Buscar

Modulo 4

Prévia do material em texto

MÓDULO 4 - CÂMERAS CORPORAIS
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
Até o momento atual, mais de cento e cinquenta publicações se dedicaram à análise do impacto das câmeras corporais da polícia em suas atividades operacionais. O objetivo deste capítulo é fornecer um resumo crítico e conciso das principais conclusões retiradas da extensa literatura sobre as implicações mais significativas da adoção das câmeras corporais para o trabalho policial. Para ilustrar isso com exemplos, a literatura internacional demonstra que as câmeras corporais têm tido um efeito na redução de reclamações de conduta, tais como procedimentos administrativos e sindicâncias.
Além disso, é importante destacar o que não foi observado. Por exemplo, várias suposições plausíveis foram minuciosamente investigadas, como a ideia de que as câmeras poderiam levar os policiais a adotar uma postura mais passiva. No entanto, essas conjecturas não encontraram respaldo nos dados disponíveis.
OBJETIVOS DO MÓDULO
Conhecer e compreender os principais marcos da utilização das soluções de câmeras corporais em perspectiva histórica;
Refletir sobre a evolução da utilização de soluções de câmeras corporais enquanto inovações tecnológicas;
Conhecer o Projeto Nacional de Câmeras Corporais;
Para entender adequadamente a rica literatura sobre esse tema, é fundamental começar compreendendo a metodologia utilizada para avaliar o impacto dessas câmeras no passado. Isso nos permitirá distinguir entre evidências de qualidade variável, que vão desde baixa até alta qualidade, e identificar os problemas metodológicos que dificultaram a avaliação dessas políticas no passado; e
A seguir, apresentamos um resumo das principais descobertas da literatura em relação às diversas dimensões da atividade policial que podem ser afetadas pelo uso de câmeras corporais. Essas dimensões incluem, por exemplo, a redução de incidentes de uso excessivo da força, o impacto nas interações com o público e o aumento da responsabilidade e da transparência policial.
Figura 16: Policiamento e Uso de Câmeras
Fonte: MJSP
ESTRUTURA DO MÓDULO
Este módulo compreende as seguintes aulas:
Aula 1 – Histórico das câmeras corporais em segurança pública.
Aula 2 – Metodologias utilizada e qualidade da avaliação.
Aula 3 - Efeitos do uso de câmeras corporais.
Aula 4 - Projeto Nacional de Câmeras Corporais.
AULA 1 – HISTÓRICO DAS CÂMERAS CORPORAIS EM SEGURANÇA PÚBLICA
1.1 DEFINIÇÕES SOBRE CÂMERAS CORPORAIS
Vamos refletir
Mas, antes de começarmos, você sabe o que são câmeras corporais?
Tecnicamente, são dispositivos portáteis que captam registros audiovisuais (imagens e sons) das interações com o ambiente e outras pessoas e que são acoplados nos uniformes dos profissionais. As câmeras são comumente fixadas no colete, no capacete ou no ombro. Existem diferentes mecanismos de fixação e que influenciam a utilização dos equipamentos (ver imagens abaixo e avaliar os direitos de uso. Avaliar a possibilidade de produzir imagens semelhantes). As câmeras compõem um conjunto de soluções de gerenciamento, controle e compartilhamento dos registros. Essas soluções são comumente softwares desenvolvidos para garantir que os registros sejam confiáveis, auditáveis, úteis e seguros para os diferentes fins que serão utilizados. Ou seja, as câmeras são apenas parte das soluções de registro audiovisuais, devendo ser acompanhadas de instrumentos para manusear as evidências produzidas ao longo de sua utilização.
Existem diferentes tipos de câmeras, com designs e funcionalidades que variam de acordo com o fabricante. Além disso, essas características evoluem e se modificam ao longo do tempo. De uma forma geral, as câmeras apresentam funcionalidades principais como as descritas na imagem abaixo: teclas de volume, microfone, tecla de acionamento, tecla de início, lentes, porta usb, visores das gravações e teclas de manuseio dos registros.
Figura 17: Tipo de câmera corporal
Fonte: AXON, Adaptação e tradução livre pela COED.
A diversidade dos equipamentos disponíveis aumenta a necessidade de que sejam definidas diretrizes e procedimentos gerais a serem seguidos na implementação de câmeras corporais. De uma forma geral, os principais pontos a serem destacados incluem:
Tabela 2: Tipos de categorias de diretrizes e exemplos de recomendações
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Miller et al (2014).
1.2 LINHA DE TEMPO DAS CÂMERAS CORPORAIS EM SEGURANÇA PÚBLICA
Agora que já sabemos a definição das câmeras corporais e conhecemos os principais tipos de diretrizes das organizações, passaremos ao seu histórico de utilização em segurança pública. Para isso, propomos a divisão em três momentos distintos: o período inicial (1995-2005), o período experimental (2006-2015) e o período de expansão (2016 até os dias atuais).
Linha de tempo das câmeras corporais em segurança pública
A. Período inicial(1995-2005)
O uso das câmeras corporais começou no final da década de 1990, com o primeiro caso documentado no Reino Unido (GOODALL, 2007). A polícia de Devon e Cornwall começou a fazer experimentos com esses dispositivos em 1998. Já em 2005, foram realizados os primeiros estudos piloto em Plymouth, na Inglaterra (HARRIS, 2010). De uma maneira geral, as câmeras corporais podem ser compreendidas a partir de sua relação com as câmeras de circuitos fechados de televisão (CFTV) e as câmeras embarcadas em viaturas (dashcams). Nesse sentido, as câmeras corporais são uma extensão do objetivo de registrar o trabalho policial e, especialmente, as suas interações cotidianas de forma mais próxima, contínua e detalhada. Nesse período inicial, a utilização das câmeras corporais foi registrada de forma ainda incipiente em polícias do Reino Unido. As suas características eram ainda limitadas. A qualidade das gravações não permita o detalhamento dos registros e a geolocalização.
B. Período experimental(2006-2014)
No início dos anos 2000, vários departamentos de polícia nos Estados Unidos e no Reino Unido realizaram programas-piloto para testar a eficácia das câmeras corporais. Esses testes iniciais tinham como objetivo avaliar seu impacto no comportamento dos policiais, nas interações com os cidadãos e na coleta de evidências para processos criminais. Esse período ficou conhecido pelo avanço tecnológico e o acúmulo de evidências de estudos científicos. Em relação ao avanço tecnológico, os equipamentos se tornaram mais leves, seguros e acumularam novas funcionalidades, como a capacidade de transmissão de dados por rede de dados telefônicos, a geolocalização e o rastreamento, a transmissão em tempo real de áudio e vídeo, além de características de segurança, como a criptografia ponta a ponta das comunicações. Em particular esse último aspecto está relacionado às condições de integridade das evidências em casos criminais.
Por outro lado, o crescente acúmulo das evidências de estudos científicos mostrou uma incomum realidade em políticas públicas na área de segurança: a quantidade e a qualidade dos dados para subsidiar a elaboração de novas medidas por agências governamentais. Nem sempre foi assim. Por vezes, na ausência de informações qualificadas, as organizações de segurança pública iniciavam a implantação das câmeras corporais sem evidências sobre os resultados possíveis das novas tecnologias. Em última medida, não se sabia ao certo se as câmeras poderiam atender às elevadas expectativas geradas em torno do aumento da transparência, controle e accountability das polícias. As evidências científicas são elementos decisivos para a tomada de decisão em políticas públicas e, em relação às câmeras corporais, o cenário é bastante promissor. Por exemplo, a imagem abaixo reproduz a quantidade de estudos existentes e analisados a partir das principais revisões sistemáticas na área (BWC TTA, 2023; LUM et al., 2019, 2015; MASKALY et al., 2017; WHITE, 2014).
Figura 18: Resumo de referências sobre câmeras corporais em série histórica
Fonte: do conteudista.
