGURANÇA DO
TRABALHO PODE ATUAR PARA EVITAR QUE O TRABALHADOR
FIQUE EXPOSTO A SITUAÇÕES QUE POSSAM LEVÁ-LO A
ADOECER. O QUE PRECISA SER FEITO COM RELAÇÃO A JCS?
RESPOSTA
As equipes de segurança podem mapear as situações de risco e identificar
trabalhadores nessas condições. É preciso capacitação frequente que mostre a
importância do uso dos equipamentos de proteção individual. Sobre JCS, ele precisará
ser afastado do trabalho para tratamento e, em seu retorno, será preciso a equipe
conversar com ele, mostrando que, se ele continuar com o mesmo comportamento, a
sua saúde poderá ficar extremamente prejudicada.
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RISCOS QUÍMICOS E O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Foto: Shutterstock.com
O trabalho é um dos fatores importantes para a saúde, que contribui para o bem-estar dos trabalhadores e de
suas famílias. Além de gerar renda, tem uma dimensão humanizadora que permite aos trabalhadores a inclusão
em redes sociais de apoio, relevantes para a saúde. O trabalho tem um efeito protetor para a saúde, mas
também pode gerar danos como adoecimento e morte, ou pode agravar algumas vulnerabilidades. Ademais, um
processo de trabalho pode afetar negativamente o meio ambiente, colocando a saúde da população em risco.
 VOCÊ SABIA
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), anualmente, mais de 2,78 milhões de
trabalhadores morrem em acidentes de trabalho ou por doença ocupacional. Uma das causas do adoecimento é
a falta de uma cultura de segurança e de promoção da saúde. Quando não há programas de segurança
adequados e plano de gerenciamento dos riscos, trabalhadores ficam expostos a diversos agentes prejudiciais à
saúde.
A seguir, vamos aprender como os trabalhadores adoecem estando expostos a agentes de riscos
ocupacionais, sem a devida segurança.
EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS ÀS SUBSTÂNCIAS
QUÍMICAS
Foto: Shutterstock.com
Os produtos químicos são utilizados em toda a sociedade, tendo efeitos positivos e negativos na saúde, no bem-
estar e no meio ambiente. Apesar do progresso significativo, a gestão de riscos relacionados a produtos químicos
ainda é deficiente. Acidentes com substâncias químicas com repercussões graves para as pessoas e para o
meio ambiente ainda acontecem em grande quantidade, causando prejuízos não só para os envolvidos
diretamente, como para famílias, sociedades e nações.
EM SE TRATANDO DE EXPOSIÇÃO A AGENTES QUÍMICOS, HÁ TAMBÉM A
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL.
Essa exposição é uma realidade em todo o mundo. Diversas são as indústrias que utilizam substâncias químicas
como matéria-prima para o desenvolvimento de seus produtos. Para a exposição às substâncias químicas, o
ambiente de trabalho precisa ser seguro, seguindo as normas nacionais e até mesmo Internacionais de proteção
aos trabalhadores.
Quando esse ambiente não está seguro, há maior chance de ocorrerem diversas situações danosas para os
trabalhadores, como acidentes de trabalho, intoxicações e doenças. Infelizmente, apenas um número limitado de
exposições ocupacionais a produtos químicos é considerado, monitorado e regulamentado nos locais de
trabalho. Em consequência dessa situação, muitos casos de doenças provocadas por agentes químicos no
trabalho são subnotificados, dificultando, assim, dados estatísticos mais realistas.
 SAIBA MAIS
Embora muitassubstâncias químicas comprovadamente tóxicas e sem parâmetros de limites de exposição já
tenham sido banidas de alguns países, o Brasil e outros países mantêm a comercialização e a utilização de
substâncias que poderiam ser substituídas por outras, o que minimizaria os danos aos trabalhadores e à
população de uma forma geral.
As exposições ocupacionais às substâncias químicas têm efeitos tóxicos em diferentes órgãos, causando danos
cardiovasculares, neurológicos, respiratórios, imunológicos, entre outros. Sobre as doenças, destacamos o
câncer, uma vez que mais de 200 substâncias foram identificadas como carcinogênicas e boa parte delas estão
relacionadas ao ambiente de trabalho, como veremos a seguir.
INTOXICAÇÃO EXÓGENA
Foto: Shutterstock.com
A INTOXICAÇÃO EXÓGENA PODE SER ENTENDIDA COMO UMA
ALTERAÇÃO PATOLÓGICA QUE OCORRE EM PESSOAS EXPOSTAS ÀS
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS.
Essa manifestação ocorre por causa da interação das substâncias com o sistema biológico. Após ultrapassar as
barreiras protetoras do organismo, a ação do agente tóxico nos órgãos pode acarretar prejuízos seríssimos para
as pessoas, inclusive levando-as à morte. Anualmente, muitas pessoas sofrem de intoxicação exógena em razão
da falta de conhecimento e de proteção. Entre as pessoas que apresentam quadro de intoxicação exógena estão
os trabalhadores.
 ATENÇÃO
Muitos trabalhadores, devido à atuação em ambientes de trabalho sem proteção, são expostos a produtos
químicos, sofrendo danos que podem ser irreversíveis, embora a OIT já tenha reconhecido que a proteção dos
trabalhadores contra produtos químicos perigosos é essencial para a garantia de populações saudáveis e
ambientes sustentáveis.
As repercussões dessas exposições não só trazem prejuízos para os trabalhadores, como para as suas famílias,
a sociedade e o país. Ao serem expostos sem proteção aos produtos químicos, os trabalhadores podem se
intoxicar, causando assim efeitos diversos.
Os tipos de intoxicação são:
INTOXICAÇÃO AGUDA
Geralmente a intoxicação aguda acontece em curto período de tempo em razão da exposição a grande
quantidade de substâncias químicas, como em alguns acidentes de trabalho.
INTOXICAÇÃO CRÔNICA
Geralmente acontece após um tempo prolongado de exposição, principalmente a pequenas quantidades diárias.
Quanto à intensidade dos efeitos da intoxicação, temos:
LEVE
Mais fácil de tratar, geralmente é reversível ao afastar o agente.

MODERADA
As lesões podem ser reversíveis ou irreversíveis.

GRAVE
As lesões serão irreversíveis, podendo levar à morte.
Ainda sobre os efeitos tóxicos, observamos dois tipos: local e sistêmico. O efeito local é aquele que se
manifesta em um local ou uma parte do corpo somente, como uma ferida na mão ou em um dedo causada pelo
contato com um agente químico. Já o efeito sistêmico é aquele que irá se manifestar em vários órgãos do corpo,
quando, por exemplo, um agente que é absorvido pela pele, inalado ou ingerido vai para a corrente sanguínea e,
a partir dela, chega a outros órgãos, causando danos.
Para facilitar nosso entendimento acerca do primeiro contato do agente com o organismo até as manifestações
clínicas, precisamos conhecer as quatro fases da intoxicação:
FASE I – EXPOSIÇÃO
Essa é a fase, como o nome já indica, do primeiro contato com o agente químico. Esse contato se dá pela
superfície externa (pele) ou interna (outros órgãos). Nessa etapa, é importante a observação da concentração da
substância, ou seja, da disponibilidade química do agente em condições de ser absorvido no organismo. Outras
observações que precisam ser feitas são sobre a duração da exposição, a frequência e as vias de entrada do
agente no organismo, além da suscetibilidade individual, ou seja, o fato de a pessoa ter uma sensibilidade maior
a determinadas substâncias.
FASE II – TOXICOCINÉTICA
Essa é a fase na qual o organismo trabalha em sua defesa, ou seja, temos a ação do organismo sobre o agente
tóxico, buscando eliminá-lo ou pelo menos minimizar os seus efeitos nos órgãos.
FASE III – TOXICODINÂMICA
Caso o agente tóxico não seja eliminado, ele poderá permanecer no organismo, desencadeando alterações
bioquímicas e fisiológicas que acarretarão as manifestações clínicas no(s) órgão(s) alvo.
FASE IV – CLÍNICA
Essa é a fase das manifestações clínicas, isto é, quando aparecem sintomas e sinais da intoxicação ou
alterações laboratoriais causadas pela substância química.
 ATENÇÃO
Um mesmo órgão pode ser atingido por mais de um tipo de agente químico e um único agente químico pode
causar danos a vários órgãos.
DOENÇAS CAUSADAS PELA EXPOSIÇÃO A
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Foto: Shutterstock.com
Agora, conheceremos algumas doenças que são causadas pela exposição a substâncias químicas:
NEOPLASIAS RELACIONADAS AO TRABALHO
AS NEOPLASIAS, TAMBÉM CONHECIDAS COMO “CÂNCERES”, SÃO A
SEGUNDA MAIOR CAUSA DE MORTE NO MUNDO, DE ACORDO COM A
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. ENTRE AS CAUSAS DAS
NEOPLASIAS, TEMOS AS RELACIONADAS AO TRABALHO. ESSAS
DOENÇAS PODEM ACOMETER TRABALHADORES EXPOSTOS
INDEVIDAMENTE A AGENTES QUÍMICOS E/OU FÍSICOS.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100
doenças que têm em comum um crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Essas
células, quando se dividem descontroladamente, podem ser mais agressivas, determinando a formação de
tumores que podem espalhar-se por diversas regiões do corpo, o que é conhecido como metástase. Na imagem,
temos uma ilustração em 3D de células cancerosas em contexto científico.
