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. QQuuaannddoo oo ppeeccaaddoo sseeccrreettoo ddeellee ddeessppeeddaaççaa oo sseeuu ccoorraaççããoo Cartas para esposas feridas Kathy Gallaguer © Kathy Gallagher, 2003 PURE LIFE MINISTRIES Título original: "When his secret sin breaks your heart" Tradução: Dra. Maria Eugênia da Silva Fernandes Graça Artes Gráficas e Editora Ltda. Rio de Janeiro, 2005 ISBN: 85-7343-723-5 Digitalizado por Luis Carlos www.semeadoresdapalavra.net Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que não tem condições econômicas para comprar. Se você é financeiramente privilegiado, então utilize nosso acervo apenas para avaliação, e, se gostar, abençoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. SEMEADORES DA PALAVRA e-books evangélicos Sumário Prefácio ....................................................................................... 6 Introdução................................................................................... 8 Minha História .............................................................................11 CARTAS .............................................................................. 22 A presença de Deus na dor ...........................................................22 A luta do marido..........................................................................25 Lidando com as suspeitas .............................................................28 Por que devo aguentar isso? .........................................................31 A esposa encorajadora .................................................................35 A esposa irada.............................................................................37 Sinto-me como se estivesse enlouquecendo!...................................39 Pare já com isso ..........................................................................41 “Condenação e adoração” .............................................................43 A obsessão errada .......................................................................46 Vozes demais ..............................................................................48 Preenchendo o vazio ....................................................................50 A batalha da tv............................................................................52 Frutos do arrependimento.............................................................53 Confrontando o marido.................................................................57 O marido que abusa.....................................................................59 Onde Deus está? .........................................................................62 Vagas suspeitas...........................................................................64 Medo de outras mulheres..............................................................66 Abandonada por Deus ..................................................................68 Carregando o fardo ......................................................................70 As raízes da homossexualidade .....................................................72 A esposa conciliadora ...................................................................75 Intercessão pelo marido ...............................................................78 O castigo de um pai .....................................................................82 Casamento na rotina ....................................................................84 Lidando com o medo ....................................................................87 O marido que fracassa..................................................................90 A esposa negligenciada ................................................................92 A esposa policial ..........................................................................95 Reconciliação ..............................................................................97 A esposa ofendida......................................................................100 A esposa incansável ...................................................................105 O marido que não se arrepende...................................................108 A esposa adúltera ......................................................................110 Minhas necessidades sexuais.......................................................112 O molestador de crianças............................................................116 Capacidade de prestar conta .......................................................120 Divórcio....................................................................................124 Respeito perdido........................................................................126 A vida de misericórdia ................................................................128 Amor perdido ............................................................................131 Não-confiável com relação ao dinheiro..........................................135 Expectativas elevadas ................................................................137 Vendo pornografia .....................................................................140 A importância da gratidão...........................................................143 Não pare de crer........................................................................146 A esposa que dá oportunidade.....................................................148 Separada e com um namorado....................................................150 Carta de um marido ...................................................................152 Lidando com a falta de perdão.....................................................154 Sentindo-se traída .....................................................................156 Sexo estranho ...........................................................................158 Casamento de conto de fadas......................................................160 Noiva de um compulsivo em pornografia ......................................162 DIÁRIO de 30 dias.............................................................. 164 Dedicatória Este livro é dedicado ao meu amado. Quanto nós andamos, desde as cinzas até a beleza! O Senhor endireitou nossos caminhos tortuosos, E você se tornou para mim a personificação do amor de Deus. Obrigada por você me amar e ser fiel a mim. Realmente, o meu amado é meu, e eu sou dele. Agradecimentos Antes de começar a escrever estas cartas, uma amiga me disse que a tarefa seria difícil e pesada, mas que se tratava da vontade de Deus. Descobri que a afirmação era verdadeira. Quero, antes de tudo, agradecer ao Senhor por toda a Sua misericórdia e severidade. Ele tem sido paciente e compassivo comigo. Contudo, foi incansável em Seu desejo de me fazer viver as palavras que escrevi neste livro. Eu O amarei para sempre por cuidar de mim o suficiente, sem me fazer mimos demais. Agradeço a Rosaline Bush por ser a catalisadora que Deus usou para conseguir que eu começasse este projeto. "Que deliciosa é uma palavra falada na estação certa". Sou grata ao meu marido pelo seu encorajamento para que eu não desistisse e pelas horas incontáveis que ele passou editando e reescrevendo. Quero agradecer à minha querida amiga e companheira na fé, Rose Colón, que tem sido muito fiel em descer às trincheiras para me ajudar a sustentar o peso de tantos corações arrebentados. Também expressar a minha gratidão a Ken e Robin Halcomb e a Bradley Furges pela ajuda diligente na edição. Finalmente, a Wayne Brown, o único conselheiro que teve a coragem de confrontar Steve Gallagher há muitos anos. Obrigada, Wayne, também por seu auxílio nesta obra. PREFÁCIO Nos vemos todos os dias na rotina diária. Várias imagens nos bombardeiamconstantemente em jornais, revistas, filmes, letreiros e na televisão. Agora, podem ser facilmente acessadas pela Internet. Além disso, a pornografia, o homossexualismo e o adultério se tornaram não apenas prevalentes, mas também aceitáveis, e, hoje, existe uma sociedade saturada pelo sexo. Por esse motivo, não é surpresa que muitos homens julguem difícil guardar a mente pura e tenham sucumbido diante de algum tipo de pecado sexual. A pornografia é a forma mais comum dessa espécie de transgressão. Estima-se que 40% dos homens americanos comprem materiais eróticos a cada ano. O entretenimento adulto é uma indústria de bilhões de dólares, e aqueles que lucram com isso sabem que a natureza da pornografia e das atividades relacionadas vicia e leva.os homens a gastarem uma quantidade cada vez maior de dinheiro e energia. Entretanto, o que muitos deixam de perceber é que o pecado sexual carrega consigo um custo maior do que o impacto na carteira de um homem. Ele pode devastar todos os seus relacionamentos, especialmente com a mulher e os filhos. A Igreja está começando a reconhecer, agora, que a pornografia e a prostituição também são problemas para os homens cristãos. No passado, esses problemas foram ignorados ou limitados àqueles que estavam fora da congregação. Ainda bem que muitos pastores e várias igrejas estão começando a lidar com o que tem sido chamado de pecado secreto, providenciando estudos bíblicos e grupos de apoio para homens e mulheres afetados por tal iniqüidade. Se você é uma esposa cujo marido está envolvido com o pecado sexual, meu coração está com você! Trata-se de uma das traições mais profundas que uma mulher enfrenta. Com freqüência, você se sente só, receosa, frustrada e insegura com relação ao lugar onde conseguir ajuda. Quero que saiba que não está sozinha. Deus a está guardando, e continuará a fazê- lo. Ele quer ser a sua