C. Período de expansão(2015 até os dias atuais)
A partir de meados dos anos 2000, as câmeras corporais ganharam popularidadeentre organizações de segurança pública em todo o mundo. Nesse período, as câmeras passaram a fazer parte das rotinas dos policiais e a compor o seu conjunto de equipamentos básicos. O rápido avanço das câmeras corporais está associado ao papel do Governo Barack Obama na área de segurança Pública. Na época foi instituída uma comissão composta por acadêmicos, gestores e policiais para propor mudanças no modelo de policiamento do país. Uma das políticas incentivadas foi a adoção das câmeras corporais.
Saiba mais
A Força-Tarefa Presidencial para o Policiamento do Século XXI, criada pelo Presidente Barack Obama em dezembro de 2014, desempenhou um papel significativo na formação de políticas de aplicação da lei, incluindo a adoção de câmeras corporais nos Estados Unidos. A força-tarefa tinha como objetivo fortalecer o policiamento comunitário e a confiança entre as agências de aplicação da lei e as comunidades que elas atendiam. De forma retrospectiva, os principais fatos sobre a Força-Tarefa foram:
1. Criação da força-tarefa (dezembro de 2014): em resposta a casos de violência policial, o Governo Federal dos EUA criou a Força-Tarefa para identificar as melhores práticas e fazer recomendações para aprimorar as estratégias de policiamento, a responsabilização e a transparência das organizações policiais. Um dos casos mais conhecidos foi a morte de Michael Brown, em Ferguson, no Estado de Missouri em agosto de 2014.
2. Divulgação do relatório da força-tarefa (maio de 2015): A força-tarefa divulgou seu relatório final em maio de 2015, delineando recomendações abrangentes para as polícias. Uma das principais recomendações foi a implementação de câmeras corporais como uma ferramenta para aumentar a transparência, a responsabilidade e a confiança da comunidade nas polícias.
3. Financiamento e apoio federal (2015-2016): em resposta às recomendações da força-tarefa, o Departamento de Justiça (DOJ) forneceu financiamento e apoio às polícias em todo o país para ajudá-los a adquirir e implementar programas de câmeras corporais. No lançamento do programa, o Governo Federal dos EUA destinou 75 milhões de dólares para a implementação de mais de 50 mil câmeras corporais em todo o país (WHITE; MALM, 2020).
A expansão nos Estados Unidos foi rapidamente captada em estudos científicos. De acordo com levantamento realizado em 2015 pelo Police Executive Research Forum mais de 35% dos chefes de polícia que responderam ao questionário já possuíam programas de câmeras corporais, sendo que 47% registraram o planejamento de implementar no futuro (FORUM, 2018). Logo, mais de 80% das polícias tinham ou planejavam adquirir câmeras corporais nos Estados Unidos em 2015. Segundo dados de levantamento realizado em 2015, cerca de 135.000 câmeras corporais foram vendidas para organizações policiais no mundo, principalmente na Europa Ocidental e nos Estados Unidos (Flight, 2019).
No Brasil, as câmeras corporais também avançaram de forma rápida nesse período. Não se sabe exatamente, qual foi a organização de segurança pública brasileira que iniciou a utilização de câmeras corporais. Contudo, as principais iniciativas de implementação e avaliação de resultados foram conduzidas no Rio de Janeiro (MAGALONI et al., 2019), em Santa Catarina (BARBOSA et al., 2021) e em São Paulo (MONTEIRO et al., 2022). Segundo levantamento realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em agosto de 2023, 26 das 27 unidades da federação realizavam testes ou estudos ou já possuíam projetos de câmeras corporais em curso (MATTOS; MACEDO; BRASIL, 2023).
AULA 2 – METODOLOGIAS UTILIZADAS E QUALIDADE DA AVALIAÇÃO
Há na literatura uma ampla quantidade de estudos sobre câmeras corporais, em sua maioria realizado em países desenvolvidos como os Estados Unidos ou Reino Unido. É seguro dizer que o contexto nos quais as câmeras são inseridas diferiram, nestes estudos iniciais, da relevância do caso brasileiro ou de outros países em desenvolvimento, em particular nos quais os desafios de policiamento são maiores e mais complexos do que naqueles onde as câmeras haviam anteriormente sido avaliadas.
Além da importância de o contexto requerer estudos em múltiplos locais, é importante ressaltar que a metodologia dos estudos foi, no passado, díspar.
Em linhas gerais, os estudos podem ser divididos em três grandes categorias:
A. Sem grupo de controle e/ou testes estatísticos:
Para avaliar adequadamente o impacto das câmeras corporais, é fundamental estabelecer um grupo de controle, que atua como um ponto de referência para entender o que teria acontecido em ocorrências policiais ou em atividades da corporação caso as câmeras não tivessem sido usadas. Claro que medir diretamente esse cenário alternativo é impossível, já que se trata de uma suposição sobre uma situação que não ocorreu - ou seja, o que teria acontecido nas ocorrências com câmeras se as câmeras não tivessem sido utilizadas. Em resumo, o grupo de controle possibilita a reconstrução desse cenário alternativo e, em muitos casos, permite identificar o efeito das câmeras.
No entanto, existem estudos que não conseguem estabelecer um cenário de controle claro. Isso significa que não é possível afirmar com segurança o que teria ocorrido na ausência das câmeras, ou seja, qual seria o efeito das câmeras. Um exemplo disso são os estudos que comparam os resultados "antes" e "depois" da adoção das câmeras. Esses estudos não incluem um grupo de controle efetivo, porque não é possível determinar o que teria ocorrido no período "depois" se as câmeras não tivessem sido utilizadas.
Para ilustrar esse ponto, considere o caso em que câmeras corporais são adotadas para o patrulhamento em áreas turísticas logo antes do verão. Sabe-se que há um padrão sazonal no comportamento dos turistas, com mais visitantes durante os meses mais quentes e isso está relacionado à atividade criminal nessas áreas. Ou seja, existe uma variação sazonal na atividade criminosa que não está diretamente ou indiretamente ligada às câmeras corporais. No entanto, se fizermos uma comparação "antes-depois" após a adoção das câmeras, é possível que sejam detectados aumentos na criminalidade. No entanto, esses efeitos são, na verdade, coincidentes com o padrão sazonal, e não causados pelas câmeras. Em outras palavras, a comparação "antes-depois" não permite construir um cenário de controle para entender o que teria ocorrido durante o verão caso as câmeras não tivessem sido utilizadas, pois não controla os efeitos sazonais e não permite separá-los do efeito das câmeras.
Outra situação que dificulta a criação de um grupo de controle é conhecida como o problema de seleção. Isso ocorre quando indivíduos ou grupos optam por adotar uma política (como o uso de câmeras) com base em seus próprios interesses, características ou expectativas de resultados. Para ilustrar esse desafio metodológico, considere a seguinte situação: suponha que batalhões em áreas com alta atividade criminal decida usar câmeras corporais por conta própria, enquanto outros batalhões recebem essa decisão de forma externa, por exemplo, por ordem do comando central da Polícia Militar. Em ambos os casos, ao comparar batalhões com e sem câmeras, poderia ser erroneamente sugerido um aumento na criminalidade quando as câmeras são usadas. Isso ocorreria porque, nesse cenário hipotético, as câmeras teriam sido alocadas aos batalhões localizados em áreas mais violentas e não porque as câmeras aumentaram a criminalidade nesses locais. Em outras palavras, os batalhões sem câmeras não seriam um grupo de controle apropriado.
Além disso, existem outras razões que constituem problemas metodológicos, como estudos que não realizam os testes estatísticos apropriados, tornando impossível determinar se as diferenças observadas podem ser atribuídas às câmeras ou a flutuações estatísticas.
Por fim, muitos trabalhos fazem uso de dados agregados, que são resumos estatísticos de informações mais detalhadas. Em contraste, os "microdados" são observações individuaisdetalhadas. Por exemplo, para avaliar o impacto das câmeras na atividade criminal, os dados agregados seriam o número de crimes registrados em uma determinada área geográfica em um determinado período. No entanto, os microdados incluiriam informações detalhadas de cada incidente criminal. O uso de microdados oferece vantagens, como maior precisão estatística devido ao tamanho da amostra maior e a capacidade de controlar para efeitos contextuais e sazonais.
