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Conforto Ambiental Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Ana Cristina Gentile Ferreira Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Tipos de Ventilação • Introdução; • Tipos de Ventilação; • Deslocamento do Fluxo de Ar; • Tipos de Janelas. • Conhecer as variáveis físicas relacionadas ao conforto térmico das edifi cações, prin- cipalmente, aquelas relacionadas aos tipos de ventilação, condicionantes e requisi- tos de projeto; • Estudar o dimensionamento de aberturas e fl uxo de ventilação através das aberturas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Tipos de Ventilação Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Tipos de Ventilação Introdução “A ventilação nos espaços arquitetônicos pode ser produzida por meios me- cânicos (ventiladores, exaustores etc.), também conhecida como ventilação mecânica; e por meios naturais, sendo denominada ventilação natural.” (BITTENCOURT; CÂNDIDO, 2010). A Ventilação Natural é a renovação do ar do ambiente, através da dissipação do calor, da desconcentração de vapores, da fumaça, das poeiras e dos poluentes. Além disso, auxilia no conforto térmico durante o verão e ajuda na higiene das habitações. O deslocamento do ar é feito através do edifício, por meio de aberturas; por- tanto, elas devem estar dimensionadas e posicionadas para permitir o fluxo de ar adequado ao ambiente. As Figuras a seguir mostram como o posicionamento das aberturas influenciará diretamente na ventilação. Enquanto na Figura 1 todos os cômodos estão sendo ventilados, na Figura 2, o quarto não recebe a ventilação adequada, vez que o vento não conseguirá fazer a “curva” à direita. VENTOS PREDOMINANTES TV SALA QUARTO COZINHACOZINHA VENTOS PREDOMINANTES TV SALA QUARTO COZINHACOZINHA Figura 1 Para que o fluxo de ar entre e saia do edifício, devemos observar: • A diferença de pressão do ar entre ambiente interno e externo; • Resistência ao fluxo do ar das aberturas; • Obstruções internas; • Incidência do vento e a forma do edifício. A diferença de pressão exercida sobre o edifício pode ser causada pela ação dos ventos. O vento, desloca-se paralelamente ao solo, em movimento lamelar, ao encontrar um obstáculo — o edifício 8 9 O padrão de circulação do ar depende das forças geradas no exterior das aberturas. Figura 2 A distribuição das pressões sobre o edifício depende da direção dos ventos em relação ao edifício e do fato de estar exposto às correntes de ar ou protegido por outros edifícios ou qualquer obstáculo. A pressão exercida sobre um determinado ponto do edifício depende, também, da velocidade do vento e do seu ângulo de incidência (ver, também, FROTA, 2009). ENTRADA SAÍDA + + + + + + + + + + + – – – – – – – – CORTE . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. . . .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. . . .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. . . .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. . . .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. . . . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. . . .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. ... ... .. .. . .... . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. . . .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. . . .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. . . . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. . . .. . . .. .. .. .. .. .. .. . ... ... ... ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. . . .. . . .. .. .. .. .. .. .. . ..... . ... ... ... .. . .. . .. . .. .. .. .. .. .. .. . Figura 3 Tipos de Ventilação São vários os tipos de Ventilação Natural que podemos observar nos edifícios. Falaremos um pouco de cada um dos principais tipos. Ventilação Cruzada Ocorre quando o ar entra na edificação por um lado, passa pelo espaço interno e sai por outro lado. A configuração no fluxo do ar de uma edificação é determinada pelo tamanho e pela localização das aberturas de entrada do ar na parede, sendo que quanto mais perpendicular for a abertura à direção do vento