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Técnicas e Equipamentos de Primeiros Socorros Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MARCOS RODOLFO DA SILVA AUTORIA Marcos Rodolfo da Silva Olá! Sou graduado em Enfermagem, pós-graduado em Enfermagem do Trabalho, técnico em Radiologia e instrumentador cirúrgico pelo Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos (Unifeob), em 2010, 2012 e 2008, respectivamente. Além disso, ao longo de minha carreira, participei de cursos na área de urgência e emergência e atuei como enfermeiro supervisor no Pronto Socorro Municipal Dr. Oscar Pirajá Martins, em São João da Boa Vista, São Paulo, entre 2011 e 2014. Atualmente, sou acadêmico do 5° ano do curso de Medicina no Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (Unifae), em São João da Boa vista/SP. Além disso, desenvolvo materiais didáticos como professor conteudista nas áreas de saúde pública, saúde do idoso, direito à saúde e a elas correlatas. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de apresentar um novo conceito; NOTA: quando necessárias observações ou complementações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a necessidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido; ACESSE: se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de autoaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando uma competência for concluída e questões forem explicadas; SUMÁRIO Medidas e Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual ... 12 Equipamento de Proteção Coletiva e Individual ...................................................... 12 Avaliação Emergencial e suas Etapas ................................................ 21 Etapas e Avaliações ....................................................................................................................... 21 Transporte Emergencial ...........................................................................29 Auxílios no Atendimento Emergencial ...........................................................................29 Abordagem Técnica Realizada em Pacientes com Lesão ......... 37 Abordagem Técnica ......................................................................................................................37 9 UNIDADE 03 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de atendimentos pré-hospitalares é uma das mais importantes na área de saúde? Além disso, será responsável pela melhora de várias vítimas que acionam o serviço de atendimento de socorros. Sua principal responsabilidade é garantir que as equipes de profissionais de primeiros socorros possuam conhecimento e experiência suficiente para garantir a segurança e o atendimento de qualidade em momentos de pânico e acidentes. Também, é necessária a presença de todos os profissionais participantes desse serviço, para que, dessa forma, seja realizado de maneira integrada e com o apoio de todos os setores. Veremos também como são feitas as abordagens técnicas e etapas de realização do atendimento. Durante esta unidade, você será capaz de aprofundar seu conhecimento a respeito dos atendimentos pré- hospitalares. Entendeu? Vamos mergulhar neste universo! Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Constatar as medidas e equipamentos que devem ser utilizados coletivamente e individualmente. 2. Apontar e descrever como é realizado o serviço de transporte emergencial. 3. Aplicar a técnica de atendimento de emergência a pacientes com lesões. 4. Planejar e avaliar as etapas do atendimento emergencial e pré- hospitalar. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Durante esta unidade, você terá a oportunidade de mergulhar nesse conhecimento e ter acesso e experiência na temática em questão. Espero que você possa aproveitar ao máximo e desfrutar da sensação boa de adquirir conhecimento. Vamos nessa! Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 12 Medidas e Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona e como são utilizados os equipamentos de proteção coletiva e individual. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram compreender as medidas e os equipamentos de proteção sem a devida instrução tiveram problemas ao executá-las. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante! Equipamento de Proteção Coletiva e Individual Primeiramente, para a tomada de iniciativa na precaução dos acidentes, situações de risco e as doenças subsequentes do trabalho, a ciência e os novos métodos, que envolvem as tecnologias, utilizam de uma gama de medidas e equipamentos de segurança de uso coletivo e individual. As providências e os equipamentos de proteção de uso coletivo têm como objetivo, incluindo cuidar e proteger muitos profissionais ao mesmo tempo, o aperfeiçoamento dos locais de trabalho, dando maior visibilidade por serem aproveitáveis, lucrativos e duráveis para a empresa/ instituição. Dessa maneira, podemos citar, segundo Feliciano (2013, p. 16): • Sistema de exaustão colocado em um ambiente de trabalho em que há poluição. • Limpeza e organização dos locais de trabalho. • Isolamento ou afastamento de máquina muito ruidosa. • Colocação de aterramento elétrico nas máquinas e equipamentos. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 13 • Proteção nas escadas por meio de corrimão, rodapé e pastilha antiderrapante. • Instalação de avisos, alarmes e sensores nas máquinas, nos equipamentos e elevadores. • Limpeza ou substituição de filtros e tubulações de ar-condicionado. • Instalação de para-raios. • Iluminação adequada. • Isolamento de áreas internas ou externas com sinalização vertical e horizontal. O que são os Equipamentos de Proteção Coletiva? Mais conhecidos como EPC ou Equipamentos de Proteção Coletiva, são todas as medidas, os métodos ou equipamentos, seja de sinal, imagem, som, com a finalidade de proteger o profissional no ambiente de trabalho. Figura 1 – Equipamentos/paramentos Fonte: Freepik Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 14 E o Equipamento de Proteção Individual? O EPI ou Equipamento de Proteção Individual tem a finalidade de assegurar a proteção de um profissional, ou seja, é todo equipamento ou instrumento de uso individual. Figura 2 – EPI e EPC Fonte: Elaborado pelo autor com base em Feliciano (2013). Assim, é de extrema importância entender quando cada tipo de equipamento de proteção deve ser utilizado pelosprofissionais da área, dessa maneira, entenda: Segundo Feliciano (2013, p. 17), O EPI (Equipamento de proteção individual) deve ser utilizado quando: • Quando não for possível diminuir o risco utilizando outras medidas ou instrumentos de proteção coletiva. • Quando for realmente necessário acrescentar a proteção coletiva dos profissionais. • Em possíveis trabalhos ou que sejam emergenciais. • Em exposição de tempo pequeno de duração. Para que sejam utilizados pelos profissionais e de acordo com o ambiente de trabalho, os equipamentos de proteção individual devem ser escolhidos diante de alguns critérios. Antes disso, as escolhas dos EPIs devem ser realizadas por profissionais especializados na área e entendam qual melhor equipamento, para que, assim, seja feito uso do melhor conjunto de instrumentos. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 15 Figura 3 – EPI Fonte: Freepik Em segundo, é necessário compreender também o tipo de risco, a parte do corpo exposta e possivelmente atingida, os pontos característicos e qualidades técnicas do EPI (Equipamento de Proteção individual), isso se existir o Certificado de Aprovação emitidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego e, consequentemente, o nível de proteção que o equipamento deverá oferecer. Figura 4 – Critérios Fonte: Elaborado pelo autor com base em Feliciano (2013). Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 16 Sabendo da importância de manter a segurança no local de trabalho, devido aos riscos que podem oferecer a equipe de trabalho, devemos relembrar o conceito de acidente de trabalho visto na unidade anterior. Revisando: Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991: Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (BRASIL, 1991, online) Ao lado da conceituação de acidente de trabalho típico, por expressa determinação legal, as doenças profissionais e/ou ocupacionais equiparam-se a acidentes de trabalho. Os incisos do art. 20 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, conceitua doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. O art. 21 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, equipara ainda a acidente de trabalho: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 17 c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. (BRASIL, 1991, online) Como trata o Tribunal Superior do Trabalho (2020, online): Esses acidentes não causam repercussões apenas de ordem jurídica. Nos acidentes menos graves, em que o empregado tenha que se ausentar por período inferior a quinze dias, o empregador deixa de contar com a mão de obra temporariamente afastada em decorrência do acidente e deve arcar com os custos econômicos da relação de empregado. O acidente repercutirá ao empregador também no cálculo do Fator Acidentário de Prevenção – FAP da empresa, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.666/2003. Os acidentes de trabalho geram custos também para o Estado. Incumbe ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS administrar a prestação de Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 18 benefícios, tais como auxílio-doença acidentário, auxílio- acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. Estima- se que a Previdência Social gastou, só em 2010, cerca de 17 bilhões de reais com esses benefícios. (BRASIL, 2020, online) Como você foi explanado de maneira bastante explicada como funciona o ponto “Acidente de trabalho”, assim como, vimos na unidade anterior. Assim, sabendo que todas essas medidas são tomadas com o intuito de diminuir a ocorrência de acidentes de trabalho no ambiente em que os profissionais desempenham suas atividades, foi desenvolvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é reconhecida pela legislação brasileira como uma representação composta por um conjunto de profissionais apontados pelo empregador e representantes escolhidos pelos trabalhadores, de maneira igualitária, em cada estabelecimento/ambiente da instituição, que tem como objetivo assegurar que não exista acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de maneira a transfigurar adaptável ininterruptamente o trabalho e suas atividades com a prevenção da vida e a cautela da saúde do trabalhador (CIPA, 2020). Tendo conhecimento da finalidade e relevância dos equipamentos de proteção coletiva e dos equipamentos de proteção individual, conheça algum deles. São alguns equipamentos de proteção coletiva (EPC), conforme Feliciano (2013): • Proteção contra ruídos e vibrações. • Placas para sinalização. • Chuveiros lava-olhos. • Fita de Sinalização. • Cavaletes. • Sistema de Iluminação. