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Semana 06 – Algumas forças iniciais e aplicações do princípio fundamental da dinâmica 1. Força Peso Definição da força peso que está na ISO 80000-4 (2006) → é o produto da massa pela aceleração de queda livre local (gravidade). P⃗⃗ = mg⃗ O módulo do vetor gravidade na superfície da Terra vale aproximadamente 10 m/s2. Já na Lua, por exemplo, vale aproximadamente 1,6 m/s2. A gravidade do corpo celeste depende de seu raio e da sua massa. Por isso os valores são diferentes. Exemplo: Qual o módulo da força Peso que um menino de 60kg de massa sofre na superfície da Terra? E da Lua? Resolução: Na Terra: P = mg = 60.10 = 600N Na Lua: P = mg = 60.1,6 = 96N Obs.: Note que a massa não muda, independente de onde o corpo estiver. 2. Forças de Contato 2.1. Normal Quando um objeto está no chão, em uma parede ou até mesmo em outro objeto, está exercendo uma força nessa superfície. A Essa força de contato é chamada de Normal. Este nome é dado porque a força tem sempre uma direção normal (perpendicular) à superfície. Veja as figuras abaixo: Note que a força Normal é normal à superfície em ambos os casos. Não há fórmula da força normal. Ela é obtida nos exercícios, de modo geral, fazendo uso da 2ª lei de Newton. 2.2. Atrito A força de atrito é um tipo de força de contato, assim como a normal. O atrito atua na direção paralela à superfície de contato, ou seja, perpendicular à atuação da normal. Existem dois tipos de forças de atrito: 2.2.1. Atrito Cinético (𝑭𝑨𝑻𝑪 ) 𝑭𝑨𝑻𝑪 = 𝝁𝑪𝐍, onde o μC é uma grandeza admimensional (é um número sem unidade) que indica o quão ásperas ou polidas são as superfícies dos materiais que estão em contato entre si e se movimentam, um em relação ao outro. Essa grandeza adimensional se chama coeficiente de atrito cinético. Se a superfície for muito rugosa, por exemplo, o coeficiente será alto. O coeficiente de atrito cinético entre o pneu e o asfalto (carro deslizando durante a frenagem) em dias chuvosos é menor que em dias secos, diminuindo o atrito. Por isso é prudente dirigirmos com uma velocidade menor em dias chuvosos. Perceba também que a intensidade da força de atrito cinético é proporcional ao módulo da normal. COLÉGIO PEDRO II – CAMPUS TIJUCA II DEPARTAMENTO DE FÍSICA FÍSICA – 2a SÉRIE PROFESSORES: ALFREDO / MAURO / JOAQUIM / JULIEN / RICARDO / ROBSON TÉCNICO DE LABORATÓRIO: CAIO JORDÃO https://en.wikipedia.org/wiki/Weight#ISO_definition Em 1699, o cientista francês G. Amontons, estudando sobre as características do atrito, afirmou que o atrito cinético não depende da velocidade. 2.2.2. Atrito Estático (𝑭𝑨𝑻𝒆 ) 𝑭𝑨𝑻𝒆 ≤ 𝝁𝒆𝑵 Há atrito estático quando o objeto sofre atuação de forças externas que, por si só, fariam o objeto deslizar em relação à sua superfície de apoio, mas mesmo assim ele não desliza. Por exemplo, ao tentar empurrar a sua cama para baixo, ela não irá se mover. Nesse caso não há atrito estático, uma vez que as forças envolvidas não fariam a cama se mover, mesmo se estivesse em um piso perfeitamente liso. Agora, se essa força por paralela ao piso (empurrando ou puxando a cama) e a cama não se mover, há atrito estático. Ainda nessa situação, suponha: a. Empurrar a cama com uma força de 10N não a fez deslizar. Logo, o atrito estático vale 10N, sentido oposto à tentativa de empurrá-la (já que a cama está em repouso, a resultante das forças deve ser nula). b. Empurrar a cama com uma força de 50N não a fez deslizar, mas ficou na iminência de movimento (ou seja, mais qualquer fração de força já a colocaria em movimento). Logo, o atrito estático vale 50N, sentido oposto à tentativa de empurrá-la, e é o maior valor de atrito entre a cama e o piso nesse exemplo. Quando a força de atrito estático for máxima, podemos afirmar que: 𝑭𝑨𝑻𝒆𝑴𝑨𝑿 = 𝝁𝒆𝑵 Essa equação só pode ser usada quando o atrito estático for máximo, ou seja, quando houver iminência de deslizamento. c. Empurrar a cama com uma força de 60N faz a cama deslizar. O atrito entre a cama e o piso será cinético (cuja intensidade será menor que 50N, que é o atrito máximo). Observações Obs1.: O atrito (estático e cinético) não depende da área de contato entre o objeto e a superfície (Leonardo Da Vinci, final do sec. XV). Não importa se a superfície de contato tem 2 cm2 ou 20 cm2. Se a Normal for a mesma e o material for o mesmo, o atrito tembém será. Obs2.: O coeficiente de atrito estático é maior que o cinético. μe > μc Obs3.: A força de atrito, assim como a força normal, provém da interação entre átomos das superfícies em contato. Em outras palavras, as forças de atrito e normal são de origem eletromagnética. Obs4.: De modo geral a força de atrito é oposta a tendência de movimento do corpo. Se for um objeto deslizando, por exemplo, isso funciona. Mas se pensarmos em uma esfera rolando, a situação muda. A esfera não poderia rolar se não houvesse atrito. É o atrito estático que gera o movimento. 