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Seminario Viviane Amostragem de terra-procedimentos-interpretacao

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“Amostragem de terra, procedimentos, 
interpretação e recomendação para correção da 
reação do solo e adubação para Plantio Direto”.
CEN5715 - Avaliação da Fertilidade do Solo e do Estado Nutricional das Plantas
Profº Drº Cassio Hamilton Abreu Junior 
Profº Drº José Lavres Junior 
Candidata Mestrado: Viviane Nunes dos Santos Cagliari
Sistema de 
Plantio Direto 
Podemos dizer que o Sistema de Plantio Direto, 
completando em 2023 o 51º aniversário de implantação 
em cultura mecanizada, revolucionou a maneira de se 
trabalhar o solo, pois além dos superávits em 
produtividade, promove a recomposição do solo, da 
fertilidade, sendo portanto, um investimento na 
preservação dos recursos naturais, sustentável, 
mundialmente reconhecida como uma técnica 
conservacionista de referência.
Frutos da Colonização e Imigração ...
A agricultura brasileira 
desenvolveu-se com 
origem nas técnicas 
europeias de intenso 
revolvimento do solo...
https://nationalgeographic.pt/historia/actualidade/1598-a-revolucao-da-tecnica-agricola-medieval
No entanto, estas práticas 
eram direcionadas à um 
clima e regime hidrológico 
completamente antagônico 
às condições brasileiras. 
https://febrapdp.org.br/download/publicacoes/LIVRO_PLANTIO_DIRETO_WEB.pdf
Desenvolvimento Agrícola Tardio
Em meados dos anos 50 a 60 a agricultura 
no Brasil era rudimentar, havia pouca 
informação e prevalecia o trabalho braçal, 
em que apenas 2% das fazendas contavam 
com máquinas agrícolas.
https://www.embrapa.br/visao/trajetoria-da-agricultura-brasileira#
Nas propriedades rurais havia pouca 
produção por hectare, e o crescimento da 
demanda interna do país exigia ainda mais 
áreas naturais para serem convertidas em 
agrícolas...
Trator em Vitória (ES) em 1952. 
Foto: IBGE.
Crescimento Populacional x Produção Agrícola 
A falta de rendimento no campo era inviável 
para suportar a demanda por alimentos em um 
contexto de aumento da população e expansão 
das cidades promovidos pela forte 
industrialização do país.
https://www.embrapa.br/visao/trajetoria-da-agricultura-brasileira#
Jornal “O Estado de S. Paulo” 
Aula de campo 
realizada entre 1929 e 
1948 na Escola 
Superior de 
Agricultura e 
Veterinária, uma das 
pioneiras em pesquisa 
agropecuária no país, 
que posteriormente se 
tornaria Universidade 
Federal de Viçosa. 
Foto: UFV
Incentivo à Modernização da Agricultura Brasileira 
https://www.embrapa.br/visao/trajetoria-da-agricultura-brasileira
O governo promoveu políticas e 
incentivos à pesquisa, com o intuito de 
contribuir para o desenvolvimento e 
melhorar a produtividade agrícola. 
Aração: gradagens à discos Arados de aiveca
Desenvolvimento Tecnológico Agrário: 
AINDA BASEADOS EM REVOLVIMENTO DO SOLO
A tecnologia agrícola 
contribuiu para aumento 
da produção nacional
Preparo do solo para semeadura ou plantio, 
controle de plantas infestantes e da 
fitomassa residual, incorporação de 
fertilizantes e corretivos. 
Manejo inapropriado:
Erosão Acelerada...
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstrea
m/doc/928493/1/CIRTEC133tamanhografica2.pdf
❑ Retirada da vegetação natural, intenso 
revolvimento do solo por aração/gradagem, 
cultivo contínuo
No Brasil, estima-se cerca de 1,18 bilhão de 
toneladas anuais de perdas de solo devido à 
erosão hídrica. [Notícias Embrapa, 2020]
Intensificação da Erosão Hídrica:
❑ menor capacidade de infiltração da água 
das chuvas;
❑ Escoamento da água na superfície, 
juntamente com partículas do solo; 
❑ Remove a camada mais rica em nutrientes e 
matéria orgânica. 
O dilema de um agricultor...
Estado do Paraná, município de Rolândia.
