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EACH – USP Biomas Brasileiros Biomas: padrões climáticos e vegetação Zonas Climáticas • 7 Faixas Climáticas - Meteorologistas – (A) - Zona chuvosa equatorial – (B) - Zona com chuvas estivais nas margens dos trópicos – (C) - Regiões secas subtropicais – (D) - Regiões subtropicais com chuvas invernais – (E) - Zona Temperada com chuvas no curso do ano – (F) - Zona sub-polar – (G) - Zona polar Walter (1986) Tropical Equatorial Tropical Temperada Sub-polar Polar Temperada Polar Sub-polar Zonas Climáticas Zonobiomas de Heinrich Walter • Zonobiomas: regiões terrestres onde o clima é o principal fator que define a ocorrência do tipo de biomas; - São nove zonobiomas: sub-divisão da zona temperada e união das zonas sub-polar e polar na zona ártica; baseado em um sistema especial de diagramas ecológicos climáticos baseados em Walter & Lieth (1960); - Definiu por clima “úmido” o com chuvas abundantes, e clima “árido” o seco, pobre em chuvas. O emprego simultâneo significa que o verão é úmido e o inverno árido ou seco. Zonobiomas = temperatura e precipitação CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE Köeppen X VARIABILIDADE NOS ZONOBIOMAS X VEGETAÇÃO Tipo zonal de solos ZB Tipo Zonal de Solo* Vegetação Zonal I Argilas Marrons equatoriais (solos ferralíticos, latossolos) Floresta Pluvial Tropical Sempre Verde II Argilas vermelhas ou terras vermelhas (solos de savana) Florestas Decíduas tropicais ou savanas III Sierozens (solos desérticos) Vegetação subtropical de desertos IV Terras marrons mediterrâneas Plantas lenhosas esclerófilas V Solos podzólicos amarelos ou vermelhos Florestas sempre verdes temperadas VI Terras marrons de floresta e solos cinza de floresta Florestas nemorais latifofiliadas- decíduas VII Chernozens a sierozens Estepe a deserto com invernos frios VIII Podzol (terra com húmus bruto) Floresta de coníferas boreais (taiga) IX Solos humíferos de tundra com solifluxão Vegetação de tundra * Sistema americano de classificação de solos Pedobiomas – Litobiomas: sobre solos pedregosos – Psamobiomas: sobre solos arenosos – Halobiomas: em solos salinos – Helobiomas: em solos pantanosos – Hidrobiomas: solos cobertos por água – Peinobiomas: solos com carência de nutrientes . Inseridos nos Zonobiomas, constituem áreas de exceção com tipos extremos de solos e vegetação azonal, ou seja, ambientes associados a um certo tipo de solo. . As espécies nos pedobiomas, em um envelope climático similar ao do zonobioma em questão, apresentam distintas estratégias ecológicas para ocorrer nesses ambientes, sejam morfológicas, fenológicas ou fisiológicas Campos rupestres Campos de altitude Restingas Mangues Orobiomas • A presença de montanhas ou cadeias montanhosas promovem mudanças climáticas verticais dentro dos zonobiomas • Montanhas diferem climaticamente da zona em que estão inseridas o que pode promover mudanças vegetacionais • Uma sub-divisão na vegetação com uma sequência típica de faixas altitudinais pode ser reconhecida, mas diferenças consideráveis pode ser reconhecidas dependendo da zona climática • Dependendo da extensão e orientação geográfica da cadeia de montanhas essas podem ocorrer em mais de um tipo de zonobomia O Cenário Físico (3) logo deve haver um processo de transferência de calor (convecção) entre baixas e altas latitudes; (1) O Globo Terrestre apresenta uma gradiente latitudinal de temperatura (2) Não há evidência que as regiões polares estejam constantemente se resfriando em relação às regiões equatoriais; Configuração do Globo Terrestre • Inclinação do eixo terrestre • Movimento de rotação • Padrões de circulação atmosférica • Padrões de circulação marinha • Características geográficas: influência dos oceanos, configuração dos continentes, ocorrência de cadeias montanhosas Interferem nos padrões climáticos e na ocorrência de estações climáticas ao longo do ano Por conseguinte na distribuição dos biomas e dos tipos de vegetação Clima – é o principal fator que determina que tipo de bioma irá se desenvolver em uma região – macro-clima; – biomas fortemente determinados pelo clima, especialmente temperatura, pluviosidade e sazonalidade; – Climas similares em diferentes partes do mundo contêm biomas semelhantes, embora seus detalhes difiram; – * também interfere na formação de diferentes tipos de solos que também influenciam na distribuição dos biomas. Clima interferem tanto na distribuição das espécies vegetais como nas características das formas de vida das plantas entre regiões no globo Precipitação Anual Temperatura Média Anual Clima e Tempo Tempo: condições climáticas imediatas ou de curta duração; Clima: distribuição estatística de longa duração do tempo em uma determinada área; . condições climáticas mensais de um período de 30 anos: normal climática o valor médio correspondente a um número de anos suficiente para se poder admitir que ele representa o valor predominante daquele elemento no local considerado. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) fixou para este fim 30 anos começando no primeiro ano de cada década (1901-30, ..., 1931-1960, 1941- 1970, ..., 1961-1990, 1971-2000). Clima • Provém do vocábulo grego que designava uma zona da Terra limitada por duas latitudes e era associada à inclinação dos raios solares e, por extensão, às características meteorológicas predominantes. • Síntese do tempo e a nossa expectativa sobre as condições meteorológicas. E este é, em essência, o conceito que convém preservar. • Cientificamente há que definir os atributos da definição em termos quantitativos, sendo que no clima os fenômenos interessam pela sua duração ou persistência, pela sua repetição e são caracterizados por valores médios, variâncias, probabilidades de ocorrência de valores extremos dos parâmetros climáticos. Embora o tempo (condições climáticas diárias) tenha efeitos profundos sobre a função, o crescimento e a sobrevivência das plantas e dos animais, é o clima que determina o tipo geral de vegetação de uma área e influencia os padrões de diversidade em larga escala. Indivíduos não sentem o clima (médias) mas as condições climáticas diárias (tempo), apesar de estarem adaptados às condições climáticas médias Como os padrões climáticos são gerados? Globo Terrestre 2 FONTES DE ENERGIA CALOR ARMAZENADO NO CENTRO DA TERRA gradual, mas constantemente dissipada pelo manto, crosta e espaço ENERGIA SOLAR RADIANTE aquecimento da crosta terrestre e utilizada para a produção vegetal primária Temperatura Calor: é uma medida da energia cinética total; Temperatura: é uma medida da energia cinética média daquelas moléculas; Transferência de calor: de objetos com maior temperatura para objetos de menor temperatura Condução: transferência direta entre partículas; * Convecção: propagação entre fluídos em decorrência de diferenças na densidade entre as partes; Radiação: propagação de calor através de raios infravermelhos Temperatura Latência: retardo nos efeitos do aquecimento e resfriamento dos diferente materiais, pela lenta emitância de energia calorífica ao longo do tempo na forma de radiação de ondas longas devido ao armazenamento de energia na atmosfera, no solo e no oceano. - diferenças no calor específico (capacidade de reter calor) entre esses materiais (quantidade de energia calorífica para aquecer 1 grama em 1°C) Água >Terra > Ar (ar aquece mais prontamente) Energia solar e regimes de Temperatura Terra: inclinação em seu eixo de 23,5º em relação ao Sol Transferência de calor: condução, convecção e radiação; O ângulo de incidência de energia solar em relação à superfície daTerra afeta a quantidade de calor absorvido (Energia radiante: ângulo de incidência + condições atimosféricas) 1) Maior quantidade de energia é dirigida para a menor área de superfície; 2) Superfície terrestre não é aquecida uniformemente e provoca modificações na distribuição da temperatura, das chuvas, e dos ventos Equinócios:o eixo da Terra está alinhado com o plano sobre o qual ela gira em torno do sol. As estações são criadas por diferenças no ângulo de incidência ao longo da progressão anual da Terra (translação) em torno do Sol. Solstícios: Hemisfério Norte e Sul inclinados em direção ao sol ou para longe dele. Radiação solar total média recebida pela superfície da Terra em diferentes latitudes no Hemisfério Norte Regiões equatoriais: entradas de energia solar constantes durante todo ano Efeito de resfriamento – Ascensão de camadas de ar Propriedades térmicas do ar Pressão do ar decresce com o aumento de altitude; e expande em resposta à redução da pressão: resfriamento adiabático; As moléculas de água na atmosfera são bastante efetivas na absorção de radiação