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Poda e Fisiologia Vegetal

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O conhecimento de algumas regras sobre 
a fisiologia vegetal em muito auxilia ao 
podador. Ficará ele sabendo porque se 
poda, o que se poda e quando se poda. Os 
vegetais nutrem-se através de suas 
raízes, que retiram do solo sais minerais 
e água, necessários para o seu 
desenvolvimento e frutificação. A 
absorção determina uma pressão de 
baixo para cima. A seiva pode também 
ter sua ascendência ligada à 
transpiração, pela ação da capilaridade, 
pela osmose, etc. Baseando-se nas 
relações hídricas vegetal, estabelecem-se 
leis nas quais se baseiam as podas das 
plantas: 
1. O vigor e a fertilidade de uma planta 
dependem em grande parte das 
condições climáticas e edáficas. 
2. O vigor de uma árvore como um todo, 
depende d circulação da seiva em todas 
as suas partes. 
3. Há uma relação íntima entre o 
desenvolvimento da copa e o sistema 
radicular. Esse equilíbrio afeta o vigor e 
a longevidade das plantas. 
4. A circulação rápida da seiva tende a 
favorecer o desenvolvimento vegetativo, 
enquanto que a lenta favorece o 
desenvolvimento dos ramos frutíferos. 
5. A seiva, devido à fotossíntese, tende a 
dirigir-se para os ramos mais expostos ao 
invés de se dirigir àqueles submetidos à 
sombra. 
6. As folhas são órgãos são órgãos que 
realizam as sínteses das substâncias 
minerais e a sua redução debilita o 
vegetal. 
7. Há espécies que só frutificam em 
ramos formados anualmente e outras 
produzem durante vários anos nos 
mesmos ramos. 
8. O aumento do diâmetro do tronco está 
em relação inversa à intensidade da 
poda. 
9. O vigor das gemas depende da sua 
posição e do seu número nos ramos. 
10. Quanto mais severa a poda num 
ramo, maior é o seu vigor. 
11. A poda drástica retarda a frutificação. 
As funções reprodutivas e vegetativas 
são antagônicas. 
12. A frutificação é uma consequência de 
acumulação de carboidratos. Esta 
acumulação é maior nos ramos novos do 
que nos velhos e nos finos do que nos 
grossos. A poda pode ser definida como 
a operação de eliminação de ramos ou 
parte de ramos de uma planta, para que 
ela adquira forma e produção 
compatíveis com 
a finalidade desejada. Através dessa 
eliminação de ramos ou de suas partes, 
altera-se não só a forma, mas também a 
fisiologia da planta, justificando-se, 
assim, 
alguns comentários sobre os princípios 
fisiológicos e anatômicos sobre os quais 
essa prática se apoia. Esses princípios 
estão, em geral, associados ao volume e 
pressão das seivas bruta e elaborada, não 
só em razão do conteúdo nutricional que 
possuem, mas também por nelas se 
encontrarem difundidas substâncias 
químicas responsáveis por estímulos e 
bloqueios de atividades fisiológicas. 
Mesmo sendo esses princípios há muito 
referidos na literatura técnica, a sua visão 
molecular ainda é pouco conhecida e 
muitas vezes 
controvertida, em face dos ainda 
incipientes 
conhecimentos da bioquímica que regula 
os processos de crescimento vegetativo e 
de reprodução nas árvores frutíferas. 
Apesar dessa dificuldade, a poda só pode 
ser bem-sucedida à medida que 
conheçamos, por antecipação, a resposta 
da planta à intervenção do operador. Os 
princípios que regem a poda podem ser 
assim apresentados: 
 
1º. A rápida circulação da seiva 
favorece o desenvolvimento 
vegetativo, enquanto a circulação 
lenta estimula a produção. 
Em outras palavras, quanto mais rápida 
for a circulação da seiva no interior do 
ramo, maior será o número de gemas que 
originarão crescimentos vegetativos 
vigorosos e, ao contrário, quanto mais 
difícil e lenta for essa circulação, mais 
numerosas serão as gemas que se 
transformarão em botões floríferos. 
Isso, de certa forma, pode ser explicado 
pelo fato de haver uma intensa 
competição por nutrientes entre os ramos 
produtivos e vegetativos, uma vez que 
durante a acumulação de sais minerais, 
açúcares e 
aminoácidos nos órgãos reprodutivos, é 
possível se constatar um decréscimo 
correspondente e aproximadamente 
igual nas quantidades desses nutrientes 
presentes nas folhas. A produção de 
gemas floríferas depende da acumulação 
de fotossintatos nos tecidos que as 
originarão. Essa acumulação depende da 
velocidade com que a seiva circula no 
interior do ramo que, por 
sua vez, depende da relação entre a 
produção e o consumo desses produtos; 
quando o consumo é suplantado pela 
produção, surgem condições para a 
formação de gemas floríferas. Como em 
ramos em fase de crescimento o 
carboidrato disponível está sendo 
utilizado na formação de novos tecidos 
vegetativos, há pouca possibilidade de 
ocorrer a sua acumulação e, 
consequentemente, do aparecimento de 
gemas floríferas. Além disso, sabe-se 
que certos fatores hormonais, 
especialmente citocininas, estão 
envolvidos nesse processo. 
 
