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REVISÃO PMSUS 3° SEMESTRE Maria Eduarda Andrade - 3° Semestre Oficina 2 - A PANDEMIA DA COVID-19 E AS VACINAS NO BRASIL E NO MUNDO. 1.Compreender o contexto nacional e internacional da pandemia da COVID-19. Fonte: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia No início do surto de COVID-19, não existiam conhecimentos sobre a natureza do patógeno, taxa de disseminação e progressão clínica da doença. A estratégia de lockdown, caracterizada por restrições intensas da população em geral, era a solução disponível para evitar a disseminação do vírus. Este método foi aplicado por diversos países e se mostrou determinante, porém causou consequências que ainda nem são totalmente conhecidas, tornando difícil planejar uma estratégia de retorno e recuperação pós lockdown. A velocidade e a extensão da disseminação da COVID-19 que levou ao status de pandemia desafiou muitos sistemas de saúde; alguns países, ainda em 2021, estavam enfrentando uma crise sanitária. ATUALMENTE No cenário mundial, segundo a Opas – Organização Pan-Americana e a OMS – Organização Mundial da Saúde, têm-se caído a média de contágio, contudo, os números ainda são altos, exigindo cuidados da população. Vale ressaltar que, com o avanço da pandemia e o surgimento de novas mutações, mutações essas com maior índice de contaminação e maior letalidade, tivemos nesse bimestre de 2022 um aumento significativo, contudo, devido à grande imunização em massa, o número de internações e de óbitos pela Covid-19 foi muito mais baixo em relação ao ano de 2021. Uma queda pequena, mas que é importante, porque impacta no número de hospitalizações por síndromes respiratórias e a necessidade de leitos de UTI. A variante Ômicron domina completamente o cenário epidemiológico da covid-19 no Brasil e no Mundo. É caracterizada como Variante de Preocupação (VOC) pela OMS. Até o momento, já foi relatada em mais de 160 países, inclusive no Brasil, que teve seus primeiros casos confirmados em primeiro de dezembro de 2021. A Ômicron foi a variante mais identificada. – O cenário da pandemia da COVID-19, tanto nacional quanto internacionalmente, tem mostrado evoluções significativas ao longo do tempo. Recentemente, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da COVID-19 como uma emergência de saúde pública de importância internacional. Esta declaração marca um ponto de virada na percepção global da pandemia, enfatizando, porém, que o vírus permanecerá presente e continuará a representar uma ameaça global. Apesar do fim da emergência, a COVID-19 ainda é responsável por mortes e está sujeita a mutações, com riscos de novas variantes que podem provocar novos aumentos nos casos e mortes A nível global, temos observado uma tendência de queda da pandemia há mais de um ano, impulsionada pelo aumento da imunidade devido às vacinas eficazes desenvolvidas e pela diminuição das taxas de infecção e morte. Isso permitiu que muitos países retornassem a uma vida mais próxima do que era antes da COVID-19. No entanto, a pandemia também expôs e exacerbou falhas políticas e sociais, erodindo a confiança entre pessoas, governos e instituições, e foi marcada por um grande volume de informações erradas e desinformação Dados atualizados diariamente sobre a pandemia estão disponíveis através de várias plataformas, incluindo o Our World in Data, que oferece informações abrangentes sobre casos confirmados, mortes, vacinação, testes, e respostas políticas dos governos ao redor do mundo No contexto nacional, o Brasil tem enfrentado seus próprios desafios com a vacinação e a gestão da pandemia. Houve esforços significativos para ampliar a campanha de vacinação, apesar das dificuldades em receber as vacinas contratadas dentro do prazo. Esses esforços são essenciais para sustentar a tendência de queda nos óbitos e controlar a disseminação do vírus O momento atual requer uma reflexão profunda sobre como a experiência da COVID-19 pode nos ensinar a responder melhor a futuras pandemias. Isso inclui aprender com os erros cometidos, como a falta de coordenação, equidade e solidariedade, para garantir que as ferramentas e tecnologias disponíveis sejam utilizadas da melhor maneira possível no combate a futuros vírus 2. Debater o cenário epidemiológico da vacinação ( atual e na pandemia do COVID -19 ) O cenário epidemiológico atual da vacinação contra a COVID-19 no Brasil mostra uma tendência