B. Estudos experimentais ou quase-experimentais com problema de contaminação:
Muitos estudos nesta categoria adotam abordagem experimentais, isto é, a determinação aleatória sobre um grupo de tratamento e um grupo de controle. Este tipo de estudo é conhecido como "estudo de controle aleatório" e é o padrão-ouro na avaliação de políticas públicas. Em linhas gerais, os estudos de controle aleatório permitem estabelecer o efeito de políticas com maior confiança porque controlam para efeitos de seleção. Isto ocorre porque a designação de quais unidades utilizam as câmeras corporais se dá por meio aleatório e, por isso, não é contaminada por fatores externos (como, no exemplo acima, a correlação entre designação de câmeras e intensidade da atividade criminal). Alguns estudos nesta categoria utilizam abordagens quase-experimentais. Esse termo é empregado quando os pesquisadores não aplicam diretamente um processo de aleatorização, mas em vez disso, fazem uso de fontes de variação que ocorrem naturalmente e que podem ser exploradas para fins de pesquisa.
Em outras palavras, em um estudo quase-experimental, os pesquisadores não têm controle direto sobre a atribuição das condições de estudo, como no caso de um experimento randomizado típico, onde os participantes são aleatoriamente designados para grupos de tratamento e controle. Em vez disso, eles observam situações da vida real onde as condições variam de forma não planejada, usam essa variação natural para tirar conclusões sobre os efeitos da intervenção, como o uso de câmeras corporais.
Essa abordagem permite que os pesquisadores investiguem o impacto das câmeras em um ambiente do mundo real, embora não tenham controle completo sobre a alocação das câmeras. Embora não seja tão rigorosa quanto a aleatorização, a abordagem quase-experimental ainda fornece evidências valiosas sobre os efeitos das câmeras corporais em situações em que a aleatorização completa não é viável.
Embora esses estudos ofereçam promissoras oportunidades de pesquisa, frequentemente enfrentam problemas metodológicos que complicam a avaliação precisa do impacto das câmeras. Esses problemas são conhecidos como efeitos de contaminação e podem assumir várias formas, como ilustrado a seguir.
Vamos supor que um pesquisador selecione aleatoriamente alguns policiais para usar câmeras e outros para não usar. No contexto de estudos experimentais, o primeiro grupo é chamado de grupo de tratamento, enquanto o segundo é chamado de grupo de controle. Suponha que o pesquisador deseje avaliar se as câmeras corporais afetam o uso da força policial. Nesse cenário, é muito provável que a comparação entre o uso de força pelos policiais no grupo de tratamento e no grupo de controle não revele o verdadeiro efeito das câmeras, devido a problemas de contaminação.
Isso acontece porque, na maioria dos casos, o atendimento a ocorrências não é feito por um único policial. Na realidade, muitas Polícias Militares operam com guarnições compostas por um par de policiais. Suponha que nessa guarnição hipotética haja um policial no grupo de tratamento (com câmera) e outro no grupo de controle (sem câmera). Nessa situação, é evidente que toda a dinâmica operacional será afetada pela presença de pelo menos uma câmera. Portanto, o policial no grupo de controle também está indiretamente exposto à influência das câmeras, já que a situação em que ele se encontra é amplamente afetada pelo uso do dispositivo. O resultado estatístico é que a comparação entre o grupo de tratamento e o grupo de controle pode não refletir o verdadeiro impacto das câmeras. Isso pode ocorrer mesmo que as câmeras sejam dispositivos que, em teoria, reduzam o uso da força. O que acontece nesse caso é que a diferença entre o grupo de tratamento e o grupo de controle não é representativa do efeito real do uso de câmeras, uma vez que ambos os grupos sofreram, mesmo que de forma indireta, com o uso do equipamento.
Uma outra variação do problema de contaminação ocorre quando o uso da câmera é aleatorizado entre diferentes turnos de um mesmo policial, alternando entre turnos de tratamento (com câmera) e turnos de controle (sem câmera). Nesse caso, a preocupação é que o policial passe a se comportar de maneira diferente mesmo nos turnos em que não estiver portando a câmera, devido a efeitos relacionados à memória e atrasos. Esse efeito sugere que os turnos de controle não seriam um contrafactual adequado para os turnos de tratamento na ausência do uso da câmera.
C. Sem grupo de controle e/ou testes estatísticos:
Esse tipo de estudo visa controlar os efeitos de contaminação, existem duas abordagens principais para fazê-lo:
Em contextos experimentais, a abordagem ideal é considerar a unidade de análise como sendo a própria ocorrência em si, em vez de focar nos policiais individuais ou nos turnos de trabalho dos policiais. Isso ocorre porque é intuitivo pensar que a presença de pelo menos uma câmera em uma situação pode afetar todos os policiais envolvidos e até mesmo as interações com os cidadãos. Para implementar essa abordagem, é necessário utilizar dados detalhados e granulares ou agregar os dados de forma cuidadosa, de modo a não propagar os efeitos de contaminação. Um exemplo disso é o desenho experimental adotado para avaliar o uso das câmeras corporais no Estado de Santa Catarina (Barbosa, Fetzer, Soto e Souza, 2022), que será discutido posteriormente na seção que aborda os estudos realizados no Brasil.
A segunda abordagem pode considerar que todas as unidades dentro de uma determinada área geográfica (por exemplo, um batalhão) sejam tratadas de maneira uniforme, ou seja, todas adotam o uso das câmeras. Essa abordagem pode ser viável quando não há interações frequentes entre as diferentes áreas geográficas (por exemplo, quando as guarnições de um batalhão atendem principalmente ocorrências dentro desse mesmo batalhão). Em certas condições específicas, essa abordagem pode permitir a identificação dos efeitos das câmeras. Isso é exemplificado nos estudos realizados em São Paulo. (Monteiro, Fagundes, Guerra, e Piquet, 2022; Monteiro, Fagundes e Souza, 2023)
Essas duas abordagens buscam minimizar os problemas de contaminação ao considerar a unidade apropriada de análise e as condições específicas de interação entre as unidades geográficas, tornando possível a avaliação mais precisa dos efeitos das câmeras corporais.
AULA 3 – EFEITOS DO USO DE CÂMERAS CORPORAIS
A partir da leitura da literatura, pode-se dizer que até a presente data já há consenso sobre algumas áreas nas quais as câmeras têm efeitos comprovados, onde há comprovação da ausência de efeitos e outras dimensões nas quais onde o efeito não foi comprovado e necessita de estudos posteriores.
A seguir, estes efeitos serão revisados, um a um, de acordo com a literatura internacional:
Acionamento e Protocolo:
A primeira medida de resultado no uso de câmeras corporais diz respeito à sua ativação durante interações entre policiais e cidadãos. Nesse aspecto, há uma considerável variação entre diferentes contextos, casos e protocolos de ativação. Para ilustrar essa diversidade, apresentaremos alguns exemplos.
Em Phoenix, durante o período de 2010 a 2015, evidências iniciais sugeriram que a gravação ocorria em uma faixa que variava entre 13,2% e 42% dos incidentes (Katz et al., 2015; Hedberg, Katz e Choate, 2017). Em Londres, no Reino Unido, estudos prévios indicaram que cerca de 42% dos policiais registravam pelo menos dez vídeos em um mês (Grossmith et al., 2015). Em contraste, um estudo em Santa Catarina (Barbosa, Fetzer, Soto e Souza, 2022), realizadoantes da implementação das câmeras corporais em todo o estado, relatou uma taxa de ativação de aproximadamente 23%. Essa variação significativa se deve, em parte, aos diferentes protocolos de ativação adotados pelas várias agências policiais.