2º. A velocidade de circulação da seiva 
no interior da planta depende do seu 
estado fisiológico. 
A velocidade de circulação da seiva em 
uma planta é maior quando ela se 
encontra em fase de crescimento 
vegetativo intenso, com grande divisão e 
crescimento celulares. 
Após o amadurecimento dos frutos a 
velocidade de circulação da seiva no 
interior da planta diminui, verificando-se 
então uma correspondente maturação 
dos ramos e das folhas. Nessa ocasião, 
acumulam-se, nesses órgãos, grandes 
reservas de fotossintatos, que criarão as 
condições para que as gemas vegetativas 
sejam transformadas em frutíferas. 
3º - A circulação da seiva será tanto mais 
intensa quanto mais retilíneo for o ramo. 
Como decorrência, dentro de certos 
limites, 
quanto maiores forem os obstáculos que 
se opuserem à livre circulação da seiva 
em uma planta ou ramo, tanto maior será 
sua predisposição para florescer e 
frutificar. Também, nesse caso, o 
fenômeno está 
associado ao acúmulo de seiva elaborada 
nos tecidos em que ela circula em 
velocidade mais baixa, favorecendo, 
com isto, o processo reprodutivo em 
detrimento do vegetativo. Nisso 
baseiam-se as conhecidas técnicas de 
forçamento da produção, como 
anelamento, estrangulamento e 
ferimento do caule, este muito usado em 
mangueiras pelos caboclos brasileiros. 
Por outro lado, as podas sucessivas feitas 
em uma mesma unidade produtiva criam 
obstáculos à circulação da seiva, 
favorecendo a produção em plantas 
vigorosas ou jovens. Em plantas velhas 
ou fracas a poda deve, em contrapartida, 
aproximar a unidade produtiva da 
estrutura básica da planta, eliminando a 
tortuosidade da sucessão de ramos. 
 
3º. Os ramos em posição vertical 
favorecem uma maior velocidade de 
circulação da seiva em seu interior, 
enquanto naqueles em posição mais 
horizontal a velocidade dessa 
circulação é reduzida. 
A seiva elaborada, circulando em 
menores 
velocidades, favorece o acúmulo, nesses 
tecidos, de substâncias por ela 
transportadas, estimulando assim o 
processo reprodutivo. Dessa forma, os 
ramos em posição horizontal crescem 
menos e florescem mais; enquanto ramos 
verticais dificilmente florescem, 
sendo por isso mesmo chamados de 
“ladrões”. Por essa razão, e por 
absorverem grande quantidade de seiva, 
em detrimento das demais ramificações 
existentes no ramo sobre o qual se 
desenvolvem, esses ramos devem ser 
eliminados ainda no início de 
seu desenvolvimento, por meio de um 
corte raso na sua base, ou através de um 
corte inclinado de 15 a 20 cm de altura, 
quando se pretende aproveitar uma 
brotação lateral para preencher um vazio 
existente na 
copa. 
 
4º. A seiva dirige-se com maior 
intensidade para as partes altas e 
iluminadas da copa. 
Nas posições altas e externas da planta a 
transpiração e a fotossíntese são mais 
intensas, gerando maior pressão negativa 
de água, o que resulta no fluxo 
ascendente da seiva bruta. Pela mesma 
razão, os ramos 
enfolhados atraem muito mais seiva 
bruta do que os que possuem poucas 
folhas. Ainda como consequência desse 
princípio,os ramos secundários 
próximos à extremidade do ramo 
primário recebem mais seiva que os 
situados em sua base. 
 
5º. Quanto mais amplo for o ponto de 
inserção de um ramo, mais seiva por 
ele, circulará. 
Quanto maior a área da secção 
transversal dos vasos condutores, maior 
o volume de seiva que por ela circulará, 
uma vez que se admite que a taxa de 
translocação é diretamente proporcional 
à secção dos 
vasos condutores. Esse aspecto, pela sua 
importância, deve ser considerado 
quando se faz a seleção dos ramos que 
permanecerão na planta por ocasião das 
podas. 
 
