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Bem-Estar Subjetivo em Casados e Solteiros

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Estudos de Psicologia I Campinas I 33(2) I 313-324 I abril - junho 2016
http://dx.doi.org/10.1590/1982-02752016000200013
1 Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais, Departamento de Psico-
logia. Av. Getúlio Guaritá, 159, 3º andar, Abadia, 38025-440, Uberaba, MG, Brasil. Correspondência para/Correspondence to:
F. SCORSOLINI-COMIN. E-mail: <fabioscorsolini@gmail.com>.
2 Universidade do Porto, Centro de Psicologia, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Porto, Portugal.
3 Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Psicologia. Ribeirão Preto, SP,
Brasil.
Artigo derivado da tese de F. SCORSOLINI-COMIN, intitulada: “Família, sujeito composto: conjugalidade dos pais e sua relação com
o bem-estar subjetivo e a satisfação nos relacionamentos amorosos dos filhos”. Universidade de São Paulo, 2012.
Suporte: Programa Santander de Bolsas de Mobilidade Internacional e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
▼ ▼ ▼ ▼ ▼
Fatores associados ao Bem-Estar Subjetivo
em pessoas casadas e solteiras
Factors associated with the subjective well-being
in married and unmarried people
Fabio SCORSOLINI-COMIN1
Anne Marie Germaine Victorine FONTAINE2
Sabrina Martins BARROSO1
Manoel Antônio dos SANTOS3
Resumo
O objetivo deste estudo foi investigar os fatores associados ao Bem-Estar Subjetivo em pessoas casadas e solteiras.
Participaram três grupos independentes (casados, solteiros que namoram e solteiros que não namoram), selecionados
por critérios de conveniência (n = 374). Instrumentos: Escala de Bem-estar Subjetivo, Questionário de Conjugalidade
dos Pais e Escala Fatorial de Satisfação com o Relacionamento de Casal. Foram realizadas análises descritivas,
correlacionais, de regressão linear múltipla e comparação entre os grupos. A satisfação quanto à atração física e
sexualidade está associada ao Bem-Estar Subjetivo nos casados. A percepção sobre a conjugalidade dos pais é o fator
mais associado a esse bem-estar nos solteiros e na amostra geral. Embora a conjugalidade dos pais revele-se importante
na estruturação do bem-estar na vida adulta, a experiência conjugal pode diminuir o impacto das experiências na
família de origem, remalhando os vínculos iniciais considerados negativos. Novos estudos são necessários para dar
suporte a essas conclusões.
Palavras-chave: Bem-estar subjetivo; Relações conjugais; Satisfação com a vida.
Abstract
The aim of this study was to investigate the predictors of Subjective Well-Being in married and unmarried people.
Three independent groups of people (married couples, singles dating, and singles not dating), selected using convenience
sampling (n = 374), participated in this study. The instruments used were: Subjective Well-being Scale, Parental
Conjugality Questionnaire, and Factorial Scale of Couple Relationship Satisfaction. The data were evaluated using
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descriptive statistics, correlation analysis, multiple linear regression analysis, and comparison between the groups
investigated. It was found that physical attraction and sexual satisfaction are associated with the Subjective
Well-Being in married people. The perception of parental conjugality was the factor most strongly associated with the
Subjective Well-Being in single people and the whole sample. Although parental conjugality proved to be important
to promote the well-being of adults, marital experiences can reduce the impact on family-of-origin experiences,
breaking the initial bonds that were considered negative. Further studies are needed to support these findings.
Keywords: Subjective well-being; Marital relations; Satisfaction.
O Bem-Estar Subjetivo refere-se às avaliações
cognitivas e afetivas da vida como um todo (Diener,
Gohm, Suh, & Oishi, 2000; Diener & Lucas, 2000),
sendo considerado uma dimensão positiva da saúde
mental. Em outras palavras, é um conceito que se
refere a como as pessoas se sentem e avaliam suas
vidas (Woyciekoski, Stenert, & Hutz, 2012). Seus
primeiros registros na literatura datam da década
de 1960. Há certo consenso de que o Bem-Estar
Subjetivo apresenta uma estrutura tripartite. Uma
delas concerne ao julgamento cognitivo sobre a
satisfação de vida. As outras duas correspondem
aos componentes afetivos: afetos positivos e nega-
tivos. A satisfação de vida trata do contentamento
geral com a mesma, ao passo que os afetos positivos
e negativos referem-se a experiências emocionais,
de modo que um elevado Bem-Estar Subjetivo
envolve altos níveis de afetos positivos, baixos índi-
ces de afetos negativos e alta satisfação de vida
(Albuquerque, Lima, & Matos, 2012; Albuquerque
& Tróccoli, 2004; Layous & Zanon, 2014; Lucas &
Diener, 2010; McCullough, Huebner, & Laughlin,
2000; Scorsolini-Comin, Fontaine, Koller, & Santos,
2013).
Os determinantes desse bem-estar incluem
tanto fatores intrínsecos como extrínsecos rela-
cionados à cultura e aos eventos de vida. Ao dis-
correrem sobre os fatores que influenciam o Bem-
-Estar Subjetivo, Albuquerque e Tróccoli (2004) e
Lykken e Tellegen (1996) apontam que esse cons-
truto sofre influência tanto cultural (experiências
compartilhadas que formam a base de uma maneira
similar de se ver o mundo) quanto hereditária. O
sentido das experiências dos indivíduos é construído
socialmente por meio de crenças, pressuposições e
expectativas sobre o mundo, associadas também à
transmissão que ocorre no âmbito da família.
