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FIlosofia do Direito - Conteúdo

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FILOSOFIA. 
Apesar de ser Sócrates aquele que foi identificado como o “pai da filosofia” o exercício de 
observar a realidade, tentar explicá-la e sistematizar estas explicações, inclusive a 
existência humana nesta realidade, tem como primeiros registros os “cientistas pré- 
socráticos” ou filósofos da natureza pré-socráticos. 
 
Chamamos de cientistas pré-socráticos/filósofos da natureza pré-socráticos todos aqueles 
que tentaram explicar os fenômenos observáveis da natureza durante a existência 
humana de forma não religiosa, mas sim pela razão, pela racionalização através da lógica. 
Por isso, eles, os filósofos, foram primeiro identificados como cientistas, e só após a 
sistematização moderna da ideia de filosofia, foram reconhecidos como filósofos, 
pensadores por definição. É por essa razão que aqueles identificados na Grécia Antiga e 
Roma, como filósofos, hoje são também reconhecidos como pais da medicina, da 
matemática, da química, da botânica, etc. (Pitágoras, por exemplo é o pai da 
matemática). 
 
A Filosofia pode ser feita como a imagem de uma floresta onde cada arvore é uma 
disciplina, e o solo é devidamente identificado como a Filosofia – Assim, as árvores podem 
ser Medicina, Química, Engenharia, Direito, Pedagogia, Jornalismo, etc.) 
 
Ao opor-se às explicações dogmáticas, a filosofia revolucionou o mundo e abriu as portas 
para o pensamento científico. Desconstruiu o poder e a influência do senso comum e da 
religião. A filosofia e a ciência se confudiam porque os dois usavam o método da razão e 
racionalização, mas só depois a ciência passou ser entendida como aquela que usa, além 
da razão, a observação e o experimento. 
 
Até o século XVII a ciência confundia-se com a filosofia. É apenas com Galileu e o Círculo 
de Viena, pensadores os quais passaram a definir como científico apenas conhecimentos 
que poderiam ser reproduzidos a partir de “experimentos”, que acontece a desconexão 
entre essas áreas do conhecimento. 
 
Existem cinco principais disciplinas da filosofia geral: lógica, metafísica, ética, estética e 
epistemologia, contudo não são as únicas disciplinas desta área. 
ÉTICA, MORAL, DIREITO. 
 
Ética é aquele princípio interior que cada pessoa tem, de por eemplo, saber que matar 
alguém é errado (é aquele sentimento de certo e errado). 
Moral é a exteriorização do sentimento ético de maneira voluntária. É quando você faz o 
que é certo, sem que estejam te obrigando, te olhando ou te filmando. 
Direito é a lei, então é quando você faz o que é certo por obrigação, ou para não sofrer a 
sanção prevista em lei (por obrigação, para não sofrer as consequênias). 
SÓCRATES 
Sócrates foi condenado à morte, por ingestão de cicuta, e criticou os fundamentos de seu 
julgamento e sua condenação, até seu último momento, contudo submeteu-se a pena que 
lhe aplicaram por entender que não devia desobedecer às leis, mesmo injustas. Todas 
essas conclusões e críticas podem ser identificadas como filosofia do direito. 
Sócrates, considerado pai da filosofia, foi condenado à morte por questionar deuses da 
Grécia, na verdade, por questionar tudo e com isso trazer um desconforto nas pessoas. 
Ele entendia que existia uma verdade absoluta, e por isso questionava tudo, e respondia 
perguntas com outras perguntas. Ficou conhecido como autor da frase “Só sei que nada 
sei”. Claro que os escritos sobre ele foram escritos por seu discípulo Platão, por isso não 
se sabe até onde são escritos verdadeiros ou idealizados por Platão. Sócrates criticava os 
sofistas, que relativizavam tudo. Os sofistas não eram filósofos, eram pensadores 
antropocentristas (o homem era o centro do universo. Diferentemente do teocentrismo – 
deus é o centro do universo. E diferentemente dos pré-socráticos – a natureza era o 
centro do universo), que eram também professores particulares de quem os pagavam 
para transmitir conhecimento, além de serem advogados particulares, que defendiam os 
réis que os pagavam, para convencer o juiz com sua oratória. Quando convenciam o juiz 
mediante a conveniência do réu, que pagou o sofista, os sofistas acreditavam que havia 
sido feito a justiça. Mas Sócrates criticava essa relativização da justiça. Sócrates criticava 
também o fato dos sofistas se autodeclararem sábios. Sócrates afirmava que o 
conhecimento existia dentro do indivíduo e que sua atividade era apenas a de “parteiro”, 
ajudando as ideias a nascerem por meio de perguntas cujas respostas, propiciadas pelo 
interlocutor, representavam o conhecimento nascendo de quem não era consciente de que 
o detinha. 
Mesmo reconhecendo as leis como resultado de artifício dos homens, e não dos deuses, e 
acreditando que a lei justa é aquela da natureza, Sócrates defendia a obediência 
inquestionada às leis dos homens. Seja as leis justas seja injustas, por serem um 
instrumento para o bem da comunidade, não deviam ser contornadas. Sócrates, 
condenado à morte acusado de desvirtuar os jovens e negar o culto dos deuses da Grécia, 
mesmo em face de uma acusação injusta submeteu-se a sua pena. Defendeu até sua 
morte a importância de zelar pela harmonia da comunidade com a obediência às leis, 
mesmo em face da injustiça para consigo. A moral, lei de âmbito interno do indivíduo, 
pode até discordar das leis declaradas e fundamentar a crítica a elas, mas jamais pode 
fundamentar ou justificar a desobediência destas leis da comunidade/cidade. 
PLATÃO. 
Para Platão, o mundo real/sensível é apenas uma ilusão, pois é temporário, como os bens 
materiais. Já o mundo das ideias é o eterno, portanto, o que carrega valor verdadeiro, 
como o amor. Esta é a ideia trazida no mito da caverna de Platão. 
 
