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Quando o pecado secreto dele despedaca o seu coracao

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. 
 
 
QQuuaannddoo oo ppeeccaaddoo sseeccrreettoo ddeellee 
ddeessppeeddaaççaa oo sseeuu ccoorraaççããoo 
 
Cartas para esposas feridas 
 
Kathy Gallaguer 
 
© Kathy Gallagher, 2003 
PURE LIFE MINISTRIES 
Título original: "When his secret sin breaks your heart" 
Tradução: Dra. Maria Eugênia da Silva Fernandes 
Graça Artes Gráficas e Editora Ltda. 
Rio de Janeiro, 2005 
ISBN: 85-7343-723-5 
 
Digitalizado por Luis Carlos 
 
www.semeadoresdapalavra.net 
 
Nossos e-books são disponibilizados 
gratuitamente, com a única finalidade de 
oferecer leitura edificante a todos aqueles que 
não tem condições econômicas para comprar. 
Se você é financeiramente privilegiado, então 
utilize nosso acervo apenas para avaliação, e, 
se gostar, abençoe autores, editoras e 
livrarias, adquirindo os livros. 
 
SEMEADORES DA PALAVRA e-books evangélicos 
 
Sumário 
Prefácio ....................................................................................... 6 
Introdução................................................................................... 8 
Minha História .............................................................................11 
CARTAS .............................................................................. 22 
A presença de Deus na dor ...........................................................22 
A luta do marido..........................................................................25 
Lidando com as suspeitas .............................................................28 
Por que devo aguentar isso? .........................................................31 
A esposa encorajadora .................................................................35 
A esposa irada.............................................................................37 
Sinto-me como se estivesse enlouquecendo!...................................39 
Pare já com isso ..........................................................................41 
“Condenação e adoração” .............................................................43 
A obsessão errada .......................................................................46 
Vozes demais ..............................................................................48 
Preenchendo o vazio ....................................................................50 
A batalha da tv............................................................................52 
Frutos do arrependimento.............................................................53 
Confrontando o marido.................................................................57 
O marido que abusa.....................................................................59 
Onde Deus está? .........................................................................62 
Vagas suspeitas...........................................................................64 
Medo de outras mulheres..............................................................66 
Abandonada por Deus ..................................................................68 
Carregando o fardo ......................................................................70 
As raízes da homossexualidade .....................................................72 
A esposa conciliadora ...................................................................75 
Intercessão pelo marido ...............................................................78 
O castigo de um pai .....................................................................82 
Casamento na rotina ....................................................................84 
Lidando com o medo ....................................................................87 
O marido que fracassa..................................................................90 
A esposa negligenciada ................................................................92 
A esposa policial ..........................................................................95 
Reconciliação ..............................................................................97 
A esposa ofendida......................................................................100 
A esposa incansável ...................................................................105 
O marido que não se arrepende...................................................108 
A esposa adúltera ......................................................................110 
Minhas necessidades sexuais.......................................................112 
O molestador de crianças............................................................116 
Capacidade de prestar conta .......................................................120 
Divórcio....................................................................................124 
Respeito perdido........................................................................126 
A vida de misericórdia ................................................................128 
Amor perdido ............................................................................131 
Não-confiável com relação ao dinheiro..........................................135 
Expectativas elevadas ................................................................137 
Vendo pornografia .....................................................................140 
A importância da gratidão...........................................................143 
Não pare de crer........................................................................146 
A esposa que dá oportunidade.....................................................148 
Separada e com um namorado....................................................150 
Carta de um marido ...................................................................152 
Lidando com a falta de perdão.....................................................154 
Sentindo-se traída .....................................................................156 
Sexo estranho ...........................................................................158 
Casamento de conto de fadas......................................................160 
Noiva de um compulsivo em pornografia ......................................162 
DIÁRIO de 30 dias.............................................................. 164 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
Este livro é dedicado ao meu amado. 
Quanto nós andamos, desde as cinzas até a beleza! 
O Senhor endireitou nossos caminhos tortuosos, 
E você se tornou para mim a personificação 
do amor de Deus. 
Obrigada por você me amar e ser fiel a mim. 
Realmente, o meu amado é meu, e eu sou dele. 
 
Agradecimentos 
Antes de começar a escrever estas cartas, uma amiga me 
disse que a tarefa seria difícil e pesada, mas que se tratava da 
vontade de Deus. Descobri que a afirmação era verdadeira. 
Quero, antes de tudo, agradecer ao Senhor por toda a 
Sua misericórdia e severidade. Ele tem sido paciente e 
compassivo comigo. Contudo, foi incansável em Seu desejo de 
me fazer viver as palavras que escrevi neste livro. Eu O amarei 
para sempre por cuidar de mim o suficiente, sem me fazer 
mimos demais. 
Agradeço a Rosaline Bush por ser a catalisadora que 
Deus usou para conseguir que eu começasse este projeto. 
"Que deliciosa é uma palavra falada na estação certa". 
Sou grata ao meu marido pelo seu encorajamento para 
que eu não desistisse e pelas horas incontáveis que ele passou 
editando e reescrevendo. 
Quero agradecer à minha querida amiga e companheira 
na fé, Rose Colón, que tem sido muito fiel em descer às 
trincheiras para me ajudar a sustentar o peso de tantos 
corações arrebentados. 
Também expressar a minha gratidão a Ken e Robin 
Halcomb e a Bradley Furges pela ajuda diligente na edição. 
Finalmente, a Wayne Brown, o único conselheiro que teve 
a coragem de confrontar Steve Gallagher há muitos anos. 
Obrigada, Wayne, também por seu auxílio nesta obra. 
 
PREFÁCIO 
 
Nos vemos todos os dias na rotina diária. Várias imagens 
nos bombardeiamconstantemente em jornais, revistas, filmes, 
letreiros e na televisão. Agora, podem ser facilmente acessadas 
pela Internet. Além disso, a pornografia, o homossexualismo e 
o adultério se tornaram não apenas prevalentes, mas também 
aceitáveis, e, hoje, existe uma sociedade saturada pelo sexo. 
Por esse motivo, não é surpresa que muitos homens 
julguem difícil guardar a mente pura e tenham sucumbido 
diante de algum tipo de pecado sexual. A pornografia é a forma 
mais comum dessa espécie de transgressão. Estima-se que 
40% dos homens americanos comprem materiais eróticos a 
cada ano. O entretenimento adulto é uma indústria de bilhões 
de dólares, e aqueles que lucram com isso sabem que a 
natureza da pornografia e das atividades relacionadas vicia e 
leva.os homens a gastarem uma quantidade cada vez maior de 
dinheiro e energia. Entretanto, o que muitos deixam de 
perceber é que o pecado sexual carrega consigo um custo 
maior do que o impacto na carteira de um homem. Ele pode 
devastar todos os seus relacionamentos, especialmente com a 
mulher e os filhos. 
A Igreja está começando a reconhecer, agora, que a 
pornografia e a prostituição também são problemas para os 
homens cristãos. No passado, esses problemas foram 
ignorados ou limitados àqueles que estavam fora da 
congregação. Ainda bem que muitos pastores e várias igrejas 
estão começando a lidar com o que tem sido chamado de 
pecado secreto, providenciando estudos bíblicos e grupos de 
apoio para homens e mulheres afetados por tal iniqüidade. 
Se você é uma esposa cujo marido está envolvido com o 
pecado sexual, meu coração está com você! Trata-se de uma 
das traições mais profundas que uma mulher enfrenta. Com 
freqüência, você se sente só, receosa, frustrada e insegura com 
relação ao lugar onde conseguir ajuda. Quero que saiba que 
não está sozinha. Deus a está guardando, e continuará a fazê-
lo. Ele quer ser a sua Fonte de força. Não é uma estrada fácil 
de se percorrer, mas o Senhor prometeu dar-lhe a força de que 
precisa para resistir. Em meio a esses tempos de provação, 
você desenvolverá um relacionamento mais profundo com o 
Pai, caso confie nEle. Ele é amoroso e fiel, e, ao mesmo tempo, 
pode usar essas circunstâncias a fim de aparar algumas 
arestas e desenvolver caráter em seu interior. 
Este livro também foi escrito para amigos e familiares que 
conhecem mulheres cujos maridos têm-se desviado 
sexualmente. Você desenvolverá uma compreensão maior 
quanto às lutas que elas encaram. Essas esposas necessitam 
de encorajamento, apoio, condição para fazer confidências, 
oração e aconselhamento bíblico. O apóstolo Paulo adverte os 
cristãos a suportarem os fardos uns dos outros. Esse é um 
fardo difícil para uma mulher carregar sozinha, e Satanás 
pode levá-la facilmente ao desespero, à ira e à amargura. O 
amor e apoio que você ofereça podem fazer diferença não 
apenas na vida dela, como também na do cônjuge, enquanto 
ela se esforça por ajudá-lo. 
Quando uma mulher descobre que seu esposo está 
envolvido com pecado sexual, muitas emoções e perguntas 
passam pela mente dela. A experiência pessoal de Kathy e os 
seus anos como conselheira lhe conferiram uma percepção 
tremenda com relação às dúvidas e incertezas que tais esposas 
se deparam. 
 