 SAIBA MAIS
O câncer aparece a partir de uma mutação genética, uma alteração no DNA da célula, que passa a receber
“informações erradas” para suas atividades. Dependendo do câncer, seu processo de formação pode levar anos,
devendo ser consideradas as características individuais que facilitam ou dificultam a instalação do dano celular.
Como já mencionado, a exposição a agentes químicos em uma determinada frequência e em dado período de
tempo podem levar ao desenvolvimento de doenças, como um tipo de câncer.
As principais neoplasias relacionadas ao trabalho são:

ANGIOSSARCOMA DO FÍGADO
NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO


NEOPLASIA MALIGNA DO PÂNCREAS
NEOPLASIA MALIGNA DA LARINGE


NEOPLASIA MALIGNA DOS OSSOS E CARTILAGENS
ARTICULARES DOS MEMBROS (INCLUI SARCOMA ÓSSEO)
NEOPLASIA MALIGNA DA CAVIDADE NASAL E DOS SEIOS
PARANASAIS


NEOPLASIA MALIGNA DOS BRÔNQUIOS E DO PULMÃO
NEOPLASIA MALIGNA DA BEXIGA


OUTRAS NEOPLASIAS MALIGNAS DA PELE
LEUCEMIAS

OUTRAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS A PRODUTOS
QUÍMICOS
Além das neoplasias, outras doenças podem ser causadas pela exposição a agentes químicos. Vamos conhecer
algumas outras doenças a seguir!
CONJUNTIVITE
Existem vários tipos de conjuntivite, como viral, bacteriana, traumática, alérgica, tóxica, química, entre outros. Ela
é caracterizada pela inflamação da conjuntiva e pode causar sequelas e/ou a necessidade de um tratamento
mais complexo.
As conjuntivites relacionadas ao ambiente de trabalho geralmente são provocadas pela exposição sem proteção
da conjuntiva a agentes químicos. Os sintomas mais frequentes são queimação, coceira, sensação de “peso” nos
olhos, e, em casos mais graves, dor e fotofobia.
DERMATITE ALÉRGICA DE CONTATO
Conhecidas como eczemas, as dermatites de contato são inflamações agudas ou crônicas da pele,
caracterizadas por eritema, edema e vesículas. Em alguns casos, é possível ocorrer uma coceira intensa e em
outros, fissura da pele.
ENCEFALOPATIA TÓXICA AGUDA
É uma síndrome neuropsiquiátrica secundária à exposição a agentes tóxicos, caracterizada por sinais e sintomas
inespecíficos e danos cerebrais difusos. As manifestações clínicas dependem do agente envolvido, podendo
comprometer qualquer atividade encefálica, desde funções motoras, sensitivas, quanto complexas funções
corticais (memória, julgamento, abstração, cálculo, linguagem e juízo).
EPISÓDIOS DEPRESSIVOS
São caracterizadospor humor triste, perda do interesse e do prazer nas atividades cotidianas, sendo comum
uma sensação de fadiga aumentada. Os trabalhadores acometidos por episódios depressivos também podem se
queixar de dificuldade de concentração, baixa autoestima, desesperança, pessimismo do futuro, ideias ou
tentativa de suicídio.
SINUSITE
É uma inflamação dos seios paranasais devido a infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos. Também
pode ocorrer por reações alérgicas a substâncias químicas. A exposição a agentes irritantes é a causa da
sinusite crônica. Os principais sintomas são cefaleia, dor facial, secreção nasal e congestão nasal.
PNEUMOCONIOSES
São doenças pulmonares crônicas causadas por depósitos de partículas no parênquima pulmonar. Em alguns
casos, recebem nomes específicos, de acordo com o tipo de partícula. Os principais sintomas são: dificuldade de
respirar principalmente em caso de esforços, perda da força física, tosse seca e, em alguns casos, febre e dor
torácica.
SILICOSE
Juntamente com a asbestose (estudaremos a seguir), é uma das pneumoconioses mais conhecidas. É causada
pela inalação e depósito no pulmão de partículas de sílica livre. Por ser uma doença assintomática no início da
exposição, os trabalhadores não percebem que estão adoecendo. Mas com a exposição contínua, a doença
progride e se torna mais agressiva, causando até falta de ar aos pequenos esforços.
TRANSTORNO COGNITIVO LEVE
É caracterizado por alterações da memória, da orientação e da capacidade de aprendizado, bem como pela
redução da capacidade de concentração em tarefas prolongadas.
AGENTES QUÍMICOS TÓXICOS E SUAS
CONSEQUÊNCIAS
Foto: Shutterstock.com
Os principais agentes químicos tóxicos são amianto, chumbo, benzeno e mercúrio. Vamos conhecer as
respectivas consequências desses agentes no organismo.
AMIANTO
CHUMBO
BENZENO
MERCÚRIO
AMIANTO
A asbestose é uma pneumoconiose causada pelo acúmulo de amianto no tecido pulmonar. A formação de tecido
cicatricial generalizada no pulmão provoca falta de ar e redução da capacidade de esforço físico. O diagnóstico
geralmente é feito com radiografia e tomografia computadorizada torácicas.
CHUMBO
O saturnismo é a intoxicação que ocorre em atividades laborais com elevada exposição ao chumbo. Os
sintomas incluem atrasos de desenvolvimento, alterações neurológicas, irritabilidade e dor abdominal. Em níveis
muito elevados, pode ser fatal. Atualmente, é uma doença rara.
BENZENO
A intoxicação por benzeno é uma das intoxicações exógenas mais comuns no Brasil. A substância é
encontrada em vários produtos como a gasolina, e também na fabricação de produtos como plásticos,
detergentes, medicamentos lubrificantes, borrachas, tintas e agrotóxicos. A intoxicação aguda pode acometer
especialmente o sistema nervoso central e em altos níveis podem ser fatal. A intoxicação crônica está associada
à ocorrência de leucemia mieloide aguda e leucemia linfocítica crônica.
MERCÚRIO
O mercurialismo ou hidrargismo é uma intoxicação causada pela exposição aos vapores de mercúrio
presentes em ambiente de trabalho no qual é usado o mercúrio metálico, como no garimpo ilegal. A intoxicação
crônica pode causar insônia, ansiedade, timidez, irritabilidade, alteração da sociabilidade, labilidade emocional e,
nos casos mais graves, diminuição da atenção e da memória.
Além das substâncias acima, podemos relacionar ainda: arsênio, cadmo, cromo, tolueno, zinco, níquel, lítio,
bário, berílio, entre outros, mas não serão objetos de nosso estudo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA PESSOA PODE SER CONSIDERADA INTOXICADA QUANDO HÁ ALTERAÇÕES
NO FUNCIONAMENTO DO ORGANISMO AO SER EXPOSTA A AGENTES QUÍMICOS.
ALGUMAS SUBSTÂNCIAS TÊM A CAPACIDADE DE CAUSAR LESÕES GRAVES E
OUTRAS SUBSTÂNCIAS TÊM A CAPACIDADE DE GERAR LESÕES LEVES,
ENTRETANTO, ALÉM DAS CARACTERÍSTICAS DAS SUBSTÂNCIAS, EXISTEM OUTROS
FATORES IMPORTANTES A SEREM AVALIADOS EM UM QUADRO DE INTOXICAÇÃO.
MARQUE A ALTERATIVA QUE APRESENTA ESSES FATORES:
A) Para identificar um quadro de intoxicação, é preciso levar em conta o tempo que o trabalhador ficou exposto
ao agente químico, se ele tem alergias e se é portador de doenças transmissíveis.
B) Para identificar um quadro de intoxicação, é preciso considerar a quantidade de tecido adiposo no corpo, além
de doenças crônicas que o trabalhador apresenta. Também é preciso identificar as vias de entrada do agente
tóxico no organismo.
C) Para identificar um quadro de intoxicação, é preciso avaliar o tempo de exposição e a quantidade de
substância à qual o trabalhador ficou exposto, além das vias de entrada do agente no organismo.
D) Para identificar um quadro de intoxicação, é preciso avaliar o nível de consciência, o tempo de exposição ao
agente tóxico, se tem doenças preexistentes e se alguém na família já teve quadro de intoxicação.
E) Para identificar um quadro de intoxicação, é preciso avaliar a quantidade da substância química no ambiente,
as queixas de alergias, o tempo de exposição à substância e se o trabalhador tem grande quantidade de tecido
adiposo.
2. DURANTE UMA REUNIÃO PARA A DEFINIÇÃO DA PRÓXIMA SIPAT (SEMANA
INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO), UM DOS ENGENHEIROS
DA EQUIPE DO SESMT SUGERIU A ABORDAGEM DO CÂNCER OCUPACIONAL,
ALEGANDO QUE É UM ASSUNTO IMPORTANTE, MAS POUCO DISCUTIDO. MARQUE A
ALTERNATIVA CORRETA SOBRE O CÂNCER OCUPACIONAL.
A) Câncer ocupacional é uma doença comum entre os trabalhadores, de fácil diagnóstico e tratamento.
B) A exposição a agentes químicos sem a devida proteção no ambiente de trabalho aumenta o risco de os
trabalhadores desenvolverem câncer.
C) O câncer é a primeira causa de afastamento do trabalho no Brasil e no mundo.
D) A responsabilidade sobre os exames para detecção de câncer em trabalhadores é exclusivamente do
Ministério da Saúde.
E) Caso o trabalhador celetista seja diagnosticado com câncer ocupacional, não é preciso preencher a
Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT.
