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1 DIREITOS HUMANOS META 07 2 PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 3 SUMÁRIO DIREITOS HUMANOS – META 07 ............................................................................................................... 5 RESUMO DA DOUTRINA .......................................................................................................................................5 1. DIREITO DOS POVOS INDÍGENAS E DAS MINORIAS .........................................................................5 1.1. Direito de livre determinação ...................................................................................................................5 1.2. Convenção 169 OIT .................................................................................................................................. 11 1.3. Declaração da ONU sobre os direitos dos povos indígenas de 2007 .................................... 22 2. DIREITOS DA MULHER .................................................................................................................................. 25 QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 58 PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 4 PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 5 DIREITOS HUMANOS – META 07 TEMA DO DIA [DIREITOS HUMANOS] Direito dos povos indígenas e das minorias. Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho. Declaração da ONU sobre direito dos povos indígenas de 2007. Discriminação e ações afirmativas. Direitos da mulher. RESUMO DA DOUTRINA 1. DIREITO DOS POVOS INDÍGENAS E DAS MINORIAS 1.1. Direito de livre determinação Conceito: O direito à livre determinação é expressão do direito à dignidade e do livre desenvolvimento da personalidade, portanto, faz parte do rol de direitos humanos e fundamentais. Trata-se do direito de proteção contra as intervenções na esfera pessoal de cada um e, ao mesmo tempo, de um direito de liberdade que qualquer pessoa tem de não ser impedida de desenvolver a sua própria personalidade e quanto a ela se autodeterminar, segundo suas próprias opções e opiniões. Pode, ainda, ser relacionado com o direito dos povos e, portanto, das coletividades, de definir o seu modo de vida, sem que essa liberdade seja tolhida pelas maiorias discordantes. Reconhecimento Internacional e Constitucional: Por se relacionar com os direitos de liberdade, é possível que se afirme que são reconhecidos desde a 1ª dimensão dos Direitos Humanos, direitos de abstenção do Estado na PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 6 esfera privada dos indivíduos. Mas, também, deve-se destacar que esse direito de se autodeterminar pode estar relacionado às culturas de determinadas coletividades e povos, como é o caso dos povos indígenas e tribais, que devem ser protegidos como coletividades que são, portanto se relacionando fortemente com os direitos de 3ª dimensão. O fortalecimento deste direito se dá, realmente, após o fim da 2ª Guerra Mundial, momento em que a maioria das constituições passou a incorporar em seus textos, de forma gradativa, as chamadas cláusulas gerais de proteção e promoção da personalidade. Assim como, também, os tratados e declarações internacionais tornaram evidente o seu reconhecimento, principalmente expressando o direito à autodeterminação dos povos. No Brasil, a Constituição, embora não traga expressamente uma cláusula geral de personalidade e livre determinação, extrai-se como direito implícito no texto constitucional que decorre dos princípios da dignidade da pessoa humana e do pluralismo político, fundamentos da República e do Estado Democrático de Direito; além da cláusula de abertura constante do art. 5º, §2º, da CR/88. CRFB/88 Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III- a dignidade da pessoa humana; (...) V- o pluralismo político. Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 7 X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. (...) §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Legislação Internacional: Normativa Internacional Artigos Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) Art. XII. Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948) Art. V. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra os ataques abusivos à sua honra, à sua reputação e à sua vida particular e familiar. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966) Art. 1º, 1: Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) Art. 1º, 1: Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 8 asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. Convenção Americana de Direitos Humanos (1969) Art. 11. 1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade. 2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação. 3. Toda pessoa tem o direito à proteção da lei contra tais ingerências ou ofensas. Declaração do Milênio das Nações Unidas Valores e Princípios: 4. Estamos decididos a estabelecer uma paz justa e duradoura em todo o mundo, em conformidade com os objetivos e princípios da Carta. Reafirmamos a nossa determinação em apoiar todos os esforços que visam respeitar a igualdade soberana de todos os Estados, o respeito pela sua integridade territorial e independência política, a resolução de conflitos por meios pacíficos e em consonância com os princípios da justiça e do direito internacional, o direito à autodeterminação dos povos que permanecem sob o domínio colonial e ocupação estrangeira (...). 6. (...) os seres humanos deverão respeitar-se mutuamente, em toda sua diversidade de crenças, culturas e línguas. Não se devem temer nem reprimir as diferenças dentro das sociedades, nem estre estas. As diferenças PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 9 devem, sim, ser apreciadas como bens preciosos da Humanidade. Deve-se promover ativamente uma cultura de paz e diálogo entre as civilizações. Princípios de Yogyakarta (2006) Princípio 3. Toda pessoa tem o direito de ser reconhecida, em qualquerlugar, como pessoa perante a lei. As pessoas de orientações sexuais e identidades de gêneros diversas devem gozar de capacidade jurídica em todos os aspectos da vida. A orientação sexual e identidade de gênero autodefinidas por cada pessoa, constituem parte essencial de sua personalidade e um dos aspectos mais básicos da sua autodeterminação, dignidade e liberdade. Livre Determinação e Trabalho: No que toca ao direito ao trabalho digno, a livre determinação se relaciona com a possibilidade que cada um tem de escolher seus objetivos de vida, neles incluídos o direito a escolher uma profissão e viver livremente de acordo com a sua escolha, sem ter violadas a sua dignidade, integridade física e moral. A escravidão e a servidão, portanto, ferem frontalmente o direito humano à livre determinação. Normativa Internacional Artigos Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) Art. XXIII: 1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 10 Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948) Art. XIV. Toda pessoa tem direito ao trabalho em condições dignas e o de seguir livremente sua vocação, na medida em que for permitido pelas oportunidades de emprego existentes. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966) Art. 8º. 1. Ninguém será submetido à escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, em todas as suas formas ficam proibidas; 2. Ninguém poderá ser submetido à servidão; 3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar trabalhos forçados ou obrigatórios. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) Art. 6º. 1. Os Estados Partes do Presente Pacto reconhecem o direito ao trabalho, que compreende o direito de toda pessoa de ter a possibilidade de ganhar a vida mediante um trabalho livremente escolhido ou aceito, e tomarão medidas apropriadas para a salvaguarda deste direito. Convenção Americana de Direitos Humanos (1969) Art. 6º: 1. Ninguém poderá ser submetido à escravidão ou servidão e tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas formas. 2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. (...). Protocolo de San Salvador (1988) Art. 6. 1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, o que inclui a oportunidade de obter os meios para levar uma vida digna por meio do desempenho de uma atividade lícita, livremente escolhida ou aceita. 