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QUESTÕES DE DIREITO

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Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
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DIREITO 
Ana Amaro 
 Dilani MC Comb 
Gabriel Carvalho 
 Marlon Seabra 
Simone Ischkanian 
 
Resumo dos artigos 539 a 560 do Código de Processo Civil (CPC): tratam do cumprimento de sentença e da 
execução de títulos extrajudiciais. Aqui está um resumo dos principais pontos abordados nessa seção: 
 
Artigo 539: Determina que a execução se processará no mesmo processo em que se formou o título executivo, 
podendo ser promovida contra o devedor e, se este não for encontrado, contra o seu representante legal ou 
procurador. 
 
Artigo 540: Estabelece que o devedor será citado para pagar a dívida, custas e honorários advocatícios em três 
dias, ou nomear bens à penhora. 
 
Artigo 541: Caso o devedor não pague, não ofereça bens à penhora ou não se encontre, o oficial de justiça 
procederá à penhora de bens do devedor. 
 
Artigo 542: Dispõe sobre as regras para a realização da penhora. 
 
Artigo 543: Define que o devedor pode requerer que sejam penhorados determinados bens, ou que a penhora 
recaia sobre percentual de faturamento da empresa. 
 
Artigo 544: Trata dos casos em que há penhora de dinheiro. 
 
Artigo 545: Regula a penhora de créditos e outros direitos patrimoniais. 
 
Artigo 546: Define as regras para a penhora de frutos e rendimentos de bens penhorados. 
 
Artigo 547: Dispõe sobre a penhora de bens impenhoráveis. 
 
Artigo 548: Trata da penhora de bens indivisíveis. 
 
Artigo 549: Estabelece a forma de comunicação ao devedor sobre a penhora realizada. 
 
Artigo 550: Determina que a penhora de bens imóveis seja registrada no cartório de registro de imóveis. 
 
Artigo 551: Regula a adjudicação dos bens penhorados. 
 
Artigo 552: Define as regras para a alienação por iniciativa particular. 
 
Artigo 553: Trata da hasta pública. 
 
Artigo 554: Dispõe sobre a alienação antecipada de bens perecíveis ou sujeitos a deterioração. 
 
Artigo 555: Regula a alienação por iniciativa do exequente ou terceiro interessado. 
 
Artigo 556: Estabelece que a arrematação far-se-á com o pagamento imediato do preço pelo arrematante. 
 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
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Artigo 557: Define as regras para a remição dos bens penhorados. 
 
Artigo 558: Dispõe sobre a arrecadação de bens do devedor que se encontre em lugar incerto ou no exterior. 
 
Artigo 559: Trata da sucessão processual nos casos de morte do devedor. 
 
Artigo 560: Define que as despesas necessárias à realização da penhora serão pagas pelo executado. 
Exercícios resolvidos do artigos 539 a 560 do Código de Processo Civil (CPC): 
 
QUESTÕES DA OAB - Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no imóvel 
há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, 
Aline precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se 
encontrava gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São Paulo. Aline comentou a viagem com 
vários vizinhos, dentre os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período. 
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele ingressaram para fixar 
moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo. No período, João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa 
ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou 
graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os ocupantes vêm 
colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 
(dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após tomar ciência do ocorrido, procura você, como advogado. 
Na qualidade de advogado(a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a permitir a retomada do imóvel 
e a composição dos danos sofridos no bem. 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
GABARITO COMENTADO: A peça processual cabível na espécie é uma Petição Inicial. 
Considerando que ocorreu esbulho possessório, na forma do Art. 1.210 do CC, deve ser proposta Ação 
de Reintegração de Posse. Como o esbulho ocorreu há menos de ano e dia da propositura da demanda 
(Art. 558 do CPC), pois Aline tomou conhecimento do esbulho dentro deste prazo, deve ser requerida a 
adoção do procedimento previsto no Art. 560 e seguintes do CPC. 
A peça deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo, considerando a 
competência absoluta do foro de situação do imóvel para a ação possessória imobiliária (Art. 47, § 2º, 
do CPC). No mérito, deve ser afirmada a existência de esbulho possessório, bem como a caracterização 
da posse de João Paulo e Nice como posse de má-fé, nos termos do Art. 1.201 do CC, considerando 
sua clandestinidade. Também deve ser demonstrada a extensão dos danos sofridos no imóvel. Deve ser 
formulado requerimento de concessão de liminar em ação possessória, na forma do Art. 562 do CPC, 
eis que preenchidos os requisitos do Art. 561 do CPC. 
Deve ser requerida, além da reintegração de posse, a condenação dos réus ao pagamento de 
indenização por perdas e danos e pelos frutos colhidos, na forma do Art. 1.216 e do Art. 1.218, ambos 
do CC, considerando a caracterização da posse como posse de má-fé. Tal cumulação objetiva é 
possível com fulcro no Art. 555, caput, incisos I e II, do CPC/15. Quanto às provas, deve ser requerida 
a produção de prova testemunhal, a fim de demonstrar a clandestinidade da posse. Da mesma forma, 
deve ser requerida a produção de prova pericial, para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no 
imóvel, e em razão da coleta e alienação dos frutos naturais do imóvel.O valor da causa deve 
corresponder a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos do Art. 292, inciso VI, do CPC. Por 
fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB. 
 
EXEMPLO 1 - AO JUIZO DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP 
Aline, brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do RG nº [número do RG] e CPF nº [número do 
CPF], residente e domiciliada na [endereço completo], vem, por meio de seu advogado infrafirmado, 
propor a presente 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
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AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E 
MORAIS 
em face de João Paulo, brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do RG nº [número do RG] e CPF nº 
[número do CPF], residente e domiciliado na [endereço completo], e Nice, brasileira, [estado civil], [profissão], 
portadora do RG nº [número do RG] e CPF nº [número do CPF], residente e domiciliada na [endereço 
completo], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
1. Dos Fatos 
1.1. Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, onde reside há cerca de 5 anos, 
em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. 
1.2. Em razão de uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, para auxiliar sua mãe gravemente 
doente, Aline solicitou a alguns vizinhos, dentre os quais os requeridos, João Paulo e Nice, que "olhassem" o 
imóvel durante sua ausência, com a previsão de retorno em dois meses. 
1.3. Ao retornar da viagem, Aline constatou que João Paulo e Nice haviam ingressado na propriedade e fixado 
moradia, danificando o telhado da casa ao instalar uma antena "pirata" de televisão a cabo, o que ocasionou 
graves infiltrações de água no imóvel. 
1.4. Além disso, os ocupantes têm colhido e vendido boa parte da produção de laranjas dopomar, causando um 
prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a presente data. 
2. Do Direito 
2.1. O direito à posse é garantido a Aline, proprietária do imóvel, nos termos do artigo 1.196 do Código Civil, 
que assegura ao possuidor direito de reaver a coisa do poder de quem injustamente a detenha ou possua. 
2.2. O ingresso dos requeridos na propriedade de Aline, sem sua autorização, configura esbulho, sendo cabível 
a reintegração de posse nos termos do artigo 560 do Código de Processo Civil. 
2.3. Quanto aos danos materiais causados, a instalação da antena "pirata" e a subtração da produção do pomar 
representam atos ilícitos que geraram prejuízos a Aline, ensejando, portanto, o dever de indenizar nos termos 
dos artigos 186 e 927 do Código Civil. 
3. Dos Pedidos 
Diante do exposto, requer: 
3.1. A concessão da liminar de reintegração de posse em favor de Aline, determinando a imediata desocupação 
do imóvel pelos requeridos João Paulo e Nice, sob pena de incidência de multa diária; 
3.2. A condenação dos requeridos ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 25.000,00 
(vinte e cinco mil reais), correspondente aos danos causados ao telhado da casa e à subtração da produção do 
pomar; 
3.3. A condenação dos requeridos ao pagamento de indenização por danos morais, a ser fixada por Vossa 
Excelência, em razão da violação dos direitos de propriedade e posse de Aline; 
3.4. A citação dos requeridos para, querendo, apresentarem resposta à presente demanda, sob pena de revelia e 
confissão quanto à matéria de fato; 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
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3.5. A produção de todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente documental, testemunhal e 
pericial, para comprovação dos fatos narrados; 
3.6. A procedência total dos pedidos, com a consequente expedição de mandado de reintegração de posse e de 
execução da indenização por danos materiais e morais. 
4. Valor da Causa 
Dá-se à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), para fins fiscais e de alçada. 
Nestes termos, pede deferimento. 
[Local], [Data]. 
[Assinatura do Advogado] [Nome do Advogado - OAB/UF nº ______] 
 
Capítulo I – Da ação de consignação em pagamento 
Resumo dos artigos 539 a 549 do Código de Processo Civil (CPC): tratam do cumprimento de sentença e da 
execução de títulos extrajudiciais 
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a 
consignação da quantia ou da coisa devida. 
 
