Buscar

PsicologiaJuridica_Unidade 5

Prévia do material em texto

ead.faminas.edu.br 
 
 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 2 
 
 
 
Sumário 
 
OBJETIVOS ................................................................................................................. 3 
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 3 
1. A Psicologia na Vara de Execuções Criminais .......................................................... 4 
2. O Psicólogo na penitenciária / sistema prisional ....................................................... 7 
3. A equipe multiprofissional e interdisciplinar do sistema prisional ............................... 4 
4. Sugestões de Filmes .............................................................................................. 15 
RESUMO .................................................................................................................... 16 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO ........................................................................................ 17 
GABARITO ................................................................................................................. 18 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315223
file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315224
file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315230
file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315231
file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315232
file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315233
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 3 
UNIDADE V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pretendemos que ao final deste livro, sendo este o quinto capítulo, fique 
evidenciada a importância do diálogo entre essas duas disciplinas: Psicologia e 
Direito. 
O objetivo com esse estudo é promover a reflexão, visando contribuir para o 
exercício de uma prática profissional construída de modo respeitoso, empático e 
coletivo com outros campos do saber. É importante que a reflexão acerca da nossa 
responsabilidade no exercício profissional oriente a nossa prática cotidiana e que nos 
posicionemos a partir dos princípios éticos da nossa própria profissão e também 
respeitando os princípios éticos da profissão dos profissionais com os quais iremos 
trabalhar. 
Nesta unidade, a proposta é a reflexão acerca da interface entre a Psicologia 
Jurídica e o Sistema Prisional, conforme os objetivos apresentados acima. 
 
OBJETIVOS 
 
▪ Apresentar o trabalho da Psicologia nas Varas de Execuções 
Criminais; 
▪ Discorrer sobre o Psicólogo na penitenciária / sistema prisional; e, 
▪ Apontar elementos acerca dos desafios para o trabalho 
interdisciplinar no sistema prisional. 
UNIDADE 5 – A INTERFACE DA PSICOLOGIA JURÍDICA COM AS VARAS DE 
EXECUÇÕES CRIMINAIS E COM O SISTEMA PRISIONAL 
APRESENTAÇÃO 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 4 
 
 
1. A Psicologia na Vara de Execução Criminal 
 
A Lei nº. 7.210, de 11 de julho de 1984 institui a Lei de Execução Penal - LEP. 
Nela encontramos o que está estabelecido a respeito do trabalho dos psicólogos em 
instituições penais. Vejamos alguns artigos: 
Art.1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições 
de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a 
harmônica integração social do condenado e do internado. 
Art.5º Os condenados serão classificados, segundo os seus 
antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da 
execução penal. 
Art.6º A classificação será feita por Comissão Técnica de 
Classificação que elaborará o programa individualizador da pena 
privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. 
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003). 
Art.7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada 
estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 
2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) 
assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de 
liberdade. 
Art.8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de 
liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico 
para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada 
classificação e com vistas à individualização da execução. 
Art. 9º A Comissão, no exame para obtenção de dados 
reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo 
sempre presentes peças ou informações do processo, poderá: I - 
entrevistar pessoas; II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos 
privados, dados e informações a respeito do condenado; III – realizar 
outras diligências e exames necessários. 
 
“A Lei, portanto, determina o estudo da personalidade que, por sua vez, requer 
o exame das diversas áreas que deverá produzir um diagnóstico com vista ao plano 
individualizado de tratamento penal” (Ministério da Justiça, 2007, p. 28). 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11703049/art-1-da-lei-de-execucao-penal-lei-7210-84
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11702899/art-5-da-lei-de-execucao-penal-lei-7210-84
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11702870/art-6-da-lei-de-execucao-penal-lei-7210-84
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11702830/art-7-da-lei-de-execucao-penal-lei-7210-84
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11702765/art-8-da-lei-de-execucao-penal-lei-7210-84
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 5 
Vemos no final do primeiro artigo a expressão condenado e internado, pois 
essa lei se aplica àqueles a quem foi determinada uma pena e também àqueles 
inimputáveis que receberam uma medida de segurança, como já estudamos na 
Unidade 3. Nos artigos apresentados, destaca-se a necessidade de uma 
classificação com vistas à individualização da execução penal. E o psicólogo faz 
parte dessa equipe composta para essa classificação. 
 
