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CUIDADOS COM MEDICAMENTOS EM CASA 2009 – Início das Oficinas de Atenção Farmacêutica na UnATI da EACH (identificação de demandas – problemas relacionados a medicamentos entre idosos) (Borja-Oliveira, 2012. Revista de Saúde Pública, 47:123-127) Demandas encontradas nas oficinas • Posso partir comprimidos? • Posso abrir cápsulas? • Posso guardar os medicamentos na geladeira? No banheiro? • Posso levar na bolsa? • Posso guardar no organizador de comprimidos? • Devo tomar medicamentos com leite? Com a refeição? Com estômago cheio? Vazio? Com bebidas alcoólicas? • Posso tomar de manhã? À tarde? À noite? • Posso tomar todos juntos? Conservação e armazenamento de medicamentos • Para conciliar suas atividades cotidianas com a necessidade de cumprir regimes posológicos, muitos idosos transportam consigo seus medicamentos. • Às vezes, carregam até fragmentos de comprimidos, partidos para atender ao ajuste de dose prescrito. • Adotam essas soluções para conciliar autonomia, participação na sociedade, velhice ativa, autocuidado e adesão às prescrições. Conservação e armazenamento de medicamentos • Mas, a estabilidade, eficácia e segurança dos medicamentos dependem de fatores ambientais, como temperatura, umidade e luz. • Os medicamentos higroscópicos, sensíveis à umidade do ar, são acondicionados em frascos hermeticamente fechados, contendo substâncias dessecantes, como os invólucros de sílica, que não devem ser descartados nem separados do medicamento. • Os produtos fotossensíveis são acondicionados em embalagens que impedem a passagem de luz. Conservação e armazenamento de medicamentos • Alguns indivíduos extraem seus comprimidos ou cápsulas da cartela ou blíster e os colocam em um organizador de comprimidos. • Isso expõe o produto a fatores ambientais (como umidade, luz e contaminação) dos quais estaria protegido na embalagem original. • O armazenamento em organizadores, fora das embalagens originais, mesmo no domicílio, pode comprometer a conservação e a estabilidade dos medicamentos. Conservação e armazenamento de medicamentos • Alguns indivíduos extraem seus comprimidos ou cápsulas da cartela ou blíster e os colocam em um organizador de comprimidos. • Isso expõe o produto a fatores ambientais (como umidade, luz e contaminação) dos quais estaria protegido na embalagem original. • O armazenamento em organizadores, fora das embalagens originais, mesmo no domicílio, pode comprometer a conservação e a estabilidade dos medicamentos. • Deve-se evitar a exposição das formas farmacêuticas (comprimidos, cápsulas e outras) aos fatores ambientais. • Para evitar essa exposição, pode-se recortar a porção da cartela (blíster) que envolve o comprimido, evitando o contato deste com o ambiente externo. • Quando optar por um organizador, é mais prudente escolher um cujo espaço do compartimento permita o armazenamento da porção recortada da cartela. Conservação e armazenamento de medicamentos • Esse recurso (do recorte da cartela) não previne, porém, o problema da identificação de informações sobre o medicamento. • As embalagens informam nome do fármaco, concentração, lote, prazo de validade, etc. A retirada do comprimido ou cápsula ou recorte da embalagem elevam as chances de se consumir um produto vencido e de confundi-lo com outro medicamento ou outra dosagem. • O transporte na embalagem original é sempre a medida mais adequada. Sendo assim, mesmo quando o uso de organizadores é necessário, o usuário deve ser orientado a preservar as embalagens originais. Conservação e armazenamento de medicamentos A partição de comprimidos A prescrição de partes de comprimidos (1/2 ou 1/4) ainda é uma prática comum e que está presente nos regimes terapêuticos prescritos. Certos comprimidos apresentam sulcos para facilitar a divisão nas necessidades de ajustes de dose. A divisão em partes iguais é muitas vezes difícil. Pode resultar no esfarelamento do comprimido, comprometendo a administração da dose correta