QUESTÃO: Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - 
Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase. 
Mas a justiça não é a perfeição dos homens? 
PLATÃO, A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. 
O conceito de justiça é o mais importante da Filosofia do Direito. Há uma 
antiga concepção segundo a qual justiça é dar a cada um o que lhe é devido. 
No entanto, Platão, em seu livro A República, faz uma crítica a tal concepção. 
Assinale a opção que, conforme o livro citado, melhor explica a razão pela 
qual Platão realiza essa crítica. 
A) Platão defende que justiça é apenas uma maneira de proteger o que é 
mais conveniente para o mais forte. 
B) A justiça não deve ser considerada algo que seja entendido como virtude e 
sabedoria, mas uma decorrência da obediência à lei. 
C) Essa ideia implicaria fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, mas fazer o 
mal não produz perfeição, e a justiça é uma virtude que produz a 
perfeição humana. (GABARITO. As questões de filosofia são bem simples 
de serem respondidas. Porém, o candidato precisa compreender bem o 
enunciado e não fugir do que está contido nele, é apenas um exercício de 
COMPREENSÃO, ou seja, o candidato deve ficar preso ao que o texto inicial 
informa. A frase inicial com a pergunta "Mas a justiça não é a perfeição 
dos homens?" É a mesma coisa que Platão tivesse afirmando que a justiça 
é a perfeição dos homens! Além disso, a única alternativa que aponta uma 
critica a afirmação de que a justiça é dar a cada um o que lhe é devido é a 
alternativa C) 
D) Esse é um conceito decorrente exclusivamente da ideia de troca entre 
particulares, e, para Platão, o conceito de justiça diz respeito à 
convivência na cidade. 
ARISTÓTELES. 
Esse jusfilósofo que sucedeu a Platão, buscou pensar a justiça de forma mais realista e 
menos idealizada, como veremos. O Método Aristotélico é oposto ao Platônico. Se Platão 
buscava no mundo das ideias a verdade, Aristóteles buscava no mundo sensível a 
verdade. A boa conduta poderia e deveria ser exercida em sociedade. Para Aristóteles, a 
justiça assemelhava-se às outras “virtudes” como a coragem, a paciência, a caridade, etc. 
(condutas humanas não submetidas às paixões mas sim submetida à razão, ao interesse 
do bem viver, ao interesse da felicidade, ao interesse do bem comunitário).Em verdade, para ele, a justiça deveria representar o conjunto das virtudes. 
A partir deste entendimento o mesmo ramo que busca responder o que é a coragem, o 
que é a paciência e outros méritos de boa conduta humana, ou seja, de comportamento 
ético, também tentará responder o que vem a ser a justiça, a conduta justa do indivíduo 
na polis o que o torna um cidadão. Para Aristóteles ser feliz era conseguir ter uma conduta 
ética, ou seja, ter ações cotidianas virtuosas que levariam à felicidade. 
 