de queda nos óbitos, embora essa tendência ainda seja pequena. O Ministro da Saúde destacou a importância de manter medidas não farmacológicas, como uso de máscaras e distanciamento social, para sustentar esse cenário enquanto a campanha de vacinação continua sendo ampliada. A dificuldade em receber as doses de vacinas contratadas, devido a atrasos nas entregas por parte das indústrias farmacêuticas, foi mencionada como um desafio, apesar dos esforços para ultrapassar a meta de vacinar mais de 1 milhão de brasileiros ao dia A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) parabenizou o Brasil pelos esforços em imunizar a população contra a COVID-19, apontando uma recente desaceleração no ritmo de contágio. Essa queda nos números, ainda que pequena, é significativa para reduzir as hospitalizações por síndromes respiratórias e a necessidade de leitos de UTI. A representante da Opas enfatizou a importância do apoio da população às medidas de prevenção para que essa queda se torne ainda maior nas próximas semanas Essas informações refletem a importância contínua das campanhas de vacinação e das medidas de prevenção na luta contra a COVID-19, mesmo diante dos desafios enfrentados para garantir a distribuição das vacinas. A colaboração da população é fundamental para manter a tendência de queda nos casos e óbitos relacionados à doença. 3. Entender a importância do papel dos órgãos regulamentadores da vacina (ANVISA - APROVAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS). Os órgãos reguladores de vacinas, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil, desempenham um papel crucial na garantia da segurança, eficácia e qualidade dos imunobiológicos disponibilizados para a população. A aprovação de vacinas e outros produtos biológicos é um processo complexo e rigoroso, projetado para proteger a saúde pública. A importância desses órgãos reguladores pode ser destacada em várias áreas chave: Avaliação Científica Rigorosa A ANVISA realiza uma avaliação científica rigorosa de todas as evidências disponíveis sobre as vacinas antes de sua aprovação. Isso inclui dados de ensaios clínicos, que são analisados para determinar a eficácia e segurança da vacina em diferentes populações. A agência avalia a capacidade da vacina de prevenir a doença, os possíveis efeitos colaterais, e se os benefícios superam os riscos. Controle de Qualidade Além de garantir a segurança e eficácia, os órgãos reguladores também monitoram a qualidade dos imunobiológicos. Isso envolve a inspeção das instalações de produção para garantir que elas atendam aos padrões de boas práticas de fabricação (BPF). A qualidade dos insumos usados na fabricação da vacina, os processos de produção e o armazenamento e transporte também são rigorosamente avaliados para garantir que a vacina mantenha sua eficácia até o momento da aplicação. Monitoramento Pós-Comercialização Após a aprovação de uma vacina, os órgãos reguladores continuam monitorando sua segurança e eficácia através de sistemas de vigilância pós-comercialização. Isso inclui o monitoramento de eventos adversos reportados pelos profissionais de saúde e pelo público. Essa vigilância ajuda a identificar e avaliar rapidamente quaisquer preocupações de segurança que possam surgir após a vacina ser utilizada em larga escala. Transparência e Confiança A atuação dos órgãos reguladores na avaliação e aprovação de vacinas é fundamental para manter a transparência do processo e a confiança do público. Ao fornecer informações detalhadas sobre a base de evidências para a aprovação de vacinas e os sistemas de monitoramento pós-comercialização, a ANVISA ajuda a construir a confiançana segurança e eficácia das vacinas. Resposta Rápida a Emergências de Saúde Pública Em situações de emergência de saúde pública, como a pandemia de COVID-19, os órgãos reguladores podem emitir autorizações de uso emergencial para vacinas e outros medicamentos. Isso permite uma resposta mais rápida à crise, ao mesmo tempo em que garante que os produtos sejam seguros e eficazes. A capacidade de agir rapidamente, baseando-se em uma avaliação rigorosa das evidências disponíveis, é essencial para controlar surtos e salvar vidas. Conclusão Os órgãos reguladores, como a ANVISA, são fundamentais para o sistema de saúde, garantindo que apenas vacinas e imunobiológicos seguros, eficazes e de alta qualidade sejam disponibilizados ao público. Eles protegem a saúde pública através de um processo de revisão baseado em evidências, controle de qualidade rigoroso, monitoramento contínuo após a comercialização e a manutenção da confiança pública nas vacinas. 