6º. Os ramos secundários receberão 
tanto mais seiva ascendente quanto 
menor for o seu número em um dado 
ramo primário. 
O volume de seiva transportado pelo 
xilema 
distribui-se proporcionalmente pelas 
ramificações existentes. Eliminando-se 
parte da planta pela poda, a seiva 
ascendente refluirá para as porções 
restantes, aumentando-lhes o vigor. 
8. O desbaste de um ramo secundário não 
só aumenta o vigor do ramo principal, 
como também inibe ainda mais a 
brotação das gemas axilares nele 
existentes. Desbaste é a eliminação total 
de um ramo, por meio de um corte raso 
feito na sua base. Essa poda 
remove os ramos laterais, mas se for 
deixada intacta a extremidade do ramo 
principal, aumentará seu vigor. Sua 
prática avoluma excessivamente as 
dimensões da copa, conferindo-lhe uma 
forma mais aberta para cima. Induz, 
também, a frutificação nas extremidades 
dos ramos longos. O desbaste favorece a 
produção de terminais mais longos, por 
acentuar a dominância apical, fenômeno 
este atribuído à ação de auxinas e 
citoquininas. As auxinas, produzidas 
principalmente nos meristemas apicais, 
favorecem a translocação preferencial de 
nutrientes para o ápice do ramo, em 
detrimento das gemas laterais, que ficam 
assim carentes de substrato para seu 
desenvolvimento. Elas são importantes 
no controle de processos como o 
reinicio da atividade do câmbio vascular 
em plantas lenhosas no começo da 
primavera e o crescimento das células 
formadoras dos tecidos dos ramos. As 
citocininas, por outro lado, promovem o 
enfraquecimento gradativo da planta, o 
que poderá resultar na sua morte por 
outras causas. 
7º. O encurtamento do ramo favorece 
o aparecimento de brotação lateral. 
Encurtamento é a eliminação da porção 
terminal de um ramo, geralmente feita 
imediatamente acima de uma gema 
voltada para fora da copa. Como essa 
poda elimina a dominância apical, por 
supor-se que ela reduza a produção de 
auxinas, as gemas axilares passam á se 
desenvolver. Essa brotação é mais 
vigorosa do que aquela originária da 
gema apical, caso o ramo não tivesse 
sido podado. Entretanto, como não chega 
a compensar a porção retirada com a 
poda, a sua pratica confere à planta uma 
forma mais baixa e compacta. Para 
espécies como a goiabeira, que 
produzem em ramos em crescimento, o 
encurtamento na fase de 
frutificação é de grande importância por 
estimular a brotação contendo gemas 
floríferas. Durante o período de repouso, 
as plantas armazenam fotossintatos 
predominantemente nos tecidos jovens, 
existentes na extremidade do ramo, 
enquanto a disponibilidade de nitrogênio 
é maior nos tecidos mais velhos, que se 
encontram na sua base. Por essa razão, a 
relação carbono/nitrogênio nos tecidos 
próximos à gema apical é bastante 
elevada, dando origem a um crescimento 
pouco vigoroso e muito fértil. Por outro 
lado, quanto mais severo for o 
encurtamento feito em um ramo, mais 
estreito será a relação C/N nos tecidos 
próximos à gema que ficará na posição 
terminal, razão pela qual esse 
crescimento é mais vigoroso e menos 
frutífero que o de plantas não podadas. 
Assim, se o encurtamento for feito de 
maneira insuficiente, a planta produzirá 
uma grande quantidade de frutos 
pequenos e de baixa qualidade; se muito 
severo, o ramo vegetará intensamente e 
não produzirá. Cabe ao operador, 
portanto, definir a intensidade da poda, 
de forma que os tecidos próximos à gema 
terminal apresentem uma relação C/N 
favorável a uma grande produção de 
frutos de qualidade superior. Isso irá 
depender, também, do estado nutricional 
da planta, do vigor da variedade e da 
época do ano em que a operação está 
sendo feita. Durante a fase de vegetação, 
os teores de nutrientes 
dos tecidos jovens e velhos tendem a se 
aproximar, razão pela qual este efeito 
não é tão notável nas podas feitas quando 
a planta está em franca atividade 
metabólica. Tanto o desbaste como o 
encurtamento são métodos igualmente 
importantes na formação e manejo de 
uma árvore frutífera; o encurtamento é 
mais valioso na fase de formação, por 
facilitar a obtenção de uma copa bem-
conformada, enquanto o desbaste 
favorece a produção de ramos frutíferos 
e a 
sua manutenção em boas condições. Por 
outro lado, à medida que a planta vai 
ficando mais velha, ela deve receber 
mais desbaste e menos encurtamento. 
Entre outras formas de supressão de 
ramos ou de suas partes, as mais 
importantes são: 
Desponte: é o encurtamento praticado 
em 
verde, sobre a extremidade do ramo 
novo. Sua prática diminui o vigor da 
planta. 
Desbrota: é a intervenção que se faz em 
verde, para eliminar ramos supérfluos e 
concorrentes. 
Poda em coroa: é o encurtamento total 
do 
ramo, que fica reduzido à “coroa”, que é 
a porção mais grossa existente em sua 
base e onde existe um cordão de gemas. 
Poda em esporão: é o encurtamento 
deixando-se apenas a base do ramo, 
geralmente com duas ou três gemas, ou 
com quatro a seis centímetros de 
comprimento. 
Poda em vara: é o encurtamento em que 
se 
deixa o ramo com um número maior de 
gemas, em geral com 10 a 20 cm de 
comprimento. 
8º. Quanto mais severa for a poda, 
maior será o vigor da brotação 
resultante. 
Esse efeito da poda pode ser explicado 
pela maior disponibilidade relativa de 
nitrogênio acumulado pela planta na 
porção mais velha de seus ramos, bem 
como pela maior quantidade disponível 
de reservas acumuladas em ramos, 
troncos e raízes, 
para os pontos de crescimento que 
permanecem na planta após a operação. 
Pela mesma razão, a poda severa, 
freqüentemente, favorece também a 
frutificação em plantas senis. Isso é 
verdadeiro para as plantas de clima 
temperado, que têm um período de 
repouso bem definido antes de iniciarem 
novo ciclo produtivo,quando há acúmulo 
de fotossintatos nos ramos, troncos e 
raízes, ou para plantas sempre verdes 
regularmente submetidas à poda severa. 
E que as 
plantas sempre-verdes, como é o caso da 
goiabeira, mantidas sob crescimento 
natural, habitualmente não armazenam 
grandes quantidades de carboidratos. Em 
conseqüência disso, quando se submete 
uma goiabeira à poda total pela primeira 
vez, a sua brotação posterior é fraca e 
irregular, e a produção pequena. À 
medida que a planta se habitua ao novo 
manejo, ela passa a responder bem este 
tipo de poda, possivelmente por se 
adaptar nutricional e hormonalmente ao 
novo sistema ao qual está sendo 
submetida. 
De qualquer forma, no caso das plantas 
sempre-verdes, o estímulo ao novo 
crescimento causado pela poda severa é 
sempre menos intenso que no caso das 
espécies de folhas caducas. No entanto, 
esse estímulo sempre existe, e uma poda 
desequilibrada, que reduz mais 
severamente certas partes da copa que 
outras, leva à produção de ramos 
desenvolvimento dessas gemas laterais, 
além de influírem na divisão celular, na 
formação de novos órgãos, de 
estimularem a formação de células 
cicatriciais e de atrasarem a senescência. 
Deve-se notar, no entanto, que as 
informações disponíveis indicam que os 
efeitos desses hormônios dependem não 
apenas da sua concentração absoluta, 
mas, principalmente, de seus teores 
relativos em um dado tecido vegetal. 
Se a poda ocorrer logo após a árvore ter 
utilizado as suas reservas no 
desenvolvimentode novos tecidos e 
antes que ocorra a reposição desses 
fotossintatos, pode-se esperar o 
enfraquecimento da planta. Por outro 
lado, a eliminação de grande quantidade 
de ramos a cada ano ocasiona o “ladrões” 
na porção mais afetada pela operação. 
 