3. Tração É a força realizada por fios e cabos. Assim como a força normal, não há fórmula para essa força, podendo ser obtida nos exercícios através da 2ª lei de Newton. 4. Força Elástica É a força realizada por elásticos e molas. Para deformar mais uma mola, por exemplo, temos que aumentar a força aplicada, ou seja, a força elástica é proporcional à deformação/elongação que sofre (seja encolhendo ou esticando). Além disso, dependendo do material de que é feita ou de sua espessura, a força aplicada para deformá-la muda também. Nesse sentido, a força aplicada para deformar a mola 1 metro chama-se constante elástica (k) e a intensidade da força elástica pode ser obtida através da equação a seguir. 𝐹𝐸𝐿 = kx Essa é a Lei de Hooke, onde x é a deformação elástica. Note que a força elástica é, de fato, oposta ao sentido da deformação nela causada. Ao esticar uma mola para a direita, por exemplo, a força que a mola aplica na mão da pessoa aponta para a esquerda, no sentido de retornar ao ponto de partida. Além dessas forças aqui apresentadas, também virão outras, como força gravitacional (que iremos trabalhar esse ano), empuxo, força elétrica e força magnética (que serão estudadas no 3º ano). Um pouco mais sobre a 3ª lei de Newton Vamos recordar que a 3ª lei é o princípio de ação e reação. Se um corpo A aplica uma força em outro corpo B, então B aplicará em A uma força de mesmo módulo e direção, porém de sentido oposto. Dizemos que a força que A faz em B e a que B faz em A formam um par de ação-reação: F⃗ AB = −F⃗ BA Por exemplo, assim como a Terra atrai a Lua, a Lua também atrai a Terra, com uma força de mesmo módulo e sentidos opostos. A força que um livro faz na mesa é a mesma que a mesa aplicará no livro. Nesse último caso perceba que, como o livro está em repouso na mesa, a soma das forças que atuam nele é zero. Como só atuam peso e normal, podemos dizer que, nesse caso, seus módulos são iguais. Se a mesa estivesse inclinada e o bloco permanecesse em repouso, não poderíamos mais falar que os módulos serão iguais, já que possuem direções de atuação diferentes. Quando a mesa está na horizontal o peso aponta para baixo e a normal para cima. Mesma direção, sentidos opostos. Já no plano inclinado, o peso continua apontando para baixo (no sentido do centro do planeta), mas a normal é perpendicular ao plano. Obs.: Como a normal é a força que o plano faz no corpo e a força peso é a força que o planeta faz no corpo, peso e normal não formam par de ação-reação. Neste caso: A força que o bloco faz na mesa e a força que a mesa faz no bloco formam par de ação e reação. A força que a Terra faz no blocoé igual a que o bloco faz na Terra. Como podemos ver atuam em corpos diferentes: ANEXO Bizu: Dinâmica no Plano Inclinado Sem Atrito Para resolvermos qualquer exercício de dinâmica siga os passos abaixo: 1. Marcar todas as forças que atuam no corpo. 2. Achar a linha de movimento (direção do vetor velocidade). 3. Achar as forças ou as componentes das forças que atuam somente na direção do movimento e na direção perpendicular a este. 4. Identificar o sentido do vetor aceleração (caso haja). 5. Somar os módulos (das componentes) das forças que atuam no sentido do vetor aceleração e subtrair com a soma das componentes que atuam no sentido oposto. Essa será a força resultante. 6. Iguale a resultante a m.a. Vamos usar esses passos para resolvermos o problema do plano inclinado: 1. As forças estão marcadas na figura acima 2. A linha de movimento é paralela ao plano inclinado. 3. A Normal já está na direção perpendicular ao movimento, mas o Peso não. Vamos achar as componentes da força peso. A componente perpendicular ao movimento, Py , na direção da Normal e a componente paralela ao movimento, Px: Perceba que: Py = Pcosθ Px = Psenθ 4. O sentido do vetor aceleração é o mesmo da componente Px. 5. Px é a resultante, já que não há força no sentido oposto ao do vetor aceleração. 6. Psenθ = ma ∴ mgsenθ = ma ∴ a = gsenθ COLÉGIO PEDRO II – CAMPUS TIJUCA II
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