Um dos protocolos mais abrangentes atualmente é aquele que envolve a gravação contínua durante todo o turno de serviço, como ocorre no projeto Olho Vivo em São Paulo. Nesse caso, as câmeras gravam vídeo de forma ininterrupta, e o acionamento manual é necessário para registrar o áudio, aumentar a qualidade e resolução do vídeo ou marcar pontos específicos. Em contraste, o protocolo atual em Santa Catarina é misto, com ativação automática quando a guarnição está em deslocamento para atender a uma ocorrência, acionada por um sinal eletrônico enviado para as câmeras. Por outro lado, algumas agências policiais adotam um protocolo de ativação manual durante interações entre policiais e cidadãos. Nesse cenário, há diretrizes claras que exigem a gravação em certos cenários, mas o acionamento propriamente dito ainda é feito manualmente pelo policial.
Essa diversidade de protocolos de ativação contribui para as diferenças nas taxas de acionamento das câmeras corporais e, consequentemente, impacta a quantidade e a qualidade dos dados de vídeo disponíveis para análise em estudos sobre o uso desses dispositivos. Outros protocolos, embora não recomendáveis, deixam o acionamento das câmeras à discricionariedade completa dos policiais.
Uso de Força:
Vários estudos têm analisado o impacto das câmeras corporais na incidência de uso de força policial. Alguns desses estudos não encontraram efeito significativo, mas em muitos casos, esses resultados estão associados a estudos experimentais ou quase-experimentais que enfrentam problemas de contaminação. Isso significa que esses estudos podem oferecer informações limitadas sobre o verdadeiro impacto do uso das câmeras no uso da força policial.
No entanto, nos estudos que conseguem controlar adequadamente o efeito de contaminação, especialmente no contexto brasileiro, é possível afirmar com segurança que as câmeras corporais têm um impacto muito significativo na redução do uso de força. Por exemplo, em um estudo realizado em Santa Catarina, que adotou uma definição abrangente de uso de força abrangendo todas as variações, desde as menos letais até as mais letais, foi observada uma redução de 61,2% no uso de força em ocorrências registradas com câmeras corporais (Barbosa, Fetzer, Soto e Souza, 2022). Em São Paulo, outro estudo revelou uma redução de 57,1% na letalidade policial, além de uma diminuição ainda mais expressiva na vitimização de pessoas negras, chegando a 79,1%. Além disso, estima-se que as lesões corporais resultantes de intervenção policial tenham diminuído em cerca de 62,3%. (Monteiro, Fagundes, Guerra, e Piquet, 2022; Monteiro, Fagundes e Souza, 2023)
É importante notar que a redução no uso de força não necessariamente implica uma diminuição no uso de força abusiva ou excessiva pela polícia. Os resultados desses estudos podem ser explicados, em parte, pela redução do uso de força dentro dos limites estabelecidos pelos protocolos de operação policial. Isso pode ocorrer se as câmeras induzirem um comportamento mais pacífico por parte de todos os envolvidos ou se houver uma maior conformidade com os protocolos existentes. É provável que os efeitos observados nos estudos de Santa Catarina e São Paulo sejam resultado de uma combinação de fatores, incluindo a redução da força em situações previstas pelo protocolo, mas que anteriormente envolviam força desproporcional (excesso de força), bem como o uso de força em situações não previstas pelo protocolo (abuso de força).
Por fim, é importante destacar que as câmeras corporais também têm demonstrado eficácia na redução do uso de força policial em situações de baixo risco. Isso sugere que essas câmeras desempenham um papel crucial na prevenção do escalonamento de situações potencialmente perigosas. Além disso, há evidências sólidas de que as câmeras são particularmente eficazes em áreas onde o uso de força era previamente elevado antes de sua implementação, apontando para efeitos positivos de redistribuição ao longo do tempo no patrulhamento policial.
Vitimização do policial:
Até o momento, não existem estudos conclusivos sobre esse tópico, tanto no Brasil quanto internacionalmente. A literatura apresenta resultados variados, com alguns estudos apontando para efeitos substanciais, como redução na vitimização do policial em até 60%, enquanto outros não encontram nenhum efeito significativo ou produzem resultados incertos (Kim, 2020). Essa diversidade de resultados pode ser atribuída a diferentes metodologias utilizadas nos estudos, bem como a questões de contaminação metodológica, como mencionado anteriormente.
Embora a questão da vitimização dos policiais ainda não tenha sido totalmente esclarecida na literatura, é seguro afirmar que situações que envolvem o uso de força tendem a representar um risco mais elevado também para os policiais. Portanto, a redução no uso de força, quando ocorre, pode estar associada a um possível efeito protetor para os policiais, embora mais pesquisas sejam necessárias para compreender completamente essa dinâmica.
Reclamações de conduta:
Existe um consenso na literatura de que o uso de câmeras corporais por policiais reduz significativamente o número de reclamações contra a conduta policial, em torno de 50%. Essa redução é geralmente considerada substancial e duradoura.
Essa diminuição no número de reclamações pode ser interpretada de várias maneiras. Uma explicação possível é que a presença das câmeras esteja desencorajando reclamações falsas contra a conduta policial, o que é uma preocupação comum em muitas instituições policiais e órgãos de segurança pública. Em alguns casos, reclamações falsas podem ser usadas como forma de pressão ou intimidação contra a polícia. Além disso, os vídeos registrados pelas câmeras podem esclarecer mal-entendidos sobre a conduta policial, levando a uma redução nas reclamações. Por fim, a redução nas reclamações também pode ser resultado do cumprimento mais rigoroso dos protocolos de conduta policial quando as câmeras estão em uso.
É importante ressaltar que estudos anteriores, principalmente nos Estados Unidos (Braga et al., 2017), analisaram o custo-benefício das câmeras corporais em relação às reclamações de conduta. Embora seja relativamente fácil quantificar os custos associados à aquisição e operação das câmeras, os benefícios são multifacetados e difíceis de serem traduzidos em termos monetários. No entanto, esses estudos sugerem que a redução nas reclamações de conduta, juntamente com a aceleração dos processos de investigação quando as reclamações ocorrem, pode ser suficiente para cobrir os custos associados à implementação das câmeras. Isso ocorre porque as reclamações de conduta geralmente desencadeiam investigações que consomem recursos, como o tempo dos funcionários encarregados de conduzi-las.
Investigações e classificação de ocorrências:
Evidências recentes sugerem que o uso de câmeras corporais por policiais tem um impacto significativo na maneira como os eventos são registrados e classificados. Um estudo baseado em dados de Santa Catarina, conduzido por Barbosa, Fetzer, Soto-Vieira e Souza (2022), demonstra que a quantidade de casos não classificados cai em cerca de 6% quando as câmeras estão em uso. Além disso, os pesquisadores analisaram quais tipos de ocorrências passaram a ser mais frequentemente registrados e identificaram um aumento notável nos casos de violência doméstica, totalizando um aumento de 69% em relação aos casos em que as câmeras não foram utilizadas. Esses resultados sugerem que a presença das câmeras melhora a qualidade e a precisão dos dados registrados.
É importante destacar que a classificação adequada das ocorrências é fundamental para várias finalidades, como identificar áreas de alto risco, conscientizar as autoridades policiais sobre padrões de ocorrências e, por fim, desenvolvere implementar políticas direcionadas para a segurança da população em situações específicas. Efeitos semelhantes foram observados em estudos realizados em São Paulo, onde o aumento na incidência de dados relatados sobre violência doméstica foi ainda maior, correspondendo a um aumento de mais de 100%.
