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Contabilidade Internacional

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INSTITUTO SUPERIOR MONITOR 
 
 
 
UNIDADE III 
 
 
Contabilidade 
Internacional 
 
 
 
 
Modelos Relacionais e 
Normas Internacionais 
de Contabilidade 
 
2020 
INSTITUTO SUPERIOR MONITOR 
 
 
 
CONTABILIDADE INTERNACIONAL 
 
Ficha Técnica: 
Título: Contabilidade Internacional – Modelos Relacionais e Normas Internacionais de 
Contabilidade 
Autor: Selma Simango 
Revisor: Emílio Muchanga e Lucrécia Ngovo 
Execução gráfica e paginação: Instituto Superior Monitor 
2ª Edição: 2020 
Readaptação por Instituto Superior Monitor: Agosto de 2020 
© Instituto Superior Monitor 
 
Todos os direitos reservados por: 
Instituto Superior Monitor 
Av. Samora Machel, n. º 202 – 2.º andar 
Ca 
ixa Postal 4388 Maputo 
MOÇAMBIQUE 
 
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou 
por qualquer processo, electrónico, mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia ou gravação, 
sem autorização prévia e escrita do Instituto Superior Monitor. Exceptua-se a transcrição de 
pequenos textos ou passagens para apresentação ou crítica do livro. Esta excepção não deve de 
modo nenhum ser interpretada como sendo extensiva à transcrição de textos em recolhas 
antológicas ou similares, de onde resulte prejuízo para o interesse pela obra. Os transgressores 
são passíveis de procedimento judicial
UNIDADE III – Modelos Relacionais da e Normas Internacionais de 
Contabilidade 
 
Prezados Estudantes: Nesta 3.ª unidade, o estudante será capaz de: 
• Conhecer os modelos relacionais de contabilidade. 
• Conhecer os Organismos de Normalização contabilística nacional; 
• Caracterizar os determinantes da Normalização contabilística internacional; 
• Distinguir as Normas Internacionais de Contabilidade para sector privado e para o 
sector público. 
 
 
Cada unidade corresponde a cerca de 5 semanas de estudo. No final de cada unidade de 
estudo irá encontrar um teste de avaliação que deverá ser respondido e enviado para o ISM 
pelas seguintes vias: correio, entregue presencialmente na sede ou nos centros de recurso ou 
digitalizado e enviado para o email: testes@ismonitor.ac.mz. Os testes devem ser enviados 
ao fim de cada 5 semanas de estudo por forma a garantir o conhecimento atempado dos 
resultados obtidos no mesmo. Não entregue os 3 testes ao mesmo tempo, pois assim não 
estará a par da sua progressão e dos seus erros e melhorias que deve levar a cabo para ter 
sucesso. 
 
Na página do ISM www.ismonitor.ac.mz encontra todos os contactos. Deve estar sempre 
atento aos contactos da direcção do seu curso, da coordenação e do tutor de cada uma das 
disciplinas que frequenta. 
 
No final de cada unidade é providenciada uma lista de bibliografia e de referências na internet 
que poderá consultar. A biblioteca virtual do ISM inclui livros digitalizados, artigos, websites 
e outras referências importantes para esta e outras disciplinas, que deverá utilizar na 
realização de casos práticos. A biblioteca virtual pode ser consultada na página do ISM. 
 
mailto:testes@ismonitor.ac.mz
http://www.ismonitor.ac.mz/
Contabilidade Internacional 
 
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4 
 
ÍNDICE 
ESTRUTURA DA UNIDADE III ................................................................................................ 5 
CAPÍTULO I – 1. MODELOS RELACIONAIS DE CONTABILIDADE .................................. 5 
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO ........................................................................ 5 
1.1 BREVE RESENHA HISTÓRICA DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
 5 
1.2 MODELO DE REGULAMENTAÇÃO FRANCÓFONA ................................... 7 
1.3 MODELO DE REGULAMENTAÇÃO LUSÓFONA......................................... 9 
1.4 REGULAMENTAÇÃO MOÇAMBICANA ..................................................... 10 
QUADRO SINÓPTICO ............................................................................................................ 13 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 16 
CAPÍTULO II – NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE ............................... 16 
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO ...................................................................... 17 
2. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 17 
2. ORGANISMOS DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA NACIONAL .. 19 
2.1 CONCEITO NORMALIZAÇÃO ...................................................................... 19 
2.2 ORGANISMOS DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA ........................ 20 
2.3 DETERMINANTES DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA 
INTERNACIONAL .................................................................................................................. 22 
3. NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE ................................ 27 
3.1 PARA O SECTOR PRIVADO .......................................................................... 28 
3.2 PARA O SECTOR PÚBLICO ........................................................................... 30 
QUADRO SINÓPTICO ............................................................................................................ 33 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 36 
SUGESTÕES PARA LEITURA .................................................................................................... 37 
CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS.................................................................... 39 
 
 
 
 
 
Contabilidade Internacional 
 
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5 
 
UNIDADE III – MODELOS RELACIONAIS E NORMAS 
INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE 
 
ESTRUTURA DA UNIDADE III 
A presente unidade é composta por dois capítulos e visa munir o estudante de conhecimentos 
básicos e indispensáveis da área de contabilidade. 
O primeiro capítulo caracteriza os modelos relacionais de contabilidade francófona e 
lusófona e moçambicana. 
E o segundo capítulo visa doptar os estudantes de conhecimentos de base relacionados com 
as normas internacionais de contabilidade. 
 
Recomenda-se que leia atentamente as generalidades desta unidade antes de iniciar os 
seus estudos. 
CAPÍTULO I – 1. MODELOS RELACIONAIS DE CONTABILIDADE 
 
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO 
 
No final deste capítulo o estudante será capaz de: 
1. Conhecer a evolução histórica da normalização contabilística; 
2. Compreender o modelo de organização francófono; 
3. Compreender o modelo de organização lusófono; 
4. Entender a regulamentação moçambicana. 
 
1.1 BREVE RESENHA HISTÓRICA DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA 
 
A normalização contabilística pode ser entendida como “um conjunto de acções tendentes a 
criar uma organização contabilística uniforme que começa na terminologia e na conceção de 
um plano de contas, prosseguindo na escolha de esquemas e regras de contabilização 
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6 
 
uniformemente adotados e culminando na elaboração de modelos das demonstrações 
financeiras” (Nabais e Nabais, 2010:54). 
 
Sucintamente a normalização contabilística consiste na definição de um conjunto de 
princípios e critérios que devem ser seguidos pelas unidades económicas, permitindo a: 
• Elaboração de um quadro de contas e respetiva nomenclatura; 
• Definição do conteúdo, regras de movimentação e relações entre as contas; 
• Concepção de modelos de mapas para as demonstrações financeiras; 
• Definição de regras uniformes sobre mensuração dos elementos patrimoniais e 
determinação dos resultados de cada período. 
 
O principal objectivo da Normalização contabilística é a comparabilidade: 
• No tempo – utilização pela empresa dos mesmos procedimentos adoptados ao longo dos 
vários exercícios económicos;• No espaço – utilização pelas diversas empresas (do mesmo sector ou sectores diferentes) 
de métodos e terminologias comuns. 
 