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 19 • Sistema de Ventilação. • Sistema de Exaustão. E, finalmente, esses são alguns dos Equipamentos de proteção individual (EPI): • Coletes. • Protetor auricular. • Respirador. • Abafadores de ruídos. • Capacete de segurança. • Calçados de segurança. • Braçadeiras. • Luvas de segurança. • Máscaras. Assim, quando o risco no local de trabalho é identificado o engenheiro ou técnico em Segurança do Trabalho, profissionais especializados nessa área, devem entrar em ação e encontrar medidas que auxiliem na redução e na menor consequência possível, devido ao acidente de trabalho. Ou seja, apontar quais os equipamentos de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual são necessáriospara a situação em que se encontra o ambiente de trabalho. São alguns dos principais Equipamentos de proteção Coletiva Hospitalar são, como trata o Instituto de Biologia (2019): • Caixa de Primeiros-socorros. • Kit para limpeza. • Cabine da área química. • Lava-olhos. • Borrifadores de água. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 20 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que existem alguns equipamentos de proteção para os profissionais utilizarem nos ambientes de trabalho: Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC): todas as medidas, métodos ou equipamentos, seja de sinal, imagem, som, com a finalidade de proteger o profissional no ambiente de trabalho; e os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), com o objetivo de assegurar a proteção de um profissional, ou seja, é todo equipamento ou instrumento de uso individual. Além disso, você revisou os pontos que cercam a temática de acidente de trabalho e pode entender como relacionar com a necessidade de fazer o uso dos equipamentos de proteção. Ainda vimos quais são os equipamentos de proteção hospitalar. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 21 Avaliação Emergencial e suas Etapas OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona a avaliação emergencial e quais são suas etapas. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram compreender as avaliações e as etapas sem a devida instrução tiveram problemas ao executá-las. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante! Etapas e Avaliações O momento do acidente, na maioria das vezes, é uma situação bastante estressante para as vítimas e também para os profissionais, isso varia bastante conforme a situação. A finalidade sempre será manter as vítimas estáveis e/ou com o quadro clínico bom até a chegada de uma equipe profissional especializada, se for preciso. Dessa forma, é necessário que o profissional socorrista desenvolva uma série de procedimentos no local do acidente, para que seja avaliada a situação e quadro do indivíduo. Figura 5 – Emergência Fonte: Freepik Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 22 É importante a abordagem sistemática para a realização da avaliação de um paciente que precisa de atendimento emergencial. Na maioria dos casos, a lesão existente na vítima mais significativa/exposta não é a mais grave. As avaliações conhecidas como avaliação primária e avaliação secundária asseguram a existência de uma abordagem sistemática para reconhecer e privilegiar as necessidades do paciente. A avaliação primária acontece de acordo com alguns passos seguidos com base no protocolo de atendimento emergencial. São eles: I) A avaliação inicial mais rápida da vítima tem como objetivo encontrar as situações ou problemas com risco de morte, as mais comuns são: circulação, via aérea e respiração. Quando são encontradas condições que compõem um risco muito rápido para a vida, é preciso que sejam tomadas algumas decisões de intervenções corretas antes de dar continuidade para a avaliação secundária; II) A primeira etapa na avaliação primária é identificar se a vítima está consciente. Se sim, a avaliação primária pode ser realizada de forma imediata: Uma vítima em estado de alerta e mantendo diálogo indica que há respiração e circulação; Se estiver consciente, isso também representa que a circulação é normal e que a quantidade suficiente de sangue está circulando para o cérebro; Quando acontece da vítima não se mostrar totalmente consciente, a primeira avaliação deve prosseguir passo a passo. III) Nas vítimas que se encontram em estado grave e lesionados ou doentes, o indicado é adicionar mais duas fases à avaliação primária: Incapacidade (nível de consciência); Exposição (lesões visíveis). IV) Quando se trata da Via aérea, deve ser feita a pergunta: A vítima apresenta uma via aérea pérvia? V) Observar a respiração: vítima está respirando? VI) Quando entra em questão sangramento deve ser analisado se a circulação entra em risco quase imediato. A Vítima tem pulso? Existe sinal de hemorragia grave? VII) Quanto a incapacidade: Deve ser analisado o nível de consciência e as pupilas, ou seja, uma avaliação neurológica completa será complementada na avaliação secundária. A vítima está alerta? A vítima responde à voz? Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 23 A vítima responde ao estímulo doloroso? A vítima é irresponsivo mesmo ao estímulo doloroso? VIII) Quanto a exposição ou lesões visíveis: O recomendado é despir a vítima, para analisar vestígios de lesão ou doença, como feridas ou lesões mais expostas. (FELICIANO, 2013, p. 6) Figura 6 – Fases Fonte: Elaborado pelo autor com base em Feliciano (2013). O melhor é impedir movimentos mais rápidos que geram maiores desconfortos e, até mesmo, danos à vítima. O correto é possuir uma ideia bem plana do que será executado, para não expor, de forma desnecessária, a vítima, assegurando se existe ferimento com o cuidado de não o movimentar excessivamente. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 24 Logo depois, deve ser realizado um exame rápido e ágil de todas partes do corpo. Em caso da vítima continuar consciente, deve-se questioná-lo por áreas dolorosas no corpo e incapacidade de mobilização. O exame físico rápido deve ser realizado na vítima de acordo com a sequência exigida no protocolo: começando da cabeça até os pés. Deve-se analisar se existe a presença de lesões, sangramentos. Deve ser reavaliado o nível de consciência constantemente. Em seguida, dando continuidade as avaliações, o próximo passo deve ser o exame secundário. Esse também possui uma sequência que deve ser seguida pelo profissional. A avaliação secundária é um exame metódico, de maneira resumida dura em torno de dois a três minutos, onde a vítima deve ser analisada da cabeça aos pés. O objetivo é encontrar e tornar prioridade as lesões mais expostas, ou encontrar sinais de condições clínicas derivadas de alguma complicação. Primeiramente, o profissional que estará acompanhando e realizando o atendimento deve fazer uma série de perguntas a vítima com a finalidade de compreender como aconteceu a situação. Assim (FLICIANO, 2013, p. 6): 1. Qual foi o mecanismo da lesão – as circunstâncias, forças, localização e momento da lesão? 2. Quando surgiram os sintomas? 3. O cliente ficou inconsciente após o acidente? 4. Quanto tempo levou para o paciente chegar ao hospital? 5. Qual era o estado de saúde do cliente antes do acidente ou doença? 6. Existe história de doença? 7. O cliente está atualmente tomando algum medicamento? 8. Possui alguma alergia? Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 25 9. Qual alergia? 10. Foi tentado o tratamento antes da chegada ao hospital? • Remédios caseiros; • Medicamentos; • Cuidados dos serviços médicos de emergência pré-hospitalares? (FELICIANO, 2013, p. 6) Figura 7 – Atendimento de socorro Fonte: Freepik A segunda parte da avaliação secundária enquadra a verificação dos sinais vitais da vítima. De forma rotineira, o procedimento que é seguido é de verificar os principais sinais vitais com a maior frequência possível. São eles (MACHADO, 1975): • Verificar a Temperatura (T). • Verificar a Frequência cardíaca (FC). • Verificar a Frequência respiratória (FR). Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 26 • Verificar a Pressão arterial (PA). • Verificar a Escala de dor. • Verificar a Presença de lesões. Figura 8 – Principais sinais vitais Fonte: Elaborada pelo autor com base em Feliciano (2013). Quanto mais cedo for verificado os sinais vitais e com maior frequência,mais rápido será a conclusão do quadro clínico do paciente. Assim como, torna-se mais fácil para estabelecer e preencher as informações acerca do quadro do paciente. Ainda nas etapas que compõem os exames da avaliação secundária, podemos citar a avaliação de muita relevância realizada nas vítimas. Na maioria dos casos, é feita a análise dos pés até a cabeça da vítima, verificando todos os pontos que podem comprometer a vida dele e que ajudam a identificar o tratamento para o quadro clínico do paciente. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 27 É chamado de avaliação da cabeça aos pés. Segue esse procedimento (FELICIANO, 2013): • Análise do aspecto geral. • Cabeça/couro cabeludo. • Ouvidos. • Olhos. • Nariz. • Boca. Todas as partes do corpo da vítima devem ser analisados, sem exceção, para que não passe despercebido algum detalhe importante para o seu tratamento. • Pescoço. • Tórax. • Abdômen. • Pelve. • Genitália. • Membros. • Posterior (coluna cervical). E por fim, é realizado uma avaliação mais focal, ou seja, com o objetivo de focar em encontrar o problema específico, possivelmente encontrado em algumas das etapas de avaliação do exame secundário. Normalmente, a maioria dos casos de vítimas que passam pela avaliação secundária já encontram ao fim o problema em que deverá ser focado o tratamento. Essas etapas de avaliações devem ser executadas por uma equipe de profissionais especializadas. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 28 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que os atendimentos de primeiros socorros possuem uma alta relevância, assim como, os procedimentos realizados pelos profissionais da área. Os serviços emergenciais demandam uma rígida sequência de passos seguidos de acordo com o protocolo, no entanto, isso pode variar bastante, uma vez que, existem as mais diversas situações que necessitam de atendimento emergencial e de primeiros socorros, cada uma delas precisa de uma atenção especial. Vimos que existem muitas fases na avaliação emergencial, como: avaliação inicial, verificação de sinais vitais, análise de frequência cardíaca e de frequência respiratória, e também de exames mais específicos e focais como a avaliação secundária. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 29 Transporte Emergencial OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que é e como funciona o serviço de transporte emergencial. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram compreender serviço de transporte emergencial sem a devida instrução tiveram problemas ao executá-las. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Auxílios no Atendimento Emergencial Como já vimos nos estudos dessa disciplina, os atendimentos emergenciais e serviços de primeiros socorros são de alta complexidade e necessitam de auxílio de outros serviços especializados, ou seja, além da presença do profissional socorrista no local do acidente, é preciso que existam o apoio de outros profissionais e de outros aspectos. Relembrando: Existem alguns serviços contatados em casos de atendimento de primeiros socorros: Corpo de Bombeiros deve ser contatado em situações de emergências, incêndios que acontecem em casa (domésticos), emergência de trânsito, resgate de pessoas que sofreram acidente e não é possível receber os primeiros socorros; Polícia Militar são os encarregados em realizar os atendimentos precedentes, em caso de ser o serviço especializado que primeiro conseguiu chegar no local do acidente, deve estabelecer a organização e ordenamento do fluxo de pessoas e carros que estão transitando e averiguar ocorrências; SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é um serviço específico de atendimentos de urgência, desempenha atendimento aos pacientes de acidentes e estados clínicos que precisam de acompanhamento, efetuando um atendimento precedente no próprio local de acidente ou no interior de ambulâncias; Polícia Rodoviária Federal atua em situações em acontecem acidentes em rodovias mais distantes de cidades ou de locais mais urbanizados, é aconselhável solicitar o serviço da PRF; Defesa Civil é a associação nacional encarregada por sistematizar providências Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 30 e cuidados de futuros acidentes e desastres naturais ou de grandes dimensões e atividades de resposta a essas situações. Figura 9 – Serviços de apoio Fonte: Elaborada pelo autor com base em Feliciano (2013). Sabendo das diversas situações que o profissional socorrista pode encontrar nos locais de acidente, é válido ressaltar que em casos de risco de morte, por exemplo: casos de explosão, tráfego intenso de veículos, a vítima deve ser retirada do local, com a precaução de não colocar em risco a vida do profissional. Para isto, existem técnicas que devem ser utilizadas para que a vítima seja retirada do local, segundo Feliciano (2013, p. 28): I) Quando houver suspeita de lesões na coluna evitar remover a vítima, a menos que o local apresenta riscos maiores; II) Vítimas com suspeita de lesão na coluna devem ser sempre transportadas em decúbito dorsal, sob superfície plana e rígida; III) O sentido do transporte, sempre que possível, deverá ser céfalo-caudal – precaução para evitar-se aumento da pressão intracraniana; Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 31 IV) Quando não houver equipamento adequado, mover a vítima pelas costas no sentido do comprimento com auxílio de um casaco ou cobertor; V) Para erguer a vítima 3 ou 4 socorristas devem apoiar todo o corpo e colocá-la em uma superfície rígida; VI) Apoiar sempre a cabeça, impedindo-a de cair para trás. (FELICIANO, 2013, p. 28) Muitas situações e acidentes levam ao comprometimento de alguns movimentos dos pacientes no momento do ocorrido, dessa forma, os profissionais socorristas devem seguir uma sequência de técnicas e regras para não comprometer ainda mais o quadro da vítima, e sim tentar manter ou melhorar. São alguns passos a serem seguidos acerca do método para abordar e movimentar de traumatizados, como trata Feliciano (2013, p. 28- 29): 1) A vítima não pode ser retirada do local ou realizar algum movimento antes de ser feita a imobilização, com exceção de quando: • A vítima se encontrar num local de alto risco; • A posição da vítima estiver obstruindo suas vias aéreas; • A vítima se encontrar em uma posição que impeça a realização da análise de exame primário; • Conseguir assegurar acesso a uma vítima mais grave. 2) A prancha longa (local onde o paciente será colocado) onde a vítima será deitada deve ter o apoio lateral de cabeça e, pelo menos três tirantes sendo: • Um deve ficar na altura das axilas, cruzando o tórax do paciente, sem envolver os membros superiores; • O segundo deve ficar na altura das cristas ilíacas; • O terceiro deve ficar na altura dos joelhos. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 32 3) Os tirantes da prancha longa devem circundar de maneira em que os vãos para empunhadura fiquem livres, ou seja, os tirantes devem passar por baixo da prancha e serão fixados em cima da mesma. (FELICIANO, 2013, p. 28-29) Figura 10 – Passos para traumatizados Fonte: Elaborada pelo autor com base em Feliciano (2013). Para que a vítima seja transportada, primeiramente, ela é colocada e fixada na prancha e, depois, os socorristas devem seguir o procedimento para levantar a vítima (FELICIANO, 2013, p. 31). 