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PsicologiaJuridica_Unidade1

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UNIDADE I – O sujeito do Direito e o sujeito da Psicologia 
 
SUMÁRIO 
 
OBJETIVOS ................................................................................................................. 3 
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 3 
1. A concepção de sujeito no Direito (sujeito dos direitos e penalidades) .................. 6 
1.1 Penalidades .................................................................................................. 10 
2. A concepção de subjetividade na Psicologia (sujeito do desejo) .......................... 12 
3. Algumas considerações a partir de um fragmento de caso .................................. 15 
4. Sugestões de filmes e leitura ............................................................................... 17 
RESUMO .................................................................................................................... 18 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO ........................................................................................ 18 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 18 
 
 
file://///10.32.5.24/ead$/2019-2/CONTEUDOS/2019-2%20-%20PSICOLOGIA%20-%20Ok/UNIDADE%20I/UNIDADE%20I.docx%23_Toc12995372
file://///10.32.5.24/ead$/2019-2/CONTEUDOS/2019-2%20-%20PSICOLOGIA%20-%20Ok/UNIDADE%20I/UNIDADE%20I.docx%23_Toc12995372
file://///10.31.16.21/EAD$/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade1_Revisado.docx%23_Toc31821791
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file://///10.31.16.21/EAD$/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade1_Revisado.docx%23_Toc31821798
file://///10.31.16.21/EAD$/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade1_Revisado.docx%23_Toc31821799
file://///10.31.16.21/EAD$/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade1_Revisado.docx%23_Toc31821800
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MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pretendemos que ao final deste livro, sendo este o primeiro capítulo, você 
consiga compreender a importância do diálogo entre as duas disciplinas: Psicologia e 
Direito. Esse diálogo apresenta pontos de vista distintos, mas com a possibilidade de 
agregar diferentes abordagens e tomar decisões que decorram de posturas éticas. 
O objetivo com esse estudo é refletirmos sobre alguns conceitos, visando 
fundamentar a prática profissional diante de situações complexas que exigem respostas 
diversificadas, alcançadas por meio de ações contextualizadas e construídas 
coletivamente. 
Nesta Unidade, a proposta é a reflexão acerca da concepção do sujeito do Direito 
e do sujeito da Psicologia. Ao final das Unidades, vislumbra-se que seja possível aos 
alunos conhecerem e descreverem relações entre processos psíquicos e contextos 
jurídicos, desenvolverem técnicas de raciocínio e de argumentação nos processos de 
responsabilização jurídica, assim como articularem o conhecimento teórico com a 
resolução de problemas. 
OBJETIVOS 
 Apresentar a concepção de sujeito no Direito e na Psicologia. 
 Apontar elementos que contribuam para a reflexão das 
potencialidades e dos desafios no encontro desses dois campos 
de saber. 
 Problematizar essa diferença de concepção e suas 
consequências, a partir do fragmento de um caso de um 
adolescente autor de ato infracional em cumprimento de medida 
socioeducativa. 
 
 
Você pode estar pensando: Psicologia 
Jurídica? Sendo aluno do curso de 
Direito, em que essa disciplina poderá 
agregar em meu processo de formação? 
UNIDADE I – O SUJEITO DO DIREITO E O SUJEITO DA PSICOLOGIA 
APRESENTAÇÃO 
 
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Antes de iniciarmos, uma curiosidade: 
 
 
 
 
 
 
Que em setembro de 1993, Pierre Legendre, juntamente com o inglês Peter Goodrich 
promoveram um seminário em Nova Iorque sobre Direito e Psicanálise. Segundo 
Garcia (2004), esse foi o marco inaugural do encontro desses dois campos. 
 
 
Que em 1996 ocorreu no Rio de Janeiro, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
– UERJ, junto ao curso de Especialização em Psicologia Jurídica, um ciclo de 
conferências internacionais intitulado: “Sujeito do Direito, Sujeito do Desejo”? 
 
 
 
Que em agosto de 2017 foi realizado em Belo Horizonte, na 
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, o I Congresso 
Internacional de Direito e Psicanálise, com o tema “A Criminologia 
em Questão”. (Para saber mais acesse: 
http://www.fafich.ufmg.br/psilacs/wp-content/uploads/2018/10/ebook-1-
PSICAN%C3%81LISE-E-CRIMINOLOGIA-HIST%C3%93RIA-
INTERFACES-E-ATUALIDADES.pdf ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há pelo menos 27 anos já se discute esse 
importante tema que estamos discutindo 
hoje. 
 