Até surgir a normalização contabilística cada empresa criava um plano de contas ajustada às 
suas características e necessidades, ou seja, utilizava as contas, os documentos, os livros e 
outros elementos essenciais à escrituração que permitissem uma boa organização 
contabilística. 
 
A necessidade de comparar a informação da própria empresa no tempo (vários exercícios 
económicos) e no espaço (entre empresas diferentes) conduziu à necessidade de uma 
regulamentação da organização/sistema contabilístico, de modo a que todos pudessem 
obedecer às mesmas regras e procedimentos e falar a mesma “linguagem” contabilística. É 
neste contexto que a Normalização Contabilística se destina à uniformização de métodos e 
procedimentos contabilísticos. 
 
Contabilidade Internacional 
 
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7 
 
A contabilidade na maioria dos casos está sujeita ao seu meio envolvente reflectindo um 
conjunto de valores, sistemas políticos, económicos e jurídicos. Em África, devido ao efeito 
de colonização, muitos países tem um sistema contabilístico associado ao país colonizador. 
Esses sistemas diferentes surgem devido a certos factores predominantes tais como: o sistema 
legal, fornecedores de capital, mercado financeiro, sistema político e cultural, factores 
ligados a próprias práticas contabilísticas (influência da fiscalidade), utilizadores da 
informação financeira, nível de desenvolvimento da profissão e os objectivos da 
contabilidade (Pinheiro S. 2008, cit. Pires). 
 
1.2 MODELO DE REGULAMENTAÇÃO FRANCÓFONA 
 
A partir do final do século XIX, a França procura novamente destacar-se na Contabilidade, 
com o surgimento de uma nova escola denominada Neocontista. Esta escola surge com um 
movimento que contraria o personalismo das contas (Cerboni) e defende o valor das contas. 
O seu principal defensor foi Jean Dumarchey que iniciou novamente esta corrente de 
pensamento. 
De acordo com Schmidt (2000:159), “Jean Dumarchey nasceu na França, em 1874, e morreu 
em 1946. Foi considerado o mais importante teórico francês da primeira metade do século 
XX. [...] De sua obra, destaca-se principalmente Théorie Positive de la Comptabilité, cuja 
primeira edição data de janeiro de 1914[...].” 
Para Dumarchey a contabilidade é uma ciência social, mas que usa a matemática para seu 
auxílio e também tem relação com Economia, Sociologia e Filosofia. Segundo Dumarchey 
(Schmidt, 2000:156), “O valor é a pedra angular da Contabilidade [...].” Para ele a ideia de 
valor é que fundamenta a teoria da escrituração contabilística e das contas, que devem 
reflectir o valor dos componentes patrimoniais. 
Segundo a doutrina da escola neocontista, as contas são divididas em conta do activo, conta 
do passivo e conta da situação líquida. As contas do activo e do passivo, [...], são 
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representadas por valores concretos (ou valores diretos ou reais), e a conta da situação líquida 
é representada por valores abstractos (ou derivados). (Schmidt, 2000:156) 
 
Defendem ainda que um débito sempre corresponde a um crédito com valor igual, ou seja, 
no balanço em um determinado momento a soma das entradas tem que ser igual a soma das 
saídas, e levam em conta não só o aspecto quantitativo ou modificativo, mas também o 
qualitativo ou permutativo dos registos contabilísticos entendendo que um balanço pode ser 
analisado dinamicamente quando demonstrado em vários períodos. 
Schmidt (2000:158) diz que “Influenciado pelo movimento neocontista e também pelo plano 
de contas implantado na Alemanha, em 1937, o governo francês desenvolveu um plano, em 
1942 [...].” “este plano sofreu críticas das empresas em geral, por isso em 1944 reuniu-se 
uma comissão para fazer-lhe algumas modificações. Em 1946, uma nova comissão 
novamente reelaborou o plano, que desta vez foi mais além do que um simples plano de 
contas e assim foi implantado em 1947”. 
Na década de 50 e 60, a França viveu uma fase sem muitos avanços, mas nos anos 70 novos 
pesquisadores reergueram a França para o estudo da Contabilidade. Em 1980 criaram a 
Association Française de Comptabilité e em 1982 implantaram um novo plano contabilístico 
no país. 
A contabilidade financeira tem uma orientação legalista, e as práticas tendem a ser altamente 
conservadoras. A contabilidade não é primariamente orientada às necessidades de tomada de 
decisão dos fornecedores de capital, mas normalmente projectada para satisfazer exigências 
governamentais impostas e demonstrar a concordância com o plano macroeconómico do 
governo. 
1.2.1 MODELO CONTINENTAL 
Seguiram a ideologia francófona diversos países, a maioria da Europa continental e o Japão. 
Países africanos de língua francesa, de um modo geral, seguem o modelo de contabilidade 
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9 
 
financeiro continental. Os negócios nestes países têm laços muito estreitos com os bancos 
dos quais advêm a maioria do capital necessário. 
1.3 MODELO DE REGULAMENTAÇÃO LUSÓFONA 
 
O movimento de uniformização de métodos e procedimentos contabilísticos fez-se sentir em 
vários países. A experiência francesa refletiu-se na normalização contabilística portuguesa, 
com a publicação, em meados do século XX, de regras de uniformização da contabilidade 
das sociedades por acções, e mais tarde com a aprovação do primeiro plano oficial de 
contabilidade português de 1977. 
 
Fernandes Ferreira (capítulo III) no seu livro “Normalização Contabilística em Portugal” faz 
uma resenha histórica, sublinhando, nomeadamente, a importância que a regulamentação 
fiscal teve no desenvolvimento da contabilidade, referindo que: “Com o aparecimento da 
reforma fiscal da década de 1960, mais vivamente se suscitou a necessidade de remodelação 
das contabilidades das empresas portuguesas, as quais, até então, tinham a maior liberdade 
na organização e elaboração das suas contas e na preparação dos seus balanços e 
demonstrações de resultados. Por isso, não se estranhava a grande diversidade terminológica, 
o mau uso de certos termos, a variedade de critérios de cálculo e de procedimentos 
contabilísticos.”. 
O POC foi, entretanto, objecto de sucessivas alterações, essencialmente motivadas pela 
necessidade de adaptação do modelo contabilístico nacional a instrumentos jurídicos 
comunitários. 
O Regulamento (CE) n.º 1606/2002 veio estabelecer a adopção e a utilização, na 
Comunidade, das normas internacionais de contabilidade - International Accounting 
Standards (IAS) e International Financial Reporting Standards (IFRS) e interpretações 
conexas - International Financial Reporting Interpretations Committee (SIC/IFRIC), dando, 
assim, resposta às crescentes necessidades em matéria de relato financeiro no contexto das 
profundas alterações ocorridas nesses anos na conjuntura económica e financeira. 
Contabilidade Internacional 
 
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10 
 
Com a publicação dia 13 de Julho de 2009, do Decreto-Lei 158/2009 que aprovou o novo 
Sistema de Normalização Contabilística (SNC), o ordenamento contabilístico português 
ajustou-se ao dos estados seguidores das normas internacionais de contabilidade (IAS/IFRS). 
Esta mudança do POC para o SNC entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2010, e representou 
uma profunda alteração de paradigma. Tratando-se de um instrumento constituído por um 
conjunto de normas coerentes com as IAS/IFRS e com as actuais versões das quarta e sétima 
directivas comunitárias, representou desde logo um passo em frente no processo de 
harmonização contabilística. 
 