Beverly LaHaye 
Concerned Women for America 
[Mulheres Interessadas pela América] 
 
INTRODUÇÃO 
 
Na sociedade decadente de hoje, há diversas combinações 
de problemas conjugais que podem surgir quando um cônjuge 
é controlado por algum pecado que domina a vida dele. Esta 
obra é uma compilação de cartas escritas a esposas feridas, 
cujos maridos estiveram ou estão envolvidos com o pecado 
sexual. Escolhi cartas específicas, as quais abordam os 
denominadores comuns que essas esposas enfrentam, tais 
como: desconfiança, medo, desespero, dúvida, raiva, falta de 
perdão, dentre outros. Você perceberá que cada mensagem 
provê muito apoio e oferece bastante esperança e 
encorajamento; com isso, descobrirá que não está sozinha. 
Existe, finalmente, alguém que compreende realmente a 
situação. Além disso, este livro oferece às esposas feridas 
conselhos divinos e práticos; alguns que vão contra a natureza 
de muitas "soluções" populares vendidas nestes dias. 
Isso me leva a outro ponto importante. Ao ler tais cartas, 
você encontrará algumas que, aparentemente, encorajam-na a 
ir por um caminho que você tem tomado, o qual está errado. 
Deixe-me explicar. Talvez, você já tenha resolvido divorciar-se, 
embora os problemas de seu marido não sejam piores do que 
ver pornografia de vez em quando. Se já possui essa tendência, 
então, você não irá querer ler a carta escrita para Sue, na qual 
eu, na verdade, incentivo-a a deixar o esposo, pois a situação 
dela justifica isso. A sua, provavelmente, não. Mas, se estiver 
determinada a ler apenas o que deseja, então, poderá usar 
aquelas palavras na tentativa de justificar as suas ações. Eu 
sugeriria, em vez disso, que você lesse as cartas para Teresa e 
Lauren. 
Talvez, você esteja fraca, abatida, e prefira esquecer que 
descobriu o adultério do marido. Você precisa de ânimo para 
ser forte por causa do seu esposo, conforme descrevi nas 
cartas a Judy e Robin. Você não gostaria de seguir o conselho 
da carta de Kelly, a qual deseja policiar cada movimento do 
marido. 
Outra questão fundamental que precisa ser abordada é 
que estas cartas de aconselhamento foram escritas sob uma 
perspectiva completamente bíblica. O plano de Deus para se 
lidar com as ofensas não é sempre o caminho mais fácil de se 
tomar. Na verdade, você pode entrar em qualquer livraria 
cristã do país e encontrar muitos livros que, em nome do amor 
cristão, dão uma alternativa àquelas respostas encontradas na 
Bíblia. Não posso responder por esses autores. Tudo o que 
posso dizer é que o Senhor não me deu a liberdade de 
aconselhar fora dos parâmetros estabelecidos em Sua Palavra. 
Minha experiência tem mostrado que aqueles que 
gravitam em torno de soluções mais fáceis e preferem, em 
lugar das soluções bíblicas, as respostas dos "tapinhas nas 
costas" da psicologia popular, geralmente, sofrem mais no 
final. Lidar com os problemas da vida à maneira de Deus pode 
parecer frequentemente difícil, mas aqueles que optam por 
fazer assim sempre colhem os benefícios. Emerge uma nova 
pessoa, não por causa do avivamento de qualquer auto-estima, 
mas por haver descoberto que a presença do Senhor é 
suficiente para suportar qualquer provação e luta. 
De certa forma, tive as minhas lutas escrevendo estas 
linhas, sabendo que, às vezes, poderia parecer à leitora, à 
mulher arrasada, que não tenho compaixão por ela. Há 
exemplos em que a confronto na carta, e a leitora pode até 
pensar que eu, de certa maneira, esteja defendendo o 
comportamento pecaminoso do marido. Por favor, entenda que 
o meu coração está com as esposas feridas, porque também 
experimentei dor e desespero semelhantes. Foi por causa de 
muita vivência que cheguei à convicção de que fazer as coisas 
do jeito de Deus é sempre ricamente compensador. Recuso-me 
a sucumbir à pressão (isto é, às concessões) ou a me juntar às 
fileiras daqueles que apresentam, gratuitamente, uma saída 
fácil às mulheres. Fazer isso é somente difundir a misericórdia 
humanista, em vez de a misericórdia de Deus, que está sempre 
acoplada à Verdade que nos liberta. 
Estreito é o Caminho que leva à vida, e a vida que flui de 
Deus sempre é exatamente aquilo de que as esposas feridas 
mais necessitam. 
O propósito deste livro é fornecer à esposa magoada 
respostas sólidas, bíblicas, e soluções práticas para os 
problemas de todo dia, relacionadas ao fato de se estar casada 
com um homem em pecado sexual. Algumas respostas mais 
práticas podem e devem ser aplicadas imediatamente. Outras 
tendem a ser princípios de vida, que são mais idealistas, e 
somente serão alcançados com muito esforço e muita luta. 
Lembre-se de que Deus não é um Juiz zangado, o qual exige a 
sua perfeição antes de ouvir o seu clamor. Pelo contrário, Eleé 
um Pai amoroso que deseja ajudá-la a atravessar suas 
penosas provações. Para o Senhor, a melhor coisa que pode 
resultar da sua situação é um relacionamento mais profundo 
com Ele. Espero que estas linhas a conduzam nessa direção. 
 
