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Memorex PC CE – Rodada 03 
 
 
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Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos 
TOTAL certeza de que este material vai te fazer ganhar muitas questões e garantir a sua 
aprovação. 
Você está tendo acesso agora à Rodada 03. As outras 03 rodadas serão 
disponibilizadas na sua área de membros conforme o cronograma abaixo: 
 
Material Data 
Rodada 01 Disponível Imediatamente 
Rodada 02 Disponível Imediatamente 
Rodada 03 Disponível Imediatamente 
Rodada 04 28/07 
Rodada 05 04/08 
Rodada 06 11/08 
 
Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS 
RODADAS já disponíveis, independente da data de compra. 
 
Nesse material focamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois, 
muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode, infelizmente, custar inúmeras posições no 
resultado final. 
 
Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO. 
 
Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada 
uma das dicas. 
 
Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas 
para: atendimento@pensarconcursos.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Memorex PC CE – Rodada 03 
 
 
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ÍNDICE 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA .............................................................................................. 4 
INFORMÁTICA ........................................................................................................... 10 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL ............................................................................... 14 
LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE .............................................................. 22 
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................... 27 
ATOS ADMINISTRATIVOS..................................................................................... 41 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E PODER EXECUTIVO ..................................... 47 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ..................................................................................... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
DICA 01 
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO 
SOBRE O USO DOS DOIS PONTOS: 
Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. 
 Introduzir uma citação; 
 Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração 
subordinada substantiva apositiva; 
 Introduzir uma explicação ou enumeração após as expressões, por exemplo, isto é, 
ou seja, a saber, como etc. 
 Marcar uma pausa entre orações coordenadas; 
 Marcar a invocação em correspondências. 
DICA 02 
A VÍRGULA é utilizada para: 
 Marcar inversões; 
 Separar termos coordenados (em enumeração); 
 Marcar elipse do verbo; 
 Isolar vocativo; 
 Isolar aposto (termo de natureza explicativa) e pode ser isolado também por 
travessões, parênteses ou por dois pontos. 
 Isolar expressões de natureza explicativa (ou seja, isto é, ou melhor, vale dizer, quer 
dizer etc.) 
 Ex.: O Brasil é um país rico, ou seja, dispõe de muitos recursos naturais. 
OBS.: O "E" DEPOIS DE VÍRGULA por ocorrer pelos seguintes casos: 
 Determinando sujeitos diferentes. 
 Ex.: os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. 
 Ter função diferente de adição. 
 Ex.: Estudou muito, e ainda assim não passou no concurso. 
 Usar para dar ênfase na repetição. 
 Ex.: e chora, e ri, e grita. 
DICA 03 
RETICÊNCIAS... 
São usadas para indicar: supressão de um trecho, interrupção na fala, ou dar ideia 
de continuidade ao segmento. 
PARÊNTESES ( ) 
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples 
 Memorex PC CE – Rodada 03 
 
 
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indicações. 
TRAVESSÃO 
 Indica a fala de um personagem no discurso direto. 
 Ex.: Mariana disse: 
– Amigo, preciso pedir-lhe algo. 
 Isola um comentário no texto (sentença interferente). 
 Ex.: Aquela pessoa – eu já havia falado isso – acabou de mostrar que tem 
péssimo caráter. 
 Isola um aposto na sentença. 
 Ex.: Minha prima – a dona da loja – ligou para você. 
 Reforçar a parte final de um enunciado: 
 Ex.: Para passar no concurso você deve estudar muito – muito mesmo! 
DICA 04 
ADJUNTOS ADVERBIAS DESLOCADOS: 
 CURTA EXTENSÃO - Vírgula facultativa. (Até 2 palavras) 
 Ex.: Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave digital. 
 LONGA EXTENSÃO - Vírgula obrigatória. (3 ou mais palavras) 
 Ex.: Na reunião de ontem, os deputados federais aprovaram a lei. 
DICA 05 
CONCORDÂNCIA VERBAL 
O (pronome demonstrativo, podendo ser substituído por “ISSO”) + QUE 
As mulheres tiveram várias conquistas ao longo da vida, o (pronome demonstrativo, como 
se fosse ISSO) QUE as deixaram mais preparadas. ERRADA 
As mulheres tiveram várias conquistas ao longo da vida, o (ISSO) QUE as DEIXOU mais 
preparadas. CORRETA 
 ISSO = o fato de terem tido várias conquistas. 
DICA 06 
VERBO HAVER – SENTIDO EXISTENCIAL 
 Ex.: Coisas novas precisam HAVER para que ela se decidisse. ERRADA 
Coisas novas PRECISAVA HAVER para que ela se decidisse CORRETA 
 
objeto. direito oração sem sujeito 
OBS.: *HAVER* sentido existencial, verbo sempre fica sempre na 3a pessoa do singular e 
contamina os verbos auxiliares. Então a impessoalidade do verbo impessoal principal 
é transmitida aos verbos auxiliares. 
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 OBS. 2: Toda vez que o *HAVER* é existencial é caso de oração sem sujeito. 
DICA 07 
“SE” – ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO 
TRATAM-SE de aspectos literários relevantes. ERRADA 
TRATA-SE de aspectos literários relevantes. CORRETA 
 OBS.: Transitividade do verbo trata: quem trata, trata de *VTI* 
“SE” Índice de indeterminação do sujeito 
REGRA: o verbo obrigatoriamente fica na 3a pessoa do singular. 
DICA 08 
Aposto resumitivo – enumeração + pronome indefinido singular - o verbo fica 
sempre na 3a pessoa do singular. 
 Ex: Amor, dinheiro, amizade, nada lhe agradava. 
 
 pronome indefinido resumindo a enumeração 
DICA 09 
CONCORDÂNCIA NOMINAL 
PSEUDO – prefixo grego, USADO COMO ADJETIVO é invariável. 
 Ex.: Sempre menosprezou os pseudoprofetas. 
DICA 10 
BASTANTE 
a) sendo um ADVÉRBIO, é invariável. 
 Ex.: As meninas falam bastante. 
b) Tratando-se de PRONOME INDEFINIDO (antes do substantivo), concorda com o 
substantivo em número. 
 Ex.: Havia bastantes meninos. (Lembrando... verbo haver com valor existencial, o 
verbo sempre fica na 3ª pessoa do singular) 
c) Quando for um ADJETIVO (após substantivo), concorda com o substantivo em 
número. 
 Ex.: Havia meninas bastantes. 
DICA 11 
Vários são OS ADJETIVOS que devem ficar INVARIÁVEIS quando substituem 
advérbios: 
 Barato - Ex.: No sebo os livros custam barato. 
 Caro – Ex.: Os vestidos custam caro. 
 Diferente – Ex.: Elas trabalham diferente. 
 Escondido – Ex.: Os presos planejam a fuga escondido da polícia. 
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 Firme – Ex.: As atletas disputaram firme. 
 Ligeiro – Ex.: Sigam ligeiro, rapazes! 
 Rápido – Ex.: Nos filmes, os vaqueiros sacam a arma mais rápido. 
 Suave – Ex.: Os bailarinos dançavam suave. 
DICA 12 
SUJEITO COM EXPRESSÃO PARTITIVA + TERMO DETERMINANTE 
O verbo poderá concordar com a expressão partitiva OU com o termo 
determinante. 
 Exemplos de expressões partitivas (ou quantitativas): a maioria de, grande parte de, 
maior parte de, uma porção de, um conjunto de... 
 Situações aplicáveis: 
 
Um conjunto de pessoas que partilha uma cultura. 
 
Um conjunto de pessoas que partilham uma cultura. 
ATENÇÃO 
Como as provas cobram... 
A substituição da forma verbal “partilha” por “partilham” preservaria a correção 
gramatical do texto. R:
CORRETO! 
DICA 13 
QUE – PRONOME RELATIVO (no sujeito) 
O verbo concordará com o antecedente. 
 Ex.: Muitos segurados que têm que recorrer ao INSS. 
 A forma verbal “têm” concorda com o termo “muitos segurados”. 
DICA 14 
QUEM – PRONOME RELATIVO (no sujeito) 
O verbo concordará com o antecedente ou concordará com o próprio “quem” na 3a 
pessoa do singular. 
 Ex.: Fomos nós quem realizou/realizamos o evento. 
 
DICA 15 
ATENÇÃO! 
O PRONOME DE TRATAMENTO, embora sejam de 2a pessoa (refere-se ao ouvinte), 
concordam sempre em 3a pessoa. 
 Ex.: Vossa Excelência sabe de vossas obrigações. 
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 Vossa Excelência sabe de suas obrigações. 
DICA 16 
ATENÇÃO! 
“EM ANEXO” é EXPRESSÃO INVÁRIÁVEL! 
 Ex.: As petições seguirão em anexo. 
 TODAVIA, “anexo” tem valor adjetivo, determinante de substantivo e, por isso, 
VARIA, concordando com o termo a que se refere, assim como: quite, obrigado, 
incluso, próprio, nenhum... 
 Ex.: Seguem anexas as fotos. 
 Ex.2: Eles não são nenhuns coitados. 
DICA 17 
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE 
CRASE 
 A crase é um fenômeno sintático assinalado pelo acento grave. 
 A crase depende de dois fatores: o termo regente e o termo regido. 
CONDIÇÕES DE OCORRÊNCIA 
 
O termo regente deve exigir a 
preposição “A” 
O termo regido deve admitir o artigo “A” ou ser 
um pronome demonstrativo iniciado pela letra 
“A” (aquele, aquela, aquilo, a) 
 
 EXEMPLOS: 
Obedeceu às leis da escola. 
VTI(a) 
Procedeu à reunião da hora marcada. 
VTI (proceder de dar início - pede preposição “a”) 
Voltou àquele lugar. 
VI (a) (quem volta, volta a...) 
Referiu-se à moça 
VTI 
 OS CASOS PROIBIDOS PREVALECEM SOBRE QUAISQUER OUTROS!!! 
 
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 DICA 18 
CRASE PROIBIDA: 
 Antes de palavras masculinas. 
 Ex.: Pinto a óleo. 
 Palavras no plural sem artigo. 
 Ex.: Volto daqui a dois dias. 
 Diante de verbo. 
 Ex.: Estou disposta a passar no concurso. 
 Entre palavras repetidas que constituem expressões idiomáticas (com sentido 
generalizado na língua). 
 Ex.: Estava cara a cara, dia a dia, uma a uma, cota a cota. 
 Antes de artigo feminino indefinido. 
 Ex.: Referia-me a uma dança. 
 Antes de pronomes: Pessoais, demonstrativos, indefinidos, tratamento e relativos. 
 Ex.: Dirigi-me a ela. Refiro-me a esta carta. Refiro-me a certa valsa. Falei a Vossa 
Santidade. Conheço a moça cuja mãe faleceu. 
 Depois de preposição (exceto “até”, caso facultativo). 
 Ex.: Jurou perante a justiça dizer a verdade. 
 Ex.2: Foi até a/à escola. 
DICA 19 
CRASE FACULTATIVA: 
 Depois da preposição ATÉ: Fui até a casa. / Fui até à casa. 
 Antes de pronome possessivo feminino no singular: MINHA, TUA, VOSSA, NOSSA. 
Respondi a sua mãe. / Respondi à sua mãe. 
 Antes de nome próprio feminino: Entreguei a carta a Carla. / Entreguei a carta à 
Carla. 
 Pronomes de tratamento: Senhora, Senhorita, Madame, Dona. Refiro-me a dona 
Joana. / Refiro-me à dona Joana. 
DICA 20 
NÃO SE USA CRASE - ANTES DA PALAVRA CASA: 
 Ex.: Eles retornaram a casa. 
 Ex.: Voltarei a casa amanhã de manhã. 
 OBS.: se a palavra “casa” vier determinada, ocorrerá crase: 
 Ex.: Eles retornaram à casa dos pais. 
 Ex.: Voltarei à casa do Fernando amanhã de manhã. 
 