1.4 REGULAMENTAÇÃO MOÇAMBICANA 
Os Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), como Angola, Brasil, CaboVerde, Guiné-
Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, apresentam regulamentos 
contabilísticos de carácter público, tendo originado uma linha de orientação jurídico-fiscal, 
ou seja, os documentos que regem a contabilidade provêm de órgãos do governo, deixando 
transparecer uma forte influência da fiscalidade; a contabilidade sustenta a sua afirmação 
através de diplomas legais que funcionam como instrumento de política económica (Santos, 
2006). 
 
O Sistema Contabilístico Moçambicano possui características latinas resultantes do processo 
de colonização, onde a fiscalidade exerce uma forte influência sobre a contabilidade, 
enquadrando-se assim no bloco continental. Moçambique herdou de Portugal, características 
como a forte tradição legalista, a influência acentuada de normativos tais como o código das 
sociedades comerciais e código comercial, encontram-se presentes na contabilidade. Outro 
aspecto que pode ser encontrado no sistema Português adoptado em Moçambique trata-se da 
influência na contabilidade da fiscalidade e fraca influência dos profissionais de 
contabilidade no processo de normalização contabilística. 
 
Contabilidade Internacional 
 
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11 
 
A normalização contabilística em Moçambique não tem muitos anos de existência. Assume-
se que o seu nascimento data de 1984 com o Plano Geral de Contabilidade (PGC), aprovado 
pela Resolução do Conselho de Ministros N. 13/84 de 14 de Dezembro, de aplicação 
obrigatória pelas empresas sedeadas no país com excepção das que exerciam actividades nos 
ramos bancário e segurador que possuem legislação específica e planos próprios. Neste PGC, 
encontram-se contemplados os princípios de normalização da contabilidade, existindo outra 
legislação complementar tal como a que diz respeito as amortizações, provisões e 
reavaliações dos activos tangíveis e imposto sobre rendimentos (Martins M. 2000). O Código 
do Imposto Sobre os Rendimentos também contemplavam algumas disposições com impacto 
na contabilidade das empresas. O PGC sofreu alterações em 1998 aquando da introdução do 
Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), através do Diploma ministerial nº 221/98 de 30 
de Dezembro. 
 
O crescente relacionamento de Moçambique com empresas de outros países, nomeadamente 
portuguesas e as particularidades das normas e práticas contabilísticas moçambicanas 
justificaram a procura de uma harmonização contabilística. Assim, foi aumentando a 
necessidade de uma crescente harmonização contabilística Moçambique que se viu na 
obrigação de reformular este PGC, seja pelo crescimento da economia ou pela mudança da 
própria conjuntura político- económica do país, pois já não fazia sentido manter um plano de 
contas que para além de não ir ao encontro das normas internacionais de contabilidade, 
mostrava-se fora do contexto empresarial do próprio país. Assim, no dia 1 de Janeiro de 2007, 
entrou em vigor o novo PGC aprovado em 2006 continuando, no entanto, com a mesma 
estrutura e tendo como princípio básico a partida dobrada. 
 
O novo sistema de contabilidade para o sector empresarial em Moçambique (SCE), veio 
introduzir ajustamentos no PGC em vigor, aprovado pelo Decreto nº 36/2006 de 25 de Julho. 
Este plano visava acolher as diversas transformações e reformas económicas que ocorriam 
nessa altura, aliadas ao processo de internacionalização das actividades económicas e ao 
Contabilidade Internacional 
 
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12 
 
impacto das rápidas inovações nas tecnologias de informação e comunicação e do mercado 
financeiro (PGC 2006:3). O SCE foi aprovado através do Decreto nº 70/2009 de 22 de 
Dezembro visando a adopção de um Plano Geral de Contabilidade baseado nas normas do 
IASB1 e que fosse aplicável às grandes e médias empresas. O decreto acima referido, 
integrava de acordo com o art.º 1: o Plano Geral de Contabilidade para Empresas de Grande 
e Média Dimensão (PGC-NIRF) e o Plano Geral de Contabilidade para as pequenas e demais 
empresas (PGC-PE). O PGC-NIRF, entrou em vigor no exercício económico que se iniciou 
a 1 de Janeiro de 2010 para as empresas de grande dimensão e 1 de Janeiro de 2011 para as 
empresas de dimensão média. Em relação ao PGC-PE, a sua entrada em vigor foi a 1 de 
Janeiro de 2011 para as pequenas empresas. (Decreto nº 70/2009, art.6). 
 
Nesta estrutura, as normas do IASB foram organizadas de outra forma e traduzidas, mas não 
oficialmente e integralmente, permitindo que pudessem ser lidas as normas originais do IASB 
que lhe serviram de base. O quadro conceptual e as normas internacionais usadas no PGC-
NIRF foram os que se encontravam em vigor até Outubro de 2008. A adopção das normas 
internacionais de relato financeiro pelas empresas Moçambicanas além de todas as alterações 
que implicou ao nível do reconhecimento e mensuração dos diversos elementos das DFs 
implicou também profundas alterações na quantidade e qualidade da informação a divulgar. 
 
 
1 International Accounting Standards Board 
Contabilidade Internacional 
 
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13 
 
QUADRO SINÓPTICO 
Breve resenha 
histórica da 
normalização 
contabilística 
Até surgir a normalização contabilística, cada empresa 
criava um plano de contas ajustada às suas características 
e necessidades; A necessidade de comparar a informação 
da própria empresa no tempo (vários exercícios 
económicos) e no espaço (entre empresas diferentes) 
conduziu à necessidade de uma regulamentação da 
organização/sistema contabilístico, de modo a que todos 
pudessem obedecer às mesmas regras e procedimentos e 
falar a mesma “linguagem” contabilística. 
Modelo de 
regulamentação 
Francófona 
A partir do final do século XIX, a França procura 
novamente destacar-se na Contabilidade, com o 
surgimento de uma nova escola denominada 
Neocontista. Esta escola surge com um movimento que 
contraria o personalismo das contas (Cerboni) e defende 
o valor das contas. O seu principal defensor foi Jean 
Dumarchey que iniciou novamente esta corrente de 
pensamento. A contabilidade financeira tem uma 
orientação legalista, e as práticas tendem a ser altamente 
conservadoras. A contabilidade não é primariamente 
orientada às necessidades de tomada de decisão dos 
fornecedores de capital, mas normalmente projectada 
para satisfazer exigências governamentais impostas e 
demonstrar a concordância com o plano 
macroeconómico do governo. 
Modelo de 
regulamentação 
Lusófona 
A experiência francesa refletiu-se na normalização 
contabilística portuguesa, com a publicação, em meados 
do século XX, de regras de uniformização da 
contabilidade das sociedades por acções, e mais tarde 
com a aprovação do primeiro plano oficial de 
Contabilidade Internacional 
 