Kathy Gallagher 
 
MINHA HISTÓRIA 
 
Em janeiro de 1970, após vários anos de abuso físico, 
casada com um membro do clube de motociclismo Hells 
Angels, o interesse por outro homem era a coisa mais distante 
em minha mente. Finalmente, sentia-me livre da tirania de um 
marido controlador, do medo em que vivia constantemente e 
do abuso. Tinha um emprego, meu próprio carro e, mais 
importante, a minha vida. 
Mas, poucos meses antes disso, tive de fugir quando 
deixei meu marido. Ele era um homem rude e me apavorava. 
Permaneci incógnita, até que as coisas se acalmassem o 
suficiente para que eu pudesse retomar a minha amizade com 
seu irmão mais velho, Gale, e sua mulher, Joanne. 
Foi na cabana deles, um dia, em Sacramento, que 
encontrei Steve Gallagher pela primeira vez. Eu me esquentava 
perto do aquecedor quando ele passou dançando pela porta da 
frente da cabana. Minha primeira impressão foi a de que ele 
parecia deslocado naquele ambiente. Steve era um corretor de 
imóveis e havia ido à casa de Gale, porque este estava 
interessado em adquirir uma casa. Anos antes, Steve e Gale 
andaram juntos nas drogas e no crime, mas não mantinham 
contato. 
Jamais me passou pela cabeça que, um dia, eu iria 
envolver-me com esse homem. Ele tinha 24 anos e eu, apenas 
18. Ele pareceu velho demais para mim. De qualquer forma, 
deparando-se comigo na cabana, durante as semanas 
seguintes, ele começou a cultivar interesse por mim. Steve me 
contou mais tarde que, desde a primeira vez em que nos 
encontramos, sabia que nascemos um para o outro. Eu não 
compartilhava desse sentimento e, realmente, não tinha 
vontade de sair com ele. Não obstante, pela insistência de Gale 
e Joanne, finalmente, concordei com um encontro. 
Ele foi buscar-me com seu espaçoso Ford LTD e dirigiu-
se rapidamente a um cinema ao ar livre. Antes de chegar ao 
cinema, ele expressou o desejo de se sentar mais perto de 
mim. Eu logo lhe informei que não me sentia obrigada a me 
aconchegar junto a um estranho. Assim, nosso primeiro 
encontro terminou em discussão. Explodi de irritação no 
carro, e ele, finalmente, levou-me para casa. Ele gritou comigo 
para que eu voltasse, o que fiz depois que ele se humilhou e, 
educadamente, sugeriu que começássemos tudo outra vez. 
Concordei relutantemente. 
Continuamos a sair nas semanas seguintes. Certa 
ocasião, ele me pediu que fosse com ele a um hotel na praia, 
em Santa Cruz, no final de semana -somente nós dois. Eu 
sabia o que queria dizer: estaríamos no mesmo quarto de hotel 
durante todo aquele período. Seria uma tarefa árdua. Para 
mim, aquilo significava compromisso; que eu estava 
entregando-me a ele, devia baixar a guarda e dar-lhe o meu 
coração. Muito nervosa, não tinha convicção se estava pronta 
para essa iniciativa. Acho que lhe perguntei: "Vamos ficar no 
mesmo quarto?". Eu queria somente ter certeza de que nos 
entendíamos. 
Foi uma decisão dura para mim, uma das maiores da 
minha vida adulta. Em minha mente, consentir seria o mesmo 
que dizer "sim" a um pedido de casamento. Se eu me 
entregasse a ele, significaria que eu era dele, e ele era meu. 
Esse não seria simplesmente um encontro ou um final de 
semana divertido com alguém. Contudo, de alguma forma, 
senti como se estivesse sendo atraída sem remédio para essa 
relação, à qual eu não conseguia resistir. Concordei, 
finalmente. 
Estávamos cheios de entusiasmo e passamos um tempo 
absolutamente maravilhoso. Você já sabe: apaixonei-me pelo 
"príncipe encantado". Na verdade, acho que já amava Steve 
muito tempo antes daquele final de semana, mas foi em Santa 
Cruz que tive a certeza de que queria passar o resto da minha 
vida com ele. 
Quando voltamos para casa no domingo, imediatamente 
nos mudamos - fomos morar juntos. No princípio, eu estava 
nas nuvens, mas logo comecei a ver como Steve era realmente. 
Cheio de ambição, ele trabalhava dia e noite na agência 
imobiliária. Tinha inclinação para o sucesso, mas, por causa 
das suas grandes expectativas, colocava sobre si uma pressão 
exagerada. Isso resultou no seu mau humor em casa. Eu 
atribuía sua impaciência comigo ao estresse do 
empreendimento imobiliário e esperava que ele mudasse. 
Apesar de tudo, surgiu algo muito interessante entre nós: 
Steve começou a falar comigo sobre Deus. Ele compartilhou 
comigo que se tinha achegado ao Senhor quando cumpria 
pena na cadeia aos 16 anos, mas se desviara logo depois. 
Contou que, um dia, gostaria de se acertar com Deus 
novamente. 
Era tudo novo para mim, mas, imediatamente, encontrei-
me sob condenação, porque estávamos morando juntos em 
pecado. Nos meses seguintes, vivi com a sensação de que 
estava com problema com Deus, mas não sabia realmente o 
que fazer. 
Depois, certa vez, na casa de minha irmã, encontrei o 
irmão Jess, que era um pastor gentil da Igreja Batista do Sul. 
Ele me alertou que eu era uma pecadora e precisava de um 
Salvador. O Senhor havia preparado esse encontro divino, e, 
naquele momento, fiz de Jesus o Senhor e Mestre da minha 
vida. No dia seguinte, reuni todos os meus pertences e deixei 
Steve. 
Bem, apaixonei-me pelo Senhor. Estava muito 
entusiasmada com Jesus. Ele tornou-Se o centro da minha 
vida. Passava horas lendo a Palavra, maravilhada pela Sua 
sabedoria profunda e revelação dos eventos futuros. Eu estava 
na igreja sempre que as portas abriam e, quase sem ajuda, 
virei a pequena igreja de cabeça para baixo, contagiando todos 
com a minha alegria recém-descoberta. Por onde ia, 
conversava com os outros sobre Deus. As pessoas não 
conseguiam acreditar na mudança que ocorrera comigo; 
transformei-me em uma pessoa diferente. 
Um dia, zelosa por ver as pessoas irem e conhecerem o 
Senhor, chamei Steve, tentando testemunhar para ele. Queria 
que ele tivesse o que eu tinha, mas os anos haviam feito dele 
uma pessoa com o coração endurecido para o Pai. Quando eu 
o deixara "pelo Senhor", ele se sentiu traído por Deus. No final 
da nossa conversa, completamente do nada, ele me pediu que 
eu orasse sobre se deveríamos ou não nos casar. Era 
impensável! Ele estava morto para as realidades espirituais, 
enquanto eu estava completamente feliz, servindo a Deus 
como uma cristã solteira. Não obstante, suas palavras ficaram 
ressoando em meus ouvidos nas semanas seguintes. Pareceu 
que eu não conseguiria escapar delas. 
Um mês mais tarde, em janeiro de 1980, nós nos 
casamos. Havia cinco meses que eu era cristã. No início, ele 
começou a freqüentar a igreja comigo, no entanto, pouco a 
pouco, afastou-se de Deus mais uma vez, não querendo 
render-se ao Senhor. 
Embora Steve fosse muito mais refinado do que meu 
primeiro marido, era mais difícil de se conviver. Nunca abusou 
de mim fisicamente, mas eu tinha medo dele mais do que do 
meu ex-esposo, o qual, conforme mencionei, era muito 
agressivo. Steve possuía uma raiva efervescente, violenta, que 
vinha à tona a qualquer momento. Eu o via como alguém que 
podia falar asperamente e começar a matar as pessoas ao 
acaso. 
Sua ira - sempre dirigida a mim - vinha pela sua língua 
afiada, cortante. Era extremamente crítico e sarcástico. Ele me 
ridicularizava sempre que eu fazia alguma coisa errada. Eu 
nunca conseguia contentá-lo ou fazia algo correto. Isso, 
naturalmente, deixou em mim profundas feridas emocionais, 
que doíam mais do que as bofetadas do meu primeiro cônjuge. 
Não obstante, tentei esperar o melhor. Eu sabia que 
muito da sua frustração era devido, em parte, ao fato de que o 
mercado imobiliário tinha sofrido um tremendo golpe com o 
aumento das taxas de juros. Como resultado, a carreira de 
Steve, que ele havia trabalhado tanto para estabelecer, 
começou a desmoronar. Incapaz de continuar nesse ramo, 
começou a procurar emprego na área da Justiça. 
Isso nos levou a Los Angeles, ondeSteve começou um 
processo longo e torturante para se tornar alguém autorizado 
a exercer os poderes de vice-xerife. Em vez de as coisas 
melhorarem, o estresse de estar no Departamento piorou a 
situação. Ele se tornou mais agressivo comigo. Infelizmente, eu 
buscava a aprovação de Steve, em lugar de a aprovação de 
Deus. Tornei-me mais fraca e dependente dele. Gradualmente, 
também me desviei. Pouco tentava ler a Bíblia e orar, mas, por 
dentro, não tinha força ou fome. Fazia tempo que tinha saído 
da igreja. 
Pouco depois que nos mudamos para Los Angeles, 
descobri o vício dele por pornografia. De acordo com Steve, 
isso o fazia desfrutar mais do sexo. Gentilmente, ele me fez 
saber que eu não era suficiente, mas, se introduzíssemos a 
obscenidade em nosso leito conjugal, Steve ficaria satisfeito. 
Obviamente, senti-me esmagada. Tinha de competir com 
as mulheres de revistas e filmes dessa natureza. Isso foi 
arrasador para mim, mas, em vez de me voltar para Deus, 
tentei agradar ainda mais ao Steve. 
Buscava intensamente a sua afeição e o seu amor mais 
do que nunca. Havia momentos em que eu sentia que meu 
coração, literalmente, explodia pela dor e rejeição. Em outras 
ocasiões, geralmente quando ele era doce comigo, eu tinha a 
esperança de que ele mudaria. Decidi deixar que a pornografia 
entrasse em nosso relacionamento, e ele me garantiu que ela 
incrementaria nossa vida sexual e melhoraria a situação entre 
nós. 
O que aconteceu, ao invés disso, foi que a pornografia 
apenas o motivou a exigir mais. Para manter o apetite 
insaciável dele, envolvemo-nos sexualmente com outras 
pessoas. A única maneira de administrar a perda total da 
minha dignidade e do respeito por mim mesma foi afogar-me 
nas drogas e no álcool. Tornei-me viciada em meta-
anfetamina. 
Depois de vários anos fazendo tudo o que podia para 
conquistar Steve, acabei desistindo. Eu o amava muito e 
estava disposta a fazer, literalmente, qualquer coisa para 
conservá-lo, mas a obsessão dele pelo sexo ilícito havia-se 
tornado insana. Tendo perdido toda a esperança, eu o 
abandonei e pedi o divórcio. Estava destruída. Nesse meio 
tempo, não somente tinha perdido a batalha para conquistá-lo, 
como também havia desistido completamente da minha moral 
e do respeito próprio. Tive de encarar essa transformação. 
Foi então que, quase por um milagre de Deus, encontrei 
um sujeito chamado Tim. Depois de anos de abuso emocional, 
ele foi como uma lufada de ar fresco! Logo esqueci toda a dor. 
Estar com ele me ajudou a enterrar a cabeça na areia e 
esquecer a perda que havia sofrido. 
Tim era tão bom para mim! Ele abria as portas do carro, 
tratava-me com gentileza e respeito e me fazia rir muito. 
Diferente de Steve, Tim era muito sensível e tinha 
consideração. Outra coisa que eu apreciava nele era a maneira 
pela qual se abria comigo. Isso nunca aconteceu com os meus 
ex-maridos. 
Meu envolvimento com Tim durou várias semanas. Quase 
que imediatamente, comecei a dormir com ele, enganando-me 
ao crer que Deus entenderia, porque realmente nos 
amávamos. Sua embriaguez contínua e rápida disposição para 
estar em adultério deveriam ter feito com que eu duvidasse da 
sua sinceridade como cristão, mas eu estava tão fascinada por 
ele, que reprimi minhas irritantes dúvidas. 
Não tive contato com Steve durante esse tempo, então, 
não sabia se, quando o deixei, ele tinha voltado aos seus 
velhos hábitos de "caçar" garotas. Uma manhã, sem que eu 
soubesse, ele acordou no apartamento de uma das suas 
namoradas, sentindo o vazio em sua vida. O dia todo, ele se 
sentiu miserável. Naquele tarde, Steve saiu para o trabalho na 
prisão. Por ter sido uma noite movimentada, ele só foi jantar 
no refeitório dos agentes bem tarde. 
Não havia outros colegas lá quando ele chegou. Quando 
Steve estava sentando ali, comendo em um silêncio atroz, 
entrou alegre um agente chamado Willy. Ele também havia 
chegado tarde, e, de alguma forma, a conversa girou em torno 
das lutas de Steve. Depois de ouvir que Willy era cristão, ele 
derramou seu coração, contando-lhe quão vazio e infeliz se 
sentia na vida. Willy sugeriu que Steve se entregasse ao 
Senhor, e foi o que ele fez. 
"Senti-me como se milhares de quilos saíssem das 
minhas costas!", exclamou Steve. "Mas não durou muito. 
Quando cheguei a minha casa naquela noite, tudo o que 
conseguia pensar era em trazer minha esposa de volta. Rolei 
na cama o tempo todo, aborrecido por causa de Kathy. No 
meio da noite, ouvi uma voz dizer-me que ela ligaria pela 
manhã. Eu não sabia se eu estava ouvindo coisas, ou o quê!". 
Na manhã seguinte, eu tinha levado Tim para o trabalho, 
mas, depois de deixá-lo, fiz uma coisa muito estranha. 
Comecei a dirigir para o norte na via expressa, em direção ao 
vale de São Fernando, onde Steve e eu havíamos morado. Não 
fazia idéia por que estava fazendo aquilo. Parecia que alguém 
mais estava dirigindo o carro. Quando cheguei a Van Nuys, 
parei em uma cabine telefônica e liguei para Steve. 
Ele ficou muito animado ao me ouvir, contando-me o que 
havia acontecido na noite anterior. Fiquei feliz ao escutar 
sobre a nova vida dele, mas não tinha a intenção de voltar. 
Meus sentimentos por ele estavam mortos. Eu tinha aquilo 
que havia desejado tanto. Estava convencida de que Deus 
havia mandado Tim para a minha vida e não tinha vontade de 
me reconciliar com Steve. No que me dizia respeito, ele tinha 
perdido a sua oportunidade, e, naquele momento, o Senhor 
estava restaurando "os anos comidos pelo gafanhoto". Na 
época, eu já me estava acostumando a ser tratada como uma 
princesa. Tim me dava o amor que eu queria receber de Steve, 
e eu seria uma tola se voltasse para ele. 
Finalmente, no desespero, Steve me desafiou a pedir 
conselho aos meus pais. Eu estava mais do que feliz em fazer 
isso, pois sabia que eles haviam ficado furiosos com Steve 
quando lhes contei tudo o que ele havia feito. Concordei e dei o 
telefonema. Meu pai atendeu e, quando expliquei a situação, 
para minha surpresa, ele me disse que o Senhor tinha falado 
sobre mim, e, claramente, havia dito a ele e à mamãe que eu 
deveria voltar para o meu marido. Sentei-me na cabine 
telefônica e comecei a chorar. Não queria voltar para ele. 
Finalmente, recompus-me e fui ao apartamento de Steve. 
Na manhã seguinte, eu disse ao Steve que precisava 
pegar as minhas coisas na casa de Tim. Steve concordou 
relutantemente em me deixar ir, depois que disquei o número 
de Tim e não houve quem atendesse. Fui lá naquele dia, e o 
carro de Tim não estava lá. Quando entrei na casa, entretanto, 
descobri-o sentado na cama. Todo o charme se foi, e ele ficou 
furioso. 
Nas duas horas seguintes, ele tentou, raivosamente, 
convencer-me do erro que seria voltar para Steve. Continuou a 
me enfastiar, e eu fiquei confusa. Eu sabia perfeitamente bem 
como Steve era e não queria voltar. Tim oscilava entre os 
argumentos calmos, razoáveis, e as acusações iradas. 
Finalmente, enfurecido, ele arrancou a minha blusa e me 
pegou à força. Eu estava tão fraca e sem forças para reagir na 
ocasião, que o deixei fazer o que queria. De uma forma 
estranha, essa foi a coisa que me levou de volta para Tim. 
Por insistência dele, acabei ligando para Steve. "Eu não 
amo mais você, amo Tim e não voltarei para você", disse-lhe 
friamente. Quando ele ouviu isso, agarrou o revólver e girou o 
cilindro em frente ao bocal do telefone para que eu pudesse 
ouvir. "Tudo bem, então, ouça-me estourar os miolos!", ele 
berrou. 
"Steve, não faça isso!", gritei. Quando disse aquilo, Tim 
agarrou o meu braço. Olhei para ele e vi o olhar mais maligno 
que já tinha visto no rosto de alguém em toda a minha vida. 
"Kathy, se ele quiser tirar a própria vida, deixe que ele se mate. 
Não é culpa sua!". Foi quando percebi que aquele homem, o 
qual eu havia considerado um príncipe, estava cheio do diabo. 
Um pastor tinha chegado ao apartamento de Steve, 
conversou comigo pelo telefone e perguntou se podia orar por 
mim. Fiquei apavorada e queria apenassair daquela casa, mas 
tinha medo de dizer alguma coisa. Eu disse que encontraria 
Steve e o pastor na igreja e desliguei o telefone. A princípio, 
Tim ficou inflexível, dizendo que eu não podia ir, mas ele viu 
que eu queria apenas sair de lá e, finalmente, amansou. 
Quando cheguei ao local onde Steve estava, já se havia 
passado um período de seis horas - um inferno para ambos. 
Foi necessária essa experiência para que eu visse como 
Tim realmente era, mas ela não tornou mais fácil a minha 
volta com Steve. Foi muito difícil por um longo tempo. Durante 
os primeiros meses, senti-me como se tivesse cometido um 
grande erro e estava absolutamente arrebentada não somente 
por causa do meu pecado e pela vergonha do adultério, mas 
também porque os meus sentimentos por ele estavam mortos. 
Sentia, frequentemente, que preferia estar sozinha a estar com 
ele. Eu mal podia suportar quando ele me tocava. 
Para piorar as coisas, Steve estava experimentando um 
avivamento em seu coração. Inflamado pelo fogo do Senhor, ele 
se apaixonou perdidamente por mim outra vez. A afeição que 
eu tinha desejado por tanto tempo recebia em abundância. Ele 
segurava constantemente a minha mão, abraçava-me e me 
beijava, e eu ficava mal. "Por que você não foi assim há cinco 
anos?", eu perguntava silenciosamente. Houve muitas noites 
em que chorei quando íamos para cama. Eu me esforçava para 
que ele não percebesse, porque não desejava feri-lo, mas a 
verdade é que eu não o queria mais. Eu tinha de lutar 
constantemente contra os sentimentos de desgosto. 
Gradualmente, durante meses, a situação melhorou. 
Tínhamos muito a superar. Ele ainda manifestava algumas 
das velhas atitudes. Houve ocasiões em que ele acusava, 
manipulava e, às vezes, explodia de raiva. Apesar de sua 
paixão recém-descoberta por Jesus, ainda lutava contra a 
pornografia; porém, havia um quebrantamento em Steve que 
ele nunca havia tido antes. Deus estava prevalecendo na vida 
dele. 
Levou algum tempo para que os meus sentimentos por 
ele voltassem, mas, pouco a pouco, eles ressurgiram. Na 
verdade, acho que Deus destruiu o antigo fundamento e 
estabeleceu um novo, pois, quando o Senhor restaurou o amor 
e o respeito que eu tinha perdido por Steve, eles retornaram 
novos em folha. Comecei a respeitá-lo e a admirá-lo mais do 
que antes. Houve ocasiões em que meu amor por ele se tornou 
impressionante, não da maneira idólatra de outrora, mas da 
forma que se conduz o amor do Senhor. Nesses anos em que 
retomamos o casamento, tenho observado Steve permitir que 
Deus o humilhe, corrija-o e até o esmague. Agora, ele se 
tornou verdadeiramente o homem dos meus sonhos. 
Ele não era o único que precisava mudar. Também tive 
de aprender a colocar Deus em primeiro lugar em minha vida. 
Percebi que tinha sido tão consumida por Steve quanto ele 
havia sido consumido pelo sexo. Em meu egoísmo, virava-me 
de um homem para outro, procurando uma realização na vida. 
Aprendi, gradativamente, a me voltar para Deus como o Centro 
da minha existência. Isso não me fez amar menos Steve; 
simplesmente, purificou o meu amor por ele. Em lugar do 
"amor" egoísta que era oferecido com a idéia de ter as minhas 
necessidades supridas, aprendi a dar-lhe o amor não-egoísta 
do Senhor. Nosso casamento fortaleceu-se cada vez mais. 
Quase imediatamente, Steve e eu começamos a passar 
um tempo com o Senhor todas as manhãs. Isso estabeleceu 
um padrão que durou por muitos anos. Estar ligada ao Pai, 
todos os dias, deu-me uma força que eu não conhecia. No 
princípio, enquanto Steve continuava a lutar contra seu vício 
em pornografia, tornei-me obcecada pela libertação dele. 
Silenciosamente, Deus começou a me convencer disso e 
continuou a me dirigir de volta para Ele. Logo descobri que, 
quanto mais interessada no Pai celestial, mais força eu tinha 
para ajudar meu marido com o problema que ele enfrentava. 
A medida que crescia no Senhor, era capaz de reconhecer 
o bem que veio do fracasso, em vez de ver aquilo como uma 
catástrofe. Porque Steve era sério com relação à sua vida 
cristã, cada volta ao pecado servia como uma bênção 
escondida, pois crescia nele o ódio pela transgressão. Em vez 
de desmoronar quando ele não obtinha êxito, tornei-me um 
encorajamento para ajudá-lo a vencer aqueles insucessos. Meu 
desejo de apoiar, de maneira amorosa, seus esforços nessa 
luta e mantê-lo responsável, fortaleceu-se. Houve um tempo 
em que não tive a maturidade ou força emocional para apoiá-lo 
corretamente, porém, quanto mais eu me aproximava do 
Senhor, mais era capaz de agüentar. Percebi que, enquanto 
Steve (ou a sua vitória) estivessem no centro do meu coração, 
minha alegria poderia desmoronar-se sempre que ele falhasse. 
Mas, quando passei a permitir que Deus ocupasse, cada vez 
mais, o trono do meu coração, descobri que possuía a força 
para auxiliar meu esposo a superar os fracassos. 
Steve fez uma última tentativa em maio de 1985. 
Demorou algum tempo para percebermos, mas ele estava livre! 
Agora, as coisas começavam a mudar realmente. Ele foi 
tornando-se forte espiritualmente. Eu podia inclinar-me para 
ele e confessar-lhe os meus erros. Revertemos os papéis: ele se 
tornou minha cabeça espiritual, e eu me tornei uma esposa 
que conseguia submeter-se com alegria ao líder. 
Que alívio foi quando, finalmente, notei que não 
precisava desconfiar. Ainda tive de continuar a me arrepender 
pela minha tendência natural à suspeita, mas, em meu 
coração, eu sabia que tinha atravessado as águas profundas 
do vício sexual. Agora, temos profundidade em nosso 
relacionamento que poucos desfrutam. Confiar em Deus na 
retomada ao relacionamento com Steve não só foi um ponto 
critico em minha vida, mas também o começo da minha 
restauração. A reconstrução do nosso casamento ocorreu 
quando nós começamos a desejar o Senhor mais do que os 
nossos anseios. 
Quando escrevi este livro (em 2003), já se havia passado 
18 anos da última queda de Steve, mais de 20 anos desde que, 
relutando, voltei para ele, e 21 do nosso casamento. Um ano 
depois que Steve deixou o pecado, Deus colocou no coração 
dele a idéia de iniciar os Ministérios Vida Pura. A partir 
daquele momento, nosso amor pelo Altíssimo se intensificou, 
assim como se aprofundou o amor que até hoje temos um pelo 
outro. O que Deus me tem dado compensa toda a dor que 
suportei durante anos, não em conseqüência do meu 
casamento feliz, mas por causa do que tenho no Senhor. 
Escrever este livro não significa que a história tenha 
terminado. Eu apenas vejo as coisas cada vez melhores tanto 
para Steve quanto para mim, pois continuamos a nos sujeitar 
ao Todo-Poderoso, olhando para Ele, que nos pode trazer a 
realização desejada. 
Seguramente, a profundidade do amor de Deus é maior 
do que as profundezas de qualquer poço. 
CCAARRTTAASS 
 