GABARITO
1. Uma pessoa pode ser considerada intoxicada quando há alterações no funcionamento do organismo
ao ser exposta a agentes químicos. Algumas substâncias têm a capacidade de causar lesões graves e
outras substâncias têm a capacidade de gerar lesões leves, entretanto, além das características das
substâncias, existem outros fatores importantes a serem avaliados em um quadro de intoxicação.
Marque a alterativa que apresenta esses fatores:
A alternativa "C " está correta.
Para a identificação de um quadro de intoxicação, é preciso compreender o tempo que o trabalhador ficou
exposto ao agente químico, além de avaliar as vias pelas quais o agente penetrou no organismo e a quantidade
de substância à qual o trabalhador ficou exposto. Conhecer a substância também é fundamental. Alguns fatores
não são importantes na avaliação de um quadro de intoxicação, como familiares que já tiveram quadros
semelhantes, doenças preexistentes, doenças transmissíveis e quantidade de tecido adiposo.
2. Durante uma reunião para a definição da próxima SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes
do Trabalho), um dos engenheiros da equipe do SESMT sugeriu a abordagem do câncer ocupacional,
alegando que é um assunto importante, mas pouco discutido. Marque a alternativa correta sobre o
câncer ocupacional.
A alternativa "B " está correta.
A exposição a algumas sustâncias químicas aumenta o risco do desenvolvimento de câncer ocupacional. Nem
sempre a doença se manifestará de forma aguda e imediata, muitas vezes demora um pouco para aparecer.
Uma vez diagnosticado o câncer ocupacional, é preciso preencher a CAT. Os exames para detecção podem ser
feitos via Sistema Único de Saúde ou atendimento particular, além dos periódicos que permite detectar a
presença de substâncias químicas indevidas no organismo dos trabalhadores.
MÓDULO 2
 Identificar os riscos físicos e as doenças relacionadas ao trabalho
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
As doenças relacionadas ao trabalho estão ligadas às exposições anormaisque os trabalhadores estão
submetidos no ambiente laboral. Em muitos casos, os acidentes de trabalho poderiam ser evitados, caso os
riscos tivessem sido identificados previamente. Um dos maiores desafios dos profissionais de segurança de
trabalho é identificar, na vida real, os riscos aprendidos teoricamente. O caso a seguir apresenta uma ocorrência
real de acidente envolvendo a radiação.
Enfermeira que atendeu vítimas do césio deve ser indenizada, em Goiás
O acidente com o césio-137 ocorrido em Goiânia no ano de 1987 trouxe desdobramentos que transcendem a
manipulação inadequada do material na época. Segundo informações da reportagem do G1 em 2015, quase 30
anos após a ocorrência inicial:
“O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) manteve a decisão de que o governo estadual deve indenizar a
enfermeira aposentada Celmiriam Corrêa, 52 anos, antiga servidora da Secretaria de Estado da Saúde, que teve
câncer após atender pacientes contaminados pelo césio-137, em Goiânia” (RESENDE, 2015, não paginado).
Essa ocorrência levou a uma indenização para a enfermeira que teve contato indireto com o material radioativo,
ao fazer atendimento às vítimas da ocorrência. O G1 informa que:
“Ela deve receber quase R$ 57,5 mil por danos morais e materiais. A decisão ainda cabe recurso. O acidente
radiológico aconteceu em setembro 1987, após catadores de papel abrirem um aparelho de radiologia que
continha o material radioativo” (RESENDE, 2015, não paginado).
A sequência da reportagem comenta sobre o despreparo e as consequências da não utilização de equipamentos
de proteção adequados, quando informa que:
“A enfermeira revela que não usou equipamentos de proteção durante o atendimento aos pacientes
contaminados. ‘A gente não teve opção. Era uma emergência e tinha que ser feito o atendimento. A gente não
usou nada de proteção, quem usava eram os técnicos que tinham contato direto’, disse em entrevista ao G1”
(RESENDE, 2015, não paginado).
A reportagem também informa as consequências sofridas pela exposição ao césio-137.
“Celmiriam descobriu o câncer de mama dez anos após a tragédia. Ela retirou 40% da mama, passou por
quimioterapia e radioterapia. Após esses tratamentos, ela continuou com o uso de medicação, mas a doença
retornou cinco anos depois. Foi quando ela teve que se aposentar. De acordo com a enfermeira, ela entrou com
pedido de pensão na Secretaria de Saúde. No entanto, o recurso foi negado. Por isso, ela decidiu entrar com
ação indenizatória na Justiça. Durante o processo, a Junta Médica do TJ-GO concluiu que é impossível
‘estabelecer o nexo causal’ entre o atendimento a pacientes e o surgimento do câncer” (RESENDE, 2015, não
paginado).
Podemos verificar no texto da reportagem a importância da intervenção dos órgãos públicos, quando é informado
que:
“No entanto, análise da Superintendência Leide das Neves Ferreira (Suleide), órgão público instituído para
monitorar e prestar assistência médica integral aos radioacidentados, concluiu que a enfermeira possui
enfermidade crônica e grave devido à radiação. Para Celmiriam, ‘não há dúvida’ de que o atendimento com
vítimas da tragédia provocou o câncer. ‘Eu nunca tive caso de câncer na família, não tinha idade que justificava,
tive três filhos e os amamentei, ou seja, eu não pertencia a nenhum grupo de risco se não fosse o contato com
os pacientes’, defende.” (RESENDE, 2015, não paginado).
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. EMBORA SEJA COMPLEXO RELACIONAR O APARECIMENTO DE CÂNCER EM
TRABALHADORES EXPOSTOS A AGENTES DE RADIAÇÃO, ISSO É POSSÍVEL DE
ACONTECER. O QUE PRECISA SER FEITO PARA EVITAR QUE ISSO ACONTEÇA?
A) É preciso gerenciar os riscos e fornecer os equipamentos de proteção adequados, além de cumprir as normas
estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear.
B) É preciso monitorar a saúde do trabalhador com exames periódicos e, a qualquer sinal de adoecimento,
demitir o trabalhador.
C) É preciso fornecer o dosímetro, mas não é necessário treinar o trabalhador nem o obrigar a usar.
D) Não precisa seguir as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
E) Trabalhadores expostos a radiação ionizante e não ionizante em ambientes de trabalho não precisam fazer
exames periódico, somente o exame admissional.
2. O RISCO DE DESENVOLVER CÂNCER OCUPACIONAL RELACIONADO À RADIAÇÃO
DEPENDE DE ALGUNS FATORES AMBIENTAIS E COMPORTAMENTAIS DOS
TRABALHADORES, INCLUINDO
A) alimentação adequada, higiene pessoal e uso de equipamento de proteção.
B) tempo de exposição, dose de radiação, idade do trabalhador e uso inadequado do equipamento de proteção.
C) proteção no ambiente de trabalho, exercício físico e idade.
D) uso adequado do equipamento de proteção, trabalhador portador de doença crônica e alimentação saudável.
E) uso de tabaco, higiene pessoal e ambiente adequado de acordo com as normas da Comissão Nacional de
Energia Nuclear.
GABARITO
1. Embora seja complexo relacionar o aparecimento de câncer em trabalhadores expostos a agentes de
radiação, isso é possível de acontecer. O que precisa ser feito para evitar que isso aconteça?
A alternativa "A " está correta.
Para a proteção de trabalhadores que atuam em ambientes radiativos, é importante o gerenciamento de riscos,
seguindo as normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. O fornecimento de
equipamentos de proteção individual aos trabalhadores, além do treinamento para a utilização dos
equipamentos, também é fundamental para a proteção dos trabalhadores. Em casos de acidentes, as empresas
precisam ter estabelecido o plano de atendimento aos acidentados, com profissionais capacitados para esse tipo
de atendimento.
2. O risco de desenvolver câncer ocupacional relacionado à radiação depende de alguns fatores
ambientais e comportamentais dos trabalhadores, incluindo
A alternativa "B " está correta.
Para o desenvolvimento de um câncer ocupacional relacionado à radiação, são fatores a exposição sem
proteção ao agente e o tempo/duração da exposição. A idade também é um fator importante, assim como a baixa
imunidade.
3. O ACIDENTE COM O CÉSIO-137, EM GOIÁS/GO É MUITO
CONHECIDO. SERVE COMO UM ALERTA NÃO SÓ PARA AS
AUTORIDADES, MAS TAMBÉM PARA AS EMPRESAS QUE SÃO
RESPONSÁVEIS POR PRODUTOS RADIOATIVOS. ESSE
ACIDENTE GEROU MUITAS VÍTIMAS, MORADORES E
PROFISSIONAIS DA SAÚDE, COMO É O CASO DA ENFERMEIRA
CELMIRIAM. QUAL PODERIA TER SIDO A CONTRIBUIÇÃO DA
EQUIPE SESMT PARA EVITAR QUE A FUNCIONÁRIA FICASSE
EXPOSTA COMO FICOU NA ÉPOCA EM QUE ATENDEU OS
MORADORES VÍTIMAS DO ACIDENTE?
RESPOSTA
A equipe poderia ter averiguado se os profissionais da saúde estavam devidamente
paramentados para receberem os pacientes. Ainda, a funcionária deveria ser
monitorada ao longo dos anos, visto que foi exposta à radiação e o câncer é uma
doença que aparece em longo prazo.
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RISCOS FÍSICOS E AS DOENÇAS RELACIONADAS
AO TRABALHO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Foto: Shutterstock.com
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9), os agentes de riscos físicos são as diversas formas de
energia às quais possam estar expostos os trabalhadores. Essas energias são manifestadas em forma de:

RUÍDOS
VIBRAÇÕES


PRESSÕES ANORMAIS
TEMPERATURAS EXTREMAS


RADIAÇÕES IONIZANTES
RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES


INFRASSOM
ULTRASSOM

São muitas as doenças causadas pela exposição indevida a esses agentes. A perda auditiva induzida por ruído
no ambiente ocupacional é um dos maiores riscos no trabalho. O câncer, como já visto no módulo anterior,
também pode ser desenvolvido por exposição a agentes físicos.