2. Declara que todos os Membros, ainda que não tenham ratificado as convenções em causa, tem, PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 11 Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho (1998) em virtude do simples fato de serem membros da Organização, a obrigação de respeitar, promover e realizar, de boa fé e em conformidade com a Constituição, os princípios relativos aos direitos fundamentais que são objeto de tais convenções, nomeadamente: b) a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório. Convenção 105, OIT – Abolição do Trabalho Forçado Art. 1. Todo país-membro da OIT que ratificar esta Convenção compromete-se a abolir toda forma de trabalho forçado ou obrigatório e dele não fazer uso: a) Como medida de coerção ou de educação política ou como punição por ter ou expressar opiniões políticas ou pontos de vista ideologicamente opostos ao sistema político, social e econômico vigente; b) Como método de mobilização e de utilização de mão-de-obra para fins de desenvolvimento econômico; c) Como meio de disciplinar a mão-de obra; d) Como punição por participação em greves; e) Como medida de discriminação racial, social, nacional ou religiosa. Convenção 29, OIT – Trabalho Forçado ou Obrigatório Art. 1º. 1. Todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente convenção se obrigam a suprimir o emprego do trabalho forçado ou obrigatório sob todas as suas formas no mais curto prazo possível. 1.2. Convenção 169 OIT PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 12 Necessidade e Âmbito de Proteção: Nos tempos de colonização, as terras habitadas pelos povos indígenas eram consideradas como terras de ninguém – terra nullius – o que, de certa forma, legitimava a ocupação destas pelos “Estados civilizados”. O direito internacional moderno, no entanto, não admite mais uma concepção como essa, motivo pelo qual, visando à proteção de grupos vulneráveis – centro do corpo jurídico dos direitos humanos – tornou-se necessário voltar as atenções à proteção dos direitos dos povos indígenas. Importante salientar que esses povos possuem proteção especial porque juridicamente são tutelados como um grupo, uma coletividade. Conceito: Não existe uma definição legal obrigatória e geral para conceituar o termo “povos indígenas”. De acordo com o Relator Especial das Nações Unidas, Martinez Cobo: “Comunidades, pessoas e nações indígenas são aquela que, representam a continuidade histórica das sociedades desde o momento pré-invasão e pré-colonial, que se desenvolveram em seus territórios, considerando-se distintas dos outros setores da sociedade que agora prevalecem nesses territórios ou em parte deles. Hoje em dia, são setores não dominantes da sociedade e estão determinados a preservar, desenvolver e transmitir a futuras gerações seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como as bases da sua contínua existência como pessoas, de acordo com seus próprios padrões culturais, instituições sociais e sistemas legais”.1 Para Valério Mazzuoli: “povos indígenas são grupos étnicos que habitam um determinado território desde tempos imemoriais, ali se encontrando milênios antes das invasões ou colonizações, e que continuaram a se desenvolver da maneira tradicionalmente por eles conhecida, com suas manifestações culturais e hábitos, mantendo-se distintos dos outros setores da sociedade que atualmente vive em tal território. (...) são sujeitos coletivos da proteção internacional, merecendo a tutela do direito internacional contra as agressões que podem vir a sofrer enquanto comunidade”. 1 Manual Prático de Direitos Humanos Internacionais, Escola Superior do Ministério Público da União, Brasília, 2009. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 13 Assim, pode-se dividir o conceito em: Critérios objetivos Critérios subjetivos • Etnia; • Cultura; • História; • Idioma; • Relação especial com o território e a natureza. • Sentimento individual indígena de fazer parte de seu povo; • Condições concretas de vida. Evolução histórica: ANO 1921 A primeira vez que a OIT se ocupou do tema indígena foi em 1921, quando o Conselho de Administração, o conselho executivo da OIT criou uma comissão para estudar as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores "nativos" ou "indígenas". 1926 A OIT cria uma comissão de peritos sobre o trabalho indígena dentro do Conselho de Administração para o estudo dos problemas que enfrentavam esses trabalhadores. Isso tem como resultado direito a adoção do primeiro instrumento de direitos humanos da OIT, a Convenção 29, sobre trabalho forçado, na qual consta expressamente a questão dos trabalhadores nativos ou indígenas. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 14 1936 Além da Convenção nº 29, a OIT adota o primeiro Convênio (nº 50) sobre a Contratação dos Trabalhadores Indígenas. 1957 A OIT adota a Convenção 107, ainda vigente para vários países europeus, como Portugal, vários países africanos e vários países asiáticos. Nesta convenção, os indígenas foram tratados comoseres necessitados de proteção até que fossem integrados e assimilados à maioria da população; trata os grupos indígenas como grupos não civilizados que deveriam ser levados a um “nível cultural” mais adiantado. 1989 A OIT adota, em substituição à Convenção 107, a Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais, acaba com o conceito de assimilação, refletindo o direito à determinação do próprio destino por esses povos, que poderão seguir uma vida separada da sociedade envolvente, trazendo em seu corpo temas que se relacionam à direitos civis, políticos, sociais, econômicos, culturais, e, principalmente, o direito ao trabalho decente e em consonância com os costumes dessas pessoas. 2007 Pela primeira vez, é editada no âmbito da ONU uma declaração que visa à proteção dos povos indígenas, conhecida como Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos Povos Indígenas. 2016 No âmbito das américas, foi apenas no ano de 2016 adotada pela Organização dos Estados PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 15 Americanos (OEA) a chamada Declaração Americana sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Em resumo, pode-se dividir a evolução histórica do tratamento dos direitos indígenas em três períodos: PRIMEIRO PERÍODO SEGUNDO PERÍODO TERCEIRO PERÍODO Fase de Desconsideração do índio como Pessoa Humana Os “índios” eram considerados entes sem almas, objetos. Não sentiam, não padeciam, não sofriam. Perspectiva que ainda hoje é adotada por muitas pessoas que os veem como seres inferiores. Fase de Integração e Assimilação Traduz a ideia de que os indígenas não deviam ser diferentes dos demais seres humanos, assim, deveriam ser integrados à população nacional, assimilando a sua cultura. Trata-se de um viés integracionista, de assimilação que foi adotado, por exemplo, na Convenção 107, OIT e no Estatuto do Índio de 1973, no Brasil. Fase de Reconhecimento do Indígena como Ser Humano Tem como marco histórico a adoção da Convenção 169 sobre povos indígenas e tribais em países independentes; Adotada não só como um instrumento de trabalho, mas também como um instrumento de desenvolvimento, uma missão da OIT, de tratar, de proteger grupos desfavorecidos até que se chegasse um momento em que não fosse preciso mais garantir essa proteção, num ponto em que há verdadeira isonomia entre os povos. Legislação Pertinente: PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 16 • Convenção 107 da OIT, de 1957, concernente à proteção das populações indígenas e outras populações tribais e semitribais de países independentes. Criada com o intuito de acabar com o trabalho forçado e realizado nas piores condições, por indígenas, definiu padrões mínimos de respeito aos trabalhadores indígenas. Era fortemente criticada pelo seu espírito integracionista e de assimilação, além de permitir uma flexibilização da interpretação da Convenção de acordo com as “condições particulares de cada país”. Entendia os povos indígenas como grupos não civilizados que deveriam receber proteção especial até que fossem integrados ao “nível cultural” da sociedade dominante. • Convenção 169 da OIT, sobre Povos Indígenas e Tribais Ratificada pelo Brasil em julho de 2002 e promulgada em 2004 pelo Decreto n. 5.051. Abandona o conceito de assimilação, reconhece a nacionalidade e concretiza deveres jurídicos aos Estados. Não se refere mais a grupos, mas sim a povos, por conta da sua autoidentificação