Fonte de força. Não é uma estrada fácil de se percorrer, mas o Senhor prometeu dar-lhe a força de que precisa para resistir. Em meio a esses tempos de provação, você desenvolverá um relacionamento mais profundo com o Pai, caso confie nEle. Ele é amoroso e fiel, e, ao mesmo tempo, pode usar essas circunstâncias a fim de aparar algumas arestas e desenvolver caráter em seu interior. Este livro também foi escrito para amigos e familiares que conhecem mulheres cujos maridos têm-se desviado sexualmente. Você desenvolverá uma compreensão maior quanto às lutas que elas encaram. Essas esposas necessitam de encorajamento, apoio, condição para fazer confidências, oração e aconselhamento bíblico. O apóstolo Paulo adverte os cristãos a suportarem os fardos uns dos outros. Esse é um fardo difícil para uma mulher carregar sozinha, e Satanás pode levá-la facilmente ao desespero, à ira e à amargura. O amor e apoio que você ofereça podem fazer diferença não apenas na vida dela, como também na do cônjuge, enquanto ela se esforça por ajudá-lo. Quando uma mulher descobre que seu esposo está envolvido com pecado sexual, muitas emoções e perguntas passam pela mente dela. A experiência pessoal de Kathy e os seus anos como conselheira lhe conferiram uma percepção tremenda com relação às dúvidas e incertezas que tais esposas se deparam. Beverly LaHaye Concerned Women for America [Mulheres Interessadas pela América] INTRODUÇÃO Na sociedade decadente de hoje, há diversas combinações de problemas conjugais que podem surgir quando um cônjuge é controlado por algum pecado que domina a vida dele. Esta obra é uma compilação de cartas escritas a esposas feridas, cujos maridos estiveram ou estão envolvidos com o pecado sexual. Escolhi cartas específicas, as quais abordam os denominadores comuns que essas esposas enfrentam, tais como: desconfiança, medo, desespero, dúvida, raiva, falta de perdão, dentre outros. Você perceberá que cada mensagem provê muito apoio e oferece bastante esperança e encorajamento; com isso, descobrirá que não está sozinha. Existe, finalmente, alguém que compreende realmente a situação. Além disso, este livro oferece às esposas feridas conselhos divinos e práticos; alguns que vão contra a natureza de muitas "soluções" populares vendidas nestes dias. Isso me leva a outro ponto importante. Ao ler tais cartas, você encontrará algumas que, aparentemente, encorajam-na a ir por um caminho que você tem tomado, o qual está errado. Deixe-me explicar. Talvez, você já tenha resolvido divorciar-se, embora os problemas de seu marido não sejam piores do que ver pornografia de vez em quando. Se já possui essa tendência, então, você não irá querer ler a carta escrita para Sue, na qual eu, na verdade, incentivo-a a deixar o esposo, pois a situação dela justifica isso. A sua, provavelmente, não. Mas, se estiver determinada a ler apenas o que deseja, então, poderá usar aquelas palavras na tentativa de justificar as suas ações. Eu sugeriria, em vez disso, que você lesse as cartas para Teresa e Lauren. Talvez, você esteja fraca, abatida, e prefira esquecer que descobriu o adultério do marido. Você precisa de ânimo para ser forte por causa do seu esposo, conforme descrevi nas cartas a Judy e Robin. Você não gostaria de seguir o conselho da carta de Kelly, a qual deseja policiar cada movimento do marido. Outra questão fundamental que precisa ser abordada é que estas cartas de aconselhamento foram escritas sob uma perspectiva completamente bíblica. O plano de Deus para se lidar com as ofensas não é sempre o caminho mais fácil de se tomar. Na verdade, você pode entrar em qualquer livraria cristã do país e encontrar muitos livros que, em nome do amor cristão, dão uma alternativa àquelas respostas encontradas na Bíblia. Não posso responder por esses autores. Tudo o que posso dizer é que o Senhor não me deu a liberdade de aconselhar fora dos parâmetros estabelecidos em Sua Palavra. Minha experiência tem mostrado que aqueles que gravitam em torno de soluções mais fáceis e preferem, em lugar das soluções bíblicas, as respostas dos "tapinhas nas costas" da psicologia popular, geralmente, sofrem mais no final. Lidar com os problemas da vida à maneira de Deus pode parecer frequentemente difícil, mas aqueles que optam por fazer assim sempre colhem os benefícios. Emerge uma nova pessoa, não por causa do avivamento de qualquer auto-estima, mas por haver descoberto que a presença do Senhor é suficiente para suportar qualquer provação e luta. De certa forma, tive as minhas lutas escrevendo estas linhas, sabendo que, às vezes, poderia parecer à leitora, à mulher arrasada, que não tenho compaixão por ela. Há exemplos em que a confronto na carta, e a leitora pode até pensar que eu, de certa maneira, esteja defendendo o comportamento pecaminoso do marido. Por favor, entenda que o meu coração está com as esposas feridas, porque também experimentei dor e desespero semelhantes. Foi por causa de muita vivência que cheguei à convicção de que fazer as coisas do jeito de Deus é sempre ricamente compensador. Recuso-me a sucumbir à pressão (isto é, às concessões) ou a me juntar às fileiras daqueles que apresentam, gratuitamente, uma saída fácil às mulheres. Fazer isso é somente difundir a misericórdia humanista, em vez de a misericórdia de Deus, que está sempre acoplada à Verdade que nos liberta. Estreito é o Caminho que leva à vida, e a vida que flui de Deus sempre é exatamente aquilo de que as esposas feridas mais necessitam. O propósito deste livro é fornecer à esposa magoada respostas sólidas, bíblicas, e soluções práticas para os problemas de todo dia, relacionadas ao fato de se estar casada com um homem em pecado sexual. Algumas respostas mais práticas podem e devem ser aplicadas imediatamente. Outras tendem a ser princípios de vida, que são mais idealistas, e somente serão alcançados com muito esforço e muita luta. Lembre-se de que Deus não é um Juiz zangado, o qual exige a sua perfeição antes de ouvir o seu clamor. Pelo contrário, Eleé um Pai amoroso que deseja ajudá-la a atravessar suas penosas provações. Para o Senhor, a melhor coisa que pode resultar da sua situação é um relacionamento mais profundo com Ele. Espero que estas linhas a conduzam nessa direção. Kathy Gallagher MINHA HISTÓRIA Em janeiro de 1970, após vários anos de abuso físico, casada com um membro do clube de motociclismo Hells Angels, o interesse por outro homem era a coisa mais distante em minha mente. Finalmente, sentia-me livre da tirania de um marido controlador, do medo em que vivia constantemente e do abuso. Tinha um emprego, meu próprio carro e, mais importante, a minha vida. Mas, poucos meses antes disso, tive de fugir quando deixei meu marido. Ele era um homem rude e me apavorava. Permaneci incógnita, até que as coisas se acalmassem o suficiente para que eu pudesse retomar a minha amizade com seu irmão mais velho, Gale, e sua mulher, Joanne. Foi na cabana deles, um dia, em Sacramento, que encontrei Steve Gallagher pela primeira vez. Eu me esquentava perto do aquecedor quando ele passou dançando pela porta da frente da cabana. Minha primeira impressão foi a de que ele parecia deslocado naquele ambiente. Steve era um corretor de imóveis e havia ido à casa de Gale, porque este estava interessado em adquirir uma casa. Anos antes, Steve e Gale andaram juntos nas drogas e no crime, mas não mantinham contato. Jamais me passou pela cabeça que, um dia, eu iria envolver-me com esse homem. Ele tinha 24 anos e eu, apenas 18. Ele pareceu velho demais para mim. De qualquer forma, deparando-se comigo na cabana, durante as semanas seguintes, ele começou a cultivar interesse por mim. Steve me contou mais tarde que, desde a primeira vez em que nos encontramos, sabia que nascemos um para o outro. Eu não compartilhava desse sentimento e, realmente, não tinha vontade de sair com ele. Não obstante, pela insistência de Gale e Joanne, finalmente, concordei com um encontro. Ele foi buscar-me com seu espaçoso Ford LTD e dirigiu- se rapidamente a um cinema ao ar livre. Antes de chegar ao cinema, ele expressou o desejo de se sentar mais perto de mim. Eu logo lhe informei que não me sentia obrigada a me aconchegar junto a um estranho. Assim, nosso primeiro encontro terminou em discussão. Explodi de irritação no carro, e ele, finalmente, levou-me para casa. Ele gritou comigo para que eu voltasse, o que fiz depois que ele se humilhou e, educadamente, sugeriu que começássemos tudo outra vez. Concordei relutantemente. Continuamos a sair nas semanas seguintes. Certa ocasião, ele me pediu que fosse com ele a um hotel na praia, em Santa Cruz, no final de semana -somente nós dois. Eu sabia o que queria dizer: estaríamos no mesmo quarto de hotel durante todo aquele período. Seria uma tarefa árdua. Para mim, aquilo significava compromisso; que eu estava entregando-me a ele, devia baixar a guarda e dar-lhe o meu coração. Muito nervosa, não tinha convicção se estava pronta para essa iniciativa. Acho que lhe perguntei: "Vamos ficar no mesmo quarto?". Eu queria somente ter certeza de que nos entendíamos. Foi uma decisão dura para mim, uma das maiores da minha vida adulta. Em minha mente, consentir seria o mesmo que dizer "sim" a um pedido de casamento. Se eu me entregasse a ele, significaria que eu era dele, e ele era meu. Esse não seria simplesmente um encontro ou um final de semana divertido com alguém. Contudo, de alguma forma, senti como se estivesse sendo atraída sem remédio para essa relação, à qual eu não conseguia resistir. Concordei, finalmente. Estávamos cheios de entusiasmo e passamos um tempo absolutamente maravilhoso. Você já sabe: apaixonei-me pelo "príncipe encantado". Na verdade, acho que já amava Steve muito tempo antes