Neste módulo, veremos como a exposição indevida a agentes físicos pode adoecer os trabalhadores.
RUÍDO EM AMBIENTES DE TRABALHO
Foto: Shutterstock.com
Antes de abordarmos as condições de saúde e adoecimento relacionadas ao trabalho, precisamos falar um
pouquinho do ruído, por ser um dos agentes de risco físico que mais causam problemas para os trabalhadores.RUÍDOS PODEM SER ENTENDIDOS COMO SONS DESARMÔNICOS
PERCEBIDOS PELOS OUVIDOS COMO DESAGRADÁVEIS.
Quando fora de controle, o ruído é um dos agentes físicos mais nocivos à saúde humana, podendo causar perda
auditiva, zumbidos ou surdez, bem como danos extra-auditivos, como distúrbio de ansiedade, estresse, insônia,
entre outros.
 SAIBA MAIS
Os ruídos são avaliados em decibéis (dB). De acordo com a Norma Regulamentadora nº 15, existem dois tipos
de ruídos: o contínuo ou intermitente e o de impacto. O contínuo ou intermitente é aquele considerado estável,
sem grandes variações, chegando no máximo a 3dB. O ruído de impacto é aquele que apresenta picos de
energia acústica de duração inferior a 1 segundo, a intervalos superiores a 1 segundo. A exposição aos ruídos de
forma inapropriada pode causar danos diversos aos trabalhadores a depender do tempo de exposição.
DOENÇAS E CONDIÇÕES DE SAÚDE
RELACIONADAS AO RISCO FÍSICO
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Agora, vamos conhecer um pouco desses danos aos trabalhadores que estão expostos a ruídos, sem proteção,
em seus ambientes de trabalho.
PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO
A PAIR É A DIMINUIÇÃO DA ACUIDADE AUDITIVA PROVOCADA PELA
EXPOSIÇÃO POR TEMPO PROLONGADO AO RUÍDO.
Geralmente é bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído. Nem sempre ocorre uma
surdez, mas pode ocorrer uma redução significativa da audição. As máquinas são as fontes que mais
apresentam ruídos nos ambientes de trabalho, portanto, as indústrias são ambientes potencialmente perigosos.
 ATENÇÃO
Alguns sinais e sintomas da perda auditiva são: aumento do volume da televisão e do rádio, tentativa de fazer
leitura labial durante as conversas, dificuldade de ouvir as pessoas ao telefone, zumbido nos ouvidos, entre
outros. Essas situações também podem levar os trabalhadores ao isolamento, podendo evoluir para depressão.
O diagnóstico da PAIR é estabelecido mediante um conjunto de procedimentos que envolvem anamnese
ocupacional, exame físico, avaliação audiológica e outros exames, quando necessário.
Embora aqui estejamos abordando a perda auditiva devido ao ruído, faz-se necessário alertar que as perdas
auditivas de origem ocupacional também podem acontecer pela exposição a agentes químicos tóxicos.
TRAUMA ACÚSTICO
PODE SER DEFINIDO COMO A PERDA SÚBITA DA AUDIÇÃO
DECORRENTE DE UMA ÚNICA EXPOSIÇÃO À PRESSÃO SONORA
INTENSA OU DEVIDO A UM TRAUMA FÍSICO DO OUVIDO, DO CRÂNIO OU
DA COLUNA CERVICAL.
 VOCÊ SABIA
No intuito de contribuir com as empresas, de modo a evitar danos à saúde auditiva dos trabalhadores, a
Fundacentro publicou, em 2018, um guia denominado Programa de Conservação Auditiva (PCA). Esse programa
corresponde a um conjunto de atividades que visam prevenir ou estabilizar as perdas auditivas ocupacionais por
meio de um processo de melhoria contínua, que requer conhecimento multiprofissional e se desenvolve por
intermédio de atividades planejadas e coordenadas entre diversas áreas das empresas.
OUTROS FATORES DE RISCO FÍSICO RELACIONADOS
AO ADOECIMENTO DOS TRABALHADORES
UMA OUTRA CONDIÇÃO QUE PODE LEVAR OS TRABALHADORES AO
ADOECIMENTO É A VIBRAÇÃO.
Alguns distúrbios orgânicos podem acontecer a trabalhadores que são expostos a vibração ocupacional
continuada. As vibrações são divididas em localizadas, que atingem somente parte do corpo, como membros
superiores, e as de corpo inteiro, que atingem todo o corpo.
Dentre os efeitos que as vibrações causam no organismo, estão: fadiga, dor abdominal, irritação, náuseas,
cefaleia, contrações musculares excessivas, lesão na coluna cervical. A doença mais conhecida relacionada à
vibração, e também ao frio, é a síndrome de Raynaud.
 SAIBA MAIS
Essa síndrome foi descrita em 1862 e era conhecida como a síndrome dos dedos brancos. Consiste em uma
desordem vascular nas extremidades dos dedos, sendo provocada por vibração excessiva, frio e tabagismo.
Sobre as radiações ionizantes e radiações não ionizantes, embora não estejam em todos os ambientes de
trabalho, devem ser prevenidas. É de fundamental importância que as empresas sigam corretamente as normas,
principalmente para ambientes em que os trabalhadores estão expostos às radiações ionizantes.
Essas radiações também são conhecidas por terem energia suficiente para alterar o estado físico de um átomo e
causar perda de elétrons, deixando-o eletricamente carregado. Já as radiações não ionizantes são uma
modalidade de baixa frequência e baixa energia, e não produzem ionizações, mas podem quebrar moléculas e
ligações químicas.
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 15, as operações ou as atividades que expõem os trabalhadores
às radiações não ionizantes, sem a proteção adequada, são consideradas insalubres, em decorrência de laudo
de inspeção realizada no local de trabalho.
Ainda sobre as radiações, existem os materiais radioativos de ocorrência natural, também conhecidos como
NORM e TENORM.
NORM
É a sigla para Naturally Occurring Radioactive Materials ou, em português, materiais radioativos de ocorrência
natural. São materiais radioativos que não sofreram nenhum tipo de manipulação humana.
TENORM
Designa materiais radioativos de ocorrência natural tecnologicamente concentrados (Technologically Enhanced
Naturally Occurring Radioactive Materials).
Embora sejam frequentes no dia a dia, configuram-se riscos para a saúde humana e para o meio ambiente.
Nesse sentido, em se tratando de ambientes de trabalho, práticas rígidas de segurança precisam ser adotadas
para a proteção dos trabalhadores.
ALGUNS EXEMPLOS DE INDÚSTRIAS GERADORAS DE RESÍDUOS E
REJEITOS NORM/TENORM SÃO AS LIGADAS À MINERAÇÃO, À
PRODUÇÃO DE ENERGIA E AO TRATAMENTO DE ÁGUA.
Quanto às doenças que acometem os trabalhadores, embora as radiações tenham características diferentes,
ambas podem causar danos à saúde dos trabalhadores, como veremos a seguir.
LEUCODERMIA OCUPACIONAL
A hipopigmentação da pele pode ser provocada por agentes físicos e químicos. Sobre os agentes físicos, os
principais responsáveis são as queimaduras térmicas e as radiações ionizantes, que podem causar uma
radiodermite.
CATARATA
É a opacificação do cristalino, parte dos olhos que é responsável por filtrar e focar os raios de luz. Uma vez o
cristalino mais opaco, a luz não consegue penetrar nos olhos, tornando a visão e a percepção de cores alterada.
Embora a catarata seja mais frequente em idosos, também é possível ocorrer em pessoas mais jovens expostas
à radiação não ionizante sem proteção, como os raios solares.
CÂNCER
O câncer é uma doença que pode ser desenvolvida por diversos fatores. Em riscos físicos, destacamos a
exposição sem proteção às radiações. Os principais cânceres desenvolvidos são o câncer de pele e a leucemia.
PRESSÕES ANORMAIS
São consideradas pressões anormais aquelas comparadas à pressão atmosférica. Em determinados locais, a
pressão pode ser maior ou menor que a pressão atmosférica, sendo, então, considerada anormal. São
necessários cuidados especiais com trabalhadores que prestam serviços nesses locais.
Segundo a Norma Regulamentadora nº 15, trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em ambientes onde o
trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica e onde se exige cuidadosa
descompressão.
Ainda de acordo com a NR-15, antes da jornada de trabalho, os trabalhadores deverão ser inspecionados pelo
médico, não sendo permitida a entrada em serviço daqueles que apresentarem sinais de afecções das vias
respiratórias ou outras moléstias.
BAROTRAUMA
É uma lesão em decorrência de uma alteração da pressão do volume de ar de um compartimento do corpo. Pode
ser considerado um acidente em razão da incapacidade de se equilibrar a pressão no interior das cavidades
pneumáticas do organismo com a pressão ambiente em variação. As partes do corpo mais afetadas são os
ouvidos, os seios da face e os pulmões.
DOENÇA DA DESCOMPRESSÃO
É um distúrbio que acontece por uma rápida diminuição da pressão, formando bolhas de gás (principalmentede
nitrogênio) no sangue e nos tecidos. Quando essas bolhas bloqueiam os vasos sanguíneos ou contribuem para o
rompimento ou a compressão de tecidos, podem ocorrer: dores musculares, dores nas articulações,
formigamento, fadiga, vertigem e dificuldade respiratória.