A PRESENÇA DE DEUS NA DOR 
Querida Melody 
Não me incomoda absolutamente que você tenha 
"desabafado" comigo. Sei bem o que é ter um "mau dia" e 
enfrentar as tais "ondas de dor", conforme compartilhou em 
sua carta. Provavelmente, seu sentimento é o de estar 
afogando-se em um oceano de desespero, sem resgate à vista. 
Creia-me, estive muitas vezes assim no passado. Quem dera 
que eu tivesse encontrado alguém com quem pudesse 
conversar quando as ondas me golpearam. 
Posso entender que você fique frustrada com todos os 
seus problemas, perguntando: "Qual é o objetivo de tudo 
isso?". A primeira vista, a opção de simplesmente abandoná-lo 
e ir embora parece muito atraente, quando se considera todo o 
sofrimento que você, provavelmente, terá de passar se 
permanecer com seu marido. Mas, deixe-me perguntar-lhe 
algo: o que a tem impedido de desistir, depois de 15 anos de 
dor com esse casamento? Qual tem sido a sua motivação para 
seguir em frente? Talvez, você concorde comigo que é mais do 
que simplesmente seu compromisso conjugal e o amor pelo 
seu marido. Deve haver algo mais profundo. 
Todos esses anos, você focou a falta de vontade do seu 
marido em mudar e tem perguntado asi mesma por que 
continua com ele. Talvez, você não tenha desistido porque, no 
fundo do seu coração, sabe que Deus fará algo muito 
maravilhoso no interior do seu esposo. Assim, apesar do 
quanto isso machuca, você não deseja sair das mãos do Oleiro. 
Com base nas palavras de sua carta, você entenderá o 
que desejo compartilhar. As experiências mais íntimas e 
maravilhosas que tive com o Senhor aconteceram quando eu 
estava remoendo-me em total angústia e absoluto desespero. 
Que existência amarga e, ao mesmo tempo, doce experimentei 
durante aquele período! Embora eu desejasse o fim do 
sofrimento, quando ele acabou, percebi que, de certa forma, 
havia perdido aquela intimidade constante que você está 
experimentando agora com o Senhor. A alegria dessa 
proximidade nos move a buscá-lO na dor. Não existe coisa 
igual. 
Frequentemente, ouço bonitos sermões sobre o amor e a 
fidelidade de Deus. Infelizmente, na maioria das vezes, 
tentamos entender o caráter do Pai com a nossa mente. Isso, 
naturalmente, impede-nos de compreender o Supremo em 
nosso coração. Entretanto, em meio às atuais circunstâncias, 
Ele está transmitindo-lhe um conhecimento dEle que não pode 
ser aprendido por meio de sermões ou livros. O Senhor está 
fazendo uma obra profunda e definitiva em sua alma, 
moldando-a carinhosamente à imagem de Seu Filho, Jesus 
Cristo. Um dia, você dará valor ao que o Pai está fazendo agora 
em seu interior, até mais do que já valorizou o fato de ter um 
"bom casamento". 
O apóstolo Paulo, que suportou muitos sofrimentos pela 
causa do Mestre, testificou: Porque, como as aflições de Cristo 
são abundantes em nós, assim também a nossa consolação 
sobeja por meio de Cristo (2 Co 1.5 - ARA). Sentimos a 
presença de Deus de uma maneira muito poderosa quando Ele 
nos permite a experiência da dor, porque nossos olhos estão 
fixos nAquele que é capaz de nos confortar em todas as nossas 
aflições. 
Outra bênção importante em tudo o que você está 
atravessando é a maneira pela qual o Senhor será capaz de 
usá-la um dia para ajudar outros que estejam passando por 
algo semelhante. Na mesma passagem, Paulo também disse 
que nosso Pai celestial nos consola em toda a nossa tribulação, 
para que também possamos consolar os que estiverem em 
alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos 
somos consolados de Deus (2 Co 1.4). 
Isso me faz lembrar da história verídica de Corrie e Betsy 
Ten Boom, duas irmãs que suportaram um sofrimento 
indescritível em um campo de concentração nazista durante a 
Segunda Guerra Mundial. Quando Betsy estava morrendo, 
virou-se para a irmã e disse: "Nós precisamos contar a eles, 
Corrie; para todos aqueles que ouvirem. Eles acreditarão em 
nós porque estivemos lá". 
Então, Melody, tenha bom ânimo e saiba que Deus está 
desenvolvendo em você um testemunho poderoso. O poder de 
apoio do Senhor a sustenta nessa travessia de águas muito 
profundas. Você descobrirá como o amor do Altíssimo 
ultrapassa a felicidade passageira que resulta das 
circunstâncias exteriores favoráveis. 
Deus lhe conceda forças para se dedicar àquilo que, 
agora, parece-lhe muito doloroso, mas, afinal, irá transformar-
se em algo muito útil à sua alma. E como tenho orado ao 
Senhor por você. 
 