QUESTÃO: EXAME DA OAB XX, 2016. Filosofia do direito. 
A partir de uma leitura de Aristóteles (Ética a Nicômaco), assinale a alternativa 
que corresponde à classificação de justiça constante no texto: “... uma espécie é 
a que se manifesta nas DISTRIBUIÇÕES de honras, de dinheiro ou das outras 
coisas que são divididas entre aqueles que têm parte na construção (pois aí é 
possível receber um quinhão igual ou desigual ao de um outro)...” 
a) Jutisça natural (ERRADO. Justiça natural é uma harmonia espontânea que não 
admite desproporcionalidade, salvo privilégios, porque estes se fundamentam 
nos méritos individuais. A justiça natural não se liga a dinheiro. Um crime 
pode receber diferentes penas conforme o seu local, mas a aplicação da pena é 
universal, natural.) 
b) Justiça comutativa (ERRADO. Justiça comutativa está ligado a igualdade 
plenamente equivalente para que se aja justiça em qualquer relação entre 
particulares, como um contrato qualquer.) (definição de “comutativo” no 
dicionário: “diz-se do contrato cujas prestações recíprocas a que se obrigam 
os contratantes são perfeitamente equivalentes.”) 
c) Justiça corretiva (ERRADO. A Justiça corretiva pressupõe uma igualdade 
matemática, não admitindo desproporção entre as partes. Não está 
relacionada com merecimento político ou social de um indivíduo, mas a 
reparação de um dano, para que ambas as partes fiquem quites.) 
d) Justiça distributiva (GABARITO. A justiça distributiva realiza-se na 
distribuição, pelo Estado, de pecúnias, honras, cargos, deveres, impostos, 
bens e afins aos cidadãos conforme o seu mérito individual. Então isso 
significa que não é a distribuição igual de bens, mas sim, segundo o mérito de 
cada um) 
COMENTÁRIO: É SÓ LER O ENUNCIADO!! 
QUESTÃO: Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) 
Na sua mais importante obra, a Summa Theologica, Santo Tomás de Aquino trata 
os conceitos de justiça comutativa e de justiça distributiva de uma tal maneira, 
que eles passariam a ser largamente utilizados na Filosofia do Direito. 
Assinale a opção que apresenta esses conceitos, conforme expostos na obra 
citada. 
A) A Justiça Comutativa regula as relações mútuas entre pessoas privadas e a 
Justiça Distributiva regula a distribuição proporcional dos bens comuns. 
(GABARITO) 
B) A Justiça Distributiva destina-se a minorar os sofrimentos das pessoas e a 
Justiça Comutativa regula os contratos de permuta de mercadorias. 
C) a Justiça Comutativa trata da redução ou diminuição das penas (sanção penal) 
e a Justiça Distributiva da distribuição justa de taxas e impostos. 
D) A Justiça Comutativa regula a relação entre súditos e governante e a Justiça 
Distributiva trata das relações entre diferentes povos, também chamadas de 
direito das gentes. 
COMENTÁRIO: Conforme esclarece BITTAR (1998), “Categoria de relevo dentro 
da doutrina tomista é aquela atinente à diferenciação entre Justiça comutativa e 
distributiva. A primeira é responsável pela regulação das relações entre 
particulares, entre as partes individuais componentes da esfera maior da 
sociedade. A segunda coordena o relacionamento da parte com o todo, de modo a 
atribuir a cada parte o que lhe é devido segundo seu mérito, capacidade ou 
participação dentro da sociedade”. Lembrando que São Tomás de Aquino, 
influenciado por Aristóteles, afirmava que os atos de cada pessoa eram capazes 
de fazer com que elas recebessem o perdão e a justiça de Deus, ou seja, justiça 
distributiva de Aristóteles, que se opunha aquela de Platão, que dizia que a única 
coisa que importava era o mundo das ideias e não as atitudes do mundo real. 
SANTO AGOSTINHO E SÃO TOMÁS DE AQUINO. 
Os dois falavam que para ser justo era preciso seguir as regras de Deus, e que as regras 
do homem eram importantes, mas apenas serviam para o convívio em sociedade. O que 
mais importavam eram as leis de Deus. Santo Agostinho veio primeiro e por isso São 
Tomás de Aquino tinha uma teoria mais elaborada. 
Santo Agostinho foi mais influenciado por Platão, enquanto São Tomás de Aquino foi 
influenciado completamente por Aristóteles e aproximava a justiça do homem afirmando 
ser possível alcançar o perdão divino por meio de atos. 
 
QUESTÃO DO AVA: Santo Agostinho influenciou a jusfilosofia de todo o período 
medieval, enquanto São Tomás de Aquino colaborou com a desconstrução dos 
valores da justiça católica e abriu espaço ideológico para o protestantismo. Isso 
acontece, porque este filósofo: Escolha uma: 
a. Ao retomar, mesmo que implicitamente, valores da Grécia Antiga, período 
primitivo e descompromissado com os valores cristãos, sem perceber orientou a 
insatisfação popular para a derrubada do poder da Igreja. 
b. Ao buscar aproximar a sua jusfilosofia do homem comum, apresentando a 
justiça e o perdão como algo possível de ser alcançado, ao ser mal interpretado 
abriu espaço para as explorações religiosas que ocorrem até os dias atuais. 
(GABARITO) 
c. Buscou aproximar suas ideias da jusfilosofia cristã e terminou por enfurecer os 
poderosos da igreja. d. Ao manter valores como a “vontade de Deus” como 
justificativa para posições sociais e injustiças econômicas, em relação aos 
burgueses, iniciou o declínio dos valores medievais. 
e. A sua teoria, comprometida com os reis medievais, ignorou que o número de 
camponeses e burgueses se tornava maior a cada dia. 
CONTRATUALISTAS: JEAN-JACQUES ROUSSEAU, THOMAS 
HOBBES E JOHN LOCKE. 
QUESTÃO: Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer, mas a liberdade 
política não consiste nisso. – Montesquieu. 
No preâmbulo da Constituição da República, os constituintes afirmaram instituir 
um Estado Democrático destinado a assegurar, dentre outras coisas, a liberdade. 
Esse é um conceito de fundamental importância para a Filosofia do Direito, muito 
debatido por inúmeros autores. Uma importante definição utilizada no mundo 
jurídico é a que foi dada por Montesquieu em seu Do Espírito das Leis. 
Assinale a opção que apresenta a definição desse autor na obra citada. 
A) A liberdade consiste na forma de governo dos homens, e não no governo das 
leis. 
B) A disposição de espírito pela qual a alma humana nunca pode ser aprisionada 
é o que chamamos de liberdade. 
C) Liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem. (GABARITO) 
D) O direito de resistência aos governos injustos é a expressão maior da 
liberdade. 
COMENTÁRIO: É o princípio da legalidade, que para o particular é permitido fazer 
tudo o que a lei não proíbe, e para o Estado é permitido fazer somente o que a 
lei permite. 
 