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial 
onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, 
assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. 
 
§ 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, 
considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada. 
 
§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 
(um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa. 
 
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante. 
“O Artigo 539 do Código de Processo Civil estabelece as regras para a consignação em pagamento, um 
meio pelo qual é requerido o depósito da quantia ou coisa devida, com efeito de pagamento. São estes os 
principais pontos a se saber: 
1. Nos casos previstos em lei, o devedor ou terceiro pode solicitar a consignação da quantia ou coisa 
devida como forma de cumprir a obrigação. 
2. Se a obrigação for em dinheiro, o valor pode ser depositado em estabelecimento bancário oficial no 
local do pagamento. O credor deve ser cientificado por carta com aviso de recebimento, sendo concedido um 
prazo de 10 dias para manifestar recusa. 
3. Se, após o prazo de 10 dias, o credor não manifestar recusa, o devedor fica liberado da obrigação, e a 
quantia depositada fica à disposição do credor. 
4. Caso o credor recuse o depósito, expressando isso por escrito ao estabelecimento bancário, o devedor 
pode, dentro de 1 mês, propor a ação de consignação. A inicial da ação deve ser instruída com a prova do 
depósito e da recusa. 
5. Se o devedor não propor a ação no prazo de 1 mês, o depósito perde efeito, e o depositante pode retirar o 
valor depositado. 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
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Essas regras proporcionam um procedimento claro para a consignação em pagamento, protegendo tanto o 
devedor quanto o credor, garantindo que o cumprimento das obrigações seja feito de maneira transparente e 
justa.” 
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os 
juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. 
“O Artigo 540 do CPC/15 dispõe que o pedido de consignação deve ser feito no local estabelecido para o 
pagamento da obrigação. 
Além disso, a partir do momento em que o devedor realiza o depósito, cessam para o ele os juros e os riscos 
associados à obrigação. 
No entanto, essa cessação de juros e riscos é válida até que haja uma decisão judicial sobre a demanda de 
consignação. Se a demanda for julgada improcedente, o devedor pode novamente ficar sujeito a juros e outros 
riscos associados à obrigação.” 
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no 
mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias 
contados da data do respectivo vencimento. 
“Este artigo aborda a possibilidade de prestações sucessivas na consignação em pagamento. 
Quando se trata de obrigações que envolvem pagamentos periódicos, prestações sucessivas ou parcelas, e o 
devedor realiza a consignação de uma delas, ele pode continuar depositando, no mesmo processo e sem a 
necessidade de novas formalidades, as prestações subsequentes à medida que forem vencendo. 
É necessário que tais depósitos sejam realizados em até 5 (cinco) dias contados da data do vencimento da 
prestação. 
Isso facilita o processo de obrigações de pagamento contínuo, permitindo que ele consigne as prestações 
subsequentes no mesmo processo.” 
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: 
 
I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, 
ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º ; 
II – a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
 
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução do 
mérito. 
“O Artigo 542 do Código de Processo Civil estabelece as exigências que devem constar na petição inicial do 
autor que busca a consignação em pagamento. 
Deve o autor, na petição inicial, requerer o depósito da quantia ou coisa devida. Esse depósito deve ser efetuado 
no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir do deferimento do pedido, com exceção da hipótese prevista no 
Artigo 539, § 3º. 
Além do pedido de depósito, o autor deve requerer a citação do réu. Essa citação tem a finalidade de notificar o 
réu para que ele possa levantar o depósito ou oferecer contestação. 
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Já o parágrafo único estabelece uma consequência importante: se o depósito não for realizado no prazo de 5 
(cinco) dias, estipulado pelo inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito. Isso significa que haverá 
o encerramento do processo sem uma decisão sobre o mérito da questão. 
Essas disposições visam assegurar que o processo de consignação em pagamento seja conduzido de forma 
eficaz, estabelecendo prazos claros paraas partes envolvidas e definindo as consequências da inobservância 
desses prazos.” 
Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para 
exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o 
devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, 
sob pena de depósito. 
“O Artigo 543 do CPC dispõe que, caso o objeto seja uma coisa indeterminada e a responsabilidade de escolher 
essa coisa seja do credor, este será citado para exercer seu direito dentro de 5 (cinco) dias ou para aceitar 
que o devedor faça a escolha. Este prazo pode ser diferente se estiver estipulado por lei ou contrato. 
O juiz, ao despachar a petição inicial, deve fixar o local, o dia e a hora em que a entrega da coisa será feita. Se 
isso não for feito, o devedor deverá realizar o depósito da coisa, ficando esta à disposição do credor.” 
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: 
 
I – não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 
II – foi justa a recusa; 
III – o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV – o depósito não é integral. 
 
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que 
entende devido. 
“O Artigo 544 estabelece as alegações que o réu pode fazer em sua contestação no contexto de uma 
consignação em pagamento. 
Os incisos trazem as principais disposições: não ter ocorrido recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa 
devida, ter sido justa a recusa, o depósito não ter sido realizado no prazo ou no local do pagamento e no caso 
em que o depósito não tenha sido realizado integralmente. 
Além disso, o réu só pode alegar que o depósito não é integral se indicar o montante que entende como devido. 
Essa norma busca garantir que o réu tenha a oportunidade de contestar a consignação em pagamento 
apresentada pelo autor, permitindo que ele exponha razões para sua recusa ou discordância com o 
procedimento.” 
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se 
corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. 
 
§ 1º No caso do caput , poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente 
liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. 
 
§ 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante 
devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, 
após liquidação, se necessária. 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
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“O Artigo 545 do Código de Processo Civil aborda a situação em que ocorre a insuficiência no depósito 
realizado. 
Se o réu alega a insuficiência do depósito feito, o autor terá o direito de completá-lo num prazo de 10 (dez) 
dias. Essa possibilidade de complemento do depósito visa corrigir eventuais erros ou inadequações na quantia 
inicialmente consignada. 
Há uma exceção: se a prestação correspondente ao depósito insuficiente for aquela cujo inadimplemento 
acarrete a rescisão do contrato, o autor não terá a oportunidade de completar o depósito. 
No caso mencionado no caput, o réu pode, desde logo, levantar a quantia ou a coisa depositada, resultando na 
liberação parcial do autor. O processo continua em relação à parcela que ainda é objeto de controvérsia. 
Se a sentença concluir pela insuficiência do depósito, ela deverá, sempre que possível, determinar o montante 
exato devido. A sentença terá o valor de título executivo, permitindo ao credor buscar o cumprimento nos 
mesmos autos, após liquidação, se necessária. 
Assim, são permitidos ajustes nos depósitos quando necessário, com o fito de resolver disputas sobre a 
insuficiência dos valores consignados.” 
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de 
custas e honorários advocatícios. 
 
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação. 
“Este artigo trata das consequências do julgamento procedente do pedido de consignação em pagamento. 
Temos que, nesse caso, o juiz declarará extinta a obrigação. Isso significa que, uma vez que o devedor realizou 
o depósito adequado e o juiz reconheceu sua validade, a obrigação é considerada cumprida. 
Ainda, o réu (credor) será condenado ao pagamento das custas processuais, que são as despesas 
relacionadas ao andamento do processo, e dos honorários advocatícios, que são os honorários do advogado da 
parte vencedora. 
O parágrafo único estabelece que o mesmo procedimento será adotado caso o credor (quem recebe o 
pagamento) aceite e forneça quitação. Ou seja, se o credor receber o pagamento e der quitação, o juiz também 
declarará extinta a obrigação, e o próprio credor será responsável pelas custas e honorários advocatícios.” 
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito 
e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. 
“O Artigo 547 do CPC/15 determina que, em caso de dúvida sobre quem deve receber o pagamento, ou seja, 
sobre quem é o credor, o autor pode pugnar pelo depósito do valor e pela citação dos possíveis titulares do 
crédito para que estes provem seu direito no processo. Essa medida visa esclarecer a quem o pagamento deve 
ser destinado.” 
Art. 548. No caso do art. 547: 
 