predominante, maior a sua 9 UNIDADETipos de Ventilação eficácia; assim como pelo tipo e a configuração das aberturas usadas e a localização de outros componentes arquitetônicos próximos às aberturas (divisórias internas, protetores solares, marquises etc.) (BITTENCOURT; CÂNDIDO, 2005). Nas Figuras a seguir, é possível observar como a Ventilação Cruzada acontece no ambiente de acordo com a posição das aberturas. Na Figura 4, vemos que a ventilação acontece em forma de corredor. Nesse caso, o vento terá maior força do que nos outros casos, mas não ventilará o ambiente todo. O vento deverá perder a força todas as vezes que encontrar obs- táculos ou precisar fazer a curva. Algo parecido acontecerá na Figura 5. Nas etapas 4, 5 e 6, as janelas estão todas na mesma parede, enquanto a po- sição da porta (entrada do vento) vai sendo modificada entre as extremidades e o centro da parede. Podemos notar que a etapa 4 mostra boa circulação, e que, na etapa 6, a pro- ximidade das aberturas prejudica a circulação. De todos os exemplos, a etapa 5 mostra-se a mais eficiente. Figura 4 – Padrão de ventilação determinado pelo posicionamento das esquadrias Fonte: Adaptado de Evans & Schiller, 1988 Na Figura a seguir, é possível observar obstáculos como paredes, biombos ou, ainda, mobiliário, que podem direcionar os ventos. Podemos perceber que nas etapas 2, 3 e 5 da Figura 5 que alguns ambientes ficam comprometidos, já que o vento não atinge todas as áreas dos cômodos. Já nas etapas 4 e 6, a distribuição dos ventos tem melhor resultado. Figura 5 – Estudo do fluxo de ar em ambientes em função da presença de divisórias e repartições internas Fonte: Adaptado de Evans & Schiller, 1988 10 11 Ventilação Através do Efeito Chaminé Considera que a taxa de ventilação aumenta com a diferença de temperatura do ar, já que o ar interno mais quente tende a sair através de aberturas mais altas da edifi- cação, sendo substituído por ar mais frio, que entra através das aberturas mais baixas. A distância vertical entre as aberturas influi, aumentando a taxa de ventilação quanto maior for a distância na altura entre as aberturas: O ar quente tende a se acumular nas partes mais elevadas do interior da edificação; a retirada deste ar quente pode criar um fluxo de ar ascendente gerado por aberturas em diferentes níveis. Isto pode ser feito por diversos dispositivos, como lanternins, aberturas no telhado, exaustores eólicos ou aberturas zenitais. Também se pode combinar o fator iluminação natural ao utilizar aberturas zenitais, que podem ser colocadas em locais estraté- gicos para cumprir as duas funções simultaneamente (ventilar e iluminar) (LAMBERTS, 1997). Exemplos de ventilação tipo chaminé através de diferentes aberturas. Considera que a taxa de ventilação aumenta com a diferença de temperatura do ar, já que o ar interno, mais quente, tende a sair através de aberturas mais altas da edificação, sendo substituído por ar mais frio, que entra através das aberturas mais baixas. A distância vertical entre as aberturas influi aumentando a taxa de ventilação, quanto maior a distância na altura entre as aberturas. Figura 6 Fonte: projeteee.mma.gov.br A Figura a seguir mostra outros exemplos de ventilação de cobertura capazes de funcionar como efeito chaminé e auxiliar na iluminação natural. 11 UNIDADE Tipos de Ventilação Figura 7 – Tipos de iluminação zenital Fonte: Lamberts, 2014 A seguir, um esquema de efeito chaminé montado por Bittencourt, que mostra como o ar quente torna-se mais leve e por isso tende a subir. Esse ar fresco que substituiu o ar que subiu pela chaminé vai sendo aquecido até que, por sua vez, vai também ascendendo, provocando, assim, um ciclo contínuo de movimentação do ar1. Figura 8 Fonte: Bittencourt, 2010 Promover a ventilação vertical é essencial em edificações nas quais existe ne- cessidade de reduzir a temperatura interna. Os exaustores eólicos, permitem uma redução da temperatura térmica proporcionando o conforto térmico do ambiente. Um exemplo de edificação em que esse tipo de ventilação deve ser escolhido são as indústrias. Imagine uma fábrica de pequenas peças de eletrônicos sendo monta- dos com uma janela aberta na altura da bancada de trabalho. Isso irá inviabilizar o trabalho; portanto, a ventilação deve acontecer pela cobertura, fazendo com que 1 Ver também: BITTENCOURT, L.; CÂNDIDO, C. Ventilação Natural em Edificações. Rio de Janeiro: Procel Edi- fica, 2010. 