QUESTÃO: Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase. 
Concebo, na espécie humana, dois tipos de desigualdade: uma que chamo de 
natural ou física, por ser estabelecida pela natureza e que consiste na diferença 
das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito e da alma; 
a outra, que se pode chamar de desigualdade moral ou política, porque depende 
de uma espécie de convenção e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada 
pelo consentimento dos homens. 
 
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da 
Desigualdade entre os Homens. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 
1978. 
 
Levando emconsideração o trecho acima, assinale a afirmativa que apresenta a 
perspectiva de Rousseau sobre como se coloca o problema da desigualdade. 
 
A) As desigualdades naturais são a causa das desigualdades morais, uma vez que 
as diferenças naturais se projetam na vida política. 
B) As desigualdades naturais são inaceitáveis; por isso, o homem funda a 
sociedade civil por meio do contrato social. 
C) As desigualdades naturais são aceitáveis, mas as desigualdades morais não o 
são, pois consistem em privilégios de uns sobre os outros. (GABARITO) 
D) Todas as formas de desigualdade consistem num fato objetivo, devendo ser 
compreendidas e toleradas, pois elas geram o progresso humano e produzem 
mais bens do que males. 
QUESTÃO: Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase. 
...só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo com a finalidade 
de suas instituições, que é o bem comum... 
Jean-Jacques Rousseau 
A ideia de vontade geral, apresentada por Rousseau em seu livro Do Contrato 
Social, foi fundamental para o amadurecimento do conceito moderno de lei e de 
democracia. 
Assinale a opção que melhor expressa essa ideia conforme concebida por 
Rousseau no livro citado. 
A) A soma das vontades particulares. 
B) A vontade de todos. 
C) O interesse particular do soberano, após o contrato social. 
D) O interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças. (GABARITO) 
 
QUESTÃO: Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase. 
O povo maltratado em geral, e contrariamente ao que é justo, estará disposto em 
qualquer ocasião a livrar-se do peso que o esmaga. – John Locke. 
O Art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988 afirma que “todo o 
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente”. Muitos autores associam tal disposição ao conceito de direito de 
resistência, um dos mais importantes da Filosofia do Direito, de John Locke. 
Assinale a opção que melhor expressa tal conceito, conforme desenvolvido por 
Locke na sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil. 
A) A natureza humana é capaz de resistir às mais poderosas investidas morais e 
humilhações, desde que os homens se apoiem mutuamente. 
B) Sempre que os governantes agirem de forma a tentar tirar e destruir a 
propriedade do povo ou deixando-o miserável e exposto aos seus maus tratos, 
ele poderá resistir. (GABARITO) 
C) Apenas o contrato social, que tira o homem do estado de natureza e o coloca 
na sociedade política, é capaz de resistir às ameaças externas e às ameaças 
internas, de tal forma que institui o direito de os governantes resistirem a 
toda forma de guerra e rebelião. 
D) O direito positivo deve estar isento de toda forma de influência da moral e da 
política. Uma vez que o povo soberano produza as leis, diretamente ou por 
meio de seus representantes, elas devem resistir a qualquer forma de 
interpretação ou aplicação de caráter moral e político. 
COMENTÁRIO: É exatamente isso que Locke defende. Ao estabelecer um acordo 
por meio das leis, não se está a conceder um cheque em branco para o poder 
público fazer o que quiser. Ele foi criado com propósitos específicos e, uma vez 
não observados, surge o direito de resistir à ordem estatal. 
“(...) cada vez que os legisladores tentam tomar ou destruir a propriedade do 
povo, ou reduzi-lo à escravidão sob um poder arbitrário, estão se colocando em 
um estado de guerra contra o povo, que fica, portanto, dispensado de qualquer 
obediência e é então deixado ao refúgio comum que Deus deu a todos os homens 
contra a força e a violência.” – John Locke. 
QUESTÃO: Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase. 
De acordo com o contratualismo proposto por Thomas Hobbes em sua obra 
Leviatã, o contrato social só é possível em função de uma lei da natureza que 
expresse, segundo o autor, a própria ideia de justiça. 
Assinale a opção que, segundo o autor na obra em referência, apresenta esta lei 
da natureza. 
A) Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. 
B) Dar a cada um o que é seu. 
C) Que os homens cumpram os pactos que celebrem. (GABARITO) 
D) Fazer o bem e evitar o mal. 
(COMENTÁRIO: Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e 
Civil. ING, 1651, Thomas Hobbes de Malmesbury: 
Capítulo 15: Sobre outras leis da natureza 
Terceira lei natural: "Os homens têm de cumprir os pactos que celebrarem. (...) 
Nesta lei natural assenta-se a fonte e a origem da justiça".) 
FILOSOFIA DO DIREITO. 
“Filosofia do direito” pode ser definida como “amor ao saber o Direito”. 
Hegel, na Grécia, foi considerado o responsável pelo o termo “Filosofia do direito”, por 
entender a disciplina como uma ciência autônoma. Entretanto Kant entendia ser melhor a 
terminologia “Filosofia no direito”, por entender que a disciplina é apenas uma subdivisão 
da filosofia, mas não uma ciência autônoma. 
 