Esses estudos, tanto no Brasil quanto em outros lugares, sugerem que o uso das câmeras corporais pode levar a um aumento na frequência com que as ocorrências são encaminhadas para órgãos de investigação, como a Polícia Civil no caso brasileiro. A magnitude desse efeito foi estimada em cerca de 9% no caso de Santa Catarina. Em São Paulo, observou-se um aumento substancial nos casos de porte ilegal de drogas e armas. No entanto, essa tendência também levanta preocupações em relação ao potencial aumento na carga de trabalho e nas demandas logísticas para outras entidades de segurança pública, além da possibilidade de criminalizar casos de menor gravidade, como pequenos portes de drogas. Portanto, é fundamental monitorar os efeitos secundários do uso das câmeras nas demais agências de segurança pública e, a partir desse ponto, considerar ajustes nas regras, regulamentos, protocolos e leis para mitigar esses possíveis riscos.
Passividade e despoliciamento:
Inicialmente, havia preocupações de que o uso de câmeras corporais poderia ter efeitos indesejados, como levar os policiais a patrulharem áreas diferentes ou adotarem uma postura mais passiva durante o serviço. Por exemplo, acredita-se que os policiais com câmeras poderiam escolher atuar em áreas onde há menos ocorrências de uso da força, ao contrário da ideia de que o uso da força seria reduzido sem mudanças no local de patrulhamento. Para avaliar essa possibilidade, vários estudos analisaram a localização das patrulhas com e sem câmeras corporais, usando dados de GPS, por exemplo.
Os estudos, em geral, concluem que as câmeras corporais não afetaram o local de patrulhamento dos policiais. Não houve diferenças significativas nas coordenadas geográficas, no tempo de resposta às ocorrências, ou nas características das áreas patrulhadas, como a frequência de uso da força antes da adoção das câmeras corporais ou a renda das áreas.
Portanto, não foi encontrada evidência de que as câmeras corporais levam a um fenômeno conhecido na literatura como "despoliciamento", onde os policiais, devido ao uso das câmeras, reduzem seu envolvimento ou esforço, por medo ou preocupação de que suas ações não sejam interpretadas adequadamente nas gravações. Pelo contrário, a evidência apresentada, como o aumento nas investigações e na classificação de ocorrências, sugere que, se houver algum efeito, ele é de aumento na atividade policial quando as câmeras corporais estão em uso.
Demais efeitos: legitimidade e confiança na polícia e acesso à Justiça:
É seguro dizer que, apesar do número de trabalhos já existentes na literatura, o estudo sobre o efeito de câmeras corporais policiais ainda não se exauriu. Entre as margens que merecem destaque na literatura futura, ressaltam-se os efeitos sobre legitimidade e confiança na polícia, efeitos sobre o sistema judiciário, e corrupção policial. Ainda se carece de estudos nestas áreas por dificuldades de diversas ordens.
É seguro afirmar que câmeras corporais policiais tem como principal foco o estabelecimento e fortalecimento das relações entre polícia e sociedade, instigando a confiança da população nas forças do Estado; e transmitindo legitimidade e legalidade às suas ações. Estudos preliminares apoiam esta noção: Grossmith et al (2015) sugere forte apoio da população londrina, atingindo mais de 90% de concordância como frases tais como "câmeras me asseguram que a polícia faz a coisa certa.” Números similares foram reportados em outros locais, como no estado norteamericano de Washington (White, Todak, Gaub, 2016), e redução de menções negativas relativas à polícia em mídias sociais (Kim, 2020). Em todo caso, neste tópico, apesar de contar com evidências sugestivas, ainda tem espaço para a produção de evidências no Brasil.
Ademais, os efeitos no sistema judiciário são intuitivos e potencialmente claros: é razoável supor que as câmeras, além de um dispositivo policial, têm efeito em cascata no sistema judiciário na medida que os dispositivos geram vídeos com valor comprobatório. Os efeitos se dão em múltiplas dimensões, dado que a produção de vídeos não apenas aumenta a produção de evidências, mas também provê celeridade aos processos e, em alguns casos, pode tornar o andamento dos processos mais eficientes. No entanto, estudos existentes esbarram na dificuldade técnica de traçar todo o trajeto que começa no atendimento de uma ocorrência até o sistema judiciário. Sendo assim, mais estudos são necessários para compreender os efeitos nesta dimensão.
AULA 4 – PROJETO NACIONAL DE CÂMERAS CORPORAIS
No contexto nacional, o Ministério da Justiça e Segurança Pública tem conduzido o Projeto Nacional de Câmeras Corporais. Trata-se de uma política pública que tem como objetivo geral o estímulo à profissionalização das organizações de segurança pública por meio da melhoria de processos de proteção dos profissionais, treinamento, doutrina operacional, comunicação e controle, impulsionados pela utilização de soluções de gestão e registro audiovisuais. Com isso, espera-se ainda:
1. melhorar a legitimidade e a transparência das organizações;
2. proteger profissionais e cidadãos em suas interações cotidianas;
3. qualificar as evidências criminais tornando mais efetiva a persecução criminal;
4. oferecer melhores condições de controle formal e informal e prestação de contas das organizações;
5. estimular o reconhecimento social e a confiança nas organizações.
Para tanto, estão em curso atividades de sete eixos distintos de estruturação do Projeto Nacional de Câmeras Corporais. São processos que, em conjunto, convergem para o atingimento dos objetivos citados. Os eixos são os seguintes:
Figura 19: Eixos de estruturação do Projeto Nacional de Câmeras Corporais
Fonte: MJSP
1. Diagnóstico
Reúne atividades de avaliação quantitativa e qualitativa sobre diferentes aspectos das câmeras corporais no Brasil. Dentre eles: os diferentes estágios de implementação nas organizações estaduais e municipais; as percepções dos gestores e operadores; a compreensão de diferentes modelos de implementação e suas potencialidades; realização de eventos e seminários para discussão de resultados e trocas de experiência. Estão sendo contratados consultores e firmadas parcerias com universidades para a realização dessas atividades. As duas primeiras entregas do Projeto foram a realização do 1º Encontro Técnico Nacional sobre Câmeras Corporais, realizado em Brasília-DF nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 2023, além da publicação do Diagnóstico Nacional sobre Câmeras Corporais no Brasil, o qual está em fase de diagramação.
Saiba mais
A publicação do Diagnóstico Nacional sobre Câmeras Corporais no Brasil é um passo importante na compreensão do estado da arte em relação ao tema nas organizações de segurança pública do país. Dentre os resultados mais relevantes, podemos destacar que:
• Mais de 30 mil câmeras corporais estão em uso pelas organizações de segurança pública brasileiras;
• A maior quantidade de câmeras corporais está na Polícia Militar do Rio de Janeiro, com mais de 13 mil unidades, sendo que a maioria das instituições possuem menos de 50 unidades em uso;
• Os projetos de câmeras corporais são comumente geridos por setores de tecnologia da informação e não pelas áreas responsáveis pelas rotinas operacionais;
• Dentre os principais usos dos registros das câmeras corporais, estão a avaliação do trabalho, treinamento, comunicação social e controle interno;
• Na maior parte dos casos, o acionamento das câmeras é realizado automaticamente e não mediante ação dos profissionais. Além disso, o modelo prevalente registra todo o turno de serviço;
• A maior parte dos custos de contratação dos serviços é referente ao armazenamento.
2. Amparo legal e diretrizes de atuação
Reúne atividadesde nivelamento conceitual, administrativo e legal sobre a utilização das câmeras corporais em segurança pública no país. Para tanto, foi composto grupo de trabalho com representação de todas as organizações de segurança pública estaduais e municipais para a proposição de minuta de portaria com as Diretrizes Nacionais de Utilização das Câmeras Corporais. O planejamento é concluir as atividades e publicar o normativo ainda em 2023. Além disso, serão elaborados e publicados cadernos de referências para a padronização de procedimentos sobre processos básicos, como a gravação, o armazenamento, a disponibilização, a gestão e a custódia dos registros audiovisuais.
3. Padronização e certificação
Reúne atividades de normalização dos equipamentos e das soluções de câmeras corporais no contexto brasileiro. Para tanto, serão publicadas as normas de ensaio e certificação desses equipamentos, conferindo um elevado nível de qualidade de forma específica para os usos em segurança pública. Serão contemplados desde as câmeras até os softwares associados aos processos de armazenamento, gestão e custódia dos registros. Em termos práticos, será definido um conjunto de critérios para a avaliação e a certificação dos equipamentos que serão utilizados na segurança pública. O planejamento dessa ação prevê a sua conclusão ainda em 2023 e está sendo conduzida no âmbito do projeto Pró-Segurança.