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INFORMÁTICA 
DICA 21 
NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRESENTAÇÕES 
Os slides têm um leiaute, que pode ser definido através do ícone sua orientação 
(Paisagem ou retrato) e um plano de fundo que pode ser inserido pelo usuário. Pode-se 
utilizar um dos temas predefinidos do impress (acessíveis através do menu slides mestre 
na barra lateral). 
Os slides podem conter figuras, gráficos, áudio ou video, caixa de texto, Fontwork, 
hiperlink (CTRL + k). 
Para apresentar os slides clique no ícone para inciar do primeiro slide ou use o atalho 
F5. clique no ícone para iniciar do slide atual (atalho SHIFT + F5). É acessível, 
também, através do menu Apresentação de Slides. 
DICA 22 
ATALHOS DO IMPRESS 
Apresentar slides F5 
Iniciar apresentação do slide atual SHIFT + F5 
Reproduzir efeito ou próximo slide Barra de espaço ou seta direita 
Retornar para slide anterior Seta esquerda 
Ir para o primeiro Slide Home 
Ir para o último Slide End 
Abrir navegador de slides CTRL + SHIFT + F5 
Sair da apresentação Esc 
Duplicar objeto selecionado SHIFT + F3 
Localizar e substituir CTRL + H 
Abre ou fecha barra lateral CTRL + F5 
 
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DICA 23 
ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES 
Transições entre slides é a forma como, durante a apresentação, será trocada de um 
slide para outro, pode ser de várias formas. utilize o ícone na barra lateral para 
selecionar o modo de transição. Podem ser do tipo: Limpar, Roda, Descobrir, Barras, Jogo 
de Damas, Desvanecer, Empurrar etc. É possível escolher o tempo de transição entre os 
slides e um som ou música. 
Animações são utilizadas em um único elemento dentro de um slide, como título, 
gráfico, imagem etc. Utilize o ícone para selecionar a animação. 
Os efeitos das animações podem ser aparecer, surgir, venezianas, caixa, dissolver 
internamente etc. Pode-se selecionar a forma como a animação irá surgir, se será 
juntamente com o slide ou se será necessário avançar. 
DICA 24 
INSERÇÃO DE OBJETOS, NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO 
É possível inserir objetos através do ícone e manusear Interações com o clique do 
mouse durante a apresentação, opções como Ir para o próximo slide, Ir para o último 
slide, Ir para o slide anterior. 
 
Todas as formas acima podem ser inseridas nos slides. 
O menu Dispor representa a forma como os objetos estão organizados no slide. 
 Trazer para frente - Colocar o objeto na frente de todos os demais; 
 Avançar - O objeto selecionar é movido um nível a frente; 
 Recuar - O objeto é movido um nível abaixo; 
 Enviar para trás - O objeto é movido para trás de todos; 
 Na frente do objeto - O objeto selecionado é colocado a frente de outro objeto 
selecionado; 
 Atrás do objeto - O objeto selecionado é colocado atrás do objeto selecionado; 
 Inverter - Troca a ordem de dois objetos selecionados. 
DICA 25 
USO DE CORREIO ELETRÔNICO 
O email é uma forma de comunicação assíncrona. 
O correio eletrônico é composto de algumas partes: 
 O provedor - Aquele que provê o serviço de correio eletrônico, como Gmail, Outlook, 
UOL, ProtonMail; 
 O cliente de email - Plataforma pela qual o usuário acessa seu email. Ex. Mozilla 
Thunderbird, Microsoft Outlook; 
 Webmail - É quando se acessa o email através de páginas web e por lá pode-se enviar 
e receber emails, como gmail.com, outlook.com, protonmail.com; 
A utilização básica do email compreende as seguintes partes: 
 Um cliente para solicitar o envio de uma mensagem (ou seja, o remetente); 
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 Um servidor para realizar o envio; 
 Um servidor para receber a mensagem e mantê-la armazenada; 
 Um cliente para solicitar as mensagens recebidas (ou seja, o destinatário). 
Um email tem o seguinte formato nomedoemail@nomedodominio o nome do email é 
geralmente escolhido, e o nome do domínio é de onde ele pertence, Gmail, Outlook ou 
emails privados. 
DICA 26 
PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS 
O envio de mensagem é composto dos seguintes campos: Cabeçalho (De, Para, CC, CCo, 
Assunto) e conteúdo. 
 De - Remetente quem envia a mensagem 
 Para - Destinatário quem recebe a mensagem 
 CC - Com cópia quando se deseja que quem vai receber a mensagem tenha apenas 
ciência do email 
 CCo - Quando se deseja enviar email para várias pessoas sem que elas saibam que foi 
enviado para mais de uma pessoa. Isto é, não se sabe se foi enviado para mais de um ou 
quem. 
DICA 27 
ANEXOS 
Quando se deseja enviar um documento externo através do email, seja uma foto, um 
arquivo de texto (.docx, pdf),
uma planilha, arquivos compactados etc. 
Os anexos tem limite de tamanho no envio, então tem que ficar atento. Cada provedor 
fornece um limite diferente. Gmail 25MB, Outlook 20MB. Alguns arquivos podem ser 
bloqueados devido ao antivirus do e-mail. 
DICA 28 
CAIXA DE ENTRADA, CAIXA DE SAÍDA, RASCUNHO, SPAM 
 Caixa de entrada - Pasta que armazena e-mails recebidos geralmente ordenados por 
data de recebimento; 
 Caixa de saída - Armazena os e-mails temporariamente pendentes de envio; 
 Itens Enviados – E-mails enviados com sucesso; 
 Itens Excluídos – E-mails excluídos da caixa de entrada ou dos itens enviados, porém 
não foram excluídos em definitivo; 
 Rascunho – E-mails escritos, porém ainda não enviados; 
 Spam - Pasta que armazena os e-mails que o algoritmo do provedor entende como 
spam. 
DICA 29 
MOZILLA THUNDERBIRD – CONCEITOS 
Cliente de e-mail open source, gratuito e multiplataforma. 
Aplicativo local e de fácil uso. 
Pelo fato de ser um cliente de e-mail, faz-se necessário a configuração dos 
servidores de envio e recebimento de e-mail. 
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Contém uma ferramenta de auxílio à configuração de conta: Assistente de configuração 
automática de conta. Sendo necessário informar nome, endereço de e-mail e senha. 
Pode conter mais de conta de e-mail. 
Thunderbird tem a opção de enviar nas mensagens o vCard. Um cartão de visitas com 
informações como nome, endereço, telefone, site. Eles permitem a quem recebe a 
mensagem rápida e confiavelmente adicionar seu contato na lista de endereços pessoais 
deles. 
Com a restrição de limite de tamanho nos anexos na maioria dos provedores, o 
thunderbird surge com uma alternativa, o FileLink, que serve como um serviço de 
armazenamento online para o anexo a ser enviado. 
DICA 30 
MOZILLA THUNDERBIRD – ATALHOS 
Nova mensagem CTRL + M ou CTRL + N 
Responder mensagem (somente ao remetente) CTRL + R 
Responder mensagem a todos (remetente e todos 
os destinatários) 
CTRL + SHIFT + R 
Abrir mensagem (em nova janela ou aba) CTRL + O 
Encaminhar mensagem CTR + L 
 
 
 
 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
DICA 31 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
ESTUPRO 
Violência ou grave ameaça + conjunção carnal ou ato libidinoso; 
O beijo lascivo integra o rol de atos libidinosos e pode configurar o crime de 
estupro se obtido mediante emprego de força física do agressor contra vítima maior 
de 14 anos; 
A ação penal será sempre incondicionada; 
Será qualificado o crime se a vítima tiver mais de 14 e menos de 18 anos, se ocorrer 
lesão corporal grave ou morte. 
DICA 32 
ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
Conjunção carnal ou ato libidinoso + menor de 14 anos ou pessoa com 
enfermidade ou deficiência mental sem o necessário discernimento; 
O estado de sono, que diminua a capacidade da vítima de oferecer resistência, 
caracteriza a vulnerabilidade prevista no art. 217-A, § 1º, do Código Penal – CP (STJ); 
DICA 33 
No crime de estupro de vulnerável não há a possibilidade de consentimento; 
Pouco importa se a vítima menor de 14 anos namora com o agente, se tem experiência 
sexual anterior, se é garota de programa, se concordou com a prática, pois a violência é 
considerada presumida. 
DICA 34 
ESTUPRO COLETIVO E CORRETIVO 
É uma causa de aumento de 1/3 a 2/3 incluída em 2018 no Código Penal; 
 Estupro coletivo: quando praticado por duas pessoas ou mais; 
 Estupro corretivo: quando o ato é praticado sob o argumento de controlar o 
comportamento social ou sexual da vítima, por exemplo, vítimas lésbicas, virgens, 
garotas de programa e etc. 
DICA 35 
ASSÉDIO SEXUAL 
 Constrangimento; 
 Vantagem ou favorecimento sexual; 
 Abuso da superioridade hierárquica ou ascendência relacionada a emprego, 
cargo ou função; 
 Causa de aumento (1/3): vítima menor de 18 anos; 
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15 
 É possível a configuração do crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) na relação 
entre professor e aluno (STJ); 
DICA 36 
REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL 
 Produzir, fotografar, filmar, registrar; 
 Cena de nudez ou sexual; 
 Caráter íntimo e privado; 
 Sem autorização. 
DICA 37 
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL 
Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de 
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro; 
Revogou a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor; 
 É o crime, por exemplo, do agente que se masturba próximo a uma vítima em 
transporte público. 
DICA 38 
CORRUPÇÃO DE MENORES 
 Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem, ou seja; 
ATENÇÃO 
Nesse crime o agente induz o menor a satisfazer a lascívia de terceiro, mas não 
pode ser com a prática de ato libidinoso; 
 Se o agente induz o menor de 14 anos a praticar um ato libidinoso propriamente 
dito, como sexo oral, por exemplo, será partícipe no crime de estupro de vulnerável; 
Como então o crime se consuma? o agente pode induzir a vítima menor de 14 anos a 
ficar nua ou dançar sensualmente na frente do terceiro, por exemplo. 
DICA 39 
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO 
SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL 
 Vítima menor de 18 anos ou sem discernimento; 
 Submeter, induzir, atrair, facilitar a prática ou dificultar ou impedir o abandono da 
prostituição ou exploração sexual; 
 FIGURAS EQUIPARADAS 
 Praticar conjunção carnal ou ato libidinoso com maior de 14 e menor de 18 anos 
nessa situação de prostituição; 
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 O proprietário, gerente ou responsável pelo local (efeito obrigatório da condenação: 
cassação da licença). 
DICA 40 
DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, 
DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA 
 Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, 
publicar ou divulgar; 
 Fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual; 
 Cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a 
sua prática; 
 Cena de sexo, nudez ou pornografia sem consentimento da vítima (porn revenge) 
DICA 41 
EXCLUSÃO DA ILICITUDE NO CRIME DE DIVULGAÇÃO DE CENA SE SEXO OU 
ESTUPRO (NÃO SERÁ CRIME): 
 Publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica; 
Com recurso que impossibilite a identificação da vítima ou; 
 Prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos. 
DICA 42 
CRIMES DE PERIGO COMUM 
O Código Penal traz vários crimes que causam perigo comum e eles são normalmente 
menos estudados. 
Vamos memorizar quais desses crimes admitem a forma culposa, ou seja, sem 
intenção. 
CRIMES QUE ADMITEM A FORMA CULPOSA 
INCÊNDIO 
EXPLOSÃO 
USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE 
INUNDAÇÃO 
DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO 
DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA 
 
 
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DICA 43 
CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA 
EPIDEMIA 
É o crime de disseminar germes patogênicos, causando epidemia (vários casos 
registrados). 
O crime pode ser doloso ou culposo. 
ATENÇÃO 
Se decorrer morte será crime hediondo. 
DICA 44 
INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA PREVENTIVA 
Crime que vem sendo muito praticado no contexto da pandemia, com as pessoas que 
não usam máscaras em local público ou aglomeram. 
Infringir determinação do poder público, que se destine a impedir doença contagiosa, é 
crime formal, ou seja, não precisa que ninguém se contamine com a infração da 
medida. 
 Causas de aumento: agente funcionário da saúde pública: médico; farmacêutico; 
dentista; enfermeiro. 
 É uma infração de menor potencial ofensivo, que tramita pelo rito dos Juizados 
Especiais e investigado por meio de Termo Circunstanciado de Ocorrência; 
 Cabe sursis e transação penal; 
 Não admite a modalidade culposa. 
DICA 45 
EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO 
O crime nem sempre é próprio, pois pode ser praticado por qualquer um que exerça a 
profissão sem autorização legal, como também pelo profissional, quando excede os
limites legais. 
 CUIDADO: não é crime praticado somente pelo médico, pois engloba também o 
dentista e o farmacêutico; 
O crime não exige que o exercício da profissão seja remunerado, pois pode ser 
gratuito; 
Contudo, se houver objetivo de lucro, terá também pena de multa. 
DICA 46 
M CUIDADO: Cuidado com a diferença entre esses dois crimes, pois as bancas adoram 
confundir! 
 
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18 
ATENÇÃO 
O curandeiro acredita no seu poder de cura, é diferente do estelionato. 
 