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14 
 
contabilidade português de 1977. O Regulamento (CE) 
n.º 1606/2002 veio estabelecer a adopção e a utilização, 
na Comunidade, das normas internacionais de 
contabilidade - (IAS) e (IFRS) e interpretações conexas 
dando, assim, resposta às crescentes necessidades em 
matéria de relato financeiro no contexto das alterações 
ocorridas nos últimos anos na conjuntura económica e 
financeira. Com a publicação dia 13 de Julho de 2009, do 
Decreto-Lei 158/2009 que aprovou o novo Sistema de 
Normalização Contabilística (SNC), o ordenamento 
contabilístico português ajustou-se ao dos estados 
seguidores das normas internacionais de contabilidade 
(IAS/IFRS). Esta mudança do POC para o SNC entrou 
em vigor a 1 de Janeiro de 2010. 
Regulamentação 
Moçambicana 
O Sistema Contabilístico Moçambicano possui 
características latinas resultantes do processo de 
colonização, onde a fiscalidade exerce uma forte 
influência sobre a contabilidade, enquadrando-se assim 
no bloco continental. Moçambique herdou de Portugal, 
característicascomo a forte tradição legalista, a 
influência acentuada de normativos. 
O crescente relacionamento de Moçambique com 
empresas de outros países, nomeadamente portuguesas e 
as particularidades das normas e práticas contabilísticas 
moçambicanas justificaram a procura de uma 
harmonização contabilística, que conduziu à aprovação 
do Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro visando a 
adopção de um Plano Geral de Contabilidade baseado 
nas normas do IASB, que fosse aplicável às grandes e 
Contabilidade Internacional 
 
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15 
 
médias empresas e que se encontra actualmente em 
vigor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Internacional 
 
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16 
 
EXERCÍCIOS 
 
1- O que motivou a necessidade de evolução da normalização contabilística? 
 
2- Descreva sucintamente o modelo de regulamentação de contabilidade francófona. 
 
3- Quais as principais características do modelo de regulamentação lusófona? 
 
4- De que forma o modelo lusófono influenciou a regulamentação contabilística 
moçambicana? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II – NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE 
 
Contabilidade Internacional 
 
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17 
 
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO 
No final deste capítulo o estudante será capaz de: 
1. Conhecer os Organismos de Normalização contabilística nacional; 
2. Caracterizar os determinantes da Normalização contabilística internacional; 
3. Distinguir as Normas Internacionais de Contabilidade para sector privado e para o sector 
público. 
 
2. INTRODUÇÃO 
O organismo responsável pelo processo de normalização contabilística a nível internacional 
é o IASB - International Accounting Standards Board, cujas principais atribuições são: 
desenvolver um conjunto de normas de contabilidade e de relato financeiro e promover a sua 
aceitação e observância a nível mundial. 
 
As normas emitidas pelo IASB designam-se genericamente por Normas Internacionais de 
Contabilidade – NIC. As NIC incluem as seguintes normas e respectivas interpretações: 
• IAS – International Accounting Standards (Normas Internacionais de Contabilidade) - 
emitidas antes de 2001; 
• SIC – Standings Interpretations Committee (Interpretações das IAS/NIC); 
• IFRS – International Financial Reporting Standards (Normas internacionais de Relato 
Financeiro - NIRF) - emitidas depois de 2001; 
• IFRIC – International Financial Reporting Interpretations Committee (Interpretações das 
IFRS/NIRF). 
 
 
 
 
QUADRO-RESUMO PRINCIPAIS ORGANISMOS REGULADORES: 
Data criação Organismo Função 
Contabilidade Internacional 
 
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18 
 
1973 IASC 
Formular e publicar normas de contabilidade; 
Promover a sua aceitação e execução a nível mundial; 
Melhorar e harmonizar a regulamentação contabilística, 
normas de contabilidade e procedimentos relativos à 
apresentação das DF’s. 
1997 SIC Emitir interpretações das normas (SIC) 
2001 IASB IASC  IASB: emitiu novas normas designadas IFRS. 
2001 IFRIC SIC deu lugar ao IFRIC. 
Fonte: adaptado IASB 
 
A globalização do mundo empresarial requere a criação de uma linguagem contabilística 
comum a nível mundial. A falta dessa linguagem limita por parte dos investidores, a racional 
aplicação dos recursos económicos e financeiros nas empresas, traz lacunas relativamente ao 
conhecimento risco e rendibilidade das empresas; essas dificuldades estendem-se ainda ao 
nível dos reguladores dos mercados de capitais. Por outro lado, a eleição dos mercados de 
capitais a nível global obriga a uma informação financeira de maior qualidade, transparente 
e comparável que pode ser conseguida através da harmonização contabilística. 
 
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19 
 
Mapa ilustrativo da actual adopção internacional das IFRS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Villa Auditores e Consultores 
 
2. ORGANISMOS DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA NACIONAL 
 
2.1 CONCEITO NORMALIZAÇÃO 
 
De acordo com BORGES, António et al (1998), a normalização contabilística define-se como 
um conjunto de regras e princípios que visam: a) A elaboração de um quadro de contas que 
devam ser seguidas pelas unidades económicas; b) A definição de regras de mensuração e 
reconhecimento dos elementos das DF`s; c) A definição do conteúdo, regras de 
movimentação e articulação das contas do quadro; d) A concepção de mapas - modelo para 
as DF`s a ser divulgadas pelas unidades económicas; e) A definição dos princípios 
contabilísticos que devam ser seguidos na contabilidade das diversas entidades envolvidas. 
O SCE é um modelo de normalização contabilística assente em princípios e regras baseadas 
nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF), subordinado a uma estrutura 
conceptual com vista à comparação e compreensão das informações e dados recolhidos pelas 
entidades que adoptem as normas quer estas entidades sejam nacionais ou estrangeiras. 
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20 
 
 
Segundo BORGES & FERRÃO (1999:14), Normalização contabilística é um processo 
dinâmico que visa a adequação da realidade contabilística face as mutações do meio 
envolvente económico-financeiro que rodeia as unidades económicas. 
 
A normalização contabilística assenta os seus objectivos na definição de: 
✓ Regras de mensuração (formas de quantificar os elementos das demonstrações 
financeiras); e, 
✓ Regras de reconhecimento (determinação dos elementos que devem constar das 
demonstrações financeiras) para um melhor contributo qualitativo e do nível de 
transparência da contabilidade das empresas. 
 
Resumindo, pode-se afirmar que, normalizar, consiste em criar uma metodologia comum, a 
ser seguida pelas unidades económicas visando, fundamentalmente, a comparabilidade das 
informações inter-unidades, a universalidade dos dados recolhidos e a sua 
compreensibilidade pelos diversos agentes económicos. 
 
2.2 ORGANISMOS DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA 
 
A infraestrutura contabilística Moçambicana é actualmente constituída por um organismo 
normalizador, o Ministério das Finanças (MF), pelos técnicos de contas inscritos no MF, 
pelos contabilistas que exercem as suas actividades nas diversas empresas, pelas 
universidades e institutos médios que leccionam cursos de contabilidade, pelas empresas de 
auditoria, normas e padrões, entre outros. De extrema importância é também a primeira 
associação de contabilistas - Associação Moçambicana dos Jovens Contabilistas (AMOJOC) 
- cujo principal objectivo é promover a profissão de contabilista, bem como a OCAM – 
Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique, com a qual foi também criado um 
órgão de supervisão subordinado ao Ministro das Finanças com a tarefa de zelar pelo 
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cumprimento integral e respeito pelas normas de funcionamento das actividades dos 
contabilistas e dos auditores. 
 