e, portanto, a eficácia e segurança do tratamento. É importante orientar os usuários de medicamentos sobre a diferenciação entre as formas farmacêuticas de liberação imediata e modificada (discutida a seguir). Tipos de liberação de medicamentos a partir de comprimidos, drágeas e cápsulas: -Liberação imediata -Liberação modificada: controlada/prolongada/sustentada/lenta -Liberação retardada/entérica (gastrorresistentes) A partição de comprimidos • Formulações de liberação imediata: • As formas farmacêuticas de liberação imediata são as formas convencionais. • São aquelas em que a liberação do fármaco ocorre imediatamente após a administração, não havendo um controle da liberação. Já as formas farmacêuticas de ação modificada são elaboradas para, após a ingestão, liberar a substância ativa gradualmente no organismo, ou em um tempo diferente quando comparadas às de liberação imediata. Estas não podem ser partidas, trituradas, esmagadas, dissolvidas nem mastigadas. O revestimento desses produtos evita a dissolução no trato digestivo superior, retardando-a até que a forma sólida alcance o meio alcalino do intestino delgado. A partição de comprimidos A partição de comprimidos • As formas gastrorresistentes (liberação retardada) são desenvolvidas para resistir ao suco gástrico e liberar o fármaco no intestino. Possuem um revestimento entérico destinado a proteger fármacos ácido-lábeis da ação do suco gástrico ou isolar os que possuem ação irritativa sobre o tubo digestivo. • A partição desse tipo de forma farmacêutica poderia implicar perda da eficácia do tratamento ou elevar o risco de efeitos adversos. A partição de comprimidos • Um exemplo de fármaco ácido-lábil é o omeprazol, protetor gástrico e antiulceroso largamente prescrito e popularmente conhecido. • Este fármaco (omeprazol) é frequentemente apresentado em cápsulas contendo grânulos gastrorresistentes. Em caso de dificuldade de deglutição da cápsula inteira, esta pode ser aberta e os grânulos misturados com água para serem ingeridos. • De fato, alguns idosos apresentam dificuldades para engolir cápsulas e comprimidos inteiros, casos em que esta solução assume grande importância. As formas de liberação modificada são desenvolvidas para liberação gradual do fármaco no organismo. São frequentemente representadas por siglas que acompanham o nome comercial dos produtos na embalagem, como ER, XR, XL (= Extended Release), CD (= Controlled Delivery), LA (= Long Action); AP (= Ação Prolongada), PA (= Prolonged Action) e SR (= Slow Release). A ingestão deste tipo de forma farmacêutica com invólucro violado ou destruído ocasionaria liberação rápida do princípio ativo e consequente absorção de uma dose superior à desejada ou indicada, expondo o idoso aos riscos da superdosagem. Esta, dependendo do fármaco e das características do paciente, pode ser fatal. A partição de comprimidos • ER = Extended Release • XR e XL= Extended Release • CD = Controlled Delivery • CR = Controlled Release • LA = Long Action • AP/PA = Prolonged Action • SR = Slow Release Cortadores de comprimidos A Figura apresenta: (A) o organizador de comprimidos; (B) o blíster de alumínio que evita a exposição de comprimidos à luz; (C) o cortador de comprimidos, cujo uso deve se restringir aos comprimidos sulcados (D), como os demonstrados na imagem; o invólucro de sílica gel (E), que é um agente dessecante que acompanha os frascos dos medicamentos higroscópicos e não deve ser separado dos mesmos; (F) as cápsulas contendo grânulos gastrorresistentes, que, por sua vez, acondicionam princípios ativos ácido- lábeis. E afinal: • Posso partir comprimidos? • Posso abrir cápsulas? • Posso guardar os medicamentos na geladeira? No banheiro? • Posso levar na bolsa? • Posso guardar no organizador de comprimidos? • Devo tomar medicamentos com leite? Com a refeição? Com estômago cheio? Vazio? Com bebidas alcoólicas? • Possotomar de manhã? À tarde? À noite? • Posso tomar todos juntos?
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