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Memorex PC CE – Rodada 03 1 Memorex PC CE – Rodada 03 2 Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos TOTAL certeza de que este material vai te fazer ganhar muitas questões e garantir a sua aprovação. Você está tendo acesso agora à Rodada 03. As outras 03 rodadas serão disponibilizadas na sua área de membros conforme o cronograma abaixo: Material Data Rodada 01 Disponível Imediatamente Rodada 02 Disponível Imediatamente Rodada 03 Disponível Imediatamente Rodada 04 28/07 Rodada 05 04/08 Rodada 06 11/08 Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS RODADAS já disponíveis, independente da data de compra. Nesse material focamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois, muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode, infelizmente, custar inúmeras posições no resultado final. Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO. Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada uma das dicas. Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas para: atendimento@pensarconcursos.com Memorex PC CE – Rodada 03 3 ÍNDICE LÍNGUA PORTUGUESA .............................................................................................. 4 INFORMÁTICA ........................................................................................................... 10 NOÇÕES DE DIREITO PENAL ............................................................................... 14 LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE .............................................................. 22 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................... 27 ATOS ADMINISTRATIVOS..................................................................................... 41 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E PODER EXECUTIVO ..................................... 47 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ..................................................................................... 54 Memorex PC CE – Rodada 03 4 LÍNGUA PORTUGUESA DICA 01 EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO SOBRE O USO DOS DOIS PONTOS: Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Introduzir uma citação; Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva; Introduzir uma explicação ou enumeração após as expressões, por exemplo, isto é, ou seja, a saber, como etc. Marcar uma pausa entre orações coordenadas; Marcar a invocação em correspondências. DICA 02 A VÍRGULA é utilizada para: Marcar inversões; Separar termos coordenados (em enumeração); Marcar elipse do verbo; Isolar vocativo; Isolar aposto (termo de natureza explicativa) e pode ser isolado também por travessões, parênteses ou por dois pontos. Isolar expressões de natureza explicativa (ou seja, isto é, ou melhor, vale dizer, quer dizer etc.) Ex.: O Brasil é um país rico, ou seja, dispõe de muitos recursos naturais. OBS.: O "E" DEPOIS DE VÍRGULA por ocorrer pelos seguintes casos: Determinando sujeitos diferentes. Ex.: os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. Ter função diferente de adição. Ex.: Estudou muito, e ainda assim não passou no concurso. Usar para dar ênfase na repetição. Ex.: e chora, e ri, e grita. DICA 03 RETICÊNCIAS... São usadas para indicar: supressão de um trecho, interrupção na fala, ou dar ideia de continuidade ao segmento. PARÊNTESES ( ) São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples Memorex PC CE – Rodada 03 5 indicações. TRAVESSÃO Indica a fala de um personagem no discurso direto. Ex.: Mariana disse: – Amigo, preciso pedir-lhe algo. Isola um comentário no texto (sentença interferente). Ex.: Aquela pessoa – eu já havia falado isso – acabou de mostrar que tem péssimo caráter. Isola um aposto na sentença. Ex.: Minha prima – a dona da loja – ligou para você. Reforçar a parte final de um enunciado: Ex.: Para passar no concurso você deve estudar muito – muito mesmo! DICA 04 ADJUNTOS ADVERBIAS DESLOCADOS: CURTA EXTENSÃO - Vírgula facultativa. (Até 2 palavras) Ex.: Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave digital. LONGA EXTENSÃO - Vírgula obrigatória. (3 ou mais palavras) Ex.: Na reunião de ontem, os deputados federais aprovaram a lei. DICA 05 CONCORDÂNCIA VERBAL O (pronome demonstrativo, podendo ser substituído por “ISSO”) + QUE As mulheres tiveram várias conquistas ao longo da vida, o (pronome demonstrativo, como se fosse ISSO) QUE as deixaram mais preparadas. ERRADA As mulheres tiveram várias conquistas ao longo da vida, o (ISSO) QUE as DEIXOU mais preparadas. CORRETA ISSO = o fato de terem tido várias conquistas. DICA 06 VERBO HAVER – SENTIDO EXISTENCIAL Ex.: Coisas novas precisam HAVER para que ela se decidisse. ERRADA Coisas novas PRECISAVA HAVER para que ela se decidisse CORRETA objeto. direito oração sem sujeito OBS.: *HAVER* sentido existencial, verbo sempre fica sempre na 3a pessoa do singular e contamina os verbos auxiliares. Então a impessoalidade do verbo impessoal principal é transmitida aos verbos auxiliares. Memorex PC CE – Rodada 03 6 OBS. 2: Toda vez que o *HAVER* é existencial é caso de oração sem sujeito. DICA 07 “SE” – ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO TRATAM-SE de aspectos literários relevantes. ERRADA TRATA-SE de aspectos literários relevantes. CORRETA OBS.: Transitividade do verbo trata: quem trata, trata de *VTI* “SE” Índice de indeterminação do sujeito REGRA: o verbo obrigatoriamente fica na 3a pessoa do singular. DICA 08 Aposto resumitivo – enumeração + pronome indefinido singular - o verbo fica sempre na 3a pessoa do singular. Ex: Amor, dinheiro, amizade, nada lhe agradava. pronome indefinido resumindo a enumeração DICA 09 CONCORDÂNCIA NOMINAL PSEUDO – prefixo grego, USADO COMO ADJETIVO é invariável. Ex.: Sempre menosprezou os pseudoprofetas. DICA 10 BASTANTE a) sendo um ADVÉRBIO, é invariável. Ex.: As meninas falam bastante. b) Tratando-se de PRONOME INDEFINIDO (antes do substantivo), concorda com o substantivo em número. Ex.: Havia bastantes meninos. (Lembrando... verbo haver com valor existencial, o verbo sempre fica na 3ª pessoa do singular) c) Quando for um ADJETIVO (após substantivo), concorda com o substantivo em número. Ex.: Havia meninas bastantes. DICA 11 Vários são OS ADJETIVOS que devem ficar INVARIÁVEIS quando substituem advérbios: Barato - Ex.: No sebo os livros custam barato. Caro – Ex.: Os vestidos custam caro. Diferente – Ex.: Elas trabalham diferente. Escondido – Ex.: Os presos planejam a fuga escondido da polícia. Memorex PC CE – Rodada 03 7 Firme – Ex.: As atletas disputaram firme. Ligeiro – Ex.: Sigam ligeiro, rapazes! Rápido – Ex.: Nos filmes, os vaqueiros sacam a arma mais rápido. Suave – Ex.: Os bailarinos dançavam suave. DICA 12 SUJEITO COM EXPRESSÃO PARTITIVA + TERMO DETERMINANTE O verbo poderá concordar com a expressão partitiva OU com o termo determinante. Exemplos de expressões partitivas (ou quantitativas): a maioria de, grande parte de, maior parte de, uma porção de, um conjunto de... Situações aplicáveis: Um conjunto de pessoas que partilha uma cultura. Um conjunto de pessoas que partilham uma cultura. ATENÇÃO Como as provas cobram... A substituição da forma verbal “partilha” por “partilham” preservaria a correção gramatical do texto. R: CORRETO! DICA 13 QUE – PRONOME RELATIVO (no sujeito) O verbo concordará com o antecedente. Ex.: Muitos segurados que têm que recorrer ao INSS. A forma verbal “têm” concorda com o termo “muitos segurados”. DICA 14 QUEM – PRONOME RELATIVO (no sujeito) O verbo concordará com o antecedente ou concordará com o próprio “quem” na 3a pessoa do singular. Ex.: Fomos nós quem realizou/realizamos o evento. DICA 15 ATENÇÃO! O PRONOME DE TRATAMENTO, embora sejam de 2a pessoa (refere-se ao ouvinte), concordam sempre em 3a pessoa. Ex.: Vossa Excelência sabe de vossas obrigações. Memorex PC CE – Rodada 03 8 Vossa Excelência sabe de suas obrigações. DICA 16 ATENÇÃO! “EM ANEXO” é EXPRESSÃO INVÁRIÁVEL! Ex.: As petições seguirão em anexo. TODAVIA, “anexo” tem valor adjetivo, determinante de substantivo e, por isso, VARIA, concordando com o termo a que se refere, assim como: quite, obrigado, incluso, próprio, nenhum... Ex.: Seguem anexas as fotos. Ex.2: Eles não são nenhuns coitados. DICA 17 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE CRASE A crase é um fenômeno sintático assinalado pelo acento grave. A crase depende de dois fatores: o termo regente e o termo regido. CONDIÇÕES DE OCORRÊNCIA O termo regente deve exigir a preposição “A” O termo regido deve admitir o artigo “A” ou ser um pronome demonstrativo iniciado pela letra “A” (aquele, aquela, aquilo, a) EXEMPLOS: Obedeceu às leis da escola. VTI(a) Procedeu à reunião da hora marcada. VTI (proceder de dar início - pede preposição “a”) Voltou àquele lugar. VI (a) (quem volta, volta a...) Referiu-se à moça VTI OS CASOS PROIBIDOS PREVALECEM SOBRE QUAISQUER OUTROS!!! Memorex PC CE – Rodada 03 9 DICA 18 CRASE PROIBIDA: Antes de palavras masculinas. Ex.: Pinto a óleo. Palavras no plural sem artigo. Ex.: Volto daqui a dois dias. Diante de verbo. Ex.: Estou disposta a passar no concurso. Entre palavras repetidas que constituem expressões idiomáticas (com sentido generalizado na língua). Ex.: Estava cara a cara, dia a dia, uma a uma, cota a cota. Antes de artigo feminino indefinido. Ex.: Referia-me a uma dança. Antes de pronomes: Pessoais, demonstrativos, indefinidos, tratamento e relativos. Ex.: Dirigi-me a ela. Refiro-me a esta carta. Refiro-me a certa valsa. Falei a Vossa Santidade. Conheço a moça cuja mãe faleceu. Depois de preposição (exceto “até”, caso facultativo). Ex.: Jurou perante a justiça dizer a verdade. Ex.2: Foi até a/à escola. DICA 19 CRASE FACULTATIVA: Depois da preposição ATÉ: Fui até a casa. / Fui até à casa. Antes de pronome possessivo feminino no singular: MINHA, TUA, VOSSA, NOSSA. Respondi a sua mãe. / Respondi à sua mãe. Antes de nome próprio feminino: Entreguei a carta a Carla. / Entreguei a carta à Carla. Pronomes de tratamento: Senhora, Senhorita, Madame, Dona. Refiro-me a dona Joana. / Refiro-me à dona Joana. DICA 20 NÃO SE USA CRASE - ANTES DA PALAVRA CASA: Ex.: Eles retornaram a casa. Ex.: Voltarei a casa amanhã de manhã. OBS.: se a palavra “casa” vier determinada, ocorrerá crase: Ex.: Eles retornaram à casa dos pais. Ex.: Voltarei à casa do Fernando amanhã de manhã. Memorex PC CE – Rodada 03 10 INFORMÁTICA DICA 21 NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRESENTAÇÕES Os slides têm um leiaute, que pode ser definido através do ícone sua orientação (Paisagem ou retrato) e um plano de fundo que pode ser inserido pelo usuário. Pode-se utilizar um dos temas predefinidos do impress (acessíveis através do menu slides mestre na barra lateral). Os slides podem conter figuras, gráficos, áudio ou video, caixa de texto, Fontwork, hiperlink (CTRL + k). Para apresentar os slides clique no ícone para inciar do primeiro slide ou use o atalho F5. clique no ícone para iniciar do slide atual (atalho SHIFT + F5). É acessível, também, através do menu Apresentação de Slides. DICA 22 ATALHOS DO IMPRESS Apresentar slides F5 Iniciar apresentação do slide atual SHIFT + F5 Reproduzir efeito ou próximo slide Barra de espaço ou seta direita Retornar para slide anterior Seta esquerda Ir para o primeiro Slide Home Ir para o último Slide End Abrir navegador de slides CTRL + SHIFT + F5 Sair da apresentação Esc Duplicar objeto selecionado SHIFT + F3 Localizar e substituir CTRL + H Abre ou fecha barra lateral CTRL + F5 Memorex PC CE – Rodada 03 11 DICA 23 ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES Transições entre slides é a forma como, durante a apresentação, será trocada de um slide para outro, pode ser de várias formas. utilize o ícone na barra lateral para selecionar o modo de transição. Podem ser do tipo: Limpar, Roda, Descobrir, Barras, Jogo de Damas, Desvanecer, Empurrar etc. É possível escolher o