Trabalhadores e empregadores também precisam estar atentos às condições extremas de temperatura nos
ambientes de trabalho. O corpo humano, para manter sua temperatura interna constante, compatível com a vida,
utiliza um conjunto de mecanismos denominado termorregulação, que evita grandes variações da temperatura
interna. Essa capacidade pode ser influenciada por fatores internos e externos.
A exposição a temperaturas externas extremas e de forma excessiva pode levar à sobrecarga do organismo, na
tentativa de se reequilibrar, nem sempre com sucesso, o que causa danos à saúde do trabalhador, como
veremos a seguir.
INSOLAÇÃO
A insolação acontece quando há exposição a fontes de calor de forma excessiva. Quando a temperatura interna
ultrapassa 40°C e os mecanismo de regulação não conseguem resfriar o corpo, a pessoa pode perder água, sais
minerais e nutrientes importantes. Os principais sintomas da insolação são: cefaleia, tontura, náuseas,
temperatura corporal elevada, pele quente e seca, e confusão mental. Se não tratado devidamente, pode levar à
morte.
HIPOTERMIA
Com relação ao frio excessivo, sem proteção, é possível que haja uma hipotermia, ou seja, uma baixa da
temperatura corporal de forma anormal. Pode ser agravada se a pessoa estiver com roupas úmidas. Os
principais sintomas são: tremores, confusão mental, sonolência, pele fria e respiração lenta. Ao suspeitar de
hipotermia, o trabalhador precisa ser afastado imediatamente do ambiente e iniciar a reversão do quadro.
UMIDADE
Segundo a Norma Regulamentadora nº 15, as atividades ou operações executadas em locais alagados ou
encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde do trabalhador, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. Quando o trabalhador é exposto,
sem a devida proteção, a ambientes úmidos, algumas doenças podem ocorrer ou agravar, como as alergias
respiratórias.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SABER AS POSSÍVEIS CAUSAS DA PERDA AUDITIVA RELACIONADA AO TRABALHO
É IMPORTANTE PARA QUE O TRABALHO DE ANTECIPAÇÃO E PREVENÇÃO SEJA
EFICAZ. DENTRE AS CAUSAS DE PERDA AUDITIVA RELACIONADA AO TRABALHO, É
POSSÍVEL ENCONTRAR
A) exposição ao ruído e crises de ansiedade.
B) exposição a agentes químicos tóxicos e a ruído.
C) exposição a agentes biológicos e trabalho monótono.
D) exposição a agentes químicos e depressão.
E) exposição a agentes físicos e grande demanda ergonômica de trabalho.
2. É POSSÍVEL O DESENVOLVIMENTO DA CATARATA EM TRABALHADORES
EXPOSTOS A CONDIÇÕES INSALUBRES RELACIONADAS AOS FATORES DE RISCO
FÍSICO. SOBRE ESSES FATORES, MARQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA O
AGENTE CAUSADOR DA CATARATA:
A) Ruído
B) Benzeno
C) Radiação não ionizante
D) Vibração
E) Mobiliário inadequado
GABARITO
1. Saber as possíveis causas da perda auditiva relacionada ao trabalho é importante para que o trabalho
de antecipação e prevenção seja eficaz. Dentre as causas de perda auditiva relacionada ao trabalho, é
possível encontrar
A alternativa "B " está correta.
Embora não tão abordada, uma das causas de perda auditiva relacionada ao trabalho é a exposição a agentes
químicos tóxicos, pois alguns produtos são ototóxicos e a exposição a eles sem a devida proteção pode levar à
perda da acuidade auditiva. O ruído já é bem conhecido quanto aos malefícios e pode levar à perda auditiva
devido ao desgaste das células ciliadas que são as responsáveis na transdução da informação sonora para o
nervo auditivo.
2. É possível o desenvolvimento da catarata em trabalhadores expostos a condições insalubres
relacionadas aos fatores de risco físico. Sobre esses fatores, marque a alternativa que apresenta o
agente causador da catarata:
A alternativa "C " está correta.
A catarata pode ser causada pelo processo de envelhecimento, mas também pode ser causada pela exposição a
agentes nos ambientes de trabalho, com destaque para as radiações não ionizantes.
MÓDULO 3
 Reconhecer os riscos biológicos e as doenças relacionadas ao trabalho
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
Os riscos biológicos envolvem agravos relacionados a microrganismos, seus produtos e toxinas. Em alguns
casos, podemos relacionar facilmente a doença ocupacional ao ambiente de trabalho. Todavia, quando uma
doença é epidêmica, estabelecer o nexo causal é uma tarefa mais difícil, bem como isolar a empresa de agentes
externos.
Surto de covid-19 entre trabalhadores
O Serviço de Vigilância Epidemiológica de Curitiba interditou, em cumprimento às medidas previstas em decreto
municipal, uma empresa atacadista após surto de covid-19 entre funcionários. De 62 trabalhadores testados, 34
estavam contaminados.
De acordo com a equipe de Segurança do Trabalho da empresa, são adotados todos os protocolos de
segurança: uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social. Segundo essa mesma equipe, a empresa
forneceu máscaras de pano com o logotipo da empresa aos funcionários e obrigou seu uso.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. SOBRE A COVID-19, QUAIS OS PRINCIPAIS CUIDADOS QUE AS EMPRESAS
PRECISAM TER NOS AMBIENTES DE TRABALHO?
A) Usar somente máscaras de proteção, dispensando o uso de álcool gel e a lavagem das mãos constantes.
B) Evitar aglomeração dos trabalhadores, fornecer máscaras apropriadas, disponibilizar álcool gel, água e sabão
em pontos de acesso estratégicos para os trabalhadores.
C) Usar somente álcool gel, sem a necessidade de uso de máscaras.
D) Exigir que os funcionários comprem suas máscaras e tragam álcool gel de casa.
E) Permitir que os funcionários se aglomerem nos ambientes de trabalho, sem uso de equipamentos de
proteção.
2. CONSIDERANDO A FORMA DE TRANSMISSÃO DA COVID-19, QUAL MEDIDA
ADICIONAL PODERIA SER TOMADA NA EMPRESA QUE VIMOS NO CASE?
A) Usar álcool gel numa concentração mais elevada.
B) Adotar o uso de face shield.
C) Reduzir o número de trabalhadores circulando na empresa com redução de turno.
D) Substituir as máscaras fornecidas por máscaras do tipo PFF2.
E) Fornecer tratamento preventivo para os trabalhadores.
GABARITO
1. Sobre a covid-19, quais os principais cuidados que as empresas precisam ter nos ambientes de
trabalho?
A alternativa "B " está correta.
As empresas são obrigadas a seguir os protocolos de segurança que, no mínimo, estabelecem que as empresas
devem fornecer equipamentos de proteção adequados, assim como álcool gel em pontos estratégicos, água,
sabão e papel. Ainda, é necessário fornecer as orientações aos trabalhadores, inclusive no que diz respeito ao
distanciamento nos ambientes de trabalho.
2. Considerando a forma de transmissão da covid-19, qual medida adicional poderia ser tomada na
empresa que vimos no case?
A alternativa "D " está correta.
Embora as máscaras de pano consigam reduzir os riscos de transmissão, elas não são suficientemente seguras
para uso em ambiente de trabalho.
3. SOBRE A EMPRESA DO CASO, O QUE É PRECISO SER FEITO
PELA EQUIPE DE SEGURANÇA PARA EVITAR QUE NOVOS
CASOS ACONTEÇAM?
RESPOSTA
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É preciso rever todo o processo de implantação dos protocolos de segurança e
identificar em que fase houve falha. A partir das falhas, elaborar uma nova proposta. É
preciso redobrar a atenção quanto ao comportamento dos trabalhadores, pois eles
precisam estar devidamente instrumentalizados com os equipamentos corretos e
usando-os da forma adequada. Ainda, devem ser utilizadas máscaras adequadas para
proteção respiratória.
RISCOS BIOLÓGICOS E EPIDEMIAS
RISCO BIOLÓGICO
Imagem: Shutterstock.com
O RISCO BIOLÓGICO É A PROBABILIDADE DA EXPOSIÇÃO
OCUPACIONAL A AGENTES BIOLÓGICOS, QUE PODEM SER:
MICRORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS OUNÃO;
CULTURAS DE CÉLULAS; PARASITAS; TOXINAS; E PRÍONS.
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 32, estão expostos a esses agentes profissionais que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral, incluindo todas as ações de promoção, recuperação,
assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. A exposição de trabalhadores a
esses agentes biológicos sem a devida proteção aumenta a probabilidade do adoecimento.
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 32, os agentes biológicos são classificados em:
CLASSE DE RISCO 1
Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doenças ao
ser humano.
CLASSE DE RISCO 2
Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade.
Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
CLASSE DE RISCO 3
Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem
causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de
profilaxia ou tratamento.
CLASSE DE RISCO 4
Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade.
Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser
humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
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Conhecer as classes de risco dos agentes aos quais os trabalhadores estão expostos é fundamental para a
elaboração do programa de gestão de riscos do ambiente e para o fornecimento dos equipamentos de proteção
adequados aos trabalhadores. Diversas são as doenças que acometem trabalhadores que estão expostos aos
agentes biológicos de forma direta ou indireta, sem a devida proteção.
