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Prova e Meios de Prova

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Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL I:
TEORIA GERAL
Cássio Vinícius
Revisão técnica:
Gustavo da Silva Santanna
Bacharel em Direito
Especialista em Direito Ambiental Nacional 
e Internacional e em Direito Público
Mestre em Direito
Professor em cursos de graduação 
e pós-graduação em Direito
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147
S725d Sousa, Cássio Vinícius Steiner de.
Direito civil I: teoria geral [recurso eletrônico ] / Cássio 
Vinícius Steiner de Sousa, Cinthia Louzada Ferreira 
Giacomelli; [revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna]. – 
Porto Alegre: SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-444-1
1. Direito civil. I. Giacomelli, Cinthia Louzada Ferreira. 
II.Título.
CDU 347.1
Direito_Civil_I_Book.indb 2 06/06/2018 10:09:21
Da prova do negócio 
jurídico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Conceituar prova e meios de prova.
  Confrontar os artigos do Código Civil com os artigos envolvendo a 
prova no Código de Processo Civil de 2015.
  Explorar os casos dos tribunais superiores envolvendo a prova dos 
negócios jurídicos.
Introdução
A ideia de prova é constitutiva do Direito tal como ele é conhecido. 
No contexto do Direito Civil, sem o conceito de prova internalizado no 
ordenamento jurídico, seria impossível fazer a passagem da alegação para 
a confirmação da existência ou inexistência de certo negócio jurídico em 
juízo. Em função disso, tanto o Código Civil quanto o Código de Processo 
Civil (CPC) de 2015 destinam uma série de artigos para tratar da questão 
da prova do negócio jurídico.
Neste capítulo, você vai ler sobre o instituto da prova, o seu conceito, 
bem como sobre uma série de dispositivos legais pertinentes ao tema. 
Em especial, vai estudar os dispositivos da parte geral do Código Civil 
acerca da prova e alguns dos artigos constantes no CPC de 2015.
Conceito
Conforme a lição de Clóvis Beviláqua (1975, p. 245), autor do projeto do 
Código Civil de 1916, a prova “[...] é o conjunto dos meios empregados 
para demonstrar, legalmente, a existência de um ato jurídico”. Na mesma 
Direito_Civil_I_Book.indb 163 06/06/2018 10:09:38
linha, Silvio de Salvo Venosa afi rma que “[...] a prova é o meio que o in-
teressado se vale para demonstrar legalmente a existência de um negócio 
jurídico” (VENOSA, p. 612). Nesse contexto, a questão acerca da prova 
do negócio jurídico trata especifi camente da sua existência. Isto é, não 
se trata de saber se um dado negócio é válido ou efi caz, mas, sobretudo, 
se um certo fato contém os elementos garantidores da sua existência no 
interior do mundo jurídico.
Assim, a doutrina geralmente elenca três características ou requisitos 
que devem ser satisfeitos para que algo seja considerado como prova de um 
negócio: deve ser admissível, pertinente e concludente. Vejamos cada uma 
dessas características separadamente.
Admissível — dizemos que uma prova é admissível quando ela não esbarra 
em alguma proibição veiculada em nosso ordenamento jurídico, isto é, ela 
não pode ser ilícita. Nesse contexto, citamos o art. 5º, LVI, da Constituição 
Federal, que diz que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por 
meios ilícitos” (BRASIL, 1988, documento on-line). Assim, podemos inferir 
que, via de regra, as provas fornecidas pelos interessados são admissíveis, a 
menos que esbarrem em alguma proibição legal.
Pertinente — para que uma prova seja considerada pertinente, ela deve ser 
capaz de demonstrar a sua relação íntima com o negócio jurídico em questão. 
Isto é, ela deve ser apropriada à demonstração dos fatos em jogo.