daquele final de semana, mas foi em Santa Cruz que tive a certeza de que queria passar o resto da minha vida com ele. Quando voltamos para casa no domingo, imediatamente nos mudamos - fomos morar juntos. No princípio, eu estava nas nuvens, mas logo comecei a ver como Steve era realmente. Cheio de ambição, ele trabalhava dia e noite na agência imobiliária. Tinha inclinação para o sucesso, mas, por causa das suas grandes expectativas, colocava sobre si uma pressão exagerada. Isso resultou no seu mau humor em casa. Eu atribuía sua impaciência comigo ao estresse do empreendimento imobiliário e esperava que ele mudasse. Apesar de tudo, surgiu algo muito interessante entre nós: Steve começou a falar comigo sobre Deus. Ele compartilhou comigo que se tinha achegado ao Senhor quando cumpria pena na cadeia aos 16 anos, mas se desviara logo depois. Contou que, um dia, gostaria de se acertar com Deus novamente. Era tudo novo para mim, mas, imediatamente, encontrei- me sob condenação, porque estávamos morando juntos em pecado. Nos meses seguintes, vivi com a sensação de que estava com problema com Deus, mas não sabia realmente o que fazer. Depois, certa vez, na casa de minha irmã, encontrei o irmão Jess, que era um pastor gentil da Igreja Batista do Sul. Ele me alertou que eu era uma pecadora e precisava de um Salvador. O Senhor havia preparado esse encontro divino, e, naquele momento, fiz de Jesus o Senhor e Mestre da minha vida. No dia seguinte, reuni todos os meus pertences e deixei Steve. Bem, apaixonei-me pelo Senhor. Estava muito entusiasmada com Jesus. Ele tornou-Se o centro da minha vida. Passava horas lendo a Palavra, maravilhada pela Sua sabedoria profunda e revelação dos eventos futuros. Eu estava na igreja sempre que as portas abriam e, quase sem ajuda, virei a pequena igreja de cabeça para baixo, contagiando todos com a minha alegria recém-descoberta. Por onde ia, conversava com os outros sobre Deus. As pessoas não conseguiam acreditar na mudança que ocorrera comigo; transformei-me em uma pessoa diferente. Um dia, zelosa por ver as pessoas irem e conhecerem o Senhor, chamei Steve, tentando testemunhar para ele. Queria que ele tivesse o que eu tinha, mas os anos haviam feito dele uma pessoa com o coração endurecido para o Pai. Quando eu o deixara "pelo Senhor", ele se sentiu traído por Deus. No final da nossa conversa, completamente do nada, ele me pediu que eu orasse sobre se deveríamos ou não nos casar. Era impensável! Ele estava morto para as realidades espirituais, enquanto eu estava completamente feliz, servindo a Deus como uma cristã solteira. Não obstante, suas palavras ficaram ressoando em meus ouvidos nas semanas seguintes. Pareceu que eu não conseguiria escapar delas. Um mês mais tarde, em janeiro de 1980, nós nos casamos. Havia cinco meses que eu era cristã. No início, ele começou a freqüentar a igreja comigo, no entanto, pouco a pouco, afastou-se de Deus mais uma vez, não querendo render-se ao Senhor. Embora Steve fosse muito mais refinado do que meu primeiro marido, era mais difícil de se conviver. Nunca abusou de mim fisicamente, mas eu tinha medo dele mais do que do meu ex-esposo, o qual, conforme mencionei, era muito agressivo. Steve possuía uma raiva efervescente, violenta, que vinha à tona a qualquer momento. Eu o via como alguém que podia falar asperamente e começar a matar as pessoas ao acaso. Sua ira - sempre dirigida a mim - vinha pela sua língua afiada, cortante. Era extremamente crítico e sarcástico. Ele me ridicularizava sempre que eu fazia alguma coisa errada. Eu nunca conseguia contentá-lo ou fazia algo correto. Isso, naturalmente, deixou em mim profundas feridas emocionais, que doíam mais do que as bofetadas do meu primeiro cônjuge. Não obstante, tentei esperar o melhor. Eu sabia que muito da sua frustração era devido, em parte, ao fato de que o mercado imobiliário tinha sofrido um tremendo golpe com o aumento das taxas de juros. Como resultado, a carreira de Steve, que ele havia trabalhado tanto para estabelecer, começou a desmoronar. Incapaz de continuar nesse ramo, começou a procurar emprego na área da Justiça. Isso nos levou a Los Angeles, ondeSteve começou um processo longo e torturante para se tornar alguém autorizado a exercer os poderes de vice-xerife. Em vez de as coisas melhorarem, o estresse de estar no Departamento piorou a situação. Ele se tornou mais agressivo comigo. Infelizmente, eu buscava a aprovação de Steve, em lugar de a aprovação de Deus. Tornei-me mais fraca e dependente dele. Gradualmente, também me desviei. Pouco tentava ler a Bíblia e orar, mas, por dentro, não tinha força ou fome. Fazia tempo que tinha saído da igreja. Pouco depois que nos mudamos para Los Angeles, descobri o vício dele por pornografia. De acordo com Steve, isso o fazia desfrutar mais do sexo. Gentilmente, ele me fez saber que eu não era suficiente, mas, se introduzíssemos a obscenidade em nosso leito conjugal, Steve ficaria satisfeito. Obviamente, senti-me esmagada. Tinha de competir com as mulheres de revistas e filmes dessa natureza. Isso foi arrasador para mim, mas, em vez de me voltar para Deus, tentei agradar ainda mais ao Steve. Buscava intensamente a sua afeição e o seu amor mais do que nunca. Havia momentos em que eu sentia que meu coração, literalmente, explodia pela dor e rejeição. Em outras ocasiões, geralmente quando ele era doce comigo, eu tinha a esperança de que ele mudaria. Decidi deixar que a pornografia entrasse em nosso relacionamento, e ele me garantiu que ela incrementaria nossa vida sexual e melhoraria a situação entre nós. O que aconteceu, ao invés disso, foi que a pornografia apenas o motivou a exigir mais. Para manter o apetite insaciável dele, envolvemo-nos sexualmente com outras pessoas. A única maneira de administrar a perda total da minha dignidade e do respeito por mim mesma foi afogar-me nas drogas e no álcool. Tornei-me viciada em meta- anfetamina. Depois de vários anos fazendo tudo o que podia para conquistar Steve, acabei desistindo. Eu o amava muito e estava disposta a fazer, literalmente, qualquer coisa para conservá-lo, mas a obsessão dele pelo sexo ilícito havia-se tornado insana. Tendo perdido toda a esperança, eu o abandonei e pedi o divórcio. Estava destruída. Nesse meio tempo, não somente tinha perdido a batalha para conquistá-lo, como também havia desistido completamente da minha moral e do respeito próprio. Tive de encarar essa transformação. Foi então que, quase por um milagre de Deus, encontrei um sujeito chamado Tim. Depois de anos de abuso emocional, ele foi como uma lufada de ar fresco! Logo esqueci toda a dor. Estar com ele me ajudou a enterrar a cabeça na areia e esquecer a perda que havia sofrido. Tim era tão bom para mim! Ele abria as portas do carro, tratava-me com gentileza e respeito e me fazia rir muito. Diferente de Steve, Tim era muito sensível e tinha consideração. Outra coisa que eu apreciava nele era a maneira pela qual se abria comigo. Isso nunca aconteceu com os meus ex-maridos. Meu envolvimento com Tim durou várias semanas. Quase que imediatamente, comecei a dormir com ele, enganando-me ao crer que Deus entenderia, porque realmente nos amávamos. Sua embriaguez contínua e rápida disposição para estar em adultério deveriam ter feito com que eu duvidasse da sua sinceridade como cristão, mas eu estava tão fascinada por ele, que reprimi minhas irritantes dúvidas. Não tive contato com Steve durante esse tempo, então, não sabia se, quando o deixei, ele tinha voltado aos seus velhos hábitos de "caçar" garotas. Uma manhã, sem que eu soubesse, ele acordou no apartamento de uma das suas namoradas, sentindo o vazio em sua vida. O dia todo, ele se sentiu miserável. Naquele tarde, Steve saiu para o trabalho na prisão. Por ter sido uma noite movimentada, ele só foi jantar no refeitório dos agentes bem tarde. Não havia outros colegas lá quando ele chegou. Quando Steve estava sentando ali, comendo em um silêncio atroz, entrou alegre um agente chamado Willy. Ele também havia chegado tarde, e, de alguma forma, a conversa girou em torno das lutas de Steve. Depois de ouvir que Willy era cristão, ele derramou seu coração, contando-lhe quão vazio e infeliz se sentia na vida. Willy sugeriu que Steve se entregasse ao Senhor, e foi o que ele fez. "Senti-me como se milhares de quilos saíssem das minhas costas!", exclamou Steve. "Mas não durou muito. Quando cheguei a minha casa naquela noite, tudo o que conseguia pensar era em trazer minha esposa de volta. Rolei na cama o tempo todo, aborrecido por causa de Kathy. No meio da noite, ouvi uma voz dizer-me que ela ligaria pela manhã. Eu não sabia se eu estava ouvindo coisas, ou o quê!". Na manhã seguinte, eu tinha levado Tim para o trabalho, mas, depois de deixá-lo, fiz uma coisa muito estranha. Comecei a dirigir para o norte na via expressa, em direção ao vale de São Fernando, onde Steve e eu havíamos morado. Não fazia idéia por que estava fazendo aquilo. Parecia que alguém mais estava dirigindo o carro. Quando cheguei a Van Nuys, parei em uma cabine telefônica e liguei para Steve. Ele ficou muito animado ao me ouvir, contando-me o que havia acontecido na noite anterior. Fiquei feliz ao escutar sobre a nova vida dele, mas não tinha a intenção de voltar. Meus sentimentos por ele estavam mortos. Eu tinha aquilo que havia desejado tanto. Estava convencida de que Deus havia mandado Tim para a minha vida e não tinha vontade de me reconciliar com Steve. No que me dizia respeito, ele tinha perdido a sua oportunidade, e, naquele momento, o Senhor estava restaurando "os anos comidos pelo gafanhoto". Na época, eu já me estava acostumando a ser tratada como uma princesa. Tim me dava o amor que eu queria receber de Steve, e