I – não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas; 
II – comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; 
III – comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o 
processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum. 
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“O Artigo 548 trata dos desdobramentos no caso de dúvida sobre quem deve legitimamente receber o 
pagamento (na hipótese do artigo anterior). 
Se ninguém comparecer ao juízo, o depósito se converterá em arrecadação de coisas vagas. 
Se comparecer apenas uma pessoa, o juiz decidirá imediatamente em favor desta. 
Se comparecerem mais de um pretendente, o juiz declarará o depósito efetuado e a obrigação extinta, porém o 
processo continuará entre os que alegam serem credores, observando o procedimento comum.” 
Art. 549. Aplica-se o procedimento estabelecido neste Capítulo, no que couber, ao resgate do aforamento. 
“O Artigo 549 do CPC estabelece que o procedimento previsto no Capítulo referente à consignação em 
pagamento deve ser aplicado, na medida do possível, ao resgate do aforamento. 
Isso implica que, em situações em que há dúvidas ou disputas sobre o resgate do aforamento, as regras e 
procedimentos relacionados à consignação em pagamento podem ser utilizados de maneira análoga para 
resolver a questão.” 
XXVI Exame de Ordem Unificado (2018.2) - Peça prático-profissional 
da 2ª fase de Direito Civil 
Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no imóvel há cerca de 5 
anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, 
Aline precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que 
se encontrava gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São Paulo. Aline comentou a 
viagem com vários vizinhos, dentre os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o 
imóvel no período. 
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele ingressaram para 
fixar moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo. No período,João Paulo e Nice danificaram o 
telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram 
sobre a cidade, provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil 
reais). Além disso, os ocupantes vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, 
causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após 
tomar ciência do ocorrido, procura você, como advogado. 
Na qualidade de advogado (a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a permitir a retomada do 
imóvel e a composição dos danos sofridos no bem. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
AO JUÍZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE SÃO PAULO, 
CAPITAL 
ALINE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade RG nº... e inscrita no 
CPF sob o nº..., com usuário do endereço eletrônico..., residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, com 
endereço em..., neste ato representando por seu advogado, constituído nos termos do mandato em anexo, com 
endereço em local onde receberá intimações, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento 
no art. 560 do Código de Processo Civil, propor 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PERDAS E DANOS 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
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em face de JOÃO PAULO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG 
nº... e inscrito no CPF sob o nº..., com usuário do endereço eletrônico..., e NICE, nacionalidade..., estado 
civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade RG nº... e inscrito no CPF sob o nº..., com usuário do 
endereço eletrônico..., ambos, residentes e domiciliados no endereço..., na cidade de São Paulo/SP, pelos 
motivos de fato e de direito a seguir expostos: 
I – DOS FATOS 
A Requerente é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, no qual reside no respectivo 
imóvel há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. 
Um pouco antes de iniciar obras em seu imóvel, a Requerente teve que viajar com urgência para o interior de 
Minas Gerais, uma vez que sua mãe estava gravemente doente. A mesma pretendia ficar fora de casa por 2 
meses e, em face disso, resolveu comunicar seus vizinhos João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, com o 
objetivo de que realizassem a tutela do imóvel no período citado anteriormente enquanto estivesse ausente. 
Entretanto, ao retornar de viagem, a Requerente encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que 
ingressaram nela acreditando que Aline não retornaria. E no período em que estiveram na casa, fora constatado 
que danificaram o imóvel, uma vez que instalaram uma antena pirata no telhado do imóvel, o que acarretou em 
graves infiltrações no imóvel devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade. E sendo assim, o dano gerado 
é estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). 
Além disso, desde que ocuparam irregularmente o imóvel, os Réus vêm colhendo e vendendo boa parte da 
produção de laranjas do pomar, percebendo os rendimentos da venda desses frutos, gerando um prejuízo 
estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a presente data. 
Diante da situação explanada, não restou alternativa a Autora senão propor a presente demanda visando à 
restituição do imóvel e indenização pelos danos ocorridos. 
II – DO DIREITO 
Em razão dos fatos narrados, é patente a comprovação do acontecimento do esbulho possessório, no qual se 
evidencia a perda da Autora na posse de seu bem para os Requeridos, de forma clandestina e ilegal, 
preenchendo os requisitos do art. 561 do CPC. 
Dessa forma, a Autora possuí o direito da reintegração da posse do imóvel, em razão da posse de ma-fé e 
injusta dos Requeridos, conforme arts. 1200 e 1201 do Código Civil. 
Art. 1200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
Art. 1201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
Ademais, fora constatado que os Requeridos danificam o imóvel ao instalar antena pirata no telhado, 
acarretando graves infiltrações em razão de grandes chuvas ocorridos no período, havendo um dano estimado 
em R$ 6.000,00 (seis mil reais), conforme documentação em anexo. Assim, em razão da posse ilícita que 
exerciam, geraram um dano imediato ao patrimônio da Requerente, devendo haver reparação a título de danos 
materiais emergentes, nos moldes do art. 1218 do Código Civil. 
Art. 1218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se 
provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 10 
 
E devido ao fato dos ocupantes estarem auferindo vantagem econômica com a venda de frutos, da colheita de 
laranjeiras do pomar do imóvel, gerando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) à Autora, 
deverá haver reparação a título de lucros cessantes, com fundamentação no art. 1216 do Código Civil. 
Art. 1216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por 
culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da 
produção e custeio. 
Em face dos artigos supracitados, a cumulação objetiva dos pedidos é possível, conforme incisos I e II do art. 
555, do CPC, in fine: 
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
III - DA LIMINAR POSSESSÓRIA 
O procedimento de manutenção e reintegração de posse ocorrerá pelo rito especial, conforme redação do art. 
558 do Código de Processo Civil, e considerando que o presente esbulho possessório ocorreu a menos de ano e 
dia, mister se faz a concessão da liminar sem que se ouça a outra parte. 
Ademais, a Autora detém a posse justa anterior ao acontecimento dos Réus, no qual estes obtiveram de forma 
irregular, através de um ato clandestino, tornando a posse destes injusta e de ma-fé. Sendo assim, a posse é 
considerada nova, pois o esbulho ocorreu conforme previsto no aludido artigo. E em face do perigo na demora 
de uma decisão judicial, devido ao fato de que o imóvel poderia ser ainda mais deteriorado e os frutos do pomar 
continuarem a serem vendidos de forma indevida, requer-se a expedição de mandado liminar de reintegração de 
posse, conforme art. 562 do Código de Processo Civil. 
IV – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se à Vossa Excelência: 
a) A concessão de liminar em ação possessória, sem a oitiva da parte contrária, para reintegração de posse 
provisória da Autora, com fulcro no art. 562 do Código de Processo Civil; 
b) A condenação dos Réus ao pagamento de indenização, a título de danos materiais emergentes ocasionados ao 
telhado do imóvel, no quantum de R$ 6.000,00 (seis mil reais); 
c) A condenação dos Réus ao pagamento de indenização, a título de lucros cessantes pelos frutos colhidos e 
percebidos, no quantum de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais); 
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial prova testemunhal, para 
demonstrar a clandestinidade da posse, e prova pericial para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no 
imóvel; 
e) A realização de diligências necessárias para a obtenção de dados que possibilitem a citação dos Réus; 
f) A condenação dos Réus ao pagamento dos honorários de sucumbência, em conformidade com o artigo 85 do 
Código de processo Civil. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos do art. 292, inciso VI, do CPC. 
Termos que,Pede deferimento. 
(Município), (dia) de (mês) de (ano). 
(Nome do advogado) 
OAB/UF XXX-XXX 
 
 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 11 
 
 
 
 
 
QUESTÕES DA OAB - Em 10 de dezembro de 2016, Roberto alienou para seu filho André um imóvel de sua 
propriedade, por valor inferior ao preço de venda de imóveis situados na mesma região. José, que também é 
filho de Roberto e não consentiu com a venda, ajuizou ação, em 11 de dezembro de 2017, com o objetivo de 
anular o contrato de compra e venda celebrado entre seu pai e André. No âmbito da referida ação, José 
formulou pedido cautelar para que o juiz suspendesse os efeitos da alienação do imóvel até a decisão final da 
demanda, o que foi deferido pelo magistrado por meio de decisão contra a qual não foram interpostos recursos. 
O juiz, após a apresentação de contestação pelos réus e da produção das provas, proferiu sentença julgando 
improcedente o pedido deduzido por José, sob o fundamento de que a pretensão de anulação do contrato de 
compra e venda se encontraria prescrita. Como consequência, revogou a decisão cautelar que anteriormente 
havia suspendido os efeitos da compra e venda celebrada entre Roberto e André. 
 