Concludente — por fi m, dizemos que uma prova é concludente quando é capaz 
de iluminar os pontos obscurecidos e confi rmar aquilo que é alegado pelo 
interessado. Isto é, por meio de uma dada prova, podemos chegar à conclusão 
acerca da existência do negócio jurídico alegado.
Além dos requisitos da prova, também é importante atentarmos para os 
quatro princípios básicos da prova. 
O primeiro princípio consiste na ideia segundo a qual uma alegação sem 
provas é vazia. Isto é, não basta que alegar algo para que seja considerado 
automaticamente verdadeiro, pois a pessoa deve ser capaz de provar a sua 
Da prova do negócio jurídico164
Direito_Civil_I_Book.indb 164 06/06/2018 10:09:38
alegação (allegare nihil et allegatum non probare paria sunt, ou nada alegar 
e alegar e não provar querem dizer a mesma coisa).
Já o segundo princípio, intimamente ligado com o princípio supracitado, 
consiste na ideia segundo a qual quem alega algo é responsável por oferecer 
as provas que justificam a sua alegação (ei incumbit probatio qui dicit non 
qui negat, ou a prova incumbe a quem afirma e não a quem nega).
O terceiro princípio diz respeito à ideia de que o que se prova é um fato, 
não um direito, pois tal função é atinente ao juiz. Isto é, o juiz é que conhece 
e aplica o Direito com base nos fatos provados pelos interessados. 
Por fim, o quarto princípio trata da ideia de que não é necessário oferecer 
prova para fatos notórios. Ou seja, se algo é de conhecimento comum e di-
fundido, não é necessário oferecer provas adicionais, pois isso já está — por 
si só — comprovado. 
A doutrina costuma distinguir os termos fontes de prova e meios de prova. Na 
base de tal distinção, está a ideia segundo a qual as fontes são as coisas ou pessoas, 
ao passo que os meios de prova consistem nos instrumentos capazes de contribuir 
para o convencimento do juiz em um certo caso concreto. Outro modo de colocar 
a distinção é pensar que, enquanto as fontes de prova são elementos externos ao 
processo com a capacidade de provar algo, os meios de prova são capazes de provar 
algo no interior do processo. De modo que uma fonte só poderá ser validamente 
utilizada se ela decorrer de uma fonte dentro dos meios de prova definidos pelo 
nosso ordenamento jurídico.
Prova no Código Civil e no Código 
de Processo Civil
A prova é regulamentada tanto pelo Código Civil quanto pelo CPC de 2015. 
No contexto do Código Civil, temos, sobretudo, a determinação das provas, a 
165Da prova do negócio jurídico
Direito_Civil_I_Book.indb 165 06/06/2018 10:09:38
indicação de seu valor jurídico, bem como as suas condições de admissibili-
dade. Já no contexto do CPC de 2015, temos as indicações acerca dos modos 
de constituir e produzir as provas em juízo (GONÇALVES, 2016, p. 479).
O art. 212 do Código Civil dispõe acerca dos meios de produção de prova 
do seguinte modo (BRASIL, 2002, documento on-line):
Art. 212 Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode 
ser provado mediante:
 I — confissão;
 II — documento;
 III — testemunha;
 IV — presunção;
 V — perícia. 
Vale ressaltar que a lei pode exigir formas especiais para provar um dado 
negócio jurídico, como, por exemplo, o instrumento público. Quando isso 
acontece, nenhuma outra prova é capaz de suprir sua falta (art. 406 do CPC 
de 2015). Contrariamente, se a lei não exigir nenhum instrumento especial de 
prova, podemos utilizar qualquer outro meio de prova. Nesse contexto, a lista 
oferecida pelo art. 212 é considerada meramente exemplificativa, de modo 
que não esgota a matéria. Vejamos com mais detalhes cada um dos meios de 
prova elencados pelo art. 212.