9º. O crescimento adicional 
apresentado por uma planta podada 
não é suficiente para compensar a 
porção retirada, razão pela qual a 
poda é, na realidade, um processo 
ananicante. 
Segundo alguns autores este é, de fato, o 
efeito mais evidente da poda sobre as 
plantas perenes, de tal forma que o 
indivíduo resultante pode ser 
sensivelmente menor que aqueles não 
submetidos a 
qualquer tipo de intervenção. 
Acrescente-se a isso que quanto mais 
severa for a poda, maior será o efeito 
ananicante observado. 
Esse nanismo não decorre do fato de a 
planta não podada crescer mais, mas sim 
de ela não sofrer as perdas causadas pela 
poda. Em outras palavras, apesar de a 
poda estimular a brotação e o 
crescimento do ramo podado, este não 
chega a compensar a 
porção retirada com a operação, 
acrescida do novo crescimento que ele 
teria caso a planta não tivesse sido 
podada. Isso pode ser medido não apenas 
pelo comprimento e peso dos ramos, mas 
também pelo diâmetro do tronco, que em 
geral guarda boa correlação com o peso 
da copa (0,83 a 0,92, dependendo da 
espécie) e com o peso das raízes (0,76 a 
0,84, também em função da espécie). 
Isso deve-se ao fato de que, com a poda, 
elimina-se parte das reservas dá planta 
acumuladas nos ramos, efeito muito 
importante nas espécies de 
folhas caducas e nas sempre-verdes 
regularmente submetidas a poda severa, 
principalmente quando a operação é 
realizada no período de repouso. Em 
contrapartida, a poda de plantas em fase 
de vegetação implica na eliminação de 
folhas, que são os órgãos que realizam a 
síntese das substâncias orgânicas que 
nutrem o vegetal. 
Apesar de as folhas remanescentes 
aumentarem a eficiência fotossintética, 
isto não é suficiente para repor a 
produção de fotossintatos nos níveis 
anteriores, decorrendo daí o principal 
efeito 
debilitador da poda neste caso. E 
necessário lembrar que, durante a 
maturação dos frutos, a planta acumula 
neles a maior parte de suas reservas, de 
tal forma que a poda realizada logo após 
a colheita, antes que as folhas possam 
restabelecer o nível de reservas existente 
nos ramos e raízes, através da 
fotossíntese, é extremamente debilitante. 
A poda feita logo após um fluxo de 
crescimento é mais ananicante, não só 
porque a planta acabou de utilizar suas 
reservas para realizá-lo, mas também 
porque a poda pode estimular um novo 
crescimento, exaurindo-a ainda mais. 
Como a planta fica no final com menor 
número de folhas, a reposição das 
reservas é mais difícil e lenta. A poda de 
plantas sempre-verdes não tem o efeito 
estimulante da poda de inverno, nem o 
efeito depressivo da poda de verão 
executada em plantas decíduas. 
 