A respeito dessa situação hipotética, responda aos itens a seguir. 
A) Caso resolva apelar da sentença, como José poderá obter, de forma imediata, novamente a suspensão dos 
efeitos da compra e venda? Quais os requisitos para tanto? 
B) Qual é o fundamento da ação ajuizada por José para obter a anulação da compra e venda? Esclareça se a 
sentença proferida pelo juiz de primeira instância, que reconheceu a prescrição da pretensão, está correta. 
 
RESPOSTAS: 
A) Na hipótese, o recurso de apelação de José não será dotado de efeito suspensivo, tendo em vista que a 
sentença revogou a decisão que havia deferido o pedido cautelar. Com efeito, o Art. 1.012, § 1º, inciso V, do 
CPC estabelece que “além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após 
a sua publicação a sentença que: (...) V – confirma, concede ou revoga tutela provisória.” Assim, a sentença 
proferida pelo juiz, que julgou improcedente o pedido, tem a aptidão de produzir efeitos desde logo. Para lograr 
obter novamente a suspensão dos efeitos da compra e venda, portanto, José deverá formular o pedido cautelar 
ou de efeito suspensivo ativo, que poderá ser deduzido em petição autônoma ou no próprio recurso de apelação, 
a depender do fato de a apelação já ter sido distribuída ou não. O requerimento deverá ser dirigido ao tribunal, 
se a apelação ainda não tiver sido distribuída, ou ao relator do recurso, caso já tenha ocorrido sua distribuição, 
na forma do Art. 1.012, § 3º, do CPC. Para tanto, deverá José demonstrar ao relator ou ao tribunal a 
probabilidade de provimento do recurso de apelação ou, sendo relevante a fundamentação (fumus boni iuris), a 
existência de risco de dano grave ou de difícil reparação (periculum in mora), consoante o Art. 1.012, § 4º, o 
Art. 995, parágrafo único, e o Art. 300 todos do CPC. 
 
B) O fundamento da ação ajuizada por José é o de que se afigura anulável a venda de ascendente a descendente, 
salvo se os outros descendentes e o cônjuge alienante expressamente houverem consentido, na forma do Art. 
496 do CC. Por outro lado, o juiz de primeira instância se equivocou ao reconhecer a prescrição da pretensão de 
José, pois a ação foi proposta dentro do prazo prescricional de 2 anos, previsto no Art. 179 do CC. 
 
QUESTÕES DA OAB - José Carlos é locatário de um apartamento situado no Condomínio Morar Feliz, 
situado na cidade do Rio de Janeiro. O imóvel pertence a André Luiz. O contrato de locação possui vigência de 
01/05/2015 a 01/05/2019 e contém cláusula de vigência. O referido contrato se encontra averbado à matrícula 
do imóvel no Registro Geral de Imóveis da respectiva circunscrição desde 07/06/2015. 
Em 15/05/2018, José Carlos recebe uma notificação de João Pedro, informando-o de que adquiriu o imóvel de 
André Luiz através de contrato de compra e venda, a qual foi registrada em 30/01/2018 e averbada à matrícula 
do imóvel no mesmo dia, e solicitando a desocupação do imóvel no prazo de noventa dias. José Carlos não fora 
informado por André Luiz a respeito da alienação do apartamento. 
Em 05/06/2018, ao se dirigir até o local pactuado contratualmente para o pagamento dos alugueres, José Carlos 
é informado por João Pedro que não irá receber o pagamento de nenhum valor a título de aluguel, solicitando 
novamente a desocupação do imóvel. 
Diante do cenário descrito, responda aos itens a seguir. 
 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 12 
 
A) Qual(is) argumento(s) de defesa José Carlos poderá arguir em face da pretensão de João Pedro em 
desocupar o imóvel? 
B) Diante da recusa de João Pedro em receber os alugueres, de que(quais) instrumento(s) o locatário dispõe 
para adimplir sua prestação e se exonerar dos efeitos da mora? 
 
RESPOSTAS: 
A) José Carlos poderá sustentar que a locação possui prazo determinado, cláusula de vigência e se encontra 
averbada junto à matrícula do imóvel. Desta forma, João Pedro não pode, validamente, denunciar o contrato de 
locação, na forma do Art. 8º, caput, da Lei nº 8.245/91. Além disso, a denúncia foi exercida após o prazo de 
noventa dias a contar do registro da compra e venda, o que atrai a incidência do Art. 8º, § 2º, da Lei nº 
8.245/91, que prevê tal prazo decadencial. Por fim, houve desrespeito ao direito de preferência assegurado pelo 
Art. 27 da mesma Lei. 
 
B) A recusa do credor em receber o pagamento permite o uso da consignação em pagamento, de forma a 
exonerar o devedor da ocorrência de mora. No caso, João Pedro poderá, alternativamente, ajuizar ação de 
consignação em pagamento, observando o disposto no Art. 67 da Lei nº 8.245/91 e no Art. 534 do CPC, ou 
realizar consignação extrajudicial em pagamento, por se tratar de obrigação em dinheiro, na forma do Art. 539, 
§ 1º, do CPC. 
 
 
QUESTÕES DA OAB - Priscila comprou um carro de Wagner por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para 
tanto Priscila pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove 
parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. As parcelas foram pagas regularmente até a 
sétima, quando Priscila, por ter sido dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o valor das duas 
prestações restantes. 
 
Priscila entrou em contato com Wagner, diretamente, explicando a situação e informando que iria tentar 
conseguir o valor restante para quitar o débito, tendo Wagner mencionado que a mesma não se preocupasse e 
que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo 
vendedor à compradora por mensagem de texto. Apesar disso, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, 
quando Priscila conseguiu um empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar 
Wagner nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações, a residência ou o local de trabalho 
de Wagner, ambos na cidade de São Paulo. 
 
Priscila soube, no mesmo dia em que não encontrou Wagner, que estava impossibilitada de trabalhar em uma 
sociedade empresária, pois o credor incluíra seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da 
ausência de pagamento das últimas parcelas. Esperando ver-se livre da restrição, quitando seu débito, Priscila 
efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência 
bancária de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, Wagner, no quinto dia 
após a ciência, recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário. 
 
Como advogado(a) de Priscila, redija a medida processual mais adequada para que a compradora 
obtenha a quitação doseu débito e tenha, de imediato, retirado seu nome do cadastro do SPC. 
 
RESPOSTA: 
Priscila deverá ajuizar uma ação de consignação em pagamento, conforme o Art. 539 e seguintes do 
CPC. 
A petição inicial deverá obedecer aos requisitos gerais do Art. 319 do CPC, sendo dirigida a uma das 
Varas Cíveis da Comarca de São Paulo, de acordo com o Art. 540 do CPC, indicando, no polo ativo, Priscila, e, 
no polo passivo, Wagner, com a qualificação completa de ambas as partes. Deve ser arguida a tempestividade 
da presente ação, proposta dentro do prazo de um mês da recusa de recebimento do valor depositado, conforme 
Art. 539, § 3º, do CPC. O examinando deve mencionar que a inviabilidade do pagamento das duas parcelas 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 13 
 
decorreu da impossibilidade de localização do réu, no mesmo modus operandi que foi utilizado para a 
realização de todos os pagamentos desde o início. 
 Em seguida, deve o examinando ressaltar o prazo de favor obtido por Prisicila, que efetuou o pagamento 
integral das parcelas remanescentes na data acordada com Wagner. 
Deve o examinando informar que a autora realizou o depósito bancário, em instituição oficial, tendo o réu 
além de recusado o pagamento, inserido o nome da autora nos cadastros restritivos de crédito, o que a 
impossibilitou de conseguir um novo emprego. 
Deve ser requerida a antecipação dos efeitos da tutela para exclusão do nome de Priscila dos cadastros 
restritivos de crédito, eis que o valor do débito já se encontra depositado, bem como a negativação está 
impedindo que Priscila consiga um novo emprego, estando presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
Nos pedidos, deverá o examinando requerer a citação do réu para levantar o depósito ou contestar, 
conforme Art. 542, inciso II, do CPC, e a confirmação da quitação do débito, uma vez que o valor já se 
encontra depositado, com a consequente extinção da obrigação e a confirmação da tutela antecipada. 
Deve ser mencionada a juntada dos seguintes documentos: contrato de compra e venda, documento do 
veículo, comprovante do depósito e manifestação por escrito da recusa de recebimento do valor depositado 
assinada por Wagner. 
O valor da causa será de R$ 4.000,00, considerando que faltam duas prestações de R$ 2.000,00 cada. 
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB. 
 