 
 
 
 
 
É importante salientarmos que desde a aplicação da pena já deve ser 
respeitado o princípio constitucional da individualização da pena, previsto no art. 5º, 
inciso XLVI, da Constituição da República Federativa do Brasil. Ele garante aos 
indivíduos, no momento de uma condenação em um processo penal, que a sua pena 
seja individualizada, isto é, levando em conta as peculiaridades aplicadas para cada 
caso em concreto. 
[...] forma de olhar o indivíduo apartado dos demais. O indivíduo 
somente poderá responder no sistema penal na exata medida de seu 
comportamento, seja ele comissivo ou omissivo e, em virtude, deverá 
ter a responsabilização pelos seus atos recebidos da mesma forma 
de forma ajustada a si. (MOREIRA, 2015, p. 19) 
 
Ainda para auxiliar na compreensão a respeito leiamos: “De fato, a pena 
restritiva de direitos deve encontrar-se também adaptada ao condenado, respeitando-
se as suas características, aptidões, dentre outros, a fim de que se consiga extrair o 
máximo de contribuição do apenado no cumprimento de suas obrigações” (MOREIRA, 
2015, p.21). 
 
Para saber mais sobre a individualização 
da pena na execução penal acesse: 
 
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/143619 
 
 
A redação atual que lemos no art.6º alterou a anterior que atribuía à Comissão 
Técnica de Classificação o papel de propor, à autoridade competente, as 
progressões e regressões dos regimes, bem como as conversões de uma pena a 
Individualização da execução penal? Programa 
individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao 
condenado ou presoprovisório? 
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/143619
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 6 
outra, exemplo, conversão da pena de multa em prisão. Cruces (2010) apresenta-
nos elementos importantes que contextualizam essa mudança: 
 
Relatórios produzidos única e exclusivamente com o objetivo de 
responder a quesitos judiciais, de modo mecânico, com 
fundamentação técnica e ética discutível, passaram a ser criticados 
pelos juízes que os haviam pedido e pelas próprias pessoas 
avaliadas. Esses fatos contribuíram para que em 1º. de dezembro de 
2003 fosse editada a Lei nº. 10.792/03, que modificou a Lei nº. 7.210, 
de 11 de julho de 1984, principalmente no que se refere a não 
obrigatoriedade do exame criminológico e do parecer da Comissão 
Técnica de Classificação (CTC) para a concessão de benefícios 
(p.144). 
 
Na interface do Direito com outros campos do conhecimento, como 
a Psicologia, é comprometedor quando essa se coloca no lugar de 
apenas responder às demandas jurídicas, desconsiderando os 
princípios técnicos e éticos em que deveria se embasar. 
 
Quando nos referimos às/aos psicólogas/os que atuam no campo da execução 
penal, esse compreende o Sistema Penitenciário, o Ministério Público, a Defensoria 
Pública e os Tribunais de Justiça, que atuam com a temática. 
Ao longo desta Unidade, compartilharemos alguns dados, incluindo 
depoimentos, de uma pesquisa realizada em 2019 pelo Conselho Federal de 
Psicologia - CFP. A pesquisa coletou informações de 500 profissionais de Psicologia 
que trabalham na execução penal. Os dados foram coletados em junho e julho do ano 
mencionado e a publicação ocorreu em dezembro. Os depoimentos estarão 
identificados com a sigla CRP, ou seja, Conselho Regional de Psicologia, seguido da 
identificação numérica da região de abrangência do Conselho. 
É importante salientar que o trabalho com as medidas socioeducativas 
aplicadas aos adolescentes autores de ato infracional não faz parte do campo de 
execução penal. Como vimos na Unidade anterior, o trabalho com o adolescente 
integra o sistema socioeducativo, que prevê a sua proteção integral e uma maneira 
diferente de trabalho considerando que o adolescente está em desenvolvimento. 
Nos artigos que citamos da LEP, também encontramos a expressão Exame 
criminológico. Discorramos um pouco mais sobre: 
 
 
 
 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 7 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o CFP (2019), esse exame consiste na análise que abrange 
questões de ordem psicológica e psiquiátrica do condenado, tais como grau de 
agressividade, periculosidade, maturidade, com o finco de prognosticar a 
potencialidade de novas práticas criminosas. 
 
O Exame Criminológico tornou-se prática única e cotidiana dos 
psicólogos. Estes eram convocados pelos juízes das Varas de 
Execuções Criminais a responderem se uma determinada pessoa 
tinha ou não condições de continuar cumprindo sua pena em um 
regime mais brando, se as causas que a levaram a cometer o delito 
haviam sido extintas ou se sua periculosidade havia diminuído 
(CRUCES, 2010, p. 143). 
 