4. Discutir as diferenças do uso emergencial e definitivo da vacina. Uso emergencial Para que uma vacina ou remédio seja utilizado no Brasil e em praticamente todo o mundo, deve antes receber a chancela de uma agência reguladora. O registro é um processo complexo, que esmiúça detalhes As vacinas podem receber autorização para uso emergencial quando o benefício que a vacina traz é maior que os riscos. Essa autorização de uso é fornecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com esse tipo de autorização, as vacinas chegam à população de forma mais rápida, pois elas podem ser usadas antes que saia o registro definitivo da vacina. No uso emergencial, a vacina é permitida apenas para os grupos aprovados pela Anvisa e o Ministério da Saúde. Os grupos são definidos pelas condições de saúde e pela faixa-etária (idade). Para que a vacina receba a autorização de uso emergencial, ela precisa ter toda a documentação aprovada pela Anvisa e ter passado pelos três estágios dos ensaios clínicos (testes com humanos). Fonte: Ministério da Saúde O uso emergencial é destinado a uma população restrita de pessoas a serem vacinadas. Por quê? Porque os estudos dessa vacina estão numa fase realmente avançada, numa fase final, mas ainda não estão concluídos. Nessas fases finais, bem perto de acabar, nós já temos informações robustas, por exemplo, da segurança, temos informações da qualidade desse produtor, deste desenvolvedor, e eventualmente, algumas informações ainda podem estar faltando na parte da eficácia. Depois dessa prova de fogo, fica mais fácil solicitar o registro definitivo Registro definitivo Primeiro, ele demora mais para sair. O prazo da Anvisa para responder aos pedidos é de 60 dias. O registro definitivo é a aprovação final da vacina. Isso quer dizer que ela não é mais aprovada apenas para uso emergencial, quando a vacina recebe uma aprovação para ser usada por um determinado período apenas. O registro definitivo é concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que analisa toda a documentação técnica da vacina, incluindo os dados de testes, produção e qualidade. O registro definitivo permite que a vacina seja distribuída para a população para aplicação conforme as orientações da bula e tem validade de até dez anos. 5. Debater sobre o movimento anti vacinas (atuais e históricos) e os impactos na cobertura vacinal/ combate da doença. (Falar sobre revolta da vacina) Revolta da vacina Foram apenas cinco dias, mas marcaram a história da saúde pública no Brasil. No início de novembro de 1904, o Rio de Janeiro, então capital federal, foi palco da maior revolta urbana que já tinha sido vista na cidade. A Revolta da Vacina deixou um saldo de 945 prisões, 110 feridos e 30 mortos, segundo o Centro Cultural do Ministério da Saúde. O estopim da rebelião popular foi uma lei que determinava a obrigatoriedade de vacinação contra a varíola. Mas havia um complexo e polêmico panorama social e político por trás da revolta, e diferentes fatores ajudam a explicar melhor os protestos. Dados do Instituto Oswaldo Cruz mostram que, naquele ano, uma epidemia de varíola atingiu a capital. O Rio de Janeiro, aliás, sofria com várias outras doenças (como peste bubônica, tuberculose e febre amarela) e era conhecido no exterior pelo nada elogioso apelido de “túmulo dos estrangeiros”. Só em 1904, cerca de 3.500 pessoas morreram na cidade vítimas da varíola, e chegava a 1.800 o número de internações pela enfermidade apenas em um dos hospitais cariocas, o Hospital São Sebastião. Contexto histórico: República, abolição e reforma A vacina antivariólica já havia sido desenvolvida em 1796, pelo médico Edward Jenner, na Inglaterra. No Rio de Janeiro, a vacinação da doença era obrigatória para crianças desde 1837 e para adultos desde 1846, conforme o Código de Posturas do Município. No entanto, a regra não era cumprida porque a produção de vacinas era pequena, tendo alcançado escala comercial apenas em 1884. O imunizante também não era bem aceito pelo povo, ainda desacostumado com a própria ideia da vacinação, e diferentes boatos corriam na época, como o de quem se vacinou ganhava feições bovinas. Porém, havia muitos outros fatores que criavam um cenário de tensão na cidade, como explica o