tempo de transição entre os slides e um som ou música. Animações são utilizadas em um único elemento dentro de um slide, como título, gráfico, imagem etc. Utilize o ícone para selecionar a animação. Os efeitos das animações podem ser aparecer, surgir, venezianas, caixa, dissolver internamente etc. Pode-se selecionar a forma como a animação irá surgir, se será juntamente com o slide ou se será necessário avançar. DICA 24 INSERÇÃO DE OBJETOS, NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO É possível inserir objetos através do ícone e manusear Interações com o clique do mouse durante a apresentação, opções como Ir para o próximo slide, Ir para o último slide, Ir para o slide anterior. Todas as formas acima podem ser inseridas nos slides. O menu Dispor representa a forma como os objetos estão organizados no slide. Trazer para frente - Colocar o objeto na frente de todos os demais; Avançar - O objeto selecionar é movido um nível a frente; Recuar - O objeto é movido um nível abaixo; Enviar para trás - O objeto é movido para trás de todos; Na frente do objeto - O objeto selecionado é colocado a frente de outro objeto selecionado; Atrás do objeto - O objeto selecionado é colocado atrás do objeto selecionado; Inverter - Troca a ordem de dois objetos selecionados. DICA 25 USO DE CORREIO ELETRÔNICO O email é uma forma de comunicação assíncrona. O correio eletrônico é composto de algumas partes: O provedor - Aquele que provê o serviço de correio eletrônico, como Gmail, Outlook, UOL, ProtonMail; O cliente de email - Plataforma pela qual o usuário acessa seu email. Ex. Mozilla Thunderbird, Microsoft Outlook; Webmail - É quando se acessa o email através de páginas web e por lá pode-se enviar e receber emails, como gmail.com, outlook.com, protonmail.com; A utilização básica do email compreende as seguintes partes: Um cliente para solicitar o envio de uma mensagem (ou seja, o remetente); Memorex PC CE – Rodada 03 12 Um servidor para realizar o envio; Um servidor para receber a mensagem e mantê-la armazenada; Um cliente para solicitar as mensagens recebidas (ou seja, o destinatário). Um email tem o seguinte formato nomedoemail@nomedodominio o nome do email é geralmente escolhido, e o nome do domínio é de onde ele pertence, Gmail, Outlook ou emails privados. DICA 26 PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS O envio de mensagem é composto dos seguintes campos: Cabeçalho (De, Para, CC, CCo, Assunto) e conteúdo. De - Remetente quem envia a mensagem Para - Destinatário quem recebe a mensagem CC - Com cópia quando se deseja que quem vai receber a mensagem tenha apenas ciência do email CCo - Quando se deseja enviar email para várias pessoas sem que elas saibam que foi enviado para mais de uma pessoa. Isto é, não se sabe se foi enviado para mais de um ou quem. DICA 27 ANEXOS Quando se deseja enviar um documento externo através do email, seja uma foto, um arquivo de texto (.docx, pdf), uma planilha, arquivos compactados etc. Os anexos tem limite de tamanho no envio, então tem que ficar atento. Cada provedor fornece um limite diferente. Gmail 25MB, Outlook 20MB. Alguns arquivos podem ser bloqueados devido ao antivirus do e-mail. DICA 28 CAIXA DE ENTRADA, CAIXA DE SAÍDA, RASCUNHO, SPAM Caixa de entrada - Pasta que armazena e-mails recebidos geralmente ordenados por data de recebimento; Caixa de saída - Armazena os e-mails temporariamente pendentes de envio; Itens Enviados – E-mails enviados com sucesso; Itens Excluídos – E-mails excluídos da caixa de entrada ou dos itens enviados, porém não foram excluídos em definitivo; Rascunho – E-mails escritos, porém ainda não enviados; Spam - Pasta que armazena os e-mails que o algoritmo do provedor entende como spam. DICA 29 MOZILLA THUNDERBIRD – CONCEITOS Cliente de e-mail open source, gratuito e multiplataforma. Aplicativo local e de fácil uso. Pelo fato de ser um cliente de e-mail, faz-se necessário a configuração dos servidores de envio e recebimento de e-mail. Memorex PC CE – Rodada 03 13 Contém uma ferramenta de auxílio à configuração de conta: Assistente de configuração automática de conta. Sendo necessário informar nome, endereço de e-mail e senha. Pode conter mais de conta de e-mail. Thunderbird tem a opção de enviar nas mensagens o vCard. Um cartão de visitas com informações como nome, endereço, telefone, site. Eles permitem a quem recebe a mensagem rápida e confiavelmente adicionar seu contato na lista de endereços pessoais deles. Com a restrição de limite de tamanho nos anexos na maioria dos provedores, o thunderbird surge com uma alternativa, o FileLink, que serve como um serviço de armazenamento online para o anexo a ser enviado. DICA 30 MOZILLA THUNDERBIRD – ATALHOS Nova mensagem CTRL + M ou CTRL + N Responder mensagem (somente ao remetente) CTRL + R Responder mensagem a todos (remetente e todos os destinatários) CTRL + SHIFT + R Abrir mensagem (em nova janela ou aba) CTRL + O Encaminhar mensagem CTR + L Memorex PC CE – Rodada 03 14 NOÇÕES DE DIREITO PENAL DICA 31 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ESTUPRO Violência ou grave ameaça + conjunção carnal ou ato libidinoso; O beijo lascivo integra o rol de atos libidinosos e pode configurar o crime de estupro se obtido mediante emprego de força física do agressor contra vítima maior de 14 anos; A ação penal será sempre incondicionada; Será qualificado o crime se a vítima tiver mais de 14 e menos de 18 anos, se ocorrer lesão corporal grave ou morte. DICA 32 ESTUPRO DE VULNERÁVEL Conjunção carnal ou ato libidinoso + menor de 14 anos ou pessoa com enfermidade ou deficiência mental sem o necessário discernimento; O estado de sono, que diminua a capacidade da vítima de oferecer resistência, caracteriza a vulnerabilidade prevista no art. 217-A, § 1º, do Código Penal – CP (STJ); DICA 33 No crime de estupro de vulnerável não há a possibilidade de consentimento; Pouco importa se a vítima menor de 14 anos namora com o agente, se tem experiência sexual anterior, se é garota de programa, se concordou com a prática, pois a violência é considerada presumida. DICA 34 ESTUPRO COLETIVO E CORRETIVO É uma causa de aumento de 1/3 a 2/3 incluída em 2018 no Código Penal; Estupro coletivo: quando praticado por duas pessoas ou mais; Estupro corretivo: quando o ato é praticado sob o argumento de controlar o comportamento social ou sexual da vítima, por exemplo, vítimas lésbicas, virgens, garotas de programa e etc. DICA 35 ASSÉDIO SEXUAL Constrangimento; Vantagem ou favorecimento sexual; Abuso da superioridade hierárquica ou ascendência relacionada a emprego, cargo ou função; Causa de aumento (1/3): vítima menor de 18 anos; Memorex PC CE – Rodada 03 15 É possível a configuração do crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) na relação entre professor e aluno (STJ); DICA 36 REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL Produzir, fotografar, filmar, registrar; Cena de nudez ou sexual; Caráter íntimo e privado; Sem autorização. DICA 37 IMPORTUNAÇÃO SEXUAL Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro; Revogou a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor; É o crime, por exemplo, do agente que se masturba próximo a uma vítima em transporte público. DICA 38 CORRUPÇÃO DE MENORES Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem, ou seja; ATENÇÃO Nesse crime o agente induz o menor a satisfazer a lascívia de terceiro, mas não pode ser com a prática de ato libidinoso; Se o agente induz o menor de 14 anos a praticar um ato libidinoso propriamente dito, como sexo oral, por exemplo, será partícipe no crime de estupro de vulnerável; Como então o crime se consuma? o agente pode induzir a vítima menor de 14 anos a ficar nua ou dançar sensualmente na frente do terceiro, por exemplo. DICA 39 FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL Vítima menor de 18 anos ou sem discernimento; Submeter, induzir, atrair, facilitar a prática ou dificultar ou impedir o abandono da prostituição ou exploração sexual; FIGURAS EQUIPARADAS Praticar conjunção carnal ou ato libidinoso com maior de 14 e menor de 18 anos nessa situação de prostituição; Memorex PC CE – Rodada 03 16 O proprietário, gerente ou responsável pelo local (efeito obrigatório da condenação: cassação da licença). DICA 40 DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar; Fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual; Cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática; Cena de sexo, nudez ou pornografia sem consentimento da vítima (porn revenge) DICA 41 EXCLUSÃO DA ILICITUDE NO CRIME DE DIVULGAÇÃO DE CENA SE SEXO OU ESTUPRO (NÃO SERÁ CRIME): Publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica; Com recurso que impossibilite a identificação da vítima ou; Prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos. DICA 42 CRIMES DE PERIGO COMUM O Código Penal traz vários crimes que causam perigo comum e eles são normalmente menos estudados. Vamos memorizar quais desses crimes admitem a forma culposa, ou seja, sem intenção. CRIMES QUE ADMITEM A FORMA CULPOSA INCÊNDIO EXPLOSÃO USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE INUNDAÇÃO DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA Memorex PC CE – Rodada 03 17 DICA 43 CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA EPIDEMIA É o crime de disseminar germes patogênicos, causando epidemia (vários casos registrados). O crime pode ser doloso ou culposo. ATENÇÃO Se decorrer morte será crime hediondo. DICA 44 INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA PREVENTIVA Crime que vem sendo muito praticado no contexto da pandemia, com as pessoas que não usam máscaras em local público ou aglomeram. Infringir determinação do poder público, que se destine a impedir doença contagiosa, é crime formal, ou seja, não precisa que ninguém se contamine com a infração da medida. Causas de aumento: agente funcionário da saúde pública: médico; farmacêutico; dentista; enfermeiro. É uma infração de menor potencial ofensivo, que tramita pelo rito dos Juizados Especiais e investigado por meio de Termo Circunstanciado de Ocorrência; Cabe sursis e transação penal; Não admite a modalidade culposa. DICA 45 EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO O crime nem sempre é próprio, pois pode ser praticado por qualquer um que exerça a profissão sem autorização legal, como também pelo profissional, quando excede os limites legais. CUIDADO: não é crime praticado somente pelo médico, pois engloba também o dentista e o farmacêutico; O crime não exige que o exercício da profissão seja remunerado, pois pode ser gratuito; Contudo, se houver objetivo de lucro, terá também pena de multa. DICA 46 M CUIDADO: Cuidado com a diferença entre esses dois crimes, pois as bancas adoram confundir! Memorex PC CE – Rodada 03 18 ATENÇÃO O curandeiro acredita no seu poder de cura, é diferente do estelionato. CHARLATANISMO CURANDEIRISMO Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível Prescrever, ministrar ou aplicar, habitualmente, qualquer substância; Usar gestos, palavras ou qualquer outro meio; Fazer diagnósticos. Há má-fé Não há má-fé Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: coletividade Sujeito passivo: coletividade Consumação: ato de propor a cura Consumação: com a reiteração Não exige habitualidade Exige habitualidade Admite a tentativa Não admite a tentativa DICA 47 Quase todos os crimes contra a saúde pública cominam a pena de multa, exceto: Epidemia, art. 267; Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, art. 270; Corrupção ou poluição de água potável, art. 271. DICA 48 CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. Associar - Três ou mais pessoas (inimputáveis são contabilizados, como por exemplo, dois adultos e um adolescente) para a prática de crimes; Exige ajuste prévio entre os agentes. DICA 49 O crime de associação criminosa tem o fim específico de cometer crimes! CUIDADO: se a questão trouxer “infração penal” estará errado, pois infração penal é crime OU contravenção penal; Memorex PC CE – Rodada 03 19 Além disso a lei fala em crimes, por isso a associação para a prática de 1 só crime não configura o delito. DICA 50 É um crime formal: Consumando-se no momento em que se concretiza a convergência de vontades; Independente da realização ulterior do fim visado, ou seja, consuma-se quando três ou mais pessoas se associam para a prática de crimes, ainda que nenhum delito venha a ser efetivamente praticado. DICA 51 CAUSA DE AUMENTO A pena será aumentada até a metade se a organização fizer uso de armas ou se houver a participação de criança ou adolescente (menor de 18 anos). DICA 52 Se o objetivo da associação é a prática de crimes hediondos e equiparados, aplica-se a pena do artigo 8º da Lei de Crimes Hediondos. Será de três a seis anos de reclusão a pena; Quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. DICA 53 ATENÇÃO Se a questão traz a expressão associação ou organização criminosa, uma vez que se tratam de crimes distintos! A Associação está no Código Penal e a Organização em Lei Especial. DICA 54 CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA Constituir, organizar, integrar, manter ou custear; Organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão; Com o fim específico de cometer crimes do código penal. Memorex PC CE – Rodada 03 20 ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA MILÍCIA PRIVADA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 3 ou mais ------------------------ 4 ou mais Estabilidade e permanência ------------------------ Estabilidade, permanência, divisão de tarefas Crimes Crimes do CP Infrações penais com pena máxima superior a 4 anos ou caráter transnacional Dispensa busca de vantagem Dispensa busca de vantagem Objetiva obter vantagem Emprego de arma de fogo: até a metade ------------------------ Emprego de arma de fogo: até a metade Participação de menor de 18 anos: até a metade ------------------------ Emprego de arma de fogo: até a metade Não é crime hediondo Não é crime hediondo É hediondo se voltado para a prática de crimes hediondos ou equiparados DICA 55 Memorizar a quantidade de pessoas necessária à configuração de cada um desses delitos. Perceba que é uma escadinha 2,3,4 (o macete é CAÔ): C CONCURSO DE PESSOAS 2 ou mais agentes A ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 3 ou mais agentes Ô ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 4 ou mais agentes Memorex PC CE – Rodada 03 21 DICA 56 INCITAÇÃO AO CRIME APOLOGIA AO CRIME OU CRIMINOSO Estimular ou instigar um número indeterminado de pessoas Exaltação Prática de crime DETERMINADO e FUTURO Fato criminoso específico ou autor de crime PASSADO (já sentenciado) Tem a mesma pena: detenção, de três a seis meses. Memorex PC CE – Rodada 03 22 LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE DICA 57 ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI 10.826/2003 DOS CRIMES DA LEI 10.826/03 Os crimes previstos na lei 10.826/03 (Estatuto do desarmamento) são de perigo abstrato ou presumido (se consuma pela simples prática da conduta típica) O bem jurídico tutelado é a incolumidade pública e a preservação da segurança. DICA 58 Para o STJ a arma de fogo encontrada em caminhão configura porte de arma de fogo (e não posse). DICA 59 CRIME DE OMISSÃO DE CAUTELA Com previsão expressa no art. 13 da lei 10.826/03 dispõe que: Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. O caput trata-se de crime culposo, em que há negligência do agente e se consuma quando o menor ou o deficiente de apodera da arma de fogo. Como a pena máxima do caput e parágrafo único não ultrapassa 2 anos, é cabível transação penal e suspensão condicional do processo. Ambos se tratam de crimes próprios, exigindo que seja praticado pelo dono/proprietário da arma e/ou dono/diretor da empresa. O parágrafo único trata-se de crime a prazo, vez que exige um período de 24 horas a contar do conhecimento do dono ou diretor da empresa. DICA 60 O STJ entende que demonstrada por laudo pericial a inaptidão da arma de fogo para o disparo, é atípica a conduta de portar ou de possuir arma de fogo, diante da ausência de afetação do bem jurídico que é a incolumidade pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio. DICA 61 DISPARO DE ARMA DE FOGO Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Memorex PC CE – Rodada 03 23 O crime previsto no art. 15 do Estatuto do desarmamento é doloso, o disparo acidental não configura crime. DICA 62 OS CRIMES DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO E DISPARO DE ARMA DE FOGO SÃO AFIANÇÁVEIS Os parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 dispõem que os delitos de porte ilegal de arma de fogo e de disparo de arma de fogo seriam inafiançáveis, porém o STF por meio da ADI 3.112 entendeu que são inconstitucionais, no aspecto substantivo, os parágrafos únicos dos arts. 14 e 15, que proíbem o estabelecimento de fiança para os crimes de “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido” e de “disparo de arma de fogo”. Portanto, é cabível o arbitramento de fiança nesses delitos. DICA 63 POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato; II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Trata-se de crime em que o objeto material do delito é arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, seja porte ou posse, o crime será o mesmo. É ainda crime de perigo abstrato e de mera conduta. O art. 21 veda liberdade provisória para esse delito, mas o STF declarou inconstitucional esse artigo, portanto é possível liberdade provisória. DICA 64 A lei 13.964/19 incluiu o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 no rol dos crimes hediondos. Dessa forma, o delito passa a ser crime hediondo. Memorex PC CE – Rodada 03 24 DICA 65 ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA É CRIME DO ART. 16 DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO Para o STJ: A conduta de possuir, portar, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo, seja de uso permitido, restrito ou proibido, com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, implica a condenação pelo crime estabelecido no art. 16, parágrafo único, IV, do Estatuto do Desarmamento. Dessa forma, a arma de fogo com numeração, marca, ou outro sinal de identificação raspado equipara-se a arma de fogo de uso restrito. DICA 66 ATENÇÃO! JURISPRUDÊNCIA SUPER RECENTE! Arma de fogo com numeração raspada não é crime hediondo. Apesar do crime do art. 16 estar incluído no rol da lei dos crimes hediondos, a decisão recente da sexta turma do STJ é no sentido que a arma de fogo com numeração raspada não é crime hediondo. A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não é hedionda a conduta de possuir ou portar arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado. DICA 67 INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE POLÍCIA – LEI 12.830/13 As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. A polícia judiciária tem a função de caráter repressivo, auxiliando o Poder Judiciário. Seu objetivo é colher elementos de informação de autoria e materialidade. ATENÇÃO! OBJETO DE QUESTÃO DA VUNESP: Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia Nos termos da Lei no 12.830/2013 (Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado), assinale a alternativa correta. RESPOSTA: As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo Delegado de Polícia são consideradas de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. DICA 68 Ao Delegado de polícia cabe a condução da investigação criminal por meio do inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei. A condução do inquérito policial é exclusiva do Delegado de polícia. Memorex PC CE – Rodada 03 25 Cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. DICA 69 O § 4º do art. 2º da Lei 12.830/13 dispõe: § 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. Importante saber a distinção entre avocação e redistribuição: Avocar: o superior hierárquico traz para si a condução de determinada investigação policial. Redistribuir: o inquérito policial ou termo circunstanciado de atribuição de determinado Delegado é desligado para outro. Em ambos os casos o superior hierárquico deverá fundamentar o despacho de avocação ou redistribuição com base em interesse público ou em virtude de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. ATENÇÃO! Esse tema foi objeto de questão Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-MA Prova: CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil No caso de um delegado de polícia instaurar inquérito policial para apurar a conduta delitiva supostamente praticada por determinado cidadão, o delegado-geral de polícia. Resposta: poderá determinar a redistribuição do inquérito por motivo de interesse público devidamente demonstrado. DICA 70 A remoção do Delegado somente pode ser feita por ato fundamentado. Os Delegados não são dotados da garantia da inamovibilidade, portanto podem ser livremente removidos, mas desde que o ato seja fundamentado. ATENÇÃO! Questão de concurso Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil – Reaplicação A Lei n° 12.830, de 2013, dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia. Sobre o tema, é incorreto afirmar que: (ADAPTADA) Resposta: o delegado goza de inamovibilidade limitada, podendo sua remoção se dar apenas a pedido ou por decisão judicial transitada em julgado. Memorex PC CE – Rodada 03 26 DICA 71 O indiciamento é privativo do Delegado de Polícia, devendo ser fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, devendo indicar autoria, materialidade e suas circunstâncias. ATENÇÃO! Cobrado no concurso de Delegado do RS Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: PC-RS Prova: FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Delegado de Polícia – Bloco II Considerando a Lei nº 12.830/2013 e sua interpretação jurisprudencial, assinale a alternativa correta. Resposta: O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. Memorex PC CE – Rodada 03 27 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL DICA 72 PROVAS – TEORIA GERAL Pessoal, o tema relacionado às Provas no Processo Penal é muito importante. A sua cobrança se divide basicamente em duas formas: primeiro, no tema relacionado à teoria geral das provas, é comum a cobrança de temas mais doutrinários, princípios etc. Por sua vez, ao tratar sobre as provas em espécie, aí a cobrança tende a ser mais literal, cobrando disposições expressas do CPP. Portanto, não se assustem. No início, vamos tratar de temas um pouco mais densos, carregados de maior caráter doutrinário, com divisões, classificações, princípios, terminologias. Eles são importantes para a sua prova. Num segundo momento, vamos estudar as provas em espécie tratadas no CPP, e aqui vamos dar uma ênfase maior ao estudo da literalidade do CPP, destacando o que realmente importa para a sua prova, ok? Ao final, vamos estudar também alguns “temas quentes” relacionados às provas, mas que estão fora do CPP, como a colaboração premiada, a ação controlada e a infiltração de agentes. DICA 73 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO ÀS PROVAS ILÍCITAS São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos. Se, por exemplo, um réu é torturado na delegacia e diante disso acaba confessando a prática de um crime, essa confissão é NULA, pois obtida por meios ilícitos. Da mesma forma, um “grampo” (interceptação telefônica) realizado pela autoridade policial sem a observância dos requisitos legais também será considerado ilícito. O termo “prova ilícita” não é o mais apropriado. O correto seria se referir às PROVAS ILEGAIS, como sendo aquelas em contrariedade à lei de modo geral. As provas ilegais seria gênero, que se dividiriam em outras 2 espécies: PROVAS ILÍCITAS: quando ofenderem regras de direito material (penal ou constitucional), como por exemplo