 SAIBA MAIS
Além das doenças notificadas, também existe um número expressivo sobre acidentes de trabalho relacionados à
exposição a material biológico. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho e o Ministério
Público do Trabalho, de 2012 a 2018, a atividade que mais notificou acidentes de trabalho foi a Atividade de
Atendimento Hospitalar, sendo os maiores registros entre os técnicos de enfermagem.
Veremos a seguir como os trabalhadores adoecem e as possíveis repercussões desses acidentes e de outras
condições às quais os trabalhadores estão expostos.
RISCO BIOLÓGICO E OS AMBIENTES DE
TRABALHO
Imagem: Shutterstock.com
As consequências (para a saúde) da exposição do trabalhador a fatores de risco biológico presentes em
situações de trabalho incluem quadros de infecção aguda e crônica, parasitoses e reações alérgicas e tóxicas a
plantas e animais. As infecções podem ser causadas por bactérias, vírus e fungos. As parasitoses estão
associadas a protozoários, helmintos e artrópodes.
As doenças infecciosas e parasitárias relacionadas ao trabalho apresentam algumas características que as
distinguem dos demais grupos:
Os agentes etiológicos não são de natureza ocupacional.
A ocorrência da doença depende das condições ou circunstâncias em que o trabalho é executado e da exposição
ocupacional, que favorece o contato, o contágio ou a transmissão.
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
Imagem: Shutterstock.com
Agora, vamos conhecer algumas doenças infecciosas e parasitárias relacionadas ao ambiente de trabalho.
TUBERCULOSE OCUPACIONAL
É uma doença causada pelo Mycobacteruimtuberculosis ou bacilo de Koch. É transmissível e acomete
principalmente os pulmões, mas pode ocorrer em outros órgãos também.
A forma pulmonar é a mais relevante para a saúde trabalhador. A forma extrapulmonar, que acomete outros
órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com o HIV, especialmente entre
aquelas com comprometimento imunológico. Alguns sinais e sintomas são: tosse produtiva, febre vespertina,
sudorese noturna, cansaço, fadiga, emagrecimento.
O tratamento dura no mínimo seis meses e pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde. Com o início do
tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento, já se
encontra muito reduzida. Esse é o momento de muita atenção, uma vez que muitos trabalhadores abandonam o
tratamento com a melhora de sinais e sintomas. A melhora não significa a cura, por isso, é preciso fazer o
tratamento no tempo correto.
LEPTOSPIROSE RELACIONADA AO TRABALHO
É uma doença causada pela bactéria Leptospira, presente na urina de ratos. A transmissão ocorre quando o
trabalhador entra em contato com a urina dos roedores, principalmente em ambientes alagados por ocasião de
enchentes.
O período de incubação, ou seja, o tempo que a pessoa leva para manifestar os sintomas desde a infecção da
doença, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de
risco.
Pode haver a necessidade de hospitalização. Pode ocorrer febre, dores no corpo, cefaleia e também vômitos,
diarreia e tosse. Caso não tratada de forma correta e no tempo certo, a leptospirose pode evoluir para um quadro
mais grave. Casos menos graves são tratados em ambulatório, e os mais graves precisam de internação.
TÉTANO OCUPACIONAL
Causado por uma neurotoxina produzida pelo Clostridium tetani, o tétano é uma doença grave que, se não
tratada no tempo correto, pode levar à morte. É uma doença que também pode ocorrer em animais. Não é
transmitido de pessoa a pessoa, mas sim no contato da neurotoxina com um ferimento no corpo da vítima.
Alguns sinais e sintomas são contraturas musculares, rigidez de braços e pernas, e rigidez abdominal.
O tétano é uma doença prevenível, por meio da vacinação, por isso é importante que as equipes do PCMSO,
com o apoio dos SESMT, incentivem os trabalhadores a tomar a dose reforço no tempo adequado e, caso seja
necessário, façam campanhas nas empresas para uma maior cobertura da imunização. É necessário atenção
sempre aos equipamentos de proteção individual.
HEPATITES RELACIONADAS AO TRABALHO
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ocorrer pela exposição ao vírus ou pelo uso de alguns
remédios, álcool e outras drogas. Geralmente as hepatites relacionadas ao trabalho são causadas por vírus e
classificadas por letras A, B, C, D e E.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018, a hepatite B foi responsável por 32,8% dos casos de hepatites
notificados no Brasil. Essa hepatite geralmente não apresenta sintomas imediatos e, por isso, é possível de ser
diagnosticada décadas após a infecção. Já a hepatite C pode se manifestar de forma aguda ou crônica, sendo a
crônica mais comum.
É uma doença de caráter silencioso e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. Em
média, 20% dos casos podem evoluir para cirrose ao longo do tempo. Alguns sintomas são dor ou desconforto
abdominal, fadiga, febre, perda de apetite, náuseas, “amarelamento” da pele e dos olhos.
DENGUE
É uma doença febril grave causada por um arbovírus — vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente
os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os quatro tipos da
doença, mas a infecção por um tipo gera imunidade permanente para ele.
O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar.
Lembrando que embora a doença seja um problema de saúde pública, é possível que pessoas adoeçam devido
à ocupação que exercem.
As empresas precisam aderir a campanhas de prevenção e, caso tenha a possibilidade de foco da doença em
seus ambientes, é preciso eliminá-los. Os principais sinais e sintomas são: febre alta, dores musculares intensas,
dores nos olhos, falta de apetite, cefaleia, e em alguns casos, machas vermelhas pelo corpo.
AIDS/HIV
A AIDS é a doença causada pela infecção do Vírus da ImunodeficiênciaHumana (HIV). Esse vírus ataca o
sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo contra doenças. Os principais sintomas são:
febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.
Com a baixa imunidade, causada pela enfermidade, é possível que a pessoa adquira outras doenças, também
chamadas de oportunistas, como tuberculose e toxoplasmose. O tratamento da AIDS é gratuito, feito com
antirretrovirais, disponibilizados nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde.
RAIVA
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como
uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus do gênero
Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados,
principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura
desses animais.
Os principais sinais e sintomas são: anorexia, irritabilidade, mal-estar, náuseas, dor de garganta. Em caso de
acidentes com animais, os trabalhadores deverão ser encaminhados imediatamente a uma unidade de saúde,
para os devidos procedimentos.
COVID-19
Os coronavírus são um grupo de vírus comuns em diferentes espécies de animais. Raramente os vírus que
infectam animais podem infectar pessoas. Contudo, em dezembro de 2019, houve a transmissão de um novo
coronavírus, o SARS-CoV-2, que causou a doença covid-19. Essa doença apresenta manifestações clínicas,
variando de infecções assintomáticas a quadros graves.
Os principais sintomas são febre, tosse, coriza, perda de olfato, dificuldade para respirar, alteração de paladar,
cansaço e distúrbios gastrintestinais. É importante lembrar que nem todas as pessoas portadoras de covid-19
apresentam os mesmos sintomas e que é possível novos sintomas, ou seja, diferentes dos já registrados, a partir
da mutação do vírus.
Para a proteção dos trabalhadores, as instituições empregadoras precisam adotar medidas de segurança e
protocolos específicos para os ambientes de trabalho, além de oferecer os equipamentos de proteção individual
adequados.
DOENÇA DA FOLHA VERDE DO TABACO
A doença da folha verde do tabaco (DFVT) é uma forma de intoxicação aguda causada pela absorção dérmica
da nicotina presente na folha do tabaco (Nicotiana tabacum). O suor, o orvalho e a chuva facilitam o contato da
substância com a pele.
Entre os sinais e sintomas estão: dores de cabeça, tontura, náuseas e cólica. Os sintomas duram alguns dias e
podem afetar a mesma pessoa repetidas vezes. Essa doença acomete principalmente trabalhadores rurais que
lidam com essa cultura.
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
Os acidentes com animais peçonhentos são comuns entre trabalhadores da agricultura e de manipulação de
alimentos. Os mais comuns são o ofidismo (picada de cobra) e o escorpionismo.
A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa
contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. Sempre que houver vacinas eficazes contra
outros agentes biológicos aos quais os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve
fornecê-las gratuitamente. A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. APESAR DE NÃO TER UM AGENTE ETIOLÓGICO DE NATUREZA OCUPACIONAL, AS
DOENÇAS INFECCIOSAS PODEM SER RELACIONADAS AO TRABALHO, DEVIDO AOS
CONTEXTOS EM QUE HOUVER A EXPOSIÇÃO AO AGENTE. SOBRE ESSE CONTEXTO,
PODEMOS AFIRMAR QUE
A) a ocorrência da doença infecciosa relacionada ao trabalho depende das condições ou circunstâncias em que
o trabalho é executado e da exposição ocupacional.
B) a doença infecciosa, por se tratar de uma doença comum, não permite fazer o nexo ocupacional, ou seja, não
podemos relacioná-la ao trabalho.
C) ambientes de trabalho em que os trabalhadores manuseiam direta ou indiretamente agentes biológicos não
são considerados contextos de riscos para adoecimento dos trabalhadores.
D) profissionais da área da saúde adoecem devido aos riscos químicos, físicos e ergonômicos, mas não
adoecem devido aos fatores de risco biológico.
E) unidades de saúde oferecem riscos para os pacientes atendidos devido à exposição a agentes biológicos,
mas para os funcionários das unidades esse risco não existe.