Saiba mais
O Pró-Segurança é o Programa Nacional de Normalização e Certificação de Produtos de Segurança Pública. Ele tem o objetivo de conferir o adequado grau de qualidade e segurança quanto ao uso, além de desempenho aos equipamentos, produtos e serviços utilizados na segurança pública, por meio da normatização e posterior certificação destes itens.
Essas normas técnicas são construídas de forma participativa e transparente, com participação dos órgãos de segurança pública de todo o Brasil, além de empresas e especialistas. Essa participação é realizada em audiências e consultas públicas. Há um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Inmetro para tal, além da produção de materiais de referência e de colaboração técnica.
Em 2023, foram certificados 6 modelos de coletes de proteção balística provenientes da indústria brasileira com padrão internacional de qualidade, 3 placas balísticas, mais 2 Armas Eletroeletrônicas de Incapacitação Neuromuscular (AINM) e 1 fuzil, sendo essas as primeiras certificadas no mundo.
Foram publicadas 3 normas técnicas em 2023:
- NT-Senasp nº007/2023-1 - Granadas Policiais – Explosivas;
- NT-Senasp nº007/2023-2 Granadas Policiais - Não Explosivas;
- NT-Senasp nº007/2023-3 Granadas Policiais - De lançamento por artefato próprio.
Ainda em 2023, devem ser publicadas mais 6 normas técnicas: as NT-Senasp de Avaliação da Conformidade de Lote aplicável em certames de Equipamentos de Proteção Individual (EPI's) de Vestimentas, Botas, Luvas, Balaclavas e Capacetes, bem como a inédita NT-Senasp de Câmeras Corporais para emprego na Segurança Pública.
Mais informações estão disponíveis em:
https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-seguranca/seguranca-publica/pro-seguranca
4. Treinamento
Reúne atividades de qualificação profissional sobre o uso das câmeras e das suas soluções, além da oferta de cursos sobre uso diferenciado da força. Este curso que você está realizando se insere nesse eixo do projeto. Além dele, haverá formações específicas para utilização dos equipamentos (em nível básico e avançado), operação dos softwares (em nível básico e avançado), inclusão de conteúdos em matrizes de formação e aperfeiçoamento, além de cursos práticos de simulações reais utilizando funcionalidades das câmeras corporais. Serão contemplados desde as câmeras até os softwares associados aos processos de armazenamento, gestão e custódia dos registros. Em termos práticos, será definido um conjunto de critérios para a avaliação e a certificação dos equipamentos que serão utilizados na segurança pública. O planejamento dessa ação prevê a sua conclusão ainda em 2023 e está sendo conduzida no âmbito do projeto Pró-Segurança.
5. Aquisições
Reúne medidas de incentivo à aquisição e à manutenção das soluções de registro audiovisual, além de equipamentos de menor potencial ofensivo. Nesse sentido, em 04 de agosto de 2023, foi publicada a Portaria MJSP nº 439, que regulamenta as áreas temáticas e o rol de itens financiáveis com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública. As câmeras corporais (art. 5º, VIII) e os equipamentos de menor potencial ofensivo (art. 5º, X) estão objetivamente previstos dentre os itens financiáveis. Além disso, a SENASP/MJSP iniciou processo de registro de ata para a contratação desses equipamentos, os quais serão ofertados para adesão a instituições de todo o país.
Saiba mais
A Portaria MJSP nº 439/2023 pode ser acessada no link:
https://dspace.mj.gov.br/bitstream/1/10736/2/PRT_GM_2023_439.html
6. Avaliação de impacto:
Reúne atividades de acompanhamento e avaliação do projeto, além de análises sobre o impacto das medidas adotadas em diferentes aspectos, tais como a produtividade das organizações, as percepções dos profissionais e da população, o impacto sobre os custos econômicos e a confiança da população. Estas atividades serão realizadas em conjunto com universidades e centros de pesquisa nacionais e internacionais.
O Projeto Nacional de Câmeras Corporais é uma política pública dinâmica e em constante evolução. A realidade com a qual lidamos em segurança pública não permite iniciativas que não tenham a capacidade de se adaptar às diferentes condicionantes e contingências. Com isso, foi elaborada uma página que reunirá as informações sobre o projeto, com o objetivo de servir de consulta e orientação para as organizações em nível local. O link é o seguinte: https://www.gov.br/mj/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/susp/susp
NESTE MÓDULO, VOCÊ ESTUDOU QUE:
· As câmeras corporais ganharam atenção das organizações de segurança pública no início dos anos 2000 e compõem um conjunto de soluções de gerenciamento, controle e compartilhamento dos registros. Ou seja, as câmeras são apenas parte das soluções de registro audiovisuais, devendo ser acompanhados de instrumentos para manusear as evidências produzidas ao longo de sua utilização.
· Existem diferentes tipos de câmeras, com designs e funcionalidades que variam de acordo com o fabricante. A diversidade dos equipamentos disponíveis aumenta a necessidade de que sejam definidas diretrizes e procedimentos gerais a serem seguidos na implementação de câmeras corporais.
· As evidências científicas são elementos decisivos para a tomada de decisão em políticas públicas e, em relação às câmeras corporais, o cenário é bastante promissor.
· De acordo com levantamento realizado pelo Police Executive Research Forum mais de 35% dos chefes de polícia que responderam ao questionário já possuíam programas de câmeras corporais, sendo que 47% registraram o planejamento de implementar no futuro. Logo, mais de 80% das polícias tinham ou planejavam adquirir câmeras corporais nos Estados Unidos.
· Segundo levantamento realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública em agosto de 2023, 26 das 27 unidades da federação realizavam testes ou estudos ou já possuíam projetos de câmeras corporais em curso.
· Estudos de controle aleatório permitem estabelecer o efeito de políticas com maior confiança porque controlam para efeitos de seleção. Isto ocorre porque a designação de quais unidades utilizam as câmeras corporais se dá por meio aleatório e, por isso, não é contaminada por fatores externos.
· A primeira medida de resultado no uso de câmeras corporais diz respeito à sua ativação durante interações entre policiais e cidadãos. Em Londres, no Reino Unido, estudos prévios indicaram que cerca de 42% dos policiais registravam pelo menos dez vídeos em um mês. Em contraste, um estudo em Santa Catarina, realizado antes da implementação das câmeras corporais em todo o estado, relatou uma taxa de ativação de aproximadamente 23%. Em contraste,o protocolo atual em Santa Catarina é misto, com ativação automática quando a guarnição está em deslocamento para atender a uma ocorrência, acionada por um sinal eletrônico enviado para as câmeras. Essa diversidade de protocolos de ativação contribui para as diferenças nas taxas de acionamento das câmeras corporais e, consequentemente, impacta a quantidade e a qualidade dos dados de vídeo disponíveis para análise em estudos sobre o uso desses dispositivos. Outros protocolos, embora não recomendáveis, deixam o acionamento das câmeras à discricionariedade completa dos policiais.
· Vários estudos têm analisado o impacto das câmeras corporais na incidência de uso de força policial. Alguns desses estudos não encontraram efeito significativo, mas em muitos casos, esses resultados estão associados a estudos experimentais ou quase-experimentais que enfrentam problemas de contaminação.
· Estudo realizado em Santa Catarina, que adotou uma definição abrangente de uso de força abrangendo todas as variações, desde as menos letais até as mais letais, foi observada uma redução de 61,2% no uso de força em ocorrências registradas com câmeras corporais. Os resultados desses estudos podem ser explicados, em parte, pela redução do uso de força dentro dos limites estabelecidos pelos protocolos de operação policial. É provável que os efeitos observados nos estudos de Santa Catarina e São Paulo sejam resultado de uma combinação de fatores, incluindo a redução da força em situações previstas pelo protocolo, mas que anteriormente envolviam força desproporcional, bem como o uso de força em situações não previstas pelo protocolo.