a prova obtida mediante tortura; e PROVAS ILEGÍTIMAS (aquelas que ofendem regras de direito processual, como o depoimento de uma testemunha colhido sem o compromisso de dizer a verdade). Essa classificação acima é doutrinária, mas comumente cobrada em provas. Todavia, não se estranhem se o termo “prova ilícita” for utilizada de forma tecnicamente incorreta, pois o próprio Código de Processo Penal faz essa confusão. Por fim, o CPP dispõe que as provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo (art. 157, §3º CPP). Ou seja, se houver alguma prova ilícita naquele processo, elas devem ser dele retiradas e inutilizadas, sendo facultado às partes acompanhar esse incidente de inutilização. INDO UM POUCO MAIS FUNDO... Prevalece na Jurisprudência a possibilidade da utilização de provas ilícitas a favor do réu. Ou seja, o juiz, com base numa prova ilícita, poderia proferir uma sentença de absolvição do réu, mas não de condenação. Ex.: grampo clandestino, realizado por investigador particular contratado pelo réu, em que há uma confissão de uma terceira pessoa acerca da autoria do crime. O juiz poderia Memorex PC CE – Rodada 03 28 utilizá-la para absolver aquele acusado. DICA 74 PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO Um tema extremamente importante e muito cobrado em provas diz respeito às provas ilícitas por derivação. Aqui se aplica uma famosa teoria no processo penal, conhecida de Teoria dos frutos da árvore envenenada. Segundo essa teoria, se uma árvore é envenenada, os frutos que dela derivam também estarão envenenados. Trazendo para o processo penal, se uma prova é ilícita, as provas que dela derivam também serão ilícitas. Ex: Supondo que um policial faça um “grampo” ilegal num conhecido traficante da Polícia. Com isso, ele descobre todo um esquema de traficância realizado numa determinada região. Diante dessa descoberta, e tentando retomar ao campo da licitude, o delegado representa ao juiz, postulando um mandado de busca domiciliar. Esse mandado é concedido e durante a busca de fato se encontra uma grande quantidade de drogas. Essa busca, apesar de revestida dos requisitos de legalidade, é considerada ilícita, pois derivada de uma outra prova ilícita. Entenderam? Vejam e atentem-se bem à redação do art. 157, §1º do CPP: “são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras”. DICA 75 EXCEÇÃO À TEORIA DO FRUTO DAS ÁRVORES ENVENENADAS Certo, nós vimos então que as provas ilícitas e suas derivadas são inadmissíveis no processo, devendo ser desentranhadas. Contudo, o próprio art. 157, §1º e §2º excepciona 2 hipóteses em que mesmo as provas que se derivem das ilícitas podem ser admitidas, a saber: Teoria da fonte independente – por força dessa teoria, se a autoridade policial obtiver novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova, que não guarde qualquer relação de dependência com a prova originariamente ilícita, os dados probatórios são admissíveis. Por força do art. 157, §2º, considera-se fonte independente aquela que, por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. Teoria da descoberta inevitável – caso fique demonstrado que a prova derivada da ilícita seria produzida de qualquer modo, independente da prova ilícita, tal prova deve ser considerada válida. Ex: localização de um corpo deixado numa floresta, através de informações obtidas por uma interceptação telefônica ilegal. Todavia, um grupo de buscas intensivas já estava bem próximo do local e inevitavelmente encontrariam o corpo. DICA 76 IMPEDIMENTO DO JUIZ QUE CONHECER A PROVA ILÍCITA ESSA É MUITO IMPORTANTE! Trata-se de inovação do Pacote Anticrime, que veio em boa hora. Memorex PC CE – Rodada 03 29 Por força do art. 157, §5º, o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível NÃO poderá proferir sentença ou acórdão. Antes dessa reforma, o juiz declarava a prova como ilícita, determinava o seu desentranhamento (retirada) dos autos do processo, mas continuava sendo competente para realizar o seu julgamento. Isso certamente comprometia a sua parcialidade, compreendem? É por isso que o pacote anticrime veio para dizer: olha juiz… se você tiver acesso a alguma prova ilegal, você não pode continuar a julgar não, pois sua parcialidade estará comprometida. Passa o processo para o seu substituto, para que ele proceda ao julgamento. RESUMINDO tudo o que foi visto até aqui: DICA 77 PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DA PROVA Uma vez produzida, a prova é comum, ou seja, não pertence a nenhuma das partes que a introduziu no processo. É em função desse princípio que a defesa pode se valer do depoimento de alguma testemunha da acusação para sustentar a sua absolvição. Outra decorrência desse princípio é que a parte não pode desistir de uma prova já produzida. Todavia, enquanto ela ainda não foi produzida, a parte pode desistir. Exemplo: a defesa arrolou uma testemunha. Antes da sua oitiva em juízo, a defesa poderá desistir do seu depoimento. Todavia, uma vez ouvida, a parte não pode desistir da prova e solicitar o seu desentranhamento. Portanto: antes de produzir a prova, a parte pode desistir. Depois de produzida, aí a prova é considerada comum, interessando ao processo, e não a qualquer das partes. Tratando-se especificamente da prova testemunhal, surge uma questão interessante. A parte pode desistir da testemunha antes da sua oitiva, dispensando o seu depoimento (art. 401, §2º). Todavia, o art. 401, §2º do CPP c/c art. 209 do CPP prevê as Princípio da vedação à prova ilícita Inadmissibilidade da prova ilícita Devem ser desentranhadas O juiz que conhecer do conteúdo da prova ilícita NÃO pode decidir (art. 157, §5) Inadmissibilidade da prova ilícita por derivação (teoria do fruto da árvore envenenada) Exceção: Teoria da fonte independente (art. 157, §2) Exceção: teoria da descoberta inevitável Memorex PC CE – Rodada 03 30 chamadas “testemunhas do juízo”. Ou seja, a parte pode desistir da inquirição de qualquer testemunha arrolada, mas ao juiz é dado a possibilidade de, valendo-se de seus poderes instrutórios, querer ouvi-la como testemunha do juízo. É como se o juiz falasse assim: “ok parte, já entendi que você não quer ouvir essa testemunha que você arrolou. Mas apesar de você ter dispensado, eu considero que ela é importante para a elucidação do caso, então, vou querer ouvi-la mesmo assim...”. Exemplo prático: é por isso que, durante um processo criminal, o advogado de defesa não pode deixar de arrolar uma testemunha que seja importante para a sua tese defensiva só porque ela já foi arrolada pelo Ministério Público. Imagine que seja uma “testemunha-chave” para a defesa, e o advogado deixa de arrolar só porque o MP já tenha arrolado. Agora imagine que o MP requeira a desistência dessa testemunha antes de sua oitiva. Se o advogado de defesa não tiver arrolado também, vai ficar “chupando dedo”, sem poder produzir a prova... a não ser que conte com a boa vontade do juiz de ouvi-la como testemunha do juízo. Entendem que uma boa defesa, combativa, não pode ficar esperando a boa vontade do magistrado? DICA 78 PRINCÍPIO DA LIBERDADE PROBATÓRIA – PARTE 01 Em função dos interesses envolvidos no processo penal (liberdade individual x direito de punir do Estado), adota-se a mais ampla liberdade probatória, seja quanto ao momento, quanto ao tema ou ainda quanto aos meios de prova. Liberdade quanto ao momento da prova: As provas podem ser produzidas a qualquer momento. O art. 231 do CPP dispõe que, salvo os casos expressos em lei, as partes podem apresentar documentos em qualquer fase do processo. Mas, há algumas exceções, em que se limita a produção da prova. Rol de testemunhas: o art. 41 do CPP prevê o chamado “rol de testemunhas”, que deve ser apresentado pela acusação na própria peça acusatória (a “petição inicial”, que pode ser a denúncia ou queixa-crime); pela defesa, deve ser apresentada durante a resposta à acusação, conforme art. 396-A do CPP. Júri: o art. 479 do CPP prevê que não é admitida a exibição ou leitura de documentos que não sejam juntadas com antecedência mínima de três dias úteis. Vejam, portanto, que aquela realidade retratada nos filmes americanos, em que uma prova é encontrada e exibida nos minutos finais do julgamento pelo Júri, causando uma reviravolta no julgamento, não reflete a realidade aqui do Brasil... DICA 79 PRINCÍPIO DA LIBERDADE PROBATÓRIA – parte 02 LIBERDADE QUANTO AO TEMA DA PROVA: As provas podem ser produzidas sobre quaisquer fatos pertinentes ao processo. Na prática, inclusive, é comum que o advogado arrole alguma testemunha apenas para provar a boa conduta individual e social, além da personalidade do réu, já que isso influi no cálculo final de eventual condenação, nos termos do art. 44, inciso III do Código Penal. É o que é chamado de testemunha abonatória, de antecedente ou de beatificação. Diz-se de “beatificação” porque a testemunha vai lá só pra falar que o réu é praticamente um santo na sua vida privada... rs Memorex PC CE – Rodada 03 31 A despeito dessa liberdade, o art. 400, §1º autoriza que o juiz indefira a produção das provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Suponha que o réu arrole uma testemunha que não tem muito a agregar, e que ainda resida em outro país, só com o intuito de atrasar o andamento do processo e com isso alcançar a prescrição. O juiz pode indeferir... LIBERDADE QUANTO AOS MEIOS DE PROVA: As partes possuem ampla liberdade probatória, podendo se valer de meios de prova nominados (previstas expressamente no CPP), quanto inominados. Dessa forma, as partes possuem o direito de empregar todos os meios legais e moralmente legítimos para provar a verdade dos fatos. É por isso que se diz que não vigora no processo penal o princípio da taxatividade das provas, pelo qual só se admitem as provas previstas de maneira específica na lei. DICA 80 PROVA QUANTO AO ESTADO DAS PESSOAS ESSA É IMPORTANTE! Nós vimos que há liberdade quanto aos meios de prova, de forma que a parte pode se valer de todos os meios legais e moralmente legítimos para provar a verdade dos fatos. Todavia, há casos em que a lei limita essa liberdade quanto aos meios de prova, afirmando que determinado fato somente pode ser provado por meio de uma prova específica. Isso ocorre, por exemplo, quando o CPP prevê que, quanto ao estado das pessoas, serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil (art. 155, parágrafo único). Dessa forma, para se provar a condição de cônjuge, por exemplo, é necessária a certidão de casamento. É em função dessa previsão legislativa também que, para provar a morte do agente e extinguir a punibilidade do crime, é indispensável a certidão de óbito (art. 62, CPP). Da mesma forma, nos termos da Súmula 74 do STJ: para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil, como a certidão de nascimento, o RG, CNH etc. DICA 81 A IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ Durante a instrução do processo, o juiz tem contato com o réu, com testemunhas, com a vítima. De forma que desenvolve uma sensibilidade maior, já que tem a oportunidade de ver as provas “olho no olho”. É por isso que se desenvolveu esse princípio da identidade física do juiz, de forma que o juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença (art. 399, §2º, CPP). Ou seja, o juiz que presidir a instrução (ouvir as testemunhas, participar da produção das provas) deve ser o juiz a proferir a sentença. Isso em função da maior sensibilidade desenvolvida pelo juiz ao ter contato mais próximo com as provas. Flexibilização: a identidade física do juiz não impede a realização de atos de instrução realizados por videoconferência ou por carta precatória. DICA 82 TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS (SERENDIPIDADE) A expressão serendipidade é utilizada para se referir ao encontro fortuito de provas. Memorex PC CE – Rodada 03 32 Ocorre quando no cumprimento de alguma diligência, a autoridade policial casualmente encontra