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GEOGRAFIA REGIONAL I
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Geografia Regional I – Prof.ª Ms. Camila Barbosa e Prof. Ms. Luiz Henrique Pereira 
Meu nome é Camila Barbosa. Sou graduada em Geografia pela Universidade Estadual 
Paulista – Unesp/Rio Claro-SP e mestre em Geografia, com área de concentração em 
Organização do Espaço, pela mesma universidade. Atualmente, desenvolvo pesquisas 
voltadas ao Planejamento Urbano e à Análise Ambiental.
E-mail: barbosa_unesp@yahoo.com.br
Olá! Meu nome é Luiz Henrique Pereira, sou graduado e mestre em Geografia pela 
Universidade Estadual Paulista – Unesp/Rio Claro-SP e possuo experiência na área de 
Geociências, com ênfase em Geografia Física. Desenvolvo pesquisas relacionadas ao 
Manejo de Bacias Hidrográficas, Sensoriamento Remoto, Geoprocessamento e Cartografia. 
E-mail: e_luizh@yahoo.com.br
Os autores agradecem a colaboração do Prof. Victor Hugo Junqueira, pelas suas contribuições 
aos temas desenvolvidos, bem como pela revisão técnica dos conteúdos abordados.
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
GEOGRAFIA REGIONAL I 
Camila Barbosa
Luiz Henrique Pereira
Victor Hugo Junqueira (revisor técnico)
Batatais
Claretiano
2015
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2014 – Batatais (SP)
Versão: dez./2015
 910 B196g 
 
 Barbosa, Camila 
 Geografia regional I / Camila Barbosa, Luiz Henrique Pereira – Batatais, SP : 
 Claretiano, 2015. 
 160 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-412-9 
 1. Regionalização. 2. Organização do espaço mundial. 3. Globalização. 
 4. Transformações espaciais. 5. Europa. 6. América Anglo-Saxônica. 7. Oceania. 
 I. Pereira, Luiz Henrique. II. Geografia regional I. 
 
 
 
 
 CDD 910 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera
Raquel Baptista Meneses Frata
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Eduardo Henrique Marinheiro
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Juliana Biggi
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rafael Antonio Morotti
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
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Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERnO DE REfERênCIA DE COntEúDO
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .....................................................................................................................9
3 REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS ................................................................................................................18
UNIDADE 1 – REGIONALIzAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL: FUNDAMENTOS TEóRICOS E HISTóRICOS
1 OBJETIVOS ..................................................................................................................................................19
2 CONTEúDOS ................................................................................................................................................19
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ..........................................................................................20
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ..........................................................................................................................20
5 FUNDAMENTOS DA ANáLISE REGIONAL NO DISCURSO GEOGRáFICO ..................................................22
6 DIFERENTES FORMAS DE REGIONALIzAÇÃO ............................................................................................23
7 REGIONALIzAÇÕES GLOBAIS E ORIGEM DA DIVISÃO NORTE-SUL ..........................................................26
8 O SUBDESENVOLVIMENTO ........................................................................................................................31
9 qUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ...................................................................................................................36
10 CONSIDERAÇÕES ........................................................................................................................................37
11 E-REFERêNCIAS ...........................................................................................................................................37
12 REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS ................................................................................................................38
UNIDADE 2 – REGIONALIzAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL NO CONTExTO DA GLOBALIzAÇÃO
1 OBJETIVOS ...................................................................................................................................................39
2 CONTEúDOS ...............................................................................................................................................39
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .........................................................................................40
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ..........................................................................................................................40
5 GLOBALIzAÇÃO E ESPAÇO MUNDIAL ATUAL ............................................................................................42
6 DESIGUALDADES DE UM MUNDO GLOBALIzADO ...................................................................................50
7 POSSIBILIDADES DE REGIONALIzAÇÃO .....................................................................................................56
8 A qUANTIFICAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ............................................................................................59
9 qUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ...................................................................................................................62
10 CONSIDERAÇÕES ........................................................................................................................................62
11 E-REFERêNCIAS ...........................................................................................................................................62
12 REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS ...............................................................................................................63
UNIDADE 3 – EUROPA
1 OBJETIVOS ...................................................................................................................................................65
2 CONTEúDOS ................................................................................................................................................653 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ..........................................................................................65
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ..........................................................................................................................66
5 EUROPA: CARACTERIzAÇÃO NATURAL E TERRITORIAL ...........................................................................66
6 ALEMANHA ..................................................................................................................................................81
7 REINO UNIDO ..............................................................................................................................................91
8 ITáLIA ...........................................................................................................................................................100
9 FRANÇA ........................................................................................................................................................110
10 qUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ..................................................................................................................119
11 CONSIDERAÇÕES ........................................................................................................................................119
12 E-REFERêNCIAS ...........................................................................................................................................120
13 REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS ...............................................................................................................122
14 REFERêNCIA VIDEOGRáFICA .....................................................................................................................122
UNIDADE 4 – AMÉRICA ANGLO-SAxôNICA
1 OBJETIVOS ...................................................................................................................................................123
2 CONTEúDOS ................................................................................................................................................123
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ..........................................................................................123
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ..........................................................................................................................124
5 ESTADOS UNIDOS ........................................................................................................................................124
6 CANADá .......................................................................................................................................................135
7 qUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ...................................................................................................................145
8 CONSIDERAÇÕES .........................................................................................................................................145
9 E-REFERêNCIAS ...........................................................................................................................................145
10 REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS ...............................................................................................................146
11 REFERêNCIA VIDEOGRáFICA .....................................................................................................................146
UNIDADE 5 – OCEANIA
1 OBJETIVOS ...................................................................................................................................................147
2 CONTEúDOS ................................................................................................................................................147
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ..........................................................................................147
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ..........................................................................................................................148
5 OCEANIA: ASPECTOS NATURAIS E TERRITORAIS ......................................................................................148
6 AUSTRáLIA ...................................................................................................................................................149
7 qUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ...................................................................................................................158
8 CONSIDERAÇÕES .........................................................................................................................................159
9 E-REFERêNCIAS ...........................................................................................................................................159
10 REFERêNCIA BIBLIOGRáFICA ...................................................................................................................159
11 REFERêNCIA VIDEOGRáFICA .....................................................................................................................159
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Conteúdo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Regionalização e organização do espaço mundial. Globalização e transformações espaciais. Aspectos físicos, 
econômicos e populacionais da Europa, América Anglo-Saxônica e Oceania. 
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. IntRODUÇÃO 
Como sabemos, a Geografia é uma área do conhecimento que possui, como outras ciên-
cias, inúmeras particularidades. Uma delas é a capacidade de integrar informações de diversas 
naturezas, como as físicas e as sociais, e apresentar as formas e funcionalidades do espaço que 
resultam dessa interação. Logo, pode-se dizer que um dos objetivos da Geografia é compreen-
der a organização espacial.
É muito importante que estudemos esta obra a partir dessa ideia inicial. De nada adianta 
enfatizar os aspectos populacionais, físicos e sociais das áreas continentais: Europa, América 
Anglo-Saxônica e Oceania se não for para justificar e compreender a atual estrutura do espaço 
geográfico em sua totalidade e relações.
Devemos pensar na Geografia dessa forma, diminuindo a distância entre a Geografia aca-
dêmica e a Geografia tradicionalmente transmitida em sala de aula. A Geografia escolar ainda 
apresenta algumas dificuldades para se libertar da forma tradicional da descrição exaustiva dos 
atributos espaciais. No entanto, somos os responsáveis por isso e podemos atribuir essa difi-
culdade à nossa própria falta de compreensão sobre o objeto de estudo da ciência geográfica. 
Para cumprir o objetivo de buscar elementos que contribuam para a explicação da organi-
zação do espaço, precisamos inicialmente definir alguns conceitos fundamentais: 
© Geografia Regional I 8
1) Unidade e totalidade.
2) Região e regionalização.
3) Globalização.
4) Organização do espaço mundial.
Para compreender o mundo, é comum dividi-lo em regiões que, embora sejam unidades 
espaciais simplistas e genéricas, são parcelas coerentes que nos ajudam a entender a totalidade 
na qual se inserem. Para Roberto Lobato Corrêa (2000), um dos estudiosos dedicados à inves-
tigação do conceito de região, a Geografia tem suas raízes na busca e na compreensão da dife-
renciação de regiões, países e continentes de acordo com as relações entre os homens e entre 
eles e a natureza. O autor pontua que, se a superfície da Terra fosse homogênea e não houvesse 
diferenciação de áreas, a Geografia não teria surgido. 
