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17COMUNICAÇÃO SUMÁRIO Etimologicamente, “texto” é um termo originário do latim (textu) que significa “teci- do”. A ideia de texto remete, portanto, à elaboração de um entrelaçamento lógico de palavras, frases, parágrafos e seções. Comentávamos na Unidade 1 a respeito da vocação social da comunicação. Com o texto, não é diferente. Qual texto é escrito para não ser lido por outras pessoas que, obviamente, não o criaram? Um diário? Talvez, mas e os outros gêneros textuais, como o e-mail, a crônica, o artigo e os documentos comerciais e oficiais. São escritos apenas para o autor lê-los? Produzir um texto não é uma tarefa simples, ainda mais quando não se trata de um há- bito. Apesar disso, se começarmos a adotar algumas medidas estratégicas, poderemos aper- feiçoar nossa técnica e, até mesmo, despertar o interesse por essa prática, adquirindo desen- voltura. Vamos continuar conversando sobre isso? PASSOS PARA ESCREVER UM BOM TEXTO A fim de que nos conscientizemos quanto aos reflexos da escrita qualificada em nossa vida, voltemos nossa mente para a seguinte interrogação: por que é importante escrever bem, e não de qualquer forma? Porque, se nos apropriarmos da habilidade da escrita, poderemos transformar uma história comum em uma grande história. Porque abreviaremos o caminho para obter o reconhecimento. Porque viraremos protagonistas em vez de seguirmos sendo “marionetes” passivas. Porque saberemos exercer melhor a cidadania, defendendo nossos direitos, denunciando e lutando contra as injustiças com mais autoridade. Então, o que é necessário para que se escreva um bom texto? A qualidade de um texto de- pende do grau de conhecimento que a pessoa tem acerca do assunto que vai dissertar. Quanto maior a chance de aprofundá-lo, mais consistente o texto poderá ficar. É sempre importante explorar os diversos ângulos que a questão abordada textualmente contém. Isso permite enri- quecer o resultado da produção textual. De qualquer modo, alguns passos podem ser adotados a fim de começar bem a realização dessa tarefa. O primeiro deles é o “planejamento”. Na vida, fa- zemos planejamento financeiro, planejamento familiar, planejamento empresarial, entre ou- tros. Vale o mesmo raciocínio para o texto. Para que iniciemos com êxito nosso planejamento para a produção textual, a primeira pergunta é: “sobre o que vou escrever?”. Assim, parte-se de imediato para a escolha do assun- to. Pode-se escrever sobre qualquer tema? Em princípio, sim, mas existe uma forma de largar em vantagem nessa escolha. Como? Optando por um com o qual se tenha certa familiaridade, seja em função das experiências pessoais, seja em virtude das leituras realizadas, seja por conta dos filmes vistos, seja por obra de outros mecanismos de aprendizagem. Você ganhará tempo ao se decidir por discorrer sobre uma matéria da qual tenha um domínio minimamente razoável. Quase sempre é necessário pesquisar informações para reforçar nosso conhecimento em relação ao assunto escolhido. Ótimo. Isso vai ajudar a projetar um olhar mais sistêmico para a exposição textual. Mas tome cuidado para não cometer plágio! No momento em que você apro- veita uma ideia que não é sua, nunca deixe de citar as fontes, tanto no corpo do texto quanto ao final dele. Do contrário, estará cometendo crime por não ser detentor dos direitos autorais do conteúdo copiado e por tentar se fazer passar como sendo o seu autor. 18COMUNICAÇÃO SUMÁRIO Um exercício eficaz para evitar plágio é o seguinte: leia um texto, de preferência um ar- tigo de opinião. Depois faça um resumo sobre ele. Sempre que você mencionar alguma ideia que seja do autor do artigo, cite o nome dele. Você estará escrevendo com as suas palavras e garantindo a originalidade de sua produção textual, em vez de ficar copiando trechos. A cereja do bolo é a inclusão de uma análise crítica pessoal. Você concorda com o posicionamento do autor? Por quê? Em quais pontos você entende que a argumentação dele é inconsistente? Todo texto visa a pelo menos um destinatário. Lembre-se de que elaborar um texto cor- responde a um ato essencialmente social, as pessoas escrevem para se comunicar com outros indivíduos. Neste caso, a segunda pergunta é: “a quem o texto se destina?” ou “para quem vou escrever?”. A partir do momento que reconheço o público que receberá a mensagem, mi- nha próxima missão é adequar a linguagem. Se vou contar uma história para crianças, prova- velmente vou começar o texto com “era uma vez...” e usar uma linguagem bem acessível, de fácil compreensão. Se vou escrever para gestores, posso abusar dos jargões da área, ou seja, dos termos técnicos. Não sabemos se nosso texto repercutirá amplamente. A sua difusão depende muito dos canais que o divulgam. É certo, entretanto, que, se desejamos que ele possa ser acessado e entendido pelo maior número de pessoas, devemos dotá-lo de um linguajar bastante sim- ples para a decifração do leitor. Esse é um dos maiores segredos do grande sucesso de Paulo Coelho. Um texto nada complexo, do ponto de vista da linguagem que o constitui, favorece a tradução para os mais diversos idiomas. Claro, é preciso impressionar, tocar o coração e alma dos leitores para que a cotação de uma obra se eleve. Bom, pode não ser esse o seu objetivo quando for escrever, mas saiba que quem escreve não o faz a esmo. Há sempre uma intenção do autor presente no texto: solicitar, responder, reclamar, aceitar, sugerir, elogiar, explicar, mobilizar, alertar, contar uma histó- ria, etc. Por isso, a terceira pergunta que não pode ser desprezada é: “qual o objetivo do meu texto?”. Em outras palavras, “O que me move a escrevê-lo?”. Depois que você definiu bem a resposta para a questão anterior, vem a última: “como pretendo construir o texto?”. Escrever um e-mail é diferente de preparar um ofício. Um arti- go de opinião não tem o mesmo formato de um comunicado. E aí, “qual texto vou escrever?”. Será um requerimento? Ou uma declaração? Ou um aviso? Ou de qualquer outra natureza? Enfim, as quatro perguntas auxiliam na montagem da produção escrita. Acrescente a elas outros dois ingredientes: preparação e paciência. Quanto mais você praticar, mais apren- derá com os erros cometidos e se aproximar da perfeição, já que somos perfectíveis. Quanto à paciência, trata-se de uma virtude da qual a humanidade carece profundamente, por isso os debates sobre sua importância estão sempre em voga. A dinâmica do silêncio proposta na Unidade 1 pode ser útil para fazer com que a paciência vire um de seus trunfos, caros alunos! Um texto, para ser bom, não tem prazo para ser formulado. Ele exige, no entanto, muita pa- ciência, afinal não são poucas às vezes em que nos vimos obrigados a reescrever frases e até mesmo o texto inteiro. Seja paciente e treine a sua paciência. Por ora, vamos continuar inves- tindo na preparação para escrever bons textos, que é algo mais palpável! PASSOS PARA ESCREVER UM BOM TEXTO
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