O SCE (Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique) aprovado pelo 
Decreto 70/2009 de 22 de Dezembro é um modelo de normalização contabilística assente em 
princípios e regras baseadas nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF), 
subordinado a uma estrutura conceptual com vista à comparação e compreensão das 
informações e dados recolhidos pelas entidades que adoptem as normas quer estas entidades 
sejam nacionais ou estrangeiras. 
 
O Ministério das Finanças como principal organismo normalizador, baseia a sua actuação, 
procurando aplicar a nível nacional as principais NIRF emanadas pelo IASB de modo a que 
também Moçambique faça parte da harmonização contabilísticamundial, tão necessária para 
a atracção de novos investidores que contribuam cada vez mais para o desenvolvimento do 
país. 
 
Para efeitos de consistência técnica, o Plano Geral de Contabilidade (PGC) – PE é um 
normativo cuja estrutura se baseia nos conceitos contabilísticos previstos no PGC – NIRF. 
Contudo, estabelece um conjunto de regras de reconhecimento, de mensuração e de 
apresentação de muito mais fácil aplicação e de simples entendimento. 
 
O PGC – PE inclui os seguintes instrumentos: 
• Bases, conceitos e princípios contabilísticos; 
• Quadro e códigos de contas; 
• Modelos de demonstrações financeiras; 
• Critérios de reconhecimento e de mensuração. 
 
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22 
 
Relativamente à área financeira do estado foi concebido o Sistema de Administração 
Financeira do Estado (SISTAFE), aprovado pela Lei 9/2002 de 12 de Fevereiro que engloba 
subsistemas para o Orçamento do Estado, Contabilidade Pública, Tesouro Público, 
Património Público e Controlo Interno. 
 
É ao subsistema de Contabilidade Pública que compete (art.º 14 n.º 1 do Diploma Ministerial 
n.º 181/2013 de 14 de Outubro): 
a) Elaborar normas e procedimentos para a execução e para o adequado registo contabilístico 
dos actos e dos factos de gestão orçamental, financeira e patrimonial nos órgãos e instituições 
do Estado; 
b) Manter actualizado o Plano Básico de Contabilidade Pública; 
c) Manter e aperfeiçoar sistemas de informação que permitam realizar a contabilização de 
actos e factos de gestão orçamental, financeira e patrimonial do Estado e gerar informações 
de gestão necessários à tomada de decisão. 
 
2.3 DETERMINANTES DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA 
INTERNACIONAL 
O reconhecimento da existência de regulamentação contabilística, implica a compreensão de 
diversos sistemas contabilísticos, Cravo (2000:71) os quais, de acordo com a classificação 
de Jarne Jarne, Laínez Gadea e Callao Gastón (1997:247) podem dividir-se em modelos de 
índole pública ou de intervenção privada, cujas características essenciais são claramente 
distintas como revela o seguinte quadro: 
 
 
 
 
 
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23 
 
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DOS MODELOS DE REGULAMENTAÇÃO 
CONTABILÍSTICA 
Modelos de índole pública Modelos de índole privada 
Próprios do Continente europeu 
Próprios dos países de influência 
anglo-saxónica 
Influenciados por factores legais 
A implementação das normas tem, 
em muitos casos, o apoio das 
organizações governamentais 
As normas são elaboradas por 
organismos dependentes do governo 
Noutros casos, através do trabalho 
dos auditores, são adoptadas normas 
emanadas por organizações 
profissionais 
Não há um grande interesse em 
estabelecer uma estrutura conceptual 
Há interesse por uma estrutura 
conceptual que delimite os aspectos 
básicos do modelo contabilístico 
A obrigatoriedade das normas é 
estabelecida através de um diploma 
legal 
O processo de normas é mais flexível 
Normalmente, existe um plano 
oficial de contabilidade 
Geralmente existe uma norma para 
cada problemática contabilística 
As normas contabilísticas sobre 
preparação e apresentação de 
informação são muito detalhadas 
As normas contabilísticas 
apresentam um grau menor de 
detalhe, sobretudo quanto a formatos 
de apresentação de informação 
Predomina a preocupação com a 
forma 
Mais preocupação com questões de 
fundo 
Fonte: Jarne Jarne, Laínez Gadea e Callao Gastón (1997: 247) 
 
Alves (2005 e 2002: 30) e também a CNC (2003b:17) dividem as causas das diferenças 
determinantes entre os modelos contabilísticos, que proporcionam a diversidade 
contabilística em duas envolventes: 
✓ A envolvente directa, de interacção específica, onde se incluem; os utilizadores, as 
empresas, o financiamento empresarial, a fiscalidade, a regulamentação 
contabilística, a profissão contabilística e o ensino da contabilidade; e 
✓ A envolvente indirecta, de interacção geral, onde se incluem: os sistemas económico, 
político, jurídico-legal e religioso, bem como a língua, a cultura e os factores 
históricos. 
 
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24 
 
Segundo Weffort (2005), as diferenças podem ser agrupadas de acordo com as seguintes 
características: 
Características Aplicação 
Forças do 
Mercado 
Captação de recursos: interna (governo, bancos e 
fornecedores) ou externa (accionistas e empresas 
estrangeiras) 
Sistema 
Jurídico 
Sistema legal: Common law (sistema consuetudinário, ou 
seja, direito elaborado pelos juízes, ou Code law (sistema 
codificado), no qual o direito é estabelecido por lei. 
Sistema 
Educacional dos 
Profissionais 
Nível de qualificação dos profissionais contabilistas, no 
que diz respeito à quantidade e qualidade dos cursos de 
graduação, pós-graduação e formação contínua. 
Cultura 
Valores sociais de um país, cujas decisões são influenciadas 
pela religião, costumes, política e economia. 
 
De acordo com Santos (2006:51), podemos concluir que “a procura de uma adequada 
estrutura conceptual acompanha a evolução da regulamentação contabilística desde as suas 
origens”. 
Também não podemos esquecer as influências ligadas à globalização dos mercados pela sua 
grande ligação às necessidades de comparação da informação económico-financeira 
produzida, como nos lembra Cravo (2000:71). 
A contabilidade na maioria dos casos está sujeita ao seu meio envolvente reflectindo um 
conjunto de valores, sistemas políticos, económicos e jurídicos. Em África, devido ao efeito 
de colonização, muitos países tem um sistema contabilístico associado ao país colonizador. 
Esses sistemas diferentes surgem devido a certos factores predominantes tais como: o sistema 
legal, fornecedores de capital, mercado financeiro, sistema político e cultural, factores 
ligados a próprias práticas contabilísticas (influência da fiscalidade), utilizadores da 
informação financeira, nível de desenvolvimento da profissão e os objectivos da 
contabilidade (Pinheiro S. 2008, cit. Pires). 
 