http://www.fafich.ufmg.br/psilacs/wp-content/uploads/2018/10/ebook-1-PSICAN%C3%81LISE-E-CRIMINOLOGIA-HIST%C3%93RIA-INTERFACES-E-ATUALIDADES.pdf
http://www.fafich.ufmg.br/psilacs/wp-content/uploads/2018/10/ebook-1-PSICAN%C3%81LISE-E-CRIMINOLOGIA-HIST%C3%93RIA-INTERFACES-E-ATUALIDADES.pdf
http://www.fafich.ufmg.br/psilacs/wp-content/uploads/2018/10/ebook-1-PSICAN%C3%81LISE-E-CRIMINOLOGIA-HIST%C3%93RIA-INTERFACES-E-ATUALIDADES.pdf
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Os principais autores que abordaremos neste capítulo serão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hans Kelsen (11/10/1881 – 19/04/1973) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Kelsen destacou-se como jurista durante toda a 
primeira metade do século XX. Em 1917, aos 36 
anos de idade, já era professor na Universidade 
de Viena. Em 1918 o chanceler da Áustria 
encarregou-o de preparar um projeto de 
constituição para o país” (GARCIA, 2004, p. 10). 
 
 
 
Sigmund Freud (06/05/1856 – 23/09/1939) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Médico neurologista, contribuiu para 
várias áreas como: medicina, psicologia, 
literatura, filosofia, política. Seu principal 
feito foi ter criado uma importante teoria, 
a psicanálise ou teoria freudiana. 
 
 
 
Pierre Legendre (15/06/1930) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É um historiador francês 
do direito e psicanalista. 
Seu trabalho é dedicado 
principalmente à história 
das instituições e 
conceitos jurídicos e à 
antropologia da civilização 
ocidental. 
 
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1. A concepção de sujeito no Direito (sujeito dos direitos e penalidades) 
 
 
 
 
Iniciemos nossa trajetória apresentando a concepção de sujeito no Direito, assim 
como trazendo alguns apontamentos acerca da concepção presente na elaboração e 
efetivação das penalidades. 
De acordo com Silva (2011), o texto jurídico é um texto sem sujeito. Como assim? 
Na verdade, refere-se a um “sujeito epistêmico reflexivo, ‘sub-jectum’1, não é o ‘eu 
psicológico’ ou apreendido na experiência cotidiana, mas trata-se de uma subjetividade 
desencarnada e esvaziada de conteúdo existencial. Está em foco um pensamento puro, 
limpo e sem paixões” (OLIVEIRA, 2019, p. 10). 
Vemos uma concepção baseada na centralidade da racionalidade humana, em 
conformidade com a descoberta cartesiana, onde o racionalismo é a única fonte de 
conhecimento. De acordo com Ramires, Röhnel e Santos (2009) apud Barros (1998), o 
sujeito do Direito é suposto como aquele que tem o livre arbítrio, é consciente de seus 
atos, tem o controle das suas vontades e é dotado de razão. 
A partir dessa compreensão, o direito teria que ser normativo. Norma como 
sentido de um ato, através do qual uma conduta é prescrita. Sobre a vida de Kelsen, 
Garcia (2004) salientou que ele foi um dos juristas mais influentes e que durante a maiorparte de sua vida, fundamentou suas proposições do Direito sem apelo a uma eventual 
significação psicológica voltada para os comportamentos reais. Estava delineado um 
“campo para uma teoria do sujeito esvaziada de conteúdo psicológico” (GARCIA, 2004, 
p.10). Esta concepção fundamentou o modelo do Direito Natural: 
 
O tema da razão natural enseja a junção entre preceito legal e ordem 
moral, entre verdade da ciência e imperativos da natureza. Atrelada a 
esse sistema jurídico encontramos a necessidade de se pensar um 
sujeito de direito único, uma espécie de homem moral, isto é, um ser 
fictício, um homem abstrato dotado de razão e vontades livres (Garcia, 
2004, p. 61). 
 
 
O sujeito do direito, na concepção apresentada, é também o sujeito da ciência: 
racional, desencarnado, abstrato. 
 
1Sub-jectum: jogado para baixo. 
 
Há diferença da concepção de sujeito no Direito e na Psicologia? 
O que fundamenta a concepção nesses dois campos de saber? 
O que isso influencia no exercício profissional? 
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Para saber mais leia: 
http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/nume
ro_19/O_desejo_de_certeza_Decartes.pdf 
 
 
Segundo Garcia (2004), Kelsen manteve seu conceito de norma básica como 
fundamento até 1962, aos 80 anos de idade, quando declarou que havia um engano em 
sua tese, pois, a norma básica não passava de uma ficção, uma ficção jurídica. Uma 
ficção contraria a realidade, bem como se auto-contraria. Nessa perspectiva de ficção 
jurídica, uma norma é significado de um ato de vontade, não mais com a neutralidade 
que até então se pensava. 
 
 
É importante caminharmos um pouco mais e sermos 
cuidadosos para não corrermos o risco de, com a 
precipitação, tirarmos conclusões equivocadas. 
 