A LUTA DO MARIDO 
 
Querida Miriam 
Recordo-me de que, durante os anos mais difíceis do 
meu casamento, senti-me da mesma forma como você se sente 
agora. As vezes, convencia-me de que meu marido, 
propositalmente, estava tentando deixar-me louca. Pelo fato de 
estar atolada em meu mundinho, perdi a perspectiva 
equilibrada com relação aos outros e à vida em geral. Tudo se 
centralizava no modo pelo qual as atitudes de Steve me 
afetavam. Minha dor e as circunstâncias eram imensas, 
enquanto Deus era muito "pequeno" aos meus olhos. Como 
resultado, raramente, eu considerava as carências do próximo; 
inclusive a necessidade desesperadora do meu esposo pelo 
Senhor. Eu não me dava conta de que o pecado dele também o 
estava destruindo. 
Embora pareça bastante difícil, tente colocar-se no lugar 
de seu marido por um momento. Por favor, entenda que eu 
não ousaria tentar minimizar ou ignorar a responsabilidade 
dele na questão. Frequentemente, a última coisa que um 
homem em pecado sexual deseja fazer é confessar francamente 
os próprios erros. Entretanto, para o seu bem, você deve 
procurar compreender o ataque ao qual ele tem sido 
submetido em nossa cultura orientada para o sexo. 
Você mencionou uma vez que Phil foi exposto à 
pornografia desde a tenra idade. Aliás, esse é um denominador 
comum único entre os compulsivos sexuais nestes dias. Sem 
dúvida, tal exposição distorceu a perspectiva dele acerca da 
sexualidade. E, desde então, as escolhas que ele fez na vida 
levaram-no a essa escravidão atual. Mesmo assim, é fácil 
descrever um marido infiel como um monstro, sem considerar 
aquilo que forneceu combustível para essa luxúria ardente 
durante todos esses anos. 
Em nossa sociedade permissiva, costuma-se dizer: "Se 
sentir que é bom, então faça!". Em conseqüência, as mulheres 
são vistas como meros objetos sexuais. Hoje em dia, os 
meninos praticamente não têm escolha nessa área. São 
bombardeados constantemente pela pornografia disfarçada 
em toda a parte. Isso está na TV, em revistas, nas lojas, nos 
letreiros das estradas, na fila do caixa dos supermercados etc. 
Para onde quer que se virem, são atacados pela mensagem de 
que o prazer é o propósito da vida, e o sexo, a suprema 
experiência do prazer. 
Durante os anos em que é mais influenciável, o garoto 
passa praticamente por uma lavagem cerebral com essa 
mensagem. Como resultado, ele entra na adolescência cheio de 
curiosidade e é atraído para quase qualquer coisa de 
conotação sexual. Ele tende a começar a masturbar-se como 
um impulso incansável para sentir o desejo sexual. Nessa 
altura, o adolescente já armazenou inúmeras imagens de 
luxúria, que o ajudam a desenvolver uma vida de fantasia 
elaborada, acoplada à autogratificação. Posteriormente, 
quando está cursando o Ensino Médio, aprende a conseguir 
namoradas, especialmente as mais dispostas a entregar o 
corpo. Na idade adulta, ele é praticamente um maníaco sexual 
plenamente desenvolvido. Descobre que sua curiosidade de 
garoto se transformou em uma besta voraz, sempre exigindo 
mais. Sem problema! As áreas de libertinagem lhe oferecem 
uma ampla seleção de locais mais "quentes" para o 
desnudamento, casas de massagem e becos de prostituição, se 
ele tiver condições de pagar. 
Você sabe que a pornografia é uma indústria de muitos 
bilhões de dólares? Hoje, está ainda mais acessível do que 
nunca, por causa da Internet -em alguns aspectos, realmente, 
uma "rede mundial" do maligno. Os homens, agora, podem 
"surfar" ou "navegar", eu diria, na rede em busca de prazer, 
sem precisar sair de casa. 
Muitas mulheres são desprovidas de compaixão pelas 
lutas dos seus maridos, porque elas mesmas nunca foram 
controladas pelos desejos sexuais. O problema é que não 
conseguem entender como o impulso sexual é poderoso em um 
homem, e como ele é suscetível à tentação em uma cultura 
cheia de imagens obscenas.* 
Detesto ser tão descritiva, mas é importante que você veja 
o quanto o diabo facilitou o esquema para que os jovens se 
tornem compulsivos pela atividade sexual ilícita. De certa 
forma, não deveria surpreender a qualquer esposa que seu 
marido lute contra o pecado na área da sexualidade. De fato, é 
um espanto que nem todos os homens da América sejam 
viciados sexuais! 
Estar mais ciente das tentações enormes que seu marido 
deve enfrentar todos os dias irá ajudá-la de muitas maneiras. 
Em primeiro lugar, você perceberá que o vício dele não é 
definitivamente culpa sua. Em segundo, você estará mais 
inclinada a resistir à idéia de justiça própria, à qual nós, 
mulheres, frequentemente nos entregamos, ao pensar: "Ele só 
precisa controlar-se!". Em terceiro, você terá compaixão por ele 
em seu coração, e isso, espero, acalmará qualquer tempestade 
de ira que, de outraforma, iria governá-la. Enfim, será possível 
saber exatamente como orar por seu esposo. 
 
* Incentivo bastante todas as esposas a lerem o livro do meu marido, At the altar of sexual 
idolatry (No altar da idolatria sexual), para terem uma percepção tremenda sobre o que o 
dependente sexual experimenta e o que é necessário para ele vencer o problema. 
Nota do Digitalizador: Temos esse livro no acervo do Semeadores da Palavra: 
No Altar Da Idolatria Sexual- Steve Gallagher 
 