Em termos da influência social sobre o cons-
truto, um estudo com estudantes dos Estados Uni-
dos da América (Diener & Seligman, 2003; Snyder
& Lopez, 2009) concluiu que as qualidades de boa
saúde mental e bons relacionamentos interpessoais
surgiam constantemente na vida dos jovens adultos
mais felizes da amostra, destacando-se a impor-
tância de um bom funcionamento social. No que
diz respeito à hereditariedade, estudos sobre a
satisfação de vida mostram que a genética está
fortemente associada ao Bem-Estar Subjetivo, so-
brepondo-se aos elementos culturais (Lucas &
Diener, 2010).
Ainda em termos dos fatores associados a
esse bem-estar, destacam-se as variáveis de perso-
nalidade. A extroversão, que envolve a facilidade
de comunicação e expressão de sentimentos, as-
sertividade e sociabilidade, está relacionada aos
afetos positivos e aos elevados níveis de Bem-Estar
Subjetivo, apresentando um modo mais positivo de
ver o mundo. O neuroticismo envolve elementos
como ansiedade, insegurança, depressão, instabi-
lidade emocional e pensamentos negativos, estando
relacionado a maiores níveis de afetos negativos e
baixos índices de Bem-Estar Subjetivo. O otimismo,
o coping e as experiências de gratidão também se
relacionariam ao construto (Nunes, Hutz, & Giaco-
moni, 2009; Zanon & Hutz, 2014).
No rol dos determinantes extrínsecos do
Bem-Estar Subjetivo, a literatura científica também
tem associado o bem-estar aos relacionamentos
interpessoais, entre eles a amizade (Souza & Duarte,
2013) e a conjugalidade (Scorsolini-Comin & Santos,
2012a). Díaz Llanes (2001) aponta que as pessoas
casadas ou que vivem em união consensual, de
ambos os sexos, apresentam maiores níveis de bem-
-estar do que aquelas que nunca foram casadas, as
divorciadas e as viúvas. Dados semelhantes também
foram encontrados por Diener et al. (2000) e Diener
e Lucas (2000). Esses achados podem ser um indi-
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cativo de que uma relação conjugal considerada
satisfatória, que forneça adequada segurança emo-
cional e apoio social, pode prover o casal de relações
sociais significativas e nível apropriado de suporte
material, emocional, econômico, instrumental e de
informação, o que medeia positivamente arelação
estabelecida com o meio.
A experiência da conjugalidade está as-
sociada à satisfação com a vida, sendo que as
pessoas não casadas manifestam níveis mais ele-
vados de depressão (Galinha, 2008; Hong & Duff,
1997). Similarmente, aponta-se que indivíduos com
elevados índices de Bem-Estar Subjetivo têm maior
tendência a se casarem, sugerindo uma influência
bidirecional, ou seja, quem tem alto Bem-Estar
Subjetivo tende a se casar e pessoas casadas tendem
a registrar alto Bem-Estar Subjetivo. Mais do que o
estado civil, é importante que se reconheça a impor-
tância de uma relação amorosa satisfatória que
forneça aos cônjuges sentimentos de autoestima,
pertença, gratidão, conforto emocional e apoio so-
cial (Dush & Amato, 2005; Seligman, 2011; Souza
& Duarte, 2013). A conjugalidade pode estar
relacionada à felicidade, segundo Myers (1999),
pelo fato de reforçar a autoestima do indivíduo, na
medida em que favorece situações de maior inti-
midade por meio de relações duradouras e de apoio.
Para Diener et al. (2000) e Seligman (2011), os
sujeitos mais felizes tendem a se envolver mais em
relacionamentos amorosos, a ter vida social mais
rica e a apresentar ótimos relacionamentos inter-
pessoais.
A partir dessas considerações, o objetivo des-
te estudo foi investigar os fatores associados ao
Bem-Estar Subjetivo em pessoas casadas e solteiras.
A hipótese construída a partir da literatura é a de
que a conjugalidade está associada ao Bem-Estar
Subjetivo, sendo um fator importante a ser consi-
derado na estruturação tanto das dimensões emo-
cionais quanto das cognitivas do construto (Díaz
Llanes, 2001; Dush & Amato, 2005; Scorsolini-
-Comin & Santos, 2012a; Seligman, 2011; Suhail &
Chaudhry, 2004).
Essas investigações consideram, no entanto,
apenas a avaliação da conjugalidade dos próprios
indivíduos como determinantes do Bem-Estar Subje-
tivo. No presente estudo, a avaliação desse aspecto
abarca também o modo como se percebe o casa-
mento dos genitores, a partir do conceito de conju-
galidade dos pais (Scorsolini-Comin, Fontaine, &
Santos, 2015; Ziviani, Féres-Carneiro, & Magalhães,
2011; Ziviani, Féres-Carneiro, Scorsolini-Comin, &
Santos, 2015), o qual considera que as memórias
acerca do casal parental são estruturantes do psi-
quismo e da vida amorosa adulta. Desse modo, as
percepções construídas sobre a relação conjugal dos
pais estariam relacionadas ao modo como o adulto
estabelece sua própria conjugalidade (Benghozi,
2010). A adoção dessa variável justifica-se pela im-
portância da hereditariedade na predição do Bem-
-Estar Subjetivo, bem como das crenças e per-
cepções construídas a partir da família de origem
(Lykken & Tellegen, 1996), o que se pretende testar
neste estudo.