Atualizando essa informação de 2010 de que o exame havia se tornado prática 
única dos psicólogos, na pesquisa realizada pelo CFP em 2019 consta que apenas 
29,6% dos psicólogos realizam exame criminológico, ou seja, essa prática não é mais 
a que predomina. 
De acordo com o CFP (2019), as principais atividades realizadas pelos 
psicólogos no dia-a-dia de trabalho consistem em: Acolhimento, Atendimento de 
emergência, Avaliação Psicológica Acompanhamento individual, Aconselhamento, 
Encaminhamento para serviços especializados, Discussão de casos com a equipe do 
Serviço, Elaboração de laudos e pareceres, Atendimentos conjuntos em equipe, 
Psicoterapia individual, Grupos/oficinas de prevenção/educação. 
Continuaremos essa discussão apresentado as especificidades do trabalho do 
psicólogo na penitenciária / sistema prisional. 
 
2. O Psicólogo na penitenciária / sistema prisional 
 
De acordo com Cruces (2010), o psicólogo vem trabalhando no sistema 
penitenciário brasileiro desde a década de setenta do século XX, todavia, até os dias 
atuais ainda encontramos inúmeros desafios na realização desse trabalho. 
 
 
 
O exame criminológico tem por objetivo a individualização da 
pena, e estabelece como o cumprimento da sentença será 
realizado, no sentido de buscar a melhor forma de inserir o 
reeducando na casa penal (Psicóloga, CRP 14). (CFP, 2019, 
p.35). 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 8 
 
 “O ingresso dos primeiros psicólogos no sistema 
penal brasileiro ocorreu no Rio de Janeiro em meados 
da década de 60, logo após a regulamentação da 
profissão no Brasil (1962)” (Ministério da Justiça, 2007, 
p. 23). A Psicologia desenvolvida nas prisões é uma 
das primeiras práticas da Psicologia Jurídica. 
 
 
Segundo os dados da pesquisa realizada pelo CFP (2019), em relação à 
pergunta sobre quais são os principais desafios específicos enfrentados no cotidiano 
do trabalho, os psicólogos elencaram: 
 
▪ carga de trabalho excessiva; 
▪ massificação das demandas; 
▪ fluxo de trabalho inadequado; 
▪ equipe insuficiente; 
▪ baixa remuneração; e, 
▪ falta de infraestrutura (ausência de salas para atendimento que tenha 
isolamento acústico que zele pelo sigilo profissional, falta de mobiliário 
para guardar os materiais sigilosos, etc.). 
 
Ainda na pesquisa do CFP (2019), os profissionais apontam que um grande 
desafio vivenciado no trabalho é estabelecer o lugar da Psicologia, enquanto 
intervenção diferenciada dos demais dispositivos da justiça criminal, bem como com 
os colegas de trabalho. Esse desafio é resultado de um processo de reflexão pelo qual 
passou e ainda passa a Psicologia, questionando a sua prática na instituição prisional, 
possibilitando a construção de um novo posicionamento embasado no compromisso 
com o público atendido e não com os interesses da elite. 
Segundo Badaró (2005), citada pelo Ministério da Justiça (2007), objetiva-se 
buscar “uma prática psicológica comprometida com os princípios dos direitos humanos 
e com a ética profissional de modo a poder criar dispositivos que acionem novos 
processos de subjetivação que potencializem a vida das pessoas presas” (p. 31). 
Voltemos um pouco nessa história. De acordo com o Ministério da Justiça 
(2007) a partir do momento que passou a interessar às autoridades os aspectos 
históricos e circunstanciais de quem comete um crime, as condições de subjetividade 
se tornaram relevantes, sendo um campo de trabalho para a Psicologia. Todavia, 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 9 
nesse percurso, a Psicologia “vem exercendo função relevante e estruturante no 
processo prisional, relacionada à manutenção das relações de poder e dominação, na 
medida em que fundamenta mecanismos de controle, nomeia e classifica sujeitos” (p. 
10-11). O conhecimento psicológico a respeito dos reclusos produziu elementos para 
melhor controlá-los. 
É preciso avançar quanto a isso, sendo necessário que o psicólogo transforme 
a sua prática, não deixando-a limitada a responder uma solicitação jurídica, mas sim 
buscando desenvolver ações orientadas à reintegração social, ao fortalecimento do 
indivíduo, ajudando-o a apropriar-se do cumprimento de sua pena e levá-lo à reflexão 
para a construção de um novo projeto de vida. 
A partir do que foi apresentado, o Ministério da Justiça (2007), juntamente com 
o Conselho Federal de Psicologia, apresentaram diretrizes para as atribuições dos 
psicólogos que atuam no sistema prisional. Citemos algumas: 
 
▪ Atuar de forma a desconstruir o conceito de que o crime está 
relacionado unicamente à patologia ou história individual, ao biográfico, 
e enfatizar os dispositivos sociais que promovem a criminalização; 
▪ Promover dispositivos junto às pessoas presas que estimulem a 
autonomia e a expressão de sua individualidade, disponibilizando 
recursos e meios que possibilitem sua participaçãocomo protagonista 
na execução da pena; 
▪ Por meio da escuta e de intervenções, o psicólogo deve estimular a 
subjetividade das pessoas presas, buscando desconstruir estigmas 
(classe, gênero, etnia, raça, religião) e, dessa forma, impedir o 
incremento da criminalização e da punição (p. 78); 
▪ Compreender os sujeitos na sua totalidade histórica, social, cultural, 
humana e emocional e atuar a partir desse entendimento; e, 
▪ Identificar, analisar e interpretar as variáveis que compõem o fenômeno 
da violência social e da criminalidade (p. 82). 
 