O conceito de Direito que prevalece no meio acadêmico, no Brasil, hoje em dia, é um 
conceito de direito positivo. 
Assim, entende-se de forma mais ou menos consensual que o Direito é um conjunto de 
normas, impostas pelo Estado, cujo objetivo é regular o convívio social. 
HANS KELSEN. 
O objetivo do positivismo ou também chamado de positivismo jurídico tradicional 
era tratar as ciências humanas (o direito é uma ciência humana) da mesma maneira que 
as ciências naturais ou ciências exatas. 
Mas como funcionam as ciências exatas? As ciências exatas funcionam através do método 
descritivo, quer dizer, elas se limitam a descrever os fenômenos. Por isso o positivismo 
jurídico enquanto método científico pode ser resumido como sendo puramente descritivo. 
O grande nome do positivismo tradicional é Hans Kelsen, ele é o grande desenvolvedor 
do direito enquanto método científico, neste sentido ele escreveu o livro “Teoria PURA 
do direito”. 
Enquanto ideologia, o positivismo jurídico tradicional defendia o “direito livre de valor”. 
O jurista na sua tarefa científica de descrever a ordem jurídica e o juiz na sua tarefa de 
aplicar a lei têm que estar livre da influência de qualquer outra ciência e de quaisquer 
outros valores sobre o direito. A política, a moral, a economia, a religião, e até mesmo a 
justiça não podem exercer qualquer tipo de influência sobre o juiz e sobre o jurista, por 
isso “direito livre de valor” 
 
A grande contribuição do positivismo jurídico para o pensamento jurídico ocidental é a 
“Construção escalonada” de ordem jurídica. O direito passa a ser visto como um 
sistema hierárquico de normas, por isso “construção escalonada”. 
A norma de hierarquia inferior retira seu fundamento de validade de uma norma de 
hierarquia superior e assim sucessivamente até chegarmos à Constituição, que está no 
ápice do ordenamento jurídico. 
 
Chegando na segunda guerra mundial percebemos que tudo que a Alemanha nazista fez, 
ela fez com base em normas aprovadas de uma maneira válida. Então apenas 
descrevendo o ordenamento jurídico alemão não havia nada de errado naquilo que Hitler 
fez, mas o holocausto não podia ficar indiferente à comunidade jurídica internacional e por 
isso após a segunda guerra mundial, deixou – se de lado a idéia do positivismo jurídico 
enquanto método descritivo, e deixou-se também a ideologia do positivismo jurídico 
enquanto direito livre de valor, permaneceu, porém, a ideia de construção escalonada das 
normas jurídicas. 
Após a segunda guerra mundial, nós engressamos em um período conhecido como 
“Constitucionalismo”, e o direito a partir dos direitos fundamentais previsto na 
Constituição se abre ao diálogo com a moral e com a justiça. Por isso chamamos este 
novo período de “Positivismo Crítico” ou “Pós-Positivismo” ou ainda 
“Jusnaturalismo de base racional” – não é mais aquele positivismo acrítico, descritivo 
e livre de valor. 
 
O jusnaturalismoe o positivismo tradicional são antagônicos entre si. O jusnaturalismo 
compreende que existe o direito natural que decorre da natureza das coisas e por isso está 
acima da lei. A primeira fonte para esse direito natural é a razão, como algo natural e 
inerente a todo ser humano, uma razão natural. A segunda fonte deste direito natural é a 
vontade de Deus. Os pensadores do jusnaturalismo são Santo Agostinho e São Tomás de 
Aquino. É bem claro que o Jusnaturalismo e a primeira tese do positivismo, o positivismo 
tradicional são antagônicos porque esta nega o próprio direito natural. 
 
QUESTÃO: Na obra "Teoria Pura do Direito" de Hans Kelsen, é dito que o direito 
não está separado da moral na vida real, mas deve ser estudado separadamente. 
CERTO. 
QUESTÃO: Segundo o positivismo jurídico a norma jurídica se legitima por si só, 
ela não precisa da política, da religião ou da metafísica. A princípio comporta 
qualquer conteúdo e é explicada por seu campo formal e não material, ou seja, 
não importa o conteúdo da norma, mas sim como ela se legitima, como ela foi 
criada e como ela foi colocada no ordenamento jurídico. 
CERTO. 
 