A Geografia escolar tradicionalmente se utiliza da regionalização em diversas escalas para 
estudar o mundo. É de extrema relevância, portanto, que compreendamos as diferenças entre 
as inúmeras formas de regionalização e tentemos desvendar um pouco as ideologias que justi-
ficam essas formas.As divisões podem se basear em critérios políticos, naturais, culturais ou econômicos. 
Além disso, as diversas regionalizações instituídas no mundo retratam as necessidades sociais 
de uma época específica e podem se tornar obsoletas perante novas relações de poder. Ou seja, 
as transformações socioeconômicas e históricas tendem a condicionar novas formas e limites 
das regiões.
Ao longo deste estudo, trataremos de algumas dessas diferentes formas de regionalização 
e os contextos históricos nos quais elas foram formuladas, bem como os fatores que contribuí-
ram para a sua superação nos estudos geográficos. 
Porém, a estrutura desta obra está assentada na regionalização por áreas continentais, 
dado o seu caráter didático, menos sujeito a alterações conjunturais, e a sua permanência nas 
formas de exposição nos livros didáticos, destinados à Educação Básica. 
Assim, nesta obra, abordaremos as condições econômicas, sociais e populacionais da Eu-
ropa, América Anglo-Saxônica e Oceania. 
É importante salientar que esta divisão não impede e nem pode ser entendida como um 
empecilho ao estabelecimento de vínculos entre as áreas continentais; para exemplificar, não 
é possível tratar das condições econômicas da áfrica sem relacionar ao imperialismo europeu, 
ou das características populacionais da América Latina desvinculada da colonização europeia. 
Portanto, é necessário estarmos atentos às relações que se estabelecem entre as áreas na pers-
pectiva de entender o espaço geográfico em sua totalidade.
Considerando essas premissas, na Unidade 1 desta obra, partiremos de uma discussão 
epistemológica sobre os fundamentos geográficos da análise regional e alguns pressupostos da 
teoria sistêmica que permitirão uma leitura integrada das informações geográficas disponíveis, 
no sentido de compreender as formas de regionalização no século 20 e as possibilidades de re-
gionalização do espaço mundial com a emergência da globalização.
Lembre-se de que não existe Geografia sem História: o espaço geográfico é um produto 
social definido pela atividade produtiva e pelas ideias que, ao longo do tempo, se materializam 
sobre a superfície do planeta. Essa temática será abordada na Unidade 2, que apresenta o his-
tórico do processo de globalização como um dos grandes eventos responsáveis pela divisão 
socioespacial do mundo.
9© Caderno de Referência de Conteúdo
Claretiano - Centro Universitário
Considerou-se que o fenômeno da globalização atua sobre o espaço herdado de tempos 
passados, remodelando-o em razão das novas necessidades. Uma nova Geografia foi tecida pe-
los fluxos globais de mercadorias, capitais e informações. É nesse contexto que inserimos os 
aspectos econômicos dos países e descrevemos alguns indicadores de desenvolvimento.
Veremos que do espaço globalizado contemporâneo emergiram as novas potências eco-
nômicas, as quais se reorganizaram com novas relações e mudanças dos focos tradicionais de 
poder. 
Na Unidade 3, iniciaremos o estudo das áreas continentais pela Europa, destacando suas ca-
racterísticas físicas, econômicas e populacionais, para em seguida, apresentar alguns dados mais 
pormenorizados gerais de quatro importantes países para as relações geopolíticas na atualidade: 
Reino Unido, Itália, França e Alemanha. 
Na Unidade 4, estudaremos a América Anglo-Saxônica, destacando os aspectos populacio-
nais, físicos e econômicos dos Estados Unidos da América e do Canadá. Nesta unidade, enfo-
caremos as condições econômicas que favoreceram o poderio dos Estados Unidos nas relações 
internacionais. 
Por fim, na Unidade 5, apresentaremos as características gerais da Oceania, para em segui-
da trazer informações mais específicas sobre a Austrália, principal país deste continente. 
Esperamos ter, no final das unidades, condições teórico-metodológicas e informações es-
pecíficas dos países suficientes para que seja possível estabelecer diversas relações e apresentar 
uma leitura da organização do espaço geográfico dessas áreas continentais. 
2. ORIEntAÇÕES PARA EStUDO
Abordagem Geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estudado nesta obra. Aqui, você 
entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a 
oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. 
Esta Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual 
você possa construir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural, para que, no 
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi-
lidade social. 
No decorrer desta obra, estudaremos os aspectos físicos, populacionais e econômicos da 
Europa, América Anglo-Saxônica e Oceania, tema relativamente simples e já conhecido de nos-
sos tempos de escola, abordado como questões políticas mundiais, especialmente a partir da 
década de 1990.
Contudo, temos o desafio de atribuir a esse assunto um caráter que faça jus ao status de 
conteúdo de um curso de nível superior. Ora, o que diferencia a Geografia escolar da Geografia 
acadêmica? De modo simplista, pode-se dizer que a diferença está nos níveis de conhecimento 
com que cada uma aborda seus temas de interesse. Nas escolas, devemos simplificar os temas 
científicos para que o conhecimento concebido na academia seja transmitido conforme as po-
tencialidades características de cada etapa do desenvolvimento cognitivo do indivíduo. Assim, 
esperamos que os alunos adquiram as condições necessárias para construir seu próprio conhe-
cimento. Em outros termos, enquanto na academia se constrói o conhecimento que sintetiza-
mos como geográfico, cabe à Geografia apropriar-se desse conhecimento, adequá-lo, divulgá-lo 
e transmiti-lo com fidelidade.
© Geografia Regional I 10
De modo geral, observa-se que a disciplina de Geografia, nas escolas, na tentativa de 
transmitir seu conteúdo de maneira mais simples, equivoca-se ao omitir os “processos”, apre-
sentar somente as “formas”, normalmente caracterizadas como informações massivas, como, 
por exemplo, a distribuição dos relevos e rios e as características climáticas para a análise dos 
aspectos físicos; a composição etária, as etnias como elementos dos aspectos populacionais; 
índices de IDH e outros indicadores de desenvolvimento econômico e social, deixando de lado 
os fatores que antecedem e que conduzem a essa configuração final.
Diante dessa ideia, nosso intuito para este estudo é ir além da observação direta e simples 
dos dados geográficos descritivos de cada país, e apresentá-los de forma que o aluno tenha con-
dições de construir conhecimento que justifique a organização espacial, evitando que ela seja 
simplesmente “imposta”. 
Devemos sempre desejar ir além, o que é muito necessário para a aprendizagem da ciên-
cia geográfica. Assim, não podemos aceitar uma realidade baseada em descrições sem antes 
indagar os dados e informações que nos são apresentados.
A pergunta que nos cabe no momento, portanto, é: como construir um conhecimento 
que vá além de números, dados e descrições? Para que devemos compreender mais do que nos 
é apresentado? Devemos buscar a resposta dessas perguntas no próprio objetivo e objeto de 
estudo da Geografia.
Sucintamente, podemos considerar que um ponto comum entre as inúmeras definições 
da ciência geográfica é de que seu objeto de estudo é o espaço geográfico, e seu objetivo prin-
cipal é compreender a organização espacial.
Sabemos que a Geografia ministrada no Ensino Fundamental e Médio ainda é essencial-
mente descritiva e decorativa, totalmente díspar do conhecimento geográfico desenvolvido e 
ensinado na Academia. 
Não podemos negar que o que está sendo apresentado nas escolas atende ao objeto de 
estudo da Geografia. Ou seja, estudamos massivamente as descrições dos países considerando 
seus territórios. Os espaços geográficos são segmentados em aspectos físicos e naturais para 
facilitar a didática, buscando a melhor relação possível entre ensino e aprendizagem.
E o objetivode estudo da Geografia? Podemos dizer que a escola, em sua forma tradicio-
nal de lecionar essa ciência, provoca o esclarecimento acerca da organização espacial? Pode-
mos construir um conhecimento que ultrapasse as descrições quando buscamos compreender o 
espaço e sua organização e devemos ter a compreensão desses dois pontos fundamentais para 
que a Geografia cumpra adequadamente e com êxito seu papel social.
Assim, em grande parte das escolas e disciplinas dos cursos de Geografia, ainda é comum 
observar o ranço da geografia descritiva. Vale ressaltar que conhecer os detalhes do nosso pla-
neta é extremamente importante, e, para isso, a descrição de áreas é inevitável. Essas noções e 
descrições nos dão bagagem, cultura e conteúdo, mas restringem-se ao senso comum. É neces-
sário esforçarmo-nos para ir além da descrição, que consigamos relacionar cada item descrito e 
encontrar suas inter-relações, que expressam a organização espacial.