 
Bem, após as informações que foram apresentadas, vamos discorrer acerca da 
relação entre Direito e Psicologia Jurídica nesse campo de trabalho, o sistema 
penitenciário. 
 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 10 
“Em relatos de psicólogos é comum a menção ao fato de o juiz, ao indeferir um 
benefício, citar trechos da avaliação psicológica como fundamento de sua decisão” 
(Ministério da Justiça, 2007, p. 44). 
 
 
Essa prática não pode expor o psicólogo? E o sigilo? 
 
 
É importante que compreendamos que está previsto no Código de Ética do 
psicólogo o dever de respeitar o sigilo, ponto que demarca condições e 
responsabilidades do exercício profissional do psicólogo. 
 
Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não 
psicólogos: [...] b) Compartilhará somente informações relevantes 
para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter 
confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de 
quem as receber, de preservar o sigilo (CFP, 2005, p. 12). 
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de 
proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, 
grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício 
profissional. (CFP, 2005, p.13) 
 
Conhecer o que regulamenta a atuação dos profissionais com os quais se 
trabalha viabiliza compreender e respeitar o trabalho realizado, bem como pode 
auxiliar que se tenha, na medida do possível, um posicionamento empático em relação 
a esses profissionais, buscando se colocar no lugar deles antes de tomar alguma 
atitude. Quando o juiz fundamenta sua decisão, contrária à solicitação feita, e cita 
trechos da avaliação psicológica realizada pelo psicólogo que trabalha na penitenciária 
ele o expõe, sobremaneira, ao risco em relação ao preso em questão, que pode 
atribuir ao psicólogo a responsabilidade pela negativa. Outro ponto também é que isso 
fere o Código de Ética do psicólogo. 
Diante de tudo isso podemos indagar: é possível que a psicologia desenvolvida 
nas prisões responda ao judiciário (juízes de execução e promotores) conforme suas 
expectativas? Com o objetivo de respondermos a essa pergunta, nos reportaremos à 
relação entre direito e psicologia jurídica. 
 
Segundo Popolo (1996), citado pelo Ministério da Justiça, 2007, uma 
modalidade de relação entre a psicologia Jurídica e o Direito é o 
modelo de subordinação, sendo que, nesse caso, se tornaria uma 
psicologia aplicada para atender à demanda jurídica e assim 
contribuir para o melhor exercício do Direito. Contudo, mesmo que a 
prática psicológica ocorra numa instituição jurídica, importa ao 
pensamento psicológico transcender às solicitações do mundo 
jurídico. Uma outra modalidade de relação entre a Psicologia Jurídica 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 11 
e o Direito é a de complementaridade, caracterizada pela interseção 
entre o conhecimento psicológico e o jurídico. Dessa forma, pode 
haver diálogo e interação entre os saberes (p. 44-45). 
 
Subordinação ou complementaridade? Na área penal, a modalidade de 
relação entre o judiciário e a psicologia é de subordinação. Citemos um exemplo 
em relação a isso: “Muitas vezes, juízes chegam a indicar o instrumento a ser utilizado 
numa avaliação psicológica” (Ministério da Justiça, 2007, p. 45). É preciso cuidado e 
respeito no exercício profissional na interface com outros campos do conhecimento, 
inclusive, o que foi salientado praticamente em todas as unidades do nosso material. A 
proposta é que façamos da interface entre o Direito e a Psicologia um bom encontro e 
que seja valioso para o destinatário desse trabalho conjunto. 
Abordaremos a seguir pontos importantes relacionados à equipe 
multiprofissional e interdisciplinar no sistema prisional. 
 
 
3. A equipe multiprofissional e interdisciplinar do sistema prisional 
 
Para iniciar nossas considerações sobre a equipe multiprofissional e 
interdisciplinar do sistema prisional, retomemos a diferenciação entre essas duas 
formas de trabalho em equipe que apresentamos na Unidade 2: Interface entre Direito 
e Psicologia. 
 