10º. A poda da parte aérea tende a 
reduzir, na mesma proporção, o 
volume do sistema radicular. Há uma 
relação ótima entre o tamanho da copa 
e do sistema radicular de uma planta 
que ela procura manter. 
A redução da copa através da poda influi 
no tamanho do sistema radicular, 
resultando em morte de 
parte deste até que o equilíbrio do 
conjunto seja restabelecido. O equilíbrio 
entre a parte aérea e o sistema radicular 
rompido pela poda é restabelecido mais 
rapidamente nas plantas sempre-verdes. 
Entretanto, o crescimento total é menor 
que o de uma 
planta não podada. Tem-se observado 
também que o tamanho do sistema 
radicular de plantas podadas é menor que 
o daquelas não submetidas a qualquer 
intervenção, sendo essa redução 
proporcional à intensidade da poda 
executada. Em outras palavras, qualquer 
prática que possa reduzir a produção de 
novos ramos pela planta, inclusive de 
ramos “ladrões”, deve resultar em uma 
menor superfície foliar e menor 
crescimento radicular. Esse efeito soma-
se ao exposto no princípio anterior para 
acentuar ainda mais a ação ananicante da 
poda. 
 
11º. O vigor e a produtividade de uma 
planta variam com o clima, solo e 
outras condições locais. 
A compreensão deste princípio é de 
suma 
importância para a correta execução da 
poda, uma vez que uma mesma espécie 
vegetal, cultivada em diferentes 
condições de clima, freqüentemente 
requer podas de tipos diferentes. Em 
outras palavras, uma 
fruteira de folhas caducas na região fria 
da Europa deve ser podada de forma que 
seu vigor aumente e ela seja então capaz 
de produzir economicamente. Entre nós, 
há que se procurar reduzir seu vigor, 
estimulado pelas condições de calor e 
umidade reinantes por ocasião do ciclo 
vegetativo, se desejarem produções 
compensadoras. Desta forma, enquanto 
aqui o encurtamento dos ramos deve ser 
a prática preferida, lá o desbaste dos 
ramos deve ser mais empregado. 
Também, nas regiões mais frias o 
produtor preferirá a 
eliminação total do ramo, enquanto 
naquelas mais quentes a poda em 
esporão poderá ser uma necessidade, 
pois ao dificultar a circulação da seiva 
nos ramos que dele brotarem, estará 
estimulando a produção, enquanto essa 
mesma poda, feita em regiões mais frias, 
resultaria em ramos por demais fracos 
para frutificarem bem. 
 