 
 
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25 
 
QUADRO-RESUMO DAS PRINCIPAIS CAUSAS DAS DIFERENÇAS ENTRE OS 
MODELOS CONTABILÍSTICOS: 
O sistema 
político e 
económico e a 
inflação 
As condições políticas e económicas constituídas ao longo 
dos anos, juntamente com a estrutura da entidade e a 
situação macro-económica interferem na definição da 
estrutura conceptual. O inconveniente deste factor resulta 
no aumento ou diminuição das expectativas de quem analisa 
a confiabilidade e relevância do sistema de informação em 
causa. 
O sistema 
jurídico-legal 
É comum separar dois grandes sistemas legais: 
O Direito Romano: sistema legal continental constituído por 
um conjunto de normas que estabelecem descrições muito 
detalhadas nas quais as situações reais se devem incluir; e o 
Direito Comum: constituição de normas e a jurisprudência 
a partir da regulamentação geral dos hábitos individuais. É 
constituído por um número reduzido de Leis escritas pois a 
norma pretende avaliar uma situação concreta enquadrada 
num dado momento, não valorizando o facto de as leis 
poderem ter efeitos no futuro. 
Uma sociedade em que preside o Direito Romano tem uma 
normativa contabilística com normas muito detalhadas onde 
se prescreve as actuações que todos devem ter perante 
aquela situação. Se pelo contrário estamos em presença de 
uma sociedade incluída no Direito Comum, encontramos 
um normativo contabilístico menos detalhado onde estão 
prescritos os caminhos de raciocínio para resolver a 
situação, sem muitas prescrições nem detalhes, e mais 
flexível às alterações do ambiente envolvente em cada 
momento. 
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26 
 
A cultura 
As diferenças culturais constituem, como refere Amorim 
(2001:21) um obstáculo à eficiência da comunicação - 
conjunto de valores que pautam o comportamento 
individual e colectivo pois as organizações são o espelho 
dos indivíduos que as integram. A forma como cada região 
encara a informação financeira condiciona o 
relacionamento com a riqueza e o poder. 
A língua 
Como indicam Doupnik e Richter (2003: 18-19) os efeitos 
da língua enquanto cultura e da tradução linguística na 
interpretação de certas expressões do inglês, influenciam e 
podem determinar um modelo contabilístico. 
O ensino 
A forma como se ensina/aprende as bases desta ciência, 
dependendo de uma abordagem centrada mais nas técnicas 
de registo ou na compreensão técnica do modelo de registo 
das transacções a relatar, condiciona o desempenho na 
elaboração das tarefas. Como refere Jarne Jarne (1997:100) 
é este subsistema de formação que tem de fornecer o 
suficiente capital humano e intelectual para desenvolver o 
seu trabalho. 
O estatuto da 
profissão 
contabilística 
A influência da profissão e o papel que desempenha na 
estrutura normativa contabilística, a sua arquitectura e 
implementação é um dos factores fundamentais na 
descrição da envolvente, já que a participação destes 
profissionais tem grande influência no nível técnico e 
teórico que condiciona a coerência de uma matriz de 
conceitos, operativa e utilizável. A influência da profissão 
contabilista é mais evidente nos países anglo-saxónicos e 
bastante frágil nos países com tradição de direito continental 
europeu, já que a regulação contabilística é, nestes países, 
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27 
 
muito influenciada por determinantes fiscais. Uma das 
principais críticas que se fazem à normalização 
materializada em documentos legais é exactamente o cortar 
da criatividade da solução, esta passa a ser estática e não 
dinâmica; 
A teoria e a 
regulamentaçã
o contabilística 
específica e a 
fiscalidade 
As diferenças entre critérios contabilísticos e fiscais são 
susceptíveis de criar confusões entre os critérios aplicados a 
uma realidade e a outra, havendo mesmo situações em que 
os critérios fiscais se impuseram aos contabilísticos 
desembocando em registos e medições baseados em 
aspectos que não permitem reflectir a situação económica 
da entidade, com fiabilidade. O peso do sistema fiscal no 
todo económico gera um conjunto de práticas e de interesses 
que interferem com os critérios contabilísticos. 
 
3. NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE 
 
A complexidade e diversidade de transações entre entidades do sector público ou privado, 
resultante da internacionalização de mercados, exigem uma avaliação contínua e 
empreendedora dos factos que promovam a modificação quantitativa ou qualitativa de um 
património. 
Para que essa avaliação seja eficaz, é preciso que sejam observados os princípios e normas 
de contabilidade que garantam a compreensibilidade e a comparabilidade da informação, 
diminuindo custos aos investidores e utilizadores da informação em geral, tendo em conta os 
constrangimentos que por vezes resultam da diversidade de idiomas, culturas, políticas 
fiscais e económicas. 
 
 
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28 
 
3.1 PARA O SECTOR PRIVADO 
 
Para que uma norma contabilística possa ser adoptada, a sua aplicação deverá apresentar uma 
imagem verdadeira e fidedigna da situação financeira e dos resultados de uma empresa, 
responder ao interesse público europeu e satisfazer os critérios de inteligibilidade, relevância, 
fiabilidade e comparabilidade requeridos das informações financeiras necessárias para a 
tomada de decisões económicas e a apreciação da eficácia da gestão dos dirigentes da 
sociedade. 
http://europa.eu/legislation_summaries/internal_market/single_market_services/financial_
services_general_framework/l26040_pt.htm) 
 
O regulamento será aceite de acordo com um mecanismo de uma dupla estrutura: 
• Um nível regulamentar - com a criação de uma comissão de regulamentação 
contabilística que decidirá quanto à eventual adopção das normas IFRS com base 
em propostas da mesma. 
Objectivo: garantir uma total transparência e responsabilizar a entidade regulamentadora; 
 
• Um nível técnico - com a criação de uma comissão técnico-contabilística, composta 
por peritos em contabilidade do sector privado. 
Objectivo: fornecer oportunamente a assistência e as competências necessárias para 
avaliar as normas IFRS e aconselhar a Comissão sobre a oportunidade de adoptar ou não 
a norma IFRS em causa. 
 
A Assembleia da República de Moçambique aprovou a Lei nº 20/2009 de 10 de Setembro, 
adoptando normativos contabilísticos baseados nas normas internacionais de relato 
financeiro (NIRF) no ordenamento jurídico moçambicano e reformulou algumas disposições 
do Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (CIRPC). 
 
http://europa.eu/legislation_summaries/internal_market/single_market_services/financial_services_general_framework/l26040_pt.htm
http://europa.eu/legislation_summaries/internal_market/single_market_services/financial_services_general_framework/l26040_pt.htm
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29 
 
A 3 de Novembro de 2009, o Conselho de Ministros aprovou o Decreto 70/2009 de 22 de 
Dezembro que aprova o Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique 
(SCE). O documento em referência contempla o Plano Geral de Contabilidade adaptado às 
Normas Internacionais de Relato Financeiro (PGC-NIRF) para as grandes empresas cuja 
transição obrigatória foi a 1 Janeiro de 2010 e para as médias empresas, tendo-se tornado 
obrigatório a 1 de Janeiro de 2011 (PGC-PE). Ficaram excluídas de aplicação do SCE, as 
empresas do ramo bancário e segurador Processo de Integração de Lacunas no PGC.A reforma 
contabilística para o sector privado culminou no ano de 2010, com a introdução de um novo 
Sistema de Normalização Contabilística (SNE), resultante da convergência de Moçambique 
com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB. 
 