Interdisciplinaridade Multidisciplinaridade 
- aproximação de diferentes 
disciplinas para a solução de 
problemas específicos. 
- aproximação de diferentes 
disciplinas para a solução de 
problemas específicos. 
- compartilhamento de metodologia. 
- diversidades de metodologias: 
cada disciplina fica com a sua 
metodologia. 
- geração de novas disciplinas após 
muita cooperação. 
- os campos disciplinares, embora 
cooperem, guardam suas 
fronteiras e ficam imunes ao 
contato. 
- intensidade das trocas entre os 
profissionais e integração real dos 
conhecimentos dessas diferentes 
profissões. 
- tem-se apenas uma simples 
coexistência, realizando apenas 
um agrupamento. 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 12 
A partir da retomada desses conceitos, salienta-se que a interdisciplinaridade é 
uma forma de trabalho em equipe de modo mais integrado e cooperativo do que na 
multidisciplinaridade. Vamos refletir como é realizado o trabalho no sistema prisional. 
Na perspectiva do trabalho em equipe, citemos algumas diretrizes para as 
atribuições dos psicólogos que atuam no sistema prisional: 
▪ Atuar em âmbito institucional e interdisciplinar; 
▪ Interagir com os demais profissionais das áreas técnicas com vistas à 
construção de projetos interdisciplinares voltados para a garantia de 
direitos, à autonomia, à promoção da saúde integral das pessoas 
presas, egressos e seus familiares, contribuindo, assim, para a 
reintegração social; 
▪ Interagir com os demais profissionais das áreas técnicas com vistas à 
construção de projetos interdisciplinares voltados à saúde do 
trabalhador do sistema prisional; 
▪ Facilitar relações de articulação interpessoal e interinstitucional; e, 
▪ Constituir equipes diferenciadas para o trabalho com o dependente 
químico em consonância com as políticas públicas oficiais de saúde, 
acessando as redes de recursos existentes (Ministério de Justiça, 2007, 
p.77). 
 
Não há dúvida, então, de que há a previsão enquanto uma diretriz para que 
seja desenvolvido o trabalho em equipe e que a interdisciplinaridade ocorra. 
Na pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP (2019) 
também foram abordados aspectos referentes ao trabalho em equipe. As respostas 
dadas pelos psicólogos destacaram a presença de relações difíceis da Psicologia com 
os demais operadores do sistema, sendo necessário que constantemente seja preciso 
negociar e reforçar o lugar da Psicologia com os colegas de trabalho, ou seja, esse 
lugar ainda não está consolidado. Outro aspecto citado foi o machismo que permeia o 
conjunto de relações entre os profissionais de psicologia (em sua maioria mulheres) e 
os demais profissionais. 
Citemos algumas respostas registradas na pesquisa mencionada que registram 
os desafios no trabalho interdisciplinar. Achamos importante citarmos as respostas na 
íntegra, considerando a riqueza apresentada, bem como a complementaridade entre 
elas. Lembremos que as respostas foram coletadas em 2019, a partir do registro da 
prática de vários profissionais da Psicologia em todo o Brasil. As respostas podem ser 
encontrada das páginas 54 à 62 do relatório descritivo da pesquisa. 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 13 
 
Para saber mais e ler o texto na íntegra acesse: 
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/12/BR84-CFP-Rel-SisPenalBrasileiro_web_vs3.pdf 
 
 
 
 
O maior desafio é superar a incredulidade dos colegas de trabalho 
que enxergam o profissional de Psicologia como “amigo” dos presos 
e não como um agente transformador a trabalho e em busca da 
ressocialização do interno. Lidar com esta situação exige paciência e 
muitas vezes é necessário que nos esforcemos mais para atingir um 
objetivo somente para provar que estamos no caminho certo 
(Psicóloga, CRP-14). 
 
Uma das maiores dificuldades encontradas está relacionada à cultura 
organizacional de algumas categorias profissionais do ambiente 
penitenciário (Agentes Penitenciários), que apesar da LEP e outras 
legislações, insistem em um sistema punitivo e descrente da 
ressocialização (Psicóloga, CRP-18). 
 
Ser garantidora de direitos humanos trabalhando na prisão para mim 
é o maior desafio. Disso decorre os múltiplos impasses das 
psicólogas com a segurança e também com o sistema de justiça 
como um todo. Haja visto que a prisão é para segregar “os 
indesejáveis” é difícil o trabalho educativo demonstrando a 
importância de propagar o fim do recurso à prisão junto às instâncias 
de justiça e controle (Psicóloga, CRP-07). 
 
É inegável a importância do trabalho interdisciplinar neste âmbito, 
olhar o ser humano como ser biopsicossocial é imprescindível para 
que a ressocialização se torne real e não uma utopia (Psicóloga, 
CRP-14). 
 