Método
Participantes
Foram incluídos no estudo três grupos inde-
pendentes, divididos de acordo com o tipo de rela-
cionamento em que estavam envolvidos, sendo um
grupo composto por pessoas casadas há, pelo
menos, dois anos (Grupo A, n = 118), um de sol-
teiros(as) engajados(as) em relacionamento estável
do tipo namoro há, no mínimo, um ano (Grupo B,
n = 140) e outro de pessoas solteiras que não esta-
vam namorando há, pelo menos, um ano (Grupo
C, n = 116). Em todos os grupos, os participantes
deveriam ter mais de 18 anos de idade, definir-se
como heterossexual, ter nível mínimo de escola-
ridade equivalente ao Ensino Médio e não apre-
sentar indícios aparentes ou relatados de distúrbios
comportamentais ou cognitivos. Foram incluídos
apenas filhos de pais casados em primeira união,
excluindo-se os filhos de pais solteiros, recasados,
separados e viúvos.
A amostra total foi do tipo não probabilística,
composta por critérios de conveniência, totalizando
374 participantes. Foi realizado o cálculo de poder
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estatístico considerando o modelo de Schlesselman
(Moraes & Souza, 1998). Concluiu-se que o poder
da amostra é de 73%, considerado um valor aceitável.
Instrumentos
Questionário de Identificação do Partici-
pante: esse instrumento foi desenvolvido pelos
autores para a obtenção de dados gerais dos parti-
cipantes (escolaridade, religião, renda, tempo de
relacionamento etc.). Na parte final, acrescentou-
-se uma pergunta sobre o grau de satisfação do
respondente em relação ao seu relacionamento
atual (SR), que devia ser respondida apenas pelos
grupos A e B, em uma escala que ia de (1) “nem
um pouco satisfatório” a (5) “extremamente satis-
fatório”.
Classificação Socioeconômica: o critério Abi-
peme, da Associação Brasileira dos Institutos de
Pesquisa de Mercado (2008), é uma escala de clas-
sificação socioeconômica definida mediante a atri-
buição de pesos a um conjunto de itens de conforto
doméstico, acrescidos do nível de escolaridade do
chefe de família.
Escala de Bem-Estar Subjetivo (Albuquerque
& Tróccoli, 2004): esse instrumento foi construído
a partir de escalas existentes em outros países e é
composto por dois conjuntos de itens de resposta
do tipo Likert de cinco pontos. O primeiro grupo
descreve afetos positivos e negativos (itens 1 ao
47). O sujeito deve responder como tem se sentido
ultimamente em uma escala na qual 1 significa
“nem um pouco” e 5 “extremamente”. Escores
mais elevados nessa subescala indicam predo-
minância dos afetos positivos sobre os negativos,
contribuindo para um nível maior de bem-estar
subjetivo. Na segunda parte, os itens variam do
número 48 ao 62 e descrevem julgamentos relativos
à avaliação de satisfação ou insatisfação com a vida,
devendo ser respondidos em uma escala na qual 1
significa “discordo plenamente” e 5 “concordo ple-
namente”. Escores mais elevados indicam maior
nível de satisfação com a vida. A estrutura e consis-
tência dessa escala foram reavaliadas na presente
amostra (n = 374). A análise dos componentes
principais e a análise fatorial exploratória (extração
dos eixos principais - PAF, Principal Axis Factoring e
rotação oblimin) também revelaram três fatores
saturados pelos mesmos itens que, juntos, explica-
ram 45% da variância total dos resultados. Os alfas
de Cronbach encontrados no presente estudo
foram: afetos positivos (α = 0,90), afetos negativos
(α = 0,94) e satisfação com a vida (α = 0,90)
(Scorsolini-Comin et al., 2015), confirmando, assim,
a estrutura original. Esses índices são considerados
satisfatórios (Pasquali, 2001).
Questionário de Conjugalidade dos Pais
(QCP) (Ziviani et al., 2011): a versão original do QCP
aplicada neste estudo é constituída por 56 itens
fechados para serem respondidos em escala Likert
de cinco pontos (sendo que “nunca” corresponde
a 1 e “sempre” equivale a 5). Na codificação do
instrumento é possível separar as questões rela-
cionadas apenas ao pai, apenas à mãe ou a ambos,
sendo que, neste último, obtém-se um índice geral,
aqui denominado Percepção dos filhos sobre a
Conjugalidade dos Pais. Escores mais elevados
indicam uma percepção mais positiva acerca da
conjugalidade. O alfa de Cronbach calculado para
a presente amostra (n = 374) (Scorsolini-Comin
et al., 2015) também foi satisfatório (α = 0,96)
(Pestana & Gageiro, 2005).
Escala Fatorial de Satisfação com o Rela-
cionamento de Casal (EFS-RC) (Wachelke, Andrade,
Souza, & Cruz, 2007): trata-se de um instrumento
auto-administrado e de rápida aplicação, desen-
volvido e validado no contexto brasileiro. Formado
por nove itens do tipo Likert, subdivididos em duas
dimensões de avaliação de esferas específicas do
relacionamento de casal, a saber: Satisfação com a
Atração Física e Sexualidade (SAFS) e Satisfação em
Relação às Afinidades de Interesses e Comporta-
mentos (SAIC) entre companheiros de relação.
Escores mais elevados indicam uma percepção mais
positiva acerca do relacionamento, ou seja, maior
satisfação. Na presente amostra (Grupos A e B,
n = 258), a análise dos componentes principais e a
análise fatorial exploratória (extração dos eixos prin-
cipais - PAF e rotação oblimin) também revelaram
dois fatores que correspondem às dimensõesprevis-
tas e que, juntos, explicaram 54,57% da variância
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total do construto. Foram obtidos alfas de Cronbach:
SAFS (α = 0,77), SAIC (α = 0,64), escala total (α = 0,79)
(Scorsolini-Comin et al., 2015).