QUESTÃO: Positivação no positivismo significa que a norma jurídica precisa estar 
escrita, assim como é no Brasil (Civil Law), diferentemente de países anglo- 
saxônicos como a Inglaterra e os EUA que se baseiam nos precedentes (decisões 
dos tribunais, ou seja, Stare Decisis), se baseiam nos costumes. 
CERTO. Apesar de o Brasil também usar os costumes e os princípios gerais do 
direito como fontes do direito também (Art. 4º da LINDB). 
 
QUESTÃO: Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase. 
Isso pressupõe que a norma de justiça e a norma do direito positivo sejam 
consideradas como simultaneamente válidas. Tal, porém, não é possível, se as 
duas normas estão em contradição, quer dizer, entram em conflito uma com a 
outra. Nesse caso apenas uma pode ser considerada como válida. 
Hans Kelsen 
Sobre a relação entre validade e justiça da norma, o jusfilósofo Hans Kelsen, em 
seu livro O Problema da Justiça, sustenta o princípio do positivismo jurídico, para 
afirmar que 
A) a validade de uma norma do direito positivo é independente da validade de 
uma norma de justiça. (GABARITO. O direito positivo independe de religião, 
costumes, princípios, valores, sociologia, história, política, economia, justiça 
etc. Por isso Hans Kelsen tem a obra chamada de a Teoria PURA do Direito.) 
B) o direito possui uma textura aberta que confere, ao intérprete, a possibilidade 
de buscar um equilíbrio entre interesses conflitantes. 
C) o valor de justiça do ato normativo define a validade formal da norma; por isso 
valor moral e valor jurídico se confundem no direito positivo. 
D) a validade de uma norma jurídica se refere à sua dimensão normativa positiva, 
à sua dimensão axiológica, e também, à sua dimensão fática. 
 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público. Filosofia do Direito. 
Na obra O que é justiça? Hans Kelsen explicita que sua Teoria Pura do Direito 
formula a regra de Direito (usando o termo em sentido descritivo) como um juízo. 
A) hipotético em que o delito surge como condição essencial e a sanção como a 
consequência. (GABARITO. As normas jurídicas são consideradas por Kelsen 
como normas hipotéticas, porque baseado no entendimento de Kelsen, é aquilo 
que deve ser, e não necessariamente naquilo que é. Diferentemente de Hegel que 
falava não no direito de “dever ser” mas no direito de “ser”) 
B) categórico em que o delito surge como condição essencial e a sanção como a 
consequência. 
C) hipotético em que a sanção surge como condição essencial e o delito como a 
consequência. 
D) hipotético em que a moral surge como condição essencial e a sanção como a 
consequência. 
E) categórico em que a sanção surge como condição essencial e o delito como a 
consequência. 
QUESTÃO: Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2010 - DPE-SP - 
Defensor Público 
"Esse princípio tem, nas regras de Direito, uma função análoga a que tem o princípio 
da causalidade nas leis naturais por meio das quais a ciência natural descreve a 
natureza. Uma regra de direito, por exemplo, é a afirmação de que, se um homem 
cometeu um crime, uma punição deve ser infligida a ele, ou a afirmação de que, se 
um homem não paga uma dívida contraída por ele, uma execução civil deve ser 
dirigida contra sua propriedade. Formulando de um modo mais geral: se um delito 
for cometido, uma sanção deve ser executada". 
No trecho reproduzido acima, em sua obra O que é justiça?, Hans Kelsen refere-se 
ao princípio 
A) do monismo metodológico. 
B) da imperatividade do direito. 
C) da validade. 
D) da eficácia. 
E) da imputação. (GABARITO. Análoga vem de analogia. É algo parecido.) (Anômalo 
é algo que foge a regra, ou seja, é algo diferente.) 
 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público. Filosofia do Direito. 
Considere as seguintes afirmações sobre a Teoria Pura do Direito de Hans 
Kelsen: 
I. A Teoria Pura do Direito trata o Direito como um sistema de normas válidas 
criadas por atos de seres humanos. (CERTO. Diferentemente do jusnaturalismo, 
Kelsen, como um bom positivista afirma que o direito trata de um sistema de 
normas válidas criadas por seres humanos. Como o nome de sua obra diz: Teoria 
PURA do direito, o direito está livre de valores, da justiça, da política, da religião, 
e até da sociologia e da história.) 
II. A Teoria Pura do Direito, assumindo o sincretismo metodológico, pretende ser 
a única ciência do Direito possível ou legítima. (ERRADO. Sincretismo significa 
fusão, união, mistura de algo. No caso da questão refere-se a mistura de 
metódos. E isso na prática significa trabalhar com a ideia da adoção de métodos 
de várias ciências (Economia, Sociologia, Psicologia...) para se encontrar o 
Direito. Entretanto, Kelsen buscou foi afastar tal análise sincretista (Teoria PURA 
do Direito). 
III. A Teoria Pura do Direito limita-se a uma análise estrutural do Direito 
positivo. (CERTO.) 
QUESTÃO: Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase. 
Hans Kelsen, ao abordar o tema da interpretação jurídica no seu livro Teoria Pura do 
Direito, fala em ato de vontade e ato de conhecimento. Em relação à aplicação do 
Direito por um órgão jurídico, assinale a afirmativa correta da interpretação. 