CHARLATANISMO CURANDEIRISMO 
 
Inculcar ou anunciar cura por meio 
secreto ou infalível 
Prescrever, ministrar ou aplicar, 
habitualmente, qualquer substância; 
Usar gestos, palavras ou qualquer 
outro meio; 
 Fazer diagnósticos. 
Há má-fé Não há má-fé 
Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito ativo: qualquer pessoa 
Sujeito passivo: coletividade Sujeito passivo: coletividade 
Consumação: ato de propor a cura Consumação: com a reiteração 
Não exige habitualidade Exige habitualidade 
Admite a tentativa Não admite a tentativa 
DICA 47 
Quase todos os crimes contra a saúde pública cominam a pena de multa, exceto: 
 Epidemia, art. 267; 
 Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, art. 
270; 
 Corrupção ou poluição de água potável, art. 271. 
DICA 48 
CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. 
 Associar - Três ou mais pessoas (inimputáveis são contabilizados, como por 
exemplo, dois adultos e um adolescente) para a prática de crimes; 
 Exige ajuste prévio entre os agentes. 
DICA 49 
O crime de associação criminosa tem o fim específico de cometer crimes! 
 CUIDADO: se a questão trouxer “infração penal” estará errado, pois infração penal 
é crime OU contravenção penal; 
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19 
Além disso a lei fala em crimes, por isso a associação para a prática de 1 só crime não 
configura o delito. 
DICA 50 
É um crime formal: 
Consumando-se no momento em que se concretiza a convergência de vontades; 
Independente da realização ulterior do fim visado, ou seja, consuma-se quando três 
ou mais pessoas se associam para a prática de crimes, ainda que nenhum delito 
venha a ser efetivamente praticado. 
DICA 51 
CAUSA DE AUMENTO 
A pena será aumentada até a metade se a organização fizer uso de armas ou se houver 
a participação de criança ou adolescente (menor de 18 anos). 
DICA 52 
Se o objetivo da associação é a prática de crimes hediondos e equiparados, aplica-se a 
pena do artigo 8º da Lei de Crimes Hediondos. 
Será de três a seis anos de reclusão a pena; 
Quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. 
DICA 53 
ATENÇÃO 
Se a questão traz a expressão associação ou organização criminosa, uma vez que se 
tratam de crimes distintos! A Associação está no Código Penal e a Organização 
em Lei Especial. 
DICA 54 
CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA 
 Constituir, organizar, integrar, manter ou custear; 
 Organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão; 
 Com o fim específico de cometer crimes do código penal. 
 
 
 
 
 
 
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20 
 ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA MILÍCIA PRIVADA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
3 ou mais ------------------------ 4 ou mais 
Estabilidade e permanência ------------------------ 
Estabilidade, permanência, 
divisão de tarefas 
Crimes Crimes do CP 
Infrações penais com pena 
máxima superior a 4 anos ou 
caráter transnacional 
Dispensa busca de vantagem 
Dispensa busca de 
vantagem 
Objetiva obter vantagem 
Emprego de arma de fogo: até 
a metade 
------------------------ 
Emprego de arma de fogo: 
até a metade 
Participação de menor de 18 
anos: até a metade 
------------------------ 
Emprego de arma de fogo: 
até a metade 
Não é crime hediondo 
Não é crime 
hediondo 
É hediondo se voltado para a 
prática de crimes hediondos 
ou equiparados 
DICA 55 
 Memorizar a quantidade de pessoas necessária à configuração de cada um desses 
delitos. 
Perceba que é uma escadinha 2,3,4 (o macete é CAÔ): 
C CONCURSO DE PESSOAS 2 ou mais agentes 
A ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 3 ou mais agentes 
Ô ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 4 ou mais agentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 
DICA 56 
INCITAÇÃO AO CRIME APOLOGIA AO CRIME OU CRIMINOSO 
Estimular ou instigar um número 
indeterminado de pessoas 
Exaltação 
Prática de crime DETERMINADO e 
FUTURO 
Fato criminoso específico ou autor de crime 
PASSADO (já sentenciado) 
Tem a mesma pena: detenção, de três a seis meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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22 
LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE 
DICA 57 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI 10.826/2003 
DOS CRIMES DA LEI 10.826/03 
Os crimes previstos na lei 10.826/03 (Estatuto do desarmamento) são de perigo abstrato 
ou presumido (se consuma pela simples prática da conduta típica) 
O bem jurídico tutelado é a incolumidade pública e a preservação da segurança. 
DICA 58 
Para o STJ a arma de fogo encontrada em caminhão configura porte de arma de fogo (e 
não posse). 
DICA 59 
CRIME DE OMISSÃO DE CAUTELA 
Com previsão expressa no art. 13 da lei 10.826/03 dispõe que: 
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo 
que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: 
 Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de 
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência 
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de 
extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas 
primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. 
O caput trata-se de crime culposo, em que há negligência do agente e se consuma quando 
o menor ou o deficiente de apodera da arma de fogo. 
Como a pena máxima do caput e parágrafo único não ultrapassa 2 anos, é cabível 
transação penal e suspensão condicional do processo. 
Ambos se tratam de crimes próprios, exigindo que seja praticado pelo dono/proprietário da 
arma e/ou dono/diretor da empresa. 
O parágrafo único trata-se de crime a prazo, vez que exige um período de 24 horas a 
contar do conhecimento do dono ou diretor da empresa. 
DICA 60 
O STJ entende que demonstrada por laudo pericial a inaptidão da arma de fogo para o 
disparo, é atípica a conduta de portar ou de possuir arma de fogo, diante da ausência de 
afetação do bem jurídico que é a incolumidade pública, tratando-se de crime impossível 
pela ineficácia absoluta do meio. 
DICA 61 
DISPARO DE ARMA DE FOGO 
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas 
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como 
finalidade a prática de outro crime: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
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23 
 O crime previsto no art. 15 do Estatuto do desarmamento é doloso, o disparo acidental 
não configura crime. 
DICA 62 
OS CRIMES DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO E DISPARO 
DE ARMA DE FOGO SÃO AFIANÇÁVEIS 
Os parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 dispõem que os delitos de porte ilegal de arma de 
fogo e de disparo de arma de fogo seriam inafiançáveis, porém o STF por meio da ADI 3.112 
entendeu que são inconstitucionais, no aspecto substantivo, os parágrafos únicos dos arts. 
14 e 15, que proíbem o estabelecimento de fiança para os crimes de “porte ilegal de arma de 
fogo de uso permitido” e de “disparo de arma de fogo”. Portanto, é cabível o arbitramento 
de fiança nesses delitos. 
DICA 63 
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO 
Art. 16. Possuir,
deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, 
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda 
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de 
fogo ou artefato; 
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a 
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo 
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; 
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; 
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca 
ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; 
 V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, 
munição ou explosivo a criança ou adolescente; e 
 VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer 
forma, munição ou explosivo. 
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso 
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
Trata-se de crime em que o objeto material do delito é arma de fogo, acessório ou munição 
de uso restrito, seja porte ou posse, o crime será o mesmo. É ainda crime de perigo 
abstrato e de mera conduta. 
O art. 21 veda liberdade provisória para esse delito, mas o STF declarou inconstitucional 
esse artigo, portanto é possível liberdade provisória. 
DICA 64 
A lei 13.964/19 incluiu o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, 
previsto no art. 16 no rol dos crimes hediondos. Dessa forma, o delito passa a ser crime 
hediondo. 
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DICA 65 
ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA É CRIME DO ART. 16 DO ESTATUTO DO 
DESARMAMENTO 
 Para o STJ: 
A conduta de possuir, portar, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo, seja de uso 
permitido, restrito ou proibido, com numeração, marca ou qualquer outro sinal de 
identificação raspado, suprimido ou adulterado, implica a condenação pelo crime 
estabelecido no art. 16, parágrafo único, IV, do Estatuto do Desarmamento. 
Dessa forma, a arma de fogo com numeração, marca, ou outro sinal de identificação raspado 
equipara-se a arma de fogo de uso restrito. 
DICA 66 
ATENÇÃO! 
JURISPRUDÊNCIA SUPER RECENTE! 
Arma de fogo com numeração raspada não é crime hediondo. 
Apesar do crime do art. 16 estar incluído no rol da lei dos crimes hediondos, a decisão 
recente da sexta turma do STJ é no sentido que a arma de fogo com numeração 
raspada não é crime hediondo. 
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não é hedionda a 
conduta de possuir ou portar arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou 
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado. 
DICA 67 
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE POLÍCIA – LEI 
12.830/13 
As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado 
de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
A polícia judiciária tem a função de caráter repressivo, auxiliando o Poder Judiciário. Seu 
objetivo é colher elementos de informação de autoria e materialidade. 
ATENÇÃO! OBJETO DE QUESTÃO DA VUNESP: 
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2018 - PC-SP - 
Delegado de Polícia 
Nos termos da Lei no 12.830/2013 (Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado), 
assinale a alternativa correta. 
RESPOSTA: As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas 
pelo Delegado de Polícia são consideradas de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de 
Estado. 
DICA 68 
Ao Delegado de polícia cabe a condução da investigação criminal por meio do inquérito 
policial ou outro procedimento previsto em lei. 
A condução do inquérito policial é exclusiva do Delegado de polícia. 
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25 
Cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados 
que interessem à apuração dos fatos. 
DICA 69 
O § 4º do art. 2º da Lei 12.830/13 dispõe: 
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente 
poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho 
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância 
dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da 
investigação. 
 Importante saber a distinção entre avocação e redistribuição: 
 Avocar: o superior hierárquico traz para si a condução de determinada investigação 
policial. 
 Redistribuir: o inquérito policial ou termo circunstanciado de atribuição de determinado 
Delegado é desligado para outro. 
Em ambos os casos o superior hierárquico deverá fundamentar o despacho de avocação ou 
redistribuição com base em interesse público ou em virtude de inobservância dos 
procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da 
investigação. 
ATENÇÃO! Esse tema foi objeto de questão 
Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-MA Prova: CESPE - 2018 - PC-MA 
- Delegado de Polícia Civil 
No caso de um delegado de polícia instaurar inquérito policial para apurar a conduta 
delitiva supostamente praticada por determinado cidadão, o delegado-geral de polícia. 
Resposta: poderá determinar a redistribuição do inquérito por motivo de interesse público 
devidamente demonstrado. 
DICA 70 
A remoção do Delegado somente pode ser feita por ato fundamentado. 
Os Delegados não são dotados da garantia da inamovibilidade, portanto podem ser 
livremente removidos, mas desde que o ato seja fundamentado. 
ATENÇÃO! Questão de concurso 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: FUNCAB - 2016 - PC-PA - 
Delegado de Polícia Civil – Reaplicação 
A Lei n° 12.830, de 2013, dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de 
polícia. Sobre o tema, é incorreto afirmar que: (ADAPTADA) 
Resposta: o delegado goza de inamovibilidade limitada, podendo sua remoção se dar 
apenas a pedido ou por decisão judicial transitada em julgado. 
 
 
 
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26 
DICA 71 
O indiciamento é privativo do Delegado de Polícia, devendo ser fundamentado, 
mediante análise técnico-jurídica do fato, devendo indicar autoria, materialidade e suas 
circunstâncias. 
ATENÇÃO! Cobrado no concurso de Delegado do RS 
Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: PC-RS Prova: FUNDATEC - 2018 - PC-RS - 
Delegado de Polícia – Bloco II 
Considerando a Lei nº 12.830/2013 e sua interpretação jurisprudencial, assinale a 
alternativa correta. 
Resposta: O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato 
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, 
materialidade e suas circunstâncias. 
 
