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MOD 2 A IMPORTÂNCIA DA PSICANÁLISE COMO TERAPIA (1)

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CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE CLÍNICA
ALUNO
MÓDULO 2 - INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE 2: A IMPORTÂNCIA DA PSICANÁLISE COMO TERAPIA
CIDADE
2023
CONCEITOS BÁSICOS DA PSICANÁLISE
Ao refletir acerca da psicanálise como ciência que estuda o comportamento humano e suas causas, sendo um método terapêutico que busca o reequilíbrio emocional, pelo autoconhecimento, pautado nos estudos e observações de Freud, percebe-se a influência psíquica nos diversos distúrbios físicos e emocionais. Nos dias atuais podemos observar a importância da psicanálise na sociedade, como prática na interpretação da representação mental em uma sociedade marcada por constante mudanças e evolução acelerada. Neste contexto, é que a terapia psicanalítica possibilita o contato com o subconsciente do paciente, oferecendo-lhe a possibilidade de sua auto cura emocional.
Em sua obra, Zimerman (1999), aborda a enunciação inicial de Freud acerca ds principais conceitos que inauguram a Psicanálise de Freud, que são: a noção de inconsciente; a teoria sexual e o princípio do prazer e de desprazer; a teoria das pulsões e a noção de aparelho psíquico. Trazendo as noções de sistemas inconsciente, pré-consciente e consciente; trabalho psíquico; conflito intra-psíquico; recalcamento; identificações e transferência; narcisismo e a metapsicologia da primeira tópica. Em segundo, traz a noção de id, ego e superego e a evolução da teoria das pulsões, que inclui as noções de compulsão à repetição e de pulsão de morte, para citar apenas algumas das contribuições fundamentais de Freud.
Através dos materiais disponibilizados no módulo 2, vê-se que a aparelhagem psíquica humana, se desenvolve ao longo do processo de crescimento humano, não sendo desenvolvida desde o começo (quando bebê). As capacidades posteriores resultam de articulações entre o endógeno e o exógeno e da intersubjetividade na direção da subjetivação. As noções de aparelho psíquico e de pulsão sexual estão diretamente relacionadas com o conceito de inconsciente, e com o ego partilham uma origem fundadora da concepção de uma dimensão psíquica, conforme defende Freud em seus estudos. 
Além disso, Freud preconiza o modelo das formas de ação do inconsciente: os sonhos, atos falhos, sintomas e a transferência, os quais são as evidências enigmáticas de produtivas capacidades psíquicas de um sujeito psíquico (sujeito do inconsciente recalcado). Campo do intrapsíquico, lugar do conflito psíquico, uma evidência de subjetividade. 
O inconsciente é o que nós não sabemos de nós mesmos, o que esquecemos, o que ficou para trás e continua existindo, apesar de que possamos não saber exatamente sobre esses conteúdos. Freud define o inconsciente como lugar e como modo de funcionamento distinto do funcionamento da consciência. Como por exemplo, apesar de termos sonhos todas as noites, não somos nós (pelo menos não conscientemente), que os criamos. Ou seja, o Inconsciente funciona através de deslocamentos e condensações.
Com a estruturação psíquica do recém-nascido, explicita a experiência de satisfação, na ingestão do alimento, como um potente motor para a organização de uma memória ainda incipiente, mas fundamental para a vivência de prazer, espaço posterior para o ego de prazer, e na organização da primeira zona erógena, a boca. Aqui está a teoria do apoio, que consiste no nascimento (ou inscrição psíquica) do pulsional como uma zona de prazer, apoiado numa tensão de necessidade, que é a fome. Na medida em que a fome é saciada, a vivência de satisfação aparece marcando a experiência de prazer.
Neste contexto, podemos compreender a “pulsão”, como uma representação psíquico das excitações provenientes do interior do corpo e que chegam ao psiquismo, que Freud, postula como um elemento quantitativo da economia psíquica, segundo a sua hipótese que explicaria o funcionamento do aparelho psíquico a partir dos modelos científicos da física mecanicista da sua época”. Sendo o aparelho psíquico, composto por três sistemas: o inconsciente (Ics), o pré-consciente (Pcs) e o consciente (Cs), servindo de uma espécie de “filtro”, selecionando tudo que pode ou não ser repassado ao Consciente.