A) Prevalece como ato de conhecimento, pois o Direito é atividade científica e, 
assim, capaz de prover precisão técnica no âmbito de sua aplicação por agentes 
competentes. 
B) Predomina como puro ato de conhecimento, em que o agente escolhe, conforme 
seu arbítrio, qualquer norma que entenda como válida e capaz de regular o caso 
concreto. 
C) A interpretação cognoscitiva combina-se a um ato de vontade em que o órgão 
aplicador efetua uma escolha entre as possibilidades reveladas por meio da 
mesma interpretação cognoscitiva. (GABARITO.) 
D) A interpretação gramatical prevalece como sendo a única capaz de revelar o 
conhecimento apropriado da mens legis. 
COMENTÁRIO: Segundo Kelsen as normas não são completamente precisas. 
Todas possuem um certo nível de vagueza e por isso em dado momento o órgão 
competente de direito precisa escolher uma das possibilidades de interpretação 
que determinada norma possui. Em outras palavras, Kelsen explícita que a norma 
superior cria uma espécie de moldura, que limita a atuação da norma inferior, 
onde existem várias possibilidades legais de aplicação do direito. 
A interpretação, portanto, é responsável pela escolha de uma das possibilidades 
que se inserem nessa moldura do direito. Ela pode ser dividida em duas partes 
distintas. Primeiramente o intérprete se manteria neutro, agindo única e 
exclusivamente através de um ato cognoscitivo (um ato desprovido de vontade, 
ou seja, um ato apenasde conhecimento). Essa interpretação cognoscitiva 
serviria para definir a moldura e conhecer todas as possibilidades de ação 
possíveis legalmente. Posteriormente através de um ato de vontade o intérprete 
dentro das possibilidades definidas anteriormente escolherá uma de suas opções. 
É importante ressaltar que Kelsen afirma não haver uma opção certa, sendo 
assim, a escolha de uma das possibilidades é puramente subjetiva. 
 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: FCC. Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público. Filosofia do Direito. 
Na obra “O que é justiça?” ao discorrer sobre a justiça como um problema de 
justificação do comportamento humano, Hans Kelsen afirma: “(...) não é de admirar 
que as inúmeras teorias de justiça apresentadas desde tempos imemoriais até os 
dias de hoje se deixem reduzir facilmente a dois tipos básicos”. Estes dois tipos 
básicos são denominados pelo autor: 
A) intuitivo-indutivo e racional-dedutivo. 
B) científico-racional e emotivo-cognitivo. 
C) metafísico-religioso e pseudo-racionalista. (GABARITO) 
D) idealista-jusnaturalista e realista-positivista. 
E) lógico-dedutivo e axiológico-valorativo. 
QUESTÃO: Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2012 - DPE-SP - 
Defensor Público. 
Na perspectiva da Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen, é possível distinguir 
uma “jurisprudência” que trata da validade do Direito de outra que considera a 
eficácia do Direito. Para o pensador, estas jurisprudências “andam lado a lado” e 
“nenhuma é capaz de substituir a outra, porque cada uma trata de problemas 
diferentes”. Daí a Teoria Pura do Direito insistir em distingui-las claramente. 
Segundo a nomenclatura que lhes é atribuída por Kelsen, na obra O que é 
justiça? elas podem ser chamadas, respectivamente, de 
A) jurisprudência validativa e jurisprudência eficiente. 
B) jurisprudência sociológica e jurisprudência normativa. 
C) jurisprudência eficiente e jurisprudência validativa. 
D) jurisprudência normativa e jurisprudência sociológica. (GABARITO. 
Jurisprudencia normativa é aquela que é aplicada, observada, e ponto, mas 
segundo Kelsen, uma norma jurídica não é somente válida quando 
inteiramente observada e aplicada, mas quando eficaz na sociedade.) 
E) jurisprudência normativa e jurisprudência eficiente. 
HERBERT HART. 
QUESTÃO: OAB XXII 2017. Filosofia do Direito. 
A principal tese sustentada pelo paradigma do positivismo jurídico é a validade 
da norma jurídica, independentemente de um juízo moral que se possa fazer 
sobre o seu conteúdo. No entanto, um dos mais influentes filósofos do direito 
juspositivista, Herbert Hart, no seu pós-escrito ao livro O Conceito de Direito, 
sustenta a possibilidade de um positivismo brando, eventualmente chamado de 
positivismo inclusivo ou soft positivismo. 
Assinale a opção que apresenta, segundo o autor na obra em referência, o 
conceito de positivismo brando. 
a) O reconhecimento da existência de normas de direito natural e de que tais 
normas devem preceder às normas de direito positivo sempre que houver 
conflito entre elas. 
b) A jurisprudência deve ser considerada como fonte do direito da mesma forma 
que a lei, de maneira a produzir uma equivalência entre o sistema de common 
law ou de direito consuetudinário e sistema de civil law ou de direito romano- 
germânico. 
c) O positivismo brando ocorre no campo das ciências sociais, não possuindo, 
portanto, o mesmo rigor científico exigido no campo das ciências da natureza. 
d) A possibilidade de que a norma de reconhecimento de um ordenamento 
jurídico incorpore, como critério de validade jurídica, a obediência a princípios 
morais ou valores substantivos. (GABARITO) 
 