eu seria uma tola se voltasse para ele. Finalmente, no desespero, Steve me desafiou a pedir conselho aos meus pais. Eu estava mais do que feliz em fazer isso, pois sabia que eles haviam ficado furiosos com Steve quando lhes contei tudo o que ele havia feito. Concordei e dei o telefonema. Meu pai atendeu e, quando expliquei a situação, para minha surpresa, ele me disse que o Senhor tinha falado sobre mim, e, claramente, havia dito a ele e à mamãe que eu deveria voltar para o meu marido. Sentei-me na cabine telefônica e comecei a chorar. Não queria voltar para ele. Finalmente, recompus-me e fui ao apartamento de Steve. Na manhã seguinte, eu disse ao Steve que precisava pegar as minhas coisas na casa de Tim. Steve concordou relutantemente em me deixar ir, depois que disquei o número de Tim e não houve quem atendesse. Fui lá naquele dia, e o carro de Tim não estava lá. Quando entrei na casa, entretanto, descobri-o sentado na cama. Todo o charme se foi, e ele ficou furioso. Nas duas horas seguintes, ele tentou, raivosamente, convencer-me do erro que seria voltar para Steve. Continuou a me enfastiar, e eu fiquei confusa. Eu sabia perfeitamente bem como Steve era e não queria voltar. Tim oscilava entre os argumentos calmos, razoáveis, e as acusações iradas. Finalmente, enfurecido, ele arrancou a minha blusa e me pegou à força. Eu estava tão fraca e sem forças para reagir na ocasião, que o deixei fazer o que queria. De uma forma estranha, essa foi a coisa que me levou de volta para Tim. Por insistência dele, acabei ligando para Steve. "Eu não amo mais você, amo Tim e não voltarei para você", disse-lhe friamente. Quando ele ouviu isso, agarrou o revólver e girou o cilindro em frente ao bocal do telefone para que eu pudesse ouvir. "Tudo bem, então, ouça-me estourar os miolos!", ele berrou. "Steve, não faça isso!", gritei. Quando disse aquilo, Tim agarrou o meu braço. Olhei para ele e vi o olhar mais maligno que já tinha visto no rosto de alguém em toda a minha vida. "Kathy, se ele quiser tirar a própria vida, deixe que ele se mate. Não é culpa sua!". Foi quando percebi que aquele homem, o qual eu havia considerado um príncipe, estava cheio do diabo. Um pastor tinha chegado ao apartamento de Steve, conversou comigo pelo telefone e perguntou se podia orar por mim. Fiquei apavorada e queria apenassair daquela casa, mas tinha medo de dizer alguma coisa. Eu disse que encontraria Steve e o pastor na igreja e desliguei o telefone. A princípio, Tim ficou inflexível, dizendo que eu não podia ir, mas ele viu que eu queria apenas sair de lá e, finalmente, amansou. Quando cheguei ao local onde Steve estava, já se havia passado um período de seis horas - um inferno para ambos. Foi necessária essa experiência para que eu visse como Tim realmente era, mas ela não tornou mais fácil a minha volta com Steve. Foi muito difícil por um longo tempo. Durante os primeiros meses, senti-me como se tivesse cometido um grande erro e estava absolutamente arrebentada não somente por causa do meu pecado e pela vergonha do adultério, mas também porque os meus sentimentos por ele estavam mortos. Sentia, frequentemente, que preferia estar sozinha a estar com ele. Eu mal podia suportar quando ele me tocava. Para piorar as coisas, Steve estava experimentando um avivamento em seu coração. Inflamado pelo fogo do Senhor, ele se apaixonou perdidamente por mim outra vez. A afeição que eu tinha desejado por tanto tempo recebia em abundância. Ele segurava constantemente a minha mão, abraçava-me e me beijava, e eu ficava mal. "Por que você não foi assim há cinco anos?", eu perguntava silenciosamente. Houve muitas noites em que chorei quando íamos para cama. Eu me esforçava para que ele não percebesse, porque não desejava feri-lo, mas a verdade é que eu não o queria mais. Eu tinha de lutar constantemente contra os sentimentos de desgosto. Gradualmente, durante meses, a situação melhorou. Tínhamos muito a superar. Ele ainda manifestava algumas das velhas atitudes. Houve ocasiões em que ele acusava, manipulava e, às vezes, explodia de raiva. Apesar de sua paixão recém-descoberta por Jesus, ainda lutava contra a pornografia; porém, havia um quebrantamento em Steve que ele nunca havia tido antes. Deus estava prevalecendo na vida dele. Levou algum tempo para que os meus sentimentos por ele voltassem, mas, pouco a pouco, eles ressurgiram. Na verdade, acho que Deus destruiu o antigo fundamento e estabeleceu um novo, pois, quando o Senhor restaurou o amor e o respeito que eu tinha perdido por Steve, eles retornaram novos em folha. Comecei a respeitá-lo e a admirá-lo mais do que antes. Houve ocasiões em que meu amor por ele se tornou impressionante, não da maneira idólatra de outrora, mas da forma que se conduz o amor do Senhor. Nesses anos em que retomamos o casamento, tenho observado Steve permitir que Deus o humilhe, corrija-o e até o esmague. Agora, ele se tornou verdadeiramente o homem dos meus sonhos. Ele não era o único que precisava mudar. Também tive de aprender a colocar Deus em primeiro lugar em minha vida. Percebi que tinha sido tão consumida por Steve quanto ele havia sido consumido pelo sexo. Em meu egoísmo, virava-me de um homem para outro, procurando uma realização na vida. Aprendi, gradativamente, a me voltar para Deus como o Centro da minha existência. Isso não me fez amar menos Steve; simplesmente, purificou o meu amor por ele. Em lugar do "amor" egoísta que era oferecido com a idéia de ter as minhas necessidades supridas, aprendi a dar-lhe o amor não-egoísta do Senhor. Nosso casamento fortaleceu-se cada vez mais. Quase imediatamente, Steve e eu começamos a passar um tempo com o Senhor todas as manhãs. Isso estabeleceu um padrão que durou por muitos anos. Estar ligada ao Pai, todos os dias, deu-me uma força que eu não conhecia. No princípio, enquanto Steve continuava a lutar contra seu vício em pornografia, tornei-me obcecada pela libertação dele. Silenciosamente, Deus começou a me convencer disso e continuou a me dirigir de volta para Ele. Logo descobri que, quanto mais interessada no Pai celestial, mais força eu tinha para ajudar meu marido com o problema que ele enfrentava. A medida que crescia no Senhor, era capaz de reconhecer o bem que veio do fracasso, em vez de ver aquilo como uma catástrofe. Porque Steve era sério com relação à sua vida cristã, cada volta ao pecado servia como uma bênção escondida, pois crescia nele o ódio pela transgressão. Em vez de desmoronar quando ele não obtinha êxito, tornei-me um encorajamento para ajudá-lo a vencer aqueles insucessos. Meu desejo de apoiar, de maneira amorosa, seus esforços nessa luta e mantê-lo responsável, fortaleceu-se. Houve um tempo em que não tive a maturidade ou força emocional para apoiá-lo corretamente, porém, quanto mais eu me aproximava do Senhor, mais era capaz de agüentar. Percebi que, enquanto Steve (ou a sua vitória) estivessem no centro do meu coração, minha alegria poderia desmoronar-se sempre que ele falhasse. Mas, quando passei a permitir que Deus ocupasse, cada vez mais, o trono do meu coração, descobri que possuía a força para auxiliar meu esposo a superar os fracassos. Steve fez uma última tentativa em maio de 1985. Demorou algum tempo para percebermos, mas ele estava livre! Agora, as coisas começavam a mudar realmente. Ele foi tornando-se forte espiritualmente. Eu podia inclinar-me para ele e confessar-lhe os meus erros. Revertemos os papéis: ele se tornou minha cabeça espiritual, e eu me tornei uma esposa que conseguia submeter-se com alegria ao líder. Que alívio foi quando, finalmente, notei que não precisava desconfiar. Ainda tive de continuar a me arrepender pela minha tendência natural à suspeita, mas, em meu coração, eu sabia que tinha atravessado as águas profundas do vício sexual. Agora, temos profundidade em nosso relacionamento que poucos desfrutam. Confiar em Deus na retomada ao relacionamento com Steve não só foi um ponto critico em minha vida, mas também o começo da minha restauração. A reconstrução do nosso casamento ocorreu quando nós começamos a desejar o Senhor mais do que os nossos anseios. Quando escrevi este livro (em 2003), já se havia passado 18 anos da última queda de Steve, mais de 20 anos desde que, relutando, voltei para ele, e 21 do nosso casamento. Um ano depois que Steve deixou o pecado, Deus colocou no coração dele a idéia de iniciar os Ministérios Vida Pura. A partir daquele momento, nosso amor pelo Altíssimo se intensificou, assim como se aprofundou o amor que até hoje temos um pelo outro. O que Deus me tem dado compensa toda a dor que suportei durante anos, não em conseqüência do meu casamento feliz, mas por causa do que tenho no Senhor. Escrever este livro não significa que a história tenha terminado. Eu apenas vejo as coisas cada vez melhores tanto para Steve quanto para mim, pois continuamos a nos sujeitar ao Todo-Poderoso, olhando para Ele, que nos pode trazer a realização desejada. Seguramente, a profundidade do amor de Deus é maior do que as profundezas de qualquer poço. CCAARRTTAASS A PRESENÇA DE DEUS NA DOR Querida Melody Não me incomoda absolutamente que você tenha "desabafado" comigo. Sei bem o que é ter um "mau dia" e enfrentar as tais "ondas de dor", conforme compartilhou em sua carta. Provavelmente, seu sentimento é o de estar afogando-se em um oceano de desespero, sem resgate à vista. Creia-me, estive muitas vezes assim no passado. Quem dera que eu tivesse encontrado alguém com quem pudesse conversar quando as ondas me golpearam. Posso entender que você fique frustrada com todos os seus problemas, perguntando: "Qual é o objetivo de tudo isso?". A primeira vista, a opção de simplesmente abandoná-lo e ir embora parece muito atraente, quando