Assim, de acordo com Freud, a psicanálise abre as portas da psique humana por meio do trabalho de trazer à consciência do paciente o psíquico reprimido nele. Atuando diretamente na investigação da mente humana, diferenciando as interpretações mentais, tais como: os sonhos, lembranças, pensamentos, desejos, que por vezes, muitos destes são recalcados. Logo, a psicanálise assume o papel de fornecer as chaves para a psique da pessoa, sendo uma espécie de espelho. 
No conceito de transferência, observa-se que em um processo de psicanálise, o paciente, pode fazer uma projeção em direção ao seu terapeuta. Em suma, o analisado projeta suas impressões no psicanalista pois associa este com uma figura importante de sua vida. Deste modo, o profissional psicanalista deve atuar como o maior ouvinte do paciente “sofredor”, estando atento em relação a todos os pontos explanados e indicados em uma apresentação dos conflitos que existem em sua mente. Tal técnica, visa estimular a falar sem fazer uso do mecanismo de censura automático (aquele que nos impede de dizer o que vem a cabeça). Fazendo então com que a pessoa fale exatamente o que está pensando, mesmo que naquele momento não parece fazer nenhum sentido.
Freud defineo instinto, como sendo uma resposta involuntária a algum fator externo do ambiente. Basicamente, é um mecanismo que direciona o indivíduo à autopreservação para que possa sobreviver.
Neste sentido, a psicanálise atua desentrelaçando os nós da psique humana, por meio de uma intensa análise e muitas investigações. Desvendando as analogias interpessoais dos pacientes e sua maneira de se enxergar e se posicionar no mundo em que vive, é possível detectar as ações presas no inconsciente e ajudá-lo nesse processo de descoberta de si mesmo. 
Nos conceitos básicos da Psicanálise, nossos pilares existenciais chamam a atenção. Essas instâncias são responsáveis por condicionar o nosso contato com o mundo externo e interno. A primeira delas é o Id, que está ligado diretamente em nosso instinto e incentiva nossos desejos mais selvagens. Ele não mede consequências, de modo que tenta nos tirar da linha constantemente. O Ego é o intermediário, sendo o ponto de equilíbrio das três instâncias. Ele não cede às vontades do Id, bem como não trabalha a moralidade excessiva do Superego. Com base na permissividade social, o Superego age como um agente da moral. Em suma, ele nos reprime constantemente, de modo que nos encaixemos nos costumes “positivos” da sociedade.
A psicanálise é uma terapia profunda, que aponta para a agitação da personalidade do paciente, sem o uso de metodologia de sugestão, diferenciando seus efeitos mais reflexivos e psicológicos, aos que destinam a conhecer os processos inconsciente da mente, visto que muitos sentimentos podem desencadear distúrbios e transtornos sérios. Portanto, a importância da psicanálise se dá em razão da possibilidade de interpretação e compreensão das dores do paciente, do seus sonhos, seus desejos explícitos e ou recalcados, visando o equilíbrio psíquico. Ensinando aquilo que podemos suportar e principalmente aquilo que devemos evitar. 
A importância da psicanálise aplicada no pensamento freudiano, verifica-se quando Freud se serve da cultura, da antropologia, dos fenômenos sociais, parademonstrar o caráter universal da psique humana. Ainda, era também seu desejo que a Psicanálise como ciência avançasse além da clinica, para outras áreas do conhecimento humano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A teoria psicanalítica e seus conceitos, formulados por Freud, embora sejam complexos, permanecem até os dias atuais, não sendo uma teoria estática, estando em constante evolução, por meio de novos estudos e pesquisas.
Freud, buscou compreender as instâncias psíquicas, além de decifrar as intenções e vontades do inconsciente. Visando compreender as transformações causadas pela teoria psicanalíticapermitiram avanços no entendimento da mente humana. Dessa forma, os conceitos teóricos apresentados por Freud foram capazes de revelar uma nova vertente de conhecimento. Ainda que com conceitos controversos (como a ideia do inconsciente ou a própria hipnose), ou que haja teorias alternativas (como a terapia cognitivo comportamental), a psicanálise se mantém como uma importante referência teórica da psicologia. Visto que ao aprender sobre a psicanálise, passamos a ser capazes de refletimos também sobre nossa própria experiência de vida, compreendendo melhor a nós mesmos e nossas relações com o mundo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZIMERMAN, David E. Fundamentos psicanalíticos [recurso eletrônico]: teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática / David E. Zimerman. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2007.
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