Procedimentos
Coleta de dados
Os participantes foram contatados pelo pes-
quisador e a aplicação dos instrumentos foi realizada
individualmente, em local acordado com o volun-
tário, ou em grupos, em salas de aula de duas uni-
versidades públicas dos estados de São Paulo e
Minas Gerais (previamente informados da aplica-
ção). O preenchimento dos instrumentos ocorreu
logo após o estabelecimento do rapport e durou,
em média, 30 minutos. A sequência dos instru-
mentos no caderno distribuído a cada participante
era variável. Mesmo se tratando de casais (casados
ou namorando), cada membro respondeu de modo
independente, ou seja, sem a presença do cônjuge.
Toda a coleta foi realizada por um único aplicador.
Análise dos dados
Todas as análises ocorreram no software
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS,
versão 17.0). Foi realizada análise descritiva (médias,
medianas, desvios-padrão e porcentagens). Para a
realização de estudos inferenciais, aplicou-se o teste
de normalidade Kolmogorov-Smirnov e análise de
resíduos, sendo empregada estatística não-para-
métrica para análise de correlações. Foram calcu-
ladas as correlações entre as medidas das variáveis
contínuas a partir do coeficiente de correlação de
Spearman. O nível de significância adotado foi de
p ≤ 0,05.
Após a definição das correlações, estabe-
leceu-se a relação dos escores totais dos fatores
mensurados a partir de um modelo de regressão
linear múltipla. No modelo de regressão inicial foram
consideradas as variáveis com associação signi-
ficativa ou próxima significância (p ≤ 0,25). Já no
final, permaneceram apenas as variáveis com
associação significativa com a variável dependente
(p ≤ 0,05). Para tanto, procedeu-se à normalização
dos dados por meio de transformação logarítmica.
Para definir os fatores associados às variáveis Afetos
Positivos, Afetos Negativos, Satisfação com a Vida
e Bem-Estar Subjetivo, estas foram definidas como
variáveis dependentes, recorrendo-se a análises de
regressão múltipla utilizando o método de seleção
stepwise, no qual só permanecem no modelo as
variáveis que apresentaram associação significativa
com as dependentes do ponto de vista de análise
múltipla.
Essa análise de regressão fornece um coefi-
ciente de correlação múltipla o qual representa a
correlação entre o composto de variáveis preditivas
e a de critério. Na construção dos modelos para ca-
da variável dependente, retiraram-se aquelas direta-
mente associadas ao fator (quando eram fatores
de uma mesma escala), uma vez que já explicariam
o fenômeno, evitando a multicolinearidade. Assim,
na regressão do Bem-Estar Subjetivo, não foram
considerados Afetos Positivos, Afetos Negativos e
Satisfação com a Vida; para os Afetos Positivos, não
foram considerados Afetos Negativos, Satisfação
com a Vida e Bem-Estar Subjetivo; para os Afetos
Negativos, não foram levados em conta Afetos
Positivos, Satisfação com a Vida e Bem-Estar Subje-
tivo; por fim, para Satisfação com a Vida, não foram
analisados Afetos Positivos, Afetos Negativos e Bem-
-Estar Subjetivo.
Em todas as regressões foram utilizadas co-
mo independentes as variáveis sociodemográficas
(idade do respondente, do pai e da mãe, tempo de
coabitação, renda, grau de instrução, tempo de rela-
cionamento, tempo de casamento dos pais, número
de filhos, informação sobre o chefe da família e se
o respondente reside ou não com os pais), além
das de conjugalidade (SR, SAFS, SAIC e Percepção
dos filhos sobre a Conjugalidade dos Pais). As aná-
lises foram realizadas grupo a grupo e também para
a amostra geral.
Os modelos de regressão foram fixados pela
origem dos dados sem a utilização da constante,
pois as escalas empregadas neste estudo não
utilizam o valor 0 (zero) para representar a resposta
nula, ou seja, as respostas começam em 1 (um)
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(Montgomery, Vining, & Peck, 2001). Para comparar
se houve ou não diferenças significativas entre os
grupos e cada variável foi utilizado o método de
Análise de Variância (Anova), empregado quando
os dados assumem uma distribuição normal.
Posteriormente, foi utilizado o teste Post Hoc de
Tukey (p ≤ 0,05). Além disso, o estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
de São Paulo (Processo nº 439/2009).
Resultados
Participaram da pesquisa 374 indivíduos,
entre casados (n = 118), solteiros que namoravam
(n = 140) e solteiros que não namoravam (n = 116)
à época da coleta. Do total de participantes,
68,98% eram do sexo feminino. Em relação ao nível
de escolaridade, 56,68% tinham ensino superior
incompleto (interrompido ou cursando) e 53,70%
eram estudantes. No que concerne à classificação
socioeconômica da amostra, 63,10% eram da classe
B e a renda mensal média foi de R$ 4.746,82
(Desvio-Padrão - DP = 4.011,54). A média de idade
foi de 28,02 (DP = 11,20) anos. A do número de
filhos foi de 0,49 (DP = 0,91), sendo que a média
de idade destes foi de 14,60 (DP = 8,65) anos.
O tempo de casamento dos pais foi de 30,20
(DP = 9,83) anos (Scorsolini-Comin et al., 2015).
Com relação ao grau de satisfação expresso em rela-
ção ao casamento e ao namoro (SR, presente no
questionário de identificação), a média foi de
4,16 (DP = 0,79), em uma escala de 1 a 5, sendo 1
a menor satisfação e 5 a maior.
