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1 Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ Disciplina: Português V Coordenador: Elaine Alves Santos Melo AD2 – 2020. 1 Aluno(a): ______________________________________________________________________________________ Polo: _______________________________________ Matrícula: __________________________________________ Nota: __________________________________________________________________________________________ Com base no texto a seguir, faça as atividades propostas1: MARIA MARIA Maria, Maria, É um dom, Uma certa magia Uma força que nos alerta Uma mulher que merece Viver e amar Como outra qualquer Do planeta Maria, Maria, É o som, é a cor, é o suor É a dose mais forte e lenta De uma gente que rí Quando deve chorar E não vive, apenas aguenta Mas é preciso ter força, É preciso ter raça É preciso ter gana sempre Quem traz no corpo a marca Maria, Maria, Mistura a dor e a alegria Mas é preciso ter manha, É preciso ter graça É preciso ter sonho sempre Quem traz na pele essa marca 2 1 ATENÇÃO: Cópias de textos sem as devidas citações serão desconsideradas e acarretarão a atribuição da nota zero à questão Possui a estranha mania De ter fé na vida... (Milton Nascimento E Fernando Brant) 1- Dentre as palavras ESTRANHA- DOM- AGUENTA- PLANETA- GANA- MANIA- GENTE- SONHO- QUANDO- QUEM- cite somente aquelas que apresentam casos de: a. Vogal nasalizada (nasalidade fonética): (0,5) estranha, planeta, gana, mania, sonho b. Vogal nasal (nasalidade fonológica): (0,5) Dom, aguenta, gente, quando, quem c. Agora, discorra sobre Vogal Nasalizada e Vogal Nasal, em um texto coeso, coerente, com citações e exemplificações. (2,0) A vogal nasalizada (nasalidade fonética) ocorre quando uma vogal oral vem seguida, na sílaba seguinte, de uma das consoantes nasais /m, n, / e se trata de um caso de variação dialetal. Nesse caso, dizemos que a vogal é nasalizada. Os contextos categóricos de ocorrência de vogal nasalizada são: vogal tônica seguida de consoante nasal (exemplo: ga – na [gãn] e /gana/) e vogal oral (tônica ou não) seguida da consoante nasal palatal // (exemplo: so – nho sõ] e / soo/. Como se trata de variação fonética, o til sobre a vogal só aparece na transcrição fonética. Já a vogal nasal ocorre, obrigatoriamente, em todos os dialetos. Ortograficamente, você pode reconhecer a vogal nasal quando uma vogal vem seguida de uma consoante nasal (m ou n) na mesma sílaba como em “gen – te” ou quando a vogal vem grafada como til como em “Lã”. Há duas hipóteses acerca da existência ou não das vogais nasais: 1) vogal oral + elemento consonântico – nesse caso, a vogal assimila o ponto de articulação da consoante nasal. Na representação fonêmica, tem-se como resultado da neutralização das consoantes nasais com o arquifonema nasal /N/. Exemplo: “gente” [ ] /eNte/ ; 2) vogal nasal – fonemicamente, haveria uma distinção entre vogal oral X nasal, exemplificada em lá X lã. Como se trata de um caso de nasalidade fonológica, o til aparece tanto na transcrição fonética quanto na fonológica [lã] /lã/. Obs: Não há no texto exemplo de palavras com til, por isso o exemplo com “lã”) 2- Os padrões silábicos da língua portuguesa são variáveis no sentido de ortograficamente apresentar uma organização silábica que difere da organização fonética. Do ponto de vista fonético, faça a representação do padrão silábico das palavras abaixo. Use C para consoante; V para vogal; V’ para semivogal (ou glide): (1,0) Exemplo: Apenas: V CV CVC a. Alegria V CV CVC V b. Lenta CVC CV ou CV CV (conforme interpretado como vogal nasalizada ou vogal nasal) c. Aguenta V CV’VC CV ou V CV’V CV (mesmo caso acima) d. Suor CV VC e. Possui CV CV V f. Gente CVC CV ou CV CV (conforme interpretado como vogal nasalizada ou vogal nasal) g. Magia CV CV V h. Essa V CV i. Graça CCV CV j. Outra VV’ CCV As palavras “lenta” “aguenta” e “gente” podem apresentar duas configurações silábicas. Isso ocorre porque há a possibilidade de a vogal ser interpretada como vogal nasal, sendo representada, na escrita, pelo dígrafo 3 vocálico “en” ou a possibilidade de a vogal ser interpretada como vogal oral seguida de um arquifonema nasal /N/. 