O agricultor Herbert Bartz, após um episódio de tempestade, chega 
a um dilema em sua vida: não conseguia mais encontrar solução 
para a degradação da sua lavoura de 200 hectares. Trabalhava 
sobre o sistema convencional, nos cultivos de soja, milho, arroz e 
via a degradação contínua do solo pelas águas da chuva. 
Sem perspectivas, viajou para o exterior em busca de alternativas. 
Nos EUA deparou-se com a técnica “no till” (direto na terra, sem 
revolver o solo), ou seja, plantio direto das sementes sobre os 
resíduos de vegetação das safras anteriores (a palha). A 
decomposição deste material seria naturalmente um adubo do 
solo.
Importou semeadura dos EUA, já que o plantio sob a nova técnica 
implicava em um maquinário com o mínimo de revolvimento do 
solo. 
Houveram muitas intercorrências, no entanto, com persistência, em 
20 de outubro de 1972 (data da chegada da máquina), ele inicia o 
plantio de soja por meio da revolucionária técnica de plantio direto. 
“E nesse momento, quando vi pedaços de 
terra e plantas rodando com a erosão, achei 
que estava testemunhando um dilúvio. Eu 
voltei para casa com um lema na cabeça: 
ou saio disso ou tenho que para de fazer 
agricultura ” 
Herbert Arnold Bartz
https://febrapdp.org.br/download/publicacoes/LIVRO_PLANTIO_DIRETO_WE
B.pdf
Início das pesquisas...
❑ Havia muita resistência de técnicos e produtores à mudança de técnicas;
❑ Inexistência de maquinários (agora o solo era coberto de palha, e havia a 
necessidade do mínimo de revolvimento)
❑ Tipos de solos diferentes no Brasil, gerava desconfiança quanto à aplicabilidade 
nas divergentes regiões. 
https://revistacultivar.com.br/artigos/corte-eficiente-com-disco-duplo-em-semeadoras
❑ Desenvolvimento de 
equipamentos nacionais: cortar a 
palha, abrir covas adequadas, 
distribuição uniforme de sementes. 
Contribuições do SPD 
❑ A camada de 
cobertura proveniente 
dos resíduos de 
vegetação protegiam o 
solo do impacto das 
chuvas, diminuindo 
muito a erosão.
❑ Maior disseminação 
do SPD
https://plantiodireto.org.br/area-de-pd
O Complexo SPD
❑ Não revolvimento do solo; Assim, no SPD, deixa de existir a 
camada arável para surgir uma 
camada enriquecida de resíduos 
orgânicos, alterando a dinâmica da 
matéria orgânica e a liberação de 
nutrientes no solo. 
❑ Rotação de culturas; 
❑ Integração das culturas com a biota 
do solo. 
❑ Uso de plantas de cobertura para formar 
e manter a palhada sobre o solo
Vídeo SPD Embrapa 
https://www.youtube.com/watch?v=EkvKIq7IYoI&t=80s
https://www.youtube.com/watch?v=EkvKIq7IYoI&t=80s
A Matéria Orgânica do Solo (MOS)
MOS compõe 
cerca de 5% 
dos solos 
❑Origem: decomposição de resíduos de 
plantas e animais; 
❑ Influenciam a agregação dos 
componentes estruturais do solo: na 
porosidade, aeração, retenção de água;
❑A mineralização: fornece nutrientes como 
N, S e P. 
❑A parcela de difícil mineralização (pelos 
microrganismos) dão origem a diversos 
compostos orgânicos, além de colóides 
orgânicos, fundamentais para a dinâmica 
e armazenagem dos nutrientes no solo. 
As partículas Minerais Inorgânicas
❑ Origem: intemperismo – influência no 
tipo de mineral;
❑ Partículas coloidais Inorgânicas: 
influenciam na adsorção de íons 
(CTC, CTA), formação de complexos 
de esfera interna com determinados 
nutrientes (fixação: P, S, Mo);
As partículas 
minerais 
compõe cerca 
de 45% dos 
solos 
https://minio.scielo.br/documentstore/1678-
4553/rMxqdjgShdRhPHBBnDhk3Dc/a695126cb6454828fe1f0d13a4d7e00ec6aa184b.jpg
Partículas Coloidais Orgânicas e Inorgânicas:
Reações no Solo 
❑Compõe a parte sólida do solo;
❑Apresentam cargas superficiais: 
grupos funcionais ou densidades de 
carga resultantes; 
❑Equilíbrio com a solução do solo: 
adsorção (armazenamento) e sorção 
(reposição) dos nutrientes de acordo 
com absorção pelas plantas -
influenciam diretamente no 
crescimento das plantas.