 
 
 
 
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27 
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 
DICA 72 
PROVAS – TEORIA GERAL 
Pessoal, o tema relacionado às Provas no Processo Penal é muito importante. A sua 
cobrança se divide basicamente em duas formas: primeiro, no tema relacionado à 
teoria geral das provas, é comum a cobrança de temas mais doutrinários, princípios 
etc. 
Por sua vez, ao tratar sobre as provas em espécie, aí a cobrança tende a ser mais literal, 
cobrando disposições expressas do CPP. 
Portanto, não se assustem. No início, vamos tratar de temas um pouco mais densos, 
carregados de maior caráter doutrinário, com divisões, classificações, princípios, 
terminologias. Eles são importantes para a sua prova. 
Num segundo momento, vamos estudar as provas em espécie
tratadas no CPP, e aqui 
vamos dar uma ênfase maior ao estudo da literalidade do CPP, destacando o que 
realmente importa para a sua prova, ok? 
Ao final, vamos estudar também alguns “temas quentes” relacionados às provas, mas 
que estão fora do CPP, como a colaboração premiada, a ação controlada e a infiltração de 
agentes. 
DICA 73 
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO ÀS PROVAS ILÍCITAS 
São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos. 
Se, por exemplo, um réu é torturado na delegacia e diante disso acaba confessando a 
prática de um crime, essa confissão é NULA, pois obtida por meios ilícitos. Da mesma 
forma, um “grampo” (interceptação telefônica) realizado pela autoridade policial sem a 
observância dos requisitos legais também será considerado ilícito. 
O termo “prova ilícita” não é o mais apropriado. O correto seria se referir às PROVAS 
ILEGAIS, como sendo aquelas em contrariedade à lei de modo geral. As provas 
ilegais seria gênero, que se dividiriam em outras 2 espécies: 
 PROVAS ILÍCITAS: quando ofenderem regras de direito material (penal ou 
constitucional), como por exemplo a prova obtida mediante tortura; e 
 PROVAS ILEGÍTIMAS (aquelas que ofendem regras de direito processual, como o 
depoimento de uma testemunha colhido sem o compromisso de dizer a verdade). 
Essa classificação acima é doutrinária, mas comumente cobrada em provas. Todavia, não 
se estranhem se o termo “prova ilícita” for utilizada de forma tecnicamente incorreta, pois 
o próprio Código de Processo Penal faz essa confusão. 
Por fim, o CPP dispõe que as provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo (art. 
157, §3º CPP). Ou seja, se houver alguma prova ilícita naquele processo, elas devem ser 
dele retiradas e inutilizadas, sendo facultado às partes acompanhar esse incidente de 
inutilização. 
 INDO UM POUCO MAIS FUNDO... Prevalece na Jurisprudência a possibilidade da 
utilização de provas ilícitas a favor do réu. Ou seja, o juiz, com base numa prova 
ilícita, poderia proferir uma sentença de absolvição do réu, mas não de condenação. 
 Ex.: grampo clandestino, realizado por investigador particular contratado pelo réu, em 
que há uma confissão de uma terceira pessoa acerca da autoria do crime. O juiz poderia 
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28 
utilizá-la para absolver aquele acusado. 
DICA 74 
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO 
Um tema extremamente importante e muito cobrado em provas diz respeito às provas 
ilícitas por derivação. 
Aqui se aplica uma famosa teoria no processo penal, conhecida de Teoria dos frutos da 
árvore envenenada. 
Segundo essa teoria, se uma árvore é envenenada, os frutos que dela derivam também 
estarão envenenados. Trazendo para o processo penal, se uma prova é ilícita, as 
provas que dela derivam também serão ilícitas. 
 Ex: Supondo que um policial faça um “grampo” ilegal num conhecido traficante da 
Polícia. Com isso, ele descobre todo um esquema de traficância realizado numa 
determinada região. Diante dessa descoberta, e tentando retomar ao campo da licitude, o 
delegado representa ao juiz, postulando um mandado de busca domiciliar. Esse mandado 
é concedido e durante a busca de fato se encontra uma grande quantidade de drogas. 
Essa busca, apesar de revestida dos requisitos de legalidade, é considerada ilícita, 
pois derivada de uma outra prova ilícita. Entenderam? 
Vejam e atentem-se bem à redação do art. 157, §1º do CPP: “são também inadmissíveis 
as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de 
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma 
fonte independente das primeiras”. 
DICA 75 
EXCEÇÃO À TEORIA DO FRUTO DAS ÁRVORES ENVENENADAS 
Certo, nós vimos então que as provas ilícitas e suas derivadas são inadmissíveis no 
processo, devendo ser desentranhadas. 
Contudo, o próprio art. 157, §1º e §2º excepciona 2 hipóteses em que mesmo as 
provas que se derivem das ilícitas podem ser admitidas, a saber: 
 Teoria da fonte independente – por força dessa teoria, se a autoridade policial 
obtiver novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova, que 
não guarde qualquer relação de dependência com a prova originariamente ilícita, os dados 
probatórios são admissíveis. 
Por força do art. 157, §2º, considera-se fonte independente aquela que, por si só, 
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, 
seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
 Teoria da descoberta inevitável – caso fique demonstrado que a prova derivada da 
ilícita seria produzida de qualquer modo, independente da prova ilícita, tal prova 
deve ser considerada válida. 
 Ex: localização de um corpo deixado numa floresta, através de informações obtidas por 
uma interceptação telefônica ilegal. Todavia, um grupo de buscas intensivas já estava bem 
próximo do local e inevitavelmente encontrariam o corpo. 
DICA 76 
IMPEDIMENTO DO JUIZ QUE CONHECER A PROVA ILÍCITA 
 ESSA É MUITO IMPORTANTE! 
Trata-se de inovação do Pacote Anticrime, que veio em boa hora. 
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29 
Por força do art. 157, §5º, o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada 
inadmissível NÃO poderá proferir sentença ou acórdão. 
Antes dessa reforma, o juiz declarava a prova como ilícita, determinava o seu 
desentranhamento (retirada) dos autos do processo, mas continuava sendo competente 
para realizar o seu julgamento. Isso certamente comprometia a sua parcialidade, 
compreendem? 
É por isso que o pacote anticrime veio para dizer: olha juiz… se você tiver acesso a 
alguma prova ilegal, você não pode continuar a julgar não, pois sua parcialidade estará 
comprometida. Passa o processo para o seu substituto, para que ele proceda ao 
julgamento. 
 
 RESUMINDO tudo o que foi visto até aqui: 
 
 
 
 
DICA 77 
PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DA PROVA 
Uma vez produzida, a prova é comum, ou seja, não pertence a nenhuma das partes 
que a introduziu no processo. É em função desse princípio que a defesa pode se valer 
do depoimento de alguma testemunha da acusação para sustentar a sua absolvição. 
Outra decorrência desse princípio é que a parte não pode desistir de uma prova já 
produzida. Todavia, enquanto ela ainda não foi produzida, a parte pode desistir. 
Exemplo: a defesa arrolou uma testemunha. Antes da sua oitiva em juízo, a defesa poderá 
desistir do seu depoimento. Todavia, uma vez ouvida, a parte não pode desistir da prova e 
solicitar o seu desentranhamento. 
Portanto: antes de produzir a prova, a parte pode desistir. Depois de produzida, aí a 
prova é considerada comum, interessando ao processo, e não a qualquer das partes. 
Tratando-se especificamente da prova testemunhal, surge uma questão interessante. A 
parte pode desistir da testemunha antes da sua oitiva, dispensando o seu depoimento 
(art. 401, §2º). Todavia, o art. 401, §2º do CPP c/c art. 209 do CPP prevê as 
Princípio da vedação 
à prova ilícita 
Inadmissibilidade da 
prova ilícita 
 Devem ser 
desentranhadas 
 O juiz que conhecer 
do conteúdo da prova 
ilícita NÃO pode 
decidir (art. 157, §5) 
Inadmissibilidade da 
prova ilícita por 
derivação (teoria do 
fruto da árvore 
envenenada) 
Exceção: Teoria da 
fonte independente 
(art. 157, §2) 
Exceção: teoria da 
descoberta 
inevitável 
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30 
chamadas “testemunhas do juízo”. Ou seja, a parte pode desistir da inquirição de 
qualquer testemunha arrolada, mas ao juiz é dado a possibilidade de, valendo-se de seus 
poderes instrutórios, querer ouvi-la como testemunha do juízo. 
É como se o juiz falasse assim: “ok parte, já entendi que você não quer ouvir essa 
testemunha que você arrolou. Mas apesar de você ter dispensado, eu considero que ela é 
importante para a elucidação do caso, então, vou querer ouvi-la mesmo assim...”. 
 Exemplo prático: é por isso que, durante um processo criminal, o advogado de 
defesa não pode deixar de arrolar uma testemunha que seja importante
para a sua tese 
defensiva só porque ela já foi arrolada pelo Ministério Público. 
Imagine que seja uma “testemunha-chave” para a defesa, e o advogado deixa de arrolar 
só porque o MP já tenha arrolado. 
 Agora imagine que o MP requeira a desistência dessa testemunha antes de sua oitiva. 
Se o advogado de defesa não tiver arrolado também, vai ficar “chupando dedo”, sem 
poder produzir a prova... a não ser que conte com a boa vontade do juiz de ouvi-la como 
testemunha do juízo. Entendem que uma boa defesa, combativa, não pode ficar 
esperando a boa vontade do magistrado? 
DICA 78 
PRINCÍPIO DA LIBERDADE PROBATÓRIA – PARTE 01 
Em função dos interesses envolvidos no processo penal (liberdade individual x direito de 
punir do Estado), adota-se a mais ampla liberdade probatória, seja quanto ao momento, 
quanto ao tema ou ainda quanto aos meios de prova. 
 Liberdade quanto ao momento da prova: 
As provas podem ser produzidas a qualquer momento. 
O art. 231 do CPP dispõe que, salvo os casos expressos em lei, as partes podem 
apresentar documentos em qualquer fase do processo. 
Mas, há algumas exceções, em que se limita a produção da prova. 
 Rol de testemunhas: o art. 41 do CPP prevê o chamado “rol de testemunhas”, que 
deve ser apresentado pela acusação na própria peça acusatória (a “petição inicial”, que 
pode ser a denúncia ou queixa-crime); pela defesa, deve ser apresentada durante a 
resposta à acusação, conforme art. 396-A do CPP. 
 Júri: o art. 479 do CPP prevê que não é admitida a exibição ou leitura de documentos 
que não sejam juntadas com antecedência mínima de três dias úteis. Vejam, 
portanto, que aquela realidade retratada nos filmes americanos, em que uma prova é 
encontrada e exibida nos minutos finais do julgamento pelo Júri, causando uma 
reviravolta no julgamento, não reflete a realidade aqui do Brasil... 
DICA 79 
PRINCÍPIO DA LIBERDADE PROBATÓRIA – parte 02 
 LIBERDADE QUANTO AO TEMA DA PROVA: 
As provas podem ser produzidas sobre quaisquer fatos pertinentes ao processo. 
Na prática, inclusive, é comum que o advogado arrole alguma testemunha apenas para 
provar a boa conduta individual e social, além da personalidade do réu, já que isso influi 
no cálculo final de eventual condenação, nos termos do art. 44, inciso III do Código Penal. 
É o que é chamado de testemunha abonatória, de antecedente ou de beatificação. 
Diz-se de “beatificação” porque a testemunha vai lá só pra falar que o réu é praticamente 
um santo na sua vida privada... rs 
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A despeito dessa liberdade, o art. 400, §1º autoriza que o juiz indefira a produção das 
provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Suponha que o réu 
arrole uma testemunha que não tem muito a agregar, e que ainda resida em outro país, 
só com o intuito de atrasar o andamento do processo e com isso alcançar a prescrição. O 
juiz pode indeferir... 
 LIBERDADE QUANTO AOS MEIOS DE PROVA: 
As partes possuem ampla liberdade probatória, podendo se valer de meios de prova 
nominados (previstas expressamente no CPP), quanto inominados. Dessa forma, as 
partes possuem o direito de empregar todos os meios legais e moralmente legítimos para 
provar a verdade dos fatos. 
É por isso que se diz que não vigora no processo penal o princípio da taxatividade das 
provas, pelo qual só se admitem as provas previstas de maneira específica na lei. 
DICA 80 
PROVA QUANTO AO ESTADO DAS PESSOAS 
 ESSA É IMPORTANTE! 
Nós vimos que há liberdade quanto aos meios de prova, de forma que a parte pode se 
valer de todos os meios legais e moralmente legítimos para provar a verdade dos 
fatos. 
Todavia, há casos em que a lei limita essa liberdade quanto aos meios de prova, 
afirmando que determinado fato somente pode ser provado por meio de uma prova 
específica. 
Isso ocorre, por exemplo, quando o CPP prevê que, quanto ao estado das pessoas, 
serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil (art. 155, parágrafo único). 
Dessa forma, para se provar a condição de cônjuge, por exemplo, é necessária a certidão 
de casamento. 
É em função dessa previsão legislativa também que, para provar a morte do agente e 
extinguir a punibilidade do crime, é indispensável a certidão de óbito (art. 62, CPP). 
Da mesma forma, nos termos da Súmula 74 do STJ: para efeitos penais, o 
reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil, como a 
certidão de nascimento, o RG, CNH etc. 
DICA 81 
A IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ 
Durante a instrução do processo, o juiz tem contato com o réu, com testemunhas, com a 
vítima. De forma que desenvolve uma sensibilidade maior, já que tem a oportunidade 
de ver as provas “olho no olho”. 
É por isso que se desenvolveu esse princípio da identidade física do juiz, de forma que o 
juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença (art. 399, §2º, CPP). 
Ou seja, o juiz que presidir a instrução (ouvir as testemunhas, participar da produção das 
provas) deve ser o juiz a proferir a sentença. Isso em função da maior sensibilidade 
desenvolvida pelo juiz ao ter contato mais próximo com as provas. 
 Flexibilização: a identidade física do juiz não impede a realização de atos de instrução 
realizados por videoconferência ou por carta precatória. 
DICA 82 
TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS (SERENDIPIDADE) 
A expressão serendipidade é utilizada para se referir ao encontro fortuito de provas. 
 Memorex PC CE – Rodada 03 
 
 
32 
Ocorre quando no cumprimento de alguma diligência, a autoridade policial casualmente 
encontra provas relativas a outra infração penal, que não estava no desdobramento 
normal da investigação (chamado de “crime achado”). 
Fala-se, portanto, em encontro fortuito de provas, ou serendipidade, quando a prova 
de determinada infração é obtida a partir de diligência regularmente autorizada para a 
investigação de outro crime. 
 Ex: a polícia recebe uma denúncia de que alguém está cometendo um crime 
ambiental, ao manter animais silvestres na sua residência. Requer um mandado de busca 
e apreensão dos animais. Durante o cumprimento do mandado, descobre-se que o local 
também era utilizado como depósito de drogas, além de encontrar uma arma com 
numeração raspada. 
Veja que dois crimes, que não eram inicialmente objeto de investigação, foram “achados” 
pela polícia. A isso se dá o nome de serendipidade, ou encontro fortuito de provas. 
As provas encontradas são válidas e admitidas! 
DICA 83 
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA 
O que se estuda aqui é a vinculação do juiz a alguma prova. Ok, as provas foram 
produzidas. Uma testemunha falou claramente que viu o acusado, no dia e hora do crime, 
no cinema, o que seria um álibi para ele. O juiz então é obrigado a absolver o réu, com 
base nessa prova? 
Temos basicamente 3 sistemas sobre a avaliação da prova. 
Sistema da 
íntima 
convicção 
O juiz é livre para valorar 
as provas como bem 
entender, inclusive aquelas 
que não estão nos autos do 
processo. 
O juiz não é obrigado a 
fundamentar seu 
convencimento 
 
Não foi adotado no Brasil, como 
regra. 
Exceção: Foi adotado no 
TRIBUNAL DO JÚRI, em que os 
jurados não precisam 
fundamentar o porquê condenam 
ou absolvem. Podem formar sua 
convicção a partir de critérios 
subjetivos. 
 