2. UMA DAS FASES DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA
É A IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES DE RISCO. EM SE TRATANDO DE UM PPRA
RELACIONADO A AMBIENTES COM AGENTES DE RISCO BIOLÓGICO, OS AGENTES
PRECISAM SER IDENTIFICADOS PARA A APLICAÇÃO DE AÇÕES CORRETAS. UMA
DAS FORMAS DE IDENTIFICAR OS AGENTES É POR SUAS CARACTERÍSTICAS, PARA
ISSO A EQUIPE QUE ELABORA O PPRA PODERÁ UTILIZAR A CLASSIFICAÇÃO DE
RISCOS BIOLÓGICOS, QUE É A SEGUINTE:
A) Classe de risco 1: alto risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de
causar doença aos animais.
B) Classe de risco 2: risco individual baixo para o trabalhador e com alta probabilidade de disseminação para a
coletividade.
C) Classe de risco 3: risco individual moderado para o trabalhador e com nenhuma probabilidade de
disseminação para a coletividade.
D) Classe de risco 4: risco elevado para o trabalhador e para a coletividade, tem grande probabilidade de
disseminação, além de apresentar grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro.
E) Classe de risco 5: risco individual baixo para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a
coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade entre animais.
GABARITO
1. Apesar de não ter um agente etiológico de natureza ocupacional, as doenças infecciosas podem ser
relacionadas ao trabalho, devido aos contextos em que houver a exposição ao agente. Sobre esse
contexto, podemos afirmar que
A alternativa "A " está correta.
Doenças infecciosas são aquelas que acometem a população de uma forma geral, independentemente de serem
trabalhadoras ou não. Dessa forma, os agentes etiológicos de tais doenças não podem ser considerados de
natureza ocupacional, uma vez que não só os trabalhadores podem adoecer. Entretanto, o que irá determinar se
o trabalhador foi contaminado por esses agentes em seu ambiente de trabalho, para ser considerada uma
doença relacionada ao trabalho, são as condições em que esse trabalhador exerce sua função. Dependendo do
agente, há a necessidade do uso de EPIs específicos. Uma vez o trabalhador exposto em seu ambiente de
trabalho sem a segurança devida, é possível relacionar a doença com o trabalho.
2. Uma das fases do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA é a identificação dos agentes
de risco. Em se tratando de um PPRA relacionado a ambientes com agentes de risco biológico, os
agentes precisam ser identificados para a aplicação de ações corretas. Uma das formas de identificar os
agentes é por suas características, para isso a equipe que elabora o PPRA poderá utilizar a classificação
de riscos biológicos, que é a seguinte:
A alternativa "D " está correta.
A classe de risco 4 é a que apresenta agentes etiológicos com características perigosas tanto para os
trabalhadores quanto para a população geral. Nessa classe, geralmente não há tratamento e o risco de
transmissão é muito alto.
MÓDULO 4
 Identificar os riscos ergonômicos e as doenças relacionadas ao trabalho
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
A relação entre a ergonomia e as doenças relacionadas deve ser objeto de intenso estudo, uma vez que o
ambiente laboral tem sido afetado continuamente com o desenvolvimento de novas tecnologias. Dessa forma,
algo que a princípio não seria fator determinante para as ocorrências de doenças, pode se mostrar desta maneira
na prática diária.
Lesões por esforços repetitivos
DJS, 43 anos, viúva, mãe de dois filhos, procurou o médico do trabalho da empresa em que trabalha, queixando-
se de dor intensa no braço direito, contínua e persistente, com sensação de peso e diminuição de sensibilidade
na mãodireita, e dificuldade para realizar qualquer movimento. Queixou-se, ainda, de insônia que, segundo ela,
provoca cansaço e irritação durante o dia. Relatou que vinha sentindo dor e limitações havia algum tempo,
obtendo certo alívio com o uso de anti-inflamatórios, mas com repercussões sobre sua produção diária e
dificuldade para realização de horas extras, que proporcionavam aumento na renda mensal da família.
Ao ser questionada se havia procurado o supervisor do setor que trabalha, DJS informou que não, porque ficou
com medo de ser punida. Ela trabalha há 25 anos como empacotadora na indústria alimentícia, em jornada de
cerca de 9 horas diárias (horas extras), 6 dias na semana, em posição sentada, em uma tarefa que exige
movimentos repetitivos dos membros superiores, sob grande pressão de tempo, para atender às metas de
produção estabelecidas, o que a impede de fazer as pausas recomendadas.
Informa haver outros(as) trabalhadores(as) com as mesmas queixas na empresa. O médico a diagnostica com
uma doença osteomuscular relacionada ao trabalho, prescreve anti-inflamatório e emite um atestado para
afastamento por 10 dias. Após sua saída do consultório, o médico marca uma reunião com a equipe do SESMT
para conversarem sobre o caso de DJS e de outros possíveis casos.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. DE ACORDO COM A SITUAÇÃO APRESENTADA, MARQUE A ALTERNATIVA QUE
APRESENTA OS ASPECTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS PARA A
RESOLUÇÃO DO CASO:
A) Pouca demanda de trabalho, falta de comunicação, pausas constantes durante as tarefas.
B) Desorganização do trabalho, falta de pausas entre as atividades, dificuldade nas relações interpessoais.
C) Ausência de pausa entre as tarefas, trabalho monótono, bom relacionamento com o supervisor.
D) Excesso de controle, má gestão e pausas regulares entre as tarefas.
E) Ótima relação com o supervisor, organização da produção, perspectivas na carreira.
2. PARA EVITAR QUE OUTROS TRABALHADORES ADOEÇAM PELOS MESMOS
MOTIVOS DE DJS, A EQUIPE DO SESMT
A) precisará rever toda a dinâmica de trabalho, avaliando as condições às quais esses trabalhadores estão
expostos, e propor medidas de correção.
B) não precisa atuar nesses casos, pois o problema é da supervisão de equipe.
C) não tem muito o que contribuir, pois algumas empresas trabalham dessa forma.
D) pode passar a situação para os gestores e aguardar um posicionamento da empresa.
E) pode pedir para que os supervisores dos setores resolvam os problemas dos funcionários.
GABARITO
1. De acordo com a situação apresentada, marque a alternativa que apresenta os aspectos importantes a
serem observados para a resolução do caso:
A alternativa "B " está correta.
A falta de uma perspectiva de melhora de trabalho aliada à grande demanda de trabalho, à falta de organização
do ambiente, assim como a falta de comunicação clara com a supervisão, faz com que a situação da
trabalhadora seja agravada.
2. Para evitar que outros trabalhadores adoeçam pelos mesmos motivos de DJS, a equipe do SESMT
A alternativa "A " está correta.
A equipe pode rever toda a dinâmica de trabalho, aplicando a análise ergonômica do trabalho e sugerindo as
correções para evitarem que novos casos parecidos com o de DJS surjam ao longo do tempo. Ainda, a equipe
poderá estimular o diálogo entre supervisores e trabalhadores.
3. DE ACORDO COM A SITUAÇÃO ANTERIOR, QUAL É O PAPEL
DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO
TRABALHO? QUAL A INTERVENÇÃO QUE PRECISA SER FEITA
NESSE AMBIENTE DE TRABALHO PARA QUE OUTROS
TRABALHADORES NÃO ADOEÇAM?
RESPOSTA
Compreender as demandas da trabalhadora, assim como o conhecimento sobre a
atividade/ocupação exercida e as condições em que é realizada. Implantar a Análise
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Ergonômica do Trabalho. Conversar com os trabalhadores, mostrando que eles podem
acessar qualquer membro das equipes sem medo das repercussões negativas.
O QUE É ERGONOMIA?
RISCOS ERGONÔMICOS
Foto: Shutterstock.com
RISCO ERGONÔMICO É TODA SITUAÇÃO OU FATOR QUE POSSA
INTERFERIR NAS CARACTERÍSTICAS PSICOFISIOLÓGICAS DOS
TRABALHADORES, CAUSANDO DESCONFORTO OU AFETANDO SUA
SAÚDE.
A exposição a essas situações pode gerar distúrbios fisiológicos e psicológicos e provocar sérios danos à saúde
dos trabalhadores. De acordo com a Secretaria de Previdência, as principais causas de afastamento do trabalho
estão relacionadas aos riscos ergonômicos e às doenças motivadas por esses fatores superam os afastamentos
por acidentes/traumas.
 VOCÊ SABIA?
Os fatores de risco ergonômico podem gerar adoecimento físico e mental e provocar sérios comprometimentos,
tanto na saúde quanto na vida social e no trabalho. Situações de trabalho que envolvem monotonia, mobiliários
inadequados, posturas inadequadas, problemas organizacionais, jornada de trabalho muito longa, entre outros
fatores, podem gerar doenças.
As lesões por esforço repetitivo (LER) e as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) são os
distúrbios que mais acometem os trabalhadores. Além desses distúrbios, existem outras doenças que, caso não
sejam prevenidas ou tratadas no início do aparecimento, podem ser tornar incapacitantes, como veremos neste
módulo.
LER e DORT são os danos que ocorrem pelo uso excessivo do sistema musculoesquelético, sem o tempo
necessário para o descanso. Inicialmente, os distúrbios osteomusculares foram considerados LER, e em 1998 a
Previdência Social substituiu LER por DORT.
 SAIBA MAIS
A diferença entre os dois grupos se encontra basicamente nas causas. Enquanto DORT está relacionada ao
trabalho, LER pode acometer qualquer pessoa, independentemente de sua condição de vida. Alguns autores
também consideram diagnósticos específicos da LER, por se tratar de doença do sistema nervoso e não do
sistema osteomuscular, ou seja, ela pode se tratar de uma lesão por esforço repetitivo, mas que não tenha
acometido o sistema osteomuscular, como os transtornos do plexo braquial, as mononeuropatias dos membros
superiores e as mononeuropatias dos membros inferiores (BRASIL, 2001).