 
QUESTÕES DA OAB - Ademar adquiriu um aparelho televisor de última geração da marca Negativa em uma 
loja da rede Casas Rio Grande, especializada em eletroeletrônicos. Tão logo chegou à sua residência, ligou o 
aparelho na tomada e foi surpreendido com uma forte fumaça vinda do interior do produto, que, logo em 
seguida, explodiu, causando-lhe queimaduras severas e, ao final, um dano estético permanente. Inconformado, 
Ademar ajuizou uma ação indenizatória em face da Negativa Eletrônicos Ltda. e das Casas Rio Grande Ltda., 
em litisconsórcio passivo. A primeira ré permaneceu revel, ao passo que a segunda ré negou, em contestação, a 
existência de qualquer defeito no produto. 
Diante do caso narrado, responda aos itens a seguir. 
A) Existe responsabilidade solidária entre as Casas Rio Grande e a Negativa Eletrônicos pelo dever de 
indenizar o autor? 
B) A defesa apresentada pelas Casas Rio Grande pode beneficiar a primeira ré, a despeito de esta ter 
permanecido revel? 
 
RESPOSTA: 
A) Embora o Código de Defesa do Consumidor crie um sistema amplo de responsabilidade solidária entre 
fornecedores pelos danos oriundos de fatos do produto, como no presente caso, a responsabilidade dos 
comerciantes segue um regime próprio. Quanto a estes, apenas haverá responsabilidade solidária em relação aos 
demais fornecedores nas hipóteses previstas pelo Art. 13 do CDC, o que não ocorreu na hipótese em exame. 
Portanto, não há solidariedade entre a comerciante (Casas Rio Grande) e a fabricante (Negativa) pelos danos 
sofridos pelo autor. 
B) Sim. Embora as rés não se encontrem em litisconsórcio unitário, a contestação da comerciante (Casas Rio 
Grande) poderá beneficiar a fabricante (Negativa) no que tange ao fato comum alegado – inexistência de 
qualquer defeito no produto – nos termos do Art. 345, I, do CPC. 
 
QUESTÕES DA OAB - João ajuizou ação monitória em face de Daniel, instruída com instrumento particular 
de confissão de dívida, assinada por Daniel e sem assinatura de testemunhas, em que Daniel confessa ser 
devedor da quantia de R$ 200.000,00 em favor de João, resultante de contrato de mútuo anteriormente firmado 
entre as partes, e assumindo o compromisso de efetuar a quitação integral do débito em 30 dias, a contar da 
assinatura do instrumento particular de confissão de dívida. João recolheu devidamente as custas judiciais. 
Daniel, regularmente citado, opõe embargos monitórios, sustentando como tese defensiva e não instruindo sua 
defesa com qualquer documento, que o valor pleiteado por João é excessivo, sem indicar o montante que 
entende correto. Em acréscimo, aponta que João somente lhe disponibilizou R$ 100.000,00, razão pela qual o 
pagamento do montante de R$ 200.000,00, em seu entender, é indevido. 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 14 
 
Em resposta aos embargos, João, preliminarmente, pugnou pelo não conhecimento dos embargos monitórios, 
ante a falta de indicação do valor que entende correto. Quanto ao mérito, aponta que o valor de R$ 200.000,00, 
alegadamente excessivo, é resultante da soma da quantia emprestada a Daniel, equivalente a R$ 180.000,00, e 
R$ 20.000,00 dizem respeito à cláusula penal e aos juros compensatórios que foram pactuados entre as partes 
na hipótese de descumprimento da avença. 
Além disso, João apontou que houve o empréstimo do valor de R$ 180.000,00, instruindo sua resposta com 
extratos bancários que comprovam a efetiva transferência desta soma para Daniel. 
O juízo da 2a Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro, que não se manifestou na sentença acerca da 
preliminar levantada e da defesa apresentada por João, julgou procedentes os embargos monitórios, entendendo 
pela improcedência da pretensão de João, deixando de constituir o título executivo e o condenando ao 
pagamento das custas e honorários advocatícios. Após a prolação da sentença, foram rejeitados embargos de 
declaração por decisão publicada em 03/06/2021, quinta-feira. 
Na qualidade de advogado de João, elabore a peça processual cabível em defesa de seus interesses. O 
recurso deverá ser datado no último dia do prazo para sua apresentação. Desconsidere a existência de 
feriados nacionais ou locais. 
 
RESPOSTA: 
A peça processual a ser elaborada é a apelação em embargos monitórios (Art. 702, § 9º c/c. o Art. 1.009, 
ambos do CPC). 
A apelação deve ser endereçada ao Juízo de Direito da 2a Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro. O 
apelante é João e o apelado é Daniel. Deve ser indicada a tempestividade da peça recursal, na forma do Art. 
1003, § 5º, do CPC, e indicar ter efetuado o preparo do recurso, na forma do Art. 1007 do CPC. Tendo em vista 
que a publicação ocorreu no dia 03.06.2021, o termo final para apresentação da apelação é o dia 24/06/2021. 
João, preliminarmente, deve sustentar que a sentença é nula ante a ausência de fundamentação, tendo 
descumprido o disposto no Art. 489, § 1º, inciso IV, do CPC, pois a alegação de violação ao Art. 702, § 2º, do 
CPC era capaz de infirmar as conclusões do órgão julgador acerca da procedência dos embargos monitórios. 
Em acréscimo, deve-se apontar que, se Daniel não indicou o valor que entende correto e, tampouco, 
trouxe aos autos demonstrativo discriminado e atualizado da dívida; tal conduta enseja o não conhecimento dos 
embargos monitórios, na forma do Art. 702, § 3º, do CPC, pugnando, assim, pela declaração de nulidade da 
sentença. Ademais, deverá alegar violação aos artigos 10 e 11 do CPC. Quanto ao mérito, João deveindicar 
que, nos termos do Art. 586 do CC, o mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa 
do mesmo gênero, qualidade e quantidade, razão pela qual a devolução do montante integralmente emprestado 
é devido, ou seja, R$ 180.000,00, acrescidos dos juros e cláusula penal pactuada. 
Além disso, em razão de o processo se encontrar em condições de imediato julgamento, João deve 
fundamentar e requerer a aplicação da teoria da causa madura (Art. 1.013, § 3º, inciso IV, do CPC), para que o 
Tribunal julgue improcedentes os embargos monitórios opostos por Daniel, com lastro no Art. 488 e no Art. 
702, §§ 2º e 3º, ambos do CPC, e constitua o título executivo judicial. Deve-se requerer a inversão dos ônus da 
sucumbência e fixação de honorários recursais. Por fim, local, data, assinatura e inscrição OAB. 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZO DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE 
JANEIRO/RJ 
Autos do Processo nº [Número do Processo] 
João, brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do RG nº [número do RG] e CPF nº [número do CPF], 
representado por seu advogado, conforme procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, interpor 
RECURSO DE APELAÇÃO 
contra a r. sentença proferida nos autos da Ação Monitória movida por Daniel, pelas razões de fato e de direito que passa 
a expor: 
1. Da Tempestividade 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 15 
 
