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Norma Linguística e Variação

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Optativa - Sociolinguística 
Aula 03: Norma, variação e preconceito linguístico 
Tópico 01: Norma linguística: conceitos básicos
VERSÃO TEXTUAL 
O termo norma na metalinguagem referente aos estudos da linguagem é um termo 
polissêmico. Para a gramática tradicional, a norma culta deve ser usada como arte do "bem falar 
e do bem escrever". 
Como começo de conversa é possível conceituar norma como:
Prescritiva
É norma codificada nas gramáticas normativas e pedagógicas, sendo 
considerado erro o que não segue esse modelo.
Sociais
Usos efetivos da língua e suas variantes linguísticas.
Em geral, a discussão da norma linguística não ocupou as questões centrais da Linguística moderna, 
em especial da Linguística formalista por desconsiderar os usos efetivos da língua e seus respectivos 
controles sociais. Contudo, o estruturalista Eugeniu Coseriu propõe uma conceituação de norma social
que se opõe à norma prescritiva, em seu livro Teoria Del lenguaje y linguística general (1967): para a 
clássica dicotomia langue/parole, proposta por Saussure (1916), o autor sugere sistema/norma/fala.
O sistema é concebido como língua - diassistema histórico, social e 
geograficamente determinado. Norma é definida estruturalmente em relação 
ao sistema e à fala saussureanos. Para o autor, a norma compreende os usos 
linguísticos, recorrentes na fala de uma comunidade, é a realização coletiva do 
sistema, que contém o sistema e as normas concernentes a uma comunidade 
de fala (cf. Mattos e Silva, 1995).
Os estudos sociolinguísticos têm contribuído para a reflexão acerca da norma linguística com os 
estudos de fenômenos variáveis, possibilitando o conhecimento a respeito da heterogeneidade inerente ao 
sistema linguístico e própria das relações humanas e sociais que se estabelecem no interior de cada 
comunidade de fala. 
Uma comunidade de fala pode ser definida como uma rede em que se entrecruzam várias normas, ou 
nas palavras de Eckert (2005, p.16), várias comunidades de prática. Grosso modo, é possível entender 
uma comunidade de prática como um grupo de pessoas que, reunidas de forma regular, partilham 
experiências no cotidiano (uma família, um time esportivo, mesmo uma pequena vila, sindicatos, 
associações). Para a autora, o indivíduo não existe isolado da matriz social, mas a ela está ligado através 
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