O novo Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique, inclui como 
já anteriormente foi referido: 
• O PGC-NIRF 
Encontra-se dividido em três grupos diferentes de matéria: 
✓ O primeiro grupo, trata do quadro conceptual de acordo com o Framework do IASB, 
adopção pela primeira vez do PGC-NIRF de acordo com o descrito no IFRS 12 e 
apresentação das DF’s conforme a IAS 13; 
✓ O segundo grupo, de carácter mais prático integra o Código de Contas e os diferentes 
Modelos de Demonstrações Financeiras; e, 
✓ O terceiro grupo, de carácter informativo incorpora o glossário de termos e expressões 
e tabela de correspondência com as NIRF’s. 
• O PGC-PE 
Encontra-se dividido em duas partes distintas: 
✓ Uma primeira parte que apresenta bases, conceitos e princípios contabilísticos; 
 
2 Adopção pela primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) 
 
3 Apresentação das Demonstrações Financeiras 
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30 
 
✓ A segunda parte, mais prática, apresenta a mensuração dos elementos das DF’s, 
quadro e código de contas, modelos de DF’s e conteúdo e movimentação de algumas 
contas. 
 
As normas do IASB foram, nesta estrutura, propositadamente organizadas de forma 
diferente; para que sejam sempre lidas e tidas em conta as normas originais do IASB que lhe 
servem de base, não foram traduzidas de forma oficial nem integral. 
O quadro conceptual e as normas internacionais usadas no PGC-NIRF são os que se 
encontravam em vigor até Outubro de 2008. 
 
3.2 PARA O SECTOR PÚBLICO 
 
Em Moçambique, a normalização contabilísticapara o sector público acompanhou a 
normalização contabilística para o sector privado. 
 
O International Public Sector Accounting Standadrs Board (IPSASB) emite normas de 
contabilidade para o sector público que se denominam, International Public Sector 
Accounting Standards (IPSAS). Estas normas constituem adaptações das International 
Financial Reporting Standards (IFRS), emitidas pelo International Accounting Standards 
Board (IASB). O IPSASB tem vindo a desenvolver esforços no sentido da harmonização 
contabilística a nível mundial. 
 
As IPSAS partem do pressuposto de que a gestão moderna do sector público, conforme com 
os princípios de economia, eficácia e eficiência, depende de sistemas de informação de gestão 
capazes de fornecer informações actualizadas, precisas e fiáveis sobre a situação e o 
desempenho económico e financeiro de um Estado, tal como aconteceria em qualquer outro 
tipo de entidade económica. 
 
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31 
 
A Administração Pública deve actuar como uma garantia das relações entre o Estado e o 
cidadão. A Administração Pública Moçambicana anterior à Reforma do Sector Público em 
Moçambique revelou baixos níveis de eficácia e desempenho, e mostrou a urgente 
necessidade de mudanças que melhorassem a prestação de serviços aos cidadãos e 
aumentassem a qualidade de gestão e funcionamento da mesma, criando um clima de maior 
proximidade e confiança entre a Administração Pública e o cidadão. Outro dos objectivos da 
reforma foi o aumento da eficiência e eficácia na administração da coisa pública em relação 
aos seus utentes. 
 
Para que a reforma tivesse sucesso na área financeira do Estado, um dos principais desafios 
a que o governo Moçambicano se propôs foi a efectivação de um programa que visa a 
modernização do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE). Através, do 
Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Finanças (CEDSIF), criado pelo 
Decreto n.º 34/2012, de 30 de Agosto, iniciou a implementação do SISTAFE, um novo e 
moderno sistema aprovado pela Lei 9/2002 de 12 de Fevereiro. 
 
O SISTAFE surge a partir do ano 2002, substituindo o Sistema de Administração Financeira 
vigente que assentava em normas legais seculares, por exemplo, o Regulamento de Fazenda, 
que data de 1901 e o Regulamento de Contabilidade Pública, de 1881 e engloba os 
subsistemas para o Orçamento do Estado, Contabilidade Pública, Tesouro Público, 
Património Público e Controlo Interno, de forma a colmatar a necessidade de melhorar a 
forma de administrar a coisa pública. Até essa data, não existia um verdadeiro plano de 
tesouraria que assegurasse a transferência das dotações orçamentais aprovadas para as 
unidades orçamentais de acordo com um calendário consistente com o padrão desejado de 
despesas (Hodges e Roberto, 2005: 14) 
 
O SISTAFE tem como principais objectivos: 
✓ Adoptar um quadro normativo e operacional como resultado do processo de 
conversão e convergência da actual contabilidade pública (Regime Misto) aos 
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32 
 
modelos internacionais (Regime Patrimonial por competência baseado em 
compromissos e nas NICs-SP – Normas Internacionais de Contabilidade Pública 
aplicada ao sector Público); 
✓ Uniformizar e padronizar a interpretação e evidenciação das demonstrações 
contabilísticas com vista ao correcto apuramento do balanço patrimonial e de toda a 
informação relevante para a elaboração da Conta Geral do Estado (CGE); 
✓ Criar todas as condições necessárias à sua implementação. 
 
 
 
A expansão do e-SISTAFE abrange 
todos os Órgãos e 
Instituições do Estado ao nível 
Central, Provincial e Distrital, 
num total de 581 Unidades Gestoras e 
Executoras até Maio de 2012. 
http://www.cedsif.gov.mz/rollout.htm 
 
 
 
 
 
 
 
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33 
 
QUADRO SINÓPTICO 
 
Organismos de 
Normalização 
Contabilística 
Nacional 
A infraestrutura contabilística Moçambicana é actualmente 
constituída por um organismo normalizador, o Ministério das 
Finanças (MF), pelos técnicos de contas inscritos no MF, pelos 
contabilistas que exercem as suas actividades nas diversas 
empresas, pelas universidades e institutos médios que 
leccionam cursos de contabilidade, pelas empresas de 
auditoria, normas e padrões, entre outros. De extrema 
importância são também a AMOJOC - Associação 
Moçambicana dos Jovens Contabilistas e a OCAM – Ordem 
dos Contabilistas e Auditores de Moçambique, com a qual foi 
também criado um órgão de supervisão subordinado ao 
Ministro das Finanças. 
Determinantes da 
organização 
contabilística 
internacional 
Forças do Mercado - captação de recursos: interna 
(governo, bancos e fornecedores) ou externa (accionistas e 
empresas estrangeiras); 
Sistema Jurídico - sistema legal: Common law (sistema 
consuetudinário, ou seja, direito elaborado pelos juízes, ou 
Code law (sistema codificado), no qual o direito é 
estabelecido por lei; 
Sistema Educacional dos Profissionais - nível de 
qualificação dos profissionais contabilistas, no que diz 
respeito à quantidade e qualidade dos cursos de graduação, 
pós-graduação e formação contínua. 
Cultura - valores sociais de um país, cujas decisões são 
influenciadas pela religião, costumes, política e economia. 
Determinantes do 
desenvolvimento 
O sistema político e económico e a inflação - interferem na 
definição da estrutura conceptual. Resulta no aumento ou 
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34 
 