e de sua história. Art. 1,2: A consciência de sua identidade indígena ou tribal deverá ser considerada como critério fundamental para determinar os grupos aos que se aplicam as disposições da presente Convenção. Povos tribais (África e Ásia), povos indígenas (América Latina). Art. 1º, 1, (a) - Povos Tribais Art. 1º, 1, (b) - Povos Indígenas “A presente Convenção aplica-se aos povos tribais em países independentes, cujas condições sociais, culturais e econômicas os distingam de outros setores da coletividade nacional e que estejam regidos, total ou “A presente Convenção aplica-se aos povos em países independentes, considerados indígenas pelo fato de descenderem de populações que habitavam o país ou uma região geográfica pertencente ao país na época da conquista ou PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 17 parcialmente, por seus próprios costumes ou tradições ou por legislação especial”. da colonização ou do estabelecimento das atuais fronteiras estatais e que, seja qual for a sua situação jurídica, conservem todas as suas próprias instituições sociais, econômicas, culturais e políticas ou parte delas”. Diferente do caráter paternalista da convenção anterior, a Convenção 169 protege o direito de participar na determinação de seu próprio destino. Proíbe qualquer discriminação e violência: Art. 3º, 1: Os povos indígenas e tribais deverão gozar plenamente dos direitos humanos e liberdades fundamentais, sem obstáculos nem discriminação. As disposições desta Convenção serão aplicadas sem discriminação aos homens e mulheres desses povos. Aceita o direito fundiário dos povos indígenas e o direito de participação nos recursos naturais de suas terras; o reassentamento só poderá ser feito com absoluta necessidade e com a livre anuência dos povos envolvidos, devendo estes retornarem cessado o motivo do reassentamento. Art. 13, 1: Ao aplicarem as disposições desta parte da Convenção, os governos deverão respeitar a importância especial que para as culturas e valores espirituais dos povos interessados possui a sua relação com as terras ou territórios, ou com ambos, segundo os casos, que eles ocupam ou utilizam de alguma maneira e, particularmente, os aspectos coletivos dessa relação. Art. 14, 1: Dever-se-á reconhecer aos povos interessados os direitos de propriedade e de posse sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Além disso, nos casos apropriados, deverão ser adotadas medidas para salvaguardar o direito dos povos interessados de utilizar terras que não PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 18 estejam exclusivamente ocupadas por eles, mas às quais, tradicionalmente, tenham tido acesso para suas atividades tradicionais e de subsistência. Nesse particular, deverá ser dada especial atenção à situação dos povos nômades e dos agricultores itinerantes. Art. 15, 1: Os direitos dos povos interessados aos recursos naturais existentes nas suas terras deverão ser especialmente protegidos. Esses direitos abrangem o direito desses povos a participarem da utilização, administração e conservação dos recursos mencionados. Art. 16, 1: (...) os povos interessados não deverão ser traslados das terras que ocupam. Prevê a possibilidade de ações afirmativas em matéria de contratação: Determina a aplicação, sem discriminação, dos direitos trabalhistas: Art. 7º, 2: A melhoria das condições de vida e de trabalho e do nível de saúde e educação dos povos interessados, com a sua participação e cooperação, deverá ser prioritária nos planos de desenvolvimento econômico global das regiões onde eles moram. Os projetos especiais de desenvolvimento para essas regiões também deverão ser elaborados de forma a promoverem essa melhoria. Art. 20, 2: Os governos deverão fazer o que estiver ao seu alcance para evitar qualquer discriminação entre os trabalhadores pertencentes aos povos interessados e os demais trabalhadores, especialmente quanto a: a) acesso ao emprego, inclusive aos empregos qualificados e às medidas de promoção e ascensão; b) remuneração igual por trabalho de igual valor; PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 19 c) assistência médica e social, segurança e higiene no trabalho, todos os benefícios da seguridade social e demais benefícios derivados doemprego, bem como a habitação; d) direito de associação, direito a se dedicar livremente a todas as atividades sindicais para fins lícitos, e direito a celebrar convênios coletivos com empregadores ou com organizações patronais. O artigo 20 da Convenção 169 da OIT deve ser lido em sua íntegra com muita atenção, razão pela qual se traz a reprodução do inteiro teor do artigo: PARTE III - CONTRATAÇÃO E CONDIÇÕES DE EMPREGO Artigo 20 1. Os governos deverão adotar, no âmbito da legislação nacional e em cooperação com os povos interessados, medidas especiais para garantir aos trabalhadores pertencentes a esses povos uma proteção eficaz em matéria de contratação e condições de emprego, na medida em que não estejam protegidas eficazmente pela legislação aplicável aos trabalhadores em geral. 2. Os governos deverão fazer o que estiver ao seu alcance para evitar qualquer discriminação entre os trabalhadores pertencentes ao povos interessados e os demais trabalhadores, especialmente quanto a: a) acesso ao emprego, inclusive aos empregos qualificados e às medidas de promoção e ascensão; b) remuneração igual por trabalho de igual valor; c) assistência médica e social, segurança e higiene no trabalho, todos os benefícios da seguridade social e demais benefícios derivados do emprego, bem como a habitação; d) direito de associação, direito a se dedicar livremente a todas as atividades sindicais para fins lícitos, e direito a celebrar convênios coletivos com empregadores ou com organizações patronais. 3. As medidas adotadas deverão garantir, particularmente, que: PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 20 a) os trabalhadores pertencentes aos povos interessados, inclusive os trabalhadores sazonais, eventuais e migrantes empregados na agricultura ou em outras atividades, bem como os empregados por empreiteiros de mão- de-obra, gozem da proteção conferida pela legislação e a prática nacionais a outros trabalhadores dessas categorias nos mesmos setores, e sejam plenamente informados dos seus direitos de acordo com a legislação trabalhista e dos recursos de que dispõem; b) os trabalhadores pertencentes a esses povos não estejam submetidos a condições de trabalho perigosas para sua saúde, em particular como conseqüência de sua exposição a pesticidas ou a outras substâncias tóxicas; c) os trabalhadores pertencentes a esses povos não sejam submetidos a sistemas de contratação coercitivos, incluindo-se todas as formas de servidão por dívidas; d) os trabalhadores pertencentes a esses povos gozem da igualdade de oportunidade e de tratamento para homens e mulheres no emprego e de proteção contra o acossamento sexual. 4. Dever-se-á dar especial atenção à criação de serviços adequados de inspeção do trabalho nas regiões donde trabalhadores pertencentes aos povos interessados exerçam atividades assalariadas, a fim de garantir o cumprimento das disposições desta parte da presente Convenção. A Convenção 169 foi a primeira, no âmbito da OIT, a dispor, expressamente, sobre o direito de não ser assediado sexualmente no trabalho. Prevê, ainda, a adoção de programas e meios especiais de formação profissional: Art. 22: 1. Deverão ser adotadas medidas para promover a participação voluntária de membros dos povos interessados em programas de formação profissional de aplicação geral. 2. Quando os programas de formação profissional de aplicação geral existentes não atendam às necessidades especiais dos povos interessados, PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 21 os governos deverão assegurar, com a participação desses povos, que sejam colocados à disposição dos mesmos, programas e meios especiais de formação. Prevê o direito à educação em consonância com as línguas e costumes tradicionais: Art. 26: Deverão ser adotadas medidas para garantir aos membros dos povos interessados a possibilidade de adquirirem educação em todos os níveis, pelo menos em condições de igualdade com o estante da comunidade nacional. Art. 27: 1. Os programas e os serviços de educação destinados aos povos interessados deverão ser desenvolvidos e aplicados em cooperação com eles a fim de responder às suas necessidades particulares, e deverão abranger a sua história, seus conhecimentos e técnicas, seus sistemas de valores e todas suas demais aspirações sociais, econômicas e culturais. 