1) Os dois primeiros socorristas devem ficar na cabeceira da prancha, em sua parte lateral, de frente um para o outro, os joelhos do lado internoencostados ao chão e os joelhos do lado externo dobrados num ângulo de 90 graus e posicionado entre os braços do socorrista. As mãos destes socorristas devem segurar a prancha longa pelo vão superior da mesma e pelos vãos laterais mais próximo a cabeça da vítima sendo que uma das mãos deve ficar na posição de pronação e a outra na posição de supinação de forma a facilitar a elevação da prancha; 2) O terceiro socorrista fica ajoelhado nos pés da prancha, de frente para a mesma, com um joelho apoiado ao chão e o outro num ângulo de 90 graus e com as mãos segurando os vãos inferiores da prancha longa sendo que uma mão ficará na posição de pronação e a outra na posição de supinação de forma a facilitar a elevação da prancha; Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 33 3) O socorrista verifica se todos estão na posição correta e efetua a contagem até três, momento em que os três socorristas levantarão a prancha, apoiando-a no joelho que está dobrado em 90 graus; 4) O socorrista efetua nova contagem até três, momento em que os três socorristas, efetuando força apenas com as pernas, levantar-se- ão ficando com o corpo ereto e com as mãos estendidas, segurando a prancha longa. (FELICIANO, 2013, p. 31) Em muitos casos, a situação de via aérea foi obstruída por algum corpo ou objeto não identificado, dessa maneira, deve-se seguir o procedimento: uma análise completa é fundamental para o planejamento e impor as intervenções. A avaliação compõe um histórico de quadro clínico de saúde, identificação das possíveis causas e dos fatores do quadro de risco, avaliação para sinais e sintomas e identificação do exame diagnóstico. O diagnóstico do quadro representa geralmente a troca gasosa prejudicada, a depuração ruim da via respiratória, quadro de ansiedade, intolerância à atividade e risco para desenvolvimento de infecção. A principais finalidades e objetivos da assistência à vítima são estabelecer uma via respiratória equilibrada, manter a ventilação e equilibrar a oxigenação arterial necessária para atender às necessidades teciduais. A principal finalidade do sistema respiratório é demandar oxigênio para todos os processos de metabolismo e diminuir o máximo possível de dióxido de carbono. A troca gasosa realizada e adequada é importante para o funcionamento preciso de todos os sistemas do ser humano. Os movimentos respiratórios executados são estabelecidos por aspectos mecânicos e químicos, eles são instigados pela disposição habitual para corresponder pulmonar, pelo calibre das vias respiratórias e pela persistência ao fluxo de ar por elas impostas. A situação de asfixia é a dificuldade do ato de respirar por alguma maneira de impedimento da entrada de ar nos pulmões. Em alguns casos, pode ser também a dificuldade de troca gasosa de maneira eficaz. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 34 Esta dificuldade pode ser incentivada por: • Afogamento. • Inalação de fumaça. • Inalação de produtos tóxicos. • Objetos: sacos plásticos e objetos inalados. • Compressão do pescoço: enforcamento. • Esmagamento. • Ausência da respiração por problemas orgânicos. • Outros diversos motivos. Existem alguns tipos e motivos de obstrução: Figura 11 – Tipos de obstrução Fonte: Elaborada pelo autor com base em Feliciano (2013). A obstrução parcial pode ter duas classificações e duas situações em que a vítima se encontra (FELICIANO, 2013): • Quadro: • BOM - Presença de tosse e esse ato exige força. • INSUFICIENTE – Presença de tosse fraca e sem força. Já quando tratamos de casos de obstrução total, podemos dizer que: • Quadro: • A vítima não consegue respirar, tossir ou até mesmo falar e se comunicar com o profissional. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 35 Existem algumas possíveis causas para a obstrução, são as mais comuns: • Língua. • Vômito. • Objeto estranho. • Espasmos. • Edemas. • Inalação. Segue um diagrama com as causas mais comuns de obstrução para a melhor compreensão e memorização: Figura 12 – Causas comuns para obstrução Fonte: Elabora pelo autor com base em Feliciano (2013). Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 36 Dessa maneira, é necessário que a equipe profissional correta tenha auxílios, equipamentos e transportes, que possam ajudar no momento do atendimento de primeiros socorros e emergência, visando a melhorar a qualidade do serviço e garantir que o paciente esteja estável o mais rápido possível. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que existem diversos tipos de serviços especializados e podem auxiliar no momento do acidente, trabalhando em equipe com os profissionais socorristas, são eles: Corpo de bombeiros, SAMU, Defesa civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Disque Intoxicação. Todos esses canais de ajuda servem para prestar serviços de primeiros socorros juntamente da equipe médica, preparada para transportar ou prestar os atendimentos emergenciais em casos necessários. Além disso, vimos que existem regras levadas em consideração na hora de transportar a vítima do local até o meio que irá transportá-la para a unidade mais próxima, há também inúmeros procedimentos realizados em pacientes que apresentem quadros de obstrução por alguns dos motivos estudados e citados neste capítulo. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 37 Abordagem Técnica Realizada em Pacientes com Lesão OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o que é e como é feita a abordagem técnica em pacientes que apresentam lesões. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram compreender essas abordagens sem a devida instrução tiveram problemas ao executá-las. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!. Abordagem Técnica As diversas causas de acidentes e os elementos presentes no ambiente podem desencadear lesões e fraturas nos pacientes ou no profissional que está realizando o atendimento. Por isso, a importância, como já vimos, da averiguação do local do acidente, como também de equipamentos de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual. Com a presença de lesões ou fraturas identificadas na vítima deve existir um cuidado extremo, uma vez que os profissionais socorristas devem tentar manter o quadro do paciente ou melhorá-lo, jamais realizar algum procedimento capaz de piorar. Dessa forma, é fundamental que seja executada a imobilização de todas as lesões encontradas, caso exista suspeitas de fraturas ou algum trauma relacionado ao acidente da vítima. No entanto, não pode existir perda de tempo imobilizando alguma fratura quando a vida do paciente se encontra em alto risco. Assim, existem inúmeras variedades de talas, uma para cada caso. Elas podem ser encontradas como: • Talas anatômicas. • Talas moldáveis. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 38 • Talas rígidas. • Entre outras. Figura 13 – Talas utilizadas Fonte: Elaborada pelo autor com base em Feliciano (2013). Para que o quadro da vítima melhore, ou não venha a piorar devido algum procedimento não pertencente ao protocolo, existem algumas técnicas de imobilização realizadas em casos de identificação de fraturas ou lesões (FELICIANO, 2013): • Remover as roupas, anéis e pulseiras, que podem comprometer a vascularização da extremidade. Cortar com instrumento apropriado. Os anéis em extremidades edemaciadas. • Avaliar CSM (circulação, sensibilidade, movimento). • Cobrir lesões abertas com bandagens estéreis. • Não reduzir fraturas ou luxações no extra-hopitalar. • Antes e depois da imobilização verificar: pulsos distais, enchimentocapilar, sensibilidade e mobilidade. • No caso de uma luxação ou fratura de articulação, imobilizar a extremidade na posição em que foi encontrada. Exceto se houver evidência de comprometimento vascular e o transporte for longo. • A imobilização deve interessar a articulação distal e proximal a lesão. • Aplicar firmeza, mas sem dificultar a circulação. • Empregar a técnica RICE (repouso, gelo, compressão, elevação) somente em lesão fechada. • Elevar extremidade após imobilização, se for possível. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 39 A Figura 14 representa os principais materiais utilizados pelos profissionais de atendimento emergencial para a imobilização: Figura 14 – Principais materiais de imobilização Fonte: Elaborada pelo autor com base em Feliciano (2013). As bandagens são basicamente a principal escolha pré-hospitalar para realizar a imobilização de fraturas na: • Clavícula. • Cabeça do úmero. • Escápula. São usadas as bandagens triangulares para imobilização como tipoias e como fixadores de auto imobilização, em caso de imobilização de uma extremidade do corpo até outra. Os imobilizadores rígidos são instrumentos/materiais não flexíveis, mas são adaptados ao corpo para estabelecer equilíbrio. Então, podem ser encontrados em: • Madeira. • Papelão ortopédico. • O alumínio. São bastante usáveis em casos de lesões de mãos, pés, punhos, tornozelos, braços, pernas e pescoço. O colete flexível pode ser utilizado em casos de pacientes com suspeita de trauma raquimedular. O tipo KED pode ser usado de maneira contrária para imobilização de fraturas, sendo elas na: • Pelve. • Fêmur proximal. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 40 Esses materiais são bastante utilizados e apropriados para os serviços de atendimento emergencial, principalmente, em casos em que os profissionais socorristas precisam realizar a imobilização devido a alguma lesão ou fratura na vítima. Figura 15 – Profissional Fonte: Freepik Quando há casos de lesões em locais específicas ou a fratura/lesão tem origem específica, o método e a abordagem utilizados devem ser um pouco diferente e seguir esses passos: • Análise da coluna vertebral. • Análise da pelve. • Análise do fêmur. • Análise do quadril. A coluna vertebral deve ser imobilizada com um imobilizador próprio de corpo inteiro com o uso da prancha longa, juntamente do colar cervical com tamanhos apropriados e estabilizador a lateral de cabeça (head block). O fundamental é que o profissional socorrista tenha conhecimento que o colar cervical usado isolado não é um bom dispositivo imobilizador. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 41 As lesões causadas na pelve, normalmente, são geradas por acidentes de carro ou em casos de atropelamentos. São demonstrados no ambiente pré-hospitalar por alto teor de dor e instabilidade com a palpação da pelve. Existe o fator de risco de gerar o choque hipovolêmico por causa do intenso sangramento provocado durante o acidente, dessa maneira, mesmo que a vítima apresente estabilidade circulatória, é considerada instável. Em vítimas com sinais de choque claros, pode ser utilizado apenas a prancha longa, mobilizador de corpo todo. Figura 16 – Abordagem correta de lesões específicas Fonte: Elaborada pelo autor com base em Feliciano (2013). O fêmur pode ser um pouco mais grave e complicado, em casos de hemorragias graves. As vítimas com fraturas bilaterais devem ser consideradas como quadro clínico grave, apesar de aparentarem estar estáveis e bem. Em casos de fraturas bilaterais, o único imobilizador aplicado é a prancha longa, se a vítima estiver clinicamente estável, pode ser utilizado o KED invertido. No quadril, podem existir algumas luxações posteriores, consideradas como quadros de emergências, por causa do alto risco de interrupção do fluxo de sangue na cabeça do fêmur e lesão causada no nervo ciático. A vítima pode apresentar flexão do quadril e rotação na parte interna da coxa. A extremidade pode e deve ser imobilizada na posição encontrada, mais confortável ao paciente e sustentada por travesseiros. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 42 Existe uma particularidade em casos de queimaduras. As queimaduras podem ser consideradas um tipo de lesão de quadro traumático geradas por agentes: • Térmico. • Elétricos. • Químicos. • Radioativos. A lesão, em casos de inalação, e as complicações pulmonares decorrentes disso são aspectos significativos na taxa de mortalidade e morbidade associadas aos acidentes com queimadura. O prejuízo nas funções normais da pele pode comprometer (FELICIANO, 2013): • Proteção natural contra infecção. • Gera perda de líquidos essenciais. • Desregula o controle da temperatura corporal. • Reduz a ativação de vitamina D. • Muda as funções sensoriais e excretórias. • Altera a imagem corporal do cliente. O nível e a profundidade da lesão estão ligados à intensidade e ao tempo de exposição à fonte de lesão. Independentemente de como foi gerado, as normas básicas do atendimento emergencial ao paciente que demonstra queimaduras são os mesmos. Existem três fases no atendimento a vítimas que apresentam queimaduras: Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 43 Figura 17 – Queimaduras Fonte: Elaborada pelo autor com base em Feliciano (2013). As informações básicas a respeito da prevenção de queimaduras são importantes porque a maioria delas são causadas por negligência, desconhecimento e imprudência. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que existem diversos tipos de abordagem para tratar as fraturas e lesões causadas pelos acidentes, assim, é fundamental que seja executada a imobilização de todas as lesões encontradas, assim que exista suspeitas de fraturas ou algum trauma relacionado ao acidente da vítima. Para que o quadro da vítima melhore, ou não venha a piorar devido algum procedimento que não pertence ao protocolo, existem algumas técnicas de imobilização. Além disso, estudamos os tipos de materiais utilizados para a realização da imobilização nas mais diversas formas de acidente, assim como, a inclusão de queimaduras como lesões e quais as suas fases. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré - Hospitalar 44 REFERÊNCIAS BRASIL. Justiça do Trabalho. O que é acidente de trabalho? Disponível em: https://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e- acidente-de-trabalho. Acesso em: 09 jul. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Equipamento de proteção individual (EPI) na prevenção do risco biológico e químico na área de saúde. Disponível em: http://www.hgb.rj.saude.gov.br/ccih/Todo_Material_2010/ ROTINA%20A%20-%20MEDIDAS%20DE%20PREVENÇÃO%20E%20 CONTROLE%20DAS%20INFECÇÕES%20HOSPITALARES/ROTINA%20 A%202%20-%20EPI%202.pdf. Acesso em: 09 jul. 2020. FELICIANO, F. Suporte Emergencial à Saúde. Disponível em: http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/18-24-38- sup0rteemergencialavida.docx.pdf. Acesso em: 09 jul. 2020. INSTITUTO FORMAÇÃO. Suporte Emergencial à vida. Disponível em: http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/18-24-38- sup0rteemergencialavida.docx.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2020. MACHADO, M.; DUARTE, E.; RUFFINO, M. Análise da importância clínica da rotina da verificação da frequência respiratória em pacientes hospitalizados. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 28, n. 2, p. 23-27, 1975. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-71671975000200023&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 18 jul. 2020. PERGOLA, A.; ARAUJO, I. O leigo e o suporte básico de vida. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 43, n. 2, p. 335- 342, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342009000200012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 jun. 2020. SILVEIRA, E.; MOULIN, A. Socorros de Urgência em Atividades Físicas. Disponível em: https://personaltr.webnode.com/_ files/200000047-5e00f5efcb/PIPEF%20EAD%20CREF7.pdf>. Acesso em: 09 jul. 2020. SOUZA, R.; JARDIM, C.; SALGE, J., CARVALHO, C. Lesão por inalação de fumaça. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v30n6/ a11v30n6.pdf. Acesso em: 18 jul. 2020. 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