Dessa forma, entendemos que resumir um estudo geográfico à simples apresentação dos 
aspectos segmentados (geomorfologia, climatologia, população etc.) dos países é negar a pró-
pria conceituação do objetivo e do objeto de estudo da nossa ciência.
Oferecemos, assim, neste estudo, o desafio da leitura integrada dos aspectos menciona-
dos e da leitura geográfica do espaço, para analisar e esclarecer a organização espacial do globo 
a partir das áreas continentais. 
11© Caderno de Referência de Conteúdo
Claretiano - Centro Universitário
Outra questão importante que discutiremos nesta obra, mesmo que implicitamente, é o 
que nos é colocado como realidade. Por exemplo, apresentam-nos extensa tabela quantitativa 
do IDH dos países que compõem o planeta Terra. Esse ranking é responsável por direcionar as 
estratégias econômicas e sociais adotadas pelos agentes políticos mundiais. Devemos aceitar 
seus valores sem questionar os métodos pelos quais foram elaborados? quem organizou esse 
estudo? qual é a ideia de desenvolvimento que esse grupo tem? que realidade é essa que estão 
nos apresentando?
É importante perceber a diferença entre uma tabela qualquer de dados numéricos sociais 
e as informações que antecedem esses números. Os índices finais apresentados são dinâmicos 
no tempo, no entanto, a compreensão dos fatores históricos que condicionam tais números são 
registros perenes, que permitirão explicar os motivos que levaram cada país a ser representado 
por esses números. 
O que queremos dizer aqui é que não somente é importante saber que determinado país 
apresenta o maior índice de desenvolvimento econômico, como também entender como a in-
tegração dos aspectos físicos, econômicos e sociais de seu território ofereceu condições para 
que ele assuma tal condição de destaque no cenário mundial e como isso ocorreu ao longo do 
tempo. 
Diante do exposto, resumimos o propósito que norteia os estudos desta obra: mais im-
portante que aprender sobre o espaço geográfico de cada área continental de forma isolada é 
compreender como se dá sua organização.
Para compreender os países em sua totalidade, é importante observá-los como a expres-
são de um longo tempo de ações humanas sobre o espaço natural. Portanto, devemos analisar 
elementos naturais, antrópicos e a história que levou a tal configuração, buscando compreender 
as relações entre cada um desses elementos.
Sabemos que o atual período de globalização é caracterizado pelo elevado fluxo de merca-
dorias e pela mobilidade das indústrias e empresas transnacionais. Portanto, os condicionantes 
naturais e territoriais, determinantes para o desenvolvimento econômico de uma nação no pe-
ríodo neocolonial, tornam-se secundários. No entanto, as características naturais, como clima, 
relevo e localização, condicionam uma estrutura cultural que contribui para alavancar ou res-
tringir o desenvolvimento econômico de um país.
Para facilitar a compreensão deste estudo, é importante que você se familiarize com al-
gumas ideias e conceitos que norteiam as discussões. Dessa forma, indicaremos, a seguir, os 
principais tópicos abordados ao longo das unidades. 
A Unidade 1 tem um forte caráter teórico. Sua leitura deve ser atenta, pois apresenta con-
teúdo denso e, de certa forma, filosófico, o que forçará sua reflexão em cada parágrafo. Nesta 
unidade, o objetivo é desenvolver os conceitos de região e regionalização, bem como apresentar 
sua evolução ao longo da história do pensamento geográfico. Esse tema será respaldado pela 
apresentação dos dados históricos, incluindo fatos econômicos e políticos que conduziram a 
diferentes processos de regionalização do mundo. 
A partir daqui, podemos nos perguntar qual é a necessidade de ir tão longe apenas para 
descrever os aspectos físicos, populacionais e econômicos das áreas continentais?
© Geografia Regional I 12
Façamos a analogia. quando selecionamos uma parcela qualquer da superfície terrestre 
como uma unidade espacial de análise, como é o caso de uma região, podemos dizer que uma 
das possibilidades viáveis para compreender o espaço e sua organização é o reconhecimento de 
suas particularidades. Portanto, a regionalização do mundo foi um processo que fragmentou as 
áreas continentais para que fossem compreendidas. 
Essas premissas vinculam-se ao princípio da totalidade, segundo o qual a percepção do 
todo se dá a partir da compreensão da relação entre as partes. Podemos, assim, trabalhar em 
diferentes escalas de análise e conceber uma organização espacial em cada nível. Podemos con-
siderar a Terra uma unidade e os continentes como suas partes constituintes se avançarmos o 
nível hierárquico; também podemos considerar os continentes como uma totalidade, e os agen-
tes modeladores do relevo como suas partes. 
Veremos esse conceito apresentado em diversas ciências e, antes que se crie uma con-
fusão em nossa cabeça, cabe ressaltar que os princípios mencionados não são restritos aos 
estudos geográficos. São, na verdade, intrínsecos a uma concepção de inúmeras disciplinas e, 
portanto, pertinentes à ciência de forma geral.
Concluindo a unidade, inicia-se a apresentação dos fatos históricos que originaram as di-
ferentes regionalizações no século 20, para entender como a globalização transforma as formas 
de regionalização e as possibilidades de compreensão do espaço geográfico mundial. 
Na Unidade 2, continuaremos a abordar o processo de globalização, identificando os as-
pectos econômicos, sociais e políticos mais significativos que contribuíram para a organização 
do espaço mundial e as relações entre os países. 
Nesse sentido, recorremos à análise histórica para entender como se processaram essas 
transformações, cujas bases estão na queda do muro de Berlim, em 1989, e no fim do ciclo da 
Guerra Fria, que contribuíram para reunificação alemã e desagregação da União Soviética.
Tais acontecimentos, junto com a completa integração da China nos fluxos internacionais 
de mercadorias e investimentos, diluíram a fronteira que separava as economias estatizadas da 
economia mundial de mercado. A partir disso, a contribuição do desenvolvimento técnico, cien-
tífico e informacional fez crescer a desigualdade social, uma vez que se acentuou a acumulação 
de capitais. Tais acontecimentos geraram uma nova discussão geográfica, geopolítica e histórica: 
a globalização. 
Novamente, é importante que você questione a necessidade de recorrer à História para 
compreender a divisão regional. Lembre-se de que as divisões são dinâmicas no tempo e no 
espaço, e o caminhar da História pode determinar novos polos de poder. Supondo que tais 
mudanças ocorressem em poucos anos, estaríamos preparados para justificá-las. Além disso, a 
compreensão de como ocorreu as divisões nos fornece inclusive condições de predizer os novos 
e futuros cenários. Sem dúvida, é um grande exercício geopolítico, em que a informação é es-
sencial para seu êxito.
A leitura da Unidade 2 configura-se num grande exercício de atenção, pois o texto apre-
senta ideias sequenciais e é fundamental entender cadatrecho para dar prosseguimento ao 
conteúdo. 
quando discutimos em Geografia as críticas ao discurso da globalização enquanto unifica-
ção do mundo, é imprescindível considerar as obras de Milton Santos. Seus trabalhos dividem 
opiniões por ele não ser geógrafo de formação. Porém, de fato, ele é um autor de bastante ex-
pressividade nessa temática.
13© Caderno de Referência de Conteúdo
Claretiano - Centro Universitário
Em seu livro Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, o 
autor aponta que a globalização é perversa e não leva à integração das nações, pois, por se colo-
car a favor da acumulação do capital, contribui para que as desigualdades intrínsecas ao sistema 
capitalista atinjam escalas globais. De acordo com Santos (2008, p. 38-39): 
Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da in-
formação. [...] as novas condições técnicas deveriam permitir a ampliação do conhecimento do planeta, 
dos objetos que o formam, das sociedades que o habitam e dos homens em sua realidade intrínseca. 
Todavia, nas condições atuais, as técnicas da informação são principalmente utilizadas por um punhado 
de atores em função de seus objetivos particulares. Essas técnicas da informação (por enquanto) são 
apropriadas por alguns Estados e por algumas empresas, aprofundando assim os processos de criação 
de desigualdades. É desse modo que a periferia do sistema capitalista acaba se tornando ainda mais 
periférica, seja porque não dispõe totalmente dos novos meios de produção, seja porque lhe escapa a 
possibilidade de controle.
É neste mundo globalizado que nos aprofundaremos um pouco mais na Unidade 2. Dis-
cutiremos os aspectos inerentes ao atual estágio de globalização e, para tanto, buscaremos nos 
aprofundar em temas já apresentados na Unidade 1, além de enfatizar discussões como o de-
senvolvimento técnico, científico e informacional atual, os blocos econômicos, o papel do Esta-
do e das fronteiras nacionais e as desigualdades socioespaciais em escala mundial.