 
 
Sistema da 
prova tarifada 
 
 
 
 
 
Aqui, os meios de prova 
possuem um valor 
probatório fixado em 
abstrato pelo legislador. 
Cada prova possui um 
valor pré-estabelecido. O 
juiz, ao decidir pela 
condenação ou pela 
absolvição, deve levar essa 
dosagem das provas em 
consideração. 
 
A confissão é tida como a 
“rainha das provas”. 
Não foi adotado no Brasil como 
regra. 
Mas, há alguns resquícios de sua 
aplicação, como: 
1) prova do estado das pessoas 
deve observas as restrições da lei 
civil – art. 155, p. único 
2) prova da menoridade do réu 
deve ser feita com documento hábil 
– súmula 74, STJ 
 
3) indispensabilidade do corpo 
de delito quando a
infração deixar 
vestígios – art. 158, CPP 
 Memorex PC CE – Rodada 03 
 
 
33 
Sistema do livre 
convencimento 
motivado 
O juiz tem ampla 
liberdade na valoração 
das provas, que possuem 
abstratamente o mesmo 
valor. 
Porém, o juiz se vê 
obrigado a fundamentar 
sua decisão, demonstrando 
a forma como valorou as 
provas dos autos até 
concluir o seu 
convencimento. 
O CPP, no art. 155, adotou o 
sistema do livre convencimento 
motivado: “o juiz formará sua 
convicção pela livre apreciação 
da prova produzida em 
contraditório judicial (...)”. 
Não há prova com valor absoluto. 
Mesmo a confissão tem valor 
relativo, conforme art. 197 do CPP. 
 
DICA 84 
ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL 
Ônus da prova é o encargo que as partes têm de provar as alegações por ela 
formuladas no bojo do processo. Dessa forma, se a parte não se desincumbir do seu ônus 
da prova, poderá sofrer prejuízos, tendo em vista que a pretensão pode ser solucionada 
de forma contrária aos seus interesses. 
Pelo art.156 do CPP, a prova da alegação incumbe a quem a fizer. Guardem isso, pois 
acredito que caso a banca cobre o tema ônus da prova haverá uma cobrança da letra fria 
da lei. 
Todavia, indo além do texto legal, é muito comum se afirmar que, como desdobramento 
do princípio da presunção de inocência, no processo penal o ônus da prova 
incumbe à acusação. 
Essa afirmação é uma verdade, mas que precisa ser completada. 
Isso porque prevalece o entendimento que de fato incumbe à acusação o ônus em 
relação à prova da materialidade do crime e da sua autoria. Todavia, à defesa cabe o ônus 
de provar alguma causa excludente de ilicitude, de culpabilidade ou ainda extintiva 
da punibilidade, além da prova de algum álibi que deseja invocar. 
 
 
 
 
Ônus da prova no 
processo penal 
Art. 156, CPP: a 
prova da alegação 
incumbe a quem a 
fizer 
ACUSAÇÃO: deve 
provar a 
materialidade do 
crime e a autoria 
DEFESA: deve provar 
causas excludentes da 
ilicitude, da culpabilidade, 
ou extintiva da 
punibilidade; ou 
ainda,algum álibi. 
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34 
DICA 85 
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL 
Esse princípio é polêmico e tem relação direta com a iniciativa probatória do juiz. Por 
isso, serão tratados na sequência. 
Segundo o princípio da busca da verdade real, considerando que no processo penal está 
em discussão a liberdade de locomoção do réu, o juiz seria dotado de amplo poder 
instrutório, podendo determinar a produção de provas de ofício, sempre na busca da 
verdade real. 
Ou seja, esse princípio da busca da verdade real muitas vezes era usado como 
fundamento para o juiz produzir provas de ofício, já que estaria em busca do que 
realmente aconteceu ali naquele caso posto sob seu julgamento. 
Todavia, essa possibilidade de o juiz produzir provas de ofício em busca da verdade 
real vem sendo muito criticada pela doutrina, tendo em vista que isso ofenderia o 
sistema acusatório e a separação entre a acusação e o julgador, podendo comprometer 
a sua imparcialidade. 
Atualmente, no processo penal, admite-se que é impossível que se atinja uma 
verdade absoluta; admite-se que é impossível que os órgãos de persecução penal 
saibam exatamente de tudo, todos os detalhes, toda a motivação por detrás da cena de 
um crime. 
É por isso que hoje esse princípio da busca da verdade real vem recebendo fortes críticas. 
DICA 86 
INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ – PARTE 01 
 ESSA É IMPORTANTE! 
A temática sobre a iniciativa probatória do juiz deve ser analisada em dois momentos 
distintos: 
 Antes de iniciada a ação penal; 
 Durante o processo penal. 
Quando falamos de iniciativa probatória do juiz, estamos estudando se o juiz pode, de 
ofício (ou seja, sem provocação de ninguém), determinar a realização da prova, sob o 
pretexto da busca da verdade real. 
 INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ NA FASE INVESTIGATÓRIA (art. 156, I) 
Na fase investigatória (antes do início da ação penal), o juiz não pode agir de ofício. 
Não poderá o juiz, portanto, produzir provas de ofício durante o inquérito policial. 
 CUIDADO: o art. 156, inciso I, prevê que o juiz pode ordenar, de ofício, mesmo antes 
do início da ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e 
relevantes. Mas, prevalece na doutrina o entendimento de que esse artigo é 
inconstitucional, uma vez que a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação 
ofenderia o sistema acusatório. 
Esse entendimento da estrita vedação à iniciativa probatória na fase de investigação 
é o que prevalece. Todavia, é importante vocês conhecerem a redação literal do art. 156, 
I, já que as bancas podem cobrar questões literais do CPP... 
Para confirmar esse entendimento, vejam o que ensina Renato Brasileiro de Lima: “se o 
STF concluiu pela inconstitucionalidade do juiz inquisidor previsto no art. 3º da 
revogada lei 9034/95, conclusão semelhante deverá se dar em relação à nova redação 
do art. 156, inciso I do CPP”. 
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35 
 INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ NA AÇÃO PENAL (art. 156, II) 
Durante o curso do processo penal, o art. 156, inciso II do CPP admite que o juiz possa 
determinar, de ofício, no curso da instrução, a realização de diligências para dirimir dúvida 
sobre ponto relevante. 
A interpretação que se dá a esse inciso é que o juiz pode, de modo subsidiário, 
determinar a produção de provas que entender pertinentes e razoáveis, dirimindo 
dúvida sobre algum ponto relevante. 
Apesar de criticável por grande parte da doutrina, o entendimento que prevalece é pela 
iniciativa probatória do juiz de forma residual, durante a ação penal. Essa iniciativa 
probatória pode ser exercida tanto nos crimes de ação pública como nos crimes de ação 
privada. 
Portanto, prevalece o entendimento segundo o qual a iniciativa do juiz durante a ação 
penal é subsidiária, só podendo atuar para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante. 
Para confirmar o que foi dito aqui, o pacote anticrime inseriu o art. 3º-A no CPP, 
passando a prever que “o processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa 
do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão 
de acusação”. 
Veja, portanto, que está vedada a iniciativa probatória do juiz na fase de 
investigação. Da mesma forma, está vedada a substituição da atuação probatória do 
órgão de acusação, o que demonstra que, mesmo na fase processual, a atuação 
probatória do juiz é subsidiária, supletiva, não podendo o magistrado se imiscuir na 
função probatória do MP. 
Com isso, o juiz só tem iniciativa probatória na fase processual, e mesmo assim, de forma 
residual, para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante. 
 
 
 
 
 
 
 
Iniciativa 
probatória do juiz 
(art. 156, CPP) 
Na fase 
investigatória 
(art. 156, I) 
 O juiz NÃO tem iniciativa 
probatória durante o 
inquérito policial ou 
investigação criminal. 
 Mas, vocês devem se 
atentar para a literalidade 
do art. 156, inciso I (tido 
pela doutrina como 
inconstitucional) 
Na ação 
penal 
(art. 156, II) 
 O juiz tem iniciativa 
probatória residual. 
 Ou seja, o juiz pode, de 
modo subsidiário, 
determinar a produção de 
provas pertinentes e 
razoáveis para dirimir 
dúvida sobre algum ponto 
relevante. 
 Memorex PC CE – Rodada 03 
 