Confi ssão — conforme a leitura do art. 389 do CPC de 2015, ocorre confi ssão 
“quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável 
ao adversário” ((BRASIL, 2015, documento on-line). Além disso, ela pode ser 
realizada tanto de forma judicial (ou em juízo) quanto de forma extrajudicial 
(fora do processo). Ela também pode ser realizada de modo espontâneo ou 
provocado, bem como expressa ou presumida em função da revelia (arts. 341 
e 344 do CPC de 2015). A propósito dos elementos essenciais da confi ssão, 
citamos a capacidade da parte, a declaração da vontade e a possibilidade do 
objeto, sendo, ainda, via de regra, irrevogável.
Da prova do negócio jurídico166
Direito_Civil_I_Book.indb 166 06/06/2018 10:09:38Importante mencionar os arts. 213 e 214 do Código Civil (BRASIL, 2002, documento 
on-line):
Art. 213 Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz 
de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é 
eficaz nos limites em que este pode vincular o representado.
Art. 214 A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu 
de erro de fato ou de coação.
Cumpre ainda mencionar que, conforme o art. 391, parágrafo único:
[...] nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre 
imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá 
sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação 
absoluta de bens. 
Documento — os documentos distinguem-se em duas espécies, a saber: os 
públicos e os particulares. Enquanto os documentos públicos são aqueles 
elaborados por uma autoridade pública no exercício de suas atribuições, os 
documentos particulares, como o próprio nome indica, são elaborados por 
particulares. No primeiro caso, temos, por exemplo, as certidões e os traslados. 
Já no segundo caso, temos, por exemplo, as cartas ou telegramas (GONÇAL-
VES, 2016, p. 482). 
A propósito das escrituras públicas, o art. 215 do CPC de 2015 dispõe que 
elas devem ser realizadas perante um oficial público e devem seguir uma 
série de requisitos elencados pelos seus incisos. A propósito do instrumento 
particular, o art. 221 do Código Civil dispõe que: 
O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem 
esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações 
convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, 
não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público 
(BRASIL, 2002, documento on-line). 
167Da prova do negócio jurídico
Direito_Civil_I_Book.indb 167 06/06/2018 10:09:38
Além disso, por força do art. 219 do Código Civil, ainda que não existam 
testemunhas, o documento particular assinado pelas partes vale entre elas: “As 
declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras 
em relação aos signatários” (BRASIL, 2002, documento on-line).
Cabe citarmos aqui o art. 215 do Código Civil (BRASIL, 2002, documento on-line):
Art. 215 A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento 
dotado de fé pública, fazendo prova plena.
§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública 
deve conter:
I — data e local de sua realização;
II — reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos 
hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes 
ou testemunhas;
III — nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e resi-
dência das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando 
necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge 
e filiação;
IV — manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
V — referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes 
à legitimidade do ato;
VI — declaração de ter sido lida na presença das partes e demais 
comparecentes, ou de que todos a leram;
VII — assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como 
a do tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.
§ 2º Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra 
pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo.
§ 3º A escritura será redigida na língua nacional.
§ 4º Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o 
tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer 
tradutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na loca-
lidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade 
e conhecimento bastantes.
§ 5º Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem 
puder identificar-se por documento, deverão participar do ato pelo 
menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade.
Da prova do negócio jurídico168
Direito_Civil_I_Book.indb 168 06/06/2018 10:09:38
No que tange às certidões, via de regra, o instrumento deve ser sempre 
apresentado no original. Porém, o art. 216 do Código Civil dispõe que: 
Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de qualquer peça 
judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer livro a cargo do 
escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele subscritas, 
assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão consertados 
(BRASIL, 2002, documento on-line).
Além disso, por força do art. 217, temos que: 
 Terão a mesma força probante os traslados e as certidões, extraídos por tabelião 
ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas 
(BRASIL, 2002, documento on-line).
O dispositivo do art. 216 é repetido também no art. 425 do CPC de 2015.