3-Observe as palavras a seguir e assinale a (s) alternativa (s) correta (s). Caso haja alternativa (s) errada (s), corrija-a (s), explicando a correção com base nos exemplos abaixo: (1,0) MARIA – ALERTA - PRECISO – DOM- SEMPRE- TRAZ- CORPO- LENTA- APENAS a. ( X ) Dentre as palavras com arquifonema, as que apresentam arquifonema /N/ são predominantes. b. ( ) No grupo, há apenas 2 palavras com tepe. São 4 as palavras com tepe: “Maria”, “Preciso”, “Sempre, traz”. c. ( ) Todas as palavras do grupo contêm arquifonema. Em “Maria”não há arquifonema d. ( ) Há, na lista, predomínio de palavras com o arquifonema /S/ O Arquifonema /N/ é predominante e ocorre 3 palavras: DOM, SEMPRE, LENTA, enquanto o Arquifonema /S/ ocorre 2 palavras: TRAZ, APENAS. e. ( ) O grupo apresenta arquifonemas nasais em “Maria”, “Dom” e “Apenas”. Há arquifonema nasal apenas em DOM, pois o arquifonema nasal só ocorre em posição de final de sílaba, nas palavras “Ma-ria” e “Ape-nas” a nasal situa-se em início de sílaba. 4- Retire uma palavra da música que: (1,0) a- apresente correspondência entre letras e sons Maria, viver, amar, apenas, suor, força, planeta, preciso, raça, gana.. (exceto as palavras com dígrafo consonantal) b- não apresente correspondência entre letras e sons qualquer, quem, chorar, possui, essa.. (abrange todas as palavras que contenham dígrafo consonantal). c- apresente somente sons orais É, certa, força, que, alerta, viver, outra, qualquer, do, a cor, suor, dose, forte, de, ri, deve, chorar... (penalizar palavras que contenham consoante nasais e aquelas com vogais nasais e nasalizadas). d- inicie com som nasal Maria, Manha, Marca, Merece, Mistura... Obs: considerar os casos de vogais nasais e nasalizadas -Um, Uma- pois o enunciado diz sons nasais e não “consoantes nasais”) e- inicie com um vozeado Maria, magia, mistura, manha, mas, dom, viver, do, merece, raça, gana, (além de todas as palavras iniciadas por vogais) f- inicie com um som desvozeado que, como, cor, qualquer, planeta, preciso, ter, sempre, certa, suor, força...(sons p,t,k,f) g- comece com um som lateral lenta h- termine com um som fricativo mas, nos, traz, apenas, ter, viver, amar, chorar, dor (sons terminados com as consoantes s,z r) i- apresente a sequência: consoante oclusiva + tepe preciso, sempre, traz, graça, alegria j- só tenha consoantes oclusiva que, de, do Obs: há outras ocorrências no texto – 0,1 para cada acerto 5- Fonologicamente, sabemos que o quadro das vogais no Português Brasileiro (Mattoso, 1970; Bisol, 2003 e 2010; Vieira, 2002) é diferente de acordo com a tonicidade da sílaba. Há vogais pretônicas, tônicas, postônicas não finais e postônicas finais. Discorra, em um texto coeso, coerente e com citações, sobre o comportamento fonológico das vogais postônicas finais no português brasileiro. Exemplifique com ocorrências do texto, explicando o que são arquifonemas. (2,0) Redação: 0,5 Apresentação das duas propostas que se encontram no livro: 1,0 ponto para cada 4 Diferenciar graus de tonicidade e atonicidade: 0,5 * Há outros exemplos que podem ser considerados no texto. Qualquer palavra que termine com a vogal “e” ou a vogal “o” Atenção:apenas destaquei, no texto, os trechos em que falo de cada parte da resposta, mas o aluno pode e deve construir o seu texto como achar melhor. Diferenciar graus de tonicidade e atonicidade O quadro de vogais do Português Brasileiro diferencia- se de acordo com a posição da sílaba em que a vogal se encontra, ou seja, importa o seu grau de tonicidade. Conforme Pereira (2015), há sílabas tônicas, ou seja, aquelas que apresentam o maior grau de tonicidade e duração, mas há também as sílabas átonas, chamadas de pretônicas e postônicas. Entre elas, a última apresenta o maior grau de atonicidade. Proposta 1 As postônicas finais sofrem uma redução drástica, quando comparadas às vogais tônicas, pois enquanto nestas há sete vogais, naquelas há apenas três em vários dialetos do Português Brasileiro. São as seguintes vogais /a/, /i/, e /u/, portanto restam as vogais central, alta anterior não arredondada, e alta posterior arredondada. Um quadro que dada a redução, nos permite falar em neutralização das vogais médias em altas. Vejam que não há, nesta proposta, vogais médias. Proposta 2 Hora (2014), por outro lado, afirma que a redução do quadro das vogais postônicas finais varia de acordo com fatores geográficos ou linguísticos, como por exemplo, a presença de sílaba travada por consoantes, como em “partir”. Para o autor, no sul do Brasil, há a coexistência de vogais médias-altas e vogais altas em posição átona final, como em [meREse] ou [meREsI] ou [pResizo] ou [pResizU]******. Não há, portanto, neutralização. Fato que nos permite dizer que, segundo esta proposta, não há arquifonema nas vogais postônicas finais. 6- Com base no dialeto carioca, faça a Transcrição Fonética e a Fonológica das palavras abaixo: (2,0) 7- a. Dom [õ] /dõ/ ou [dõ] /doN/ b. Mulher [] [] /R/ c. Qualquer [w] /alR/ d. Chorar [] [] /R/ e. Manha [ã] /a/ Obs: há a possibilidade também de a transcrição ser sinalizada com um ponto para marcar a sílaba. Ex: [ã.] /a./ BOA PROVA!
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