Com o entendimento dos condicionantes da organização do espaço mundial, podemos 
discutir os aspectos centrais de cada grande região com segurança. O arcabouço teórico-meto-
dológico construído ao longo de nosso material nos fornecerá as condições necessárias para que 
se cumpra a ideia geral deste estudo.
Nas Unidades 3, 4 e 5, abordaremos, respectivamente, as características gerais da Europa, 
América Anglo-Saxônica e Oceania. Em cada uma dessas unidades, apresentaremos informa-
ções mais detalhadas sobre alguns países dessas áreas, como forma de aprofundar o conheci-
mento sobre os aspectos físicos, econômicos e populacionais. 
Assim, na Unidade 3, trataremos da geografia da Alemanha, Reino Unido, Itália e França, 
países representativos do poderio econômico europeu na atualidade, mas que em seu interior 
carregam grandes desigualdades. 
Na Unidade 4, analisaremos a América Anglo-Saxônica, que se diferencia pela formação 
histórica e aspectos econômicos e socais da América Latina e abriga a maior potência econômi-
ca, política, militar e cultural do mundo desde a Segunda Guerra Mundial: os Estados Unidos e 
o seu principal parceiro comercial, o Canadá. 
Ao estudarmos esses dois países, veremos como a relação entre os aspectos naturais se 
relacionam (mas, não determinam) aos sociais, seja na produção agrícola, seja na ocupação 
humana. 
Para finalizar, na Unidade 5, estudaremos a Oceania e o seu principal país, a Austrália, ob-
jetivando por meio de uma leitura integrada de diversas informações, entender a organização 
do espaço em sua totalidade e complexidade. 
Pretendemos, assim, oferecer as ferramentas para que você efetue uma leitura do espaço 
geográfico segundo uma visão integrada e relacional, capaz de sugerir explicações para a orga-
nização espacial.
Bons estudos!
© Geografia Regional I 14
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições concei-
tuais, possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados.
1) Crescimento vegetativo ou natural: é a diferença entre a taxa de natalidade e de mor-
talidade. Dessa forma, é possível obter as seguintes classificações: positivo = nasci-
mentos > mortes; negativo = nascimentos < mortes; nulo = nascimentos = mortes. 
2) Espaço total: segundo Ab'Saber (1998, p. 30), é definido como “[...] o arranjo e o perfil 
adquiridos por uma determinada área em função da organização que lhe foi imposta 
ao longo dos tempos. Neste sentido pressupõe um entendimento – na conjuntura do 
presente – de todas as implantações cumulativas realizadas por ações, construções e 
atividades antrópicas”.
3) Estrutura etária da população: é a classificação da população de acordo com a idade. 
A estrutura etária da população de um país tem efeito nas questões socioeconômicas. 
Países com populações jovens (alta porcentagem na faixa etária dos 15 anos) preci-
sam de atenção e investimento em escolas e atividades de lazer, enquanto países com 
populações em que o topo da pirâmide é mais largo (alta porcentagem, acima de 65 
anos), direcionam as atenções para a saúde.
4) Expectativa de vida: é a estimativa da média de anos que um habitante do país es-
pera viver. Esse conceito pode ser aplicado em um nível mais particular, como a um 
município ou bairro, por exemplo. Mesmo assim, é um indicador comum de desen-
volvimento. 
5) Globalização: designa um fenômeno de abertura das economias mundiais (a maioria 
delas) e de suas respectivas fronteiras, favorecendo as trocas internacionais de mer-
cadorias, a integração social e política. Além do incremento da circulação de capital, 
destaca-se o elevado e acelerado fluxo de conhecimento e informação, proporcionado 
pelo desenvolvimento dos transportes e das comunicações. Assim, as inovações tec-
nológicas, especialmente na área da informática, são as grandes responsáveis por via-
bilizar a difusão de informações entre as empresas e instituições financeiras, ligando 
os mercados do mundo. Vale ressaltar que alguns autores consideram a globalização 
a fase mais avançada do capitalismo.
6) Índice de Gini: o índice (ou coeficiente) de Gini é uma medida de concentração ou 
desigualdade desenvolvida em 1912 pelo estatístico italiano Corrado Gini e publicada 
no documento Variabilità e mutabilità (variabilidade e mutabilidade). Denuncia a de-
sigualdade na renda domiciliar per capita. O índice pode variar de 0, em caso de desi-
gualdade nula, a 1, em caso de desigualdade máxima – quando apenas um indivíduo 
concentra toda a renda da sociedade.
7) PIB per capita: é o resultado do PIB dividido pela população.
8) População economicamente ativa – PEA: intimamente vinculada à estrutura etária 
de uma população, ela compreende o potencial disponível de mão de obra com que 
o setor produtivo pode contar. Se analisado em longo prazo, esse índice representa a 
capacidade de crescimento econômico “autossuficiente” em termos de mão de obra, 
num intervalo de tempo definido. Inclui pessoas consideradas “ativas” no mercado 
de trabalho, representado por todas aquelas com a idade de dez anos ou mais, que 
estavam procurando ocupação ou trabalhando na semana de referência da Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE).
9) Populoso: relativo à população absoluta.
10) Povoado: relativo à densidade demográfica – ou população relativa.
11) Primeiro mundo: são países que, depois da Segunda Revolução Industrial, dispunham 
de parque industrial complexo, formado pelos setores de produção de bens de capital 
e bens de consumo duráveis. Engloba na Europa, na América e no Pacífico os aliados 
políticos dos Estados Unidos – líder político do Oriente/Oeste. 
15© Caderno de Referência de Conteúdo
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12) Produto Interno Bruto (PIB): representa a soma (em valores monetários) dos bens 
e serviços finais produzidos em determinada região durante o períodoem questão 
(geralmente um ano). 
13) Relação centro-periferia: teoria desenvolvida em 1981 por Raul Prebisch, que atesta 
que o sistema internacional se divide em dois núcleos: um pequeno núcleo de países 
desenvolvidos e uma massa periférica que gravita em torno desse núcleo, acompanhan-
do seu ciclo econômico. Deve-se ressaltar que os países da periferia não podem ser 
tratados como um todo homogêneo. É preciso respeitar suas especificidades, o que 
requer uma análise de suas individualidades. 
14) Segundo Mundo: inicialmente, o termo foi atribuído na época da Guerra Fria e aplica-
va-se à União Soviética e aos países inseridos em sua zona de influência no Leste Eu-
ropeu. Tinha como característica principal de crescimento a acelerada modernização 
a partir da economia planificada e da detenção dos meios de produção pelo estado. 
Posteriormente, cientistas políticos e historiadores direcionaram o emprego deste ter-
mo para designar os países em desenvolvimento e emergentes, independentemente 
do perfil de seu sistema econômico. 
15) Setores da economia: o grupo de pessoas que conduzem a economia de um país pode 
ser dividido em três setores da economia: o primário, o secundário e o terciário: 
a) setor primário: envolve atividades ligadas ao meio rural, como agricultura, pecuá-
ria, extrativismo vegetal e pesca;
b) setor secundário: envolve as atividades industriais;
c) setor terciário: envolve as atividades do comércio, prestação de serviços, funcio-
nalismo público etc.
16) Subdesenvolvimento: conceito elaborado depois da Segunda Guerra Mundial que 
classifica os países com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), ou países de 
Terceiro Mundo. 
17) taxa de fecundidade: corresponde ao número médio de filhos nascidos vivos por cada 
mulher até o final do seu período reprodutivo. Este período costuma começar aos 15 
anos, o que faz com que, em países do Terceiro Mundo em que já existem mães abaixo 
dessa idade, essa taxa possa ser subestimada.
18) taxa de migração: representa a diferença entre o número de pessoas que entram e 
saem de um país durante o ano, dividido por mil habitantes. Um excesso de pessoas 
que entram no país é denominado imigração líquida (por exemplo, 3,56 migrantes/mil 
habitantes); um excesso de pessoas deixando o país corresponde à emigração líquida 
(por exemplo, -9,26 migrantes/mil habitantes). A taxa líquida de migração indica a 
contribuição das migrações para o nível global de mudança da população. Ela não dis-
tingue migrantes econômicos, refugiados e outros tipos de migrantes e também não 
identifica os imigrantes e migrantes em situação irregular.
19) taxa de mortalidade: importante dado demográfico que exprime relação entre o nú-
mero de óbitos e a população total de uma área geográfica ao longo de um ano. Pode 
ser interpretado como um importante indicador social, mas pode ser mais significati-
vo quando considera parcelas da sociedade, como a taxa de mortalidade infantil. 
20) taxa de mortalidade infantil: número de óbitos de menores de um ano de idade, por 
mil nascidos vivos, na população de determinado espaço geográfico no ano conside-
rado.