provas relativas a outra infração penal, que não estava no desdobramento normal da investigação (chamado de “crime achado”). Fala-se, portanto, em encontro fortuito de provas, ou serendipidade, quando a prova de determinada infração é obtida a partir de diligência regularmente autorizada para a investigação de outro crime. Ex: a polícia recebe uma denúncia de que alguém está cometendo um crime ambiental, ao manter animais silvestres na sua residência. Requer um mandado de busca e apreensão dos animais. Durante o cumprimento do mandado, descobre-se que o local também era utilizado como depósito de drogas, além de encontrar uma arma com numeração raspada. Veja que dois crimes, que não eram inicialmente objeto de investigação, foram “achados” pela polícia. A isso se dá o nome de serendipidade, ou encontro fortuito de provas. As provas encontradas são válidas e admitidas! DICA 83 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA O que se estuda aqui é a vinculação do juiz a alguma prova. Ok, as provas foram produzidas. Uma testemunha falou claramente que viu o acusado, no dia e hora do crime, no cinema, o que seria um álibi para ele. O juiz então é obrigado a absolver o réu, com base nessa prova? Temos basicamente 3 sistemas sobre a avaliação da prova. Sistema da íntima convicção O juiz é livre para valorar as provas como bem entender, inclusive aquelas que não estão nos autos do processo. O juiz não é obrigado a fundamentar seu convencimento Não foi adotado no Brasil, como regra. Exceção: Foi adotado no TRIBUNAL DO JÚRI, em que os jurados não precisam fundamentar o porquê condenam ou absolvem. Podem formar sua convicção a partir de critérios subjetivos. Sistema da prova tarifada Aqui, os meios de prova possuem um valor probatório fixado em abstrato pelo legislador. Cada prova possui um valor pré-estabelecido. O juiz, ao decidir pela condenação ou pela absolvição, deve levar essa dosagem das provas em consideração. A confissão é tida como a “rainha das provas”. Não foi adotado no Brasil como regra. Mas, há alguns resquícios de sua aplicação, como: 1) prova do estado das pessoas deve observas as restrições da lei civil – art. 155, p. único 2) prova da menoridade do réu deve ser feita com documento hábil – súmula 74, STJ 3) indispensabilidade do corpo de delito quando a infração deixar vestígios – art. 158, CPP Memorex PC CE – Rodada 03 33 Sistema do livre convencimento motivado O juiz tem ampla liberdade na valoração das provas, que possuem abstratamente o mesmo valor. Porém, o juiz se vê obrigado a fundamentar sua decisão, demonstrando a forma como valorou as provas dos autos até concluir o seu convencimento. O CPP, no art. 155, adotou o sistema do livre convencimento motivado: “o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial (...)”. Não há prova com valor absoluto. Mesmo a confissão tem valor relativo, conforme art. 197 do CPP. DICA 84 ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL Ônus da prova é o encargo que as partes têm de provar as alegações por ela formuladas no bojo do processo. Dessa forma, se a parte não se desincumbir do seu ônus da prova, poderá sofrer prejuízos, tendo em vista que a pretensão pode ser solucionada de forma contrária aos seus interesses. Pelo art.156 do CPP, a prova da alegação incumbe a quem a fizer. Guardem isso, pois acredito que caso a banca cobre o tema ônus da prova haverá uma cobrança da letra fria da lei. Todavia, indo além do texto legal, é muito comum se afirmar que, como desdobramento do princípio da presunção de inocência, no processo penal o ônus da prova incumbe à acusação. Essa afirmação é uma verdade, mas que precisa ser completada. Isso porque prevalece o entendimento que de fato incumbe à acusação o ônus em relação à prova da materialidade do crime e da sua autoria. Todavia, à defesa cabe o ônus de provar alguma causa excludente de ilicitude, de culpabilidade ou ainda extintiva da punibilidade, além da prova de algum álibi que deseja invocar. Ônus da prova no processo penal Art. 156, CPP: a prova da alegação incumbe a quem a fizer ACUSAÇÃO: deve provar a materialidade do crime e a autoria DEFESA: deve provar causas excludentes da ilicitude, da culpabilidade, ou extintiva da punibilidade; ou ainda,algum álibi. Memorex PC CE – Rodada 03 34 DICA 85 PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL Esse princípio é polêmico e tem relação direta com a iniciativa probatória do juiz. Por isso, serão tratados na sequência. Segundo o princípio da busca da verdade real, considerando que no processo penal está em discussão a liberdade de locomoção do réu, o juiz seria dotado de amplo poder instrutório, podendo determinar a produção de provas de ofício, sempre na busca da verdade real. Ou seja, esse princípio da busca da verdade real muitas vezes era usado como fundamento para o juiz produzir provas de ofício, já que estaria em busca do que realmente aconteceu ali naquele caso posto sob seu julgamento. Todavia, essa possibilidade de o juiz produzir provas de ofício em busca da verdade real vem sendo muito criticada pela doutrina, tendo em vista que isso ofenderia o sistema acusatório e a separação entre a acusação e o julgador, podendo comprometer a sua imparcialidade. Atualmente, no processo penal, admite-se que é impossível que se atinja uma verdade absoluta; admite-se que é impossível que os órgãos de persecução penal saibam exatamente de tudo, todos os detalhes, toda a motivação por detrás da cena de um crime. É por isso que hoje esse princípio da busca da verdade real vem recebendo fortes críticas. DICA 86 INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ – PARTE 01 ESSA É IMPORTANTE! A temática sobre a iniciativa probatória do juiz deve ser analisada em dois momentos distintos: Antes de iniciada a ação penal; Durante o processo penal. Quando falamos de iniciativa probatória do juiz, estamos estudando se o juiz pode, de ofício (ou seja, sem provocação de ninguém), determinar a realização da prova, sob o pretexto da busca da verdade real. INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ NA FASE INVESTIGATÓRIA (art. 156, I) Na fase investigatória (antes do início da ação penal), o juiz não pode agir de ofício. Não poderá o juiz, portanto, produzir provas de ofício durante o inquérito policial. CUIDADO: o art. 156, inciso I, prevê que o juiz pode ordenar, de ofício, mesmo antes do início da ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes. Mas, prevalece na doutrina o entendimento de que esse artigo é inconstitucional, uma vez que a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação ofenderia o sistema acusatório. Esse entendimento da estrita vedação à iniciativa probatória na fase de investigação é o que prevalece. Todavia, é importante vocês conhecerem a redação literal do art. 156, I, já que as bancas podem cobrar questões literais do CPP... Para confirmar esse entendimento, vejam o que ensina Renato Brasileiro de Lima: “se o STF concluiu pela inconstitucionalidade do juiz inquisidor previsto no art. 3º da revogada lei 9034/95, conclusão semelhante deverá se dar em relação à nova redação do art. 156, inciso I do CPP”. Memorex PC CE – Rodada 03 35 INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ NA AÇÃO PENAL (art. 156, II) Durante o curso do processo penal, o art. 156, inciso II do CPP admite que o juiz possa determinar, de ofício, no curso da instrução, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. A interpretação que se dá a esse inciso é que o juiz pode, de modo subsidiário, determinar a produção de provas que entender pertinentes e razoáveis, dirimindo dúvida sobre algum ponto relevante. Apesar de criticável por grande parte da doutrina, o entendimento que prevalece é pela iniciativa probatória do juiz de forma residual, durante a ação penal. Essa iniciativa probatória pode ser exercida tanto nos crimes de ação pública como nos crimes de ação privada. Portanto, prevalece o entendimento segundo o qual a iniciativa do juiz durante a ação penal é subsidiária, só podendo atuar para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante. Para confirmar o que foi dito aqui, o pacote anticrime inseriu o art. 3º-A no CPP, passando a prever que “o processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação”. Veja, portanto, que está vedada a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação. Da mesma forma, está vedada a substituição da atuação probatória do órgão de acusação, o que demonstra que, mesmo na fase processual, a atuação probatória do juiz é subsidiária, supletiva, não podendo o magistrado se imiscuir na função probatória do MP. Com isso, o juiz só tem iniciativa probatória na fase processual, e mesmo assim, de forma residual, para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante. Iniciativa probatória do juiz (art. 156, CPP) Na fase investigatória (art. 156, I) O juiz NÃO tem iniciativa probatória durante o inquérito policial ou investigação criminal. Mas, vocês devem se atentar para a literalidade do art. 156, inciso I (tido pela doutrina como inconstitucional) Na ação penal (art. 156, II) O juiz tem iniciativa probatória residual. Ou seja, o juiz pode, de modo subsidiário, determinar a produção de provas pertinentes e razoáveis para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante. Memorex PC CE – Rodada 03 36 DICA 87 Esse assunto que vamos iniciar agora diz respeito às provas em espécie previstas expressamente no CPP e em algumas leis especiais. Vamos iniciar o seu estudo agora e continuá-lo na próxima rodada. O seu entendimento é importantíssimo para a sua prova! Aqui não há muito o que inventar: é o estudo da letra da lei, atentando-se às suas diretrizes e orientações. Vamos focar então no CPP e, quando necessário, fazer as devidas considerações da doutrina e jurisprudência, para o completo entendimento do assunto. Considerando o edital da PC-CE e o perfil da banca IDECAN, acredito que deve haver uma cobrança forte da literalidade do CPP sobre provas em espécie. DICA 88 EXAME DE CORPO DE DELITO – PARTE 01 CORPO DE DELITO é o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixadas pela infração penal, estando relacionado à própria materialidade do crime. Quando se fala em corpo de delito não está se referindo a um “corpo”, a um cadáver. Pelo contrário, estamos falando de qualquer vestígio material deixado pela infração penal. Exemplo: o vidro quebrado da casa; o esperma na cena de estupro; etc. O exame de corpo de delito, portanto, é uma espécie de perícia realizada em âmbito criminal, cuja finalidade é comprovar a materialidade (a existência) do crime, nas infrações penais que deixam vestígios. É importante mencionar, desde o início, que o juiz não fica adstrito ou subordinado ao laudo pericial, podendo discordar das conclusões dos peritos. Dessa forma, o juiz pode proferir sua decisão em sentido diverso do laudo pericial (art. 182). Quando não for necessária ao esclarecimento da verdade, o juiz ou autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, salvo o caso do exame de corpo de delito (art. 184). O art. 184 do CPP ressalva expressamente o exame de corpo de delito, pois essa perícia é de realização obrigatória nas hipóteses em que a infração penal deixa vestígios. Além disso, o exame de corpo de delito pode ser realizado a qualquer dia e a qualquer hora (art. 161). DICA 89 EXAME DE CORPO DE DELITO – PARTE 02 Nos termos do art. 158 do CPP: “quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”. Esse art. 158 é rico em informações que podem despencar na sua prova. Portanto, guardem: 1ª REGRA: a obrigatoriedade do exame de corpo de delito Pela redação do art. 158 do CPP, o exame de corpo de delito é INDISPENSÁVEL quando a infração penal deixar vestígios. Por isso que se diz que, nos crimes transeuntes (aqueles que não deixam vestígios), não há exame de corpo de delito. Já nos crimes não transeuntes (aqueles crimes que deixam vestígios materiais), o exame de corpo de delito é obrigatório. Memorex PC CE – Rodada 03 37 Portanto, guarde: o exame de corpo de delito só é obrigatório nos crimes não transeuntes, ou seja, naqueles que deixam vestígios. O art. 167 do CPP prevê uma certa flexibilização a essa obrigatoriedade do exame de corpo de delito, passando a prever que, quando os vestígios tiverem desaparecido, a prova testemunhal poderá supri-lo. Ex.: suponha um crime de lesão corporal, crime que deixa vestígios. Se os hematomas, marcas, roxos, tiverem desaparecido, a prova testemunhal pode suprir a ausência do exame de corpo de delito. Nos crimes de menor potencial ofensivo, abrangidos pela Lei dos Juizados (lei 9099/95), o exame de corpo de delito está dispensado, desde que a inicial acusatória venha acompanhada de boletim médico ou prova equivalente (art. 77, §1). 