Neste estudo, o Bem-Estar Subjetivo foi men-
surado a partir da aplicação da Escala de Bem-estar
Subjetivo. Esta foi confirmada como um instrumento
consistente, uma vez que seus fatores se mostraram
moderadamente associados entre si. Uma evidência
disso é que os Afetos Positivos correlacionaram-se
significativa e moderadamente com os Negativos
(rho = -0,35; p < 0,001), o que foi encontrado na
pesquisa de construção e validação da Escala de
Bem-Estar Subjetivo (rho = -0,36; p < 0,001) (Albu-
querque & Tróccoli, 2004). A correlação é negativa,
na medida em que os Afetos Positivos não são
diametralmente opostos aos Negativos, mas apre-
sentam sentidos díspares (Scorsolini-Comin &
Santos, 2012b; Seligman, 2011; Zanon & Hutz,
2014). Assim, pessoas com alto nível de Afetos Posi-
tivos, como contentamento, alegria, otimismo e resi-
liência, devem, necessariamente, apresentar níveis
baixos de depressão, tristeza, melancolia e de em-
botamento afetivo. A Satisfação com a Vida, no
entanto, não se mostrou significativamente correla-
cionada com ambos os tipos de afeto, o que difere
dos resultados encontrados por Albuquerque e
Tróccoli (2004) e Scorsolini-Comin e Santos (2012b)
em outras amostras.
Houve diferenças significativas entre os três
grupos quanto aos Afetos Positivos. Esta ocorreu
entre os casados e os solteiros que não namoram.
Analisando os Afetos Positivos entre os grupos A e
C, observa-se que os casados apresentam nível mais
elevado do que os solteiros que não namoram. Esse
apontamento é condizente com os estudos os quais
afirmam que pessoas casadas são mais felizes do
que as solteiras ou do que aquelas que não mantêm
relacionamento amoroso (Dush & Amato, 2005;
Seligman, 2011; Suhail & Chaudhry, 2004). Assim,
os casados relatam com maior frequência emoções
positivas e sensações de bem-estar.
Para definir, no conjunto das variáveis deste
estudo, aquelas que seriam os fatores associados
aos Afetos Positivos, Afetos Negativos, Satisfação
com a Vida e Bem-Estar Subjetivo, elas foram defi-
nidas como variáveis dependentes. Para isso, re-
correu-se às análises de regressão múltipla, utili-
zando-se o método de seleção stepwise, de modo
que permanecessem no modelo apenas as variáveis
que apresentassem associação significativa com as
dependentes. Assim, a partir da variância comum,
consegue-se prevera variação da outra variável.
No grupo A, de casados, a Satisfação com a
Atração Física e Sexualidade foi o fator mais as-
sociado ao Bem-Estar Subjetivo e aos Afetos Posi-
tivos, ao passo que a Percepção dos filhos sobre a
Conjugalidade dos Pais explicou os Afetos Negativos
e a Satisfação com a Vida. No grupo B, solteiros
que namoram, a Percepção dos filhos sobre a
Conjugalidade dos Pais esteve associada aos Afetos
Positivos, Satisfação com a Vida e Bem-Estar Subje-
tivo. O tempo de coabitação explicou os Afetos
Negativos nesse grupo. Já no grupo C, solteiros que
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não namoram, a Percepção dos filhos sobre a Con-
jugalidade dos Pais explicou todos os fatores de
Bem-Estar Subjetivo, Afetos Positivos, Afetos Nega-
tivos e Satisfação com a Vida. Na amostra geral, a
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos Pais
também explicou todos os fatores, em modelos com
elevado poder de predição. Os resultados completos
dessas análises de regressão são apresentados na
Tabela 1.
Discussão
Entre os casados, a Satisfação com a Atração
Física e Sexualidade esteve associada aos Afetos
Positivos e ao Bem-Estar Subjetivo estando, desse
modo, relacionada a componentes afetivos como
otimismo, auto-estima, energia e excitação, pre-
dizendo o Bem-Estar Subjetivo do grupo. Pode-se
afirmar, comparando esse achado com os demais
grupos, que a satisfação física e sexual parece
exercer maior influência entre os casados, balizando
o bem-estar. Ainda entre essas pessoas, a Percepção
dos filhos sobre a Conjugalidade dos Pais está as-
sociada aos Afetos Negativos e à Satisfação com a
Vida. Sugere-se que, especificamente para esse
grupo, não apenas a Percepção dos filhos sobre a
Conjugalidade dos Pais estaria relacionada dire-
tamente aos níveis de Bem-Estar Subjetivo, mas
Tabela 1
Análise de regressão múltipla pelo método stepwise, estabelecendo as variáveis Afetos Positivos, Afetos Negativos, Satisfação com a Vida e
Bem-Estar Subjetivo como dependentes, por grupo e na amostra geral (n = 374)
A
B
C
Amostra
geral
Afetos Positivos
Afetos Negativos
Satisfação com a Vida
Bem-Estar Subjetivo
Afetos Positivos
Afetos Negativos
Satisfação com a Vida
Bem-Estar Subjetivo
Afetos Positivos
Afetos Negativos
Satisfação com a Vida
Bem-Estar Subjetivo
Afetos Positivos
Afetos Negativos
Satisfação com a Vida
Bem-Estar Subjetivo
Satisfação com a Atração Física
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Satisfação com a Atração Física
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Tempo de coabitação
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos
Pais
3,877
0,309
0,289
8,804
0,434
0,005
0,277
1,033
0,422
0,312
0,280
1,014
0,450
0,316
0,282
1,087
055,705
031,186
090,627
050,819
057,736
035,918
112,293
095,669
062,455
034,932
112,098
093,452
076,094
047,296
141,141
067,492
0,968
0,895
0,986
0,968
0,960
0,902
0,989
0,985
0,971
0,913
0,991
0,987
0,960
0,898
0,987
0,982
Grupo Variável Dependente Variável Independente (Preditora) B t R2 ajustado
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
p
1,615
1,942
1,658
2,028
1,874
2,002
2,025
2,022
2,020
1,757
1,686
1,926
1,683
1,881
1,982
1,644
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também a satisfação no próprio casamento, o que
permite destacar a qualidade conjugal e a percepção
sobre a qualidade do relacionamento afetivo dos
pais como importantes fatores. Isso não equivale a
dizer que pessoas casadas são mais felizes do que
as solteiras (Dush & Amato, 2005), mas que a satis-
fação conjugal pode predizer o Bem-Estar Subjetivo,
juntamente com as experiências na família de ori-
gem (Benghozi, 2010). A partir da psicanálise dos
vínculos sociais, pode-se compreender que os
elementos psíquicos os quais são transmitidos de
uma geração a outra necessitariam das possíveis
remalhagens de vínculos ocorridas na vida adulta.