12º. Ramos em ângulo agudo são 
fracos e tendem a se quebrar quando 
sob pressão. 
O vigor estrutural de um ramo pode ser 
prognosticado com bastante exatidão 
com base na sua aparência. Essa 
fraqueza estrutural dos ramos em ângulo 
agudo deve-se à falta de um câmbio 
contínuo e à compressão da casca para 
fora, no ponto de bifurcação. 
TIPOS DE PODA 
1. Quanto à Fase da Vida das Arvores 
a) Poda de formação: corresponde esta 
poda ao sistema de operações a efetuar 
nas árvores novas durante a fase de 
crescimento vegetativo. O seu objetivo 
consiste em construir, no mais curto 
período possível, um esqueleto de acordo 
com uma forma previamente 
estabelecida, esqueleto este que forneça 
um suporte adequado à máxima 
produtividade das plantas; A poda de 
formação, pela redução do porte da 
árvore, favorece os tratos culturais do 
dolo, o controle fitossanitário, o 
ensacamento e a colheita dos frutos, 
além de possibilitar o plantio de maior 
número de árvores por unidade de área. 
Divide-se em poda de educação, 
transplantação e formação propriamente 
dita. 
Educação 
Tem por finalidade orientar as plantas no 
viveiro, desde o seu nascimento até o 
momento em que de lá serão retiradas. 
Transplantação 
É praticada para manter o equilíbrio 
entre a parte aérea e a parte subterrânea 
da planta. Por maior que seja o cuidado 
no desplante de uma muda, há sempre 
perda de raízes, e as plantas são tanto 
mais sensíveis quanto mais velhas forem. 
Formação propriamente dita 
As plantas cultivadas em intervalos da 
poda desenvolvem-se, frutificam e 
adquirem formas específicas. A poda é 
executada com o objetivo de disciplinar 
a planta e comunicar a ela uma forma 
equilibrada, de modo a favorecer a 
frutificação e demais operações sempre 
necessárias. 
Execução da poda 
A poda de formação na forma de vaso é 
dada durante os quatro primeiros anos da 
planta. No primeiro ano, a árvore 
normalmente apresenta uma haste única, 
e a poda consiste em suprimir a parte 
superior à altura desejada e permitir a 
emissão de três a quatro pernadas. A 
poda, no segundo ano, limita-se a 
eliminar o excesso de ramos e deixar 
apenas três a quatro, distantes entre si de 
15 a 20 cm. A distância das pernadas 
entre si exerce influência na resistência 
da copa. Quando muito próximas umas 
das outras, há tendência de 
desaparecerem com a idade, pelo 
engrossamento, formando verdadeiras 
bifurcações. Estas, quando opostas, 
fendem-se facilmente. Deve-se levar em 
consideração também o ângulo de 
inserção das pernadas. Quando muito 
agudo, a copatende a fechar, o que não é 
conveniente. Escolhidas as pernadas que 
irão formar o arcabouço da planta, elas 
são podadas a 0,20 ou 0,30 m de 
comprimento ou deixadas de três a cinco 
gemas. As últimas gemas devem estar 
situadas lateralmente em relação ao eixo 
da planta. No terceiro ano, procede-se de 
maneira semelhante ao segundo, 
obtendo-se os ramos. Sobre cada pernada 
deixam-se ramos dispostos lateralmente. 
Muitas espécies já entram em produção 
durante o terceiro ano. Outras, porém, 
exigem mais um ano de formação (pêra, 
maçã). Finalmente, no quarto ano, as 
plantas já mostram sinais de entrar em 
frutificação e, em vista disso, a poda é 
feita eliminando-se apenas um terço a 
um quarto do comprimento dos ramos. A 
poda curta ou drástica atrasará o início 
do florescimento, forçando uma maior 
vegetação. 
b) Poda de frutificação: engloba o 
conjunto de intervenções aplicado nas 
frutíferas, não só no período em que o 
esqueleto se aproxima da sua forma 
definitiva, como também durante a fase 
produtiva das plantas. Seu objetivo 
principal é manter o equilíbrio entre as 
funções vegetativa e produtiva, 
buscando dentro dos limites possíveis, 
realçá-las ao máximo. A poda de 
frutificação interfere, diretamente, com 
os órgãos ou ramos de frutos 
especializados. E uma vez que tais 
órgãos e ramos possuem características 
funcionais diferenciadas, a sua poda 
deve-se levar em conta tais diferenças. 
Um ramo misto, por exemplo, depois de 
frutificar uma vez, não volta a produzir, 
razão porque os pessegueiros, que 
produzem basicamente sobre estes 
ramos, necessitam de uma poda que 
promova a sua renovação anual, como 
meio ou processo de manter uma 
frutificação adequada e constante. Já nas 
pereiras e nas macieiras, cuja produção 
predomina principalmente nos esporões, 
órgãos que duram por vários anos, a 
renovação anual destes órgãos não só 
não é necessária, como se tomaria 
desastrosa para estas frutíferas. 
Intensidade da poda A intensidade 
depende da idade, do número de 
pernadas, do vigor, do hábito de 
vegetação. A poda, com relação à 
intensidade, divide-se em curta, longa e 
média. A poda curta ou drástica consiste 
na quase total supressão do ramo. Pode-
se praticar ainda a poda ultracurta, a qual 
deixa sobre o ramo de uma a duas gemas. 
A longa, também chamada leve, deixa o 
ramo com o máximo de comprimento 
(0,40 a 0,60 m). A poda média é um tipo 
intermediário entre os 
dois anteriores. 
 
c) Poda de rejuvenescimento: são 
podas realizadas em árvores em 
decadência, mas em fase que evidencie 
ainda capacidade de recuperação. 
Destina-se esta poda a revigorar o 
esqueleto e renovar a vegetação e órgãos 
de frutificação das plantas. 
Há pomares onde, pela deficiente 
formação, por carência ou inadequação 
de podas de frutificação, por adubações 
deficientes, por defeitos cumulativos 
desfavoráveis de natureza cultural, 
climática ou de outra ordem, as árvores 
começam a gerar desequilíbrios que, 
progressivamente, vão-se conduzindo 
para uma fase de esgotamento precoce. 
Nestes casos, uma poda de 
rejuvenescimento, pode ainda recuperar 
as árvores em níveis econômicos de 
produção. Essa poda corresponde a uma 
renovação mais ou menos intensa e 
profunda do esqueleto da planta e, dos 
próprios órgãos de frutificação. Efetua se 
essa poda encurtando bastante as 
pernadas, braços e outros componentes 
do esqueleto. Os suportes e órgãos de 
frutificação remanescentes, notadamente 
os esporões, serão revitalizados, se 
inseridos em boa localização e em 
condições de aproveitamento. De outro 
modo 
serão suprimidos, tal como todos os 
ramos secos, debilitados e inúteis. 
A intensidade da poda em cada árvore 
deve permitir que a sua estrutura fique 
equilibrada, de maneira a obter uma 
reação vegetativa quanto possível 
uniforme. As brotações e ramificações 
provenientes da nova vegetação devem 
ser acompanhados depois com podas em 
verde promovendo a reconstituição da 
copa, no mais curto período possível. 
 
