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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA-ITEC FACULDADE DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL DISCIPLINA DE GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL FÁBIO SERGIO LIMA BRITO 1- Os processos que influenciam a formação de rochas e minerais. As rochas magmáticas são originadas a partir da consolidação do magma, sendo que através de sua textura pode-se determinar as condições geológicas em que estas rochas se formaram. Ao saber a textura, consegue-se determinar o tamanho e a disposição dos minerais que compõem a rocha. Quando a consolidação do magma ocorre dentro da crosta terrestre, de modo que o resfriamento seja lento dando condições para que os cristais se desenvolvam sucessivamente, as rochas originadas deste processo são denominadas rochas plutônicas. A textura deste tipo de rocha é geralmente equigranular fanerítica, significando que os minerais que a constituem, possuem uma boa formação e um tamanho considerável. Em condições onde ocorra o extravasamento do magma na superfície, passando do estado liquido para o gasoso num pequeno intervalo de tempo, as rochas originadas serão denominadas rochas vulcânicas ou extrusivas, cuja textura será vítrea, como consequência do pequeno intervalo de tempo que impossibilita a cristalização dos minerais. Caso o início da cristalização ocorra dentro das câmaras magmáticas, os cristais serão transportados pelo magma até a superfície, e com a alta variação de temperatura existente entre as câmaras e a superfície, a lava se consolidará muito rapidamente e formará um tipo textura denominado de textura porfirítica. Pode-se ainda ocorrer um tipo de textura denominado vesicular. A textura vesicular aparece quando da lava são liberados gases na forma de bolhas, que posteriormente ficam retidas pela consolidação da própria lava. Dá-se a denominação pegmatitos a rochas que foram originadas a partir de um magma que possui uma grande quantidade de gases e elementos voláteis. O magma nestas condições se apresentara numa forma bastante fluída e possibilitará a formação de cristais cujo tamanho chega a ser bastante elevado. As rochas podem ser consideradas ácidas, básicas ou neutras. Isto esta diretamente relacionado com o teor de silício que a rocha apresenta em sua composição. Falamos em rochas ácidas quando os teores de silício forem superiores a 65%, havendo a formação de silicatos e de cristais de quartzo. As rochas neutras são aquelas cujo o teor de silício vai de 52 a 65%. E por fim temos as rochas básicas onde o teor de silício vai de 45 a 52%, não havendo a formação de quartzo. Para efeito de uma melhor compreensão dos aspectos das rochas magmáticas, será descrito abaixo as principais características de algumas dessas rochas. Granito: É uma rocha plutônica de ocorrência bastante comum, aparecendo no Brasil na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira. Apresenta-se nas cores que podem variar de cinza-clara a cinza-escura, vermelha e rósea. Diabásio: É uma rocha magmática hipabissal, isto é, formada em condições geológicas superficiais. E constituída principalmente pelo piroxênio e plagioclásio cálcico, apresentando-se na cor preta e sendo uma das rochas melanocráticas bastante comum no Brasil. Basalto: É uma rocha efusiva, de cor preta ou cinza escura, podendo apresentar vesículas, que quando preenchidas formam as amígdalas, cuja constituição pode apresentar minerais como o quartzo, que vem sendo explorado no Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. 2- A importância da geomorfologia nos estudos ambientais. A geomorfologia deve ser entendida como um importante elemento do planejamento ambiental, devido suas características que estão interligadas aos múltiplos aspectos da realidade ambiental, que deve considerar não só elementos de ordem física, mas também social, econômica e cultural. Nesse sentido, o planejamento ambiental pode se caracterizar por várias linhas de tratamento ou abordagens, uma vez que tais estudos se associam a uma profusão de fatores que causam desequilíbrio na superfície terrestre. Por exemplo: podemos citar uma análise integrativa em escala local ou regional para o planejamento de uma bacia hidrográfi ca. A análise geomorfológica torna-se essencial para a compreensão da diversidade topográfi ca das subdivisões da bacia; esta condição é primordial para se pensar na criação de um comitê gestor de bacia hidrográfi ca. Considera-se, ainda, o impacto ambiental como uma mudança sensível – positiva ou negativa – nas condições de saúde e bem-estar do homem, assim como na estabilidade do ecossistema, elemento fundamental para a sobrevivência humana. O planejamento ambiental dessas mudanças abrange, portanto, o resultado das ações acidentais ou planejadas que provoquem alterações direta ou indiretamente. Porém, consideramos que as atividades humanas podem ocasionar consequências que intensifi quem a magnitude e a frequência dos fenômenos naturais, numa cadeia de retroalimentação. Devemos então, mencionar que os efeitos ou impactos possuem variáveis temporais e espaciais, os quais podem ser descritos através das mudanças nos parâmetros do meio ambiente, durante um período específi co e dentro de uma área determinada. Quanto à avaliação da intensidade desses impactos, devemos proceder no sentido de comparar os valores resultantes de uma atividade particular com os valores da situação que existiria caso a atividade não fosse implantada. 