21) taxa de natalidade: o número de nascimentos ocorridos em um ano, dividido pela 
população absoluta. 
22) terceiro Mundo: cunhado no período da Guerra Fria, designava os países de econo-
mia calcada na produção de bens primários e agrominerais, ausentes de um setor in-
dustrial expressivo. Algumas características dos países do Terceiro Mundo são a fraca 
urbanização, a concentração populacional no campo, grande crescimento vegetativo 
e índices altos de pobreza. 
© Geografia Regional I 16
23) transição demográfica: este conceito foi proposto em 1929 pelo norte-americano 
Warren Thompson, que pressupôs as modificações que acontecem nas populações 
que passaram de um período de altas taxas de natalidade e mortalidade para a situa-
ção oposta (taxas baixas). De forma abrangente, ela indica o processo de diminuição 
de taxas de mortalidade e natalidade, sendo que a primeira diminui mais rápido que 
a segunda, ocasionando um período de aumento do crescimento vegetativo e, por-
tanto, de grande acréscimo populacional. Warren Thompson ainda especificou quatro 
fases de transição: pré-moderna, moderna, industrial madura e pós-industrial.
Esquema dos Conceitos-chave 
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste es-
tudo. 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Globalização  
Diferentes 
formas e 
possibilidades de 
regionalização 
EUROPA 
AMÉRICA 
ANGLO‐
SAXÔNICA 
Diferenças físicas 
e territoriais 
Desigualdades 
econômicas e 
sociais 
OCEANIA E 
ANTÁRTIDA 
Integração aos fluxos 
internacionais de 
reprodução do 
capital 
Desenvolvimento 
geográfico 
desigual 
ESPAÇO 
MUNDIAL 
Divisão 
internacional 
do trabalho 
Exclusão de 
espaços e 
pessoas  
Figura 1 Esquema dos conceitos-chave – Geografia Regional I. 
17© Caderno de Referência de Conteúdo
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Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os con-
teúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dis-
sertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões pode ser uma forma de você avaliar o seu 
conhecimento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você 
estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma ma-
neira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua 
prática profissional. 
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só 
a ela. Consulte, também, as bibliografias complementares.
figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte integrante dos conteúdos, ou seja, 
elas não são meramente ilustrativas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os conteúdos estudados, pois relacio-
nar aquilo que está no campo visual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
O estudo desta obra convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como pro-
cesso de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, 
práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas 
descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você obser-
va, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não 
havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade EaD, necessita de uma forma-
ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do 
tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem 
o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de 
Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de 
produções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Co-
teje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às 
videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são im-
portantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram 
significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses pro-
cedimentos serão importantes para o seu amadurecimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é parti-
cipar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborarcom seus colegas e tutores.
© Geografia Regional I 18
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este estudo, entre em contato 
com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 
3. REfERênCIAS BIBLIOGRÁfICAS 
AB’SáBER, A. N. Bases conceituais e papel do conhecimento na previsão de impactos. In: MÜLLER PLANTENBERG, C.; AB’SáBER, 
A. N. (Orgs). Previsão de impactos: o estudo de impacto ambiental no leste, oeste e sul, experiências no Brasil, na Rússia e na 
Alemanha. São Paulo: Edusp, 1998.
CORRêA, R. L. Região e organização espacial. São Paulo: ática, 2000. 
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 16. ed. São Paulo: Record, 2008.
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Regionalização do Espaço 
Mundial: Fundamentos 
Teóricos e Históricos
1. OBJEtIVOS 
• Entender os fundamentos teóricos da análise regional aplicada ao estudo do espaço 
geográfico.
• Conhecer conceitos geográficos fundamentais para subsidiar a compreensão da regio-
nalização mundial.
• Identificar as diferentes formas de regionalização do espaço mundial. 
• Compreender a construção das teorias geográficas relacionadas ao subdesenvolvimento. 
• Entender a regionalização do espaço mundial no contexto das transformações econô-
micas e políticas do século 20. 
2. COntEúDOS
• Análise regional.
• Os conceitos de região e regionalização ao longo da história do pensamento geográfico.
• Diferentes concepções de regionalização nos estudos geográficos. 
• Teorias do subdesenvolvimento.
• Desenvolvimento geográfico desigual.
• As regionalizações do espaço mundial no século 20. 
© Geografia Regional I 20
3. ORIEntAÇÕES PARA O EStUDO DA UnIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a se-
guir:
1) Antes de iniciarmos os estudos desta unidade, atente aos objetivos indicados. Você 
notará que nossa preocupação principal será oferecer informações de forte caráter 
reflexivo.
2) Tenha em mente que a diferenciação entre áreas não é resultado de fatores isolados. 
A combinação diferenciada de múltiplos e complexos processos naturais, econômicos, 
políticos e sociais é o que orienta a particularidade da organização espacial em deter-
minado momento histórico. Nesse sentido, a escala geográfica tem papel fundamen-
tal, pois a combinação desses elementos pode assumir diferentes formas, de acordo 
com a unidade de análise: local, nacional ou global.
3) É importante que você saiba que uma expressão muito utilizada quando estudamos 
os países denominados “subdesenvolvidos” é “Terceiro Mundo”. Segundo Fernandez 
(1996, p. 5), ela apareceu pela primeira vez em 14 de agosto de 1952. De acordo com 
a autora:
[...] surgiu num artigo da revista francesa L’ Observateur, intitulado, ‘Trois mondes, une planète’ (Três 
Mundos, um só planeta), escrito pelo demógrafo francês Alfred Sauvy: ‘O que é o terceiro estado? Tudo. 
O que foi ele até agora na ordem política? Nada. O que pode ele? Tornar-se alguma coisa dentro dessa 
ordem. [...] Este Terceiro Mundo, ignorado explorado, desprezado como o terceiro estado, também 
pode ser alguma coisa’. [...] Nascida assim, como um trocadilho jornalístico, lembrando as reivindica-
ções formuladas pelo terceiro estado às vésperas da Revolução francesa de 1789 a expressão foi aos 
poucos abrindo caminho.
4) Para aprofundar o seu conhecimento sobre a aplicação do termo “subdesenvolvimen-
to” na Educação Básica, faça uma consulta aos livros didáticos de Geografia escritos 
nas últimas décadas do século 20 e no início do século 21 e analise a importância e as 
mudanças na utilização do termo. 
4. IntRODUÇÃO À UnIDADE
Antes de iniciarmos nosso estudo, pense por um instante na imagem do mundo e nas 
diversas relações que se desenvolvem e interagem em seu espaço. que relações e limites terri-
toriais aparecem em sua construção mental? Como você os desenharia? 
Dedique-se por alguns minutos a esse exercício. Se possível, faça anotações ou esboce um 
desenho e reflita sobre o “seu mundo”. quem ou quais informações condicionaram seu modo 
de pensar e ver o mundo? Observe a Figura 1. Ela transmite uma ideia de mundo dinâmico que 
temos hoje, espaços interligados por fluxos e redes virtuais de informações, capital, poder, entre 
outros. A imagem foi elaborada por um funcionário do Facebook, mostrando as conexões entre 
os usuários da rede social.
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21© U1 – Regionalização do Espaço Mundial: Fundamentos Teóricos e Históricos
Figura 1 Espaço de fluxos. Representação de um planeta interligado pela dinâmica de informações sociais (Facebook – 500 milhões 
de usuários em dezembro de 2010).
Atividades simples, mas muito relevantes na ciência e na licenciatura (na verdade, em 
qualquer atividade profissional), são a autoavaliação e a autocrítica de nossas ideias, posições e 
postura diante dos problemas, sempre que estivermos na privilegiada condição de “formadores 
de opinião”. Sociólogos e antropólogos compartilham o argumento de que o indivíduo é fruto do 
ambiente em que vive, ou seja, absorvemos ao longo de nosso desenvolvimento um olhar social 
para o mundo, tendencioso à cultura que nos rodeia. Ainda mantemos a tradição grega de julgar 
como bárbaro tudo aquilo que não pertence à nossa cultura.
Somos bombardeados por princípios, costumes, culturas, ideias e informações inevita-
velmente subjugadas a um ponto de vista social, e isso obviamente se refletirá no modo que 
vemos o “nosso mundo” e na maneira que julgamos o “mundo dos outros”! No entanto, quando 
compreendemos os fatores que condicionam a nossa visão de mundo, temos a possibilidade do 
crescimento pessoal.
Provavelmente, todos que visualizam mentalmente o mapa do mundo recorrem à divisão 
entre porções de terras e águas e, sobre essa divisão, surgem localizações e limites de alguns 
países, blocos de poder, regiões econômicas, culturais ou naturais, relações mercantis e sociais. 