Caracterizam-se pelo aparecimento de vários sintomas, mas que às vezes não são valorizados pelos próprios
trabalhadores e empregadores, que permanecem com as tarefas e as dores, fazendo com que a situação se
agrave. Geralmente, aparecem nos membros superiores, mas os membros inferiores também podem ser
atingidos, dependendo das ocupações.
As LER/DORT resultam do entrelaçamento do conjunto de fatores envolvidos na dor musculoesquelética, em que
se destacam dois fatores:
FATORES BIOMECÂNICOS PRESENTES NA ATIVIDADE
Exigências biomecânicas relacionadas à ocupação podem gerar problemas musculoesqueléticos quando não
respeitados os limites do corpo.
FATORES PSICOSSOCIAIS RELACIONADOS À ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO
Embora não esteja muito bem esclarecido, alguns estudos sugerem que exigências excessivas no trabalho
podem gerar dores devido à tensão e ao estresse.
As principais dores que acometem os trabalhadores são dores nos ombros e articulações de mãos e punhos.
Agora, vamos conhecer algumas LER/DORT.
TENDINITE
É a inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, que faz a fixação dos músculos aos ossos).
Eles servem para transmitir a força de contração muscular necessária para mover um osso. É uma doença que
apresenta várias manifestações clínicas que variam de acordo com o avanço da doença. Caso não seja tratada
devidamente, é possível que passe de uma condição leve para uma condição crônica e, dessa forma, os
sintomas perduram por anos. O quadro clínico irá variar de acordo com o tendão afetado, mas as principais
queixas são: dor em tendão que pode irradiar para a musculatura do entorno; sensação de que o tendão está
crepitando quando se move; inchaço na região afetada; vermelhidão e calor na área afetada e diminuição da
força.
As tendinites mais comuns são:
Tendinite de Aquiles — tendão situado entre o calcanhar e o músculo da panturrilha.Tendinite do manguito rotador — chamada de “ombro de tenista”.
Epicondilite lateral— conhecida como “cotovelo de tenista”.
Epicondilite medial — conhecida como “cotovelo de golfista”.
Tenossinovite estenosante de De Quervain — tendão entre o polegar e o pulso.
Dedo em gatilho — a bainha do tendão da palma da mão fica grossa e inflamada, formando nódulos.
BURSITE
É a inflamação ou irritação de uma “bursa”, uma pequena bolsa localizada entre o osso e outras estruturas
móveis, como músculos, pele ou tendões. Ela permite e facilita um melhor deslizamento entre as estruturas.
A bursite ocorre com mais frequência em articulações que realizam movimentos repetitivos frequentes, como
ombro, cotovelo, joelho e quadril. Quando não tratada devidamente, a bursite aguda pode ser tornar crônica. Os
principais sintomas e sinais são: dor na área da bursa, inchaço, pele avermelhada, diminuição dos movimentos
próximos as articulações.
A prevenção das tendinites e bursites envolve: evitar ficar muito tempo na mesma posição, realizar alongamentos
musculares e mobilização das articulações, usar mobiliários ergonômicos, realizar o descanso necessário entre
tarefas. Para o diagnóstico correto, os trabalhadores precisam agendar consulta médica e realizar os exames
solicitados.
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO
É a compressão, também conhecida como pinçamento do nervo mediado, quando este passa pelo punho para
inervar a mão. O principal sintoma é a sensação de formigamento, mas também pode ocorrer dormência e dores
nos dedos.
HÉRNIA DE DISCO
É o resultado do desgaste dos discos intervertebrais, comprimindo as raízes nervosas que emergem da coluna,
provocando dor intensa. Os principais fatores de risco são atividade repetitiva, ferimentos, carregar peso maior
do que o corpo suporta e processo de envelhecimento. Se tratados devidamente, alguns casos não precisarão
de intervenção cirúrgica. Os principais sinais e sintomas que podem surgir são: dores no pescoço ou em outras
partes da coluna; dores nos braços devido a compressão dos nervos; dormência, formigamento e fraqueza
muscular.
DESCONFORTO MUSCULAR
O desconforto muscular é uma condição, e não uma doença. São dores que podem ocorrer devido ao uso
excessivo da musculatura. Pode ser causado por problemas posturais, excesso de atividade física, entre outros.
ESTRESSE
Também contribui para as dores musculares, pois situações de estresse causam a liberação de hormônios que
aumentam a percepção da dor e também a tensão muscular. Um desconforto muscular bastante conhecido é a
dorsalgia, ou seja, dores nas costas, que podem decorrer de dores musculares, mas também de outras causas,
como o comprometimento das articulações da coluna vertebral, dos nervos e dos ossos. As dorsalgias estão
entre as queixas mais frequentes da população geral, sendo a lombalgia e a cervicalgia os principais tipos.
ARTROSES
Osteoartrose (artrose) é a doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações
ósseas, entre elas os osteófitos, também conhecidos como "bicos de papagaio". Os sinais e sintomas mais
comuns são dores nas mãos, no pescoço, na região lombar, nos joelhos e quadris. Além das dores também é
possível sentir crepitações, inchaço, rigidez ou sensibilidade nas articulações.
OSTEONECROSE RELACIONADA AO TRABALHO
Também conhecida como necrose asséptica ou avascular, ocorre devido à diminuição do suprimento sanguíneo
ósseo decorrente de um processo degenerativo local. É uma manifestação crônica que tem sido associada com
diabetes, alcoolismo, trauma e exposição à radiação ionizante. Em trabalhadores submetidos à vibração
localizada, a ocorrência de osteonecrose está associada a um acometimento neurovascular, levando à
diminuição ou ao impedimento do suprimento sanguíneo ósseo, como é o caso da síndrome de Raynaud.
A osteonecrose decorrente da intoxicação crônica pelo fósforo branco (ou amarelo) tem importância histórica e
integrou a primeira lista de doenças profissionais elaborada pela Organização Internacional do Trabalho. O
primeiro caso da doença, que era conhecida como desfigurante, foi registrado em 1845.
Para a prevenção das doenças ergonômicas relacionadas ao trabalho, destacamos a importância da realização
da Análise Ergonômica do Trabalho.
ESSE PROCEDIMENTO COLOCA EM EVIDÊNCIA AS TAREFAS QUE SÃO
VARIÁVEIS AO LONGO DA JORNADA DE TRABALHO E COMO AS
EMPRESAS PRECISAM TRABALHAR A FIM DE ATENDER AS NORMAS,
EVITANDO ASSIM O ADOECIMENTO DOS TRABALHADORES.
Para isso, os fatores de risco devem ser avaliados no contexto organizacional em que o trabalhador está
inserido. Uma das normas que podem e devem ser implementadas é a Norma Regulamentadora nº 17 –
Ergonomia, que visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
RISCOS PSICOSSOCIAIS
Foto: Shutterstock.com
Agora vamos abordar os riscos psicossociais. Esses fatores fazem parte do risco ergonômico, mas faremos aqui
um destaque, devido à importância da saúde mental dos trabalhadores e em razão do grande desafio que esses
fatores oferecem para a manutenção de um ambiente de trabalho seguro.
Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na organização e na gestão do trabalho, bem como de um
contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e social, tais
como estresse relacionado com o trabalho, esgotamento, depressão, entre outras sequelas. Os efeitos negativos
atingem a todos: trabalhadores, famílias, sociedade, empregadores.
Além das doenças em si, os trabalhadores podem ficar incapacitados e sem condições de retornar para o
trabalho, gerando também afastamento social. Para as famílias, há mudança na dinâmica, o que pode provocar
desgastes profundos, principalmente por causa das questões econômicas. Para as empresas, percebe-se
aumento de gastos com afastamentos, absenteísmo e mesmo o presenteísmo (o trabalhador está presente no
ambiente de trabalho, porém não tem produtividade), além de ficar com a imagem comprometida.
Quanto ao país, a grande demanda de atendimento das Unidades de Saúde pode gerar sobrecarga do sistema
de saúde, comprometendo a qualidade dos atendimentos. Em relação aos benefícios previdenciários, também se
considera o aumento da demanda e a necessidade de concessão de um número maior de benefícios,
impactando na saúde econômica do país, além das possíveis repercussões negativas a nível internacional,
comprometendo as possibilidades de investimentos.
As principais condições de trabalho que contribuem para o aumento dos fatores de riscos psicossociais e
adoecimento dos trabalhadores são:
Cargas de trabalho excessivas.
Exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções.
Falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controle sobre a forma
como ele executa o trabalho.
Má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral.
Comunicação ineficaz e violenta, falta de apoio por parte de chefias e colegas.
Assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.
Alguns ambientes de trabalho contribuem para o desenvolvimento de doenças mentais nos trabalhadores. Os
transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho são a terceira maior causa de afastamento do
trabalhador no Brasil e uma das principais causas de adoecimento no mundo.
 SAIBA MAIS
Esses transtornos não resultam de fatores isolados, mas de contextos de trabalho sem interação entre corpo e
aparato psíquico dos trabalhadores. Se, por um lado, o trabalho pode gerar esses distúrbios, a falta dele também
gera os mesmos problemas e, por medo de perder o trabalho, muitas pessoas se submetem a situações
desumanas em troca do salário.
OS FATORES RELACIONADOS AO TEMPO E AO RITMO DE TRABALHO
SÃO MUITO IMPORTANTES NA DETERMINAÇÃO DO SOFRIMENTO
PSÍQUICO RELACIONADO AO TRABALHO.
Jornadas

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