12 13 o vento que entra pelas aberturas, o conforto térmico e a ventilação aconteçam de maneira adequada para o usuário. Nas Figuras a seguir é possível observar a diferença da temperatura do ambiente com e sem ventilação pela cobertura. A temperatura do ar interno sem exaustor eólico está entre 40ºC e 58ºC na parte superior com ausência de renovação de ar. O ar viciado e quente resulta em prejuízos à saúde e à produtividade. Os exaustores eólicos permitem redução da temperatura térmica, proporcio- nando, assim, uma agradável sensação térmica e aumento de produtividade. Exaustor eólico, disponível em: https://goo.gl/QCZFvg e https://goo.gl/fMuS3M Ex pl or Ventilação Noturna Quando existe incidência de ventos significativos no período noturno, essa es- tratégia pode ser usada para manter a temperatura interna confortável durante o dia, especialmente durante o verão, por meio do esfriamento da edificação à noite. Podem ser usadas estratégias como a do “peitoril ventilado”, para garantir tanto a ventilação diurna, quanto noturna no ambiente. Peitoril ventilado em edifício de pesquisa da UFAL, Maceió, AL (a) e o insufla- mento de ar proporcionado pelo dispositivo (b). Figura 9 Fonte: Bittencourt, 2008 13 UNIDADE Tipos de Ventilação Figura 10 Fonte: Bittencourt, 2008 Ventilação por Baixo da Edificação Estratégia usada pelas construções em pilotis auxilia na ventilação quando des- loca a edificação do solo. Além disso, esse tipo de solução oferece maior ventilação quando falamos em espaços externos, vez que, além da ventilação da edificação, o espaço dos pilotis permite maior conforto no uso da malha urbana pelo pedestre. Tal afirmativa pode ser observada na Figura a seguir: A utilização de pilotis auxilia a ventilação da construção. Figura 11 Fonte: Bittencourt, 2010 14 15 Segundo GAUDEMER (1992 apud Bittercourt e Cândido, 2010, p45.) na pu- blicação Eficiência Energética na Arquitetura2, o uso de pilotis pode melhorar a eficiência da ventilação interna de uma edificação em cerca de 20%, contanto que se leve em conta uma distância mínima de 1m acima do solo e o vento fique livre de obstáculos embaixo das construções. Além disso, em assentamentos com construções sobre pilotis, a ventilação por baixo das construções seria acentuada, o que reduziria pela metade o tamanho da sombra de vento. Em localidades urbanas densas, a adoção de pilotis nas edificações pode contri- buir para a penetração dos ventos na malha urbana, na altura dos usuários. Conforto Térmico, disponível em: https://goo.gl/GSUtMd Ex pl or Figura 12 – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – Ventilação por baixo da edifi cação Fonte: projeteee.mma.gov.br Fachada Dupla Ventilada Atua como zonas de transição entre o exterior e o interior, já que reduz a perda de calor no inverno e o ganho de calor no verão, por não ter uma radiação direta no ambiente. Quando combina a ventilação do espaço entre as duas fachadas, melhora o seu desempenho. A fachada dupla pode consistir, também, numa fachada verde por meio de pergolado vertical com vegetação. Veja exemplos de fachada ventilada, disponíveis em: https://goo.gl/gno2XM, https://goo.gl/159XHz e https://goo.gl/wRzuMTEx pl or 2 BITTENCOURT, Leonardo; CÂNDIDO, Christina. Ventilação Natural em Edificações. Rio de Janeiro: Procel Edifica, 2010. 