2. A autoridade competente deverá assegurar a formação de membros destes povos e a sua participação na formulação e execução de programas de educação, com vistas a transferir progressivamente para esses povos a responsabilidade de realização desses programas, quando for adequado. 3. Além disso, os governos deverão reconhecer o direito desses povos de criarem suas próprias instituições e meios de educação, desde que tais instituições satisfaçam as normas mínimas estabelecidas pela autoridade competente em consulta com esses povos. Deverão ser facilitados para ele recursos apropriados para essa finalidade. Art. 28: 1. Sempre que for viável, dever-se-á ensinar às crianças dos povos interessados a ler e escrever na sua própria língua indígena ou na língua mais comumente falada no grupo a que pertençam. Quando isso não for viável, as autoridades competentes deverão efetuar consultas com esses povos com vistas a se adotar medidas que permitam atingir esse objetivo. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 22 2. Deverão ser adotadas medidas adequadas para assegurar que esses povos tenham a oportunidade de chegarem a dominar a língua nacional ou uma das línguas oficiais do país. 3. Deverão ser adotadas disposições para se preservar as línguas indígenas dos povos interessados e promover o desenvolvimento e prática das mesmas. 1.3. Declaração da ONU sobre os direitos dos povos indígenas de 2007 “A Declaração sobre os direitos dos povos indígenas, não obstante catalogada como norma de soft law, apresenta-se como verdadeira plataforma emancipatória das populações indígenas e comunidades tradicionais, ao assegurar, sob o enfoque dos direitos humanos internacionais, ampla gama de direitos civis, econômicos-sociais, políticos e culturais desses povos e comunidades. É dizer, apesar de não ter força vinculante para os Estados, por não estar revestida da roupagem de um tratado, certo é que a Declaração pode impactar nas atividades estatais com certa dose de eficácia quando invocada. Alguns autores, nesse sentido, chegam até mesmo a cogitar a hipótese de ser a Declaração a cristalização de um costume internacional relativo à proteção desses povos, por convergir no ideário comum de proteção internacional dos direitos dos povos indígenas”. Dentre as disposições desta Declaração, destacam-se: • Pleno exercício dos direitos humanos, sem discriminação; • Autodeterminação dos povos indígenas (art. 3º): Tal como a Convenção 169, OIT, a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas não confere plenamente o direito à autodeterminação, uma vez que expressamente aduz que a integridade territorial dos Estados não deve sofrer modificação diante dos direitos dos povos indígenas. • Direito de determinar livremente sua condição política e buscar livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural, tendo direito à autonomia e autogoverno; • Direito ao território; PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 23 • Direito ao consentimento livre, prévio e informado; • Direito à educação e saúde de acordo com suas práticas; • Direito ao desenvolvimento; • Direito à cultura e à propriedade imaterial sobre o conhecimento tradicional; • Direito a desfrutar plenamente de todos os direitos estabelecidos no direito internacional do trabalho e nacional aplicável. Art. 17: 1. Os indivíduos e povos indígenas têm o direito de desfrutar plenamente de todosos direitos estabelecidos no direito trabalhista internacional e nacional aplicável. 2. Os Estados, em consulta e cooperação com os povos indígenas, adotarão as medidas específicas para proteger as crianças indígenas contra a exploração econômica e contra todo trabalho que possa ser perigoso ou interferir na educação da criança, ou que possa ser prejudicial à saúde ou ao desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social da criança, tendo em conta sua especial vulnerabilidade e a importância da educação para o pleno exercício dos seus direitos. 3. As pessoas indígenas têm o direito de não serem submetidas a condições discriminatórias de trabalho, especialmente em matéria de emprego ou de remuneração. Art. 21: 1. Os povos indígenas têm direito, sem discriminação alguma, ao melhoramento de suas condições econômicas e sociais, entre outras esferas, na educação, ao emprego, a capacitação e a adaptações profissionais, a moradia, ao saneamento, a saúde e a seguridade social. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 24 2. Os Estados adotarão medidas eficazes e, quando proceda, medidas especiais para assegurar o melhoramento contínuo de suas condições econômicas e sociais. Prestar se-á particular atenção aos direitos e necessidades especiais dos idosos, mulheres, jovens, crianças e pessoas com deficiência indígenas. Constituição da República: O Estado brasileiro é pluriétnico e multicultural e a Constituição segue essa linha, em consonância com o chamado constitucionalismo multicultural, que reconhece esta pluralidade em seu texto. Art. 231: São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. §1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por ele habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. §2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. §3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 25 §4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. §5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. §6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé. §7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, §§3º e 4º. Art. 232: Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo. 2. DIREITOS DA MULHER Tratamento Constitucional e Legal: CR/88 TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 26 inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; ADCT Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. A Constituição Federal contempla disposições genéricas acerca da isonomia entre homens e mulheres, bem como de proteção ao mercado do trabalho da mulher e à maternidade. A densificação da matéria fica à cargo da CLT e de algumas legislações esparsas. TRATAMENTO LEGAL DO TRABALHO DA MULHER NORMAS SOBRE DURAÇÃO, CONDIÇÕES E DISCRIMINAÇÃO DO TRABALHO DA MULHER CLT Art. 5º A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção de sexo. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 27 Além da tutela da isonomia no tocante aos salários, a CLT dedica capítulo específico à proteção do trabalho da mulher, tratando da matéria sob diversos aspectos. CLT CAPÍTULO III DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DA MULHER SEÇÃO I DA DURAÇÃO, CONDIÇÕES DO TRABALHO E DA DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER Art. 372. Os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho feminino, naquilo em que não colidirem com a proteção especial instituída por este Capítulo. Art. 373. A duração normal de trabalho da mulher será de 8 (oito) horas diárias, exceto nos casos para os quais for fixada duração inferior. Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado: I - publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar, salvo quando a natureza da atividade a ser exercida, pública e notoriamente, assim o exigir; II - recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da atividade seja notória e publicamente incompatível; III - considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional; IV - exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no emprego; PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 28 V - impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou aprovação em concursos, em empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez; VI - proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias. Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a adoção de medidas temporárias que visem ao estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres, em particular as que se destinama corrigir as distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho da mulher. Art. 377. A adoção de medidas de proteção ao trabalho das mulheres é considerada de ordem pública, não justificando, em hipótese alguma, a redução de salário. É importante destacar que a CLT contempla medidas visando a prevenção e o combate à discriminação da mulher nas relações de trabalho, matéria que também é objeto dos tratados de Direitos Humanos. Especificamente no tocante à revista íntima, convém destacar a Lei 13.271/2016, que dispõe sobre a proibição de revista íntima de funcionárias nos locais de trabalho e trata desta em ambientes prisionais: Lei 13.271/2016 Art. 1º As empresas privadas, os órgãos e entidades da administração pública, direta e indireta, ficam proibidos de adotar qualquer prática de revista íntima de suas funcionárias e de clientes do sexo feminino. Art. 2º Pelo não cumprimento do art. 1º, ficam os infratores sujeitos a: I - multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao empregador, revertidos aos órgãos de proteção dos direitos da mulher; PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 29 II - multa em dobro do valor estipulado no inciso I, em caso de reincidência, independentemente da indenização por danos morais e materiais e sanções de ordem penal. Como se verá, a jornada do trabalho da mulher é praticamente idêntica à aplicável aos homens, em especial após a revogação do intervalo previsto no art. 384 da CLT (intervalo de 15 minutos antes da prestação de horas extraordinárias). CLT SEÇÃO II DO TRABALHO NOTURNO Art. 381. O trabalho noturno das mulheres terá salário superior ao diurno. § 1º Para os fins desse artigo, os salários serão acrescidos duma percentagem adicional de 20% (vinte por cento) no mínimo. § 2º Cada hora do período noturno de trabalho das mulheres terá 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. SEÇÃO III DOS PERÍODOS DE DESCANSO Art. 382. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho, haverá um intervalo de 11(onze) horas consecutivas, no mínimo, destinado ao repouso. Art. 383. Durante a jornada de trabalho, será concedido à empregada um período para refeição e repouso não inferior a 1 (uma) hora nem superior a 2 (duas) horas salvo a hipótese prevista no art. 71, § 3º. Art. 384. Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho. (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 385. O descanso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidirá no todo ou em parte com o domingo, salvo motivo de PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 30 conveniência pública ou necessidade imperiosa de serviço, a juízo da autoridade competente, na forma das disposições gerais, caso em que recairá em outro dia. Parágrafo único. Observar-se-ão, igualmente, os preceitos da legislação geral sobre a proibição de trabalho nos feriados civis e religiosos. Art. 386. Havendo trabalho aos domingos, será organizada uma escala de revezamento quinzenal, que favoreça o repouso dominical. A CLT contempla uma gama de deveres empresariais no tocante às condições de conforto e demais aspectos do meio ambiente de trabalho que deve ser disponibilizado à mulher. CLT SEÇÃO IV DOS MÉTODOS E LOCAIS DE TRABALHO Art. 388. Em virtude de exame e parecer da autoridade competente, o Ministro do Trabalho, Industria e Comercio poderá estabelecer derrogações totais ou parciais às proibições a que alude o artigo anterior, quando tiver desaparecido, nos serviços considerados perigosos ou insalubres, todo e qualquer caráter perigoso ou prejudicial mediante a aplicação de novos métodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva. Art. 389. Toda empresa é obrigada: I - a prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e locais de trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à segurança e ao conforto das mulheres, a critério da autoridade competente; II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico; PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 31 III - a instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja exigida a troca de roupa e outros, a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, admitindo-se como suficientes as gavetas ou escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences; IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de proteção individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos, do aparelho respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho. § 1º Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. § 2º A exigência do § 1º poderá ser suprida por meio de creches distritais mantidas, diretamente ou mediante convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais. Art. 390. Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho contínuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional. Parágrafo único. Não está compreendida na determinação deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer aparelhos mecânicos. Art. 390-B. As vagas dos cursos de formação de mão-de-obra, ministrados por instituições governamentais, pelos próprios empregadores ou por qualquer órgão de ensino profissionalizante, serão oferecidas aos empregados de ambos os sexos. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 32 Art. 390-C. As empresas com mais de cem empregados, de ambos os sexos, deverão manter programas especiais de incentivos e aperfeiçoamento profissional da mão-de obra. Art. 390-E. A pessoa jurídica poderá associar-se a entidade de formação profissional, sociedades civis, sociedades cooperativas, órgãos e entidades públicas ou entidades sindicais, bem como firmar convênios para o desenvolvimento de ações conjuntas, visando à execução de projetos relativos ao incentivo ao trabalho da mulher. O art. 389, § 1º, da CLT, se destina propriamente à proteção à maternidade, razão pela qual é de extrema relevância a sua memorização. De olho na jurisprudência do TST: RECURSO DE REVISTA DO MPT. OBRIGAÇÃO DE FAZER CONSISTENTE NA CRIAÇÃO E MANUTENÇÃO DE CRECHES DESTINADAS À AMAMENTAÇÃO EM ESPAÇOS DE SHOPPING CENTERS. APLICABILIDADE DO ARTIGO 389 DA CLT. Cinge-se a controvérsia quanto à aplicação do artigo 389, § 1º, da CLT aos shopping centers, em relação a previsão da destinação de local reservado para guarda de filhos de todos os funcionários, sejam seus próprios e dos lojistas, em período de amamentação, sob guarda e vigilância. O art. 389, § 1º, da CLT estabelece que toda empresa, nos estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 empregadas mulheres com mais de 16 anos, deve ter local apropriado para que seus filhos possam ficar no período da amamentação. Tal artigo não pode ser interpretado de forma literal, levando-se em conta o termo "estabelecimento" apenas como sendo o espaço físico em que se desenvolvemas atividades do empregador, até porque, quando da redação do artigo em comento, pelo Decreto-Lei de 1967, a realidade do shopping centers não correspondia à noção atual. Devemos ter, sim, uma interpretação histórica e sistemática, conjuntamente aos princípios da proteção à PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 33 maternidade e à infância. Portanto, deve-se entender a realidade do shopping center, como tem sido dito em decisões desta Corte, como um "sobre estabelecimento", ou seja, deve-se considerar não a topografia de cada loja, mas sim a sua totalidade, uma vez que, ainda que o shopping não seja o responsável pelas vendas de produtos ou serviços, ele é o responsável pela administração, dimensionamento e disponibilização dos espaços comuns, daí advindo o seu dever de providenciar espaços para a guarda e aleitamento de crianças das empregadas, tanto as suas quanto a dos seus lojistas. Com efeito, os empregados que atuam em shopping, ainda que sejam trabalhadores dos lojistas, se valem da infraestrutura do centro comercial, uma vez que a função principal do shopping é a organização do espaço de forma coesa, a fim de potencializar a atividade econômica das empresas ali instaladas. Diante disso, as normas que tutelam o meio ambiente do trabalho devem levar em consideração tal perspectiva. Assim, como dito anteriormente, deve-se interpretar de forma consentânea com a atual realidade, o termo estabelecimento, do artigo 389, § 1º, da CLT, de modo que se conclua que a obrigação relativa ao meio ambiente do trabalho das empregadas que atuam em lojas instaladas em shopping centers seja responsabilidade, no que couber, do próprio shopping. (TST - ARR-AIRR: 108761820155180016, Relator: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 08/05/2019, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 72 10/05/2019 PROTEÇÃO À MATERNIDADE CLT SEÇÃO V DA PROTEÇÃO À MATERNIDADE Art. 391. Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 34 Parágrafo único. Não serão permitidos em regulamentos de qualquer natureza contratos coletivos ou individuais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo de casamento ou de gravidez. Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção. Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. (Vide Lei nº 13.985, de 2020) § 1º A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste. § 2º Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um, mediante atestado médico. § 3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo. § 4º É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos: I - transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da função anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 35 II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames complementares. Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou adolescente será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 desta Lei. § 4º A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação do termo judicial de guarda à adotante ou guardiã. § 5º A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença- maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada. Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença- maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de falecimento do filho ou de seu abandono. Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A e 392-B ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção. Art. 393. Durante o período a que se refere o art. 392, a mulher terá direito ao salário integral e, quando variável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis) últimos meses de trabalho, bem como os direitos e vantagens adquiridos, sendo-lhe ainda facultado reverter à função que anteriormente ocupava. Art. 394. Mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à gestação. Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de: PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 36 I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação; (Vide ADI 5938) III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação. (Vide ADI 5938) “É inconstitucional lei que autorize o trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres. É inconstitucional a expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento”, contida nos incisos II e III do art. 394-A da CLT, inseridos pelo art. 1º da Lei nº 13.467/2017. Essa expressão, inserida no art. 394-A da CLT, tinha como objetivo autorizar que empregadas grávidas ou lactantes pudessem trabalhar em atividades insalubres. Ocorre que o STF entendeu que o trabalho de gestantes e de lactantes em atividades insalubres viola a Constituição Federal. O art. 6º da CF/88 proclama importantes direitos, entre eles a proteção à maternidade, a proteção do mercado de trabalho da mulher e redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. A proteção para que a gestante e a lactante não sejam expostas a atividades insalubres caracteriza-se como importante direito social instrumental que protege não apenas a mulher como também a criança (art. 227 da CF/88). A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser afastados pelo desconhecimento, impossibilidade ou a própria negligência da gestante ou lactante em apresentar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido. Em suma, é proibido o trabalho da gestante ou da lactante em atividades insalubres.” STF. Plenário. ADI 5938/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2019 (Info 942). PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 37 § 2º Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagosou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. § 3º Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento. Art. 395. Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento. Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um. § 1º Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente. § 2º Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador. Art. 397. O SESI, o SESC, a LBA e outras entidades públicas destinadas à assistência à infância manterão ou subvencionarão, de acordo com suas possibilidades financeiras, escolas maternais e jardins de infância, distribuídos nas zonas de maior densidade de trabalhadores, destinados especialmente aos filhos das mulheres empregadas. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 38 Art. 399. O Ministro do Trabalho, Industria e Comercio conferirá diploma de benemerência aos empregadores que se distinguirem pela organização e manutenção de creches e de instituições de proteção aos menores em idade pré-escolar, desde que tais serviços se recomendem por sua generosidade e pela eficiência das respectivas instalações. Art. 400. Os locais destinados à guarda dos filhos das operárias durante o período da amamentação deverão possuir, no mínimo, um berçário, uma saleta de amamentação, uma cozinha dietética e uma instalação sanitária. Lei 11.770/2008 (Cria o Programa Empresa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade mediante concessão de incentivo fiscal, e altera a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991) Art. 1º É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar: I - por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal; II - por 15 (quinze) dias a duração da licença-paternidade, nos termos desta Lei, além dos 5 (cinco) dias estabelecidos no § 1º do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. § 1º A prorrogação de que trata este artigo: I - será garantida à empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que a empregada a requeira até o final do primeiro mês após o parto, e será concedida imediatamente após a fruição da licença-maternidade de que trata o inciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal; II - será garantida ao empregado da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que o empregado a requeira no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e comprove participação em programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável. § 2º A prorrogação será garantida, na mesma proporção, à empregada e ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 39 Art. 2º É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a instituir programa que garanta prorrogação da licença-maternidade para suas servidoras, nos termos do que prevê o art. 1º desta Lei. Art. 3º Durante o período de prorrogação da licença-maternidade e da licença paternidade: I - a empregada terá direito à remuneração integral, nos mesmos moldes devidos no período de percepção do salário-maternidade pago pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS); II - o empregado terá direito à remuneração integral. Art. 4º No período de prorrogação da licença-maternidade e da licença paternidade de que trata esta Lei, a empregada e o empregado não poderão exercer nenhuma atividade remunerada, e a criança deverá ser mantida sob seus cuidados. Parágrafo único. Em caso de descumprimento do disposto no caput deste artigo, a empregada e o empregado perderão o direito à prorrogação. Art. 5º A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração, o total da remuneração integral da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogação de sua licença-maternidade e de sua licença-paternidade, vedada a dedução como despesa operacional. De olho na jurisprudência do TST: SÚMULA 244 DO TST GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 40 III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. OJ 44 DA SDI-1 DO TST GESTANTE. SALÁRIO-MATERNIDADE. É devido o salário maternidade, de 120 dias, desde a promulgação da CF/1988, ficando a cargo do empregador o pagamento do período acrescido pela Carta. OJ 30 DA SDC DO TST ESTABILIDADE DA GESTANTE. RENÚNCIA OU TRANSAÇÃO DE DIREITOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do art. 10, II, "b", do ADCT, a proteção à maternidade foi erigida à hierarquia constitucional, pois retirou do âmbito do direito potestativo do empregador a possibilidade de despedir arbitrariamente a empregada em estado gravídico. Portanto, a teor do artigo 9º, da CLT, torna-se nula de pleno direito a cláusula que estabelece a possibilidade de renúncia ou transação, pela gestante, das garantias referentes à manutenção do emprego e salário. Em 2021 houve uma novidade legislativa visando a tutelar a maternidade durante a pandemia da COVID-19: Lei 14.151/2021 (Dispõe sobre o afastamento da empregada gestante das atividades de trabalho presencial durante a emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do novo coronavírus) Art. 1º Durante a emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do novo coronavírus, a empregada gestante deverá permanecer afastada das atividades de trabalho presencial, sem prejuízo de sua remuneração. Parágrafo único. A empregada afastada nos termos do caput deste artigo ficará à disposição para exercer as atividades em seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de trabalho a distância. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 41 Em março de 2022, a Lei 14.311/22 alterou a Lei 14.151/2021, passando a prever o seguinte: Lei 14.311/22 Art. 1º Durante a emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do coronavírus SARS-CoV-2, a empregada gestante que ainda não tenha sido totalmente imunizada contra o referido agente infeccioso, de acordo com os critérios definidos pelo Ministério da Saúde e pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI), deverá permanecer afastada das atividades de trabalho presencial. (Redação dada pela Lei nº 14.311, de 2022) § 1º A empregada gestante afastada nos termos do caput deste artigo ficará à disposição do empregador para exercer as atividades em seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalhoremoto ou outra forma de trabalho a distância, sem prejuízo de sua remuneração. (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) § 2º Para o fim de compatibilizar as atividades desenvolvidas pela empregada gestante na forma do § 1º deste artigo, o empregador poderá, respeitadas as competências para o desempenho do trabalho e as condições pessoais da gestante para o seu exercício, alterar as funções por ela exercidas, sem prejuízo de sua remuneração integral e assegurada a retomada da função anteriormente exercida, quando retornar ao trabalho presencial. (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) § 3º Salvo se o empregador optar por manter o exercício das suas atividades nos termos do § 1º deste artigo, a empregada gestante deverá retornar à atividade presencial nas seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) I - após o encerramento do estado de emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do coronavírus SARS-CoV-2; (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) II - após sua vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2, a partir do dia em que o Ministério da Saúde considerar completa a imunização; (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) III - mediante o exercício de legítima opção individual pela não vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2 que lhe tiver sido disponibilizada, conforme o calendário PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 42 divulgado pela autoridade de saúde e mediante o termo de responsabilidade de que trata o § 6º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) § 6º Na hipótese de que trata o inciso III do § 3º deste artigo, a empregada gestante deverá assinar termo de responsabilidade e de livre consentimento para exercício do trabalho presencial, comprometendo-se a cumprir todas as medidas preventivas adotadas pelo empregador. (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) § 7º O exercício da opção a que se refere o inciso III do § 3º deste artigo é uma expressão do direito fundamental da liberdade de autodeterminação individual, e não poderá ser imposta à gestante que fizer a escolha pela não vacinação qualquer restrição de direitos em razão dela. (Incluído pela Lei nº 14.311, de 2022) CONVENÇÃO 103 DA OIT RELATIVA AO AMPARO À MATERNIDADE (Ratificada pelo Brasil) Art. I — 1. A presente convenção aplica-se às mulheres empregadas em empresas industriais bem como às mulheres empregadas em trabalhos não industriais e agrícolas, inclusive às mulheres assalariadas que trabalham em domicílio. 2. Para os fins da presente convenção, o termo “empresas industriais” aplica-se às empresas públicas ou privadas bem como a seus ramos (filiais) e compreende especialmente: a) as minas, pedreiras e indústrias extrativas de todo gênero; b) as empresas nas quais produtos são manufaturados, modificados, beneficiados, consertados, decorados, terminados, preparados para a venda, destruídos ou demolidos, ou nas quais matérias sofrem qualquer transformação, inclusive as empresas de construção naval, de produção, transformação e transmissão de eletricidade e de força motriz em geral; c) as empresas de edificação e de engenharia civil, inclusive os trabalhos de construção, de reparação, de manutenção, de transformação e de demolição; PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 43 d) as empresas de transporte de pessoas ou de mercadorias por estrada de rodagem, estrada de ferro, via marítima ou fluvial, via aérea, inclusive a conservação das mercadorias em docas, armazéns, trapiches, entrepostos ou aeroportos. 3. Para os fins da presente convenção, o termo ‘trabalhos não industriais’ aplica-se a todos os trabalhos executados nas empresas e serviços públicos ou privados seguintes, ou em relação com seu funcionamento: a) os estabelecimentos comerciais; b) os correios e os serviços de telecomunicações; c) os estabelecimentos ou repartições cujo pessoal está empregado sobretudo em trabalhos de escritórios; d) tipografias e jornais; e) os hotéis, pensões, restaurantes, clubes, cafés (salões de chá) e outros estabelecimentos onde se servem bebidas, etc.; f) os estabelecimentos destinados ao tratamento ou hospitalização de doentes, enfermos, indigentes e órfãos; g) as empresas de espetáculos e diversões públicos; h) o trabalho doméstico assalariado efetuado em casas particulares; bem como a todos os outros trabalhos não industriais aos quais a autoridade competente decidir aplicar os dispositivos da convenção. 4. Para os fins da presente convenção, o termo ‘trabalhos agrícolas’ aplica-se a todos os trabalhos executados nas empresas agrícolas, inclusive as plantações (fazendas) e as grandes empresas agrícolas industrializadas. 5. Em todos os casos onde não parece claro se a presente convenção se aplica ou não a uma empresa, a uma filial (ramo) ou a um trabalho determinado, a questão deve ser decidida pela autoridade competente após consulta às organizações representativas de empregadores e empregados interessadas, se existirem. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 44 6. A legislação nacional pode isentar da aplicação da presente convenção as empresas onde os únicos empregados são os membros da família do empregador de acordo com a referida legislação. Art. II — Para os fins da presente convenção, o termo ‘mulher’ designa toda pessoa do sexo feminino, qualquer que seja sua idade ou nacionalidade, raça ou crenças religiosas, casada ou não, e o termo ‘filho’ designa toda criança nascida de matrimônio ou não. Art. III — 1. Toda mulher a qual se aplica a presente convenção tem o direito, mediante exibição de um atestado médico que indica a data provável de seu parto, a uma licença de maternidade. 2. A duração dessa licença será de doze semanas, no mínimo; uma parte dessa licença será tirada obrigatoriamente depois do parto. 3. A duração da licença tirada obrigatoriamente depois do parto será estipulada pela legislação nacional, não será, porém, nunca inferior a seis semanas; o restante da licença total poderá ser tirado, segundo o que decidir a legislação nacional, seja antes da data provável do parto, seja após a data da expiração da licença obrigatória, ou seja, ainda uma parte antes da primeira destas datas e uma parte depois da segunda. 4. Quando o parto se dá depois da data presumida, a licença tirada anteriormente se acha automaticamente prorrogada até a data efetiva do parto e a duração da licença obrigatória depois do parto não deverá ser diminuída por esse motivo. 5. Em caso de doença confirmada por atestado médico como resultante da gravidez, a legislação nacional deve prever uma licença pré-natal suplementar cuja duração máxima pode ser estipulada pela autoridade competente. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 45 6. Em caso de doença confirmada por atestado médico como corolário do parto, a mulher tem direito a uma prorrogação da licença após o parto cuja duração máxima pode ser estipulada pela autoridade competente. Art. IV — 1. Quando uma mulher se ausentar de seu trabalho em virtude dos dispositivos do art. 3 acima, ela tem direito a prestações em espécie e a assistência médica. 