Mas de onde vem sua construção mental do mundo? O que se relaciona com os aspectos 
naturais, o que é histórico ou socialmente construído? 
Uma das questões-chave desta obra é a compreensão do espaço mundial. No decorrer de 
nosso estudo, lançaremos mão de uma gama de conceitos e teorias geográficas capazes de nos 
ajudar a construir e reconstruir mentalmente nosso mapa do mundo! 
Dessa forma, vale ressaltar que um dos objetivos aqui propostos é fornecer os elementos 
necessários para enriquecer nossa leitura geográfica do mundo atual, a fim de que entendamos 
um pouco de sua dinâmica, bem como avancemos na discussão de alguns conceitos geográficos 
essenciais para compreender a organização do espaço. Acreditamos que tais reflexões são es-
senciais para a construção do saber geográfico.
Para compreender o mundo, é comum dividi-lo em regiões que, embora sejam unidades 
espaciais simplistas e genéricas, são parcelas coerentes que nos ajudam a entender uma totali-
dade. 
© Geografia Regional I 22
De acordo com Roberto Lobato Corrêa (2000), um dos estudiosos dedicados à investiga-
ção do conceito de região, a Geografia tem suas raízes na busca e na compreensão da diferen-
ciação de lugares, regiões, países e continentes, resultantes das relações humanas e naturais. 
O autor destaca que se a superfície da Terra fosse homogênea e não houvesse diferença entre 
as áreas, a Geografia não teria surgido. Portanto, região é um conceito-chave que devemos ter 
bem definido antes de partir para a compreensão geográfica do espaço mundial.
A Geografia escolar tradicionalmente utiliza a regionalização em diversas escalas para es-
tudar o mundo. Portanto, é de extrema relevância que nós, professores e futuros professores, 
compreendamos as diferenças entre as inúmeras formas de regionalização, e tentemos desven-
dar um pouco de suas ideologias. 
As divisões podem se basear em critérios políticos, naturais, culturais ou econômicos. 
Além disso, as diversas regionalizações do mundo retratam as necessidades sociais de épocas 
específicas. Logo, podem tornar-se obsoletas perante novas relaçõesde poder. Ou seja, as trans-
formações socioeconômicas e o desenvolver da História tendem a condicionar novas formas e 
limites das regiões.
Por uma perspectiva mais específica, acrescentamos alguns elementos espaciais aos fatos 
históricos, como o meio físico, que justificam ações políticas e sociais e nos permitem afirmar 
que, para cada época histórica, houve distintas regionalizações do mundo, sempre prevalecen-
do aquela mais condizente com o pensamento geográfico dominante.
Dessa forma, buscaremos oferecer condições teóricas para a compreensão dos conceitos 
de região e regionalização e como eles podem ajudar a compreender o espaço mundial, quais 
são as regionalizações do mundo mais aceitas e, por fim, refletir qual seria a melhor forma de 
regionalizar o mundo atualmente.
5. fUnDAMEntOS DA AnÁLISE REGIOnAL nO DISCURSO GEOGRÁfICO
O processo de diferenciação de áreas não é um problema novo para a Geografia; ao con-
trário, ele constitui um dos pilares sobre os quais se construiu o discurso geográfico. Desde a sua 
gênese, a Geografia tem, na diferenciação regional, um dos fundamentos metodológicos para a 
compreensão do espaço geográfico.
Não foram raros os geógrafos que fizeram da diferenciação de áreas, fundamentados em 
distintas bases teóricas, objeto e método da ciência geográfica. Haesbaert (1999) reconhece 
em Vidal de La Blache, Carl Sauer e Richard Hartshorne a “paternidade” da região na Geografia. 
Nessa lista, certamente poderíamos incluir o geógrafo alemão Alfred Hettner.
Segundo Gomes (1995), Hettner foi o maior defensor de uma geografia regional, como 
síntese do trabalho geográfico. Entretanto, os conceitos de Hettner sobre a diferenciação de 
áreas adquiriram maior projeção por meio dos escritos de Hartshorne.
O livro The Nature of Geography, publicado em 1939, é um marco epistemológico para a 
Geografia, pois nele Hartshorne divulga amplamente os princípios da diferenciação de áreas, já 
utilizados por Hettner. De acordo com Gomes (1995, p. 59):
Neste livro Hartshorne tenta demonstrar que desde Kant, passando por Humboldt e Ritter, a geografia 
teria se caracterizado por ser o estudo das diferenças regionais. Este é, pois, o traço distintivo que marca 
a natureza da geografia e a ele devemos nos ater. O método regional, ou seja, o ponto de vista de pro-
curar na distribuição dos fenômenos a caracterização das unidades regionais, é a particularidade que 
identifica e diferencia a geografia das demais ciências. 
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23© U1 – Regionalização do Espaço Mundial: Fundamentos Teóricos e Históricos
Os princípios de Hartshorne, ainda que não consensuais no debate acadêmico, contribuí-
ram para a afirmação de algumas categorias de análise, tais como: a semelhança, a similaridade, 
a diferença, a identidade, o contraste e a variação, que, em seu entrelaçamento, conferiram ao 
método geográfico uma especificidade (MOREIRA, 2008).
Esses princípios orientaram grande parte dos trabalhos geográficos, especialmente as mo-
nografias regionais, alicerçadas nos métodos empiricista e descritivo. Todavia, a partir da segun-
da metade do século 20, com as mudanças na ordem internacional e no pensamento geográfico, 
período que caracterizou a própria crise da Geografia Clássica, a noção de “região” passou a 
receber críticas e novos significados. 
Uma das principais críticas referia-se à utilização da perspectiva regional-descritiva e à cen-
tralidade em fatos excepcionais, que “[...] se limitava à descrição, sem procurar estabelecer rela-
ções, análises e correlações entre os fatos” (GOMES, 1995, p. 62). Era, portanto, necessário uma 
reconceituação de “região” pela Geografia.
Nesse processo, Gomes (1995, p. 63) explica que “[...] a região passa a ser um meio e não 
mais um produto”; dessa forma, o método regional que apresentava um fim em si mesmo é 
substituído pela análise regional. 
Ainda segundo Gomes (1995, p. 63):
Nessa abordagem a região é uma classe de área, fruto de uma classificação geral que divide o espaço, 
segundo critérios ou variáveis arbitrários que possuem justificativa no julgamento de sua relevância 
para uma certa explicação. 
A partir de então, diferentes correntes teóricas utilizaram a análise regional com diversas fi-
nalidades, dentre elas, a Geografia quantitativa, aplicando métodos estatísticos para compreen-
der a funcionalidade do espaço geográfico; a Geografia Crítica, utilizando a análise regional, mas 
inserindo um novo conteúdo, no qual se entendia a diferenciação do espaço como produto da 
divisão social e territorial do trabalho, gestadas a partir das contradições do capitalismo. Além 
disso, tivemos a inserção de novos temas de estudo, tais como a questão da identidade regional 
e dos movimentos regionalistas pela Geografia Humanista. 
Em síntese, a regionalização tornou-se um processo-chave para a Geografia, apesar das 
suas diferenças históricas e da base teórica e metodológica utilizada para entender a realidade 
(DUARTE, 1980). 
Para Corrêa (2000), todos esses conceitos podem ser utilizados pelos geógrafos porque 
são meios para se conhecer a realidade, quer num aspecto espacial específico, quer numa di-
mensão totalizante.
No próximo tópico, são apresentadas diferentes noções de regionalização. Acompanhe.
6. DIfEREntES fORMAS DE REGIOnALIzAÇÃO
Segundo Duarte (1980) e Gomes (1995), os processos de regionalização podem ser classi-
ficados em: 
1) Diferenciação de áreas.
2) Classificação.
3) Instrumento de ação.
4) Processo.
5) Identificação do espaço vivido.
© Geografia Regional I 24
É importante considerar que os diferentes conceitos coexistem no tempo (e algumas vezes 
até no espaço) e também que cada uma das noções de regionalização se identificam com uma 
corrente do pensamento geográfico. Portanto, para melhor compreendê-las, é importante ter-
mos clara a evolução do pensamento geográfico.
A seguir, vejamos sobre cada uma das diferentes noções de regionalização. 
Região como diferenciação de áreas
Essa abordagem está ligada à noção tradicional de paisagem geográfica e de síntese re-
gional. Autores como Vidal de La Blache, na França, Hettner, na Alemanha, e Herberson, na 
Grã-Bretanha, produziram inúmeros estudos monográficos regionais com base na descrição (de-
nominada método regional) entre o final do século 19 e as três primeiras décadas do século 20. 