15 UNIDADE Tipos de Ventilação Deslocamento do Fluxo de Ar Alguns elementos destacados na volumetria ou no entorno do edifício podem ser utilizados para incrementar a quantidade e a velocidade do fluxo dear para o interior, além de contribuir para o sombreamento das aberturas. Por outro lado, algumas vezes precisamos diminuir a velocidade dos ventos pois, em locais muito frios, ventos intensos podem deixar o ambiente interno ainda mais frio; por isso, alguns obstáculos, como vegetação, brises, persianas etc. podem ser soluções a serem adotadas. Na Figura a seguir, Lamberts mostra, no primeiro desenho, como o vento en- trando sem barreiras naturais esfriará ainda mais o ambiente interno, causando grande desconforto para o usuário. No segundo desenho, é possível observar que a presença de vegetação (barreira natural) irá diminuir à metade (50%) a capacidade do vento; portanto, o conforto térmico do ambiente será maior. Figura 13 Fonte: Lamberts; Dutra; Pereira, 2014 O exemplo a seguir mostra uma situação oposta. Em locais onde o verão é intenso, diminuir a incidência direta do sol na edificação e permitir a entrada constante do vento é a melhor solução para atingir o conforto térmico da edi- ficação; portanto, a vegetação com copas mais altas permite fazer a sombra necessária, além de não funcionar como barreira para o vento, permitindo a entrada dele. 16 17 Figura 14 Fonte: Lamberts; Dutra; Pereira, 2014 Na publicação Ventilação Natural em Edificações, Bittercourt e Cândido utilizam a referência de vários autores (GANDEMER et al, 1992; TSUSTSUMI; KATAYMA; NISHIDA, 1991, apud BITTENCOURT, Leonardo; CÂNDIDO, 2010)3, para afir- mar que o arranjo das construções, sua configuração e a presença de obstáculos externos também representam papel relevante na modificação do perfil do vento. No exemplo a seguir, podemos observar como o uso da vegetação pode ser a forma de direcionar a ventilação de uma edificação. No caso dos projetos de design de interiores, o profissional pode aplicar tal conhecimento técnico para melhorar a circulação do ar de um ambiente, tirando partido do uso de divisórias, marcenaria e elementos vazados, entre outras soluções disponíveis no Mercado. Figura 15 Fonte: Lamberts; Dutra; Pereira, 2014 3 BITTENCOURT, Leonardo; CÂNDIDO, Christina. Rio de Janeiro: Ventilação Natural em Edificações: Procel Edifica, 2010, p. 40. 17 UNIDADE Tipos de Ventilação A ventilação que entrará num ambiente será determinada não apenas pela po- sição das aberturas, como vimos em exemplos anteriores, como também pelo mo- delo de abertura escolhido no projeto. O fluxo de ar interno será determinado pelas aberturas e pela posição da corren- te de vento. Muitas vezes, percebemos em alguns ambientes que quando vem uma corrente de ar pela janela, automaticamente a porta se fecha. O que veremos a seguir é como a forma de abrir das janelas, ou seja, seus mo- delos, podem influenciar na ventilação de um ambiente. A capacidade de abertura das janelas determinará quanto de ventilação é capaz de passar por ela; é o que chamamos de área útil da janela. Tipos de Janelas São muitas as funções das janelas num ambiente. As principais são permitir e controlar a ventilação e a iluminação. Além disso, as janelas deverão ajudar a controlar a entrada de água da chuva, o controle da entrada de som (barulho), e o aumento na sensação de segurança. Vale lembrar que a preferência pela luz natural no ambiente é a solução mais sustentável; tanto quanto a iluminação natural. Não utilizar soluções artificiais, além de economizar financeiramente, ajuda a preservar o meio ambiente: O usuário necessita, para o metabolismo do seu organismo, que o ar do ambiente seja renovado, jogando para fora o ar viciado carregado de gás carbônico CO2 e trazendo para dentro o ar exterior mais rico em oxigênio O2. Além disso, uma renovação adequada irá dispensar o uso de sistemas condicionadores de ar. Você economiza eletricidade. Nos países localizados em Zonas Tropicais, como o Brasil, a temperatura média é alta, as pessoas suam e transpiram mais e as casas precisam ser mais ventiladas. Países localizados em Zonas Temperadas como os EUA e a Europa a temperatura média é mais baixa, as pessoas transpiram menos [...]4 Nos exemplos a seguir, temos 4 tipos de janelas: guilhotina, correr, abrir, bascu- lante e maxim-ar. • Janelas de abrir: é o modelo com maior eficiência em relação à ventilação, permitindo 100% de ventilação. • Janelas tipo guilhotina e de correr: terão capacidade de 50% de ventilação. • Janelas basculantes e maxim-ar: terão sua capacidade de ventilação de acordo com a inclinação de abertura das partes. Quanto maior o ângulo de 4 WATANABE, Roberto. Disponível em: <https://goo.gl/HSFFgC>. Acesso em: 28 mar. 2018. 