historiador e pesquisador Carlos Fidelis da Ponte, do Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O país https://portal.fiocruz.br/noticia/revolta-da-vacina-2 https://portal.fiocruz.br/noticia/revolta-da-vacina-2 tinha abolido a escravidão e adotado o regime republicano há menos de quinze anos. Havia grupos descontentes com os rumos políticos e sociais do governo. “Entre eles os monarquistas que perderam seus títulos, parte do Exército formado por positivistas que não aprovavam a república oligárquica levada por civis, e ex-escravos que sofriam com a falta de políticas sociais e não conseguiam empregos, vivendo amontoados nos insalubres cortiços da capital”, conta. Foi nesse contexto que o presidente Rodrigues Alves iniciou um projeto para mudar a imagem do país no exterior – o que significava, principalmente, mudar a imagem da capital federal. Junto com o prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, começam uma série de obras visando a remodelação da cidade. Parte do plano incluía uma campanha de saneamento e o combate às doenças, que ficou sob responsabilidade do médico Oswaldo Cruz. Nomeado diretor geral de Saúde Pública, formado no Instituto Pasteur, na França, em pouco tempo conseguiu controlar a febre amarela na cidade, por meio da limpeza de focos de mosquitos Aedes aegypti e o isolamento de pessoas doentes. A revolta A gota d’água para a Revolta da Vacina iniciar foi a aprovação da lei nº 1.261 em 31 de outubro de 1904, e a regulamentação em seguida, em 9 de novembro. Sugerida por Oswaldo Cruz, tornava obrigatória a exigência de comprovantes de vacinação contra a varíola para a realização de matrículas nas escolas, obtenção de empregos, autorização para viagens e certidões de casamento. A medida previa também o pagamento de multas para quem resistisse à vacinação. "A população não aceitava ter a casa invadida para ser vacinada e havia uma forte discussão sobre o direito de o Estado mandar no corpo dos cidadãos. A mesma questão que voltou à tona recentemente, com a vacinação contra a covid-19”, lembra Fidelis da Ponte. “Não foi apenas uma questão de ignorância da população, motivada pelos boatos. Figuras como Rui Barbosa, um intelectual, fizeram discursos inflamados contra a obrigatoriedade da vacina. É importante entender a novidade que a vacinação representava e os muitos fatores relacionados à revolta”, completa. 6. Discutir sobre os Imunológicos (produção, tipos, armazenamento e distribuição). Fonte: artigo publicado pela PUCRS 1.A composição da vacina As vacinas funcionam educando o sistema imune. Elas induzem a chamada “resposta de memória específica”, onde células T e células B (produtoras de anticorpos) são ativadas. Quando o corpo entra em contato com o patógeno (organismo que transmitealguma doença), essa resposta irá proteger o sistema, impedindo que a doença se manifeste de forma grave. Deste modo, o corpo fica imune. É importante lembrar que a vacina não pode ser considerada somente como um meio de proteção individual, e sim coletivo, para que seja atingida a imunidade em grande escala e a redução da circulação do patógeno na população. https://portal.fiocruz.br/video/revolta-da-vacina https://portal.fiocruz.br/video/revolta-da-vacina Para induzir a resposta imune específica é necessário um antígeno (componente essencial que causa a produção de anticorpos). O antígeno pode ser o patógeno morto ou atenuado, ou uma parte dele. As estratégias de vacinas mais modernas, como de RNAm e Vetores virais recombinantes, funcionam como uma plataforma para produzir o antígeno. Ou seja, parte do patógeno, no individuo vacinado. Algumas vacinas ainda possuem adjuvantes (matéria prima que, quando adicionada à fórmula do medicamento, ajuda na sua ação) que são importantes para melhorar a resposta imune. Outros componentes comuns das vacinas são conservantes, para impedir que a vacina seja contaminada depois de aberta, e estabilizantes, para prevenir reações químicas na vacina. Alguns imunizantes precisam de um líquido diluente para deixar a vacina na concentração correta imediatamente antes do seu uso. – Antígeno - Principal Componente Ativo: O antígeno é a parte da vacina que imita o patógeno causador da doença, mas não causa a doença. Ele ensina o sistema imunológico a reconhecer e combater o patógeno real. Os antígenos podem ser: - Vírus Vivo Atenuado: Vírus enfraquecido que não pode causar doença em pessoas com sistema