 
36 
DICA 87 
Esse assunto que vamos iniciar agora diz respeito às provas em espécie previstas 
expressamente no CPP e em algumas leis especiais. 
Vamos iniciar o seu estudo agora e continuá-lo na próxima rodada. O seu entendimento é 
importantíssimo para a sua prova! 
Aqui não há muito o que inventar: é o estudo da letra da lei, atentando-se às suas 
diretrizes e orientações. Vamos focar então no CPP e, quando necessário, fazer as devidas 
considerações da doutrina e jurisprudência, para o completo entendimento do assunto. 
Considerando o edital da PC-CE e o perfil da banca IDECAN, acredito que deve haver uma 
cobrança forte da literalidade do CPP sobre provas em
espécie. 
DICA 88 
EXAME DE CORPO DE DELITO – PARTE 01 
CORPO DE DELITO é o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixadas pela 
infração penal, estando relacionado à própria materialidade do crime. 
Quando se fala em corpo de delito não está se referindo a um “corpo”, a um cadáver. Pelo 
contrário, estamos falando de qualquer vestígio material deixado pela infração penal. 
Exemplo: o vidro quebrado da casa; o esperma na cena de estupro; etc. 
O exame de corpo de delito, portanto, é uma espécie de perícia realizada em âmbito 
criminal, cuja finalidade é comprovar a materialidade (a existência) do crime, nas 
infrações penais que deixam vestígios. 
É importante mencionar, desde o início, que o juiz não fica adstrito ou subordinado ao 
laudo pericial, podendo discordar das conclusões dos peritos. Dessa forma, o juiz pode 
proferir sua decisão em sentido diverso do laudo pericial (art. 182). 
Quando não for necessária ao esclarecimento da verdade, o juiz ou autoridade policial 
negará a perícia requerida pelas partes, salvo o caso do exame de corpo de delito (art. 
184). 
O art. 184 do CPP ressalva expressamente o exame de corpo de delito, pois essa perícia é 
de realização obrigatória nas hipóteses em que a infração penal deixa vestígios. 
Além disso, o exame de corpo de delito pode ser realizado a qualquer dia e a qualquer 
hora (art. 161). 
DICA 89 
EXAME DE CORPO DE DELITO – PARTE 02 
Nos termos do art. 158 do CPP: “quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a 
confissão do acusado”. 
Esse art. 158 é rico em informações que podem despencar na sua prova. Portanto, 
guardem: 
 1ª REGRA: a obrigatoriedade do exame de corpo de delito 
Pela redação do art. 158 do CPP, o exame de corpo de delito é INDISPENSÁVEL 
quando a infração penal deixar vestígios. 
Por isso que se diz que, nos crimes transeuntes (aqueles que não deixam vestígios), 
não há exame de corpo de delito. 
Já nos crimes não transeuntes (aqueles crimes que deixam vestígios materiais), o 
exame de corpo de delito é obrigatório. 
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37 
Portanto, guarde: o exame de corpo de delito só é obrigatório nos crimes não 
transeuntes, ou seja, naqueles que deixam vestígios. 
O art. 167 do CPP prevê uma certa flexibilização a essa obrigatoriedade do exame de 
corpo de delito, passando a prever que, quando os vestígios tiverem desaparecido, a 
prova testemunhal poderá supri-lo. 
 Ex.: suponha um crime de lesão corporal, crime que deixa vestígios. Se os 
hematomas, marcas, roxos, tiverem desaparecido, a prova testemunhal pode suprir a 
ausência do exame de corpo de delito. 
Nos crimes de menor potencial ofensivo, abrangidos pela Lei dos Juizados (lei 
9099/95), o exame de corpo de delito está dispensado, desde que a inicial acusatória 
venha acompanhada de boletim médico ou prova equivalente (art. 77, §1). 
 2ª REGRA: exame de corpo de delito direto x indireto 
Exame de corpo de delito direto é aquele realizado pelo perito diretamente sobre o 
vestígio deixado; já o exame de corpo de delito indireto é aquele com base em 
informações fornecidas a ele. 
 3ª REGRA: a confissão do acusado não pode suprir o exame de corpo de delito 
 Guarde essa regra! Ela é importante! 
Quando o exame de corpo de delito for obrigatório (nos crimes não transeuntes, ou 
seja, que deixam vestígios), a confissão do acusado não pode supri-lo! 
DICA 90 
PERITOS 
De acordo com o art. 159 do CPP, a perícia deve ser realizada por 1 perito oficial, 
portador de diploma de curso superior. 
Na ausência de perito oficial, a perícia deve ser realizada por 2 peritos, duas pessoas 
idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área específica 
objeto da perícia. Nesse caso de peritos não oficiais, devem prestar o compromisso de 
bem e fielmente desempenhar o encargo (art. 159, §§2º e 3º). 
Além disso, as partes, o ofendido e o assistente de acusação podem formular quesitos, 
indicar assistentes técnicos e requerer esclarecimentos aos peritos (art. 159, §§3º a 
5º). 
O laudo pericial deve ser entregue no prazo máximo de 10 dias, podendo ser prorrogado 
em casos excepcionais, a requerimento do perito (art. 160, p. único). 
DICA 91 
CORPO DE DELITO – RESUMO 
O exame de corpo de delito é importantíssimo para a prova de vocês. 
Visando esquematizar as informações postadas acima, no intuito de facilitar ainda mais o 
estudo de vocês, consolidei as principais informações abaixo: 
PERITOS (art. 159, CPP) 
PERITO OFICIAL UM perito oficial, portador de diploma de curso superior 
PERITO NÃO OFICIAL DOIS peritos não oficiais. Devem prestar compromisso. 
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38 
 
DICA 92 
CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA (EXAME DE CORPO DE DELITO – PARTE 03) 
 ESSA É MUITO IMPORTANTE! VAI CAIR!!!! 
Trata-se de inovação do Pacote Anticrime. 
A cadeia de custódia é um conjunto de procedimentos que garantem a autenticidade 
das evidências coletadas e examinadas, de forma que não haja lugar para qualquer tipo 
de adulteração. 
De acordo com o art. 158-A do CPP, considera-se cadeia de custódia o conjunto de 
procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do 
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio 
a partir de seu reconhecimento até o descarte. 
Dessa forma, a observância do procedimento de coleta e preservação dos vestígios 
materiais (cadeia de custódia) é o que garante que aquele vestígio de fato pertence 
àquele caso, garantindo a sua integridade e inviolabilidade. 
Suponha uma pessoa flagrada vendendo determinado entorpecente. Essa droga deverá 
passar por um exame toxicológico, para constatar a natureza e a quantidade da droga e, 
consequentemente, a materialidade do crime. Por isso, a droga apreendida pela 
autoridade policial deverá ser apreendida, etiquetada e lacrada, documentando-se 
todos os procedimentos dessa cadeia de custódia. 
Exemplo prático de quebra da cadeia de custódia: a PF, na Operação “Negócios da 
China”, realizou regularmente uma interceptação telefônica. Mas, parte dessas gravações 
foi extraviada ainda na Polícia, havendo descontinuidade das conversas, com omissão 
de alguns áudios. Dessa forma, o STJ anulou as provas produzidas, determinando o 
seu desentranhamento dos autos por quebra da cadeia de custódia. 
O início da cadeia de custódia se dá com a preservação do local do crime ou com 
procedimentos nos quais seja detectada a existência de vestígios (art. 158-A, §1). 
Além disso, o §3º conceitua vestígio como sendo todo objeto ou material bruto, 
visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. 
O art. 158-A, §2º prevê ainda que o agente público que reconhecer um elemento como 
de potencial interesse para a perícia deve zelar pela sua preservação. 
DICA 93 
CADEIA DE CUSTÓDIA – PARTE 02 
A cadeia de custódia é formada por algumas etapas, previstas na lei, visando justamente 
assegurar a integridade do vestígio, mantendo e documentando a sua história cronológica. 
 
 
 
 
•É obrigatório nas infrações não transeuntes (que deixam 
vestígios). 
•A confissão do acusado NÃO PODE supri-lo. 
•A prova testemunhal pode suprir, quando os vestígios tiverem 
desaparecido 
•Nos Juizados, o exame de corpo de delito é dispensado, se a inicial 
vier acompanhada de boletim médico ou prova equivalente. 
•Juiz não fica adstrito ao laudo pericial. 
•Deve ser realizado por UM perito oficial ou DOIS peritos não 
oficiais. 
•Laudo pericial: prazo de 10 dias, prorrogável a requerimento do 
•O exame pode ser realizado em qualquer dia e a qualquer hora. 
 
 
 
 
Exame de 
corpo de 
delito 
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39 
É bem possível que haja alguma questão na sua prova, com a descrição de alguma dessas 
etapas, pedindo para que você identifique qual etapa o enunciado está se referindo... 
Portanto, leia e releia
o art. 158-B. 
Para facilitar seus estudos, abaixo uma tabela com os principais atos: 
Pessoal, muitas vezes os atos da cadeia de custódia são “lógicos”. É meio óbvio falar que 
o ato de coleta do vestígio significa recolhê-lo para fins de análise, por exemplo. 
Mas, há alguns cuidados na análise deste artigo, principalmente na hora de resolver 
alguma questão na prova de vocês, como: 
 Saiba que o reconhecimento é a primeira etapa. 
 Saiba a diferença entre o condicionamento e o armazenamento 
 Saiba que o exame pericial em si é realizado na etapa de processamento, em que 
há manipulação do vestígio. 
 Por fim, saiba que o recebimento é um ato formal, que documenta a transferência 
da posse do vestígio. 
Central de custódia (art. 158-C e art. 158-E): são locais destinados à guarda e 
controle dos vestígios. Nas centrais de custódia, a entrada e saída do vestígio devem ser 
ATOS DA CADEIA DE CUSTÓDIA 
RECONHECIMENTO 
Distinguir um elemento como de potencial interesse para a 
prova pericial. 
ISOLAMENTO 
Evitar que se altere o estado das coisas, isolando e 
preservando o ambiente. 
FIXAÇÃO 
Descrição detalhada do vestígio, podendo ser ilustrada por 
fotografias, exames, etc. 
COLETA Ato de recolher o vestígio que será submetido a perícia. 
ACONDICIONAMENTO 
 
Aqui, cada vestígio é embalado de forma individualizada, 
conforme suas características físicas, químicas e biológicas, 
para posterior análise. 
TRANSPORTE Ato de transferir o vestígio de um local para o outro. 
RECEBIMENTO 
Ato formal de transferência da posse do vestígio. Deve 
ser documentado com a identificação de quem recebeu. 
PROCESSAMENTO É o exame pericial em si, o manuseio do vestígio. 
ARMAZENAMENTO 
É o procedimento relativo à guarda do material a ser 
processado, guardado para eventual contraperícia, 
descartado ou transportado. 
DESCARTE Procedimento referente à liberação do vestígio. 
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40 
protocoladas, além de documentar e identificar todas as pessoas que tenham acesso ao 
vestígio. Isso tudo é uma forma de evitar uma indevida manipulação ou ingerência sob o 
vestígio. 
Lacre (art. 158-D): o recipiente em que o vestígio for acondicionado deve ser selado 
com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e 
idoneidade do vestígio. Deve-se documentar cada rompimento do lacre, sendo que o lacre 
rompido será acondicionado no interior do novo recipiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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41 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
DICA 94 
ATO ADMINISTRATIVO 
São as manifestações de vontade da Administração Pública por meio de decretos, 
resoluções, portarias, circulares, etc. 
É uma declaração unilateral da vontade do Estado, de nível inferior à lei, para atender ao 
interesse público. 
Cria, restringe, declara ou extingue direitos. 
São sujeitos ao controle judicial. 
DICA 95 
CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
São 2 as formas de controle dos atos administrativos: 
a) Quando realizado pela própria Administração trata-se de controle interno ou 
autotutela. 
O princípio da autotutela é a obrigação da Administração Pública em controlar os atos 
editados, para retirar do ordenamento jurídico os ilegítimos ou inoportunos. 
 ILEGÍTIMOS são os atos ilegais ou nulos, tendo a Administração a obrigação de 
retirá-los do sistema. 
 INOPORTUNOS são os atos que, em que pese não serem ilegais, se tornaram 
inoportunos ou inconvenientes, tendo a Administração a prerrogativa de revogar os 
que entender se enquadrarem em tais características. 
Os fundamentos acima estão consolidados pelo STF, nas Súmulas 346 e 473: 
Súmula 346 STF – A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios 
atos. 
Súmula 473 STF – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por 
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, 
em todos os casos, a apreciação judicial. 
b) Quando realizado pelo poder judiciário se apresenta o controle externo. 
Em respeito ao Princípio da Separação dos Poderes, o Judiciário e Legislativo, quando 
apreciarem Atos Administrativos, deverão limitar-se aos aspectos da legalidade, não lhes 
competindo analisar o mérito, conveniência ou oportunidade. 
DICA 96 
ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
ANULAÇÃO tem como fundamento a ilegalidade do ato, sendo realizada pela própria 
Administração ou pelo Poder Judiciário. 
A anulação acarreta efeito ex tunc (retroage à situação original), eliminando, por 
consequência, todos os atos gerados pelo ato durante sua vigência. 
Não possibilita, em regra, a invocação de direitos adquiridos, em razão da ilegalidade 
apresentada, com exceção dos que constituíram direitos de boa-fé. 
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42 
O prazo (decadencial) que a Administração possuí para anulação dos seus atos é de 5 
anos, conforme prescrito no artigo 54 da Lei nº 9.784/99. 
 Se praticado o ato com má-fé, o prazo de 5 anos não se aplica. 
DICA 97 
REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
REVOGAÇÃO tem como fundamento a conveniência e oportunidade, não se tratando 
de retirada do ato em razão de ilegalidade. 
A revogação acarreta efeito ex nunc, ou seja, a partir da revogação, sendo mantidos os 
direitos adquiridos em respeito ao Princípio da Segurança Jurídica. 
Não há prazo para revogação, podendo ocorrer a qualquer momento, conforme o 
interesse público assim se apresente. 
Alguns atos não podem ser revogados, quais sejam, aqueles que já se consumaram. 
 Ex: Licitação já consumada com a celebração do contrato com o vencedor. 
A anulação e revogação dos atos administrativos se encontram prescritos no artigo 53 da 
Lei nº 9.784/99: 
Artigo 53 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de 
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos. 
 QUADRO RESUMO: 
 
 ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
MOTIVO Ilegalidade Conveniência e Oportunidade 
TITULAR Administração e Judiciário Administração 
EFEITOS Ex Tunc Ex Nunc 
PRAZO 5 anos, salvo má-fé Sem prazo 
 
DICA 98 
CASSAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
CASSAÇÃO é a retirada do ato ocorre por descumprimento de condições que 
deveriam ter sido atendidas, ou seja, extingue o ato por descumprimento de obrigações 
por parte do destinatário, trata-se de uma penalidade. 
 Ex: cassação de licença para funcionamento de um estabelecimento comercial por 
descumprimento de regras de higiene. 
 
