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'deslizamento' em seu significado, e este é o caso de liparón ('liso'), glyký ('doce'), glyskheron ('viscoso')". (WEEDWOOD, 2002, p. 26). Aristóteles em, A Poética, quando trata da linguagem e das ideias, coloca a primeira como meio de expressão da segunda e ainda propõe uma divisão das partes do discurso: letra, sílaba, conectivo, articulação, nome, verbo, flexão, frase. Observe que o autor parte da letra para a frase. Como partes do discurso, o autor considera apenas nome e verbo, e o restante como elementos linguísticos subordinados. Vejamos esta definição de Aristóteles: VERSÃO TEXTUAL Nome é um som composto significativo sem referência de tempo, do qual nenhuma parte é de si significativa, pois nas composições de dois elementos não os empregamos como tendo cada um seu sentido; por exemplo, - doro, em Teodoro, nada significa. Verbo é um som composto, com significado, com referência de tempo, do qual nenhuma parte tem sentido próprio, como nos casos dos nomes; com efeito, homem, ou branco, não dão ideia de quando, mas anda ou andou, trazem de acréscimo, um a ideia do tempo presente, o outro, a do passado. A Poética, cap. XX Embora haja quem não aceite a inclusão desses nomes no rol dos estudos linguísticos, vemos que ambos tentaram adotar um critério científico para suas análises. Veja que Aristóteles usa a noção de composição e categorias de tempo e aspecto. Assim são considerados estudos para- linguísticos. Na Grécia antiga, falavam-se vários dialetos da língua grega, porém, por questões históricas, sempre havia um predominante. Os principais foram os dialetos jônicos (em que Homero escreveu Ilíada e Odisseia) e o ático, do período clássico. Assim, dado que as futuras gerações não conseguiam ler as obras escritas nessas línguas, pois já eram falares antigos, e a Grécia recebeu muitos outros povos, com as invasões do macedônio Alexandre, surgiu à chamada Filologia que tinha como objetivo: recuperar os textos clássicos de nacionalidade grega purificá-los de qualquer impureza dos outros dialetos e editá-los com notas, pontuação, acentuação, tudo isso para facilitar a leitura e o acesso aos textos. Principais filólogos: Aristófanes e Aristarco – editores dos textos homéricos e criadores dos sinais de pontuação. Surgem na Grécia três polos culturais: Antioquia, Pérgamo e Alexandria – onde a Filologia ganhou seguidores que avançaram nos estudos dos textos literários, que descreveriam a língua grega clássica com base nas categorias aristotélicas e tendo como corpus os textos literários clássicos que eles editavam. Este trabalho foi chamado de téchne grammatiké (técnica da gramática), traduzido entre os latinos de Ars grammatica – melhor dizendo: Arte da gramática 11
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