Com relação à distinção entre certidões e traslados, a primeira consiste na 
reprodução de um certo conteúdo transcrito em um certo livro ou documento; 
o segundo consiste na cópia de um conteúdo lançado em livro ou nos autos. 
Ainda a propósito dos traslados, é importante mencionar que o CPC de 2015, 
na subseção I, chamada de Da Força Probante dos Documentos, dispõe uma 
série de regras que devem ser obedecidas para que um documento possa ser 
reproduzido (art. 405 e seguintes do CPC de 2015).
 A propósito do telegrama, o art. 222 do Código Civil dispõe que : “[...] 
quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante conferência 
com o original assinado” (BRASIL, 2002, documento on-line).
Já no caso da cópia fotográfica de documento, o art. 223 afirma que 
quando “conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da 
vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original” 
(BRASIL, 2002, documento on-line). 
No mais, no parágrafo único do mesmo dispositivo, a propósito dos títulos 
de crédito, “a prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, 
169Da prova do negócio jurídico
Direito_Civil_I_Book.indb 169 06/06/2018 10:09:38
nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do 
direito à sua exibição” (BRASIL, 2002, documento on-line). Além disso, 
conforme o art. 225 do Código Civil, temos que, a propósito das reproduções 
fotográficas, cinematográficas, registros fonográficos, entre outros, “de fatos 
ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, 
não lhes impugnar a exatidão” (BRASIL, 2002, documento on-line), não é 
obrigatório sua autenticação. 
A propósito dos livros e das fichas de empresários e sociedades, no art. 226 
do Código civil, elas servem de prova “contra as pessoas a que pertencem, e, 
em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem 
confirmados por outros subsídios” (BRASIL, 2002, documento on-line) Além 
disso, no parágrafo único do mesmo artigo, a prova que resultar de tais livros 
e fichas “ não é bastante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou 
escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela 
comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos” (BRASIL, 2002, 
documento on-line). 
 Para finalizar o tópico dos documentos, cabe mencionar que, para que os 
documentos regidos em língua estrangeira tenham efeitos legais em nosso 
País, eles devem ser traduzidos para o português, conforme art. 224. 
Testemunha — se comparada com a prova documental, em virtude da dose 
de subjetividade inerente à testemunha, a prova testemunhal é considerada 
um meio menos seguro de prova. Além disso, conforme o nosso ordenamento 
jurídico, as testemunhas distinguem-se em instrumentárias e judiciárias. 
Enquanto as testemunhas instrumentárias são aquelas que contribuem com 
as assinaturas dos instrumentos, as judiciárias são aquelas que prestam algum 
depoimento em juízo. 
O CPC de 2015, em seu art. 442, dispõe que “a prova testemunhal é sempre 
admissível, não dispondo a lei de modo diverso”(BRASIL, 2015, documento 
on-line). Em seguida, o art. 444 afirma que “nos casos em que a lei exigir 
prova escrita da obrigação, é admissível a prova testemunhal quando houver 
começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende 
produzir a prova” (BRASIL, 2015, documento on-line). 
Da prova do negócio jurídico170
Direito_Civil_I_Book.indb 170 06/06/2018 10:09:38
 A regra geral é que qualquer um possa servir de testemunha como meio 
de prova. Porém, o art. 228 do Código Civil elenca algumas hipóteses de 
pessoas que não podem servir como testemunha, a saber (BRASIL, 2002, 
documento on-line):
I — os menores de dezesseis anos;
 II — (Revogado); 
 III — (Revogado); 
IV — o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V — os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro 
grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.
 Porém, o § 1º do art. 228 dispõe que “para a prova de fatos que só elas 
conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este 
artigo” (BRASIL, 2002, documento on-line). Além disso, o § 2º afirma que 
“a pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições 
com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia 
assistiva” (BRASIL, 2002, documento on-line). Por fim, conforme art. 447 
do CPC de 2015, com exceção das pessoas incapazes, das impedidas e das 
suspeitas, todas as pessoas podem depor como testemunhas. 