Regionalizar sob a perspectiva dessa abordagem é identificar diferentes escalas caracteri-
zadas por diferentes paisagens na superfície terrestre. Max Sorre (1957) explicita a relação entre 
regionalização e paisagem ao definir região como área ou extensão da paisagem geográfica. 
Metodologicamente, o conceito de regionalização nesta abordagem consiste em subdividir um 
espaço maior em subespaços, ou seja, regiões complexas, com alta coesão dos elementos que 
a definem.
Inicialmente, prevaleceram trabalhos que enfatizavam o conceito de região natural sob a 
perspectiva do determinismo geográfico, em que predominava a ideia de que o ambiente natu-
ral se impõe à orientação e desenvolvimento da sociedade.
Contrariando tal postura, desenvolveram-se trabalhos sob a perspectiva possibilista, se-
gundo a qual a natureza pode influenciar e moldar gêneros de vida, mas é sempre a sociedade 
– seu nível de cultura, educação e civilização – que tem a responsabilidade da escolha.
Nesse contexto, a região é definida como resultado da intervenção humana em determi-
nado ambiente, podendo identificar os traços distintivos responsáveis pela unidade regional, 
que podem ser o clima, a morfologia, ou qualquer outro elemento (GOMES, 1995). 
Duarte (1980) afirma que considerar a regionalização apenas uma diferenciação de área 
implica considerar o espaço total como a somatória das partes (ou seja, das regiões). No en-
tanto, o princípio da diferenciação de áreas não é substituído pelas posteriores concepções de 
região, ele está sempre presente, podendo ser considerado objetivo final da própria Geografia.
Região como classificação
Essa abordagem conceitualse desenvolveu com o movimento das técnicas quantitativas e 
as teorias de postura neopositivistas difundidas a partir da década de 1960. Duas características 
a definem: a analogia entre regionalização e os princípios de classificação e a utilização de mé-
todos quantitativos na metodologia operacional.
Para Grigg (1974), um dos primeiros estudiosos a sistematizar essa concepção, o propó-
sito da classificação é o de dar ordem aos objetos estudados, sistematizar informações, fazer 
generalizações indutivas, conferindo a ela uma precisão científica que não existia nos estudos 
regionais tradicionais.
Destacam-se dois conceitos para definir os meios de regionalização:
• Sintética: na qual os indivíduos semelhantes são agrupados em classes.
• Analítica: na qual a divisão das áreas é feita a partir de métodos dedutivos, em que as 
características definidas a priori vão orientar o processo. 
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25© U1 – Regionalização do Espaço Mundial: Fundamentos Teóricos e Históricos
A definição dos atributos, então, dependerá dos propósitos da regionalização. 
Dessa forma, há regiões homogêneas agrícolas, regiões funcionais urbanas, regiões admi-
nistrativas etc. A região pode ser conceituada como classe de área, o espaço é visto como uma 
totalidade, e as hierarquias regionais são consideradas escalas em que se verifica mudança na 
acurácia da classificação. Sob o ponto de vista do método de investigação, essa é uma aborda-
gem analítico-formal (DUARTE, 1980). 
Regionalização como instrumento de ação
As décadas de 1950 e 1960 foram marcadas pelas teorias econômicas de desenvolvimento 
regional e de regionalização, que se preocupavam com as desigualdades espaciais do desenvol-
vimento econômico. Nesse período, o planejamento regional destaca-se, enquanto as estraté-
gias para a política de desenvolvimento econômico e os estudos geográficos foram estimulados 
pela ideologia desenvolvimentista.
A regionalização passou a ser considerada um instrumento de ação e tornou-se um estudo 
interdisciplinar. O papel do geógrafo, então, seria fundamental, mas não exclusivo. 
O conceito de região passou a se referir a qualquer unidade espacial definida segundo 
atributos homogêneos ou funcionais selecionados e conforme o propósito da regionalização; 
porém, destaca-se como sinônimo de espaço econômico. A região funcional é a região polariza-
da. Identifica-se com a teoria dos polos de desenvolvimento e expressa relações entre áreas, por 
meio de fluxos e movimentos. 
A região homogênea encerra-se como a área na qual se identificam semelhanças essen-
ciais de algumas características ou variedade econômica, em que se podem ter tantas regiões 
quantas forem as características selecionadas. Ou seja, configura-se como econômica e centra-
da em um polo de desenvolvimento. O espaço total não é considerado uma unidade. qualquer 
espaço, independentemente de sua escala e de sua organização político-institucional, precisava 
ser dividido em subespaços ou regiões, que, por sua vez, seriam submetidos a estratégias de 
desenvolvimento.
Essa abordagem foi bastante criticada por enfatizar o pragmatismo em detrimento das 
contribuições teóricas e conceituais (DUARTE, 1980).
Regionalização como processo 
A partir da análise geográfica das desigualdades regionais do desenvolvimento econômico 
nos países do Terceiro Mundo, constatou-se que as diferenças regionais resultavam de proces-
sos sociais e econômicos que ocorriam em determinado espaço nacional e eram reflexos de 
relações ocorridas em nível internacional. Essas constatações determinaram a revisão das abor-
dagens teórico-metodológicas vigentes na temática regional (DUARTE, 1980).
Gomes (1995) afirma que a corrente geográfica denominada geografia radical ou crítica, 
desenvolvida a partir da década de 1970, argumentava que a diferenciação do espaço se deve 
à divisão territorial do trabalho e ao processo de acumulação capitalista que produz e distingue 
espacialmente possuidores de despossuídos. 
Sob este enfoque, as regiões passam a ser consideradas unidades espaciais em diferentes 
níveis de desenvolvimento ou modernização, que se relacionam entre si, dentro de uma organi-
cidade global. As relações entre as regiões que expressam o estado do processo de desenvolvi-
mento se destacam como os elementos mais importantes na regionalização.
© Geografia Regional I 26
Ao contrário das abordagens anteriores, esta privilegia mais as relações entre espaços 
regionais do que entre espaços de uma região e seu centro. As regiões apresentam funções 
específicas na funcionalidade total do espaço. A teoria sistêmica contribuiu nessa abordagem 
epistemológica. Sob o enfoque sistêmico, o conceito de região era como um subsistema, e o 
espaço total era o sistema regional. 
Essa concepção foi um avanço teórico-metodológico nos conceitos anteriores, especial-
mente por conceituar a totalidade espacial e as relações das regiões entre si e com o todo.
Mais do que um método para identificar regiões, a regionalização passa a ser conceituada 
como processo de sua formação. 
Regionalização como identificação do espaço vivido
Em meados da década de 1970, observou-se a ascensão da corrente humanista da Geo-
grafia (Geografia da Percepção), que buscou revalorizar a dimensão regional por meio de alguns 
elementos como consciência regional, sentimento de pertencimento, mentalidades regionais. 
Os defensores desse pensamento retomaram a dimensão regional como espaço vivido. Nesse 
sentido, a região existe como um quadro de referência na consciência das sociedades e estabe-
lece um código social comum que tem uma base territorial bem definida.
Dessa forma, a regionalização e a análise regional a partir de critérios externos ao cotidia-
no e cultura da sociedade são descartadas, e considera-se que, para compreender a região, é 
preciso vivenciá-la. Portanto, a regionalização deve se basear em descrições detalhadas, obtidas 
mediante um contato direto e prolongado com a realidade (GOMES, 1995).
De acordo com Fremont (apud GOMES, 1995, p. 69-70):
A região é concebida como uma realidade auto evidente, fisicamente construída, seus limites são, pois, 
permanentes e definem um quadro de referência fixo percebido muito mais pelo sentimento, de iden-
tidade e de pertencimento, do que pela lógica.
Trata-se de uma dimensão espacial das especificidades sociais em uma totalidade espaço-
social (GOMES, 1995).
Haesbaert e Porto-Gonçalves (2006) afirmam que a regionalização pode ser concebida 
como um recorte espacial coerente dentro de determinados princípios ou características, ou 
como um espaço determinado por processos sociais específicos, especialmente os regionalis-
mos (políticos) e as identidades culturais (regionais). 
Com base nessa afirmação, se você retomar a leitura das concepções de regionalização, 
perceberá que há um grupo que se caracteriza pela concepção de regionalização enquanto dis-
tinção de áreas, classificação ou instrumento de ação. No outro grupo estão as concepções de 
regionalização enquanto processo e identificação do espaço vivido. Em resumo, no primeiro 
grupo, prevalece o princípio de regionalizar para compreender e, no segundo, o princípio de 
compreender para regionalizar.