É importantíssima. Para mim não existe trabalho no sistema penal 
que não seja interdisciplinar. Não se trata de perder a singularidade 
ou especificidade do seu saber, mas sim conectar ele [sic] a outros 
saberes e assim ver o sujeito na sua integralidade (Psicóloga, CRP-
07). 
 
Fundamental. Somos uma engrenagem dentro do sistema. Tanto o 
setor de saúde, com o de assistência social, jurídico, segurança... 
Todos fazemos parte de uma engrenagem, precisamos uns dos 
outros. Se todos compreendessem a importância de trabalharmos 
unidos, em equipe, talvez evitássemos problemas de desajustamento 
ou tentativas de suicídio, agressões entre reeducandos (Psicóloga, 
CRP-12). 
É tão difícil quanto necessária. A prisão é uma instituição que produz 
segregação e, dessa forma, coloca todos contra todos, individual e 
coletivamente (Psicóloga, CRP-04). 
 
Ainda está longe de ocorrer de forma efetiva, pois existe uma cultura 
punitiva muito robusta por parte de categorias que fazem parte da 
equipe do sistema prisional e execução penal (Psicóloga, CRP-18). 
 
 
 
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/12/BR84-CFP-Rel-SisPenalBrasileiro_web_vs3.pdf
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/12/BR84-CFP-Rel-SisPenalBrasileiro_web_vs3.pdf
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 14 
A interdisciplinaridade é bastante restrita pelo modo como o trabalho 
é desenvolvido. As práticas profissionais são em sua maioria em 
atendimento individual ou com projetos pontuais a partir do 
profissional. A superlotação, a segurança e a tendência em 
fragmentar ações acabam atingindo o trabalho de atenção à pessoa 
privada de liberdade 
dentro de uma perspectiva ampliada (Psicóloga, CRP-07). 
 
A prisão é uma instituição que separa ao invés de unir (Psicóloga, 
CRP-07) (P.70). 
 
Acho importante e necessária, porém o sistema prisional está 
enraizado na cultura da verticalização. Cada um fica com o seu 
conhecimento, não há momentos de discussão em equipe, a 
conversa fica fragmentada. É necessário promover essa 
interdisciplinaridade, para ampliar a compreensão de várias situações 
que poderiam ser evitadas (Psicóloga, CRP-06). 
 
Entre a Psicologia e o Serviço Social esta prática ocorre de forma 
natural. Com as demais profissões ainda a muito que 
fortalecer/formar (Psicóloga, CRP-07) (CFP, 2019, p.72). 
 
 
Nos depoimentos, observamos a abertura dos profissionais de Psicologia ao 
trabalho interdisciplinar. “A interdisciplinaridade é vista como uma ferramenta para 
prestar um serviço mais amplo na execução penal, visto que possibilitaria uma 
atenção às diversas problemáticas que atravessam os sujeitos aprisionados” (CFP, 
2019, p.68). Contudo, a cultura de segmentação, machista e verticalizada do sistema 
penitenciário dificulta, até o presente momento, que esse trabalho seja uma realidade 
entre todos os profissionais das diferentes áreas de formação. 
Foi relatada uma dificuldade significativa entre os psicólogos e os profissionais 
mais voltados para a segurança da penitenciária. Quando há atuações em conjunto 
com outros profissionais, dá-se com as equipes técnicas, principalmente com as 
assistentes sociais. “A parceria com assistentes sociais é aquela com a qual a 
Psicologia trabalha interdisciplinarmente de forma mais sólida e abrangente. Quase 
não há articulação com os demais atores do sistema prisional, os quais, segundo as 
falas das psicólogas, demonstram-se mais refratários à articulação” (CFP, 2019, p75-
76). 
Enfim, há um percurso a ser trilhado ainda para se avançar no trabalho 
interdisciplinar, considerando todas as questões presentes no contexto do sistema 
prisional. 
 
 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 15 
4. Sugestões de Filmes 
 
4.1 UM SONHO DE LIBERDADE 
 
 
 
 
 
4.2 SEM PENA 
 
 
 
Participa do elenco, Luiz Eduardo Soares (antropólogo, cientista político e 
escritor brasileiro. Considerado como um dos mais importantes especialistas 
em segurança pública do Brasil). 
Disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=b6RDgB8GVW8 
 
Descrição: Andy Dufresne é condenado a duas 
prisões perpétuas consecutivas pelas mortes de 
sua esposa e de seu amante. Porém, só Andy 
sabe que ele não cometeu os crimes. No presídio, 
durante dezenove anos, ele faz amizade com Red, 
sofre as brutalidades da vida na cadeia, se adapta, 
ajuda os carcereiros, etc. 
Direção: Frank Darabont 
https://g.co/kgs/eYTSPb 
 