Para Benghozi (2010), o casamento proporcionaria
que vinculações negativas na infância pudessem ser
remalhadas por meio de relacionamentos amorosos
satisfatórios estabelecidos na vida adulta. Ao consi-
derar os achados do presente estudo, tanto a conju-
galidade dos pais quanto a dos filhos estariam na
base da explicação do Bem-Estar Subjetivo.
Entre as pessoas que namoram, a Percepção
dos filhos sobre a Conjugalidade dos Pais está
associada aos Afetos Positivos, Satisfação com a
Vida e Bem-Estar Subjetivo. O tempo de coabitação
associou-se aos Afetos Negativos, de modo que,
no namoro, quanto maior esse tempo, mais eleva-
dos são os níveis de Afetos Negativos. Para essa
amostra, o tempo de convivência no mesmo lar vem
associado à maior expressão de afetos negativos,
como angústia, depressão e ansiedade. Isso não foi
observado entre os casados, que moram, neces-
sariamente, no mesmo local, podendo sugerir que
o casamento acrescentaria outros elementos à con-
vivência. Pode-se depreender, ainda, que a coabi-
tação no namoro talvez se apresente de modo dis-
tinto da que ocorre no casamento, gerando maior
afetividade negativa devido a elementos que não
puderam ser capturados pelo delineamento aqui
proposto.
Entre as pessoas que não estão engajadas
em relacionamentos estáveis (grupo C), a Percepção
dos filhos sobre a Conjugalidade dos Pais está
associada ao Bem-Estar Subjetivo e suas dimensões
Afetos Positivos, Afetos Negativos e Satisfação com
a Vida. Nesse grupo, em um modelo que explicou
98,7% da variância, a Percepção dos filhos sobre a
Conjugalidade dos Pais explicaria o Bem-Estar Subje-
tivo desses participantes. Portanto, esse parâmetro
explicaria o Bem-Estar Subjetivo nos grupos de sol-
teiros (B e C), mostrando que o namoro não alteraria
muito a avaliação do Bem-Estar Subjetivo. O casa-
mento, no entanto, já envolveria a satisfação con-
jugal, explicando o Bem-Estar Subjetivo. Desse
modo, pode-se considerar que estar casado ou sol-
teiro interfere no bem-estar, corroborando resulta-
dos de pesquisas desenvolvidas, sobretudo, na
abordagem da Psicologia Positiva (Diener & Lucas,
2000; Diener & Seligman, 2003; Scorsolini-Comin
& Santos, 2011, 2012a, 2012b; Seligman, 2011;
Snyder & Lopez, 2009).
Em outras palavras, os solteiros teriam na
base do Bem-Estar Subjetivo o modo como perce-
bem a conjugalidade dos pais (memórias passadas,
avaliação de satisfação, recordações positivas e
negativas), o que coloca em destaque a importância
do casal parental não apenas como modulador do
psiquismo, mas também das experiências emo-
cionais e cognitivas do bem-estar. Já os casados,
além da Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade
dos Pais explicando os Afetos Negativos e a Sa-
tisfação com a Vida, teriam a Satisfação com a Atra-
ção Física e Sexualidade explicando os Afetos
Positivos e Bem-Estar Subjetivo geral. Esse achado
obriga a cotejar a satisfação conjugal como um fator
fortemente associado ao Bem-Estar Subjetivo, ultra-
passando a Percepção dos filhos sobre a Conju-
galidade dos Pais.
Benghozi (2010) sugere que o casamento
pode ser considerado um relacionamento signi-
ficativo com poder de remalhar experiências consi-
deradas negativas na família de origem, sobretudo
em relação ao casal parental. Isso permite que o
Bem-Estar Subjetivo sejamantido e explicado pela
satisfação conjugal e não mais (ou apenas) pela
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos Pais,
como ocorre nos solteiros. A psicanálise dos vínculos
sociais já atesta essa possibilidade de remalhagem
em termos teóricos, porém os achados deste estudo
acrescentam que, do ponto de vista empírico, esse
processo também pode estar relacionado ao nível
de Bem-Estar Subjetivo.
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O modo como os filhos percebem o rela-
cionamento conjugal dos pais interfere na expe-
riência subjetiva do bem-estar. Assim, embora não
se possa afirmar, inequivocamente, pelos dados aqui
apresentados, que esse conceito está relacionado
significativamente com a percepção da conjugali-
dade dos filhos, como apregoado predominan-
temente na literatura científica, pode-se destacar
que prediz o bem-estar experienciado pelos filhos
solteiros. O Bem-Estar Subjetivo, a partir dessas con-
siderações, passa a ser um elemento que tanto pode
promover a satisfação no relacionamento (sobre-
tudo, pelos afetos positivos), quanto ser promovido
em função de se experienciar uma relação amorosa
como o casamento, de relatar satisfação sexual e
de ter uma percepção saudável e adaptativa acerca
do casamento dos pais.