 Presunção — a presunção é um meio de prova indireta que tem como fun-
damento a ideia de extrair ou deduzir de um fato conhecido ou provado uma 
certa consequência que se pretende provar, embora ainda não seja conhecida. 
Nesse contexto, é possível distinguir dois tipos de presunção: as legais ( juris) 
e as comuns (hominis). Enquanto a presunção legal é aquela que decorre da 
lei, a presunção comum é aquela que ocorre nas experiências da própria vida. 
Como exemplo da presunção legal, podemos citar a de que, na constância do 
casamento, presume-se que a paternidade do fi lho nascido da mulher é do seu 
marido. Já, no caso da presunção comum, podemos citar a ideia de que, na 
constância do casamento, quando um dos cônjuges contrai uma dívida, ela é 
feita em benefício da família. 
Sobre as presunções legais, podemos ainda distinguir as absolutas e as 
relativas. Enquanto as presunções absolutas ( jure et de jure) não admitem 
prova em contrário, as presunções relativas ( juris tantum) aceitam prova em 
171Da prova do negócio jurídico
Direito_Civil_I_Book.indb 171 06/06/2018 10:09:38
contrário. No primeiro caso, temos, por exemplo, o art. 163 do Código Civil, em 
que “presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de 
dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor” (BRASIL, 2002, 
documento on-line). Já no caso da presunção relativa, podemos citar o art. 1.601 
do Código Civil, que trata da possibilidade do marido de contestar a paternidade 
dos filhos nascidos de sua mulher, valendo-se de ação negatória de paternidade.
Perícia — conforme o art. 464 do CPC de 2015, a prova pericial distingue-se 
nas seguintes espécies: exame, vistoria e avaliação. O exame consiste em 
uma análise de algo ou alguém, realizada por algum perito, tendo em vista 
contribuir na formação da convicção do juiz. Como exemplo, podemos citar 
exames grafotécnicos ou exames hematológicos. Já a vistoria, muito comum em 
ações imobiliárias, consiste em uma apreciação visual de algo. Seu principal 
objetivo é garantir a manutenção de fatos que correriam o risco de desaparecer 
no tempo. Quanto a isso, o CPC de 2015, entre os arts. 381 e 383, trata da 
chamada produção antecipada de prova. Por fi m, a avaliação tem por objetivo 
conferir a um certo bem o seu valor atual de mercado. 
A propósito da perícia, no contexto do Código Civil, o art. 231 dispõe que 
“Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá 
aproveitar-se de sua recusa” (BRASIL, 2002, documento on-line). Além 
disso, o art. 232 dispõe que “ A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz 
poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame” (BRASIL, 2002, 
documento on-line). Nesse contexto, por exemplo, alguém que se recusa a 
realizar um exame de DNA para comprovar a paternidade acaba por gerar a 
presunção de veracidade da alegação feita pela parte contrária. 
Jurisprudência acerca da prova 
do negócio jurídico
A jurisprudência de tribunais superiores acerca da prova é vasta e numerosa. 
Como exemplo, apresentamos um caso em que um instrumento particular 
de confi ssão de dívida foi sufi ciente para provar as alegações do credor e um 
caso em que uma das partes não conseguiu oferecer elementos sufi cientes 
para provar a sua alegação. 
Embargos do devedor — Instrumento particular de confissão de dívida e 
outras avenças — Cerceamento de defesa não verificado — Eficácia plena da 
cambial — Liquidez e exigibilidade do título — Art. 784, III do CPC de 2015, 
Da prova do negócio jurídico172
Direito_Civil_I_Book.indb 172 06/06/2018 10:09:38
art. 212, I, do Código Civil e Súmula n. 300 do Superior Tribunal de Justiça 
— Legitimidade da taxa dos juros remuneratórios estipulada — Licitude do 
contrato de adesão — Demonstrativo de débito pormenorizando a evolução 
e composição do saldo devedor — Excesso não verificado — Recurso não 
provido (SÃO PAULO, 2018, documento on-line).