2ª REGRA: exame de corpo de delito direto x indireto Exame de corpo de delito direto é aquele realizado pelo perito diretamente sobre o vestígio deixado; já o exame de corpo de delito indireto é aquele com base em informações fornecidas a ele. 3ª REGRA: a confissão do acusado não pode suprir o exame de corpo de delito Guarde essa regra! Ela é importante! Quando o exame de corpo de delito for obrigatório (nos crimes não transeuntes, ou seja, que deixam vestígios), a confissão do acusado não pode supri-lo! DICA 90 PERITOS De acordo com o art. 159 do CPP, a perícia deve ser realizada por 1 perito oficial, portador de diploma de curso superior. Na ausência de perito oficial, a perícia deve ser realizada por 2 peritos, duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área específica objeto da perícia. Nesse caso de peritos não oficiais, devem prestar o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo (art. 159, §§2º e 3º). Além disso, as partes, o ofendido e o assistente de acusação podem formular quesitos, indicar assistentes técnicos e requerer esclarecimentos aos peritos (art. 159, §§3º a 5º). O laudo pericial deve ser entregue no prazo máximo de 10 dias, podendo ser prorrogado em casos excepcionais, a requerimento do perito (art. 160, p. único). DICA 91 CORPO DE DELITO – RESUMO O exame de corpo de delito é importantíssimo para a prova de vocês. Visando esquematizar as informações postadas acima, no intuito de facilitar ainda mais o estudo de vocês, consolidei as principais informações abaixo: PERITOS (art. 159, CPP) PERITO OFICIAL UM perito oficial, portador de diploma de curso superior PERITO NÃO OFICIAL DOIS peritos não oficiais. Devem prestar compromisso. Memorex PC CE – Rodada 03 38 DICA 92 CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA (EXAME DE CORPO DE DELITO – PARTE 03) ESSA É MUITO IMPORTANTE! VAI CAIR!!!! Trata-se de inovação do Pacote Anticrime. A cadeia de custódia é um conjunto de procedimentos que garantem a autenticidade das evidências coletadas e examinadas, de forma que não haja lugar para qualquer tipo de adulteração. De acordo com o art. 158-A do CPP, considera-se cadeia de custódia o conjunto de procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. Dessa forma, a observância do procedimento de coleta e preservação dos vestígios materiais (cadeia de custódia) é o que garante que aquele vestígio de fato pertence àquele caso, garantindo a sua integridade e inviolabilidade. Suponha uma pessoa flagrada vendendo determinado entorpecente. Essa droga deverá passar por um exame toxicológico, para constatar a natureza e a quantidade da droga e, consequentemente, a materialidade do crime. Por isso, a droga apreendida pela autoridade policial deverá ser apreendida, etiquetada e lacrada, documentando-se todos os procedimentos dessa cadeia de custódia. Exemplo prático de quebra da cadeia de custódia: a PF, na Operação “Negócios da China”, realizou regularmente uma interceptação telefônica. Mas, parte dessas gravações foi extraviada ainda na Polícia, havendo descontinuidade das conversas, com omissão de alguns áudios. Dessa forma, o STJ anulou as provas produzidas, determinando o seu desentranhamento dos autos por quebra da cadeia de custódia. O início da cadeia de custódia se dá com a preservação do local do crime ou com procedimentos nos quais seja detectada a existência de vestígios (art. 158-A, §1). Além disso, o §3º conceitua vestígio como sendo todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. O art. 158-A, §2º prevê ainda que o agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a perícia deve zelar pela sua preservação. DICA 93 CADEIA DE CUSTÓDIA – PARTE 02 A cadeia de custódia é formada por algumas etapas, previstas na lei, visando justamente assegurar a integridade do vestígio, mantendo e documentando a sua história cronológica. •É obrigatório nas infrações não transeuntes (que deixam vestígios). •A confissão do acusado NÃO PODE supri-lo. •A prova testemunhal pode suprir, quando os vestígios tiverem desaparecido •Nos Juizados, o exame de corpo de delito é dispensado, se a inicial vier acompanhada de boletim médico ou prova equivalente. •Juiz não fica adstrito ao laudo pericial. •Deve ser realizado por UM perito oficial ou DOIS peritos não oficiais. •Laudo pericial: prazo de 10 dias, prorrogável a requerimento do •O exame pode ser realizado em qualquer dia e a qualquer hora. Exame de corpo de delito Memorex PC CE – Rodada 03 39 É bem possível que haja alguma questão na sua prova, com a descrição de alguma dessas etapas, pedindo para que você identifique qual etapa o enunciado está se referindo... Portanto, leia e releia o art. 158-B. Para facilitar seus estudos, abaixo uma tabela com os principais atos: Pessoal, muitas vezes os atos da cadeia de custódia são “lógicos”. É meio óbvio falar que o ato de coleta do vestígio significa recolhê-lo para fins de análise, por exemplo. Mas, há alguns cuidados na análise deste artigo, principalmente na hora de resolver alguma questão na prova de vocês, como: Saiba que o reconhecimento é a primeira etapa. Saiba a diferença entre o condicionamento e o armazenamento Saiba que o exame pericial em si é realizado na etapa de processamento, em que há manipulação do vestígio. Por fim, saiba que o recebimento é um ato formal, que documenta a transferência da posse do vestígio. Central de custódia (art. 158-C e art. 158-E): são locais destinados à guarda e controle dos vestígios. Nas centrais de custódia, a entrada e saída do vestígio devem ser ATOS DA CADEIA DE CUSTÓDIA RECONHECIMENTO Distinguir um elemento como de potencial interesse para a prova pericial. ISOLAMENTO Evitar que se altere o estado das coisas, isolando e preservando o ambiente. FIXAÇÃO Descrição detalhada do vestígio, podendo ser ilustrada por fotografias, exames, etc. COLETA Ato de recolher o vestígio que será submetido a perícia. ACONDICIONAMENTO Aqui, cada vestígio é embalado de forma individualizada, conforme suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise. TRANSPORTE Ato de transferir o vestígio de um local para o outro. RECEBIMENTO Ato formal de transferência da posse do vestígio. Deve ser documentado com a identificação de quem recebeu. PROCESSAMENTO É o exame pericial em si, o manuseio do vestígio. ARMAZENAMENTO É o procedimento relativo à guarda do material a ser processado, guardado para eventual contraperícia, descartado ou transportado. DESCARTE Procedimento referente à liberação do vestígio. Memorex PC CE – Rodada 03 40 protocoladas, além de documentar e identificar todas as pessoas que tenham acesso ao vestígio. Isso tudo é uma forma de evitar uma indevida manipulação ou ingerência sob o vestígio. Lacre (art. 158-D): o recipiente em que o vestígio for acondicionado deve ser selado com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e idoneidade do vestígio. Deve-se documentar cada rompimento do lacre, sendo que o lacre rompido será acondicionado no interior do novo recipiente. Memorex PC CE – Rodada 03 41 ATOS ADMINISTRATIVOS DICA 94 ATO ADMINISTRATIVO São as manifestações de vontade da Administração Pública por meio de decretos, resoluções, portarias, circulares, etc. É uma declaração unilateral da vontade do Estado, de nível inferior à lei, para atender ao interesse público. Cria, restringe, declara ou extingue direitos. São sujeitos ao controle judicial. DICA 95 CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS São 2 as formas de controle dos atos administrativos: a) Quando realizado pela própria Administração trata-se de controle interno ou autotutela. O princípio da autotutela é a obrigação da Administração Pública em controlar os atos editados, para retirar do ordenamento jurídico os ilegítimos ou inoportunos. ILEGÍTIMOS são os atos ilegais ou nulos, tendo a Administração a obrigação de retirá-los do sistema. INOPORTUNOS são os atos que, em que pese não serem ilegais, se tornaram inoportunos ou inconvenientes, tendo a Administração a prerrogativa de revogar os que entender se enquadrarem em tais características. Os fundamentos acima estão consolidados pelo STF, nas Súmulas 346 e 473: Súmula 346 STF – A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. Súmula 473 STF – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. b) Quando realizado pelo poder judiciário se apresenta o controle externo. Em respeito ao Princípio da Separação dos Poderes, o Judiciário e Legislativo, quando apreciarem Atos Administrativos, deverão limitar-se aos aspectos da legalidade, não lhes competindo analisar o mérito, conveniência ou oportunidade. DICA 96 ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ANULAÇÃO tem como fundamento a ilegalidade do ato, sendo realizada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. A anulação acarreta efeito ex tunc (retroage à situação original), eliminando, por consequência, todos os atos gerados pelo ato durante sua vigência. Não possibilita, em regra, a invocação de direitos adquiridos, em razão da ilegalidade apresentada, com exceção dos que constituíram direitos de boa-fé. Memorex PC CE – Rodada 03 42 O prazo (decadencial) que a Administração possuí para anulação dos seus atos é de 5 anos, conforme prescrito no artigo 54 da Lei nº 9.784/99. Se praticado o ato com má-fé, o prazo de 5 anos não se aplica. DICA 97 REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS REVOGAÇÃO tem como fundamento a conveniência e oportunidade, não se tratando de retirada do ato em razão de ilegalidade. A revogação acarreta efeito ex nunc, ou seja, a partir da revogação, sendo mantidos os direitos adquiridos em respeito ao Princípio da Segurança Jurídica. Não há prazo para revogação, podendo ocorrer a qualquer momento, conforme o interesse público assim se apresente. Alguns atos não podem ser revogados, quais sejam, aqueles que já se consumaram. Ex: Licitação já consumada com a celebração do contrato com o vencedor. A anulação e revogação dos atos administrativos se encontram prescritos no artigo 53 da Lei nº 9.784/99: Artigo 53 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. QUADRO RESUMO: ANULAÇÃO REVOGAÇÃO MOTIVO Ilegalidade Conveniência e Oportunidade TITULAR Administração e Judiciário Administração EFEITOS Ex Tunc Ex Nunc PRAZO 5 anos, salvo má-fé Sem prazo DICA 98 CASSAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS CASSAÇÃO é a retirada do ato ocorre por descumprimento de condições que deveriam ter sido atendidas, ou seja, extingue o ato por descumprimento de obrigações por parte do destinatário, trata-se de uma penalidade. Ex: cassação de licença para funcionamento de um estabelecimento comercial por descumprimento de regras de higiene. Memorex PC CE – Rodada 03 43 DICA 99 REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS CO-FI-FO-MO-OB (CO)Competência, (FI)Finalidade, (FO) Forma, (MO) Motivo e (OB) Objetivo DICA 100 COMPETÊNCIA OU SUJEITO É o poder atribuído ao agente público, ou seja, atribuição para praticar o ato. A competência resulta e é delimitada pela lei. Ex: competência para aplicar multas tributárias é do auditor fiscal, não do