7. REgionAlizAçõEs gloBAis E oRigEM DA Divisão noRTE-sul
Agora que já vimos um pouco sobre os conceitos região e regionalização, buscaremos 
compreender as principais propostas de regionalizações do planeta.
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27© U1 – Regionalização do Espaço Mundial: Fundamentos Teóricos e Históricos
Continentes fisiográficos
A regionalização mais conhecida é a separação do mundo em continentes, que se baseia 
em critérios naturais e foi feita a partir da distinção entre porções de água e terra. A definição 
dos limites dessa regionalização tem por critério os processos geológicos de milhões de anos, 
que configuraram os conhecidos continentes fisiográficos: América, Eurásia, áfrica e Oceania. 
Como sabemos, há centenas de milhões de anos,todos os continentes formavam um só 
bloco, denominado Pangeia (do grego pan = toda e geo = terra). Com o movimento das placas 
tectônicas, a Pangeia dividiu-se em duas partes: Gondwana e Laurásia. Posteriormente, essas 
partes foram fragmentadas até atingir a distribuição atual.
É sob a perspectiva da Geografia Tradicional (positivista), carregada, ora de um empiris-
mo mais descritivo, ora de uma lógica determinística pautada na sobrevalorização do ambiente 
físico e natural, que a regionalização por continentes foi enfatizada (HAERBAERT; PORTO-GON-
ÇALVES, 2006).
Nessa proposta de regionalização, a estabilidade dos limites é uma das principais carac-
terísticas, uma vez que suas alterações não são imperceptíveis dentro da vivência de tempo do 
homem. Mas, como para toda regra há exceção, o homem, na tentativa de superar os limites 
impostos pela natureza, buscou também alterar os limites dos continentes, na maioria das ve-
zes, com fins econômicos.
Nesse contexto, destaca-se a construção do Canal de Suez, em 1869, interligando o Medi-
terrâneo ao Mar Vermelho e ao Oceano Índico. Isso representou, nas palavras de Magnoli (1997, 
p. 10): “[...] a capacidade humana de refazer o desenho dos continentes e das rotas marítimas”. 
Podemos citar, também, o Canal do Panamá (Figura 2), inaugurado em 1914, que liga o 
Oceano Pacífico ao Atlântico, e a recente construção de ilhas artificiais em Dubai (Figura 3), nos 
Emirados árabes Unidos, que atrai turistas do mundo todo.
Figura 2 Dubai. Figura 3 Canal do Panamá.
Esta regionalização, como já dissemos, é a que estrutura este estudo. Nesse sentido, é ne-
cessário apontar que, apesar de reconhecermos seus limites e os ranços positivistas ainda pre-
© Geografia Regional I 28
sentes nesta forma de regionalização, que inclusive perpassam para os livros didáticos distribuí-
dos para a Educação Básica em todo o país, a proposta não é se ater à descrição dos elementos 
físicos, econômicos e populacionais de cada área, mas, utilizando-se deles, analisá-los em uma 
perspectiva crítica, objetivando entender o espaço geográfico enquanto totalidade. 
Nesse sentido, o conceito de "espaço total" formulado pelo professor Ab'Sáber mostra-
nos a importância de entender que a estrutura espacial é feita por ações humanas sobre um es-
paço herdado da natureza. Esse conceito, apresentado pelo geógrafo em 1998, é definido como: 
[...] o arranjo e o perfil adquiridos por uma determinada área em função da organização que lhe foi 
imposta ao longo dos tempos. Neste sentido pressupõe um entendimento – na conjuntura do presen-
te – de todas as implantações cumulativas realizadas por ações, construções e atividades antrópicas 
(AB'SáBER, 1998, p. 30).
Assim, se os limites naturais do globo terrestre não são suficientes para compreender o 
espaço mundial, eles também não devem ser ignorados. Da mesma forma, são importantes as 
faixas climáticas, os biomas, os solos, o relevo, a hidrografia e outros elementos e características 
do meio físico e natural. 
O que podemos concluir com a avaliação do conceito de espaço total é que, para ser com-
preendido em sua totalidade, o espaço mundial deve ser analisado mediante uma visão integra-
da desses elementos (atributos físicos e naturais) e sua interação com os elementos antrópicos.
Regionalizações políticas e econômicas
Ainda com relação ao conceito de espaço total, vamos enfatizar os aspectos relacionados 
ao que Christofoletti (1999) denomina “ações, construções e atividades antrópicas”, ou seja, a 
atuação humana sobre o meio natural.
Nessa perspectiva, para compreender o espaço mundial, a cultura, a política e a economia 
são elementos indispensáveis, uma vez que, ao mesmo tempo em que determinam as formas 
da relação sociedade e natureza, são construções decorrentes dessa relação. Considerando o 
espaço mundial, enfatizaremos a perspectiva política e econômica, aspectos inseparáveis de 
uma única realidade, responsáveis por sua configuração em diferentes tempos históricos.
É importante, então, compreender a divisão do mundo em Estados-Nações, uma invenção 
histórica europeia generalizada para o mundo devido ao colonialismo e ao imperialismo. Sua 
origem foi na Europa renascentista, quando as monarquias absolutas empreenderam a centra-
lização do poder político, destruindo os particularismos feudais. As terras do reino, submetidas 
aos poderes locais, passaram ao domínio dos monarcas, as fronteiras políticas tornaram-se mais 
precisas, as sedes dos poderes fixaram-se em capitais permanentes. Inventou-se, assim, a “so-
berania”, que pode ser definida como o “[...] exercício do poder político sobre um espaço geo-
gráfico delimitado por fronteiras” (MAGNOLI, 1997, p. 39-40).
A estreita relação entre o surgimento do Estado-Nação e o desenvolvimento do conceito 
de região é também destacada por Gomes (1995). Para ele, tal conceito tem implicações funda-
doras no campo das discussões políticas, da dinâmica do Estado, da organização da cultura e do 
estatuto da diversidade espacial.
Além disso, considera que o debate sobre a região (ou seus correlatos como nação) possui 
um componente espacial, ou seja, o viés na discussão desses temas, da política, da cultura e das 
atividades econômicas está relacionado especificamente às projeções no espaço das noções de 
autonomia, soberania, direitos etc. 
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Gomes (1995) fala de nação como correlato de região, o que significa que os limites das 
nações são, em origem, limites regionais. Tão marcante foi essa relação que, em qualquer re-
gionalização do mundo, o Estado-Nação é um dos principais pontos de partida (HAESBAERT; 
PORTO-GONÇALVES, 2006). 
A regionalização do espaço mundial pela perspectiva política e econômica normalmente 
está vinculada: à ordem internacional; ao equilíbrio instável dos países e grupos; à disputa (ou 
cooperação) entre as grandes potências mundiais características de um certo período histórico.
Para compreender a oscilação na ordem internacional, retomemos o século 20: a Inglater-
ra, grande potência mundial na ordem monopolar da segunda metade do século 18, viveu seu 
declínio no fim do século 19, o que fez com que se multiplicassem os embates pela hegemonia 
mundial.
A partir de então, vigorou uma ordem mundial multipolar, ou seja, com base em vários 
polos ou centros de poder que disputavam a hegemonia internacional. Foi um período marcado 
por acirradas disputas territoriais, mercados e recursos na áfrica, ásia e Europa, propiciando um 
clima pré-guerra. 
Nesse período, inúmeros pensadores dedicaram-se a tarefa de compreender o equilíbrio 
das forças no espaço mundial e as condições que levariam determinado Estado-Nação à situa-
ção de grande potência. Segundo esses estudiosos, o fundamental para a época era a quantida-
de de recursos – mercados, povos (mão de obra e soldados), solos agriculturáveis, minérios. A 
expansão territorial e o controle dos espaços configuravam-se, portanto, como formas capazes 
de fortalecer e tornar hegemônico um Estado (VESENTINI, 2005).
A Figura 4 traz um mapa que representa a ordem internacional no fim desse período, que 
terminou com a Segunda Guerra Mundial. Ele retrata as conquistas territoriais das potências 
mundiais do mundo multipolar, ou seja, indica a distribuição territorial do domínio europeu, 
materializado em suas colônias.
Figura 4 Mundo multipolar – 1945. 
No fim da Grande Guerra, as potências europeias estavam arrasadas e, consequentemen-
te, seus impérios na ásia e na áfrica. O Japão, igualmente arrasado, perdeu as áreas que havia 
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conquistado no Extremo Oriente. Duas novas potências mundiais – Estados Unidos e União So-
viética – destacaram-se no cenário mundial e dividiram o mundo entre si. Foi a época da bipo-
laridade, que durou cerca de 45 anos (desde o fim da Segunda Guerra até meados de 1991). O 
período foi marcado pela disputa entre

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