 
A normatização do direito é fundamental para a constituição do sujeito, 
oferecendo o aparato simbólico que pode viabilizar essa constituição. O sujeito não 
nasce pronto, ele vai se constituindo ao longo da vida. E esse nascimento vai além do 
campo biológico. “Não é suficiente para o indivíduo nascer in útero, a partir dos trabalhos 
da reprodução biológica; é necessário também, para obter a posição de sujeito, nascer 
da nominação jurídica que confere a instituição” (OST, 1999 apud PINTO, 2019, p. 994). 
Nascer em um determinado contexto familiar, social, histórico, cultural e 
econômico influencia nesse processo de assunção à vida. Trata-se de um sujeito que 
se constitui no interior mesmo da história, e que é a cada instante fundado e refundado 
pela história. 
Em relação à nominação jurídica, ser registrado como filho de..., por exemplo, 
pode apontar um lugar destinado para este bebê naquela família, lugar de herança 
simbólica que pode contribuir para a construção subjetiva. “[...] da palavra jurídica 
advém a roupagem que cobrirá o corpo biológico bruto. A palavra o institui” (PINTO, 
2019, p. 994). 
 Dizendo com outras palavras, Pinto (2019) também cita Pierre Legendre (1983) 
“[...] (i)nstituir o ser humano, é, no sentido primeiro da palavra, fazê-lo ficar de pé, ao 
inscrevê-lo em uma comunidade de sentido que o ligue aos seus semelhantes; é isto o 
http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_19/O_desejo_de_certeza_Decartes.pdf
http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_19/O_desejo_de_certeza_Decartes.pdf
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que permite que ele ocupe seu lugar no gênero humano” (LEGENDRE, 1983 apud 
PINTO, 2019, p. 994). 
 Vimos, então, que não seria possível o processo de constituição do sujeito sem 
o lugar e os recursos simbólicos que a cultura nos oferece, considerando que é no 
“mundo” da linguagem que essa constituição ocorre. 
 Após apresentarmos a concepção de sujeito no Direito é importante 
discorrermos também acerca da expressão “sujeito de direitos” para mencionar uma 
mudança jurídica na maneira de se conceber ou se reconhecer que alguém tem direitos 
resguardados. Como, por exemplo, a concepção que as crianças e os adolescentes 
adquiriram com a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 
 
É importante ressaltar que há na Constituição e no ECA uma mudança, 
não apenas na denominação jurídica de “menores” para “crianças e 
adolescentes”, mas especialmente uma mudança de paradigma, a 
partir do reconhecimento de que as crianças e os adolescentes são 
sujeitos de direitos, e não objetos carentes da intervenção estatal 
(OLIVEIRA, 2019, p.15). 
 
 
Foi um grande passo, na Doutrina da Proteção Integral, reconhecer que as 
crianças e os adolescentes são sujeitos em condição peculiar de desenvolvimento e, 
sendo assim, precisam, com absoluta prioridade, terem seus direitos assegurados. 
Como está no ECA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destaca-se a importância do papel do Estado, da família e da sociedade para 
assegurar os direitos desses sujeitos. 
 
 
“Art. 4º É dever da família, da 
comunidade, da sociedade em geral e 
do poder público assegurar, com 
absoluta prioridade, a efetivação dos 
direitos referentes à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao esporte, 
ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e 
comunitária” (BRASIL, Lei 8.069 – 
Estatuto da Criança e do 
Adolescente). 
Fonte: https://www.tocalivros.com/audiolivro/eca-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-decreto-do-congresso-
nacional-com-s-dulcinio-santiago-audio-editora 
https://www.tocalivros.com/audiolivro/eca-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-decreto-do-congresso-nacional-com-s-dulcinio-santiago-audio-editora
https://www.tocalivros.com/audiolivro/eca-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-decreto-do-congresso-nacional-com-s-dulcinio-santiago-audio-editora
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Qual a principal inovação do Estatuto? [...] trata dos direitos de todos 
os jovens e crianças brasileiros, considerando-os “sujeitos de direitos”. 
[...] E, sendo sujeito de direitos, o Estado e a sociedade têm 
responsabilidades, obrigações e deveres com relação a esta pessoa 
frágil, em crescimento (ALTOÉ, 2010, p. IX). 
 
Não podemos desconsiderar ainda que a forma como compreendemos a 
responsabilidade da família em relação aos filhos sofreu alteração no decorrer da 
história. Primeiramente, os adultos da família eram responsabilizados, unicamente, pelo 
cuidado de seus filhos e as fragilidades e vulnerabilidades da família, muitas vezes 
acirradas por questões sociais, não eram acolhidas e trabalhadas. Tecemos uma crítica 
em relação à responsabilidade do Estado nesse contexto. Nessa época, a 
institucionalização das crianças era uma prática comum, sendo utilizada como a 
primeira medida em prol de uma suposta proteção às crianças e aos adolescentes. 
 