Disponível no YouTube para alugar: 
https://www.youtube.com/watch?v=o1axrUg2hlU 
 
 
Descrição: A população carcerária brasileira 
é uma das maiores do mundo e só aumenta. 
O filme investiga a precária vida nas prisões 
do país e os medos, preconceitos e 
equívocos que assombram o tema. 
https://g.co/kgs/Shj1y3. 
Direção: Eugenio Puppo 
 
https://www.google.com.br/search?sa=X&q=Luiz+Eduardo+Soares&stick=H4sIAAAAAAAAAONgFuLVT9c3NEwqr0wpL86qUuLSz9U3ME5Ot8gz1OLxzS_LTA3Jd0wuyS9axCrsU5pZpeCaUppYlJKvEJyfWJRavIOVEQChybJsRAAAAA&ved=2ahUKEwje8fecnNToAhUnLLkGHTBdA7sQxA0wIXoECBEQBQ
https://www.google.com.br/search?sa=X&q=Luiz+Eduardo+Soares&stick=H4sIAAAAAAAAAONgFuLVT9c3NEwqr0wpL86qUuLSz9U3ME5Ot8gz1OLxzS_LTA3Jd0wuyS9axCrsU5pZpeCaUppYlJKvEJyfWJRavIOVEQChybJsRAAAAA&ved=2ahUKEwje8fecnNToAhUnLLkGHTBdA7sQxA0wIXoECBEQBQ
https://www.youtube.com/watch?v=b6RDgB8GVW8
https://www.google.com.br/search?q=um+sonho+de+liberdade+dire%C3%A7%C3%A3o&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3MM_KK9ESy0620k_LzMkFE1YpmUWpySX5RYtY5UtzFYrz8zLyFVJSFXIyk1KLUhKBLJCCw8sPL84HAO9LbbVGAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjtr6r5ntToAhVzCrkGHQ3vAj4Q6BMoADAfegQIDhAC
https://www.google.com.br/search?q=Frank+Darabont&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3MM_KK1HiBLFMDC0LyrXEspOt9NMyc3LBhFVKZlFqckl-0SJWPreixLxsBZfEosSk_LySHayMABhPJgtDAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjtr6r5ntToAhVzCrkGHQ3vAj4QmxMoATAfegQIDhAD
https://g.co/kgs/eYTSPb
https://www.youtube.com/watch?v=o1axrUg2hlU
https://g.co/kgs/Shj1y3
https://www.google.com.br/search?sa=X&q=sem+pena+dire%C3%A7%C3%A3o&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LVT9c3NEwqr0wpL86q0hLLTrbST8vMyQUTVimZRanJJflFi1iFilNzFQpS8xIVQGKHlx9enA8AaE38vj4AAAA&ved=2ahUKEwje8fecnNToAhUnLLkGHTBdA7sQ6BMoADAdegQIDRAC
https://www.google.com.br/search?sa=X&q=Eugenio+Puppo&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LVT9c3NEwqr0wpL86qUuLSz9U3yDUxja9K1xLLTrbST8vMyQUTVimZRanJJflFi1h5XUvTU_My8xUCSgsK8newMgIAh-FZoUgAAAA&ved=2ahUKEwje8fecnNToAhUnLLkGHTBdA7sQmxMoATAdegQIDRAD
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 16 
Nesta Unidade, trabalhamos a interface entre Psicologia Jurídica e o 
Sistema Prisional. Apresentamos alguns artigos da Lei nº 7.210, Lei de 
Execução Penal, destacando a importância da construção de um plano 
individualizado de tratamentopenal, de responsabilidade também do 
psicólogo, princípio já previsto na Constituição. Citamos uma mudança 
importante ocorrida nessa Lei retirando a condição da Comissão Técnica de 
Classificação propor progressos e regressos de regime, bem como 
conversões de pena. 
Foi salientado que os profissionais de psicologia não devem se preocupar 
somente em responder às demandas jurídicas, mas embasar sua prática em 
princípios técnicos e éticos. 
Conceituamos exame criminológico e apresentamos sua finalidade, 
ressaltando através dos dados de uma pesquisa realizada pelo Conselho 
Federal de Psicologia, em 2019, que atualmente menos de 30% dos 
psicólogos do sistema prisional trabalham na realização desse exame, 
contrariando que anteriormente essa era uma prática prioritária. 
Apresentamos os principais desafios que os psicólogos enfrentam no 
trabalho no sistema prisional e os pontos chave na interface do Direito e da 
Psicologia Jurídica nesse campo de trabalho. 
Por último, apresentamos os desafios para a realização do trabalho 
interdisciplinar, salientando que há um percurso a ser trilhado ainda para se 
avançar nessa perspectiva, considerando todas as questões presentes no 
sistema prisional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 17 
 
 
 
1. Marque (V) para a alternativa verdadeira e (F) para a falsa, fazendo a correção 
das alternativas falsas: 
 
a) ( ) O trabalho com as medidas socioeducativas faz parte do campo de 
execução penal. 
b) ( ) O exame criminológico tem como objetivo a individualização da pena. 
c) ( ) No Código de Ética do psicólogo está previsto o sigilo. 
 