técnico da Receita Federal. DICA 101 COMPETÊNCIA - CARACTERÍSTICAS IRRENUNCIÁVEL – o agente não pode recusar sua competência. IMPRORROGÁVEL – Ato praticado por agente incompetente, mesmo sem alegação de qualquer interessado, não torna esse agente competente pelo decurso do tempo. IMPRESCRITÍVEL – Não se perde a competência pelo decurso do tempo. Somente a lei pode retirar uma competência, assim como somente a lei estipula competência. INDERROGÁVEL – A competência não pode ser transferida por simples vontade das partes. DICA 102 VÍCIOS DE COMPETÊNCIA Excesso de Poder ocorre quando o agente público, embora competente, se excede no exercício de suas atribuições. Usurpação de Função – Quando uma pessoa se apropria de uma função para praticar atos inerentes a essa função. A pessoa se apodera da função sem ter sido investida legalmente nela. Ex: Um irmão gêmeo de um servidor toma seu lugar e pratica um ato administrativo. Agente Putativo ocorre quando uma pessoa é irregularmente investida na função pública. Ex: fraude num concurso público, com vazamento de gabarito, beneficiando o infrator com a aprovação no concurso. DICA 103 TEORIA DA APARÊNCIA Atos praticados por funcionários de fato em relação a terceiros de boa-fé. O terceiro de boa-fé não pode ser prejudicado por um ato que teve a participação da Administração Pública, com aparência de legalidade. Memorex PC CE – Rodada 03 44 Assim, a relação do terceiro de boa-fé com a Administração será mantida. DICA 104 FINALIDADE É o objetivo almejado com a prática do ato administrativo, lembrando que o objetivo deve ser sempre voltado para satisfazer o interesse público. A finalidade é definida em lei, não havendo liberdade para o agente praticar o ato. Em regra, a finalidade é vinculada, porém, mediante autorização legislativa, o agente poderá praticar o ato com certo grau de liberdade de escolha (discricionariedade). Se não respeitada a finalidade pública restará configurado o desvio de finalidade. DICA 105 TREDESTINAÇÃO LICÍTA É exceção a teoria anterior. O ato administrativo, em regra, é vinculado. Porém, em algumas situações a finalidade almejada pelo ato administrativo pode ter que ser adaptar a outro ato de interesse público vigente. Ex: O poder público desapropria um imóvel regularmente, sob a justificativa do interesse público de construir uma escola no local, contudo, ao proceder a construção, acaba por construir uma unidade de atendimento hospitalar. A fundamentação/razão do ato não foi cumprida (construção de escola), mas foi atendido interesse público com a construção da unidade de saúde (finalidade), ou seja, em que pese o poder público ter praticado ato divergente do motivado para a desapropriação, o interesse público foi alcançado. DICA 106 FORMA É como o ato se materializa, ou seja, é a manifestação de vontade sendo concretizada. É como o ato vem ao mundo. Pode ser escrito (regra), verbal ou sons. Ex: emissão de carteira de motorista para quem se habilita – o ato administrativo vem ao mundo através da emissão do documento (carteira de motorista). DICA 107 MOTIVO É a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato administrativo. A situação de fato é o acontecimento que gera a expedição do ato administrativo. Ex: excesso de velocidade gera um ato administrativo – multa. Situação de direito é aquela que está na lei. A lei descreve a situação. Ex: aposentadoria compulsória. Está prevista em lei e, quando atingida a idade, ocorre a aposentadoria. Memorex PC CE – Rodada 03 45 DICA 108 OBJETO É o efeito prático pretendido com o ato administrativo. É aquilo que o ato produz, o seu resultado. Ex: o objeto de um ato administrativo de desapropriação é extinguir o direito de propriedade do particular em favor do Estado. Ao ser praticado o ato, o objeto é a desapropriação. DICA 109 DISCRICIONARIEDADE DO ATO ADMINISTRATIVO Ato discricionário é aquele que permite ao agente público realizar um juízo de conveniência e oportunidade, podendo decidir o melhor ato a ser praticado. A lei confere ao administrador certa margem de liberdade para escolha. No ato discricionário há mérito administrativo. Ex: realização de concurso público pelo prazo de 2 anos, prorrogável por igual período. O administrador, utilizando do juízo de conveniência e oportunidade decidirá se prorrogará ou não o concurso. O ato discricionário é passível de controle pelo Poder Judiciário, não podendo o Judiciário analisar o mérito (conveniência e oportunidade), mas sim analisar sua legalidade. DICA 110 VINCULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO Ato vinculado é aquele em que todos os requisitos ou elementos estão em lei, não havendo margem de liberdade para o agente público. Nos atos vinculados não há mérito administrativo, é a lei quem determina a forma e o conteúdo. DICA 111 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO São 3 os atributos dos atos administrativos: Presunção de Legitimidade / Legalidade; Imperatividade; Autoexecutoriedade. DICA 112 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE Os atos administrativos nascem com presunção de que são legítimos, ou seja, que estão de acordo com a lei. Essa presunção decorre do princípio da legalidade, haja vista que o agente somente pode fazer aquilo que a lei permite. Assim, se praticou o ato, presume-se que o este está de acordo com a lei. Memorex PC CE – Rodada 03 46 A presunção de legitimidade é relativa, podendo ser provado o contrário. DICA 113 IMPERATIVIDADE A imperatividade é o Poder que tem a Administração de impor o ato ao administrado, concorde ou não. É um atributo que não está presente em todos os atos, pois alguns deles não necessitam. Ex: atestados e licença não necessitam, pois são atos apenas enunciativos. Vale destacar que esse atributo é fundamental para a efetividade do ato, pois necessária a força imperativa do ato para que o mesmo se concretize. Memorex PC CE – Rodada 03 47 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E PODER EXECUTIVO DICA 114 FORMA DE ESTADO ESTADO UNITÁRIO: há um único centro de poder político. Puro: não há nenhum tipo de distribuição do poder político comum em microestados. Descentralizado Administrativamente: decisões políticas centralizadas, mas as execuções são delegadas. Descentralizado Administrativa e Politicamente: descentralização das decisões tomadas, mas essas entidades são dotadas de certa autonomia para execução das decisões tomadas pelo governo central. ESTADO CONFEDERADO: união dissolúvel de Estados soberanos. Todos os entes são dotados de soberania e autonomia, criado a partir de um acordo ou tratado internacional; cada um dos entes possui sua própria Constituição e é permitido o direito de secessão. ESTADO FEDERATIVO: repartição constitucional as competências, capacidades e receitas dos entes políticos. Todos os entes possuem autonomia, mas não soberania. É vedado o direito de secessão. DICA 115 FORMAS DE FEDERAÇÃO Federação Centrífuga: Também denominando Federalismo por Segregação, o Estado unitário se reparte em unidades federadas autônomas; movimento de desagregação. Concentração maior de competências no ente central (União). Federação Centrípeta: Federalismo por Agregação, Estados autônomos e soberanos se juntam para formar um único Estado federal; concentração maior de competências no âmbito dos entes regionais. DICA 116 CLASSIFICAÇÃO DE FEDERALISMO POR INTEGRAÇÃO ASSIMÉTRICO SIMÉTRICO ORGÂNICO Relação de subordinação entre os estados e a União, mas com preponderância do governo central sobre os outros entes federados. Contudo, a busca pela integração nacional minimiza essa concentração de poder. Existência de divergências e desigualdades regionais e busca reverter esse quando com atribuições de competências e receitas de forma desigual. Divisão de receitas e competências de forma paritária entre os entes de mesma categoria. Pressupõe uma homogeneidade de desenvolvimento entre os entes. Há possibilidade de intervenção federal; poder legislativo bicameral; Poder Judiciário dual. Os Estados membros são fragilizados pelo poder central, como em regimes ditatoriais. Memorex PC CE – Rodada 03 48 DICA 117 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Repartição horizontal: distribuição fechada, rígida das atribuições e competências específicas entre cada ente que irão desenvolvê-las de forma separada e independente. É o denominado federalismo dual/clássico. Brasil: CF de 1891 com competências específicas da União e remanescente aos Estados. Repartição vertical: os entes federativos atuam de forma conjunta ou concorrente sobre uma mesma norma, matéria ou assunto. É também denominado federalismo cooperativo/neoclássico. Brasil: CF de 1934, primeira constituição do Brasil de Estado Social, inspirado na Constituição de Weimar, 1919. CF/88 possui traços de ambos os tipos. DICA 118 CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PRINCÍPIO DA PREPONDERÂNCIA/PREDOMINÂNCIA DE INTERESSE LOCAL. Competência comum: art. 23, CF/88, leis complementares fixarão as normas para a cooperação entre os entes federativos, tendo em visto o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Competências concorrentes legislativas: segundo o art. 24, CFF/88, verifica-se que o Brasil adota competências concorrentes não cumulativas. Outorga tácita de competência legislativa: A União se limita a legislar sobre normas gerais. Caso ela não o faça, os Estados membros e o DF terão a competência legislativa plena para legislar sobre. A superveniência de lei federal sobre normas gerias suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário. DICA 119 FEDERALISMO NO BRASIL Federalismo de 3º grau ou duplo grau: União e Estado Membros + Distrito Federal + Municípios. Entes possuem tríplice capacidade: auto-organização; autogoverno e autoadministração (autonomia FAP). Exceção - Autogoverno: os municípios possuem apenas poder legislativo e executivo, não existe poder judiciário em âmbito municipal, assim como não possui representação legislativa no Senado Federal. DICA 120 UNIÃO DUPLA PERSONALIDADE JURÍDICA: República Federativa do Brasil = ente com soberania internacional. União = ente autônomo de direito público interno. Quando a União representa a RFB, ela age/atua com soberania, mas não a detém. Memorex PC CE – Rodada 03 49 DICA 121 TERRITÓRIOS Mera descentralização administrativa territorial da União (autarquia administrativa). Não possuem autonomia política. CARACTERÍSTICAS: Somente podem ser criados, transformados em estado ou reintegrado ao estado de origem por meio de lei complementar; Podem ser divididos em municípios e cada território pode eleger quatro deputados federais; Caso tenha mais de 100.000 habitantes, poderá ter duas instâncias judiciais, Ministério Público e Defensoria Pública Federal; Governador é escolhido pelo Presidente da República, sendo previamente aprovado pelo Senado federal em voto secreto; Compete à União o recolhimento de impostos estaduais e municiais, caso tenha municípios. DICA 122 ESTADOS Autonomia – Constituições Estaduais (poder constituinte derivado decorrente), desde que observados os princípios constitucionais sensíveis, da simetria e os constitucionais estabelecidos que definem regras de organização. Processo para criação de novos estados-membros: 1ª ETAPA – Plebiscito: a população interessada deve necessariamente aprovar a formação do novo estado; 2ª ETAPA – Projeto de Lei Complementar: terá início em qualquer uma das casas do Congresso Nacional; 3ª ETAPA – Audiência nas Assembleias Legislativas: futura expedição de parecer meramente opinativo, sem caráter vinculativa, ou seja, ainda que o parecer seja desfavorável à criação, o processo continua; 4ª ETAPA – Aprovação pelo Congresso Nacional: necessidade de quórum de maioria absoluta. Aprovação e sanção do Presidente da República são atos discricionários. Novos estados membros podem ser criados por meio de fusão; anexação; cisão e desmembramento. DICA 123 