 
 
 (Para saber mais leia: http://www.editora.puc-
rio.br/media/ebook_institucionalizacao_de_criancas_no_brasil.pdf) 
 
 
 
Tal situação foi modificando-se com a mudança de concepção que reconhece 
os direitos das famílias também, não somente os seus deveres. Nesse sentido, quando 
uma família apresenta dificuldades em exercer a sua função protetiva, ela deve ser 
inserida em algumas políticas públicas, visando superar a dificuldade apresentada, 
resguardando sempre que possível o direito da convivência familiar. Esse ponto será 
mais abordado na Unidade 4. 
Após refletirmos um pouco sobre a concepção de sujeito do Direito, pensemos 
agora nas penalidades, tentando articular com o que vimos até aqui, no intuito de 
refletirmos se a concepção do sujeito, nesse caso, do sujeito que cometeu um crime, 
impacta na penalidade aplicada. 
 
 
 
 
http://www.editora.puc-rio.br/media/ebook_institucionalizacao_de_criancas_no_brasil.pdf
http://www.editora.puc-rio.br/media/ebook_institucionalizacao_de_criancas_no_brasil.pdf
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1.1 Penalidades 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A lei penal é um código que expressa verdadesfundadas numa razão universal. 
Trata-se de aplicar uma norma geral e abstrata a um caso particular. 
 
O Homem Moral é o Sujeito do Direito Penal, o que é atestado pela 
predominância do par culpabilidade/responsabilidade. Num sistema 
que se quer seguro do legalismo das penas, assim como da justa 
proporcionalidade uma vez pronunciada a sentença, o juiz inflige ao 
autor livre e responsável de um ato culpável uma pena prevista e 
determinada pela lei (GARCIA, 2004, p. 61). 
 
 A determinação legal do crime e da pena está prevista no Código Penal. De 
acordo com o Código Penal em seu Art. 1º - “Não há crime sem lei anterior que o defina. 
Não há pena sem prévia cominação legal”. É necessária, primeiramente, a formalização 
do aparato legal para que aí sim possamos falar em responsabilidade. “[...] 
responsabilizar o sujeito humano pressupõe que ele esteja referido, inserido no sistema 
de representações que rege nossa sociedade através das montagens institucionais” 
(PINTO, 2019, p. 1006). 
Importante apresentarmos alguns princípios da lei penal, segundo Foucault 
(2001): 
 O princípio fundamental do sistema teórico da lei penal é que o crime ou a 
infração não deve ter mais nenhuma relação com a falta moral ou religiosa, 
sendo uma ruptura com a lei civil. 
 Uma lei penal deve simplesmente representar o que é útil para a sociedade. 
 O crime é um dano social e o criminoso é aquele que rompeu com o pacto social, 
tornando-se um inimigo social. 
 
 
Fonte: https://www.dicio.com.br/penalidade/ 
 
Penalidade 
Sanção imposta legalmente; a natureza 
dessa sanção; pena. 
Qualquer pena ou castigo que resulta de 
um crime; pena, punição. 
https://www.dicio.com.br/penalidade/
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Para refletir acerca dessa pergunta, vamos discorrer a respeito de alguns tipos 
de punição, conforme Foucault (2001): 
expulsão das pessoas – deportação; 
exclusão no próprio local – punição pelo escândalo, vergonha e humilhação; 
reparação do dano social – trabalho forçado; 
pena de talião: mata-se quem matou, tomam-se os bens de quem roubou. 
 
De acordo com o mesmo autor, todos esses tipos de punição foram substituídos 
pela pena de aprisionamento, ou seja, pela prisão. Ele ainda salienta que a prisão surge 
no início do século XIX e, a partir desse período, a penalidade passa a ser um controle 
sobre os indivíduos, pois o objetivo passa a ser corrigir aprisionando. 
Alternativas para lidar com as infrações surgiram, a partir da mudança de 
concepção do sujeito que praticou o crime. Uma delas é a reabilitação ao invés da pena 
da prisão, apresentando a aposta na possibilidade da reabilitação. “Preferimos, em 
nossa atualidade, trabalhar em prol de uma reabilitação da pessoa que cometeu um 
crime em vez de, simplesmente, criar instituições de detenção e isolamento” (GARCIA, 
2004, p. 63). 
Outras alternativas mais dialógicas e negociativas surgiram também. 
“Reparação, compensação, conciliação, mediação, pena alternativa e prestação de 
serviço à comunidade traduzem na prática um modelo de justiça negociada” (GARCIA, 
2004, p. 65). 
 Ainda é importante citarmos que em alguns casos começaram-se a serem 
aplicadas medidas de tratamento ao invés da pena. Sobre esse ponto iremos discorrer 
um pouco mais na Unidade 3. Contudo, por ora cabe ressaltar que segundo Garcia 
(2004), para a mudança mencionada, a referência se torna os casos concretos e as 
circunstâncias situacionais. “(...) cabendo ao juiz avaliar o indivíduo, diagnosticar o 
perigo que a transgressão assinala. O direito dos menores, o direito dos loucos, (...) as 
medidas substituem as penas (GARCIA, 2004, p. 62). 
 