imunológico normal. - Vírus Inativado: Vírus que foi morto e não pode se replicar, mas ainda pode gerar uma resposta imune. - Subunidades Proteicas: Partes do vírus ou da bactéria, como proteínas ou açúcares, que são reconhecidos pelo sistema imunológico. - Ácido Nucleico: DNA ou RNA que codifica uma parte do patógeno, levando as células do corpo a produzir o antígeno que, por sua vez, desencadeia a resposta imune. Adjuvantes - Potencializadores da Resposta Imune: Substâncias que são adicionadas às vacinas para melhorar a resposta imune ao antígeno. Eles ajudam a garantir que a vacina seja eficaz com a menor quantidade possível de antígeno. Exemplos incluem sais de alumínio e saponinas. Conservantes - Prevenção da Contaminação: Conservantes são adicionados a algumas vacinas para prevenir o crescimento de bactérias ou fungos no caso de contaminação, especialmente em frascos multidoses. Um exemplo conhecido é o timerosal, embora seu uso tenha sido reduzido ou eliminado em muitas vacinas. Estabilizadores - Manutenção da Potência da Vacina: Estabilizadores são usados para proteger os componentes da vacina durante o armazenamento e transporte. Exemplos incluem açúcares como lactose ou sorbitol, proteínas como a gelatina, ou aminoácidos como a lisina. Antibióticos - Prevenção da Contaminação Bacteriana: Quantidades muito pequenas de antibióticos podem ser adicionadas durante o processo de fabricação para prevenir a contaminação bacteriana. Estes geralmente não incluem antibióticos comumente associados a reações alérgicas, como a penicilina. Diluentes - Ajuste da Concentração: Diluentes, como água esterilizada ou soluções salinas, são usados para ajustar a concentração da vacina antes da administração. Cada componente de uma vacina tem um propósito específico e contribui para a segurança e eficácia da vacina. A seleção e combinação desses componentes dependem de muitos fatores, incluindo o tipo de patógeno que a vacina visa prevenir, a faixa etária dos indivíduos a serem vacinados, e as condições de armazenamento e transporte. 2. As fases do desenvolvimento da vacina Pesquisa Exploratória (Pré-Clínica) - Descoberta Inicial: Cientistas realizam pesquisas básicas para entender o agente patogênico (vírus, bactéria) e identificar componentes (antígenos) que podem gerar imunidade. - Desenvolvimento de Protótipos: São desenvolvidos protótipos de vacinas usando várias técnicas, incluindo vacinas atenuadas, inativadas, subunitárias, de vetor viral, ou de ácido nucleico (DNA/RNA). - Estudos Pré-Clínicos: Testes são realizados in vitro (em células) e in vivo (em animais) para avaliar a segurança e a capacidade de gerar uma resposta imune. Ensaios Clínicos - Fase I: A vacina é testada pela primeira vez em um pequeno grupo de adultos saudáveis para avaliar sua segurança e a dosagem apropriada, além de uma primeira avaliação da sua capacidade de induzir uma resposta imune. - Fase II: A vacina é administrada a um grupo maior de pessoas que representa a população-alvo. Esta fase visa avaliar a segurança, eficácia, dosagem ótima e regime de administração (como uma ou mais doses). - Fase III: Realiza-se um ensaio controlado com milhares de participantes para confirmar a eficácia da vacina contra a doença em condições naturais e monitorar efeitos colaterais raros. Comparando grupos que recebem a vacina e grupos que recebem um placebo, os pesquisadores podem fornecer uma avaliação rigorosa da vacina. Aprovação Regulatória - Submissão de Dados para Autoridades Regulatórias: Após a conclusão bem-sucedida dos ensaios clínicos, os fabricantes de vacinas compilam todos os dados e solicitam aprovação às autoridades regulatórias, como a Anvisa no Brasil ou a FDA nos Estados Unidos. - Revisão e Aprovação: A agência reguladora revisa os dados dos ensaios clínicos para decidir se a vacina é segura e eficaz para uso público. Fabricação e Distribuição - Escala de Produção: Uma vez aprovada, a vacina é produzida em grande escala. - Distribuição: A vacina é distribuída para ser utilizada em programas de vacinação. Monitoramento Pós-Comercialização (Fase IV) - Vigilância de Segurança Continua o monitoramento para detectar qualquer efeito adverso raro que possa ocorrer quando a vacina é administrada a milhões de pessoas. - Estudos de Eficácia a Longo Prazo: Também podem ser realizados para avaliar a duração da proteção. Cada etapa do processo de desenvolvimento de vacinas é crucial para