2. Quanto à Época em que são 
Executadas 
 
a) Poda de inverno ou seca: também 
designada por poda de inverno, sendo 
praticada nos fins do inverno, próximo 
da época de brotação, no período, 
portanto, em que as frutíferas 
caducifólias estão despidas de folhas. 
Porém, em virtude dos efeitos negativos 
e prejudiciais dos encurtamentos 
efetuados nesta época, as podas em seco 
tendem, atualmente, a se restringir ao 
mínimo, durante a formação e condução 
das árvores; 
 
b) Poda verde ou de verão: engloba 
todas as operações de poda que são 
praticadas no período em que as plantas 
se mantêm em atividade vegetativa, 
quando os ramos se encontram, portanto, 
verdes e com folhas. As podas em verde 
apresentam substancial relevância nos 
modernos sistemas de condução. Como 
podas em verde destacam-se: 
 
Poda de ramificação: esta poda objetiva 
a produção de ramificações 
indispensáveis à formação do esqueleto 
das árvores. Usam-se, para esse efeito, 
os encurtamentos, as despontas, os 
anelamentos e descorticações; 
 
Poda de concorrência: objetiva suprimir 
os ramos que concorrem com as 
ramificações selecionadas para a 
formação de esqueleto, como no caso das 
pernadas e dos braços, por exemplo, de 
forma a evitar a sua competição e a 
favorecer, portanto, um maior e mais 
rápido crescimento vegetativo dessas 
ramificações; 
 
Poda de equilíbrio: tem como finalidade 
restabelecer o equilíbrio relativo entre os 
diversos eixos do esqueleto das plantas, 
notadamente das pernadas e da flecha. 
Esta poda baseia-se na aplicação 
de inclinações sobre esses eixos. Poda 
interna: é a desbrota dos ramos que, não 
interessando à formação do esqueleto 
das plantas, se dirigem para a parte 
interna das copas, promovendo o seu 
adensamento ou estabelecendo 
competição com outros ramos essenciais 
à estrutura. 
 
Poda de recuo: esta operação visa 
promover o rebaixamento da copa, de 
modo a evitar que esta atinja uma altura 
indesejável e inapropriada para a 
execução de diversos trabalhos culturais, 
desde a colheita dos frutos, até aos 
tratamentos fitossanitários e á própria 
prática das podas. Emprega-se para esta 
finalidade, encurtamentos laterais, já que 
estes não criam os reflexos negativos, 
derivados da reação 
vegetativa terminal, que ocorreriam na 
hipótese de usar simples encurtamentos. 
Frequentemente, a poda de recuo 
também é utilização quando as árvores 
começam a enfraquecer e os ramos 
terminais das pernadas e braços mostram 
uma debilitação vegetativa e necessitam, 
portanto, de uma renovação. 
 
3.Cortes 
Encurtamento 
Consiste esta operação na eliminação de 
uma parte de um ramo através de um 
corte praticado junto a uma gema. O 
encurtamento é o tipo básico de 
intervenção realizado tanto na poda de 
frutificação como condução, 
apresentando efeitos imprevisíveis e 
danosos. Realizado na fase de 
crescimento os encurtamentos das 
árvores sob condições normais, 
promove quase sempre uma intensa 
brotação a partir das gemas situadas na 
proximidade dos cortes. Quando 
aplicados em toda a árvore e de forma 
sistemática, para promover a ramificação 
das pernadas, braços ou de outras 
estruturas, com a finalidade de formar o 
esqueleto definitivo das plantas, sabe-se 
que a intensa e vigorosa renovação 
vegetativa, que é caracterizada por essas 
intervenções, atrasa a entrada das árvores 
na frutificação. Esta prática realizada no 
final do período do repouso vegetativo 
(poda de inverno) agrava ainda mais 
esses efeitos. 
 
Encurtamento Lateral 
Constitui tal prática, num encurtamento 
sobre um ramo lateral, podendo 
envolver, não só simples ramos, como 
também toda uma estrutura renovável da 
planta. 
 
Supressão 
Esta operação é a eliminação total do 
ramo. As supressões são bastante 
utilizadas durante a poda de formação, 
principalmenteem plantas que 
apresentam considerável vigor 
vegetativo. Em árvores com atividade 
vegetativa pouco acentuada, as 
supressões devem ser utilizadas com 
cuidado e só durante a fase em que as 
plantas mostram, de fato, uma atividade 
vegetativa mais intensa, para não 
favorecer sua debilitação precoce. E 
ainda aplicada na poda de frutificação, 
visando a eliminação dos ramos 
excedentes e sem interesse para a 
produção ou vegetação das árvores. 
 
Desponta 
Constitui num simples encurtamento, 
praticado com a planta em vegetação, 
eliminando cerca de 5 a 20 cm, ou mais 
de sua extremidade. Entretanto, estas 
intervenções devem ser praticadas 
preferencialmente sobre árvores 
vigorosas para não enfraquecer mais os 
ramos e, às vezes, as próprias plantas. As 
despontas são normalmente utilizadas na 
fase de condução das plantas, evitando-
se assim qualquer concorrência em 
relação aos ramos que foram 
selecionados para compor o esqueleto 
dessas plantas. 
 
Desbrota 
Considerada como uma supressão, 
aplicada aos ramos do ano, tão logo 
começam a crescer e a concorrer com o 
crescimento e evolução daqueles que 
deverão formar o esqueleto. Trata-se de 
uma poda em verde, objetivando 
eliminar ramos supérfluos e 
concorrentes, chamadas também de 
podas de concorrência ou de limpeza. 
 