 
 
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43 
DICA 99 
REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 CO-FI-FO-MO-OB 
(CO)Competência, (FI)Finalidade, (FO) Forma, (MO) Motivo e (OB) Objetivo 
DICA 100 
COMPETÊNCIA OU SUJEITO 
É o poder atribuído ao agente público, ou seja, atribuição para praticar o ato. 
A competência resulta e é delimitada pela lei. 
 Ex: competência para aplicar multas tributárias é do auditor fiscal, não do técnico da 
Receita Federal. 
DICA 101 
COMPETÊNCIA - CARACTERÍSTICAS 
 IRRENUNCIÁVEL – o agente não pode recusar sua competência. 
 IMPRORROGÁVEL – Ato praticado por agente incompetente, mesmo sem alegação 
de qualquer interessado, não torna esse agente competente pelo decurso do tempo. 
 IMPRESCRITÍVEL – Não se perde a competência pelo decurso do tempo. 
 Somente a lei pode retirar uma competência, assim como somente a lei estipula 
competência. 
 INDERROGÁVEL – A competência não pode ser transferida por simples vontade das 
partes. 
DICA 102 
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA 
Excesso de Poder ocorre quando o agente público, embora competente, se excede no 
exercício de suas atribuições. 
Usurpação de Função – Quando uma pessoa se apropria de uma função para praticar 
atos inerentes a essa função. A pessoa se apodera da função sem ter sido investida 
legalmente nela. 
 Ex: Um
irmão gêmeo de um servidor toma seu lugar e pratica um ato administrativo. 
Agente Putativo ocorre quando uma pessoa é irregularmente investida na função 
pública. 
 Ex: fraude num concurso público, com vazamento de gabarito, beneficiando o infrator 
com a aprovação no concurso. 
DICA 103 
TEORIA DA APARÊNCIA 
Atos praticados por funcionários de fato em relação a terceiros de boa-fé. O terceiro de 
boa-fé não pode ser prejudicado por um ato que teve a participação da Administração 
Pública, com aparência de legalidade. 
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44 
Assim, a relação do terceiro de boa-fé com a Administração será mantida. 
DICA 104 
FINALIDADE 
É o objetivo almejado com a prática do ato administrativo, lembrando que o objetivo 
deve ser sempre voltado para satisfazer o interesse público. 
A finalidade é definida em lei, não havendo liberdade para o agente praticar o ato. 
Em regra, a finalidade é vinculada, porém, mediante autorização legislativa, o agente 
poderá praticar o ato com certo grau de liberdade de escolha (discricionariedade). 
Se não respeitada a finalidade pública restará configurado o desvio de finalidade. 
DICA 105 
TREDESTINAÇÃO LICÍTA 
É exceção a teoria anterior. 
O ato administrativo, em regra, é vinculado. Porém, em algumas situações a finalidade 
almejada pelo ato administrativo pode ter que ser adaptar a outro ato de interesse público 
vigente. 
 Ex: O poder público desapropria um imóvel regularmente, sob a justificativa do 
interesse público de construir uma escola no local, contudo, ao proceder a construção, 
acaba por construir uma unidade de atendimento hospitalar. 
A fundamentação/razão do ato não foi cumprida (construção de escola), mas foi 
atendido interesse público com a construção da unidade de saúde (finalidade), ou seja, 
em que pese o poder público ter praticado ato divergente do motivado para a 
desapropriação, o interesse público foi alcançado. 
DICA 106 
FORMA 
É como o ato se materializa, ou seja, é a manifestação de vontade sendo concretizada. 
É como o ato vem ao mundo. 
Pode ser escrito (regra), verbal ou sons. 
 Ex: emissão de carteira de motorista para quem se habilita – o ato administrativo vem 
ao mundo através da emissão do documento (carteira de motorista). 
DICA 107 
MOTIVO 
É a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato administrativo. 
A situação de fato é o acontecimento que gera a expedição do ato administrativo. 
 Ex: excesso de velocidade gera um ato administrativo – multa. 
Situação de direito é aquela que está na lei. A lei descreve a situação. 
 Ex: aposentadoria compulsória. Está prevista em lei e, quando atingida a idade, ocorre 
a aposentadoria. 
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45 
DICA 108 
OBJETO 
É o efeito prático pretendido com o ato administrativo. É aquilo que o ato produz, o seu 
resultado. 
 Ex: o objeto de um ato administrativo de desapropriação é extinguir o direito de 
propriedade do particular em favor do Estado. Ao ser praticado o ato, o objeto é a 
desapropriação. 
DICA 109 
DISCRICIONARIEDADE DO ATO ADMINISTRATIVO 
Ato discricionário é aquele que permite ao agente público realizar um juízo de 
conveniência e oportunidade, podendo decidir o melhor ato a ser praticado. 
A lei confere ao administrador certa margem de liberdade para escolha. 
No ato discricionário há mérito administrativo. 
 Ex: realização de concurso público pelo prazo de 2 anos, prorrogável por igual 
período. O administrador, utilizando do juízo de conveniência e oportunidade decidirá 
se prorrogará ou não o concurso. 
O ato discricionário é passível de controle pelo Poder Judiciário, não podendo o 
Judiciário analisar o mérito (conveniência e oportunidade), mas sim analisar sua 
legalidade. 
DICA 110 
VINCULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
Ato vinculado é aquele em que todos os requisitos ou elementos estão em lei, não 
havendo margem de liberdade para o agente público. 
 Nos atos vinculados não há mérito administrativo, é a lei quem determina a forma 
e o conteúdo. 
DICA 111 
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
São 3 os atributos dos atos administrativos: 
 Presunção de Legitimidade / Legalidade; 
 Imperatividade; 
 Autoexecutoriedade. 
DICA 112 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE 
Os atos administrativos nascem com presunção de que são legítimos, ou seja, que estão 
de acordo com a lei. 
Essa presunção decorre do princípio da legalidade, haja vista que o agente somente 
pode fazer aquilo que a lei permite. Assim, se praticou o ato, presume-se que o este está 
de acordo com a lei. 
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46 
A presunção de legitimidade é relativa, podendo ser provado o contrário. 
DICA 113 
IMPERATIVIDADE 
A imperatividade é o Poder que tem a Administração de impor o ato ao administrado, 
concorde ou não. 
É um atributo que não está presente em todos os atos, pois alguns deles não 
necessitam. 
 Ex: atestados e licença não necessitam, pois são atos apenas enunciativos. 
 Vale destacar que esse atributo é fundamental para a efetividade do ato, pois 
necessária a força imperativa do ato para que o mesmo se concretize. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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47 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E PODER EXECUTIVO 
DICA 114 
FORMA DE ESTADO 
ESTADO UNITÁRIO: há um único centro de poder político. 
 Puro: não há nenhum tipo de distribuição do poder político comum em 
microestados. 
 Descentralizado Administrativamente: decisões políticas centralizadas, mas as 
execuções são delegadas. 
 Descentralizado Administrativa e Politicamente: descentralização das decisões 
tomadas, mas essas entidades são dotadas de certa autonomia para execução das 
decisões tomadas pelo governo central. 
ESTADO CONFEDERADO: união dissolúvel de Estados soberanos. 
Todos os entes são dotados de soberania e autonomia, criado a partir de um acordo ou 
tratado internacional; cada um dos entes possui sua própria Constituição e é permitido o 
direito de secessão. 
ESTADO FEDERATIVO: repartição constitucional as competências, capacidades e 
receitas dos entes políticos. Todos os entes possuem autonomia, mas não soberania. 
É vedado o direito de secessão. 
DICA 115 
FORMAS DE FEDERAÇÃO 
 Federação Centrífuga: Também denominando Federalismo por Segregação, o 
Estado unitário se reparte em unidades federadas autônomas; movimento de 
desagregação. 
Concentração maior de competências no ente central (União). 
 Federação Centrípeta: Federalismo por Agregação, Estados autônomos e soberanos 
se juntam para formar um único Estado federal; concentração maior de competências 
no âmbito dos entes regionais. 
DICA 116 
CLASSIFICAÇÃO DE FEDERALISMO 
POR INTEGRAÇÃO ASSIMÉTRICO SIMÉTRICO ORGÂNICO 
Relação de 
subordinação entre 
os estados e a 
União, mas com 
preponderância do 
governo central 
sobre os outros 
entes federados. 
Contudo, a busca 
pela integração 
nacional minimiza 
essa concentração 
de poder. 
 
Existência de 
divergências e 
desigualdades 
regionais e busca 
reverter esse 
quando com 
atribuições de 
competências e 
receitas de forma 
desigual. 
 
Divisão de receitas 
e competências de 
forma paritária 
entre os entes de 
mesma categoria. 
Pressupõe uma 
homogeneidade de 
desenvolvimento 
entre os entes. Há 
possibilidade de 
intervenção federal; 
poder legislativo 
bicameral; Poder 
Judiciário dual. 
 
Os Estados 
membros são 
fragilizados 
pelo poder 
central, como 
em regimes 
ditatoriais. 
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48 
DICA 117 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
 Repartição horizontal: distribuição fechada, rígida das atribuições e competências 
específicas entre cada ente que irão desenvolvê-las de forma separada e independente. 
É o denominado federalismo dual/clássico. 
Brasil: CF de 1891 com competências específicas da União e remanescente aos Estados. 
 Repartição vertical: os entes federativos atuam de forma conjunta ou concorrente 
sobre
uma mesma norma, matéria ou assunto. 
É também denominado federalismo cooperativo/neoclássico. 
Brasil: CF de 1934, primeira constituição do Brasil de Estado Social, inspirado na 
Constituição de Weimar, 1919. 
 CF/88 possui traços de ambos os tipos. 
DICA 118 
CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS 
PRINCÍPIO DA PREPONDERÂNCIA/PREDOMINÂNCIA DE INTERESSE LOCAL. 
 Competência comum: art. 23, CF/88, leis complementares fixarão as normas para 
a cooperação entre os entes federativos, tendo em visto o equilíbrio do desenvolvimento e 
do bem-estar em âmbito nacional. 
 Competências concorrentes legislativas: segundo o art. 24, CFF/88, verifica-se que 
o Brasil adota competências concorrentes não cumulativas. 
 Outorga tácita de competência legislativa: A União se limita a legislar sobre 
normas gerais. Caso ela não o faça, os Estados membros e o DF terão a competência 
legislativa plena para legislar sobre. 
A superveniência de lei federal sobre normas gerias suspende a eficácia da lei estadual 
no que lhe for contrário. 
DICA 119 
FEDERALISMO NO BRASIL 
Federalismo de 3º grau ou duplo grau: União e Estado Membros + Distrito Federal + 
Municípios. 
Entes possuem tríplice capacidade: auto-organização; autogoverno e autoadministração 
(autonomia FAP). 
Exceção - Autogoverno: os municípios possuem apenas poder legislativo e executivo, 
não existe poder judiciário em âmbito municipal, assim como não possui representação 
legislativa no Senado Federal. 
DICA 120 
UNIÃO 
DUPLA PERSONALIDADE JURÍDICA: 
 República Federativa do Brasil = ente com soberania internacional. 
 União = ente autônomo de direito público interno. 
Quando a União representa a RFB, ela age/atua com soberania, mas não a detém. 
 