❑Lixiviação 
As Reações do Solo nas Partículas Coloidais 
Inorgânicas 
❑ Adsorção de nutrientes: complexos 
de esfera externa 
❑ Os nutrientes adsorvidos em 
equilíbrio com a solução do solo: 
prontamente disponíveis às plantas 
❑ Colóides com densidades de cargas 
resultantes negativas: CTC
❑ Solos brasileiros: óxidos e 
hidróxidos de ferro e alumínio, CTA 
(Capacidade de TrocaAniônica)
❑ Fixação de Nutrientes: complexos 
de esfera interna (fosfato, sulfato e 
molibdato) / indisponíveis 
As Reações do 
Solo: MOS 
❑ Apresentam caráter anfótero – presença de grupos funcionais, principalmente os 
ácidos carboxílicos: as cargas variam com o pH do meio
❑ Em pH < 3: superfícies protonadas (H+) (sítios +)
❑ pH > 3 início da desprotonação, começam a apresentar carga negativa, atraindo os 
cátions solvatados, formando complexos de esfera externa → também atuam na 
disponibilidade dos nutrientes
Importância do controle do pH
❑ Solubilidade de nutrientes; 
disponibilidade de nutrientes; 
❑ Superfícies dos colóides orgânicos e 
inorgânicos – influência na CTC e CTA;
❑ Atividade dos microrganismos →
influencia na decomposição da MOS.
❑ Necessidade de controle do pH: 
fitotoxidade do alumínio
Contribuições do SPD
❑ Aumento gradual da MOS a partir da superfície.
❑ Aumento da adsorção dos nutrientes.
❑ Decomposição da MOS:
❑ Fonte de nutrientes (mineralização)
❑Decomposição total: liberação de CO2, HCO3-
❑Formação de compostos orgânicos ácidos
(ácidos húmicos, fúlvicos)
❑Devido ao caráter anfótero, os compostos e colóides da MOS são capazes de 
contribuir com o controle do pH. 
Toxidez por Al 
❑ O Al afeta principalmente o sistema radicular das plantas, 
alterando a morfologia e o crescimento das raízes secundarias. 
Como as funções primordiais das raízes são a absorção de 
água e de nutrientes, o crescimento, o desenvolvimento das 
plantas ficam acentuadamente prejudicados. 
❑ Competem com os nutrientes Ca, Mg, Zn, K pelos sítios dos 
colóides→ não são retidos → podem ser lixiviados
❑ O principal fator que controla a concentração do Al na solução 
do solo é o pH (muito solúvel em pH < 5,5)
A MOS é capaz de complexar o Al → ameniza a fitotoxicidade
https://agencia.fapesp.br/o-impacto-
de-metais-toxicos-na-produtividade-
agricola/22617/
3+
Estudo de Caso
❑Latossolo Vermelho distrófico 
textura média, em Ponta Grossa 
(PR)
❑Mesmo em condições de pH 
ácidos, temos a diminuição da 
adsorção do Al, devido à 
formação de complexos orgânicos 
em conjunto com calagem e 
gessagem na superfície. 
❑Em solos ácidos, a calagem 
aumenta a disponibilidade de P 
adsorvido nos óxidos de Fe e Al, 
mas o extrator Mehlich-1 não tem 
detectado esse efeito do calcário
❑Uso gessagem: Ca e Mg
Caires, E. F., Fonseca, A. F., Feldhaus, I. C., & Blum, J.. (2001). Crescimento radicular 
e nutrição da soja cultivada no sistema plantio direto em resposta ao calcário e gesso 
na superfície. Revista Brasileira De Ciência Do Solo, 25(Rev. Bras. Ciênc. Solo, 2001 
25(4)), 1029–1040. https://doi.org/10.1590/S0100-06832001000400025
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P no SPD 
❑ Acumula-se nas camadas de 
menor profundidade: mobilidade 
limitada devido fixação nos 
colóides inorgânicos. 
❑ O teor é maior em SPD devido à 
mineralização da MOS na 
superfície.