LIDANDO COM AS SUSPEITAS 
 
Querida Janet 
Muito boa é a sua pergunta sobre confrontar ou não o 
seu marido por causa das suas suspeitas. É importante que 
você avalie primeiro se as suas suspeitas estão fundamentadas 
em fatos reais ou apenas no medo. 
Os homens em pecado sexual podem ser muito espertos e 
extremamente bons para disfarçar. A maioria se aperfeiçoou 
na arte de enganar e leva vida dupla durante muitos anos. No 
entanto, o Senhor conhece toda a verdade sobre o que um 
homem faz na vida privada. Por conseguinte, a esposa deve 
realmente voltar-se para Deus e pedir ajuda para descobrir 
tudo o que está ocorrendo. Experimentei os dois lados da 
moeda: viver com medo obsessivo, apenas esperando a 
próxima revelação devastadora, e com esperança, aguardando 
confiantemente o Senhor operar. 
Recordo-me de uma experiência em Los Angeles antes de 
Steve voltar-se para Jesus. Ele trabalhava no turno da noite 
na delegacia e, geralmente, ia para casa por volta das oito 
horas. Mas, em uma determinada manhã, chamei-o várias 
vezes do meu emprego. Não obtive resposta. Meu coração 
começou a afundar. Eu sabia que algo estava errado, pois, 
naquela época, meu marido entrava e saía do pecado sexual o 
tempo todo. Era possível que tivesse ido a uma loja ou a 
qualquer outro lugar, mas senti que ele não estava fazendo 
boa coisa. Para mim, seu desaparecimento era um sinal 
intrigante de que, talvez, estivesse com uma prostituta. 
Não pude falar com ele antes de voltar para casa naquela 
noite. Sem fazer rodeios, perguntei-lhe diretamente se ele 
estivera com alguém durante o dia. Ele, é claro, jurou que não, 
mas não acreditei em uma palavra sequer. Continuei 
questionando-o até que, finalmente, ele admitiu ter estado com 
uma prostituta. 
Naqueles dias, eu não conseguia discernir quando Deus 
estava revelando-me algo ou quando se tratava apenas das 
minhas suspeitas perturbando-me. Com freqüência, ao 
pressentir que ele estava sendo infiel, eu estava errada. 
Mesmo depois que Steve acertou sua vida diante do 
Senhor e começou a mudar, eu ainda suspeitava demais. 
Fiquei dessa forma durante os vários anos em que ele já estava 
andando em vitória. Eu imaginava toda sorte de cenário 
quando ele estava sozinho ou se atrasava para voltar. Na 
verdade, tornei-me tão paranóica e medrosa nos anos em que 
meu esposo esteve em pecado, que, acredito, o diabo ganhou 
alguma espécie de posição segura em mim. Se eu tivesse 
verbalizado meu medo, provavelmente, nós dois teríamos 
acabado na justiça para nos divorciarmos. 
Minha obsessão com o que ele estava fazendo, pensando, 
dizendo, conspirando, dentre outras coisas, reforçava os meus 
temores. Quando o telefone tocava e eu não conseguia 
perceber com quem ele estava conversando, eu imaginava que 
se tratasse de uma amante secreta. Para meu alívio e 
embaraço, acabava sendo algum amigo nosso. Minha 
imaginação hiperativa me manteve na prisão do desespero 
durante todo aquele período. 
Como você sabe se suas dúvidas estão enraizadas no 
medo e influenciadas pelo diabo ou estão fundamentadas em 
fatos e são divinamente inspiradas? Aqui estão algumas 
perguntas que você pode fazer para si mesma: 
Qual tem sido o comportamento de seu marido durante 
os últimos seis meses? Você realmente o flagrou em pecado? 
Existe alguma evidência que justifique as suas suspeitas? Por 
exemplo, ele tem voltado tarde do trabalho? Tem desaparecido 
dinheiro sem que ele explique? Seu esposo dá respostas vagas 
ou não parece sincero? Ele tem ficado zangado, na defensiva 
ou agressivo como, talvez, ele tenha sido no passado? Como 
ele trata você e as crianças? 
Como está a caminhada dele com Deus? Ele parece 
faminto pelo Senhor? Ele espera o momento de ir à igreja, ou 
procura um jeito de não ir? Seu marido passa um tempo com o 
Pai todos os dias? Está lendo a Bíblia? Ou passa horas 
sentado na frente da televisão? 
Conhecemos um ministro com uma personalidade 
amabilíssima, mas é um exemplo de enganador. A esposa 
jamais imaginou a transgressão vulgar (bestialidade) em que 
ele estava envolvido, por causa do tratamento que dava a ela, 
aos filhos e aos outros. Felizmente, o Senhor continuou a 
revelar para ela o pecado dele. 
E importante que a esposa esteja no limite entre a 
confiança e a precaução. Um extremo mantém a mulher na 
ignorância, e o marido, no pecado secreto; o outro submete a 
mulher a uma terrível vida de medo que nunca desaparece 
completamente, não importando o quanto o cônjuge tente. 
Eu a animo a usar as perguntas listadas anteriormente 
como ferramentas para ajudá-la a avaliar honestamente as 
suas suspeitas. Se, após respondê-las, ainda não tiver algo de 
concreto, exceto um senso perturbador de que algo está 
errado, ajoelhe-se diante de Deus. Coloque deliberadamente 
seu marido nas mãos do Senhor. Depois, peça-Lhe que revele 
algum pecado secreto com o qual ele possa estar envolvido. 
Finalmente, ore para que o Todo-Poderoso a liberte de 
qualquer medo que domine a sua vida. Confie no fato de que 
Ele responderá às suas orações. 
 
POR QUE DEVO AGUENTAR ISSO? 
 
Querida Lauren 
Sim, concordo que a sua vida seria provavelmente muito 
mais fácil sem toda essa dor no coração e essa tristeza por 
causa desse casamento. Mas ter uma vida confortável, sem 
sofrimento, significa tanto para você a ponto de terminar seu 
casamento por causa do vício do seu esposo? Isso realmente 
justifica o divórcio? Sei que concorda que algumas coisas são 
importantes o suficiente para lutar por elas. 
Todos nós enfrentamos a adversidade e o sofrimento na 
vida, simplesmente porque este mundo está, na maior parte, 
nas mãos do inimigo. O modo como respondemos à dor 
determinará, em grande extensão, o caminho que nossa 
existência toma com Deus. 
Para o coração que busca, existe uma única resposta: 
uma disposição humilde para entregar o coração golpeado pela 
angústia nas mãos do Pai celestial. Essa resposta vem do 
desejo de ser mais como Jesus. E a submissão de todo ser ao 
Onipotente, aos Seus processos que transformam vidas. 
Ter um marido em pecado sexual é tão doloroso quanto 
humilhante. Ajuda uma mulher a perceber a própria 
necessidade do Senhor em sua vida. E difícil estar nessa 
posição de desespero e dor, mas, porque Deus é atraído para 
os aflitos, a Sua presença pode fazer dessa circunstância uma 
situação gloriosa com a qual nada se compara na terra. 
Entretanto, não interprete mal, pois Deus usa esse sofrimento 
para purificar a mulher do egoísmo, da justiça própria e da 
auto-suficiência. Por meio dessa provação feroz, a compaixão 
dela pelas necessidades dos outros cresce e amadurece. 
Depois de ter o coração despedaçado, a esposa tende a ver 
mais as necessidades do que os fracassos do cônjuge. 
Existe uma outra resposta a esse sofrimento: uma 
amargura justificável quando se foi ferido pelo pecado do 
outro. E fácil uma esposa ver-se como vítima do erro do 
marido, mais especialmente quando ela está rodeada por 
outras pessoas que a tratam assim. Naturalmente, é verdade 
que, de uma forma bastante real, a mulher é vitimada pela 
transgressão do esposo. Entretanto, é importante que ela 
lembre que todo ser humano é atingido, de uma forma ou de 
outra, pela iniqüidade dos seus semelhantes. E uma parte 
inevitável da vida. 
A amargura pode levar o coração de uma pessoa a 
afastar-se de Jesus. Tudo o que se faz vem do coração. A 
maneira pela qual os cristãos tratam aqueles que os ferem é 
um aspecto importantedo cristianismo. Devemos lembrar que 
o nosso Salvador sofreu açoites, humilhação, e foi 
assassinado. Contudo, Ele nunca retaliou seus opressores. 
Leia as palavras de Pedro com relação a esse assunto: 
 
Porque é coisa agradável que alguém, por causa da 
consciência para com Deus, sofra agravos, 
padecendo injustamente. Porque que glória será 
essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas, 
se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é 
agradável a Deus. Porque para isto sois chamados, 
pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o 
exemplo, para que sigais as suas pisadas, o qual não 
cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano, 
o qual, quando o injuriavam, não injuriava e, quando 
padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele 
que julga justamente. 
(1 Pedro 2.19-23) 
 
 
O Senhor deseja consolar a mulher em seu sofrimento e, 
depois, usar o problema para ajudá-la a crescer e se tornar 
mais semelhante a Cristo. No entanto, se ela não cresce e se vê 
sempre como vítima, nada de bom pode ser alcançado em sua 
vida por meio da dificuldade: terá sofrido em vão! Em vez de 
perceber o Senhor ao seu lado no decorrer de toda a prova, 
ajudando-a, guardando-a, sustentando-a e moldando-a, tudo o 
que ela consegue enxergar é o fato de ter sido prejudicada por 
alguém. 
Acredito que a única razão pela qual Deus permite que 
passemos por tanta dor é para nos trazer dessa forma a 
revelação sobre como somos realmente, com o objetivo 
supremo de nos fazer mais parecidos com Jesus. Uma 
ilustração que o meu marido Steve usou no passado é a do 
tubo de pasta de dente. Quando você o pressiona, a única 
coisa que sai é o conteúdo. Da mesma forma, quando a aflição 
começa a nos apertar, o que está em nosso interior sairá. 
Outra ilustração é a de que, quando o fogo é aplicado ao 
metal, as impurezas sobem para o topo, onde podem ser 
retiradas. 
Deus está muito decidido, eu creio, a conseguir que 
sejamos autênticos com Ele e conosco. Os dias do cristianismo 
superficial estão chegando ao fim. O Pai fará com que olhemos 
para o nosso interior e vejamos como somos realmente, a fim 
de nos arrependermos e nos tornarmos o povo santo como Ele 
deseja. 
Também sofri demais nas mãos de um esposo infiel, mas 
chegou um momento em que comecei a ver além do pecado 
dele e a reconhecer a minha necessidade de correção e ajuda. 
Uma vez atingida essa percepção, toda a minha perspectiva 
mudou. Agora posso olhar para trás, para aquele período da 
minha vida e, com toda a sinceridade, agradecer a Deus cada 
porçãozinha do meu passado. Por quê? Porque essa 
experiência difícil foi o único caminho para que Ele pudesse 
ajudar-me em minha carência. Antes de passar por aquela 
aflição, meu senso de necessidade de Deus era muito 
superficial, mas a dor e a rejeição me fizeram dobrar os joelhos 
e colocaram algo profundo em mim. Isso fez valer a pena tudo 
o que atravessei. 
Imagino que tenha à sua volta aqueles que estão 
estimulando a idéia: "Por que devo agüentar isso?". A resposta 
a essa pergunta tem duas partes. A primeira é que você 
suportará a dor da infidelidade mental do seu marido, porque 
almeja estender a ele a mesma misericórdia e o mesmo perdão 
que o Senhor proporcionou à sua própria vida. A segunda é a 
sua opção de permitir que o Soberano use esse tempo para 
moldá-la à imagem de Cristo, em vez de fugir. Espero que esta 
carta a anime a tudo sofrer, tudo crer, tudo esperar, tudo 
suportar. O amor nunca falha (1 Co 13.7,8). 
 
A ESPOSA ENCORAJADORA 
 
Querida Ann 
Apreciei muito o seu desejo de ser uma bênção para o 
seu esposo. A vida fica bem mais fácil quando se tem um 
cônjuge que está realmente tentando fazer alguma coisa certa. 
A chave para a sua vida vitoriosa é a fidelidade e a 
perseverança. Se o seu esposo permanecer diligente e escolher 
fazer as coisas que Deus lhe tem mostrado, ele conseguirá! 
Seu papel é ser líder da torcida do seu marido não só 
quando ele marca um ponto, mas também depois de cada vez 
que ele tocar a bola! Procure nunca relembrar os erros dele. 
Da melhor maneira que puder, crie uma atmosfera agradável 
no lar.1 Deixe-o saber que você está totalmente comprometida 
com ele. Não interessa o dia que seu esposo teve; mostre que 
você está por perto. O desejo sincero de andar em vitória irá 
capacitá-la para apoiá-lo completamente. 
Estou feliz em saber que você lhe tem correspondido nos 
momentos de intimidade. Muitas esposas punem os cônjuges 
na cama, rejeitando as propostas amorosas deles.2 Entretanto, 
o que elas não percebem é que, com freqüência, isso piora as 
coisas. Em geral, quanto mais satisfeito um marido estiver em 
casa, menos inclinado estará a procurar fora! Em 1 Coríntios 
7.5, Paulo adverte os casais: 
 
 
1 Existe uma pequena diferença entre deixar um marido permanecer no pecado e criar uma 
atmosfera agradável no lar. Essa atitude do esposo permite isso (cartas a Judy e Robin) 
2 Novamente, há um outro lado. Há ocasiões em que a abstinência é a melhor atitude, 
especialmente quando existe um receio legítimo de que o marido transmita alguma doença 
sexualmente transmissível. 
Não vos defraudeis um ao outro, senão por consen-
timento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes 
a oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que 
Satanás vos não tente pela vossa incontinência. 
 