Assim, a difícil tarefa de avaliar um relaciona-
mento passa pela consideração da relação na qual
se está engajado, de modo que não se pode descon-
siderar o status do respondente, isto é, o lugar do
qual ele avalia e emite sua opinião sobre o que é
estar junto de alguém. Comparando os três grupos
investigados, as diferenças mais significativas foram
obtidas em relação à Percepção dos filhos sobre a
Conjugalidade dos Pais e aos Afetos Positivos, indi-
cando que esses domínios variam de acordo com
os relacionamentos estabelecidos. Esses achados
sugerem a necessidade de realização de novos estu-
dos, os quais permitam compreender as repercus-
sões individuais desses importantes eventos que
ocorrem durante o ciclo vital: o namoro e o casa-
mento. Por que os Afetos Positivos seriam diferentes
em pessoas casadas e nas que namoram? Essa
diferença estaria relacionada, unicamente, ao fato
de se estar ou não engajado em um relacionamento
amoroso?
Pelo presente estudo, pode-se afirmar que
os Afetos Positivos nos casados seriam explicados
pela Satisfação com a Atração Física e Sexualidade,
ao passo que nos solteiros seriam explicados pela
Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade dos Pais.
Com base no modelo difundido pela Psicologia
Positiva, abre-se a necessidade de promover rela-
cionamentos positivos capazes não de mudar a his-
tória de vida do sujeito (bem como suas heranças,
ditos, não-ditos e interditos familiares), mas de pos-
sibilitar um posicionamento mais saudável e satis-
fatório diante da vida e das vinculações que podem
ser estabelecidas, quer seja no plano do namoro
ou do casamento (Scorsolini-Comin et al., 2015). A
Psicologia Positiva não desconsidera a importância
das relações estabelecidas anteriormente nem das
vinculações com os pais desde a infância. Esse sim-
plesmente não é o foco da abordagem, mas sim os
aspectos que podem promover maior bem-estar e
o chamado florescimento (Scorsolini-Comin et al.,
2013). Se forem incluídos os achados do presente
estudo nessas considerações, a Psicologia Positiva
também poderia investigar mais a fundo o papel
central da conjugalidade dos pais na manifestação
do Bem-Estar Subjetivo dos filhos, o que ainda não
foi devidamente empreendido pelos pesquisadores
dessa abordagem.
Segundo Seligman (2011), para florescer, um
indivíduo deveria reunir todas as características
essenciais do bem-estar (emoções positivas, enga-
jamento, interesse, sentido, propósito), além de al-
gumas das características consideradas adicionais,
como autoestima, otimismo, resiliência, vitalidade,
autodeterminação e relacionamentos positivos.
Estes, por sua vez, consideram tanto a existência
de pessoas que se importam com o indivíduo, quan-
to o nível de interesse e preocupação que ele expres-
sa em relação a outrem. Essa definição abarcaria,
também, os relacionamentos amorosos, de modo
que investir nesses laços equivaleria a desenvolver
as potencialidades responsáveis pela manutenção
do bem-estar. Nessa direção, a literatura indica que
o mais importante é a sensação de segurança na
relação e não o fato de ser casado ou não (Diener
et al., 2000).
Assim, a discussão dessas considerações, as
quais perfazem um aporte auxiliar na compreensão
dos resultados obtidos neste estudo, deseja-se ofe-
recer uma alternativa que permita compreender os
aspectos arrolados pelas pessoas ao responderem
se estão ou não satisfeitas em seus namoros ou
casamentos. A possibilidade de ter acesso à história
do sujeito remete não apenas àquilo que é incons-
ciente, ao que foi escamoteado, proibido e que
permanece interdito por efeito do recalcamento,
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mas também aos aspectos positivos, saudáveis e
adaptativos que também são transmitidos na dinâ-
mica familiar e continuamente construídos e recons-
truídos nos relacionamentos afetivos da vida adulta.
Compreender o real papel desempenhado
pelos Afetos Positivos em pessoas engajadas em
diferentes relacionamentos afetivos pode apontar
para a necessidade de uma leitura que considere a
transmissão psíquica de uma geração para outra
(Ziviani et al., 2011), não apenas pela via da nega-
tividade (como se observa, tradicionalmente, na
clínica psicanalítica), mas pelo caminho positivo,
pelos modelos considerados adaptativos e pelas
experiências capazes de despertar o florescimento
de potencialidades no ser humano. Dentre essas
experiências, destaca-se a capacidade de se engajar
em relacionamentos amorosos que levem à assun-
ção de um sentido de vida e de aumento na fre-
quência de Afetos Positivos. Essas considerações
vêm sendo implementadas, por exemplo, na prática
clínica sob orientação da Psicologia Positiva. A
chamada Psicoterapia Positiva vem registrando bons
resultados, embora não haja relatos abundantes de
intervenções desenvolvidas especificamente na
clínica de casal. Os elementos aqui considerados e
discutidos podem ser norteadores para que essas
práticas sejam desenvolvidas, aprimoradas e ava-
liadas.