garantir que as vacinas sejam tão seguras e eficazes quanto possível quando chegam ao público. Esse processo rigoroso é o motivo pelo qual o desenvolvimento de vacinas geralmente leva muitos anos. 3. Controle das etapas de produção O controle das etapas de produção de vacinas é fundamental para garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos produtos finais. Este processo é rigorosamente regulamentado por agências nacionais e internacionais de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. O controle abrange todas as fases da produção, desde a seleção dos substratos e materiais de partida até a distribuição das vacinas. Aqui está um resumo das principais etapas de controle na produção de vacinas: Controle de Qualidade dos Materiais de Partida - Seleção de Substratos: Todos os materiais utilizados na produção, incluindo cepas de vírus ou bactérias, adjuvantes e conservantes, devem atender a padrões rigorosos de qualidade. - Verificação de Fontes: A origem e a qualidade dos materiais de partida são verificadas para garantir que sejam adequados para uso na fabricação de vacinas. Processo de Fabricação Controlado - Validação do Processo: Cada etapa do processo de fabricação (cultivo de células, inativação do patógeno, purificação, etc.) é validada para garantir consistência e eficácia. - Monitoramento em Tempo Real: O processo é monitorado continuamente para detectar qualquer desvio dos parâmetros estabelecidos, permitindo correções imediatas. Testes de Qualidade Durante a Produção - Controle de Qualidade: São realizados testes em cada lote de vacina produzido, incluindo testes de pureza, identidade, potência e segurança. - Ensaios Biológicos e Químicos: Esses ensaios são fundamentais para assegurar que cada lote da vacina atenda aosrequisitos regulatórios antes de ser liberado. Avaliação Final do Produto - Inspeção Final: Antes da liberação, cada lote de vacina é submetido a uma inspeção final, que inclui uma revisão de todos os registros de fabricação e resultados dos testes de controle de qualidade. - Certificação de Lote: Um certificado de análise é emitido para cada lote, detalhando os resultados dos testes e confirmando a conformidade com as especificações. Embalagem, Rotulagem e Distribuição - Padrões de Embalagem: A embalagem deve garantir a integridade e estabilidade da vacina durante o armazenamento e transporte. - Informações de Rotulagem: As vacinas são rotuladas com informações essenciais, incluindo composição, lote, data de validade e condições de armazenamento. - Cadeia de Frio: A distribuição é feita seguindo rigorosos requisitos de cadeia de frio para manter a vacina nas condições ideais até o uso. Monitoramento Pós-Mercado - Vigilância de Farmacovigilância: Após a distribuição, as vacinas continuam sendo monitoradas para qualquer efeito adverso não detectado anteriormente. - Atualizações de Segurança: As informações coletadas podem levar a atualizações nas recomendações de uso, rotulagem ou, em casos raros, à retirada do mercado. 7. Compreender a influência da OMS para a imunização em massa ( superação das desigualdades ). A Organização Mundial da Saúde (OMS) desempenha um papel fundamental na promoção da imunização em massa e na superação das desigualdades globais no acesso às vacinas. Como autoridade líder em saúde pública internacional, a OMS trabalha para garantir que todas as pessoas, independentemente de onde vivam ou de sua condição econômica, tenham acesso a vacinas salva-vidas. A influência da OMS na imunização em massa e na superação das desigualdades pode ser observada através de várias iniciativas e estratégias: Estabelecimento de Normas e Diretrizes Globais A OMS desenvolve diretrizes e normas para práticas de imunização, garantindo que as vacinas sejam seguras, eficazes e acessíveis globalmente. Estas diretrizes ajudam os países a padronizar as práticas de imunização, melhorar a qualidade dos serviços de vacinação e garantir a segurança das vacinas. Monitoramento e Avaliação Através da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, a Aliança GAVI e outras parcerias, a OMS monitora a cobertura de vacinação e os surtos de doenças em todo o mundo. Isso ajuda a identificar áreas com baixas taxas de imunização e surtos de doenças evitáveis por vacinas, permitindo uma resposta rápida para evitar a propagação de doenças. Iniciativas de Imunização A OMS lidera e apoia várias iniciativas de imunização global, como a Aliança GAVI, que trabalha para aumentar o acesso a vacinas para os países de baixa renda. Através de parcerias com governos, fabricantes de vacinas, organizações não governamentais e o setor privado, essas iniciativas visam superar as desigualdades no acesso às vacinas. Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento A OMS também apoia a pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas, especialmente aquelas direcionadas para doenças predominantes em países de baixa e média renda. Ao incentivar o desenvolvimento de vacinas para doenças negligenciadas, a OMS ajuda a garantir que as necessidades de saúde das populações mais vulneráveis sejam atendidas. Resposta a Emergências de Saúde Em resposta a surtos de doenças e emergências de saúde, a OMS coordena campanhas de imunização em massa para prevenir a propagação de doenças. Essas campanhas são essenciais para controlar surtos em áreas com sistemas de saúde frágeis ou em contextos de conflito. Advocacia e Mobilização de Recursos A OMS trabalha para aumentar a conscientização global sobre a importância da imunização e mobilizar recursos financeiros de países doadores, fundações e o setor privado. Isso inclui advocacia para o investimento em sistemas de saúde, cadeias de frio, treinamento de profissionais de saúde e campanhas de vacinação. Parcerias Estratégicas Através de parcerias com organizações internacionais, governos, setor privado e comunidades, a OMS busca fortalecer os programas de imunização e superar os desafios logísticos e financeiros que impedem o acesso universal às vacinas. Através dessas e de outras iniciativas, a OMS desempenha um papel crucial na promoção da equidade em saúde, garantindo que as vacinas cheguem a todas as partes do mundo. Esses esforços são vitais para a superação das desigualdades em saúde e para a proteção de populações globais contra doenças evitáveis por vacinas. 8. Estudar o funcionamento do plano de operacionalização da COVID no Brasil. O plano de operacionalização da vacinação contra a COVID-19 no Brasil foi uma resposta abrangente à pandemia, visando imunizar a população brasileira de forma eficaz e equitativa. Este plano foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde em colaboração com estados e municípios, e se baseou em diretrizes técnicas e científicas para garantir a segurança e eficácia da vacinação. Aqui estão os principais aspectos do funcionamento desse plano: Estruturação das Fases de Vacinação O plano foi estruturado em várias fases, priorizando grupos considerados de maior risco de exposição ao vírus e de desenvolvimento de formas graves da doença. Isso incluiu profissionais de saúde, idosos, pessoas com comorbidades, populações indígenas, professores, entre outros. A ideia era proteger os mais vulneráveis e manter o funcionamento dos serviços essenciais. Aquisição e Distribuição de Vacinas A aquisição de vacinas foi centralizada pelo Governo Federal, que negociou com diferentes fornecedores para adquirir um portfólio diversificado de vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Após a aquisição, as vacinas foram distribuídas aos estados e municípios com base em critérios populacionais e de risco, seguindo a logística já estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Logística de Armazenamento e Transporte O Brasil utilizou sua experiência prévia com campanhas de vacinação de grande escala para organizar a logística de armazenamento e transporte das vacinas contra a COVID-19. Isso incluiu o desafio de manter algumas vacinas em temperaturas ultra-baixas durante o transporte e armazenamento, exigindo equipamentos especiais de refrigeração. Campanhas de Comunicação e Conscientização O plano também envolveu campanhas de comunicação para informar o público sobre a importância da vacinação, como acessar as vacinas, e esclarecer dúvidas e preocupações sobre a segurança e eficácia das vacinas. Essas campanhas foram cruciais para combater a hesitação vacinal e incentivar a participação da população. Monitoramento e Vigilância O plano de operacionalização incluiu um sistema de monitoramento e vigilância para acompanhar a cobertura vacinal, eficácia das vacinas e possíveis efeitos adversos. Esse sistema permite ajustes rápidos na estratégia de vacinação conforme necessário. Coordenação entre Níveis de Governo Uma coordenação eficaz entre o governo federal, os governos estaduais e as administrações