Por favor, continue a encorajar seu esposo a ter o 
momento diário com o Senhor. Como você sabe, é essencial 
apoiá-lo, sem irritá-lo. Talvez, você possa até sugerir que os 
dois passem juntos um tempo com a leitura da Bíblia todas as 
noites. 
Quando seu marido amadurecer na caminhada com o 
Senhor, um dia, ele atravessará a linha divisória, e o pecado 
sexual ficará completamente para trás. Imagino que, quando 
esse momento chegar, ele terá a dizer alegremente sobre a sua 
esposa: 
 
 Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-
aventurada; como também seu marido, que a louva, 
dizendo: Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu 
a todas és superior. Enganosa é a graça, e vaidade, 
a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, 
essa será louvada. 
(Pv 31.28-30). 
 
A ESPOSA IRADA 
 
Querida Deborah 
É difícil saber como responder à sua carta. Estou muito 
triste pela profundidade de sua mágoa com relação ao seu 
marido. Fiquei com a impressão de que mais do que procurar 
ajuda, você simplesmente queria descarregar toda a raiva por 
causa da infidelidade dele. 
De qualquer forma, tentarei filtrar por meio da amargura 
expressada em sua carta e espero dizer alguma coisa tão 
significativa quanto útil. Minha oração é que você permita que 
Deus amacie o seu coração, para conseguir receber a vitória da 
qual necessita desesperadamente. Sua falta de vontade em 
amar seu esposo não deixa espaço para um Pai de amor. 
Jesus disse: 
 
 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, 
também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, 
porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, 
também vosso Pai vos não perdoará as vossas 
ofensas. 
(Mt 6.14,15). 
 
Eis por onde você tem de começar: pelo perdão. Para se 
acertar com Deus, precisa estar disposta a perdoar ao seu 
marido, seja qual for o pecado que ele tenha cometido. Jesus 
diz isso! 
Sem dúvida, você foi ferida no que é, provavelmente, a 
área mais sensível da alma de uma mulher - a dedicação e a 
fidelidade do seu marido. A dor é real, e o Senhor compreende 
as lutas que uma esposa trava com a ira. Quando alguém é 
ferido desse jeito, é natural que levante um muro ao redor do 
seu coração. Entretanto, espera-se que os cristãos ainda 
procurem obedecer a Deus. 
Muitas mulheres suportaram o que você está sofrendo 
agora. E necessário um pequeno esforço para desenraizar os 
sentimentos da amargura. É muito fácil odiar quando você foi 
ferida ou violada de alguma forma, mas Jesus nos ensina uma 
maneira melhor de responder a esse mau trato: Amai a vossos 
inimigos (Mt 5.44a). Amar alguém difícil de ser amado requerhumildade, paciência e verdadeira força de caráter. 
Deborah, é possível libertar-se ainda hoje da prisão à 
qual você mesma se submeteu. Procure arrepender-se do ódio 
que consumiu seu coração e, depois, permita que Cristo ame 
seu marido por seu intermédio. Parece impossível, mas não é! 
Você pode fazer isso porque Jesus nos mostrou como agir. Ele 
foi acusado falsamente, espancado com brutalidade e 
crucificado entre dois criminosos, mas jamais sucumbiu à 
tentação de odiar. Em vez disso, enquanto era pregado na 
cruz, orou pelos Seus perseguidores. Portanto, porque o 
Mestre é o nosso Exemplo, podemos escolher estar naquele 
mesmo Espírito, em lugar do espírito de homicídio, que é a 
marca registrada deste mundo. Não há algo mais parecido com 
Deus do que o perdão. Faça agora a seguinte oração: "Querido 
Senhor, eu me arrependo da minha amargura, do meu ódio, 
egoísmo e orgulho. Por favor, ajuda-me a aprender com o 
exemplo do Teu sofrimento. Dá-me o desejo e o poder de 
perdoar ao meu marido. Ajuda-me a amá-lo como Tu o amas. 
Em Nome de Jesus, amem! 
 
SINTO-ME COMO SE ESTIVESSE 
ENLOUQUECENDO! 
 
Querida Anna 
Você expressou enfaticamente a agonia de muitas 
mulheres: “Meu marido é um mentiroso, ou estou apenas 
imaginando tudo? Não sei mais no que acreditar. Sinto-me 
como se estivesse enlouquecendo”! 
Segundo diz em sua carta, Anna, é óbvio que seu marido 
a está controlando. Você mencionou que, ao tentar discutir 
sobre os problemas do casamento, ele, de alguma forma, 
distorce toda a conversa, esquece a própria responsabilidade e 
faz sempre de você o ponto principal da discussão. Sua carta 
declara ainda que, quando o confronta com uma evidência 
inegável da infidelidade, seu esposo consegue deixá-la tão 
confusa como “se fosse uma idiota”. 
Deixe-me dizer-lhe: já passei por isso e fiz igual! 
Experimentei a mesma coisa com Steve. Quando eu tentava 
conversar sobre o envolvimento dele com o pecado sexual, ou 
mesmo quando me maltratava, ele tomava conta da conversa, 
com esperteza, e, de um modo ou de outro, colocava o foco em 
mim. Ate hoje, não sei exatamente como. Toda vez, ao final da 
nossa discussão, eu me sentia como se tivesse feito uma 
grande tempestade por nada, ou que estava apenas 
imaginando coisas. 
Uma das razões para ele escapar como fazia é porque eu 
queria desesperadamente acreditar no melhor sobre o meu 
esposo, e ele era capaz de tirar partido disso com sua 
personalidade forte, dominadora. Usando com facilidade tanto 
a força bruta quanto a sua capacidade de enganar, ele me 
intimidava emocionalmente até levar-me à submissão. 
Acontece que as minhas suspeitas acertaram o alvo. 
Quando, finalmente, percebi que era uma causa perdida tentar 
convencer Steve a agir corretamente, simplesmente desisti. 
Recusei-me a aceitar as mentiras, a manipulação e a mania 
dele de dormir fora de casa. Eu sabia que, enquanto tolerasse 
isso, ele permaneceria sem vontade para reconhecer seu 
problema e lidar com a questão. 
Anna, você deve ser forte e ficar firme no seu 
relacionamento com o Alfredo no futuro. Pelo que pôde 
compartilhar em sua carta, não existe dúvida de que ele é 
infiel. Como seu esposo não está respondendo com sinceridade 
durante as discussões, você pode considerar a necessidade de 
uma separação temporária. Pode ser justamente a sacudida de 
que ele precisa! Peça ao Senhor a sabedoria para fazer o 
melhor e a força para seguir aquilo que Ele puser em seu 
coração. 
 
PARE JÁ COM ISSO 
 
Querida Janie 
Em sua carta mais recente, você perguntou: "Por que ele 
não pode simplesmente parar com isso?". Nós, mulheres, que 
nunca vivemos somente para o sexo, não conseguimos 
compreender o que há de tão difícil em dizer não para o 
pecado sexual. Frequentemente, usamos aqueles versículos da 
Bíblia que você citou para fortalecer o nosso argumento: 
 
Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel 
éDeus, que vos não deixará tentar acima do que 
podeis; antes, com a tentação dará também o escape, 
para que a possais suportar. Portanto, meus amados, 
fugi da idolatria. 
(1 Co 10.13,14). 
 
No entanto, você precisa entender que, se fosse fácil para 
o seu marido, o problema dele não seria chamado de vício. Por 
definição, um comportamento vicioso é um hábito 
incontrolável, do qual é difícil desistir e, quase sempre, leva a 
conseqüências negativas. Tome, por exemplo, uma jovem pros-
tituta, viciada em cocaína, que vive nas ruas de Nova Iorque. 
Talvez, em algum momento, ela anteveja um futuro brilhante à 
sua frente. Entretanto, ao longo dos anos, a vida dela torna-se 
um ciclo vicioso de degradação e miséria. Para nós, parece tão 
ridículo que uma mulher jogue fora a vida desse jeito, porque, 
talvez, não compreendamos o poder avassalador do pecado. 
Ou será que compreendemos? 
O que dizer daquele mau hábito da fofoca, do qual você 
se arrependeu dúzias de vezes? Frequentemente, não temos 
compaixão pelos outros que estão presos a alguma 
transgressão contra o qual nunca lutamos. E muito fácil ter 
justiça própria e apontar o dedo para condenar alguém com 
um problema que o domine. 
Durante anos, fui uma consumidora compulsiva. 
Comprava roupas, utensílios para a casa e qualquer coisa que 
parecesse uma barganha ou uma necessidade. Sem usar a 
sabedoria, gastava dinheiro de uma maneira frívola e egoísta. 
Mas, pelo fato de a cobiça não ser mencionada na Igreja 
americana, eu era capaz de justificar as minhas constantes 
desculpas para aquela conduta. Steve estava preso pelo 
pecado sexual, e eu, presa pelo vício de jogar dinheiro fora em 
coisas desnecessárias. Aos olhos de Deus, eu era má 
administradora e tão errada quanto Steve, provavelmente 
mais, por causa da minha justiça própria. 
A passagem bíblica citada aplica-se a todo cristão 
genuíno que aprendeu a apropriar-se do poder de Deus em 
sua vida. Entretanto, qualquer um que aceite Jesus Cristo, 
depois de anos de profunda escravidão, deve aprender a andar 
na verdade desses versículos. Com freqüência, não é fácil para 
um cristão imaturo conseguir escapar em meio a uma 
tentação dominante. 
Por que seu marido simplesmente não pára? Parece que 
ele está tentando sinceramente resistir à tentação. 
A mudança exige tempo. Fracassos podem ser quase 
esperados ao longo do caminho. Seja paciente e demonstre-lhe 
compaixão. Deus está trabalhando na vida de seu esposo e, 
seguramente, parece que ele está respondendo. 
Aproxima-se rapidamente o dia em que ele há de parar, 
pela graça de Deus! 
 