18 19 abertura (90º), maior será sua capacidade de ventilação, podendo atingir 100% de abertura. Comparativo entre os Sistemas Maxim-ar e Basculante: no Basculante, uma alavanca aciona a abertura de uma ou mais folhas da janela, enquanto no maxim-ar, o Sistema de abertura é diferente e ocorre folha por folha. A diferença está apenas no mecanismo de abertura • Janelas pivotantes: são soluções positivas de ventilação, atingindo também 100% de sua capacidade. Figura 16 Fonte: Lamberts; Dutra; Pereira, 2014 Os exemplos a seguir também mostram como a entrada de ar e a eficiência da ventilação natural se comportam nos diferentes modelos de janelas. Lembrando-se de que, quando avaliamos a capacidade de ventilação dos modelos, calculamos a partir da área útil da janela. Efi ciência de janelas quanto à ventilação natural, disponível em: https://goo.gl/Tfw2Nw Ex pl or 19 UNIDADE Tipos de Ventilação As aberturas como janelas, portas, venezianas e portões podem ser fabricadas em diferentes materiais, como: • Madeira; • Aço; • Alumínio; • PVC; • Plástico; • Vidro. Para a iluminação das aberturas, também podemos trabalhar com diversos tipos de vidro, sendo: • Vidro temperado • Vidro laminado • Vidro jateado • Vidro pintado • Vidro fantasia: » canelado, martelado, ártico e outros. Confira imagens dos tipos de vidro citados anteriormente, disponível em: https://goo.gl/Tfw2Nw Ex pl or Além do vidro, é possível a utilização do policarbonato como opção nas áreas de transparências das aberturas. Para aprender mais, seguem exemplos dos principais modelos de janelas existentes no Mercado. Confira os exemplos dos variados tipos de janela abaixo: Janelas Tipo Guilhotina: https://goo.gl/k4YNF4, https://goo.gl/A7TnvD e https://goo.gl/hmNGKD Janelas de Correr: https://goo.gl/RF4J7d, https://goo.gl/dJhBnm e https://goo.gl/dJhBnm Janelas de Abrir: https://goo.gl/qun3MA, https://goo.gl/xUUe4d e https://goo.gl/xUUe4d Janelas Basculantes e Maxim-Ar: https://goo.gl/Wwz8yR, https://goo.gl/wieaCZ e https://goo.gl/DXGW7p Janelas Pivotantes: https://goo.gl/FfJBYY, https://goo.gl/x4kgqf e https://goo.gl/cTDu16 Ex pl or Importante! Aqui foram apresentados apenas alguns modelos e tipos de janelas. É essencial que você pesquise e observe os tipos de aberturas que são usados nas edificações, registrando o tipo do material utilizado nas esquadrias, o tipo de vidro (fosco, transparente e canela- do, entre outros), se a janela possui veneziana, enfim, a observação deve começar na sua própria casa e ambiente de trabalho. Após o registro, tente fazer uma análise da eficiência da ventilação obtida através das janelas... esse é um ótimo exercício para entender como as aberturas são importantes para as questões de conforto térmico dos ambientes! Em Síntese 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura A Casa Clara, projetada pelo escritório 1:1 arquitetura:design, é principalmente uma casa de metragem reduzida e de personalidade forte https://goo.gl/Pdg85a Refresque sua Casa Usando a Ventilação Cruzada https://goo.gl/oqY4g3 Ambientes sem janelas: como melhorar a ventilação e iluminação https://goo.gl/qGEfUv Esquadrias: Vantagens e Tipologia https://goo.gl/GnQYpT Soluções de arquitetura e design de interiores melhoram ‘conforto térmico’ dentro de casa https://goo.gl/FfDiha Como projetaruma casa utilizando bem a ventilação e iluminação natural – segunda parte https://goo.gl/bNPkZa 21 UNIDADE Tipos de Ventilação Referências BITTENCOURT, Leonardo; CÂNDIDO, Christina. Ventilação Natural em Edifi- cações. Rio de Janeiro: Procel Edifica, 2010. FROTA, A. B. Manual de conforto térmico. São Paulo: Studio Nobel, 2009. LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetu- ra. São Paulo: PW, 1997. LAMBERTS, R., DUTRA, L., PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetu- ra. 3.ed. Brasília: Eletrobrás/Procel/Ministério de Minas e Energia, 2014. 22
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