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49 
DICA 121 
TERRITÓRIOS 
Mera descentralização administrativa territorial da União (autarquia administrativa). 
Não possuem autonomia política. 
 CARACTERÍSTICAS: 
 Somente podem ser criados, transformados em estado ou reintegrado ao estado de 
origem por meio de lei complementar; 
 Podem ser divididos em municípios e cada território pode eleger quatro deputados 
federais; 
 Caso tenha mais de 100.000 habitantes, poderá ter duas instâncias judiciais, Ministério 
Público e Defensoria Pública Federal; 
 Governador é escolhido pelo Presidente da República, sendo previamente aprovado pelo 
Senado federal em voto secreto; 
 Compete à União o recolhimento de impostos estaduais e municiais, caso tenha 
municípios. 
DICA 122 
ESTADOS 
Autonomia – Constituições Estaduais (poder constituinte derivado decorrente), desde 
que observados os princípios constitucionais sensíveis, da simetria e os 
constitucionais estabelecidos que definem regras de organização. 
 Processo para criação de novos estados-membros: 
 1ª ETAPA – Plebiscito: a população interessada deve necessariamente aprovar a 
formação do novo estado; 
 2ª ETAPA – Projeto de Lei Complementar: terá início em qualquer uma das 
casas do Congresso Nacional; 
 3ª ETAPA – Audiência nas Assembleias Legislativas: futura expedição de parecer 
meramente opinativo, sem caráter vinculativa, ou seja, ainda que o parecer seja 
desfavorável à criação, o processo continua; 
 4ª ETAPA – Aprovação pelo Congresso Nacional: necessidade de quórum de 
maioria absoluta. Aprovação e sanção do Presidente da República são atos 
discricionários. 
 Novos estados membros podem ser criados por meio de fusão; anexação; cisão e 
desmembramento. 
DICA 123 
MUNICÍPIOS 
Lei orgânica municipal: deve ser votada em dois turnos, com interstício de 10 dias, 
aprovada por dois terços da Câmara. 
NÃO SE TRATA DE PODER CONSTITUINTE DERIVADO. 
 REQUISITOS PARA FORMAÇÃO DE MUNICÍPIOS: 
 1ª ETAPA – Lei federal determinando o procedimento e o período para criação; 
 
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50 
 2ª ETAPA – Estudo de viabilidade municipal, o qual deve necessariamente ser 
favorável; 
 3ª ETAPA – Consulta prévia à população interessada, via plebiscito; 
 4ª ETAPA – Elaboração de lei ordinária estadual determinando a formação do 
município. 
STF: até a promulgação da EC 15, mais de 50 municípios haviam sido criados. A Corte 
reconheceu que tais criações foram inconstitucionais, mas também reconheceu a 
inconstitucionalidade por omissão do Congresso Nacional por não elaborar lei 
complementar federam dispondo quanto o procedimento e período para criação de novos 
municípios. 
EC 57/2008: art. 96, ADCT convalidou os municípios criados até 31/12/2006, 
atendidos os requisitos estabelecidos pela legislação estadual vigente à época de sua 
criação, ainda que inconstitucional. 
DICA 124 
DISTRITO FEDERAL 
Regido por Lei Orgânica Distrital, aplicando a ela as mesmas regras dos Municípios. 
 Heteronomia constitucional: a autonomia do DF é parcialmente tutelada pela 
União, de forma que o Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Penal, 
Polícia e Militar são legislados por lei federal. Contudo, as forças de segurança são 
subordinadas ao Governador do Distrito Federal. 
DICA 125 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
MEDIDA DE EXCEÇÃO. Suspensão temporária das prerrogativas dos Estados e 
Municípios, com a finalidade de assegurar o pacto federativo. 
ESPONTÂNEA PROVOCADA 
 
(Art. 34, I, II, III e V, CF/88) 
 
Ato discricionário do Presidente, 
ex officio, com consulta opinativa do 
Conselho da República do Conselho da 
Defesa. 
 
Hipóteses: manter a integridade 
nacional; repelir invasão 
estrangeira; defesa da ordem 
pública e reorganizar as finanças que 
suspender pagamento de dívida 
fundada por mais de 2 anos, sem 
motivos, ou deixar de repassar 
receitas tributárias fixadas na CF. 
 
 
(Art. 34, IV, CF/88) 
 
Solicitação do Poder ou Executivo ou 
por Requisição do Poder Judiciário 
ao STF para o Presidente da República. 
 
Hipótese: garantia do livre exercício 
de qualquer dos poderes nas unidades 
da Federação. 
(Art. 34, VI – 1ª parte) 
 
Provimento do STF por 
representação do PGR, mas para 
deflagrar a intervenção é preciso decreto 
do Presidente da República. 
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51 
 
(Art. 34, I, II, III e V, CF/88) 
 
Ato discricionário do Presidente, 
ex officio, com consulta opinativa do 
Conselho da República do Conselho da 
Defesa. 
 
Hipóteses: manter a integridade 
nacional; repelir invasão 
estrangeira; defesa da ordem 
pública e reorganizar as finanças que 
suspender pagamento de dívida 
fundada por mais de 2 anos, sem 
motivos, ou deixar de repassar 
receitas tributárias fixadas na CF. 
 
Hipótese: inexecução de lei federal. 
 
 
(Art. 34, VI – 2ª parte) 
 
Requisição do próprio STF, STF OU 
TSE para o Presidente da República. 
 
HIPÓTESE: descumprimento de 
ordem ou decisão judicial. 
 
 
(Art. 34, VII, CF/88) 
 
Provimento do STF por 
representação do PGR. 
 
Hipóteses: inobservância dos 
princípios sensíveis constitucionais. 
 
DICA 126 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 Sentido material/objetivo: é a atividade estatal exercida sob um regime jurídico, por 
meio de serviço público, polícia administrativa, fomento à iniciativa privada ou 
intervenção. 
 Sentido formal/subjetivo: são os sujeitos que atuam em nome da Administração 
Pública, se dividindo em Administração Pública Direta (entes da federação) e 
Administração Pública Indireta (órgãos e entidades). 
 PRINCÍPIOS QUE REGEM O REGIME JURÍDICO: 
SUPREMACIA DO INTERESSE 
PÚBLICO 
O interesse público prevalece em 
detrimento dos interesses particular, por 
exemplo, a desapropriação. 
 
INDISPONIBILIDADE DO 
INTERESSE PÚBLICO 
Voltado à atuação do administrador, posto 
que este deve exercer suas funções sempre 
buscando garantir o interesse público, não 
devendo desistir dos feitos ou dispor de 
suas prerrogativas. 
 
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52 
DICA 127 
SERVIDORES PÚBLICOS 
 Função em confiança: atribuições criadas por lei para preencher cargos de direção, 
chefia e assessoramento, necessariamente por
titulares de cargos efetivos (aprovados por 
concurso público) da confiança da autoridade que as preenche. 
 Cargo em comissão: atividades que serão exercidos por servidores de carreira nos 
casos, condições e percentuais previstos em lei. Como também área atribuições de 
direção, chefia e assessoramento. 
Pode ser preenchido por quem não é titular de cargo efetivo. 
DICA 128 
PODER EXECUTIVO 
 Função Típica: administrar. 
 Chefe do Poder Executivo: cumula atribuições de Chefe de Governo e Chefe de 
Estado, posto que comanda e administra o país, no âmbito interno, e representa a 
República Federativa do Brasil perante a comunidade internacional, respectivamente. 
 Função atípica: o Chefe do Executivo realiza atribuições de caráter legislativo 
ao vetar ou sancionar uma lei, editar medidas provisórias, elaborar leis delegadas 
ou iniciar um novo projeto de lei. 
DICA 129 
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Art. 84, CF/88 dispõe quanto às competências do Chefe do Executivo em um rol 
meramente exemplificativo, tratando, contudo, de atribuições indelegáveis, sendo 
algumas delas: 
1. Regulamentar normas por meio de decreto, com objetivo central de se manter fiel à 
execução da lei; 
2. Relacionar-se com Estados Estrangeiros, atuando no âmbito internacional; 
3. Nomear autoridades para ocupar cargos, tais como, ministro do Supremo tribunal 
Federal, Governadores de Territórios, Procurador Geral da República, entre outros; 
4. Conceder indultos e comutar penas, mediante expedição de decreto; 
5. Comandar as Forças Armadas, atuar nos estados de exceção e declarar a paz; 
6. Convocar e presidir Conselhos. 
DICA 130 
RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Diferentemente dos parlamentares, o Presidente da República não possui imunidade 
material, contudo tem imunidade formal em relação à prisão e em relação ao processo. 
Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente 
da República não estará sujeito a prisão. 
O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado 
por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
Caso o Presidente da república cometa crime comum, será processo e julgado perante o 
Supremo tribunal Federal. Nesse caso, se a denúncia ou queixa crime for aceita, o 
presidente ficará suspenso do exercício de suas funções pelo prazo de 180 dias. 
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53 
DICA 131 
IMPEACHMENT DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Caso o Presidente da República cometa crime de responsabilidade, ele será julgado por 
meio do processo de impeachment. 
 Juízo de Admissibilidade: realizado perante a Câmara dos Deputados, com a 
autorização por parte de dois terços dos membros da Casa. 
Após aprovação da admissibilidade, a segunda fase do processo ocorrerá uma sessão de 
julgamento perante o Senado Federal. Nesse momento, o presidente será afastado das 
suas funções, sendo-lhe assegurado os princípios do contraditório, ampla defesa e devido 
processo legal. 
DICA 132 
RESPONSABILIDADE DE GOVERNADORES 
Governadores podem ser responsabilizados por crimes comuns e crimes de 
responsabilidade. 
No caso de cometimento de crimes comuns, responderão perante o Superior Tribunal 
de Justiça. 
Caso seja cometido crime de responsabilidade, o Governador será processado e 
julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do qual são governantes, presidido pelo 
próprio presidente do Tribunal e composto por mais cinco Deputados Estaduais e 
cinco Desembargadores. 
DICA 133 
CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS 
 
CRIME DE RESPONSABILIDADE 
PRÓPRIO 
 
 
Crimes tipificados pelo Decreto-Lei nº 
201/1967, o julgamento será realizado 
pela Câmara de Vereadores. 
 
CRIME DE RESPONSABILIDADE 
IMPRÓPRIO 
 
Crimes que não tenha natureza, mas apenas 
natureza penal; nesse caso, o julgamento 
caberá ao Tribunal de Justiça do respectivo 
órgão competente para julgamento. 
 
 
 Se o crime praticado possuir natureza eleitoral, a competência de julgamento será 
do Tribunal Regional Eleitoral. 
 
 
 
 
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54 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
DICA 134 
 ESTABILIDADE: 
Devemos relembrar que a lei 9.826/74, em seu artigo 73, define estabilidade como 
sendo o direito que adquire o funcionário efetivo de: 
 Não ser exonerado; 
 Não ser demitido. 
EXCETO: em virtude de sentença judicial ou inquérito administrativo, em que se lhe 
tenha sido assegurada ampla defesa. 
 VITALICIEDADE: 
Já conforme o artigo 76, da mesma lei, em se tratando de cargo vitalício, O funcionário 
perderá o cargo somente em virtude de sentença judicial. 
DICA 135 
Em relação a licença à gestante é importante memorizar os prazos previstos na 
9.826/74, especificamente em seu artigo 100 e parágrafo único. 
O artigo 100 prevê que a funcionária gestante, mediante inspeção médica, será licenciada 
por quatro meses, com vencimentos integrais. 
Já o seu parágrafo único prevê que tal licença será deferida a partir do oitavo mês de 
gestação, salvo prescrição médica em contrário. 
ATENÇÃO! 
Visto a exceção prevista no parágrafo único supramencionado, a questão do certame 
poderá afirmar corretamente que, mediante prescrição médica, a licença à gestante é 
cabível em prazo inferior ao oitavo mês de gestação. 
DICA 136 
Em relação ao salário-família o artigo 165, da lei 9.826/74, estabelece os requisitos para 
HABILITAÇÃO afirmando que: 
 o funcionário; 
 o disponível, ou 
 o aposentado. 
Apresentarão uma declaração de dependentes, indicando: 
 o cargo que exercer, ou 
 no qual estiver aposentado ou 
 em disponibilidade, 
Mencionando em relação a cada dependente: 
 nome completo, data e local de nascimento, comprovado por certidão do registro 
civil; 
 grau de parentesco ou dependência; 
 no caso de se tratar de maior de 21 anos, se total e permanentemente incapaz 
para o trabalho, hipótese em que informará a causa e a espécie de invalidez; 
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55 
 se o dependente vive sob a guarda do declarante. 
DICA 137 
O regime disciplinar é um dos principais temas cobrados em concursos públicos, por 
isso é importante uma especial atenção a este assunto. 
O artigo 174, da lei 9.826/74, afirma que o funcionário público é 
administrativamente responsável, perante seus superiores hierárquicos, pelos ilícitos 
que cometer. 
Visto isso, é importante rememorar que o artigo 175, do mesmo diploma legal, prevê 
como sendo ilícito administrativo a conduta comissiva ou omissiva, do funcionário, 
que importe em violação de dever geral ou especial, ou de proibição, fixado no 
citado Estatuto e em sua legislação complementar, ou que constitua comportamento 
incompatível com o decoro funcional ou social. 
ATENÇÃO! 
Trata-se uma espécie de ilícito administrativo formal, pois o parágrafo único, do artigo 175, 
afirma que o ilícito administrativo é punível, independentemente de acarretar resultado 
perturbador do serviço estadual. 
DICA 138 
PRAZOS DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO: 
 Citação por edital, caso o funcionário esteja em lugar incerto e não sabido, 
publicado em Diário Oficial do Estado, no prazo de 15 (quinze) dias; 
Citado, o indiciado poderá requerer suas provas no prazo de 5 (cinco) dias. Podendo 
renovar o pedido, no curso do inquérito, se necessário para demonstração de fatos 
novos; 
Encerrada a fase probatória, o indiciado será notificado para apresentar, por seu defensor, 
as razões finais de defesa no prazo de 10 (dez) dias; 
Da decisão de autoridade julgadora cabe recurso, com efeito suspensivo, para a 
autoridade hierárquica imediatamente superior, ou para a que for indicada em 
regulamento ou regimento, no prazo de 10 (dez) dias; 
O inquérito administrativo será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias, 
podendo ser prorrogado por igual período, a pedido da Comissão, ou a requerimento 
do indiciado, dirigido à autoridade que determinou o procedimento; 
Recebidos os autos do inquérito, a autoridade julgadora
proferirá sua decisão no prazo 
improrrogável de 20 (vinte) dias.

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