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A NASALIDADE NAS VOGAIS PRODUZIDAS POR SERGIPANOS6

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A NASALIDADE NAS VOGAIS PRODUZIDAS POR SERGIPANOS 
 
 
Daiane Santana Santos – UFS (daianesantana0905@gmail.com) 
Orientadora: Vanessa Gonzaga Nunes – UFS (vanessagnunes@yahoo.com.br) 
 
 
RESUMO: Diz-se que um segmento vocálico nasal ocorre quando há um abaixamento 
do véu palatino, fato que permite que o fluxo de ar egressivo seja lançado 
concomitantemente pela cavidade oral e pela cavidade nasal (SEARA; NUNES; 
LAZZAROTTO-VOLCÃO, 2011). No entanto, sabemos que a nasalidade se manifesta 
de formas diferentes, dependendo as línguas do mundo. Diz-se que o PB tem doze vogais, 
sendo sete orais e cinco nasais. Seara (2000) observou que as vogais nasais do PB 
apresentam três momentos distintas: um momento oral, seguida por um momento nasal 
em que o murmúrio se sobrepõe à vogal e um momento final, correspondendo ao 
murmúrio nasal. Mendonça e Seara (2015) aprofundaram os estudos sobre nasais 
investigando dados aerodinâmicos obtidos através de um piezo-elétrico e chegaram à 
conclusão de que a nasalidade pode ser progressiva, ou seja, com fluxo de ar nasal à 
direita; regressiva, ou seja, com fluxo de ar nasal à esquerda; ou dupla, ou seja, com fluxo 
de ar nasal à esquerda e à direita. Mendonça (2017), que estudou a nasalidade no falar 
florianopolitano, atestou que o grau de nasalização está trelado à consoante nasal que 
sucede a vogal e que as vogais altas apresentam índices de nasalização significativamente 
mais elevados, seguida das vogais médias. Apesar de aprofundadas, tais descrições de 
nasais, no entanto, ainda levam pouco em consideração as variedades linguísticas do PB. 
De oitiva, o falar nordestino parece apresentar vogais com grau de nasalidade superior à 
de outros estados como do Sul, por exemplo. O presente trabalho investiga, portanto, a 
nasalidade de vogais produzidas por sergipanos, naturais da cidade de Itabaiana. 
Participaram deste estudo três locutores, sendo um homem e duas mulheres que leram um 
corpus (desenvolvido por Izabel Seara) formado por logatomas, como “papanha e 
penhapa” ou “papema e pemapa”. Os dados coletados com sergipanos, se comparados 
aos de Mendonça (2017), apontam para uma maior cobertura do traço nasal sobre as 
vogais nasalizadas. No que concerne a nasalidade regressiva, por exemplo, o traço nasal 
se encontra espraiado por toda a vogal, enquanto, nos dados da pesquisadora, a nasalidade 
não se faz presente ou é percebida apenas no fim da vogal que antecede a consoante. 
Ainda que o estudo seja preliminar, os dados apontam para a inferência de que as vogais 
nasais dos sergipanos apresentam apenas duas fases (momento nasal e murmúrio), 
diferentemente do que descreve a literatura para outras variedades. 
 
Palavras-chave: nasalidade, vogais nasais e nasalizadas, variedade sergipana

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