Se o crime é um dano social, se quem o comete é o 
inimigo da sociedade, como a lei penal deve tratar o 
autor do crime ou deve reagir a esse crime? 
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 Diante do exposto, podemos concluir que a maneira como se olha para o sujeito 
que comete um crime ou uma infração contribui para a definição da penalidade que será 
aplicada. 
 
2. A concepção de subjetividade na Psicologia (sujeito do desejo) 
 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais acesse: 
http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_12/lacan_
professor_desejo.pdf 
 
 
O autor ainda destaca que o objeto do desejo não se encontra na realidade 
comum, mas na fantasia individual. Como então pensarmos na efetividade de uma 
sanção, por exemplo, para o sujeito do desejo? O que para ele faria sentido e seria 
compreendido como uma sanção que o convidaria a uma não reincidência? Os 
profissionais do Direito, sem o diálogo com profissionais de outras áreas, conseguem 
se atentar para o efeito da aplicação da lei para o sujeito? 
De acordo com Ramires, Röhnel e Santos (2009) apud Barros (1998), o sujeito 
da Psicologia, na perspectiva da Psicanálise (linha teórica que embasa a nossa escrita), 
é também o sujeito do inconsciente, sujeito cujo comportamento é sobre-determinado 
por razões e situações que muitas vezes ele desconhece, por determinações 
inconscientes, por conflitos, contradições, ambiguidades. 
Em se tratando de sujeito para a psicanálise, é preciso dar lugar para a 
singularidade de cada um, para o ponto disruptivo que não se encaixa no saber 
Desejo? Do que estamos falando? 
 
O desejo é em primeiro lugar o efeito da estrutura da 
linguagem. O desejo só é concebível entre os seres 
falantes. Podemos explicá-lo assim: na espécie humana, 
o filhote não pode satisfazer sozinho suas necessidades 
mais elementares, ele deve passar por um Outro, com 
letra maiúscula, capaz de satisfazê-las e, para tanto, deve 
falar sua linguagem, endereçar-lhe uma demanda. Tudo 
decorre disso. Esse apelo faz do Outro um objeto de 
amor. Simultaneamente, a transposição da necessidade 
em demanda produz uma decalagem: é aqui que se aloja 
o desejo. (Miller, 2013, p. 2). 
 
http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_12/lacan_professor_desejo.pdf
http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_12/lacan_professor_desejo.pdf
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universal. Interessa mais ao psicanalista o sofrimento de quem lhe fala do que a 
demanda institucional de produção de provas, pois, muitos profissionais do campo psi 
são demandados pelos juristas na perspectiva da produção de provas que possam 
subsidiar as sentenças judiciais. Abordaremos mais sobre este tópico na Unidade 2, 
onde trabalharemos a Interface entre Direito e Psicologia. 
Vimos que a concepção do sujeito do Direito é a de um sujeito cunhado num 
ideal que deixa de fora justamente as questões da subjetividade valorizadas pela 
Psicologia. “Torna-se necessário e impositivo na contemporaneidade repensar os 
paradigmas e o Sujeito no Direito a partir da Psicanálise. Essa traz para o pensamento 
jurídico uma contribuição revolucionária com a descoberta do sujeito do inconsciente” 
(GARCIA, 2004, p. XIII). 
Importante salientar que o convite feito pelo autor pode ser compreendido como 
uma forma de ampliar a concepção ou o modo de olhar que é específico de um campo 
de saber. Não necessariamente pode resultar em abrir mão do conhecimento 
acumulado, mas sim na abertura para dialogar com outras áreas e para uma construção 
coletiva, sempre que necessário. 
Freud com sua descoberta do inconsciente demonstra que o homem não é 
soberano dentro de sua própria casa, que não é dono de seus motivos mais profundos 
e de que pode se enganar quanto ao sentido de suas ações. O inconsciente se 
manifesta em todo enunciado, e a escuta clínica, em diferentes espaços institucionais, 
pode promover mudanças subjetivas. 
Os profissionais psi podem realizar seu trabalho em diferentes espaços 
profissionais e é inquestionável a contribuição da psicanálise para os vários campos de 
trabalho, justamente por ela considerar o que não é abarcado por esse ideal de sujeito 
do Direito. Além de considerar, é importante que o psicanalista dialogue com os demaisprofissionais a respeito disso, a partir de uma ética antenada às questões trazidas pelo 
sujeito, seus embaraços, bem como às soluções que ele mesmo pode construir para 
responsabilizar-se pelo seu lugar no laço social. Ora, somente o interessado pode 
reparar seu ato e ele o fará desde que uma referência ao Simbólico for viabilizada 
(GARCIA, 2004, p. 70). 
Os sujeitos que chegam à Justiça são sujeitos de direitos, mas é com outra 
dimensão de sujeito que o psicanalista procurará trabalhar nos casos em que o conflito 
está instaurado. O psicanalista estará atento à dimensão do sujeito do desejo, este que 
poderá modificar a trama litigiosa a partir da modificação das respostas que encontrou 
para suas questões cruciais. 
 