O presente recurso é interposto tempestivamente, considerando que a sentença foi publicada em 03/06/2021 (quinta-
feira), sendo o prazo para a interposição de recurso de apelação de 15 (quinze) dias úteis, nos termos do artigo 1.003, §5º, 
do Código de Processo Civil. 
2. Do Cabimento do Recurso de Apelação 
Consoante o artigo 1.009 do Código de Processo Civil, a sentença proferida pelo juízo de primeiro grau pode ser 
impugnada por meio de recurso de apelação, razão pela qual o presente recurso é o meio adequado para buscar a reforma 
da decisão proferida nos autos. 
3. Das Preliminares 
3.1. Preliminarmente, cumpre ressaltar que o juízo a quo deixou de se manifestar sobre a preliminar levantada por este 
recorrente, qual seja, a falta de indicação pelo embargante, Daniel, do valor que entende correto. Tal omissão configura 
cerceamento de defesa, violando os princípios do contraditório e da ampla defesa, conforme previsto nos artigos 9º e 10 
do Código de Processo Civil. 
4. Do Mérito 
4.1. No mérito, a sentença ora recorrida julgou improcedentes os embargos monitórios opostos por Daniel, sob a 
fundamentação de que o valor pleiteado por João seria excessivo, sem, contudo, adentrar ao mérito das alegações e 
documentos apresentados pelo apelante. 
4.2. Cabe salientar que o instrumento particular de confissão de dívida, devidamente assinado por Daniel, constitui título 
executivo extrajudicial, nos termos do artigo 784, inciso III, do Código de Processo Civil, e apresenta-se como prova 
robusta da existência do débito. 
4.3. O valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), pleiteado por João, corresponde à soma da quantia emprestada a 
Daniel, no montante de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), conforme comprovado pelos extratos bancários 
anexados aos autos, acrescido dos juros compensatórios e da cláusula penal previstos no contrato de mútuo celebrado 
entre as partes. 
4.4. Assim, não há que se falar em excesso de cobrança, visto que o valor reclamado corresponde à dívida confessada por 
Daniel e devidamente documentada nos autos. 
5. Dos Pedidos 
Diante do exposto, requer-se: 
5.1. O conhecimento e provimento do presente recurso de apelação, a fim de que seja reformada a r. sentença proferida 
pelo juízo a quo, reconhecendo-se a validade do título executivo extrajudicial e determinando-se a constituição do título 
executivo e a continuidade do processo monitório; 
5.2. Subsidiariamente, caso seja mantida a sentença, que seja observado o contraditório e a ampla defesa, com a devida 
análise das alegações e provas apresentadas pelo apelante; 
5.3. A condenação do embargante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos da 
legislação vigente. 
Por fim, protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a juntada de documentos e a oitiva de 
testemunhas. 
Nestes termos, pede deferimento. 
[Local e Data] 
[Assinatura do Advogado] 
[Nome do Advogado - OAB/UF nº ______] 
 
 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 16 
 
QUESTÕES DA OAB - André ajuizou ação pelo procedimento comum em face do Condomínio do Edifício 
Lotus, com pedido de tutela provisória da evidência, requerendo a condenação deste a se abster de impedir a 
utilização de áreas comuns do edifício (piscina e garagem) em razão do inadimplemento de cotas condominiais. 
Há tese firmada em sede de incidente de resolução de demandas repetitivas, julgado pelo Tribunal de Justiça ao 
qual o juízo do feito é vinculado, favorável à pretensão de André, e as alegações de fato formuladas pelo autor 
estão amparadas exclusivamente em prova documental. 
 
O juízo, antes da citação do Condomínio do Edifício Lotus, concede tutela provisória da evidência em favor de 
André, nos termos requeridos na petição inicial. O condomínio, regularmente citado, apresentou contestação 
três dias após o prazo final de sua defesa, requerendo a produção de prova pericial, com vistas a contrapor 
alegação formulada por André em sua petição inicial. 
 
Na decisão de saneamento e organização do processo, o juízo decretou a revelia do Condomínio do Edifício 
Lotus, bem como deferiu o pedido de produção de prova pericial. André, então, apresentou pedido de 
esclarecimento, aduzindo que o réu, por ser revel, não poderia requerer a produção de prova. 
Responda, de maneira fundamentada, aos itens a seguir. 
 
A) O condomínio pode impedir a utilização de áreas comuns por condômino inadimplente? Justifique. 
B) Ao réu revel, mesmo após decretada sua revelia, é lícita a produção de prova? Justifique. 
 
A) Não. É direito de André usar as áreas comuns do condomínio nos termos do Art. 1335, inciso II, do CC, 
independentemente de estar ou não adimplente com a cota condominial. 
B) Sim, por se tratar de prova contraposta às alegações formuladas pelo autor e por ter se feito representar a 
tempo de praticar os atos processuais necessários, nos termos do Art. 349 do Código de Processo Civil. 
 
RESPOSTA: 
Ranieri celebra contrato com Marina, por instrumento particular, por via do qual ambas as partes prometem 
firmar acordo futuro de permuta de seus respectivos imóveis. Os bens de titularidade dos contraentes estão 
delineados no acordo, com indicação precisa de suas características, incluindo o número da matrícula 
imobiliária no Cartório de Registro de Imóveis, bem como o valor de mercado de cada um deles. As partes não 
previram cláusula de arrependimento. Na data indicada para a celebração da avença definitiva, Ranieri não 
comparece e informa à parte contrária (Marina) que não tem mais interesse na realização da operação 
contratual. 
 
Marina notifica Ranieri exigindo a realização do acordo projetado no contrato anterior, indicando prazo 
derradeiro de 15 (quinze) dias para o cumprimento da obrigação, sob pena de propositura de ação. Ranieri envia 
contranotificação mantendo a posição segundo a qual se nega a firmar o contrato definitivo de permuta, ao 
fundamento de que 
(i) não pode ser obrigado a contratar, levando-se em conta o princípio da liberdade contratual 
(autonomia privada), motivo pelo qual eventual ação está fadada ao julgamento de improcedência; 
(ii) o contrato anteriormente firmado possui vício formal, porque não foi realizado por escritura pública; 
(iii) não há, sequer, direito a perdas e danos, na medida em que Marina não teve qualquer prejuízo com a 
frustração de suas expectativas. 
 
QUESTÕES DA OAB - Marina,assim, propõe ação em face de Ranieri, que contesta com os mesmos 
argumentos da contranotificação, negando-se a realizar o acordo. Sobre a hipótese apresentada, responda aos 
itens a seguir. 
A) Na condição de advogado de Marina, indique os fundamentos para que ela possa exigir o 
cumprimento da obrigação de contratar. Justifique. 
B) Nessa espécie de ação, o juiz tem o poder de, em sentença, substituir a vontade do contraente ou 
caberia apenas discutir a possibilidade de condenação ao pagamento de indenização de eventuais perdas 
e danos? Justifique. 
 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 17 
 
RESPOSTAS: 
A) A hipótese trata de contrato preliminar, caracterizado como aquele no qual as partes se obrigam a celebrar 
determinado contrato, dito definitivo, em momento futuro, atraindo o disposto no Art. 462 do CC. Segundo o 
dispositivo legal, o contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais 
(apenas) do contrato definitivo. No caso do enunciado, verifica-se que o contrato preliminar especificou o tipo 
do contrato definitivo a ser celebrado (contrato de permuta), delineando os seus elementos essenciais, 
notadamente naquilo que envolve o seu objeto (especificação dos bens a serem permutados e os seus 
respectivos valores). Ainda que a forma adotada tenha sido dissonante àquela exigida para o contrato definitivo 
(escritura pública), o Art. 462 adota a liberdade formal para a celebração dos vínculos preliminares, não 
havendo qualquer vício que possa eivar o contrato de nulidade. Considerando que a hipótese vertente apresenta 
um contrato preliminar firme, sem a inclusão de cláusula de arrependimento, Marina pode exigir o 
cumprimento da obrigação de contratar, na forma do Art. 463 do CC. 
 
B. Caso a parte demandada se negue a realizar a obrigação de contratar, com a emissão de sua vontade, pode o 
juiz, esgotado o prazo, substituir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato 
preliminar, na forma do Art. 464 do CC, circunstância na qual a sentença que julgar procedente o pedido, uma 
vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida, na forma do Art. 501 do CPC. 
As perdas e danos são cabíveis somente em face da impossibilidade do cumprimento da obrigação (o que não é 
o caso), conforme o Art. 464, parte final, do CC, ou se for do interesse da parte credora, dando o contrato 
preliminar por desfeito e exigindo a tutela indenizatória, na forma do Art. 465 do CC. O enunciado, ao 
contrário, revelou o interesse de Marina em buscar a execução específica da obrigação contida no vínculo 
preliminar. 
 
QUESTÕES DA OAB - Serafim, viúvo, pai de três filhos, é proprietário de um imóvel residencial e de um 
automóvel com três anos de uso. Com o claro propósito de proteção, ele doa, com cláusula de usufruto em seu 
favor, para sua filha caçula, Júlia, com dezenove anos de idade, o imóvel residencial, que corresponde a 
noventa por cento de todo seu patrimônio. João, filho mais velho de Serafim, solteiro, sentindo-se preterido, 
entra em contato com você, na qualidade de advogado(a), para que avalie a possibilidade de ajuizamento de 
ação judicial. 
 
Sobre a hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. 
A) A doação realizada na situação narrada é válida? Justifique. 
B) Em caso de ajuizamento da ação, a demanda pode ser ajuizada somente em face de Serafim? 
Justifique. 
 
RESPOSTAS: 
A) Não. Trata-se de doação inoficiosa, tornando-se nula a parte que excede o que o doador (Serafim), no 
momento da liberalidade, poderia dispor em testamento, conforme preceitua o Art. 549 do Código Civil. 
B) Não. Júlia deverá participar da demanda ao lado de Serafim, pois se trata de um litisconsórcio passivo e 
necessário, de acordo com o Art. 114 do Código de Processo Civil. 
 