· Existe um consenso na literatura de que o uso de câmeras corporais por policiais reduz significativamente o número de reclamações contra a conduta policial, em torno de 50%. Uma explicação possível é que a presença das câmeras esteja desencorajando reclamações falsas contra a conduta policial, o que é uma preocupação comum em muitas instituições policiais e órgãos de segurança pública. Além disso, os vídeos registrados pelas câmeras podem esclarecer mal-entendidos sobre a conduta policial, levando a uma redução nas reclamações. Por fim, a redução nas reclamações também pode ser resultado do cumprimento mais rigoroso dos protocolos de conduta policial quando as câmeras estão em uso.
· Estudo baseado em dados de Santa Catarina, demonstra que a quantidade de casos não classificados cai em cerca de 6% quando as câmeras estão em uso. Além disso, os pesquisadores analisaram quais tipos de ocorrências passaram a ser mais frequentemente registrados e identificaram um aumento notável nos casos de violência doméstica, totalizando um aumento de 69% em relação aos casos em que as câmeras não foram utilizadas. Esses resultados sugerem que a presença das câmeras melhora a qualidade e a precisão dos dados registrados.
· Estudos, tanto no Brasil quanto em outros lugares, sugerem que o uso das câmeras corporais pode levar a um aumento na frequência com que as ocorrências são encaminhadas para órgãos de investigação, como a Polícia Civil no caso brasileiro.
Question 1
Incorrect
Mark 0.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Outro efeito comprovado do uso de câmeras na literatura internacional é
Select one:
a.
O aumento de legitimidade e confiança na polícia.
b.
O aumento de casos reportados de violência doméstica, mas com menor acesso à justiça.
c.
A diminuição de casos de reclamação de conduta policial.
d.
O aumento de casos que civis questionam a atuação policial.
e.
A redução de criminalidade.
Feedback
Sua resposta está incorreta.
The correct answer is: A diminuição de casos de reclamação de conduta policial.
Question 2
Incorrect
Mark 0.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quais dos seguintes elementos são característicos de estudos "sem grupo de controle e/ou testes estatísticos."
1- comparações antes e depois
2- dados granulares
3- testes estatísticos apropriados
4- estudos de controle aleatorizados
Select one:
a.
Todas as opções.
b.
1 apenas.
c.
1 e 3 apenas.
d.
1 e 4 apenas.
e.
2 e 4 apenas.
Feedback
Sua resposta está incorreta.
The correct answer is: 1 apenas.
Question 3
Incorrect
Mark 0.00 out of 10.00
Flag question
Question text
A redução de uso de força pode ser justificada devido a
Select one:
a.
Redução de uso de força dentro do protocolo.
b.
Redução de abuso de uso de força.
c.
Redução de uso de força excessivo.
d.
Todas as anteriores.
e.
Nenhuma das anteriores.
Feedback
Sua resposta está incorreta.
The correct answer is: Todas as anteriores.
Question 4
Incorrect
Mark 0.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quais dos seguintes elementos são característicos de "Estudos experimentais ou quasi-experimentais sem problema de contaminação"
1- dados granulares
2- estudos de controle aleatorizados com efeitos de contaminação
3- testes estatísticos apropriados
4- estudos de controle aleatorizados sem efeitos de contaminação
Select one:
a.
2 apenas.
b.
2 e 3 apenas.
c.
1 e 4 apenas.
d.
1, 3 e 4 apenas.
e.
Todas as opções.
Feedback
Sua resposta está incorreta.
The correct answer is: 1, 3 e 4 apenas.
Question 5
Incorrect
Mark 0.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Sobre o histórico de utilização das câmeras corporais, é correto afirmar que:
Select one:
a.
O período inicial foi caracterizado pela utilização de equipamentos com elevada sofisticação tecnológica e grande número de estudos científicos com elevado rigor metodológico.
b.
O período de expansão foi caracterizado pelo aumento do número de organizações que adotaram os equipamentos em respostas a crises institucionais.
c.
A utilização de câmeras corporais iniciou nos Estados Unidos e se espalhou mundialmente, influenciando políticas de segurança pública e justiça criminal.
d.
O período experimental ficou conhecido pelo retrocesso tecnológico e o pelo reduzido número de evidências de estudos científicos.
Feedback
Sua resposta está incorreta.
The correct answer is: O período de expansão foi caracterizado pelo aumento do número de organizações que adotaram os equipamentos em respostas a crises institucionais.
Question 1
Incorrect
Mark 0.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quais dos seguintes elementos são característicos de "Estudos experimentais ou quasi-experimentais com problema de contaminação. "
1- comparações antes e depois
2- estudos de controle aleatorizados com efeitos de contaminação
3- testes estatísticos apropriados
4- estudos de controle aleatorizados sem efeitos de contaminação
Select one:
a.
1, 2 e 3 apenas.
b.
2 apenas.
c.
2 e 3 apenas.
d.
1 e 4 apenas.
e.
Todas as opções.
Feedback
Sua resposta está incorreta.
The correct answer is: 2 e 3 apenas.
Question 2
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Sobre as soluções de câmeras corporais, é correto afirmar que:
Select one:
a.
Resumem-se a equipamentos de registro de imagem.
b.
Incluem equipamentos de registro de imagem e áudio, além de software para gerenciamento e custódia dos registros.
c.
Resumem-se a equipamentos de registro de imagem e áudio.
d.
São instrumentos exclusivos das organizações de segurança pública.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: Incluem equipamentos de registro de imagem e áudio, além de software para gerenciamento e custódia dos registros.
Question 3
Incorrect
Mark 0.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Assinale a questão verdadeira. "As câmeras corporais policiais…"
Select one:
a.
… reduzem o uso de força.
b.
… alteram a definição de uso de força.
c.
… não afetam o uso de força policial.
d.
… necessariamente reduzem o abuso ou excesso de força policial.
e.
… apenas reduzem o uso de força em certas situações.
Feedback
Sua resposta está incorreta.
The correct answer is: … reduzem o uso de força.
Question 4
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
As soluções de câmeras corporais motivam diferentes temas de orientações das organizações de segurança pública. São áreas categorias de diretrizes:
Select one:
a.
Público-alvo, Discricionariedadedos operadores, protocolos de registro e treinamento on-line.
b.
Público-alvo, direitos de privacidade, consentimento de uso e não-integridade dos dados.
c.
Discricionariedade dos operadores, consentimento de uso, protocolos de registro e treinamento.
d.
Público-alvo, direitos de privacidade, protocolos de registro e treinamento.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: Público-alvo, direitos de privacidade, protocolos de registro e treinamento.
Question 5
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quantos estudos há hoje sobre câmeras corporais policiais?
Select one:
a.
Apenas em Santa Catarina e São Paulo.
b.
Não há estudos confiáveis.
c.
Apenas estudos em países desenvolvidos, como Reino Unido e Estados Unidos.
d.
Entre 10 e 20 estudos.
e.
Ao menos 150 internacionalmente.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: Ao menos 150 internacionalmente.
	Started on
	Thursday, 30 November 2023, 3:42 PM
	State
	Finished
	Completed on
	Thursday, 30 November 2023, 3:44 PM
	Time taken
	1 min 41 secs
	Grade
	50.00 out of 50.00 (100%)
Parte superior do formulário
Question 1
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quantos estudos há hoje sobre câmeras corporais policiais?
Select one:
a.
Ao menos 150 internacionalmente.
b.
Não há estudos confiáveis.
c.
Apenas estudos em países desenvolvidos, como Reino Unido e Estados Unidos.
d.
Apenas em Santa Catarina e São Paulo.
e.
Entre 10 e 20 estudos.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: Ao menos 150 internacionalmente.