se considera todo o sofrimento que você, provavelmente, terá de passar se permanecer com seu marido. Mas, deixe-me perguntar-lhe algo: o que a tem impedido de desistir, depois de 15 anos de dor com esse casamento? Qual tem sido a sua motivação para seguir em frente? Talvez, você concorde comigo que é mais do que simplesmente seu compromisso conjugal e o amor pelo seu marido. Deve haver algo mais profundo. Todos esses anos, você focou a falta de vontade do seu marido em mudar e tem perguntado asi mesma por que continua com ele. Talvez, você não tenha desistido porque, no fundo do seu coração, sabe que Deus fará algo muito maravilhoso no interior do seu esposo. Assim, apesar do quanto isso machuca, você não deseja sair das mãos do Oleiro. Com base nas palavras de sua carta, você entenderá o que desejo compartilhar. As experiências mais íntimas e maravilhosas que tive com o Senhor aconteceram quando eu estava remoendo-me em total angústia e absoluto desespero. Que existência amarga e, ao mesmo tempo, doce experimentei durante aquele período! Embora eu desejasse o fim do sofrimento, quando ele acabou, percebi que, de certa forma, havia perdido aquela intimidade constante que você está experimentando agora com o Senhor. A alegria dessa proximidade nos move a buscá-lO na dor. Não existe coisa igual. Frequentemente, ouço bonitos sermões sobre o amor e a fidelidade de Deus. Infelizmente, na maioria das vezes, tentamos entender o caráter do Pai com a nossa mente. Isso, naturalmente, impede-nos de compreender o Supremo em nosso coração. Entretanto, em meio às atuais circunstâncias, Ele está transmitindo-lhe um conhecimento dEle que não pode ser aprendido por meio de sermões ou livros. O Senhor está fazendo uma obra profunda e definitiva em sua alma, moldando-a carinhosamente à imagem de Seu Filho, Jesus Cristo. Um dia, você dará valor ao que o Pai está fazendo agora em seu interior, até mais do que já valorizou o fato de ter um "bom casamento". O apóstolo Paulo, que suportou muitos sofrimentos pela causa do Mestre, testificou: Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo (2 Co 1.5 - ARA). Sentimos a presença de Deus de uma maneira muito poderosa quando Ele nos permite a experiência da dor, porque nossos olhos estão fixos nAquele que é capaz de nos confortar em todas as nossas aflições. Outra bênção importante em tudo o que você está atravessando é a maneira pela qual o Senhor será capaz de usá-la um dia para ajudar outros que estejam passando por algo semelhante. Na mesma passagem, Paulo também disse que nosso Pai celestial nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus (2 Co 1.4). Isso me faz lembrar da história verídica de Corrie e Betsy Ten Boom, duas irmãs que suportaram um sofrimento indescritível em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Quando Betsy estava morrendo, virou-se para a irmã e disse: "Nós precisamos contar a eles, Corrie; para todos aqueles que ouvirem. Eles acreditarão em nós porque estivemos lá". Então, Melody, tenha bom ânimo e saiba que Deus está desenvolvendo em você um testemunho poderoso. O poder de apoio do Senhor a sustenta nessa travessia de águas muito profundas. Você descobrirá como o amor do Altíssimo ultrapassa a felicidade passageira que resulta das circunstâncias exteriores favoráveis. Deus lhe conceda forças para se dedicar àquilo que, agora, parece-lhe muito doloroso, mas, afinal, irá transformar- se em algo muito útil à sua alma. E como tenho orado ao Senhor por você. A LUTA DO MARIDO Querida Miriam Recordo-me de que, durante os anos mais difíceis do meu casamento, senti-me da mesma forma como você se sente agora. As vezes, convencia-me de que meu marido, propositalmente, estava tentando deixar-me louca. Pelo fato de estar atolada em meu mundinho, perdi a perspectiva equilibrada com relação aos outros e à vida em geral. Tudo se centralizava no modo pelo qual as atitudes de Steve me afetavam. Minha dor e as circunstâncias eram imensas, enquanto Deus era muito "pequeno" aos meus olhos. Como resultado, raramente, eu considerava as carências do próximo; inclusive a necessidade desesperadora do meu esposo pelo Senhor. Eu não me dava conta de que o pecado dele também o estava destruindo. Embora pareça bastante difícil, tente colocar-se no lugar de seu marido por um momento. Por favor, entenda que eu não ousaria tentar minimizar ou ignorar a responsabilidade dele na questão. Frequentemente, a última coisa que um homem em pecado sexual deseja fazer é confessar francamente os próprios erros. Entretanto, para o seu bem, você deve procurar compreender o ataque ao qual ele tem sido submetido em nossa cultura orientada para o sexo. Você mencionou uma vez que Phil foi exposto à pornografia desde a tenra idade. Aliás, esse é um denominador comum único entre os compulsivos sexuais nestes dias. Sem dúvida, tal exposição distorceu a perspectiva dele acerca da sexualidade. E, desde então, as escolhas que ele fez na vida levaram-no a essa escravidão atual. Mesmo assim, é fácil descrever um marido infiel como um monstro, sem considerar aquilo que forneceu combustível para essa luxúria ardente durante todos esses anos. Em nossa sociedade permissiva, costuma-se dizer: "Se sentir que é bom, então faça!". Em conseqüência, as mulheres são vistas como meros objetos sexuais. Hoje em dia, os meninos praticamente não têm escolha nessa área. São bombardeados constantemente pela pornografia disfarçada em toda a parte. Isso está na TV, em revistas, nas lojas, nos letreiros das estradas, na fila do caixa dos supermercados etc. Para onde quer que se virem, são atacados pela mensagem de que o prazer é o propósito da vida, e o sexo, a suprema experiência do prazer. Durante os anos em que é mais influenciável, o garoto passa praticamente por uma lavagem cerebral com essa mensagem. Como resultado, ele entra na adolescência cheio de curiosidade e é atraído para quase qualquer coisa de conotação sexual. Ele tende a começar a masturbar-se como um impulso incansável para sentir o desejo sexual. Nessa altura, o adolescente já armazenou inúmeras imagens de luxúria, que o ajudam a desenvolver uma vida de fantasia elaborada, acoplada à autogratificação. Posteriormente, quando está cursando o Ensino Médio, aprende a conseguir namoradas, especialmente as mais dispostas a entregar o corpo. Na idade adulta, ele é praticamente um maníaco sexual plenamente desenvolvido. Descobre que sua curiosidade de garoto se transformou em uma besta voraz, sempre exigindo mais. Sem problema! As áreas de libertinagem lhe oferecem uma ampla seleção de locais mais "quentes" para o desnudamento, casas de massagem e becos de prostituição, se ele tiver condições de pagar. Você sabe que a pornografia é uma indústria de muitos bilhões de dólares? Hoje, está ainda mais acessível do que nunca, por causa da Internet -em alguns aspectos, realmente, uma "rede mundial" do maligno. Os homens, agora, podem "surfar" ou "navegar", eu diria, na rede em busca de prazer, sem precisar sair de casa. Muitas mulheres são desprovidas de compaixão pelas lutas dos seus maridos, porque elas mesmas nunca foram controladas pelos desejos sexuais. O problema é que não conseguem entender como o impulso sexual é poderoso em um homem, e como ele é suscetível à tentação em uma cultura cheia de imagens obscenas.* Detesto ser tão descritiva, mas é importante que você veja o quanto o diabo facilitou o esquema para que os jovens se tornem compulsivos pela atividade sexual ilícita. De certa forma, não deveria surpreender a qualquer esposa que seu marido lute contra o pecado na área da sexualidade. De fato, é um espanto que nem todos os homens da América sejam viciados sexuais! Estar mais ciente das tentações enormes que seu marido deve enfrentar todos os dias irá ajudá-la de muitas maneiras. Em primeiro lugar, você perceberá que o vício dele não é definitivamente culpa sua. Em segundo, você estará mais inclinada a resistir à idéia de justiça própria, à qual nós, mulheres, frequentemente nos entregamos, ao pensar: "Ele só precisa controlar-se!". Em terceiro, você terá compaixão por ele em seu coração, e isso, espero, acalmará qualquer tempestade de ira que, de outraforma, iria governá-la. Enfim, será possível saber exatamente como orar por seu esposo. * Incentivo bastante todas as esposas a lerem o livro do meu marido, At the altar of sexual idolatry (No altar da idolatria sexual), para terem uma percepção tremenda sobre o que o dependente sexual experimenta e o que é necessário para ele vencer o problema. Nota do Digitalizador: Temos esse livro no acervo do Semeadores da Palavra: No Altar Da Idolatria Sexual- Steve Gallagher LIDANDO COM AS SUSPEITAS Querida Janet Muito boa é a sua pergunta sobre confrontar ou não o seu marido por causa das suas suspeitas. É importante que você avalie primeiro se as suas suspeitas estão fundamentadas em fatos reais ou apenas no medo. Os homens em pecado sexual podem ser muito espertos e extremamente bons para disfarçar. A maioria se aperfeiçoou na arte de enganar e leva vida dupla durante muitos anos. No entanto, o Senhor conhece toda a verdade sobre o que um homem faz na vida privada. Por conseguinte, a esposa deve realmente voltar-se para Deus e pedir ajuda para descobrir tudo o que está ocorrendo. Experimentei os dois lados da moeda: viver com medo obsessivo, apenas esperando a próxima revelação devastadora, e com esperança, aguardando confiantemente o Senhor operar. Recordo-me de uma experiência em Los Angeles antes de Steve voltar-se para Jesus. Ele trabalhava no turno da noite na delegacia e, geralmente, ia para casa por volta das oito horas. Mas, em uma determinada manhã, chamei-o várias vezes do meu emprego. Não obtive