 
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 14 
 
 
 
 
 
 
Sigmund Freud fundou a Psicanálise, a partir do seu posicionamento de não 
recuar diante dos desafios apresentados pela clínica, ou seja, sua teoria foi formulada 
a partir de seu trabalho clínico. As questões da subjetividade acolhidas na clínica de 
Freud fomentaram a teorização da Psicanálise. Isso já explicita a sua ética, se atentar 
para o avesso do discurso vigente, quando este objetiva silenciar o mal-estar do sujeito, 
tirando a sua subjetividade de cena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mesmo inconsciente, o desejo se exprime a partir de uma representação. O 
desejo inconsciente está relacionado aos atos por parte do sujeito, tanto pela realização 
do desejo como por sua recusa. Segundo Freud (1974), o desejo só se revela no 
presente, está no presente e só conhece o presente, podendo ser interrogado por 
alguém orientado pela psicanálise. Ato e subjetividade terão, por um lado, que ser 
articulados sem o abandono da noção de sujeito. (GARCIA, 2004, p. 70) 
 
 
 
Para saber um pouco mais sobre o sujeito do desejo 
assista o vídeo “O desejo e sua formação”, onde o 
psicanalista Ivan Capelatto, num Café Filosófico, fala 
da natureza do desejo. 
https://www.youtube.com/watch?v=KYkEyQzfvgU 
 
 
 
 
Podemos citar a recorrência cada vez maior da medicalização como 
primeiro e, muitas vezes, o único recurso sugerido para “acalmar” um mal-
estar do sujeito. Silenciar, tamponar, ao invés de acolher e convidar o 
sujeito a construir alternativas. Há casos em que o uso da medicação é 
imprescindível, no entanto, muitas vezes, sem um diagnóstico cuidadoso 
e, em conformidade com o imperativo do consumo em nossa sociedade 
capitalista, medica-se, medica-se, medica-se! 
https://www.youtube.com/watch?v=KYkEyQzfvgU
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 15 
3. Algumas considerações a partir de um fragmento de caso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No intuito de contribuir com a reflexão e articulação da teoria com a prática 
profissional, apresentaremos o fragmento de um caso de um adolescente que cumpriu 
uma medida socioeducativa em meio aberto. Buscaremos relacionar os elementos do 
caso com os fundamentos teóricos apresentados. 
 
 
 
G. foi um adolescente que cometera um ato infracional análogo ao Art. 157 do 
Código Penal e recebeu a medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) 
determinada pelo Juiz da Vara da Infância e Juventude. Tal medida é executada por 
profissionais vinculados à Prefeitura Municipal, com formação, prioritariamente, em 
Serviço Social e Psicologia. No primeiro contato de G. com a Psicóloga da LA, ele estava 
mais calado, com um posicionamento enrijecido, demonstrando que estava ali somente 
pela determinação judicial, sem abertura ao trabalho do acompanhamento da medida. 
Ao ser questionado sobre o ato infracional cometido, (procedimento adotado 
para possibilitar que o adolescente verbalize seu ato, podendo construir alguma 
elaboração a respeito desse cometimento e responsabilizar-se por ele), G. disse que 
bastava que a psicóloga lesse na cópia dos autos, que estava tudo escrito lá. Diante 
desse posicionamento, foi lhe dito pela psicóloga que ela gostaria de ouvir a versão 
dele, pois nem sempre o que estava escrito era exatamente como as coisas ocorreram. 
Após essa intervenção, G. contou seu ato e nos atendimentos que se seguiram, 
pôde apresentar suas questões subjetivas, tais como: a sua dificuldade no 
relacionamento com o pai, a sua tristeza pelo adoecimento da mãe e os desafios 
vivenciados em sua dinâmica familiar, pois a família se encontrava com os vínculos 
familiares fragilizados. O acompanhamento da medida socioeducativa consistiu também 
em alguns atendimentos com o pai de G. 
 
Apresentadas as duas 
concepções do sujeito no 
Direito e na Psicologia, como 
podemos observar ou 
operacionalizar esses conceitos 
na prática profissional? 
 
CASO G. 
 