municipais foi essencial para a implementação do plano. Isso envolveu a distribuição de recursos, a organização dos locais de vacinação e a gestão dos profissionais de saúde. Adaptações e Flexibilidade O plano precisou ser adaptável e flexível, respondendo a mudanças no cenário da pandemia, como a emergência de novas variantes do vírus, e ajustando as prioridades de vacinação conforme novas evidências científicas surgiam. A operacionalização da vacinação contra a COVID-19 no Brasil representou um esforço significativo de saúde pública, enfrentando desafios logísticos, operacionais e de comunicação. Apesar dos desafios, a campanha de vacinação permitiu ao país avançar na imunização de sua população, contribuindo para a redução dos casos graves da doença e das mortes associadas à COVID-19. 9. Estudar a autonomia do IFA e da produção de imunobiológicos no Brasil. (DIFICULDADES/ FOCAR NA CORONA VAC E ASTRAZENECA) A autonomia na produção de InsumoFarmacêutico Ativo (IFA) e de imunobiológicos é um aspecto crítico para a segurança sanitária e independência de qualquer país, especialmente em contextos de pandemias ou crises sanitárias globais. No Brasil, a produção nacional de vacinas, incluindo o IFA, tornou-se um tema de grande importância durante a pandemia de COVID-19, especialmente para as vacinas Corona Vac e AstraZeneca, duas das principais vacinas utilizadas no país. Abordaremos as dificuldades enfrentadas e os esforços para alcançar essa autonomia. CoronaVac Desenvolvimento e Produção: A Corona Vac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech, foi produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, um dos principais centros de pesquisa biomédica na América Latina. Um acordo entre o Sinovac e o Butantan permitiu a transferência de tecnologia para a produção local da vacina. Dificuldades: - Dependência do IFA Importado: Inicialmente, a produção da Corona Vac no Brasil dependia fortemente da importação do IFA da China. Essa dependência causou vulnerabilidades, como atrasos na entrega e impactos na campanha de vacinação devido a tensões diplomáticas e desafios logísticos globais. - Desafios na Transferência de Tecnologia: A transferência completa de tecnologia para a produção do IFA nacionalmente é complexa e exige tempo, investimentos significativos em infraestrutura e capacitação técnica. Esforços para Autonomia: O Instituto Butantan anunciou planos para construir uma fábrica destinada à produção do IFA para a Corona Vac no Brasil. Essa medida visa garantir a autonomia na produção e reduzir a dependência de insumos importados. AstraZeneca Desenvolvimento e Produção: A vacina AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca, teve sua produção no Brasil assegurada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Similarmente ao acordo do Butantan com a Sinovac, a Fiocruz firmou um acordo de transferência de tecnologia para a produção local da vacina. Dificuldades: - Dependência Inicial do IFA Importado: Como ocorreu com a CoronaVac, a Fiocruz inicialmente dependia da importação do IFA, o que colocou a produção nacional sob o risco de atrasos e interrupções. - Complexidade da Transferência de Tecnologia: A adaptação das instalações existentes e a construção de novas capacidades para a produção do IFA no Brasil foram desafios significativos, demandando tempo, investimento financeiro e técnico. Esforços para Autonomia: A Fiocruz iniciou a produção local do IFA em 2021, um passo importante para a autonomia na produção da vacina AstraZeneca no Brasil. Isso não só fortaleceu a capacidade de resposta à pandemia de COVID-19, como também contribuiu para a segurança sanitária do país a longo prazo. Conclusão A busca pela autonomia na produção de IFA e imunológicos no Brasil, ilustrada pelos casos da Corona Vac e AstraZeneca, enfrenta desafios significativos, incluindo dependência de insumos importados, desafios logísticos, necessidade de investimento em infraestrutura e tecnologia, e a complexidade da transferência de tecnologia. No entanto, os esforços para superar essas dificuldades são cruciais para a segurança sanitária do país, permitindo uma resposta mais ágil e independente a crises sanitárias futuras. A experiência adquirida e a infraestrutura desenvolvida durante a pandemia de COVID-19 são ativos valiosos para o fortalecimento da capacidade nacional de produção de vacinas.
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