QUESTÕES DA OAB – Alexandre e Simone são irmãos e figuram como únicos herdeiros em processo de 
inventário dos bens deixados pela mãe, falecida em 2010. Alexandre vem passando por dificuldades financeiras 
e, para levantar recursos, decidiu vender sua parte do único imóvel objeto do inventário (três terrenos e uma 
casa de alvenaria). O imóvel está avaliado em R$ 700.000,00 e Alexandre tem um terceiro interessado na 
aquisição. Mesmo sabendo que Simone tem interesse em comprar sua parte da herança, em razão de desavenças 
familiares, Alexandre prefere vender sua quota para outra pessoa estranha à sucessão. 
Sobre a situação hipotética, responda os itens a seguir. 
 
A) Alexandre pode vender a sua quota hereditária para o terceiro interessado? Responda 
justificadamente indicando os respectivos dispositivos legais. Justifique. 
B) Supondo que após o encerramento do inventário Alexandre e Simone descubram a existência de um 
terreno que não foi arrolado. O que os herdeiros devem fazer para partilhar esse bem? Justifique. 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 18 
 
RESPOSTAS: 
A) Como Simone tem interesse em comprar a parte de Alexandre, ele não poderá vender para o terceiro 
interessado, pois, segundo o Art. 1794 do CC, o co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa 
estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto. 
 
B) Os herdeiros deverão propor a sobrepartilha desse terreno nos autos do inventário do autor da herança 
com base no Art. 669, inciso II, e no Art. 670, ambos do CPC. 
 
 
AVALIAÇÃO INTERMEDIARIA 
 
Artigo 319 CPC/2015 - prevê que a individualização e qualificação das partes seja feita por meio do informe de 
nome, prenom, estado civil, profissão,número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, endereço eletrônico, endereço de domicílio e residência de cada parte. 
 
Artigo 319 CC/2022 - O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não 
lhe seja dada. Art. 319 Jurisprudência Jurisprudências atuais que citam Artigo 319 Lei: CC Art.: art-319 Publicado em: 
03/10/2022 TJ-SP Acórdão Apelação Cível - Responsabilidade Civil EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL. 
 
Artigo 554 CPC/2015 – Fungibilidade ou 334 CC/2002 
 
DESCRIÇÃO: 554 CPC/2015 
A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e 
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
 § 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a 
citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-
se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, 
da Defensoria Pública. 
 § 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por 
uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. 
 § 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos 
respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da 
publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. 
 
DESCRIÇÃO: 334 CC/2002 - Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em 
estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 
 
DESCRIÇÃO: Fungibilidade - A fungibilidade pode ser entendida de maneiras distintas no Código de Processo 
Civil (CPC) e no Código Civil (CC). Aqui está uma breve explicação de como cada um aborda o conceito: 
Fungibilidade no Código de Processo Civil (CPC): No CPC, a fungibilidade se relaciona principalmente com 
a possibilidade de substituição de um tipo de recurso por outro, desde que presentes determinadas condições. 
Isso significa que, em certas situações, se um recurso for interposto de forma equivocada, o juiz poderá aceitá-
locomo se fosse outro recurso, desde que não haja prejuízo à parte contrária e que seja atendido o princípio da 
instrumentalidade das formas. Em outras palavras, se a parte recorrente intenta um recurso, mas equivoca-se na 
sua escolha, o juiz pode, em vez de rejeitá-lo, receber e processar outro recurso que melhor se encaixe nas 
circunstâncias do caso. 
Fungibilidade no Código Civil (CC): No CC, a fungibilidade é abordada no contexto de bens fungíveis. Bens 
fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, sem 
que haja prejuízo significativo para quem os possui. Por exemplo, se alguém empresta um quilo de açúcar a 
outra pessoa, ela pode devolver outro quilo de açúcar que não seja exatamente o mesmo, mas desde que seja de 
qualidade similar. No entanto, vale ressaltar que essa fungibilidade está sujeita às disposições específicas do 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 19 
 
contrato ou da legislação aplicável. O artigo 85 do Código Civil, por exemplo, trata especificamente dos bens 
fungíveis. 
RESUMINDO: enquanto o CPC trata da fungibilidade no contexto processual, permitindo a substituição de 
recursos em determinadas situações, o CC aborda a fungibilidade no contexto de bens, permitindo a 
substituição de bens da mesma espécie, qualidade e quantidade sem prejuízo significativo. 
Lei 9.099/95 JEC (Juizado - Especializado – Civil): A Lei 9.099/95, conhecida como Lei dos Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais (JEC), instituiu um sistema de justiça mais célere e simplificado para lidar com 
causas de menor complexidade, tanto na esfera cível quanto na esfera criminal. 
Os Juizados Especiais Cíveis são responsáveis por processar e julgar demandas de menor complexidade, cujo 
valor não exceda a 40 salários mínimos. Eles buscam promover uma solução rápida e eficaz para os conflitos, 
por meio de procedimentos mais simplificados, audiências de conciliação e julgamentos mais ágeis. 
Alguns dos principais aspectos dos Juizados Especiais Cíveis incluem: 
1. Simplificação dos Procedimentos: Os procedimentos são simplificados, dispensando formalidades 
excessivas e tornando o acesso à justiça mais rápido e acessível. 
2. Conciliação: Há um forte incentivo à conciliação entre as partes, buscando resolver o conflito de forma 
amigável e evitar o prolongamento do litígio. 
3. Julgamentos: Caso não haja acordo, o juiz profere uma sentença de forma mais rápida, evitando a 
demora comum nos tribunais tradicionais. 
4. Recursos: Os recursos são limitados, o que contribui para a celeridade do processo. 
Os Juizados Especiais Criminais, por sua vez, tratam de infrações de menor potencial ofensivo, ou seja, crimes 
de menor gravidade, cujas penas máximas não ultrapassem dois anos de prisão. Nesses casos, busca-se 
promover a justiça restaurativa, privilegiando medidas alternativas à pena de prisão, como a prestação de 
serviços à comunidade e a transação penal. 
RESUMO: a Lei 9.099/95 instituiu os Juizados Especiais Cíveis e Criminais como uma alternativa ao 
sistema judiciário tradicional, visando a desburocratização, celeridade e eficiência na resolução de conflitos de 
menor complexidade. 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO E PAGAMENTO: A ação de consignação em pagamento é um instrumento 
jurídico previsto no Código Civil brasileiro (CC), enquanto o pagamento é um instituto que abrange diversas 
disposições do CC e do Código de Processo Civil (CPC). Aqui estão os principais artigos que tratam desses 
temas: 
Ação de Consignação em Pagamento (CC): A consignação em pagamento está regulada nos artigos 335 a 
354 do Código Civil. Os principais artigos são: 
Artigo 335: Conceitua a consignação em pagamento como o depósito judicial ou bancário da quantia ou da 
coisa devida, nos casos previstos em lei. 
Artigo 336: Estabelece as hipóteses em que o devedor pode efetuar a consignação em pagamento, tais como: 
recusa injustificada do credor em receber o pagamento, dúvida sobre quem deva legitimamente recebê-lo, ou se 
o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar recebê-lo sem que o devedor esteja em mora. 
Artigo 337: Determina o procedimento da consignação em pagamento, que consiste no depósito judicial ou 
bancário da quantia ou da coisa devida, acompanhado do requerimento do devedor ao juiz. 
Artigo 338: Dispõe sobre os efeitos do depósito da consignação em pagamento. 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 20 
 