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 16 
 
 
 
G. cometeu um ato infracional e foi julgado. Quando ele se encontrou com a 
psicóloga da medida de Liberdade Assistida que demonstrou interesse em conhecê-lo 
e abrir espaço para que ele pudesse apresentar as suas questões como sujeito, 
inicialmente ele nega e se apresenta como um sujeito do Direito, como se o processo 
jurídico pudesse dizer tudo sobre ele. Salientemos que a intervenção pela psicóloga foi 
feita na tentativa de fazer vacilar essa afirmação dele, tentando estabelecer um 
“espaço”, um “intervalo”, uma “brecha”, na concepção acerca do processo jurídico para 
que G., enquanto sujeito da Psicologia pudesse aparecer e se implicar (responsabilizar) 
pelo ato infracional praticado. 
A Psicologia e o Direito têm concepções de sujeito que diferem ou até mesmo, 
dependendo da perspectiva, se contrapõem, mas não se trata de confrontar verdades, 
a verdade jurídica com o que chamamos verdade do desejo. É importante a construção 
de uma rede de atendimento, na interface entre o Direito e a Psicologia, e outros campos 
do saber, cada área com as suas concepções, com o seu saber, o seu fazer, mas 
implicadas num trabalho conjunto. Essa será a discussão da próxima Unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFLETINDO UM POUCO SOBRE O CASO G: 
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4. Sugestões de filmes e leitura 
 
4.1 SÉRIE: Unbelievable (Inacreditável) 
 
Uma jovem traumatizada relata ter sido 
estuprada por um homem que invadiu sua casa. 
Agora, ela tem de encarar um turbilhão de 
emoções e policiais cada vez mais céticos que a 
acusam de falsa denúncia de estupro. De vítima 
a autora podemos ver as consequências 
jurídicas e subjetivas para esta jovem. Três anos 
depois, duas investigadoras encaram casos 
parecidos. E então, há relação entre esses casos? Qual verdade está em 
jogo? Qual a concepção de sujeito orienta a intervenção dos primeiros 
policiais? E qual orienta a das investigadoras? Série de 8 episódios 
inspirada em fatos reais, disponível na NETFLIX. 
Vale a pena assistir!!! 
 
4.2 Revista Direito e Práxis (versão On-line ISSN 2179-8966) 
 
 
 
 
A Revista Direito e Práxis é uma 
publicação acadêmica trimestral, vinculada 
à linha de pesquisa em Teoria e Filosofia do 
Direito do Programa de Pós-Graduação em 
Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Em 2020 
completa 10 anos de publicação. Classificada com o Qualis2 como A1 
em Direito, a revista recebe e publica trabalhos em português, inglês e 
espanhol. Vários temas podem ser pesquisados nesta revista, uma 
atualizada fonte de referências, que muito pode auxiliar na formação 
acadêmica e profissional. 
 
2 O Qualis-Periódicos é uma ferramenta usada para classificar a produção científica dos 
programas de pós-graduação no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos. 
A1 é o indicativo de maior qualidade 
<https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/index> 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=2179-8966&lng=pt&nrm=iso
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/index
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Nesta Unidade, apresentamosas concepções de sujeito do Direito e 
da Psicologia, mais especificamente da Psicanálise. Vimos que o Direito se 
fundamenta numa concepção de sujeito racional, abstrato e ideal, já na 
Psicanálise é justamente o oposto dessa vertente, pois ela considera o 
sofrimento do sujeito, a sua singularidade, bem como a sua capacidade de 
construir saídas para o que lhe aflige. 
Discorremos sobre alguns tipos de penalidades, refletindo sobre eles, 
relacionando-os com a concepção do crime e do sujeito que o cometeu, além 
de mencionarmos alguns princípios da lei penal. 
A partir do fragmento do relato de um caso de um adolescente em 
cumprimento de medida socioeducativa, apresentamos os desafios e as 
possibilidades de trabalho nesse campo de encontro entre a Psicanálise e o 
Direito. 
 
 
4.3 Livro: HOMO SACER: o poder soberano e a vida nua 
 
 
O livro Homo sacer: o poder soberano e a vida 
nua possibilita ao leitor refletir acerca da 
sociedade moderna e a influência do poder 
soberano em relação à vida social. 
Disponível em: https://petdireito.ufsc.br/wp-
content/uploads/2016/05/AGAMBEN-G.-Homo-
Sacer-o-poder-soberano-e-a-vida-nua.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=2179-8966&lng=pt&nrm=iso
https://petdireito.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/05/AGAMBEN-G.-Homo-Sacer-o-poder-soberano-e-a-vida-nua.pdf
https://petdireito.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/05/AGAMBEN-G.-Homo-Sacer-o-poder-soberano-e-a-vida-nua.pdf
https://petdireito.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/05/AGAMBEN-G.-Homo-Sacer-o-poder-soberano-e-a-vida-nua.pdf
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1. Considerando as discussões realizadas nesta Unidade responda as questões 
abaixo: 
 
a) Como o direito contribui para a constituição do sujeito da Psicologia? 
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 
 
 
b) Qual a diferenciação feita no texto entre sujeito do Direito e sujeito de 
direitos? 
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
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_____________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
 
c) O que é penalidade e a quem ela se aplica? 
____________________________________________________________
____________________________________________________________
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____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
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1. Considerando as discussões realizadas nesta Unidade responda as questões 
abaixo: 
 
a) Como o direito contribui para a constituição do sujeito da Psicologia? 
 