Uma ressalva a ser feita é que esse olhar
para o positivo ou para o adaptativo não é exclusivo
da Psicologia Positiva, nem é totalmente negligen-
ciado pelas abordagens psicanalíticas priorizadas na
elaboração do presente estudo. Prova disso é o foco
recente nos processos de transformação da malha-
gem inicial no modelo proposto por Benghozi
(2010). O continente grupal familiar estaria sempre
aberto a novas configurações, podendo se trans-
formar ao se encontrar com outros continentes gru-
pais familiares na ocasião dos enlaces amorosos. A
transformação psíquica, nesse sentido, pressuporia
a possibilidade mutativa de transformar aspectos
considerados negativos em positivos, a partir da re-
malhagem e da desmalhagem do vínculo, ocorridas
no contexto do contato amoroso com outrem. Essa
consideração dialoga diretamente com pressupostos
da Psicologia Positiva, a qual preconiza ajustar o
foco do olhar no positivo, no saudável e no poten-
cialmente transformador.
Assim, pode-se avançar no sentido de aproxi-
mar conceitos, como o de resiliência individual,
valorizado pela Psicologia Positiva, com a noção de
resiliência familiar abordada por Benghozi (2010).
A despeito de eventos considerados negativos e
traumáticos, de condições adversas de desenvolvi-
mento e dos fantasmas que se perpetuam de gera-
ção em geração devido à sua não elaboração, as-
pectos salutares podem ser desenvolvidos e estra-
tégias podem ser traçadas no sentido de promover
as condições para uma melhor preservação do
vínculo. Essa consideração propõe retomar a resi-
liência familiar benghoziana como um aspecto
adaptativo do ser humano.Coloca em destaque a
capacidade de vincular-se afetivamente a alguém
(construção do laço afiliativo) como um potenciali-
zador de mudanças em estruturas possivelmente
comprometidas do laço psíquico filiativo (pelos pro-
cessos de remalhagem e de desmalhagem), bem
como um indicativo de bem-estar usufruído, quer
seja no namoro ou no casamento.
O estudo concluiu que a Percepção dos filhos
sobre a Conjugalidade dos Pais está associada ao
Bem-Estar Subjetivo nos grupos de solteiros. Nos
casados, esse bem-estar é explicado pela satisfação
em relação à atração física e sexualidade. Tais evi-
dências sugerem a importância de associar os níveis
de Bem-Estar Subjetivo à satisfação que as pessoas
expressam no casamento, conforme apontam es-
tudos correntes (Scorsolini-Comin & Santos, 2012a;
Scorsolini-Comin et al., 2015). O que pode ser
acrescentado a partir da presente investigação é
que a Percepção dos filhos sobre a Conjugalidade
dos Pais parece ser um importante preditor do Bem-
-Estar Subjetivo em solteiros, achado que deve ser
melhor investigado a partir de outros estudos,
notadamente na abordagem da Psicologia Positiva,
uma vez que esse resultado não faz parte da agenda
de pesquisas em curso (Seligman, 2011).
Aqui algumas considerações se impõem:
como os solteiros ainda não experienciaram um
relacionamento semelhante ao casamento, ainda
que alguns namorem há bastante tempo, a per-
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cepção sobre o que esse tipo de relação seria pode
ser mais positiva e muito influenciada pela satisfação
aferida com o próprio namoro. Nesse sentido, ava-
liar um namoro de longa duração, por exemplo,
seria equivalente a avaliar um casamento? De acor-
do com a literatura científica, a resposta a essa ques-
tão é negativa. Avaliar pessoas casadas que coabi-
tam é equivalente a analisar pessoas que namoram
e coabitam? Pela literatura, não.
Nesse sentido, vale recordar que os predi-
tores do Bem-Estar Subjetivo foram investigados,
no presente estudo, juntamente com variáveis espe-
cíficas, como as sociodemográficas e de conjuga-
lidade. Não se trata, pois, de elencar todos os pre-
ditores do bem-estar, o que incluiria variáveis de
personalidade e também de hereditariedade, por
exemplo. Assim, esses dados devem ser apreciados
com parcimônia. Essa aparente limitação deu ori-
gem a um achado que destacou a conjugalidade
dos pais como preditora do bem-estar na amostra
geral, o que deve ser acompanhado por estudos
futuros, com outras amostras e delineamentos que
permitam compreender características ambientais,
contextuais e culturais que estejam envolvidas com
as percepções sobre os relacionamentos amorosos.
Também é importante analisar as possíveis sobre-
posições nos conteúdos das diferentes escalas utili-
zadas, o que poderia explicar as elevadas as-
sociações encontradas. O recorte transversal, des-
considerando o efeito da passagem do tempo, pode
ser incluído, por fim, como outra limitação deste
estudo.
Deve-se considerar que esta pesquisa re-
crutou pessoas advindas de arranjos considerados
tradicionais e que não representam a diversidade
observada nas famílias atuais, como as recompostas,
monoparentais ou mesmo aquelas compostas por
casais do mesmo sexo. Novos estudos devem ser
realizados a fim de compreender como o Bem-Estar
Subjetivo se apresenta nesses diferentes arranjos e
modalidades de relacionamentos interpessoais, de
modo que esse construto possa ser investigado
juntamente com as diversas transformações en-
contradas na contemporaneidade. Essas mudanças
podem, no futuro, promover revisões acerca do
bem-estar, demandando dos pesquisadores maior
atenção às dimensões macrossociais.
Colaboradores
F. SCORSOLINI-COMIN participou da concepção
e delineamento do estudo, da coleta e análise de dados,
bem como da redação e revisão do manuscrito. A. M. G.
V. FONTAINE participou da análise e interpretação dos
dados. S. M. BARROSO participou da análise dos dados
e da redação do manuscrito. M. A. SANTOS participou
da concepção e delineamento do estudo, da análise de
dados, bem como da redação e revisão do manuscrito.
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Versão final: dezembro 1, 2014
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