2. A percentagem das prestações em espécie será estipulada pela legislação nacional de maneira a serem suficientes para assegurar plenamente a subsistência da mulher e de seu filho em boas condições de higiene e segundo um padrão de vida apropriado. 3. A assistência médica abrangerá assistência pré-natal, assistência durante o parto e assistência após o parto prestados por parteira diplomada ou por médico, e bem assim a hospitalização quando for necessária; a livreescolha do médico e a livre escolha entre um estabelecimento público ou privado serão respeitadas. 4. As prestações em espécie e a assistência médica serão concedidas quer nos moldes de um sistema de seguro obrigatório quer mediante pagamentos efetuados por fundos públicos; em ambos os casos serão concedidos de pleno direito a todas as mulheres que preencham as condições estipuladas. 5. As mulheres que não podem pretender, de direito, quaisquer prestações, receberão apropriadas prestações pagas dos fundos de assistência pública, sob ressalva das condições relativas aos meios de existência prescritas pela referida assistência. 6. Quando as prestações em espécie fornecidas nos moldes de um sistema de seguro social obrigatório são estipuladas com base nos proventos anteriores, elas não poderão ser inferiores a dois terços dos proventos anteriores tomados em consideração. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 46 7. Toda contribuição devida nos moldes de um sistema de seguro social obrigatório que prevê a assistência à maternidade, e toda taxa calculada na base dos salários pagos, que seria cobrada tendo em vista fornecer tais prestações, devem ser pagas de acordo com o número de homens e mulheres empregados nas empresas em apreço, sem distinção de sexo, sejam pagas pelos empregadores ou, conjuntamente, pelos empregadores e empregados. 8. Em hipótese alguma, deve o empregador ser tido como pessoalmente responsável pelo custo das prestações devidas às mulheres que ele emprega. Art. V — 1. Se a mulher amamentar seu filho, será autorizada a interromper seu trabalho com esta finalidade durante um ou vários períodos cuja duração será fixada pela legislação nacional. 2. As interrupções do trabalho para fins de aleitamento devem ser computadas na duração do trabalho e remuneradas como tais nos casos em que a questão seja regulamentada pela legislação nacional ou de acordo com esta; nos casos em que a questão seja regulamentada por convenções coletivas, as condições serão estipuladas de acordo com a convenção coletiva pertinente. Art. VI — Quando uma mulher se ausentar de seu trabalho em virtude dos dispositivos do art. 3 da presente convenção, é ilegal para seu empregador despedi-la durante a referida ausência ou data tal que o prazo do aviso prévio termine enquanto durar a ausência acima mencionada. Art. VII — 1. Todo Membro da Organização Internacional do Trabalho que ratifica a presente convenção pode, por meio de uma declaração que acompanha sua ratificação, prever derrogações no que diz respeito: a) a certas categorias de trabalhos não industriais; b) a trabalhos executados em empresas agrícolas outras que não plantações; c) ao trabalho doméstico assalariado efetuado em casas particulares; PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 47 d) às mulheres assalariadas trabalhando em domicílio; e) às empresas de transporte marítimo de pessoas ou mercadorias. 2. As categorias de trabalhos ou de empresas para as quais tenham aplicações os dispositivos do § 1 do presente artigo deverão ser designadas na declaração que acompanha a ratificação da convenção. 3. Todo Membro que fez tal declaração pode a qualquer tempo anulá-la em todo ou em parte por uma declaração ulterior. 4. Todo Membro, com relação ao qual está em vigor uma declaração feita nos termos do § 1 do presente artigo, indicará todos os anos no seu relatório anual sobre a aplicação da presente convenção, a situação de sua legislação e de suas práticas quanto aos trabalhos e empresas aos quais se aplica o referido § 1 em virtude daquela declaração, precisando até que ponto deu execução ou se propõe a dar execução a no que diz respeito aos trabalhos e empresas em apreço. Além da Convenção 103 da OIT, que versa especificamente sobre a maternidade, a referida Organização conta, ainda, com a Convenção 156 da OIT, que preconiza pela igualdade de oportunidades e tratamento de homens e mulheres trabalhadores, que contem com encargos de família, os quais costumam ficar à cargo das mulheres, em razão da socialmente reconhecida “dupla jornada de trabalho”. CONVENÇÃO 156 DA OIT – Sobre a Igualdade de Oportunidades e de Tratamento para Homens e Mulheres Trabalhadores: Trabalhadores com Encargos de Família (não ratificada pelo Brasil) Artigo 1º 1. Esta Convenção aplica-se a homens e mulheres com responsabilidades com relação a seus filhos dependentes, quando estas responsabilidades restringem a possibilidade de se prepararem para uma atividade econômica e nela ingressar, participar ou progredir. PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 48 2. As disposições desta Convenção aplicar-se-ão também a homens e mulheres com responsabilidades com relação a outros membros de sua família imediata que manifestamente precisam de seus cuidados ou apoio, quando essas responsabilidades restringem a possibilidade de se prepararem para uma atividade econômica e de nela ingressar, participar ou progredir. 3. Para fins desta Convenção, os termos "filho dependente" e "outro membro da família imediata que manifestamente precisa de cuidado e apoio" significam pessoas como tais definidas, em cada país, por um dos meios referidos no Artigo 9º desta Convenção. 4. Os trabalhadores cobertos pelos Parágrafos 1 e 2 deste Artigo são doravante referidos como "trabalhadores com encargos de família". Artigo 2º Esta Convenção aplica-se a todos os setores de atividade econômica e a todas as categorias de trabalhadores. Artigo 3º 1. Com vista ao estabelecimento de uma efetiva igualdade de oportunidade e de tratamento para homens e mulheres trabalhadores, todo País-membro incluirá, entre os objetivos de sua política nacional, dar condições a pessoas com encargos de família, que estão empregadas ou queiram empregar-se, de exercer o direito de fazê- lo sem estar sujeitas a discriminação e, na medida do possível, sem conflito entre seu emprego e seus encargos de família. 2. Para fins do Parágrafo 1 deste Artigo, o termo "discriminação" significa discriminação no emprego ou profissão, conforme definido pelos Artigos 1º e 5º da Convenção sobre a Discriminação (Emprego e Profissão), de 1958. Artigo 4º Com vista ao estabelecimento de uma efetiva igualdade de oportunidades e de tratamento para homens e mulheres trabalhadores, serão tomadas todas as medidas compatíveis com as condições e as responsabilidades nacionais para: PRÉ-EDITAL AFT DIREITOS HUMANOS – META 07 49 a) dar condições a trabalhadores com encargos de família de exercer seu direito á livre escolha de emprego e b) levar em consideração suas necessidades nos termos e condições de emprego e de seguridade social. Artigo 5º Serão tomadas ainda todas as medidas compatíveis com as possibilidades nacionais para: a) levar em consideração, no planejamento comunitário, as necessidades de trabalhadores com encargos de família e b) desenvolver ou promover serviços comunitários, públicos ou privados, como serviços e meios de assistência á infância e família. Artigo 6º Em todo país, autoridades e órgãos competentes tomarão medidas adequadas para promover a informação e a educação que gerem uma compreensão pública mais ampla do princípio da igualdade de oportunidades e de tratamento para homens e mulheres trabalhadores e dos problemas de encargos de família bem como o clima de opinião que conduza à superação desses problemas. Artigo 7º Serão tomadas todas as medidas compatíveis com as condições e as possibilidades nacionais, inclusive medidas no campo da orientação e de treinamento profissionais, para dar condições aos trabalhadores com encargos de família de se integrarem e permanecerem integrados na força de trabalho, assim como nela reingressar após ausência imposta por esses encargos.
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