MUNICÍPIOS Lei orgânica municipal: deve ser votada em dois turnos, com interstício de 10 dias, aprovada por dois terços da Câmara. NÃO SE TRATA DE PODER CONSTITUINTE DERIVADO. REQUISITOS PARA FORMAÇÃO DE MUNICÍPIOS: 1ª ETAPA – Lei federal determinando o procedimento e o período para criação; Memorex PC CE – Rodada 03 50 2ª ETAPA – Estudo de viabilidade municipal, o qual deve necessariamente ser favorável; 3ª ETAPA – Consulta prévia à população interessada, via plebiscito; 4ª ETAPA – Elaboração de lei ordinária estadual determinando a formação do município. STF: até a promulgação da EC 15, mais de 50 municípios haviam sido criados. A Corte reconheceu que tais criações foram inconstitucionais, mas também reconheceu a inconstitucionalidade por omissão do Congresso Nacional por não elaborar lei complementar federam dispondo quanto o procedimento e período para criação de novos municípios. EC 57/2008: art. 96, ADCT convalidou os municípios criados até 31/12/2006, atendidos os requisitos estabelecidos pela legislação estadual vigente à época de sua criação, ainda que inconstitucional. DICA 124 DISTRITO FEDERAL Regido por Lei Orgânica Distrital, aplicando a ela as mesmas regras dos Municípios. Heteronomia constitucional: a autonomia do DF é parcialmente tutelada pela União, de forma que o Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Penal, Polícia e Militar são legislados por lei federal. Contudo, as forças de segurança são subordinadas ao Governador do Distrito Federal. DICA 125 INTERVENÇÃO FEDERAL MEDIDA DE EXCEÇÃO. Suspensão temporária das prerrogativas dos Estados e Municípios, com a finalidade de assegurar o pacto federativo. ESPONTÂNEA PROVOCADA (Art. 34, I, II, III e V, CF/88) Ato discricionário do Presidente, ex officio, com consulta opinativa do Conselho da República do Conselho da Defesa. Hipóteses: manter a integridade nacional; repelir invasão estrangeira; defesa da ordem pública e reorganizar as finanças que suspender pagamento de dívida fundada por mais de 2 anos, sem motivos, ou deixar de repassar receitas tributárias fixadas na CF. (Art. 34, IV, CF/88) Solicitação do Poder ou Executivo ou por Requisição do Poder Judiciário ao STF para o Presidente da República. Hipótese: garantia do livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da Federação. (Art. 34, VI – 1ª parte) Provimento do STF por representação do PGR, mas para deflagrar a intervenção é preciso decreto do Presidente da República. Memorex PC CE – Rodada 03 51 (Art. 34, I, II, III e V, CF/88) Ato discricionário do Presidente, ex officio, com consulta opinativa do Conselho da República do Conselho da Defesa. Hipóteses: manter a integridade nacional; repelir invasão estrangeira; defesa da ordem pública e reorganizar as finanças que suspender pagamento de dívida fundada por mais de 2 anos, sem motivos, ou deixar de repassar receitas tributárias fixadas na CF. Hipótese: inexecução de lei federal. (Art. 34, VI – 2ª parte) Requisição do próprio STF, STF OU TSE para o Presidente da República. HIPÓTESE: descumprimento de ordem ou decisão judicial. (Art. 34, VII, CF/88) Provimento do STF por representação do PGR. Hipóteses: inobservância dos princípios sensíveis constitucionais. DICA 126 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Sentido material/objetivo: é a atividade estatal exercida sob um regime jurídico, por meio de serviço público, polícia administrativa, fomento à iniciativa privada ou intervenção. Sentido formal/subjetivo: são os sujeitos que atuam em nome da Administração Pública, se dividindo em Administração Pública Direta (entes da federação) e Administração Pública Indireta (órgãos e entidades). PRINCÍPIOS QUE REGEM O REGIME JURÍDICO: SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO O interesse público prevalece em detrimento dos interesses particular, por exemplo, a desapropriação. INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO Voltado à atuação do administrador, posto que este deve exercer suas funções sempre buscando garantir o interesse público, não devendo desistir dos feitos ou dispor de suas prerrogativas. Memorex PC CE – Rodada 03 52 DICA 127 SERVIDORES PÚBLICOS Função em confiança: atribuições criadas por lei para preencher cargos de direção, chefia e assessoramento, necessariamente por titulares de cargos efetivos (aprovados por concurso público) da confiança da autoridade que as preenche. Cargo em comissão: atividades que serão exercidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais previstos em lei. Como também área atribuições de direção, chefia e assessoramento. Pode ser preenchido por quem não é titular de cargo efetivo. DICA 128 PODER EXECUTIVO Função Típica: administrar. Chefe do Poder Executivo: cumula atribuições de Chefe de Governo e Chefe de Estado, posto que comanda e administra o país, no âmbito interno, e representa a República Federativa do Brasil perante a comunidade internacional, respectivamente. Função atípica: o Chefe do Executivo realiza atribuições de caráter legislativo ao vetar ou sancionar uma lei, editar medidas provisórias, elaborar leis delegadas ou iniciar um novo projeto de lei. DICA 129 ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 84, CF/88 dispõe quanto às competências do Chefe do Executivo em um rol meramente exemplificativo, tratando, contudo, de atribuições indelegáveis, sendo algumas delas: 1. Regulamentar normas por meio de decreto, com objetivo central de se manter fiel à execução da lei; 2. Relacionar-se com Estados Estrangeiros, atuando no âmbito internacional; 3. Nomear autoridades para ocupar cargos, tais como, ministro do Supremo tribunal Federal, Governadores de Territórios, Procurador Geral da República, entre outros; 4. Conceder indultos e comutar penas, mediante expedição de decreto; 5. Comandar as Forças Armadas, atuar nos estados de exceção e declarar a paz; 6. Convocar e presidir Conselhos. DICA 130 RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Diferentemente dos parlamentares, o Presidente da República não possui imunidade material, contudo tem imunidade formal em relação à prisão e em relação ao processo. Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Caso o Presidente da república cometa crime comum, será processo e julgado perante o Supremo tribunal Federal. Nesse caso, se a denúncia ou queixa crime for aceita, o presidente ficará suspenso do exercício de suas funções pelo prazo de 180 dias. Memorex PC CE – Rodada 03 53 DICA 131 IMPEACHMENT DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Caso o Presidente da República cometa crime de responsabilidade, ele será julgado por meio do processo de impeachment. Juízo de Admissibilidade: realizado perante a Câmara dos Deputados, com a autorização por parte de dois terços dos membros da Casa. Após aprovação da admissibilidade, a segunda fase do processo ocorrerá uma sessão de julgamento perante o Senado Federal. Nesse momento, o presidente será afastado das suas funções, sendo-lhe assegurado os princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo legal. DICA 132 RESPONSABILIDADE DE GOVERNADORES Governadores podem ser responsabilizados por crimes comuns e crimes de responsabilidade. No caso de cometimento de crimes comuns, responderão perante o Superior Tribunal de Justiça. Caso seja cometido crime de responsabilidade, o Governador será processado e julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do qual são governantes, presidido pelo próprio presidente do Tribunal e composto por mais cinco Deputados Estaduais e cinco Desembargadores. DICA 133 CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS CRIME DE RESPONSABILIDADE PRÓPRIO Crimes tipificados pelo Decreto-Lei nº 201/1967, o julgamento será realizado pela Câmara de Vereadores. CRIME DE RESPONSABILIDADE IMPRÓPRIO Crimes que não tenha natureza, mas apenas natureza penal; nesse caso, o julgamento caberá ao Tribunal de Justiça do respectivo órgão competente para julgamento. Se o crime praticado possuir natureza eleitoral, a competência de julgamento será do Tribunal Regional Eleitoral. Memorex PC CE – Rodada 03 54 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DICA 134 ESTABILIDADE: Devemos relembrar que a lei 9.826/74, em seu artigo 73, define estabilidade como sendo o direito que adquire o funcionário efetivo de: Não ser exonerado; Não ser demitido. EXCETO: em virtude de sentença judicial ou inquérito administrativo, em que se lhe tenha sido assegurada ampla defesa. VITALICIEDADE: Já conforme o artigo 76, da mesma lei, em se tratando de cargo vitalício, O funcionário perderá o cargo somente em virtude de sentença judicial. DICA 135 Em relação a licença à gestante é importante memorizar os prazos previstos na 9.826/74, especificamente em seu artigo 100 e parágrafo único. O artigo 100 prevê que a funcionária gestante, mediante inspeção médica, será licenciada por quatro meses, com vencimentos integrais. Já o seu parágrafo único prevê que tal licença será deferida a partir do oitavo mês de gestação, salvo prescrição médica em contrário. ATENÇÃO! Visto a exceção prevista no parágrafo único supramencionado, a questão do certame poderá afirmar corretamente que, mediante prescrição médica, a licença à gestante é cabível em prazo inferior ao oitavo mês de gestação. DICA 136 Em relação ao salário-família o artigo 165, da lei 9.826/74, estabelece os requisitos para HABILITAÇÃO afirmando que: o funcionário; o disponível, ou o aposentado. Apresentarão uma declaração de dependentes, indicando: o cargo que exercer, ou no qual estiver aposentado ou em disponibilidade, Mencionando em relação a cada dependente: nome completo, data e local de nascimento, comprovado por certidão do registro civil; grau de parentesco ou dependência; no caso de se tratar de maior de 21 anos, se total e permanentemente incapaz para o trabalho, hipótese em que informará a causa e a espécie de invalidez; Memorex PC CE – Rodada 03 55 se o dependente vive sob a guarda do declarante. DICA 137 O regime disciplinar é um dos principais temas cobrados em concursos públicos, por isso é importante uma especial atenção a este assunto. O artigo 174, da lei 9.826/74, afirma que o funcionário público é administrativamente responsável, perante seus superiores hierárquicos, pelos ilícitos que cometer. Visto isso, é importante rememorar que o artigo 175, do mesmo diploma legal, prevê como sendo ilícito administrativo a conduta comissiva ou omissiva, do funcionário, que importe em violação de dever geral ou especial, ou de proibição, fixado no citado Estatuto e em sua legislação complementar, ou que constitua comportamento incompatível com o decoro funcional ou social. ATENÇÃO! Trata-se uma espécie de ilícito administrativo formal, pois o parágrafo único, do artigo 175, afirma que o ilícito administrativo é punível, independentemente de acarretar resultado perturbador do serviço estadual. DICA 138 PRAZOS DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO: Citação por edital, caso o funcionário esteja em lugar incerto e não sabido, publicado em Diário Oficial do Estado, no prazo de 15 (quinze) dias; Citado, o indiciado poderá requerer suas provas no prazo de 5 (cinco) dias. Podendo renovar o pedido, no curso do inquérito, se necessário para demonstração de fatos novos; Encerrada a fase probatória, o indiciado será notificado para apresentar, por seu defensor, as razões finais de defesa no prazo de 10 (dez) dias; Da decisão de autoridade julgadora cabe recurso, com efeito suspensivo, para a autoridade hierárquica imediatamente superior, ou para a que for indicada em regulamento ou regimento, no prazo de 10 (dez) dias; O inquérito administrativo será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a pedido da Comissão, ou a requerimento do indiciado, dirigido à autoridade que determinou o procedimento; Recebidos os autos do inquérito, a autoridade julgadora proferirá sua decisão no prazo improrrogável de 20 (vinte) dias.