resposta. Meu coração começou a afundar. Eu sabia que algo estava errado, pois, naquela época, meu marido entrava e saía do pecado sexual o tempo todo. Era possível que tivesse ido a uma loja ou a qualquer outro lugar, mas senti que ele não estava fazendo boa coisa. Para mim, seu desaparecimento era um sinal intrigante de que, talvez, estivesse com uma prostituta. Não pude falar com ele antes de voltar para casa naquela noite. Sem fazer rodeios, perguntei-lhe diretamente se ele estivera com alguém durante o dia. Ele, é claro, jurou que não, mas não acreditei em uma palavra sequer. Continuei questionando-o até que, finalmente, ele admitiu ter estado com uma prostituta. Naqueles dias, eu não conseguia discernir quando Deus estava revelando-me algo ou quando se tratava apenas das minhas suspeitas perturbando-me. Com freqüência, ao pressentir que ele estava sendo infiel, eu estava errada. Mesmo depois que Steve acertou sua vida diante do Senhor e começou a mudar, eu ainda suspeitava demais. Fiquei dessa forma durante os vários anos em que ele já estava andando em vitória. Eu imaginava toda sorte de cenário quando ele estava sozinho ou se atrasava para voltar. Na verdade, tornei-me tão paranóica e medrosa nos anos em que meu esposo esteve em pecado, que, acredito, o diabo ganhou alguma espécie de posição segura em mim. Se eu tivesse verbalizado meu medo, provavelmente, nós dois teríamos acabado na justiça para nos divorciarmos. Minha obsessão com o que ele estava fazendo, pensando, dizendo, conspirando, dentre outras coisas, reforçava os meus temores. Quando o telefone tocava e eu não conseguia perceber com quem ele estava conversando, eu imaginava que se tratasse de uma amante secreta. Para meu alívio e embaraço, acabava sendo algum amigo nosso. Minha imaginação hiperativa me manteve na prisão do desespero durante todo aquele período. Como você sabe se suas dúvidas estão enraizadas no medo e influenciadas pelo diabo ou estão fundamentadas em fatos e são divinamente inspiradas? Aqui estão algumas perguntas que você pode fazer para si mesma: Qual tem sido o comportamento de seu marido durante os últimos seis meses? Você realmente o flagrou em pecado? Existe alguma evidência que justifique as suas suspeitas? Por exemplo, ele tem voltado tarde do trabalho? Tem desaparecido dinheiro sem que ele explique? Seu esposo dá respostas vagas ou não parece sincero? Ele tem ficado zangado, na defensiva ou agressivo como, talvez, ele tenha sido no passado? Como ele trata você e as crianças? Como está a caminhada dele com Deus? Ele parece faminto pelo Senhor? Ele espera o momento de ir à igreja, ou procura um jeito de não ir? Seu marido passa um tempo com o Pai todos os dias? Está lendo a Bíblia? Ou passa horas sentado na frente da televisão? Conhecemos um ministro com uma personalidade amabilíssima, mas é um exemplo de enganador. A esposa jamais imaginou a transgressão vulgar (bestialidade) em que ele estava envolvido, por causa do tratamento que dava a ela, aos filhos e aos outros. Felizmente, o Senhor continuou a revelar para ela o pecado dele. E importante que a esposa esteja no limite entre a confiança e a precaução. Um extremo mantém a mulher na ignorância, e o marido, no pecado secreto; o outro submete a mulher a uma terrível vida de medo que nunca desaparece completamente, não importando o quanto o cônjuge tente. Eu a animo a usar as perguntas listadas anteriormente como ferramentas para ajudá-la a avaliar honestamente as suas suspeitas. Se, após respondê-las, ainda não tiver algo de concreto, exceto um senso perturbador de que algo está errado, ajoelhe-se diante de Deus. Coloque deliberadamente seu marido nas mãos do Senhor. Depois, peça-Lhe que revele algum pecado secreto com o qual ele possa estar envolvido. Finalmente, ore para que o Todo-Poderoso a liberte de qualquer medo que domine a sua vida. Confie no fato de que Ele responderá às suas orações. POR QUE DEVO AGUENTAR ISSO? Querida Lauren Sim, concordo que a sua vida seria provavelmente muito mais fácil sem toda essa dor no coração e essa tristeza por causa desse casamento. Mas ter uma vida confortável, sem sofrimento, significa tanto para você a ponto de terminar seu casamento por causa do vício do seu esposo? Isso realmente justifica o divórcio? Sei que concorda que algumas coisas são importantes o suficiente para lutar por elas. Todos nós enfrentamos a adversidade e o sofrimento na vida, simplesmente porque este mundo está, na maior parte, nas mãos do inimigo. O modo como respondemos à dor determinará, em grande extensão, o caminho que nossa existência toma com Deus. Para o coração que busca, existe uma única resposta: uma disposição humilde para entregar o coração golpeado pela angústia nas mãos do Pai celestial. Essa resposta vem do desejo de ser mais como Jesus. E a submissão de todo ser ao Onipotente, aos Seus processos que transformam vidas. Ter um marido em pecado sexual é tão doloroso quanto humilhante. Ajuda uma mulher a perceber a própria necessidade do Senhor em sua vida. E difícil estar nessa posição de desespero e dor, mas, porque Deus é atraído para os aflitos, a Sua presença pode fazer dessa circunstância uma situação gloriosa com a qual nada se compara na terra. Entretanto, não interprete mal, pois Deus usa esse sofrimento para purificar a mulher do egoísmo, da justiça própria e da auto-suficiência. Por meio dessa provação feroz, a compaixão dela pelas necessidades dos outros cresce e amadurece. Depois de ter o coração despedaçado, a esposa tende a ver mais as necessidades do que os fracassos do cônjuge. Existe uma outra resposta a esse sofrimento: uma amargura justificável quando se foi ferido pelo pecado do outro. E fácil uma esposa ver-se como vítima do erro do marido, mais especialmente quando ela está rodeada por outras pessoas que a tratam assim. Naturalmente, é verdade que, de uma forma bastante real, a mulher é vitimada pela transgressão do esposo. Entretanto, é importante que ela lembre que todo ser humano é atingido, de uma forma ou de outra, pela iniqüidade dos seus semelhantes. E uma parte inevitável da vida. A amargura pode levar o coração de uma pessoa a afastar-se de Jesus. Tudo o que se faz vem do coração. A maneira pela qual os cristãos tratam aqueles que os ferem é um aspecto importantedo cristianismo. Devemos lembrar que o nosso Salvador sofreu açoites, humilhação, e foi assassinado. Contudo, Ele nunca retaliou seus opressores. Leia as palavras de Pedro com relação a esse assunto: Porque é coisa agradável que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas, se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas, o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano, o qual, quando o injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente. (1 Pedro 2.19-23) O Senhor deseja consolar a mulher em seu sofrimento e, depois, usar o problema para ajudá-la a crescer e se tornar mais semelhante a Cristo. No entanto, se ela não cresce e se vê sempre como vítima, nada de bom pode ser alcançado em sua vida por meio da dificuldade: terá sofrido em vão! Em vez de perceber o Senhor ao seu lado no decorrer de toda a prova, ajudando-a, guardando-a, sustentando-a e moldando-a, tudo o que ela consegue enxergar é o fato de ter sido prejudicada por alguém. Acredito que a única razão pela qual Deus permite que passemos por tanta dor é para nos trazer dessa forma a revelação sobre como somos realmente, com o objetivo supremo de nos fazer mais parecidos com Jesus. Uma ilustração que o meu marido Steve usou no passado é a do tubo de pasta de dente. Quando você o pressiona, a única coisa que sai é o conteúdo. Da mesma forma, quando a aflição começa a nos apertar, o que está em nosso interior sairá. Outra ilustração é a de que, quando o fogo é aplicado ao metal, as impurezas sobem para o topo, onde podem ser retiradas. Deus está muito decidido, eu creio, a conseguir que sejamos autênticos com Ele e conosco. Os dias do cristianismo superficial estão chegando ao fim. O Pai fará com que olhemos para o nosso interior e vejamos como somos realmente, a fim de nos arrependermos e nos tornarmos o povo santo como Ele deseja. Também sofri demais nas mãos de um esposo infiel, mas chegou um momento em que comecei a ver além do pecado dele e a reconhecer a minha necessidade de correção e ajuda. Uma vez atingida essa percepção, toda a minha perspectiva mudou. Agora posso olhar para trás, para aquele período da minha vida e, com toda a sinceridade, agradecer a Deus cada porçãozinha do meu passado. Por quê? Porque essa experiência difícil foi o único caminho para que Ele pudesse ajudar-me em minha carência. Antes de passar por aquela aflição, meu senso de necessidade de Deus era muito superficial, mas a dor e a rejeição me fizeram dobrar os joelhos e colocaram algo profundo em mim. Isso fez valer a pena tudo o que atravessei. Imagino que tenha à sua volta aqueles que estão estimulando a idéia: "Por que devo agüentar isso?". A resposta a essa pergunta tem duas partes. A primeira é que você suportará a dor da infidelidade mental do seu marido, porque almeja estender a ele a mesma misericórdia e o mesmo perdão que o Senhor proporcionou à sua própria vida. A segunda é a sua opção de permitir que o Soberano use esse tempo para moldá-la à imagem de Cristo, em vez de fugir. Espero que esta carta a anime a tudo sofrer, tudo crer, tudo esperar, tudo suportar. O amor nunca falha (1 Co 13.7,8). A ESPOSA ENCORAJADORA Querida Ann Apreciei muito o seu desejo de ser uma bênção para o seu esposo. A vida fica bem mais fácil quando se tem um cônjuge que está realmente tentando fazer alguma coisa certa. A chave para a sua vida vitoriosa é a fidelidade e a perseverança. Se o seu esposo permanecer diligente e escolher fazer as coisas que Deus lhe tem mostrado, ele conseguirá! Seu papel é ser líder da torcida do seu marido não só quando ele marca um ponto, mas também depois de cada vez que ele tocar a bola! Procure nunca relembrar os erros dele. Da melhor maneira que puder, crie uma atmosfera agradável no lar.1 Deixe-o saber que você está totalmente comprometida com ele. Não interessa o dia que seu esposo teve; mostre que você está por perto. O desejo sincero de andar em vitória irá capacitá-la para apoiá-lo completamente. Estou feliz em saber que você lhe tem correspondido nos momentos de intimidade. Muitas esposas punem os cônjuges na cama, rejeitando as propostas amorosas deles.2 Entretanto, o que elas não percebem é que, com freqüência, isso piora as coisas. Em geral, quanto mais satisfeito um marido estiver em casa, menos inclinado estará a procurar fora! Em 1 Coríntios 7.5, Paulo adverte os casais: 1 Existe uma pequena diferença entre deixar um marido permanecer no pecado e criar uma atmosfera agradável no lar. Essa atitude do esposo permite isso (cartas a Judy e Robin) 2 Novamente, há um outro lado. Há ocasiões em que a abstinência é a melhor atitude, especialmente quando existe um receio legítimo de que o marido transmita alguma doença sexualmente transmissível. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consen- timento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes a oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência. Por favor, continue a encorajar seu esposo a ter o momento diário com o Senhor. Como você sabe, é essencial apoiá-lo, sem irritá-lo. Talvez, você possa até sugerir que os dois passem juntos um tempo com a leitura da Bíblia todas as noites. Quando seu marido amadurecer na caminhada com o Senhor, um dia, ele atravessará a linha divisória, e o pecado sexual ficará completamente para trás. Imagino que, quando esse momento chegar, ele terá a dizer alegremente sobre a sua esposa: Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem- aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo: Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior. Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. (Pv 31.28-30). A ESPOSA IRADA Querida Deborah É difícil saber como responder à sua carta. Estou muito triste pela profundidade de sua mágoa com relação ao seu marido. Fiquei com a impressão de que mais do que procurar ajuda, você simplesmente queria descarregar toda a raiva por causa da infidelidade dele. De qualquer forma, tentarei filtrar por meio da amargura expressada em sua carta e espero dizer alguma coisa tão significativa quanto útil. Minha oração é que você permita que Deus amacie o seu coração, para conseguir receber a vitória da qual necessita desesperadamente. Sua falta de vontade em amar seu esposo não deixa espaço para um Pai de amor. Jesus disse: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. (Mt 6.14,15). Eis por onde você tem de começar: pelo perdão. Para se acertar com Deus, precisa estar disposta a perdoar ao seu marido, seja qual for o pecado que ele tenha cometido. Jesus diz isso! Sem dúvida, você foi ferida no que é, provavelmente, a área mais sensível da alma de uma mulher - a dedicação e a fidelidade do seu marido. A dor é real, e o Senhor compreende as lutas que uma esposa trava com a ira. Quando alguém é ferido desse jeito, é natural que levante um muro ao redor do seu coração. Entretanto, espera-se que os cristãos ainda procurem obedecer a Deus. Muitas mulheres suportaram o que você está sofrendo agora. E necessário um pequeno esforço para desenraizar os sentimentos da amargura. É muito fácil odiar quando você foi ferida ou violada de alguma forma, mas Jesus nos ensina uma maneira melhor de responder a esse mau trato: Amai a vossos inimigos (Mt 5.44a). Amar alguém difícil de ser amado requerhumildade, paciência e verdadeira força de caráter. Deborah, é possível libertar-se ainda hoje da prisão à qual você mesma se submeteu. Procure arrepender-se do ódio que consumiu seu coração e, depois, permita que Cristo ame seu marido por seu intermédio. Parece impossível, mas não é! Você pode fazer isso porque Jesus nos mostrou como agir. Ele foi acusado falsamente, espancado com brutalidade e crucificado entre dois criminosos, mas jamais sucumbiu à tentação de odiar. Em vez disso, enquanto era pregado na cruz, orou pelos Seus perseguidores. Portanto, porque o Mestre é o nosso Exemplo, podemos escolher estar naquele mesmo Espírito, em lugar do espírito de homicídio, que é a marca registrada deste mundo. Não há algo mais parecido com Deus do que o perdão. Faça agora a seguinte oração: "Querido Senhor, eu me arrependo da minha amargura, do meu ódio, egoísmo e orgulho. Por favor, ajuda-me a aprender com o exemplo do Teu sofrimento. Dá-me o desejo e o poder de perdoar ao meu marido. Ajuda-me a amá-lo como Tu o amas. Em Nome de Jesus, amem! SINTO-ME COMO SE ESTIVESSE ENLOUQUECENDO! Querida Anna Você expressou enfaticamente a agonia de muitas mulheres: “Meu marido é um mentiroso, ou estou apenas imaginando tudo? Não sei mais no que acreditar. Sinto-me como se estivesse enlouquecendo”! Segundo diz em sua carta, Anna, é óbvio que seu marido a está controlando. Você mencionou que, ao tentar discutir sobre os problemas do casamento, ele, de alguma forma, distorce toda a conversa, esquece a própria responsabilidade e faz sempre de você o ponto principal da discussão. Sua carta declara ainda que, quando o confronta com uma evidência inegável da infidelidade, seu esposo consegue deixá-la tão confusa como “se fosse uma idiota”. Deixe-me dizer-lhe: já passei por isso e fiz igual! Experimentei a mesma coisa com Steve. Quando eu tentava conversar sobre o envolvimento dele com o pecado sexual, ou mesmo quando me maltratava, ele tomava conta da conversa, com esperteza, e, de um modo ou de outro, colocava o foco em mim. Ate hoje, não sei exatamente como. Toda vez, ao final da nossa discussão, eu me sentia como se tivesse feito uma grande tempestade por nada, ou que estava apenas imaginando coisas. Uma das razões para ele escapar como fazia é porque eu queria desesperadamente acreditar no melhor sobre o meu esposo, e ele era capaz de tirar partido disso com sua personalidade forte, dominadora. Usando com facilidade tanto a força bruta quanto a sua capacidade de enganar, ele me intimidava emocionalmente até levar-me à submissão. Acontece que as minhas suspeitas acertaram o alvo. Quando, finalmente, percebi que era uma causa perdida tentar convencer Steve a agir corretamente, simplesmente desisti. Recusei-me a aceitar as mentiras, a manipulação e a mania dele de dormir fora de casa. Eu sabia que, enquanto tolerasse isso, ele permaneceria sem vontade para reconhecer seu problema e lidar com a questão. Anna, você deve ser forte e ficar firme no seu relacionamento com o Alfredo no futuro. Pelo que pôde compartilhar em sua carta, não existe dúvida de que ele é infiel. Como seu esposo não está respondendo com sinceridade durante as discussões, você pode considerar a necessidade de uma separação temporária. Pode ser justamente a sacudida de que ele precisa! Peça ao Senhor a sabedoria para fazer o melhor e a força para seguir aquilo que Ele puser em seu coração. PARE JÁ COM ISSO Querida Janie Em sua carta mais recente, você perguntou: "Por que ele não pode simplesmente parar com isso?". Nós, mulheres, que nunca vivemos somente para o sexo, não conseguimos compreender o que há de tão difícil em dizer não para o pecado sexual. Frequentemente, usamos aqueles versículos da Bíblia que você citou para fortalecer o nosso argumento: Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel éDeus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. Portanto, meus amados, fugi da idolatria. (1 Co 10.13,14). No entanto, você precisa entender que, se fosse fácil para o seu marido, o problema dele não seria chamado de vício. Por definição, um comportamento vicioso é um hábito incontrolável, do qual é difícil desistir e, quase sempre, leva a conseqüências negativas. Tome, por exemplo, uma jovem pros- tituta, viciada em cocaína, que vive nas ruas de Nova Iorque. Talvez, em algum momento, ela anteveja um futuro brilhante à sua frente. Entretanto, ao longo dos anos, a vida dela torna-se um ciclo vicioso de degradação e miséria. Para nós, parece tão ridículo que uma mulher jogue fora a vida desse jeito, porque, talvez, não compreendamos o poder avassalador do pecado. Ou será que compreendemos? O que dizer daquele mau hábito da fofoca, do qual você se arrependeu dúzias de vezes? Frequentemente, não temos compaixão pelos outros que estão presos a alguma transgressão contra o qual nunca lutamos. E muito fácil ter justiça própria e apontar o dedo para condenar alguém com um problema que o domine. Durante anos, fui uma consumidora compulsiva. Comprava roupas, utensílios para a casa e qualquer coisa que parecesse uma barganha ou uma necessidade. Sem usar a sabedoria, gastava dinheiro de uma maneira frívola e egoísta. Mas, pelo fato de a cobiça não ser mencionada na Igreja americana, eu era capaz de justificar as minhas constantes desculpas para aquela conduta. Steve estava preso pelo pecado sexual, e eu, presa pelo vício de jogar dinheiro fora em coisas desnecessárias. Aos olhos de Deus, eu era má administradora e tão errada quanto Steve, provavelmente mais, por causa da minha justiça própria. A passagem bíblica citada aplica-se a todo cristão genuíno que aprendeu a apropriar-se do poder de Deus em sua vida. Entretanto, qualquer um que aceite Jesus Cristo, depois de anos de profunda escravidão, deve aprender a andar na verdade desses versículos. Com freqüência, não é fácil para um cristão imaturo