Question 2
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quais dos seguintes elementos são característicos de "Estudos experimentais ou quasi-experimentais sem problema de contaminação"
1- dados granulares
2- estudos de controle aleatorizados com efeitos de contaminação
3- testes estatísticos apropriados
4- estudos de controle aleatorizados sem efeitos de contaminação
Select one:
a.
2 apenas.
b.
2 e 3 apenas.
c.
1 e 4 apenas.
d.
1, 3 e 4 apenas.
e.
Todas as opções.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: 1, 3 e 4 apenas.
Question 3
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quais dos seguintes elementos são característicos de "Estudos experimentais ou quasi-experimentais com problema de contaminação. "
1- comparações antes e depois
2- estudos de controle aleatorizados com efeitos de contaminação
3- testes estatísticos apropriados
4- estudos de controle aleatorizados sem efeitos de contaminação
Select one:
a.
1 e 4 apenas.
b.
Todas as opções.
c.
1, 2 e 3 apenas.
d.
2 apenas.
e.
2 e 3 apenas.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: 2 e 3 apenas.
Question 4
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Sobre o histórico de utilização das câmeras corporais, é correto afirmar que:
Select one:
a.
O período experimental ficou conhecido pelo retrocesso tecnológico e o pelo reduzido número de evidências de estudos científicos.
b.
O período de expansão foi caracterizado pelo aumento do número de organizações que adotaram os equipamentos em respostas a crises institucionais.
c.
O período inicial foi caracterizado pela utilização de equipamentos com elevada sofisticação tecnológica e grande número de estudos científicos com elevado rigor metodológico.
d.
A utilização de câmeras corporais iniciou nos Estados Unidos e se espalhou mundialmente, influenciando políticas de segurança pública e justiça criminal.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: O período de expansão foi caracterizado pelo aumento do número de organizações que adotaram os equipamentos em respostas a crises institucionais.
Question 5
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Sobre as soluções de câmeras corporais, é correto afirmar que:
Select one:
a.
Incluem equipamentos de registro de imagem e áudio, além de software para gerenciamento e custódia dos registros.
b.
Resumem-se a equipamentos de registro de imagem.
c.
São instrumentos exclusivos das organizações de segurança pública.
d.
Resumem-se a equipamentos de registro de imagem e áudio.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: Incluem equipamentos de registro de imagem e áudio, além de software para gerenciamento e custódia dos registros.
	Started on
	Thursday, 30 November 2023, 11:15 PM
	State
	Finished
	Completed on
	Thursday, 30 November 2023, 11:16 PM
	Time taken
	1 min 57 secs
	Grade
	40.00 out of 50.00 (80%)
Parte superior do formulário
Question 1
Incorrect
Mark 0.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Outro efeito comprovado do uso de câmeras na literatura internacional é
Select one:
a.
O aumento de casos reportados de violência doméstica, mas com menor acesso à justiça.
b.
O aumento de legitimidade e confiança na polícia.
c.
A redução de criminalidade.
d.
A diminuição de casos de reclamação de conduta policial.
e.
O aumento de casos que civis questionam a atuação policial.
Feedback
Sua resposta está incorreta.
The correct answer is: A diminuição de casos de reclamação de conduta policial.
Question 2
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
As soluções de câmeras corporais motivam diferentes temas de orientações das organizações de segurança pública. São áreas categorias de diretrizes:
Select one:
a.
Público-alvo, direitos de privacidade, protocolos de registro e treinamento.
b.
Público-alvo, direitos de privacidade, consentimento de uso e não-integridade dos dados.
c.
Público-alvo, Discricionariedade dos operadores, protocolos de registro e treinamento on-line.
d.
Discricionariedade dos operadores, consentimento de uso, protocolos de registro e treinamento.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: Público-alvo, direitos de privacidade, protocolos de registro e treinamento.
Question 3
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Assinale a questão verdadeira. "As câmeras corporais policiais…"
Select one:
a.
… alteram a definição de uso de força.
b.
… não afetam o uso de força policial.
c.
… necessariamente reduzem o abuso ou excesso de força policial.
d.
… apenas reduzem o uso de força em certas situações.
e.
… reduzem o uso de força.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: … reduzem o uso de força.
Question 4
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
A redução de uso de força pode ser justificada devido a
Select one:
a.
Redução de uso de força dentro do protocolo.
b.
Redução de abuso de uso de força.
c.
Redução de uso de força excessivo.
d.
Todas as anteriores.
e.
Nenhuma das anteriores.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: Todas as anteriores.
Question 5
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quais dos seguintes elementos são característicos de estudos "sem grupo de controle e/ou testes estatísticos."
1- comparações antes e depois
2- dados granulares
3- testes estatísticos apropriados
4- estudos de controle aleatorizados
Select one:
a.
1 e 3 apenas.
b.
Todas as opções.
c.
2 e 4 apenas.
d.
1 apenas.
e.
1 e 4 apenas.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: 1 apenas.
	Started on
	Thursday, 30 November 2023, 11:17 PM
	State
	Finished
	Completed on
	Thursday, 30 November 2023, 11:18 PM
	Time taken
	1 min 21 secs
	Grade
	50.00 out of 50.00 (100%)
Parte superior do formulário
Question 1
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
As soluções de câmeras corporais motivam diferentes temas de orientações das organizações de segurança pública. São áreas categorias de diretrizes:
Select one:
a.
Público-alvo, Discricionariedade dos operadores, protocolos de registro e treinamento on-line.
b.
Discricionariedade dos operadores, consentimento de uso, protocolos de registro e treinamento.
c.
Público-alvo, direitos de privacidade, protocolos de registro e treinamento.
d.
Público-alvo, direitos de privacidade, consentimento de uso e não-integridade dos dados.
Feedback
Sua respostaestá correta.
The correct answer is: Público-alvo, direitos de privacidade, protocolos de registro e treinamento.
Question 2
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quais dos seguintes elementos são característicos de estudos "sem grupo de controle e/ou testes estatísticos."
1- comparações antes e depois
2- dados granulares
3- testes estatísticos apropriados
4- estudos de controle aleatorizados
Select one:
a.
2 e 4 apenas.
b.
Todas as opções.
c.
1 e 4 apenas.
d.
1 apenas.
e.
1 e 3 apenas.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: 1 apenas.
Question 3
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Assinale a questão verdadeira. "As câmeras corporais policiais…"
Select one:
a.
… necessariamente reduzem o abuso ou excesso de força policial.
b.
… não afetam o uso de força policial.
c.
… alteram a definição de uso de força.
d.
… reduzem o uso de força.
e.
… apenas reduzem o uso de força em certas situações.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: … reduzem o uso de força.
Question 4
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Quais dos seguintes elementos são característicos de "Estudos experimentais ou quasi-experimentais com problema de contaminação. "
1- comparações antes e depois
2- estudos de controle aleatorizados com efeitos de contaminação
3- testes estatísticos apropriados
4- estudos de controle aleatorizados sem efeitos de contaminação
Select one:
a.
Todas as opções.
b.
1 e 4 apenas.
c.
2 apenas.
d.
2 e 3 apenas.
e.
1, 2 e 3 apenas.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: 2 e 3 apenas.
Question 5
Correct
Mark 10.00 out of 10.00
Flag question
Question text
Sobre as soluções de câmeras corporais, é correto afirmar que:
Select one:
a.
Resumem-se a equipamentos de registro de imagem e áudio.
b.
São instrumentos exclusivos das organizações de segurança pública.
c.
Incluem equipamentos de registro de imagem e áudio, além de software para gerenciamento e custódia dos registros.
d.
Resumem-se a equipamentos de registro de imagem.
Feedback
Sua resposta está correta.
The correct answer is: Incluem equipamentos de registro de imagem e áudio, além de software para gerenciamento e custódia dos registros.
Parte inferior do formulário
Parte inferior do formulário
Parte inferior do formulário
image4.wmf
image5.wmf
image1.png
image2.png
image3.wmf

Continue navegando