❑ Ligeiro aumento no perfil do solo 
em SPD: ocorre maior interação 
do P com a MOS – aumento da 
complexação do elemento ou 
formação de compostos 
orgânicos. 
❑ Os ácidos húmicos, acético e 
málico, provenientes da MOS, 
podem recobrir a superfície dos 
colóides inorgânicos, diminuindo a 
fixação, aumentando o P labil.
Corrêa, J. C., Mauad, M., & Rosolem, C. A.. (2004). Fósforo no solo e desenvolvimento de soja influenciados pela adubação 
fosfatada e cobertura vegetal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 39(Pesq. agropec. bras., 2004 39(12)), 1231–1237. 
https://doi.org/10.1590/S0100-204X2004001200010
O experimento foi realizado em casa de vegetação, em vasos 
com material de um Latossolo Vermelho distrófico. Os 
tratamentos constituíram-se de três palhadas, milheto, aveia e 
sorgo-de-guiné, simulando a cobertura do solo, na quantidade 
de 8 t ha-1 de massa de matéria seca, interagindo com 0, 50, 
100 e 150 kg ha-1 de P, aplicados sobre a palhada, na forma 
de superfosfato simples.
Amostragem
❑As amostras devem ser representativas
❑Considerar a forma de adubação, textura, clima, índice pluviométrico. 
❑No SPD ocorre diferença no perfil do solo em relação ao SPC. 
❑Profundidade da camada depende do tempo : etapa implantação ou SPD consolidado 
❑NO SPD o teor de P é maior nas camadas de 0 a 5 cm. 
❑RS e SC camada de 0 a 10 cm
❑Em todas as outras regiões do 
Brasil 0 a 20 cm independente da 
fase em que se encontra o SPD
❑Dividir a propriedade em glebas 
uniformes, considerando o tipo de 
solo, a topografia, a vegetação e o 
histórico de utilização. 
A Lanço:
• Pá de corte, ao acaso, 10 a 20 subamostras, retirando-se 
da cova em forma de cunha uma fatia central com 3- 5 cm 
de espessura e 7 a 10 cm de largura. 
Adubação em Linha: 
• Localizar na lavoura linhas de 
adubação, 
• Remover a palha, 
• Fazer uma cova entre as linhas de 
adubação, assim o solo do 
amostrador apresenta a linha de 
adubação bem no centro.
• Retirar uma fatia de 3 a 5 cm de 
espessura da parede da cova. 
• Camadas de 0-20 cm no caso de 
instalação do SPD
• De 0 10 cm no SPD consolidado
• Colocar em um balde cerca de 15 
subamostras (mesma gleba), 
homogeneizar, separar aliquota
para análise (500 g) → identificar 
corretamente 
Preparo das amostras 
As amostras de solo podem ser secas ao ar e, posteriormente, destorroadas 
e passadas em peneiras com malha de 2 mm de abertura, resultando na 
chamada “terra fina seca ao ar” (TFSA)
RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. Análise Química para Avaliação 
da Fertilidade de Solos Tropicais. Campinas, Instituto Agronômico, 285p. 2001
Determinação da Acidez:
❑ A determinação do pH em uma solução 0,01 mol/L de cloreto de cálcio, 
permite obter resultados mais consistentes do que a determinação do pH 
em água.
RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. Análise Química para Avaliação 
da Fertilidade de Solos Tropicais. Campinas, Instituto Agronômico, 285p. 2001
Formas de Aplicação dos Fertilizantes: 
❑ O melhor modo de aplicação 
depende da cultura, das 
características físicas, químicas 
e mineralógicas do solo, do 
histórico de fertilidade do solo e 
do fertilizante que será usado. 
❑ Podem ser aplicados: 
❑ A lanço;
❑Em linha de semeadura: ao lado 
da linha da semeadura com 5cm 
de profundidade das sementes.
Calagem: 
❑ Aplicação superficial em SPD. 
❑ Efeitos mais evidentes em 
profundidades de até 10 cm em 
tempo relativamente curto
❑A velocidade dos efeitos de calagem em profundidade dependem de diversos fatores (qualidade e 
quantidade de calcário, das culturas em rotação, da incidência de chuvas, entre outros)
❑ Partículas finas de calcário podem acessar perfis mais profundos por meio de galerias (raízes e 
material orgânico mortos) ou pela porosidade continua. 