2. Cite alguns desafios no trabalho interdisciplinar no sistema prisional? 
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 
 
3. Comente acerca da mudança do artigo 6º da Lei de Execução Penal e em que 
isso contribuiu para uma mudança no trabalho do psicólogo? 
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 18 
 
 
1. Marque (V) para a alternativa verdadeira e (F) para a falsa, fazendo a correção 
das alternativas falsas: 
 
a) ( F ) O trabalho com as medidas socioeducativas faz parte do campo 
de execução penal. 
b) ( V ) O exame criminológico tem por objetivo a individualização da 
pena. 
c) ( V ) No Código de Ética do psicólogo está previsto o sigilo. 
 
Correção da alternativa F. O trabalho com as medidas socioeducativas não 
faz parte do campo de execução penal. 
 
 
2) Incredulidade dos colegas em relação ao trabalho do psicólogo; cultura 
organizacional punitiva, descrente da ressocialização e verticalizada; 
segregação presente na prisão; fragmentação de ações. 
 
3) A redação atual que lemos no art.6º alterou a anterior que atribuía à Comissão 
Técnica de Classificação o papel de propor, à autoridade competente, as 
progressões e regressões dos regimes, bem como as conversões de uma 
pena a outra, exemplo, conversão da pena de multa em prisão. Isso viabilizou 
que os psicólogos pudessem realizar outras atividades e não apenas o 
exame criminológico. 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
 ead.faminas.edu.br 
 
 
 19 
 
 
 
BADARÓ, Maria Márcia. Linhas de fuga - uma breve reflexão da prática do 
psicólogo na prisão. Revista Diálogos. Conselho Federal de Psicologia. Ano 2, Nº 
2, março de 2005. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. (Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 31 de 
mar. de 2020). 
 
BRASIL. Lei n.º 7.210 de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm>. Acesso em: 28 
de jan. 2020. 
Conselho Federal de Psicologia. Resolução CFP Nº 010/05. Aprova o Código de Ética 
Profissional do Psicólogo. Brasília, julho de 2005. Disponível em: 
<https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia-1.pdf>. 
Acesso em: 04 abr. de 2020. 
 
Conselho Federal de Psicologia. Atuação da(o) psicóloga(o) no campo da 
execução penal no Brasil. Relatório Descritivo. Brasília, dezembro de 2019. 
Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/12/BR84-CFP-Rel-
SisPenalBrasileiro_web_vs3.pdf>. Acesso em: 04 abr. de 2020. 
 
CRUCES, Alacir Villa Valle. Uma situação das prisões no Brasil e o trabalho dos 
psicólogos nessas instituições: uma análise a partir de entrevistas com egressos e 
reincidentes. Boletim Academia Paulista de Psicologia. 2010, 78 (1), 136-154. 
Disponível em: <https://www.redalyc.org/pdf/946/94615157010.pdf>. Acesso em 05 
abr. de 2020. Em 
 
Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN (2007). 
Diretrizes para atuação e formação dos psicólogos do sistema prisional 
brasileiro. Brasília: Ministério da Justiça/Apoio: Conselho Federal de Psicologia. 
Disponível em: < 
http://www.crpsp.org.br/sistemaprisional/cartilhas/Diretrizes_atuacao_psi_do_sistema_
prisional.pdf>. Acesso em: 05 abr. de 2020. 
 
MOREIRA, Paloma Costa. A individualização da pena na execução penal. 
(Monografia do Curso de Especialização em Direito Penal e Política Criminal da 
Faculdade de Direito, Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Porto Alegre, 
2015. 64 p. Disponível em: < https://lume.ufrgs.br/handle/10183/143619>. Acesso em: 
08 de abr. 2020. 
 
POPOLO, Juan H. del. Psicologia Judicial. Mendonza: Ediciones Juridicas Cuyo, 
1996. 475p. 
 
REFERÊNCIAS 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia-1.pdf
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/12/BR84-CFP-Rel-SisPenalBrasileiro_web_vs3.pdf
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/12/BR84-CFP-Rel-SisPenalBrasileiro_web_vs3.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/946/94615157010.pdf
http://www.crpsp.org.br/sistemaprisional/cartilhas/Diretrizes_atuacao_psi_do_sistema_prisional.pdf
http://www.crpsp.org.br/sistemaprisional/cartilhas/Diretrizes_atuacao_psi_do_sistema_prisional.pdf
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/143619

Continue navegando