dos Sistemas 
Contabilísticos 
diminuição das expectativas de quem analisa a confiabilidade 
e relevância do sistema de informação em causa. 
O sistema jurídico-legal – Direito Romano (constituído por 
um conjunto de normas que estabelecem descrições muito 
detalhadas nas quais as situações reais se devem incluir) e 
Direito Comum (constituído por normas e a jurisprudência 
a partir da regulamentação geral dos hábitos individuais). 
A cultura – pode constituir como refere Amorim (2001:21) 
um obstáculo à eficiência da comunicação a forma como 
cada região encara a informação financeira condiciona o 
relacionamento com a riqueza e o poder. 
A língua – segundo Doupnik e Richter (2003: 18-19) os 
efeitos da língua enquanto cultura e da tradução linguística 
na interpretação de certas expressões do inglês, influenciam 
e podem determinar um modelo contabilístico. 
O ensino - a forma como se ensina/aprende as bases desta 
ciência, dependendo de uma abordagem centrada mais nas 
técnicas de registo ou na compreensão técnica do modelo de 
registo das transacções a relatar, condiciona o desempenho 
na elaboração das tarefas. 
O estatuto da profissão contabilística - a influência da 
profissão contabilista é mais evidente nos países anglo-
saxónicos e bastante frágil nos países com tradição de direito 
continental europeu, já que a regulação contabilística é, nestes 
países, muito influenciada por determinantes fiscais. 
A teoria, a regulamentação contabilística específica e a 
fiscalidade - o peso do sistema fiscal no todo económico 
gera um conjunto de práticas e de interesses que interferem 
com os critérios contabilísticos. 
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35 
 
Normas 
Internacionais de 
Contabilidade 
para o Sector 
Privado 
A reforma contabilística para o sector privado culminou no 
ano de 2010, com a introdução de um novo Sistema de 
Normalização Contabilística (SNE), resultante da 
convergência de Moçambique com as normas internacionais 
de contabilidade emitidas pelo IASB. 
Para que uma norma contabilística possa ser adoptada, a sua 
aplicação deverá apresentar uma imagem verdadeira e 
fidedigna da situaçãofinanceira e dos resultados de uma 
empresa, responder ao interesse público europeu e satisfazer 
os critérios de inteligibilidade, relevância, fiabilidade e 
comparabilidade requeridos das informações financeiras 
necessárias para a tomada de decisões económicas e a 
apreciação da eficácia da gestão dos dirigentes da sociedade. 
Normas 
Internacionais de 
Contabilidade 
para o Sector 
Público 
O International Public Sector Accounting Standadrs Board 
(IPSASB) emite normas de contabilidade para o sector 
público que se denominam, International Public Sector 
Accounting Standards (IPSAS). Estas normas constituem 
adaptações das International Financial Reporting Standards 
(IFRS), emitidas pelo International Accounting Standards 
Board (IASB). O IPSASB tem vindo a desenvolver esforços 
no sentido da harmonização contabilística a nível mundial. 
Em Moçambique, a normalização contabilística para o sector 
público acompanhou a normalização contabilística para o 
sector privado. 
 
 
 
 
 
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36 
 
EXERCÍCIOS 
 
1- O que se entende por normalização? 
 
2- Quais os principais organismos de normalização contabilística nacional? 
 
3- Quais os principais determinantes da Organização Contabilística Internacional? 
 
4- Indique quatro dos principais determinantes do desenvolvimento dos Sistemas 
Contabilísticos. 
 
5- Quais os procedimentos de aplicação das normas internacionais de Contabilidade para o 
Sector Público? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUGESTÕES PARA LEITURA 
 
Bibliografia: 
• SANTOS, José Luiz dos. (2006), “História do Pensamento Contábil” Editora: Atlas. 
• DECRETO Nº 36/2006 DE 25 DE JULHO – Plano Geral de Contabilidade. Conselho 
de Ministros. 2006. Moçambique. 
• DECRETO Nº 70/2009 DE 22 DE DEZEMBRO. Boletim da República, Série I, nº 
50. Conselho de Ministros. 2009. Moçambique. 
• LEI Nº 8/2012 DE 8 DE FEVEREIRO. Boletim da República, Série I, nº 6. 
Assembleia da República. 2012. Moçambique. 
• AMARAL, C. (2001), "Processo de harmonização contabilística internacional", 
Gestão e Desenvolvimento, vol. 10 
• BORGES, António. Et All. (1998), “A Contabilidade e a Prestação de Contas”; 
Editora Rei dos Livros. 
• BORGES, A. E FERRÃO, M (1994), “A Contabilidade e a Prestação de Contas“; 
Editora Rei dos Livros 
• MARTINS, Manuel P. 2000. Contabilidade em Moçambique, in Boletim BDO. 
• SANTOS, José Luiz dos. (2006), “História do Pensamento Contábil” Editora: Atlas. 
• DECRETO Nº 36/2006 DE 25 DE JULHO – Plano Geral de Contabilidade. Conselho 
de Ministros. 2006. Moçambique. 
• DECRETO Nº 70/2009 DE 22 DE DEZEMBRO. Boletim da República, Série I, nº 
50. Conselho de Ministros. 2009. Moçambique. 
• DIPLOMA MINISTERIAL N.º 181/2013 DE 14 DE OUTUBRO. Boletim da 
República, Série I. Ministério das Finanças. 2013. Moçambique. 
• LEI Nº 9/2002 DE 12 DE FEVEREIRO. Boletim da República, Assembleia da 
República. 2012. Moçambique. 
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Referências on-line: 
 
• http://www.acismoz.com/ 
• http:// www.apotec.pt 
• www.atneia.com 
• www.businessweek.com 
• http://www.diariomoz.com/index.php/sociedade-e-politica/1414-ordem-ja-inscreveu-560-
membros 
• http://economico.sapo.pt/ 
• www.gesbanha.pt/contab 
• http://www.otoc.pt 
• http://www.psic.org.mz/ 
• http://www.salcaldeira.com/ 
• www.vidaeconomica.pt 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.acismoz.com/
http://adsoftheworld.com/
http://www.atneia.com/
http://www.businessweek.com/
http://www.diariomoz.com/index.php/sociedade-e-politica/1414-ordem-ja-inscreveu-560-membros
http://www.diariomoz.com/index.php/sociedade-e-politica/1414-ordem-ja-inscreveu-560-membros
http://economico.sapo.pt/
http://economico.sapo.pt/
http://www.gesbanha.pt/contab
http://www.otoc.pt/
http://www.psic.org.mz/
http://www.salcaldeira.com/
http://www.vidaeconomica.pt/
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CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS 
 CAPÍTULO I 
1. Ver capítulo I, ponto 1.1 
2. Ver capítulo I, ponto 1.2 
3. Ver capítulo I, ponto 1.3 
4. Ver capítulo I, ponto 1.4 
 
CAPÍTULO II 
1. Ver capítulo II, ponto 2.1 
2. Ver capítulo II, ponto 2.2 
3. Ver capítulo II, ponto 2.3 
4. Ver capítulo II, (Quadro Sinóptico) 
5. Ver capítulo II, ponto 3

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