Artigo 339: Regula o momento em que a consignação produz efeito em relação ao devedor. 
Pagamento (CC e CPC): O pagamento é regulado pelos artigos 304 a 359 do Código Civil, e também encontra 
disposições no Código de Processo Civil. Alguns artigos relevantes são: 
Artigo 304: Define o pagamento como o cumprimento da obrigação, consistente na entrega da coisa devida ou 
na prestação do serviço. 
Artigo 315: Regula a forma do pagamento, que deve ser feito em moeda corrente e no lugar do domicílio do 
devedor, salvo estipulação em contrário ou disposição legal em sentido diverso. 
Artigo 319: Dispõe sobre a imputação do pagamento pelo devedor, quando existirem várias dívidas vencidas do 
mesmo credor. 
Artigo 334: Trata da quitação, que ocorre quando o devedor paga integralmente a dívida, ficando liberado da 
obrigação. 
Precedentes (decisões tomadas): O Código de Processo Civil (CPC) não contém artigos específicos sobre 
"precedentes" no sentido de decisões tomadas em processos anteriores. No entanto, o CPC aborda diversos 
aspectos relacionados à jurisprudência e à formação de precedentes, especialmente nos artigos que tratam da 
interpretação e aplicação do direito, bem como das decisões judiciais em si. A seguir, apresento alguns artigos 
relevantes do CPC que abordam temas relacionados à jurisprudência e à formação de precedentes: 
Artigo 926: Este artigo estabelece que os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, 
íntegra e coerente. 
Artigo 927: Este artigo determina que os juízes e tribunais devem observar os precedentes judiciais, ressalvada 
a existência de distinção relevante que justifique a adoção de entendimento diverso. 
Artigo 489, §1º: Este parágrafo dispõe que a decisão judicial deve ser fundamentada, mencionando-se os 
precedentes que a embasaram, quando aplicáveis. 
Artigo 927, §4º: Este parágrafo estabelece que os tribunais devem julgar os incidentes de demandas repetitivas 
e os recursos especiais e extraordinários nos casos em que houver multiplicidade de recursos com fundamento 
em idêntica questão de direito. 
Artigo 1.040: Este artigo trata da aplicação dos precedentes judiciais em recursos repetitivos, definindo os 
efeitos da decisão proferida pelo tribunal superior. 
Artigo 1.041: Este artigo estabelece a possibilidade de adesão ao incidente de resolução de demandas 
repetitivas pelos interessados em casos que versem sobre a mesma questão de direito. 
Embora o CPC não defina expressamente o termo "precedentes", esses dispositivos regulam aspectos 
relacionados à formação e aplicação da jurisprudência e da interpretação do direito pelos tribunais, contribuindo 
para a construção de uma cultura de precedentes no sistema jurídico brasileiro. 
DIREITO MATERIAL: é o conjunto de normas que atribuem direitos aos indivíduos, trata das relações 
entre as partes, é o interesse primário, a própria relação subjetiva, por exemplo o direito à vida, o direito 
ao nome, o direito à privacidade, etc. 
 
DIREITO FORMAL: é o conjunto de regras emanadas do Estado, dos seus três poderes, ou seja, do 
Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, em se cuidando da administração direta. 
 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 21 
 
TUTOR E CURADOR: TEM OBRIGAÇÃO DE PRESTAR CONTAS - O artigo 1.767 do Código Civil de 
2002 estabelece as obrigações do tutor e do curador, incluindo a obrigaçãode prestar contas: Art. 1.767. O 
tutor, e também o curador, está obrigado a prestar ao juiz, periodicamente, contas de sua administração. Esse 
dispositivo legal estabelece que tanto o tutor quanto o curador têm o dever de apresentar ao juiz, em intervalos 
regulares, relatórios detalhados sobre a administração dos bens e dos interesses da pessoa sob sua tutela ou 
curatela. Essa obrigação visa garantir a transparência e a fiscalização adequada da gestão dos bens e interesses 
do tutelado ou curatelado. 
AÇÕES PROCESSUAIS - artigo 85 CC/2002 – O artigo 85 do Código Civil de 2002 trata das ações 
processuais. Aqui está o texto do referido artigo: Art. 85. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada 
em direito real sobre bens móveis serão propostas no foro do domicílio do réu. Parágrafo único. Tendo mais de 
um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. Este artigo estabelece a competência territorial 
para o ajuizamento de ações relacionadas a direitos pessoais ou direitos reais sobre bens móveis. De acordo 
com ele, a ação deve ser proposta no foro do domicílio do réu. Caso o réu tenha mais de um domicílio, o autor 
pode escolher o foro de qualquer um deles para propor a ação. 
Artigo 85 CC/2002 - São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. 
 
INTERPRETAÇÃO Artigo 85 CC/2002: Esta disposição legal define os bens fungíveis como sendo aqueles 
móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, sem que haja 
alteração substancial em seu valor ou utilidade. Exemplos comuns de bens fungíveis incluem dinheiro, grãos, 
alimentos perecíveis e produtos industriais que são produzidos em série e são idênticos entre si. 
 
Artigo 81 CP - Não se revoga a medida de segurança pessoal, enquanto não se verifica, mediante exame 
do indivíduo, que este deixou de ser perigoso. 
 
Artigo 161 CP - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, 
para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
 
Artigo 567 CPC – Interdito proIbitório - São pressupostos para essa ação: que o autor esteja na posse do bem, 
que haja a ameaça de turbação ou esbulho por parte do réu e que haja o justo receio de que tal ameaça se 
configure. 
 
Artigo 1996 CC/2002 - Só se pode argüir de sonegação o inventariante depois de encerrada a descrição dos 
bens, com a declaração, por ele feita, de não existirem outros por inventariar e partir, assim como argüir o 
herdeiro, depois de declarar-se no inventário que não os possui. 
 
Artigo 1200 CC/2002 - “É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária”. Art. 1208: “Não 
induzem a posse os atos de mera permissão ou tolerância, assim como não autorizam a sua aquisição os atos 
violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade”. 
 
ESBULHO POSSESSÓRIO: é um termo jurídico utilizado para descrever a ação de tomar posse de um 
bem de forma ilegal, ou seja, sem o devido direito ou autorização. Ele ocorre quando alguém, sem qualquer 
amparo legal, ingressa em uma propriedade e priva o legítimo possuidor do uso e gozo do bem. 
 
EXEMPLO DE AÇÃO DE ESBULHO POSSESSÓRIO 
A ação de esbulho possessório é uma medida judicial utilizada quando alguém é injustamente privado da posse 
de um bem. Geralmente, é proposta quando o possuidor é retirado violentamente ou de forma ilegal de sua 
posse. 
[Local e Data] 
Ana Amaro, Dilani MC Comb, Gabriel Carvalho, Marlon Seabra e Simone Ischkanian 
 22 
 
[Qualificação completa do autor] 
[Endereço completo do autor] 
[Qualificação completa do réu] 
[Endereço completo do réu] 
AÇÃO DE ESBULHO POSSESSÓRIO 
Pedido de Liminar 
Despejo por esbulho 
Requerimento de Indenização por Perdas e Danos 
Pedido de Manutenção de Posse 
Qualificação do Bem: Imóvel localizado na [endereço completo do imóvel], registrado no Cartório de Registro 
de Imóveis sob matrícula nº [número da matrícula]. 
Descrição dos Fatos: 
1. O autor é legítimo possuidor do imóvel descrito acima, sendo detentor de sua posse mansa e pacífica 
há mais de [tempo] anos. 
2. No dia [data], o réu ingressou violentamente no referido imóvel, sem qualquer autorização ou direito, e 
passou a ocupá-lo de forma ilegal, privando o autor de sua posse legítima. 
3. Todos os esforços amigáveis para a desocupação voluntária do réu foram infrutíferos, tornando-se 
necessária a propositura da presente ação. 
Fundamentos Jurídicos: O autor possui o direito de obter a reintegração de posse do imóvel, conforme 
previsto no artigo 1.210 do Código Civil, uma vez que foi esbulhado de sua posse legítima pelo réu. 
Pedido de Liminar: Diante da urgência e da possibilidade de dano irreparável, requer-se a concessão de 
liminar para reintegrar o autor na posse do imóvel, determinando-se o despejo imediato do réu. 
Pedido de Indenização por Perdas e Danos: Requer-se a condenação do réu ao pagamento de indenização por 
perdas e danos decorrentes do esbulho possessório, a ser apurada em liquidação de sentença. 
Pedido de Manutenção de Posse: Postula-se, ainda, a manutenção do autor na posse do imóvel após a sua 
reintegração, a fim de evitar novas violações por parte do réu. 
Provas: Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente prova documental, 
testemunhal e eventual inspeção judicial. 
Valor da Causa: Dá-se à causa o valor de [valor em reais]. 
Requerimentos Finais: Diante do exposto, requer: 
1. A citação do réu para contestar os termos da presente ação, sob pena de revelia e confissão; 
2. A concessão da liminar de reintegração de posse, despejando-se o réu do imóvel; 
3. A condenação do réu ao pagamento de indenização por perdas e danos; 
4. A manutenção do autor na posse do imóvel após a reintegração; 
5. A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. 
Protesto por todos os meios de prova admitidos em direito. 
[Localidade], [Data] 
[Assinatura do advogado] 
[Nome do advogado - OAB/UF nº [número da inscrição na OAB]]

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