Oferecendo o aparato simbólico (nominação jurídica, roupagem) que 
viabiliza a constituição do sujeito. Essa roupagem cobrirá o corpo biológico 
bruto. 
 
 
b) Qual a diferenciação feita no texto entre sujeito do Direito e sujeito de 
direitos? 
O sujeito do Direito é aquele que tem a subjetividade desencarnada e 
esvaziada de conteúdo existencial. É um ser racional e abstrato, um sujeito 
idealizado. Já a expressão “sujeito de direitos” refere-se ao reconhecimento 
de que se tem direitos que precisam ser resguardados. 
 
c) O que é penalidade e a quem ela se aplica? 
 
É uma sanção imposta legalmente que tem a previsão legal antes mesmo do 
cometimento do crime ou infração. A penalidade se aplica a um autor de um 
crime ou infração. 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO GABARITO 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 21 
 
 
ALTOÉ, Sônia. (org.). Sujeito do Direito, Sujeito do Desejo: Direito e Psicanálise. 3. 
ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. 157 p. 
 
BARROS, Fernanda Otoni. Laudos periciais: da escrita à escritura, um percurso ético. 
Belo Horizonte: Mimeo, 1998. 
 
BRASIL. Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do 
Adolescente e dá outras providências. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 22 jan. 2020. 
 
 
BRASIL. Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940. Dispõe sobre o Código Penal. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 22 jan. 2020. 
 
FREUD, Sigmund. A Interpretação dos Sonhos. In S. Freud, Obras completas (Vol. IV, 
J. Strachey, trad.). Rio de Janeiro, RJ: Imago, 1974. 736 p. (Trabalho original publicado 
em 1900). 
 
FOUCALT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Tradução de Roberto Cabral de 
Meio Machado e Eduardo Jardim Morais. 2. Ed. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade 
Católica, 2001. 79 p. Disponível em: 
<https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxsaG
VpdGVyZXJ8Z3g6NzIxZTkwYmU2MjViYmQwMg>. Acesso em: 17 jan. 2020. 
 
GARCIA, Célio. Psicologia Jurídica: Operadores do simbólico. Belo Horizonte: Del 
Rey, 2004. 160 p. 
 
LEGENDRE, Pierre. L'empire de la vérité: Introduction aux espaces dogmatiques 
industriels. Paris: Fayard, 1983. 253 p. 
 
MILLER, Jacques-Alain. Lacan, professor de desejo. Opção Lacaniana online. Ano 4, 
Número 12, novembro 2013. Disponível em: 
<http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_12/lacan_professor_desejo.pdf>. 
Acesso em: 27 jan. 2020. 
 
OLIVEIRA, Adriana Timóteo. Os desafios e os efeitos da transferência no trabalho 
com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto e 
ameaçados de morte. (Dissertação de mestrado, Faculdade de Filosofia e Ciências 
Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais). Belo Horizonte: UFMG, 2019. 92 p. 
Disponível em: 
<https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30035/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20A
driana%20Tim%C3%B3teo%20de%20Oliveira%20final.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2020. 
 
 
OST, François. O Tempo do Direito. Trad. Maria Fernanda Oliveira. Lisboa: Instituto 
Piaget, 1999. 410 p. 
 
REFERÊNCIAS 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxsaGVpdGVyZXJ8Z3g6NzIxZTkwYmU2MjViYmQwMg
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxsaGVpdGVyZXJ8Z3g6NzIxZTkwYmU2MjViYmQwMg
http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_12/lacan_professor_desejo.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30035/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Adriana%20Tim%C3%B3teo%20de%20Oliveira%20final.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30035/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Adriana%20Tim%C3%B3teo%20de%20Oliveira%20final.pdf
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 22 
PINTO, Gerson Neves. As concepções de Lei e Interdito na obra de Pierre Legendre. 
Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, Vol. 10, N. 02, 2019, p. 991-1015. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-
89662019000200991&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 21 jan. 2020. 
 
RAMIRES, Vera Regina Röhnelt; PASSARINI, Daniele Simone; SANTOS, Larissa 
Goulart. O atendimento psicológico de crianças e adolescentes solicitado pelo poder 
judiciário. In: ROVINSKI, Sonia Liane Reichert; CRUZ, Roberto Moares (orgs.). 
Psicologia Jurídica: Perspectivas teóricas e processos de intervenção. São Paulo: 
Vetor, 2009. p. 209-220. 
 
SILVA,Cyro Marcos. Algumas questões sobre o Direito. In: BEMFICA, Aline Guimarães 
(org.). Psicologia Jurídica: Ética, transmissão e política. Rio de Janeiro: Imago, 2011. 
p. 249-264. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-89662019000200991&lng=pt&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-89662019000200991&lng=pt&nrm=iso

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