Arqueamentos 
Aqui englobam todas as operações que 
alteram a posição normal no topo ou em 
parte, a direção original dos ramos. O 
efeito desta prática é idêntico ao das 
incisões ou descorticações, diferindo, 
entretanto, no processo de promover o 
bloqueio da seiva. Enquanto nos últimos 
casos, esse bloqueio é obtido pela 
interrupção dos tecidos vasculares, à 
custa de cortes efetuados na casca e até 
na parte do lenho, no presente é 
conseguido pela própria compressão 
dos tecidos vasculares. 
 
Inclinações 
São realizadas estas operações, 
deslocando a posição dos ramos de sua 
direção vertical, ou quase vertical, para 
uma posição oblíqua. A inclinação, 
porém, abrange todo o comprimento dos 
ramos, uma vez que ela é praticada 
justamente na própria base desses ramos. 
Quanto maior for a inclinação dada a um 
ramo em relação à vertical mais 
enfraquecido este ficará. Assim, quando 
um ramo, destinado à formação de uma 
pernada se apresentar com pouco vigor 
em relação a outro, deve ser deixado com 
uma inclinação menor. Ou seja, quando 
acontecer um desequilíbrio 
vegetativo entre dois ramos, podemos 
realizar inclinações adequadas para 
restabelecer seu equilíbrio inclinando 
bastante o ramo mais vigoroso e 
chegando até a deixar o mais fraco, se 
disso for o caso, na própria vertical 
As inclinações dos ramos constituem 
intervenções muito comuns nos 
modernos sistemas de condução. Porém, 
a inclinação dos ramos destinados a 
formar pernadas, normalmente não é 
feita de uma só vez, mas por sucessivas 
intervenções. A primeira inclinação que 
os ramos sofrem, para abrir o esqueleto 
das plantas, dá-se o nome de inclinação 
de abertura. As que se seguem são 
destinadas a ajustar os ramos a posições 
mais favoráveis ao seu desenvolvimento 
e ao melhor equilíbrio da copa, sendo 
designadas por inclinações de ajuste. 
Finalmente, as últimas inclinações que se 
praticam, deixando as pernadas na sua 
posição definitiva são chamadas de 
inclinações definitivas. 
 
Horizontalizações 
As horizontalizações são inclinações que 
atingem 90º em relação à vertical, 
deixando, portanto, os ramos numa 
direção horizontal. Há casos, porém, 
em que os ramos por terem de ser 
desvigorizados, são levados a uma 
posição invertida, isto é, a extremidade 
dos ramos é deixada num plano mais 
baixo que a horizontal. As 
horizontalizaçães são mais comumente 
utilizadas em ramos subsidiários de 
elaboração ou frutificação e, com caráter 
temporário. 
 
Desbaste 
O desbaste ou raleio de frutos consiste na 
remoção de uma parte da produção, antes 
da maturação morfológica dos frutos. O 
desbaste tem como objetivo, reduzir o 
número de frutos por planta, melhorando 
a qualidade dos frutos remanescentes 
(tamanho, cor, sabor e 
sanidade); evitando a quebra dos ramos; 
reduzindo as despesas com a colheita dos 
frutos imprestáveis; além de evitar a 
alternância de safra, comum em diversas 
espécies de citros, especialmente 
tangerinas (Coelho e 
Medina, 1992; Marinho et al., 1996; 
Simão, 1998). O desbaste pode ser feito 
manualmente, retirando-se os frutos, 
com a supressão de ramos ou de através 
de aplicação de hormônios vegetais. 
Algumas espécies apresentam estreita 
correlação entre número de folhas e 
qualidade do fruto. Assim, em citros, é 
boa a relação de um fruto para cada vinte 
folhas. Como o desbaste constitui uma 
operação onerosa, tem-se experimentado 
o uso de hormônios ou 
herbicidas para eliminar o excesso de 
flores e frutos. O Ethel quando aplicado 
em concentrações de 200 a 350 mg.L-1, 
pulverizado na forma de neblina sobre a 
copa das plantas com frutos de 0,5 a 2,0 
cm de diâmetro, promove o raleio de 40 
a 70% dos frutos (Silva e Donadio, 1992; 
Sharma e Awasthi, 1990). 
Dosagens baixas (100 mg.L-1) podem 
não promover raleio significativo de 
frutos ao nível de não quebrar a 
alternância de produção e concentração 
alta de ethrel (300 mg.L-1) promove 
excessivo raleio (Souza et al., 1993). Em 
tangerineira ‘Ponkan’, em concentração 
de 300 mg.L-1, o Ethrel aplicado aos 40 
dias após o florescimento promove até 
95% de raleio de frutos, incrementando o 
tamanho e peso dos frutos remanescentes 
(Pacheco e Castro, 1998). E quando 
aplicado acima de 500 mg.L-1, o etefon 
pode causar abscisão de folhas 
(Domingues et al., 2001). 
O ácido naftaleno acético a 0,2% numa 
única aplicação, ou 2,4 D a 0,001%, tem 
sido empregado. O 2,4 D, embora 
efetivo, causa certas distorções nas 
folhas.

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