O acórdão citado, relatado e julgado conforme o entendimento do Tri-
bunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), trata de um recurso de embargos do 
devedor. Conforme o exposto pela ementa, uma das partes havia assinado um 
instrumento particular de confissão de dívida. Para impugnar o documento, 
ela alegou: 
  que houve cerceamento de defesa em função do julgamento antecipado 
da lide sem a realização de qualquer perícia; 
  que o título não possuía liquidez; 
  que houve excesso de execução em função da exorbitância das taxas 
de juros remuneratórios cobrados;
  que houve abuso no contrato de adesão;
  que houve abuso na aplicação das regras do Direito do Consumidor. 
Contra isso, o TJ/SP decidiu de modo improcedente para todas as alegações 
apresentadas no recurso. 
AÇÃO DE CONHECIMENTO. PEDIDO CONDENATÓRIO. PAGAMENTO 
DE QUANTIA CERTA. PROVA DO MÚTUO. ART. 212 DO CÓDIGO CIVIL. 
1. AINDA QUE O MÚTUO ENTRE PARTICULARES DISPENSE MAIORES 
FORMALIDADE PARA SUA REALIZAÇÃO, À LUZ DO ART. 212 DO 
CÓDIGO CIVIL, À PARTE INTERESSADA NA SUA DEMONSTRAÇÃO 
INCUMBE, DURANTE A INSTRUÇÃO DO FEITO, DEMONSTRAR A 
PRESENÇA DOS ELEMENTOS E DAS CONDIÇÕES EM QUE SE DE-
SENVOLVEU A NEGOCIAÇÃO. 2. A APRESENTAÇÃO DE GUIAS DE 
DEPÓSITOS EFETIVADOS PELO AUTOR NA CONTA CORRENTE DA 
RÉ, DESACOMPANHADAS DE OUTROS ELEMENTOS PROBATÓRIOS, 
POR SI SÓ, NÃO SE MOSTRA SUFICIENTE PARA CONCRETIZAR A 
REALIZAÇÃO DE NEGÓCIO ENTRE AS PARTES (DISTRITO FEDERAL 
E TERRITÓRIOS, 2006, documento on-line).
O acórdão citado, relatado e julgado conforme o entendimento do Tribunal 
de Justiça do Distrito Federal, trata de uma ação de conhecimento. Conforme 
o exposto pela ementa, apesar de a concretização de negócios jurídicos, de 
modo geral, não exigir grandes formalidades, cumpre à parte interessada 
demonstrar os elementos que atestem as condições em que o negócio fora 
173Da prova do negócio jurídico
Direito_Civil_I_Book.indb 173 06/06/2018 10:09:39
realizado. Porém, no caso em tela, faltaram elementos capazes de provar a 
própria existência do negócio jurídico alegado. 
BEVILÁQUA, Clóvis. Teoria geral do Direito Civil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1975.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de 
outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituição.htm>. Acesso em: 23 maio 2018.
BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponívelem: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 23 maio 2018.
BRASIL. Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 mar. 2015. Disponível em: <http://
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Leituras recomendadas
AMARAL, F. Direito Civil: introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
MIRANDA, F. C. P. Tratado de Direito Privado. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
1974. Tomo 3. 
PEREIRA, C. M. S. Instituições de Direito Civil. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. 
TARTUCE, F. Direito Civil. 10. ed. São Paulo: Método. 2014.
TARTUCE, F. Manual de Direito Civil. 6. ed. São Paulo: Método. 2016.
VELOSO, Z. Invalidade do negócio jurídico. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
VENOSA, S. S. Direito Civil. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
Da prova do negócio jurídico174
Direito_Civil_I_Book.indb 174 06/06/2018 10:09:39
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2758318/apelacao-civel-
https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/550429068/10041206120178260297-
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