❑ A presença de ácidos orgânicos e ácido carbônico formam complexos e compostos com Ca e Mg, 
favorecendo sua migração no perfil do solo. Neste caso, pode haver a troca pelo Al trocável na região 
das raízes (substituição dos cátions básicos pelo Al3+)
Recomendações de Calagem no SPD: 
❑ Na 1ª fase, é recomendável que o calcário seja incorporado na camada 
amostrada (0 a 20cm) de acordo com os procedimentos no preparo convencional. 
A necessidade de calagem pode ser definida como a quantidade de calcário ou corretivo da 
acidez do solo para aumentar o pH, ou a saturação por bases, de uma condição ácida inicial 
(V1), a um valor desejado (V2). Esse valor ótimo é estabelecido pela pesquisa agronômica e é 
afetado pela espécie ou cultivar, o sistema de produção e a matéria orgânica do solo. 
NC: necessidade de calagem (t ha-1 de CaCO3)
CTC (mmolc dm-3)
PRNT, o poder relativo de neutralização total do corretivo, é expresso em porcentagem 
dessa representação. 
O cálculo permite acomodar qualquer valor que se adote para V2
RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. Análise Química para Avaliação 
da Fertilidade de Solos Tropicais. Campinas, Instituto Agronômico, 285p.2001
Recomendações de Calagem no SPD: 
❑ Na fase consolidada, quando estiver ocorrendo decréscimo de rendimento das culturas, pela acidez 
do solo, as recomendações de calagem divergem nas diferentes regiões do Brasil. 
❑ Assim no estado do Paraná, são sugeridas: 
❑ 1/3 a ½ da necessidade de calcário calculada pelo método de saturação por bases para a camada 
de 0-20cm, aplicar, no máximo 2,5 t ha-1
❑ Solos argilo-arenosos e arenosos: ½ da necessidade de calcário calculada pelo método de 
saturação por bases para a camada de 0-20 cm do solo aplicar no máx 2,0 t ha-1
❑ No entanto, para qualquer solo, quando forem determinados valores de saturação por bases 
maiores que 50%, não deve ser aplicado calcário na superfície do solo, pelo risco de indução à 
deficiência de nutrientes (Zn e Mn)
❑ Para o estado de Minas Gerais, sugere-se que após a instalação do SPD as doses de calcário podem 
ser diminuídas em 1/3, quando a amostragem for feita na camada de 0-20cm, e à metade quando a 
amostragem for feita de 0-10 cm. 
❑ No SPD consolidado a amostragem é na camada de 0-10 cm, com aplicação de calcário na 
superfície do solo
Dinâmica do N em SPD:
❑O não revolvimento do solo e acúmulo da palhada evita perdas de partículas e aumenta o teor 
de MOS. 
❑A relação C:N, permitem conhecer a capacidade de cada espécie vegetal em manter uma boa 
cobertura sobre o solo e acumular N na palhada – importância da rotatividade de culturas. 
❑Mineralização da MOS: fonte de N 
❑ Assim, gramíneas fornecem grande 
biomassa (palhada), enquanto leguminosas 
podem fixar N; 
❑ Outras culturas influenciam no 
enraizamento diversificado (permitem 
aumentar a porosidade, formação de 
agregados, retenção de água, e carbono 
orgânico em profundidade após a 
decomposição). 
Estratégias da Adubação de N
A) Durante a fase de implantação do sistema (até 5 anos) as doses de N devem ser aumentadas em 
relação às aplicadas no SPC e aplicadas no sulco de semeadura.
B) Nessa fase, é também importante conhecer a rotação e a sequência de culturas na presença de 
sistemas que acrescentem grande quantidade de resíduo com relação C:N elevada
Aumentar a dose de N na base e 30 a 50 Kg ha-1
C) a introdução de leguminosas ou plantas recicladoras de N como o nabo forrageiro, antecedendo 
o milho no SPD pode reduzir a aplicação de N na ordem de 50%
D) No caso de SPD consolidado, a aplicação de N para cultura de cobertura mesmo com alta 
relação C:N, pode ser diminuída, em relação à fase anterior, 
E) Para diminuir perdas por volatização (caso do uso de uréia, principalmente), efetuar aplicações 
preferencialmente em sulco, a uma profundidade de 5-7cm do solo. 