“CONDENAÇÃO E ADORAÇÃO” 
 
Querida Karen 
Sei bem como se sente, questionando sua caminhada 
com Deus por causa do jeito de tratar seu marido de vez em 
quando. O Senhor compreende a sua luta. Não seja dura 
demais consigo mesma. 
Cada um de nós nasce com uma natureza pecadora. 
Entretanto, quando ferimos ou ofendemos os outros, podemos 
demonstrar-lhes arrependimento, e também a Deus. Em 
seguida, fazemos o possível para não repetir o erro. É o que o 
Senhor espera de nós. Em troca, nossos pecados não são 
apenas perdoados, mas, sim, colocados em um mar de 
esquecimento. 
Você perguntou: "Como posso adorar o Senhor quando, 
por dentro, sinto-me tão mal?". Isso demonstra que você não 
tem uma compreensão plena do seu relacionamento com 
Deus. Nós, cristãos, somos constantemente presos ao conceito 
errôneo de que temos de ser, em primeiro lugar, 
completamente obedientes antes de ousar entrar na presença 
do Pai. Existe um grau de verdade nisso. Nunca devemos 
chegar à sala do trono do Todo-Poderoso de maneira 
presunçosa ou irreverente. 
Por favor, tenha em mente que nosso Pai celestial sabe 
que somos humanos e, inúmeras vezes, não percebemos o 
alvo. Não obstante, Ele nos ama e deseja ter uma comunhão 
constante conosco. Quando O adoramos de coração, nós nos 
unimos a Ele espiritualmente, situação bem parecida com o 
que ocorre quando os cônjuges fazem amor um com o outro. 
Infelizmente, muitas pessoas "põem os carros antes dos 
bois", por assim dizer. Elas consideram quese devem tornar 
santas antes de ser íntimas com Deus. Não é assim! Quando 
chegamos humildemente diante do Senhor, pela graça dEle, 
temos autorização para entrar em Sua santidade, a qual nos 
faz desejar agir corretamente. 
Entretanto, o maligno tenta convencer-nos de que, 
primeiro, devemos punir-nos antes que o Pai sequer ouça as 
nossas orações. Quando acreditamos nessa mentira 
deslavada, somos nossos próprios juízes. O relacionamento 
com o Senhor torna-se completamente fundamentado em 
nosso desempenho, isto é, naquilo que realizamos ou 
deixamos de realizar. Então, estamos no centro, em vez de 
Jesus; este é precisamente o alvo do diabo. Mas a verdade 
nessa questão é que, quando confessamos os nossos pecados, 
ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de 
toda injustiça (1 Jo 1.9). 
Ensinamos aos homens do programa de residência para 
irem às reuniões prontos para adorar a Deus, mesmo se 
agiram como o próprio diabo 15 minutos antes do encontro! O 
melhor jeito de se libertar de um espírito demoníaco é se 
arrepender e entrar no Espírito do Senhor. O arrependimento 
não envolve apenas o nosso afastamento do pecado, mas 
também significa que nos voltamos para o Altíssimo. 
Você luta contra a amargura que sente quando seu 
marido é infiel. Ressalto, no entanto, que o melhor remédio 
para a água amarga do poço é jogá-la fora e substituí-la pela 
Água da Vida! Karen, algumas das minhas experiências mais 
libertadoras ocorreram quando eu descobria um lugar 
tranqüilo para me desligar de todas as distrações do mundo, 
ajoelhava-me e começava a contar para Jesus o quanto eu O 
amava. 
Embora a maioria das minhas duas horas com o Senhor, 
de manhã, seja gasta em oração e estudo bíblico, também 
tento passar um tempo simplesmente adorando o Senhor. 
Gosto particularmente da música de Hillsong e Vineyard, 
porque esses grupos parecem ter uma unção real de nos levar 
à sincera adoração ao Soberano. 
Há ocasiões em que eu me torno tão dominada pela 
bondade de Deus, que acabo com meu rosto enterrado no 
tapete, chorando. Em outras ocasiões, fico tão entusiasmada 
por Sua presença, que começo a dançar! Gosto de adorar o 
Senhor Jesus e contar-Lhe como eu O amo e aprecio tudo o 
quanto Ele tem feito por mim. 
Várias esposas comentaram que elas expressariam tal 
gratidão somente se seus casamentos fossem restaurados. 
Mas, deixe-me dizer-lhe que isso, simplesmente, não é 
verdade. Se você não aprender a adorar o Altíssimo e 
agradecer-Lhe em meio às provações, certamente, nunca fará 
isso com sinceridade quando estas terminarem. Quanto mais 
você louva o Senhor, mais deseja adorá-lO, sejam quais forem 
as circunstâncias. Quando sentir que não há alguém com 
quem possa contar, encontre abrigo e tenha plenitude de 
alegria na presença do Todo-Poderoso. 
Por favor, lembre-se de que o Pai almeja estar com você, 
apesar dos seus fracassos. Simplesmente, arrependa-se e 
entre na presença de Deus! 
 
A OBSESSÃO ERRADA 
 
Querida Bernice 
Compreendo seu desejo profundo de ver seu marido 
arrepender-se para que seu casamento rompido seja 
restaurado. Entretanto, suspeito que você esteja cometendo o 
mesmo erro que cometi uma vez: está obcecada por ver isso 
acontecer. 
Salomão disse: A esperança demorada enfraquece o 
coração (Pv 13.12a). Bernice, assim como a preocupação do 
seu marido com sexo irá deixá-lo vazio e miserável, sua 
obsessão fará o mesmo com você. 
E bem melhor (e mais sábio) focalizar sua atenção no 
Majestoso, no Alfa e Omega, no Ancião de Dias. Somente Ele 
pode preencher o vazio em seu coração e confortá-la em meio à 
sua dor. Só Jesus é capaz de tratar e curar suas feridas tão 
profundas. A alegria dEle é sua força (Ne 8.10). 
E preciso ter em mente que o Pai a está treinando. Você 
quer que esteja tudo bem, mas o Senhor não está pensando 
nesses moldes. E mais importante para Ele que você tenha 
algo substancial em seu interior que seja dEle. A preocupação 
do Pai é o seu bem-estar eterno, não necessariamente sua 
felicidade temporária. Você se tornou obcecada em seus 
esforços para acumular tesouros na terra, mas, Bernice, esses 
tesouros são suscetíveis à ferrugem e ao mofo. Deus está 
tentando dar-lhe riquezas eternas. 
O pecado do meu marido era também encarado nor mim 
como uma interrupção indesejada da vida "feliz para sempre", 
como sonhei que teríamos juntos. Mas sou muito grata hoje 
por tudo de bom em resultado disso! Sou agradecida porque 
Deus não teve uma varinha mágica para me conceder o que eu 
queria e da forma como supliquei na ocasião. Em cada passo 
da caminhada, Ele me levou a algo de que eu precisava 
desesperadamente: intimidade verdadeira com Ele. Então, 
encorajo-a a conservar seus olhos fixos no Senhor e a permitir-
Lhe que faça a obra maravilhosa em sua vida, mas do modo 
realmente necessário. 
 
VOZES DEMAIS 
 
Querida Cynthia 
 
É difícil imaginar como deve ser duro ter uma família 
assim tão contra o seu casamento. Quando se casou com 
James, você entrou em um relacionamento exclusivo, ao qual 
ninguém mais tem qualquer direito de acesso. Você terá de ser 
a pessoa a estabelecer esse fato para os membros da sua 
família, que, aparentemente, acham que lhes cabe dizer como 
administrar a sua vida conjugal. 
Em Gênesis, o Senhor disse: 
 
Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e 
apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos uma carne. 
(Gn 2.24). 
 
O mesmo vale para a filha que se casa. 
Pode ser muito confuso ouvirmos vozes demais. Todos 
têm uma opinião sobre como você deve lidar com uma 
determinada situação; geralmente, a opinião de todos é 
diferente. E raro encontrar uma família que seja objetiva e, ao 
mesmo tempo, dê apoio quando vê um amado ferido ou 
atribulado. 
Por que sua família quer que se divorcie de James? Como 
isso irá ajudar você? E o que Deus lhe está dizendo? Algumas 
vezes, familiares bem-intencionados não percebem a 
verdadeira condição dos próprios corações, ou seja, que eles 
mesmos têm justiça própria e estão sujeitos ao pecado. 
Insisto enfaticamente a não permitir que seu pai e sua 
mãe a aconselhem, porque já demonstraram estar aborrecidos 
e magoados com um irmão no Senhor. 
Cynthia, se sua posição quanto ao casamento levá-la a 
romper com sua família, você pode ser forçada a decidir o que 
é mais importante. Uma coisa posso assegurar-lhe: se tiver 
sobrado alguma esperança, ainda que seja mínima para o seu 
matrimônio, então, Deus está nela. Agarre-se ao conselho do 
Senhor e ouça a voz dEle. 
Espero que isso sirva para encorajá-la. 
 
PREENCHENDO O VAZIO 
 
Querida Susan 
Aprecio realmente como você derramou o seu coração na 
carta. Sei, em primeira mão, o que é buscar as coisas indignas 
a fim de trazer uma satisfação momentânea. 
Durante os anos iniciais do meu casamento, desperdicei 
muitas horas e gastei milhares de dólares apenas para me 
sentir melhor. Por quê? Bem, na maior parte do tempo, sentia-
me vazia e só. Minha vida parecia sem sentido. Assim, no 
desespero, tentei preencher o vazio fazendo compras. Nunca 
estava satisfeita com o que possuía. Uma parte de todos os 
talões de cheques era gasta em alguma roupa nova. Eu tinha 
de arrumar o cabelo e fazer as unhas frequentemente. Mais 
tarde, entrei para a decoração de interiores. Estava em missão 
para arrumar a casa. Comprava constantemente mobília nova 
e pequenos enfeites aqui e ali. Quando adquiria algo novo, 
quer fosse uma roupa ou um conjunto para o quarto, eu me 
sentia maravilhosamente bem por alguns dias. Depois, o 
sentimento de vazio retornava e permanecia até a próxima 
loucura de compras. Agora, em retrospecto, vejo que quanto 
mais comprava, maior era a sensação de vazio. 
Na ocasião, nunca me ocorreu que eu pudesse estar 
fazendo algo que desagradasse a Deus. 
Naturalmente, comprar uma saia nova não é pecado. 
Contudo, na realidade, eu tinha-me tornado tão obcecada em 
gastar dinheiro quanto meu marido era obstinado por sexo. 
Enquanto meu pecado parecia inocente, comparado

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