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b. A quinta tem cães. A verdade de (07) a pressupõe a verdade de (07)b, mas a verdade de (07)b não garante (não é condição suficiente para) a verdade de (07) a. Um fator de ordem linguística interfere nisto: a ausência do adjetivo em (07) b, capaz de delimitar o substantivo cães. Deste modo, em (07) b, o que interessa é a existência de cães enquanto gênero, não importando sua qualidade: se selvagens, amigos, traiçoeiros etc. REFLEXÃO A diferença estabelecida por Faria entre implicação e pressuposição não é tão clara quanto parece. Na prática, pode trazer complicações. Para simplificar, podemos afirmar o que se segue: acarretamento e pressuposição são, em geral, interligados, por isso, são de natureza discursiva e pragmática. Se dissermos houve um roubo no banco, não há necessariamente a interpretação de que o banco foi assaltado (acarretamento), pode haver outra leitura: alguém foi assaltado dentro do banco (pressuposição). Em casos de lógica formal, de natureza matemática, podemos falar numa interligação de cunho apenas discursivo como em: Se João parou de bater na mulher, então João não bate mais na mulher. O caráter discursivo garante tratar-se dos mesmos referentes por causa do conectivo que legitima a implicação estrutural: se...então. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 1. Mostre até que ponto existem paráfrases entre os pares de sentenças abaixo. LEIA a) O rapaz leu o livro. / O livro foi lido pelo rapaz. b) O carro de João é mais veloz que o de Pedro. / O carro de Pedro é menos veloz que o de João. c) Maria chegará. / Maria ainda não chegou. d) Pedro deve vir hoje. / É provável que Pedro venha hoje. 2. Analise os aspectos semântico-discursivo-pragmáticos envolvidos nas frases abaixo, valendo-se das críticas feitas à sintaxe-semântica de Katz-Fodor: LEIA a) o juiz julgou as meninas culpadas. b) Rodrigo disse a Paulo que sua mulher estava na casa de Maria. 35