de ondas longas e tem alto calor específico O ar quente tem maior capacidade de retenção de água do que o ar frio Taxa de lapso adiabático = resfriamento 5,4 °C/1.000 m = ar saturado de água 9,8 °C/1.000 m = ar seco CÉDULAS DE HADLEY E OCORRÊNCIA DE FLORESTAS TROPICAIS – CIRCULAÇÃO GLOBAL Padrões eólicos e de precipitação Aquecimento das massas de ar no Equador permite uma alta captação de umidade da superfície da Terra, pela transpiração das plantas (vegetação) e pela evaporação da água no solo e também dos oceanos; Essas massas de ar mais leves (menos densas) são ascendentes e estabelecem na atmosfera uma gigantesca esteira transportadora de umidade e energia, (transporte de água e calor); caracterizando uma zona de baixa pressão atmosférica Células (Cela) de Hadley = unidade de circulação atmosférica termicamente induzida que se estende do Equador até cerca de 30° de latitude norte e sul, onde se forma uma grande quantidade de nuvens Células de Hadley: movem o ar, calor e umidade, para cima e para baixo na atmosfera e ao redor da superfície daTerra. Quente Ascensão Frio Ar – Equador – Ascensão/Condensação Mais Denso (expansão) (perda de energia) Menor Pressão (menos atmosfera) Menos Denso (ascensão) (mais leve) Maior Pressão Menos Água (condensação) (nuvens) (saturação) (chuva) Mais Água Ar D en si da de At m os fe ra Re te nç ão d e Á gu a Circulação atmosférica e padrões de precipitação Célula de Haddley Célula de Ferrel Célula de Haddley Célula de Ferrel Célula Polar Célula Polar Células de Haddley: não movem apenas o ar, mas também calor e umidade para cima e para baixo no Globo Terrestre Células de Ferrel: ocorrem nas regiões temperadas entre 30 °a 60 ° de latitude Células Polares: a cerca de 60 ° de latitude sobre as regiões árticas e antárticas Padrões eólicos As superfícies eólicas não sopram exatamente em uma direção Norte- Sul: direção a leste ou oeste Os sistemas de circulação estão intimamente relacionados com a rotação daTerra e sua velocidade diferencial entre o equador e os polos; Efeito de Coriolis - Força de Coriolis força tudo o que se desloca pela atmosfera do planeta a fazer uma curva para o Oeste -ar desvia para a direita: Hemisfério Norte; -ar desvia para a esquerda: Hemisfério Sul. Célula de Haddley e Vegetação Superfície da Terra Equador 30 ° N Solo aquece o ar Ar quente ascende e é resfriado por expansão Ar aquecido flui em direção aos Polos Ar radia calor para o espaço e solo Ar frio cai e é aquecido por compressão Ar frio flui para o Equador Florestas Desertos Padrões eólicos Ventos alísios: ventos que se aproximam ao equador sofrem desvio para o oeste; trazem muito umidade Alísios de nordeste: Hemisfério Norte Alísios de sudeste: Hemisfério Sul Contra-alíseos – do Equador para os Trópicos: ventos secos Ventos do oeste: são ventos prevalecentes nas latitudes médias (entre as latitudes 30º e 60º) que sopram de áreas de alta pressão em zonas subtropicais para os pólos e são defletidos para leste; têm um papel importante em carregar águas e ventos quentes e equatoriais para as costas oestes dos continentes, especialmente no Hemisfério sul, onde há mais oceanos do que terras emersas. Correntes de jato: ocorrendo nos níveis superiores da troposfera entre as células de Ferrel e Polares. Existem dois tipos de Jet stream: o jato subtropical, com altitude mais elevada por ser encontrado entre as latitudes de 20° e 30°; e o jato polar, de menor altitude por ser localizado geralmente entre a região circumpolar e as latitudes médias (40°-70°). A convergência intertropical e o cinturão subtropical de alta pressão • Convergência intertropical: região dentro da qual as correntes superficiais de ar dos sub-trópicos norte e sul se encontram próximo ao Equador. ZCIT: Zona de Convergência Intertropical Padrões eólicos e Correntes Marinhas Movimento de massas de ar: principal fator determinante de correntes oceânicas de superfície; Também participam na transferência de calor entre as regiões equatoriais e polares, devido ao alto calor específico da água, mais eficiente dos que o ar; São formadas correntes com temperatura, salinidade e concentrações de nutrientes próprias, que se movem pelo meio das águas circundantes; Influência predominante sobre os regimes locais de temperatura e umidade na costa dos continentes dependendo da sua temperatura (quente ou fria!) Padrões eólicos e Correntes Marinhas Vórtices: enormes ciclos de água formados pelo bloqueio dos continentes, que se movem no sentido horário no Hemisfério Norte e no sentido anti- horário no Hemisfério Sul; suas correntes levam energia calorífica por onde passam e para locais distantes; Ex: Correntes aquecidas em baixas latitudes transferem calor para as altas latitudes, como as Correntes do Brasil e Golfo no Atlântico Circulação Termo-Halina Há outros tipos de enormes correntes tridimensionais no mundo, que movem água nutrientes e calor mais lentamente a grandes distâncias CTH: circulação oceânica guiada por diferenças na densidade de água e move água tanto ao longo da superfície dos oceanos quanto entre a superfície e as profundezas oceânicas. Padrões de temperatura e precipitação em escalas regionais Altitude X Efeito Adiabático Padrões de Precipitação Efeito determinante principal sobre o tipo e a quantidade de vegetação ao longo de gradientes longitudinais e altitudinais; Níveis de umidade são ecologicamente importantes. Ex.: Neblina Ocorre em várias escalas de tempo Variações sazonais e anuais Padrões de Precipitação e Vegetação Padrões de precipitação em escalas locais e continentais: -distribuição das cordilheiras; -proximidade de grandes corpos d’água. Ex.: Sombras de chuvaCorrentes marinhas quentes X Correntes marinhas frias Efeito das correntes marinhas Costas banhadas por correntes frias < precipitação Costas banhadas por correntes quentes > precipitação Distribuição: Corresponde a um dos 6 “biomas” brasileiros e está delimitada pelos biomas do Cerrado (centro-oeste), Caatinga (nordeste) e Campos Sulinos (Pampas -sul) . Ocorre desde o estado de Rio do Grande do Norte até o estado do Rio Grande do Sul, desenvolvendo-se ao longo da Costa Atlântica e se interiozando para áreas em que a precipitação média anual ainda permite a ocorrência de formações florestais; . Sua distribuição também abrange áreas ao norte da Argentina e leste do Paraguai. Gradientes ambientais A riqueza de formações vegetais e de espécies na FA estão associados ao gradientes: • Latitudinal – amplitude de 27 graus, desde 3oS aos 32oS; • Longitudinal – variação que abrange aproximadamente 17o – distância do oceano e aumento da sazonalidade • Altitudinal – desde o nível do mar até 2.890 metros no Complexo da Serra da Mantiqueira - temperatura • Esses fatores geográficos permitem mudanças nas precipitação, duração da estação seca e temperaturas diárias que definem diferentes tipos de clima: Af, Cwa, Cwb, Cfb Limites da Floresta Atlântica Lei da Mata Atlântica x Discussão Científica Lei Nº. 11.248, de 22 de dezembro de 2006. Art. 2º. Para efeitosdesta Lei, consideram-se integrantes do Bioma Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas associados , com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, conforme regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucária; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste. CAMPOS DE ALTITUDE FLORESTAS ESTACIONAIS FLORESTAS MISTAS FLORESTAS OMBRÓFILAS define para fins jurídicos o conceito do Bioma Mata Atlântica Variação na precipitação no SE do Brasil Distância do Oceano x Relevo x Altitude x Lapso Adiabático Kurt Hueck (1972) Gradiente de substituição de espécies e de formações florestais atlânticas As características geomorfológicas e climáticas da região entre Guarapari (ES) e Cabo Frio (RJ), onde a floresta é substituída por uma vegetação xerófila, são os determinantes da única natural interrupção da longa faixa de floresta tropical, que tem largura variável e compreende muitas fisionomias das florestas que têm em comum a origem e evolução (Bigarella 1973 apud Joly et al. 1999) ZONA DE RESSURGÊNCIA DE CABO FRIO Referências Bibliográficas • Gurevitch, J., Scheiner, S. M. & Fox, G. A. 2009. Ecologia Vegetal . 2 ed. Porto Alegre: Artmed. • Hueck, K. 1972. As Florestas da América do Sul. Brasília: Editora da Universidade de Brasília. 466p. • Lomolino, M. V., Riddle, B. R. & Brown, J. H. 2006. Biogeography. 3 ed. Sunderland: Sinauer Associates, Inc. • Walter, H. 1986. Vegetação e zonas climáticas: tratado de ecologia global. São Paulo: EPU. • http://www.lce.esalq.usp.br/aulas/lce306 • http://ecologia.ib.usp.br/bie214/pdf/Bioma%20Costeir o_2009.pdf
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