3- O processo de formação dos solos a partir da rocha original e as diferenças associadas as zonas climáticas. Vem a ser o material que dá origem ao solo, podendo ser constituído de rochas (magmáticas, metamórficas e sedimentares), sedimentos e material de decomposição de rochas transportados. Vários minerais constituintes do material de origem permanecem inalterados, enquanto outros sofrem decomposição, por ação química, transformando-se em minerais extremamente úteis no solo, e liberando cátions e ânions que poderão ser absorvidos pelas plantas. Materiais de origem diferentes darão origem a solos diferentes, e mesmo material de origem pode dar origem a solos iguais ou a solos diferentes, de acordo com os outros fatores de formação de solos. O material de origem assume uma grande importância, pois a formação do Solo visto que as propriedades e características do solo dependem, em primeiro lugar, da composição do material de origem, bastando observar as diferenças existentes entre uma Terra Roxa Estruturada (derivada de basalto) e de uma Areia Quartzosa ( derivada de arenito ). O clima assume uma importância bastante grande, uma vez que o solo, sendo produto do intemperismo do material de origem, apresenta propriedades e características diferenciadas em função do clima. Assim é que solos formados sob clima tropical são solos bastante intemperizados, enquanto aqueles formados sob clima temperado são bem menos intemperizados. Quanto mais quente e úmido o clima, maior a lixiviação de minerais, inclusive de bases, tornando o solo mais pobre e mais ácido. Nesse contexto, os processos de formação de solos são o resultado da combinação dos fatores de formação, e são os seguintes: tudo o que entra no corpo do solo, vindo de fora dele, seja através da adição de compostos orgânicos, seja pela adição de componentes minerais, trazidos pela erosão ou pela água do lençol freático. Outro ponto a ser analisado é o que sai do corpo do solo, seja pela erosão ou pelas queimadas (pela superfície), seja pela lixiviação (em profundidade). Assim como o que é transportado dentro do corpo do solo, por processos seletivos (migração de argila , etc), ou por processos não seletivos ( transporte por formigas, cupins). Outro aspecto a transformação sofrida pelos minerais constituintes do material de origem, dando origem aos minerais secundários, principalmente aos minerais de argila, ouà formação do Solo transformação dos compostos orgânicos adicionados ao material durante a formação do solo. 4- As vulnerabilidades naturais que podem ser observadas nos perfis de alteração, a partir dos parâmetros físicos dos solos. A formação dos solos num determinado ambiente envolve um complexo de agentes e processos dentre os quais se destacam a alteração física e química da rocha que lhe serve de matriz, a agregação de materiais oriundos de outros locais transportados pelos ventos e pelas águas e a marcante ação dos agentes do clima. Resulta também, dessa interação, o desenvolvimento de um bioma adaptado às peculiaridades desses solos e do clima predominante no local. O desenvolvimento da vegetação natural e o dinamismo associado à formação dos solos são expressão de uma fase de tendência natural do equilíbrio de um sistema que evoluiu por longo período de tempo, passando por processos geológicos e geomorfológicos que imprimem a base a partir da qual toda a pedogênese se estabelece. É fundamental, para os objetivos deste zoneamento, estabelecer a vulnerabilidade natural dos solos à erosão, levando em conta os diversos fatores responsáveis por imprimir maior ou menor capacidade do solo manter sua integridade, resistindo aos processos de degradação que podem se desenvolver por conta da exploração dos recursos naturais. O estudo da vulnerabilidade natural à erosão considerou as relações de interdependência existentes entre os componentes geoambientais que integram uma determinada unidade espacial. Estes componentes que formam os sistemas naturais funcionam harmonicamente através de trocas de energias, de modo que qualquer modificação introduzida em um deles reflete- se direta ou indiretamente nos demais,perturbando o equilíbrio do conjunto (IBGE, 1998). A análise dos fatores que interferem, em graus diferenciados, na vulnerabilidade natural à erosão, seja a rocha, o relevo, o solo, o clima e a vegetação, foi efetuada de forma integrada e em correlações guiadas pelos princípios da interdisciplinaridade, baseada nos princípios da Ecodinâmica, enfocando as relações mútuas entre a estrutura, a dinâmica e os fluxos de matéria e energia dos geossistemas.
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