Estas recomendações são baseadas nas curvas de respostas das culturas em diferentes 
ambientes enfadoclimáticos. 
No caso do RS e SC são indicadas adubações com base no teor de MOS. 
No início é necessária aplicação do N 
devido à necessidade deste 
nutriente pela biomassa microbiana 
do solo, durante a decomposição e às 
culturas com grande demanda de N
Há dificuldade de se estabelecer recomendações gerais 
de adubação nitrogenada pela complexidade dos vários 
fatores que interagem na dinâmica do N no solo.
Adubação Fosfatada
❑ Ambas as frações inorgânica e orgânica decrescem em profundidade no solo. O 
aumento relativo da fração orgânica (P orgânico / P total) é resultado do 
decréscimo na fração inorgânica em função do aumento da orgânica; 
❑ No SPD tanto o P total, quanto o P orgânico são elevados (adubação e reciclagem 
pela mineralização dos resíduos) 
❑ As formas moderadamente lábeis (extraídos com HCl 01 -1) são a maior fonte 
disponível de P no solo. 
❑ Não revolvimento do solo: diminui o contato entre o P e os colóides do solo →
diminuindo a fixação; 
❑ A aplicação de fertilizantes fosfatados saturam os sítios de fixação do P, os ácidos 
orgânicos também tendem a ocupar estes sítios, permitindo uma maior 
concentração do P lábil na solução do solo. 
Estratégias para adubação Fosfatada e 
Potássica
• Na instalação do SPD recomenda-se fazer uma adubação corretiva total de P e K (em uma única 
aplicação na primeira cultura), quando os tores estiverem nas faixas “muito baixa” ou “baixa”. 
• Neste primeiro momento, de implantação, se caso houver a necessidade de doses altas, os adubos 
devem ser aplicados a lanço e incorporados ao solo de preferência com uso de grade pesada. 
• Pode –se ainda aplicar, no caso de doses elevadas 2/3 desta maneira, e o restante na linha de 
semeadura. 
• As fontes de P utilizados para a correção podem ser tanto os fosfatos acidulados , como os 
termofosfatos, as escórias e os fosfatos naturais reativos. A fonte de K é geralmente KCl.
• Depois disso, de acordo com a região, ainda são necessárias mais aplicações nos primeiros 4 a seis 
cultivos a partir da instalação. 
• Para lavouras com SPD consolidado, é necessária a análise de solo e aplicação a linha de 
semeadura. 
• Pode ainda, nestes casos, ser utilizada a lanço na superfície do solo. No caso do P, as adubações 
anuais de manutenção devem ser feitas com fosfatos solúveis.
Tabelas de Referência
Limites de interpretação de teores de potássio e de fósforo em solos
Para K: bem como de outros cátions trocáveis, os diversos extratores usados em laboratórios de análise de 
solo dão resultados comparáveis → não é mencionado o método usado na extração
Já no caso do fósforo, é muito importante o extrator usado. Para São Paulo, pesquisas realizadas no Instituto 
Agronômico, mostraram que o processo de extração com resina de troca de íons é um método que avalia 
melhor a disponibilidade do nutriente para as culturas. 
RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. Análise Química para Avaliação 
da Fertilidade de Solos Tropicais. Campinas, Instituto Agronômico, 285p. 2001
Limites de interpretação de teores de Ca, 
Mg e S em solos
• O enxofre é extraído do solo com solução de CaH2PO4 0,01 mol/L, que 
extrai principalmente a forma de sulfato, considerada disponível
RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. Análise Química para Avaliação 
da Fertilidade de Solos Tropicais. Campinas, Instituto Agronômico, 285p. 2001
Adubação com Enxofre
❑ Principal fonte de S : matéria orgânica,
❑ O íon sulfato, da camada subsuperficial
do solo é utilizado com indicador da sua 
disponibilidade às plantas (CTA) 
❑ Compete com o íons fosfato pelos sítios 
positivos, e uma vez na solução do solo, 
é móvel e pode sofrer lixiviação. 
❑ Assim, nas etapas iniciais no SPD é de 
se esperar diminuição do teor do S no 
solo, mas com o passar do tempo, a 
disponibilidade de S deve aumentar pelo 
aumento da ciclagem da própria MOS. 