conseguir escapar em meio a uma tentação dominante. Por que seu marido simplesmente não pára? Parece que ele está tentando sinceramente resistir à tentação. A mudança exige tempo. Fracassos podem ser quase esperados ao longo do caminho. Seja paciente e demonstre-lhe compaixão. Deus está trabalhando na vida de seu esposo e, seguramente, parece que ele está respondendo. Aproxima-se rapidamente o dia em que ele há de parar, pela graça de Deus! “CONDENAÇÃO E ADORAÇÃO” Querida Karen Sei bem como se sente, questionando sua caminhada com Deus por causa do jeito de tratar seu marido de vez em quando. O Senhor compreende a sua luta. Não seja dura demais consigo mesma. Cada um de nós nasce com uma natureza pecadora. Entretanto, quando ferimos ou ofendemos os outros, podemos demonstrar-lhes arrependimento, e também a Deus. Em seguida, fazemos o possível para não repetir o erro. É o que o Senhor espera de nós. Em troca, nossos pecados não são apenas perdoados, mas, sim, colocados em um mar de esquecimento. Você perguntou: "Como posso adorar o Senhor quando, por dentro, sinto-me tão mal?". Isso demonstra que você não tem uma compreensão plena do seu relacionamento com Deus. Nós, cristãos, somos constantemente presos ao conceito errôneo de que temos de ser, em primeiro lugar, completamente obedientes antes de ousar entrar na presença do Pai. Existe um grau de verdade nisso. Nunca devemos chegar à sala do trono do Todo-Poderoso de maneira presunçosa ou irreverente. Por favor, tenha em mente que nosso Pai celestial sabe que somos humanos e, inúmeras vezes, não percebemos o alvo. Não obstante, Ele nos ama e deseja ter uma comunhão constante conosco. Quando O adoramos de coração, nós nos unimos a Ele espiritualmente, situação bem parecida com o que ocorre quando os cônjuges fazem amor um com o outro. Infelizmente, muitas pessoas "põem os carros antes dos bois", por assim dizer. Elas consideram quese devem tornar santas antes de ser íntimas com Deus. Não é assim! Quando chegamos humildemente diante do Senhor, pela graça dEle, temos autorização para entrar em Sua santidade, a qual nos faz desejar agir corretamente. Entretanto, o maligno tenta convencer-nos de que, primeiro, devemos punir-nos antes que o Pai sequer ouça as nossas orações. Quando acreditamos nessa mentira deslavada, somos nossos próprios juízes. O relacionamento com o Senhor torna-se completamente fundamentado em nosso desempenho, isto é, naquilo que realizamos ou deixamos de realizar. Então, estamos no centro, em vez de Jesus; este é precisamente o alvo do diabo. Mas a verdade nessa questão é que, quando confessamos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9). Ensinamos aos homens do programa de residência para irem às reuniões prontos para adorar a Deus, mesmo se agiram como o próprio diabo 15 minutos antes do encontro! O melhor jeito de se libertar de um espírito demoníaco é se arrepender e entrar no Espírito do Senhor. O arrependimento não envolve apenas o nosso afastamento do pecado, mas também significa que nos voltamos para o Altíssimo. Você luta contra a amargura que sente quando seu marido é infiel. Ressalto, no entanto, que o melhor remédio para a água amarga do poço é jogá-la fora e substituí-la pela Água da Vida! Karen, algumas das minhas experiências mais libertadoras ocorreram quando eu descobria um lugar tranqüilo para me desligar de todas as distrações do mundo, ajoelhava-me e começava a contar para Jesus o quanto eu O amava. Embora a maioria das minhas duas horas com o Senhor, de manhã, seja gasta em oração e estudo bíblico, também tento passar um tempo simplesmente adorando o Senhor. Gosto particularmente da música de Hillsong e Vineyard, porque esses grupos parecem ter uma unção real de nos levar à sincera adoração ao Soberano. Há ocasiões em que eu me torno tão dominada pela bondade de Deus, que acabo com meu rosto enterrado no tapete, chorando. Em outras ocasiões, fico tão entusiasmada por Sua presença, que começo a dançar! Gosto de adorar o Senhor Jesus e contar-Lhe como eu O amo e aprecio tudo o quanto Ele tem feito por mim. Várias esposas comentaram que elas expressariam tal gratidão somente se seus casamentos fossem restaurados. Mas, deixe-me dizer-lhe que isso, simplesmente, não é verdade. Se você não aprender a adorar o Altíssimo e agradecer-Lhe em meio às provações, certamente, nunca fará isso com sinceridade quando estas terminarem. Quanto mais você louva o Senhor, mais deseja adorá-lO, sejam quais forem as circunstâncias. Quando sentir que não há alguém com quem possa contar, encontre abrigo e tenha plenitude de alegria na presença do Todo-Poderoso. Por favor, lembre-se de que o Pai almeja estar com você, apesar dos seus fracassos. Simplesmente, arrependa-se e entre na presença de Deus! A OBSESSÃO ERRADA Querida Bernice Compreendo seu desejo profundo de ver seu marido arrepender-se para que seu casamento rompido seja restaurado. Entretanto, suspeito que você esteja cometendo o mesmo erro que cometi uma vez: está obcecada por ver isso acontecer. Salomão disse: A esperança demorada enfraquece o coração (Pv 13.12a). Bernice, assim como a preocupação do seu marido com sexo irá deixá-lo vazio e miserável, sua obsessão fará o mesmo com você. E bem melhor (e mais sábio) focalizar sua atenção no Majestoso, no Alfa e Omega, no Ancião de Dias. Somente Ele pode preencher o vazio em seu coração e confortá-la em meio à sua dor. Só Jesus é capaz de tratar e curar suas feridas tão profundas. A alegria dEle é sua força (Ne 8.10). E preciso ter em mente que o Pai a está treinando. Você quer que esteja tudo bem, mas o Senhor não está pensando nesses moldes. E mais importante para Ele que você tenha algo substancial em seu interior que seja dEle. A preocupação do Pai é o seu bem-estar eterno, não necessariamente sua felicidade temporária. Você se tornou obcecada em seus esforços para acumular tesouros na terra, mas, Bernice, esses tesouros são suscetíveis à ferrugem e ao mofo. Deus está tentando dar-lhe riquezas eternas. O pecado do meu marido era também encarado nor mim como uma interrupção indesejada da vida "feliz para sempre", como sonhei que teríamos juntos. Mas sou muito grata hoje por tudo de bom em resultado disso! Sou agradecida porque Deus não teve uma varinha mágica para me conceder o que eu queria e da forma como supliquei na ocasião. Em cada passo da caminhada, Ele me levou a algo de que eu precisava desesperadamente: intimidade verdadeira com Ele. Então, encorajo-a a conservar seus olhos fixos no Senhor e a permitir- Lhe que faça a obra maravilhosa em sua vida, mas do modo realmente necessário. VOZES DEMAIS Querida Cynthia É difícil imaginar como deve ser duro ter uma família assim tão contra o seu casamento. Quando se casou com James, você entrou em um relacionamento exclusivo, ao qual ninguém mais tem qualquer direito de acesso. Você terá de ser a pessoa a estabelecer esse fato para os membros da sua família, que, aparentemente, acham que lhes cabe dizer como administrar a sua vida conjugal. Em Gênesis, o Senhor disse: Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos uma carne. (Gn 2.24). O mesmo vale para a filha que se casa. Pode ser muito confuso ouvirmos vozes demais. Todos têm uma opinião sobre como você deve lidar com uma determinada situação; geralmente, a opinião de todos é diferente. E raro encontrar uma família que seja objetiva e, ao mesmo tempo, dê apoio quando vê um amado ferido ou atribulado. Por que sua família quer que se divorcie de James? Como isso irá ajudar você? E o que Deus lhe está dizendo? Algumas vezes, familiares bem-intencionados não percebem a verdadeira condição dos próprios corações, ou seja, que eles mesmos têm justiça própria e estão sujeitos ao pecado. Insisto enfaticamente a não permitir que seu pai e sua mãe a aconselhem, porque já demonstraram estar aborrecidos e magoados com um irmão no Senhor. Cynthia, se sua posição quanto ao casamento levá-la a romper com sua família, você pode ser forçada a decidir o que é mais importante. Uma coisa posso assegurar-lhe: se tiver sobrado alguma esperança, ainda que seja mínima para o seu matrimônio, então, Deus está nela. Agarre-se ao conselho do Senhor e ouça a voz dEle. Espero que isso sirva para encorajá-la. PREENCHENDO O VAZIO Querida Susan Aprecio realmente como você derramou o seu coração na carta. Sei, em primeira mão, o que é buscar as coisas indignas a fim de trazer uma satisfação momentânea. Durante os anos iniciais do meu casamento, desperdicei muitas horas e gastei milhares de dólares apenas para me sentir melhor. Por quê? Bem, na maior parte do tempo, sentia- me vazia e só. Minha vida parecia sem sentido. Assim, no desespero, tentei preencher o vazio fazendo compras. Nunca estava satisfeita com o que possuía. Uma parte de todos os talões de cheques era gasta em alguma roupa nova. Eu tinha de arrumar o cabelo e fazer as unhas frequentemente. Mais tarde, entrei para a decoração de interiores. Estava em missão para arrumar a casa. Comprava constantemente mobília nova e pequenos enfeites aqui e ali. Quando adquiria algo novo, quer fosse uma roupa ou um conjunto para o quarto, eu me sentia maravilhosamente bem por alguns dias. Depois, o sentimento de vazio retornava e permanecia até a próxima loucura de compras. Agora, em retrospecto, vejo que quanto mais comprava, maior era a sensação de vazio. Na ocasião, nunca me ocorreu que eu pudesse estar fazendo algo que desagradasse a Deus. Naturalmente, comprar uma saia nova não é pecado. Contudo, na realidade, eu tinha-me tornado tão obcecada em gastar dinheiro quanto meu marido era obstinado por sexo. Enquanto meu pecado parecia inocente, comparado
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