Estratégias para Adubação com S
❑Após a análise de solo, ou foliar. 
❑ Os teores críticos de solo variam entre 5 a 10 mg dm-3 de enxofre. Para as 
culturas menos e mais exigentes, respectivamente. 
❑ No caso de insuficiência, recomenda-se a aplicação de 20 a 40 Kg ha-1 . 
❑ Usa-se adubos com sulfato na formulação: sulfato de amônio, 
superfosfato simples, sulfato de potássio, ou gesso agrícola.
Micronutrientes no SPD
• A correta implantação do SPD naturalmente através do processo de 
reciclagem fará a reposição dos micronutrientes de forma suficiente às 
culturas. 
• As tabelas de recomendação dos micronutrientes são baseadas no SPC 
em que o teor de MOS é mais baixo (solos arenosos).
• Estudos mostraram que não houveram respostas das principais culturas 
de grãos no SPD em relação à adição de micronutrientes.
Tabela Referência Micronutrientes
❑ Os extratores que se revelaram mais eficientes, nos estudos 
realizados no Instituto Agronômico, foram a água quente para boro e 
a solução do complexante DTPA para zinco, ferro, cobre e manganês.
RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. Análise Química para Avaliação 
da Fertilidade de Solos Tropicais. Campinas, Instituto Agronômico, 285p. 2001
Considerações Finais: 
Dos 32 milhões de hectares que adotam o Plantio Diretono Brasil, um sistema conservacionista de cultivo 
agrícola, estima-se que em apenas 2,7 milhões de 
hectares são seguidos corretamente os preceitos 
preconizados pela pesquisa agropecuária. Como 
consequência, surgem problemas como compactação 
do solo, erosão hídrica, quebra da estabilidade da 
produtividade e aumento do custo de produção.
https://www.embrapa.br/visao/trajetoria-da-agricultura-brasileira
Obrigada !!
	Slide 1: “Amostragem de terra, procedimentos, interpretação e recomendação para correção da reação do solo e adubação para Plantio Direto”.
	Slide 2: Sistema de Plantio Direto 
	Slide 3: Frutos da Colonização e Imigração ...
	Slide 4: Desenvolvimento Agrícola Tardio
	Slide 5: Crescimento Populacional x Produção Agrícola 
	Slide 6: Incentivo à Modernização da Agricultura Brasileira 
	Slide 7: Desenvolvimento Tecnológico Agrário: 
	Slide 8: Erosão Acelerada...
	Slide 9: O dilema de um agricultor...
	Slide 10: Início das pesquisas...
	Slide 11: Contribuições do SPD 
	Slide 12: O Complexo SPD
	Slide 13: Vídeo SPD Embrapa 
	Slide 14: A Matéria Orgânica do Solo (MOS)
	Slide 15: As partículas Minerais Inorgânicas
	Slide 16: Partículas Coloidais Orgânicas e Inorgânicas: Reações no Solo 
	Slide 17: As Reações do Solo nas Partículas Coloidais Inorgânicas 
	Slide 18: As Reações do Solo: MOS 
	Slide 19: Importância do controle do pH
	Slide 20: Contribuições do SPD
	Slide 21: Toxidez por Al 
	Slide 22: Estudo de Caso
	Slide 23: P no SPD 
	Slide 24: Amostragem
	Slide 25: A Lanço:
	Slide 26: Adubação em Linha: 
	Slide 27: Preparo das amostras 
	Slide 28: Determinação da Acidez:
	Slide 29: Formas de Aplicação dos Fertilizantes: 
	Slide 30: Calagem: 
	Slide 31: Recomendações de Calagem no SPD: 
	Slide 32: Recomendações de Calagem no SPD: 
	Slide 33: Dinâmica do N em SPD:
	Slide 34: Estratégias da Adubação de N
	Slide 35: Adubação Fosfatada
	Slide 36: Estratégias para adubação Fosfatada e Potássica
	Slide 37: Tabelas de Referência
	Slide 38: Limites de interpretação de teores de Ca, Mg e S em solos
	Slide 39: Adubação com Enxofre
	Slide 40: Estratégias para Adubação com S
	Slide 41: Micronutrientes no SPD
	Slide 42: Tabela Referência Micronutrientes
	Slide 43: Considerações Finais: 
	Slide 44: Obrigada !!

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