QUESTÃO: OAB XII 2013 Filosofia do Direito. 
Considere a seguinte afirmação de Herbert L. A. Hart: 
“Seja qual for o processo escolhido, precedente ou legislação, para a 
comunicação de padrões de comportamentos, estes, não obstante a facilidade 
com que atuam sobre a grande massa de casos correntes, revelar-se-ão como 
indeterminados em certo ponto em que a sua aplicação esteja em questão.” 
(HART, Herbert. O Conceito de Direito. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1986, p. 
141) 
Hart admite um grau de indeterminação nos padrões de comportamento 
previstos na legislação e nos precedentes judiciais. A respeito, assinale a 
afirmativa correta. 
a) Trata-se do fenômeno chamado na doutrina jurídica de lacuna material do 
direito, em que o jurista não consegue dar uma resposta com base no próprio 
direito positivo para uma situação juridicamente relevante. (ERRADO) 
b) Trata-se da textura aberta do direito, expressa por meio de regras gerais de 
conduta, que deve ganhar um sentido específico dado pela autoridade 
competente, à luz do caso concreto. (GABARITO. Um exemplo de uma regra 
geral de conduta indeterminada é dizer o que é boa fé ou ma fé. No caso 
concreto o juiz que vai determinar se a pessoa agiu ou não de má fé. Kelsen 
também trata desse assunto dizendo que alguns conceitos muito amplos 
escritos na lei foram de propósito para que o juiz aplique o direito no caso 
concreto.) 
c) Trata-se da incompletude do ordenamento jurídico que, por isso mesmo, deve 
recorrer aos princípios gerais do direito, a fim de promover uma integração do 
direito positivo. (ERRADO) 
d) Trata-se do fenômeno denominado de anomia social pelos sociólogos do 
direito, em que existe um vácuo de normas jurídicas e a impossibilidade real 
de regulação de conflitos juridicamente relevantes. (ERRADO.) 
QUESTÃO: Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TRE-PI Prova: CESPE - 2016 - TRE-PI 
- Analista Judiciário – Judiciária. (Reduzida). 
A derrotabilidade de uma norma constitucional ocorrerá caso uma norma jurídica 
deixe de ser aplicada em determinado caso concreto, permanecendo, contudo, no 
ordenamento jurídico para regular outras relações jurídicas. (CORRETO. 
Derrotabilidade = defeseability, conceito de Herbert Hart.) 
 
QUESTÃO: Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase. Filosofia do Direito. 
Uma das mais importantes questões para a Filosofia do Direito diz respeito ao 
procedimento que define uma norma jurídica como sendo válida. Para o 
jusfilósofo Herbert Hart, em O Conceito de Direito, o fundamento de validade do 
Direito baseia-se na existência de uma regra de reconhecimento, sem a qual não 
seria possível a existência de ordenamentos jurídicos. 
Segundo Hart, assinale a opção que define regra de reconhecimento. 
A) Regra que exige que os seres humanos pratiquem ou se abstenham de praticar 
certos atos, quer queiram quer não. 
B) Regra que estabelece critérios segundo os quais uma sociedade considera 
válida a existência de suas próprias normas jurídicas. (GABARITO. A questão 
versa sobre a possibilidade de que haja validade das normas em um 
ordenamento. Para o autor uma norma só é válida por ocasião da existência de 
"regras de reconhecimento “. O que é claramente observado na assertiva "b". 
Essa era mais uma que bastava ler bem a questão.) 
C) Regra que impõe deveres a todos aqueles que são reconhecidos como 
cidadãos sob a tutela do Estado. 
D) Regra que reconhece grupos excluídos e minorias sociais como detentores de 
direitos fundamentais. 
NORBERTO BOBBIO. 
QUESTÃO: Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2010 - DPE-SP - 
Defensor Público. 
Em sua teoria do ordenamento jurídico, Norberto Bobbio estuda os aspectos da 
unidade, da coerência e da completude do ordenamento. Relativamente ao aspecto 
da coerência do ordenamento jurídico, "a situação de normas incompatíveis entre 
si" refere-se ao problema 
A) das antinomias. (GABARITO) 
B) da analogia. 
C) do espaço jurídico vazio. 
D) das lacunas. 
E) da incompletude. 
 
QUESTÃO: Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase 
Um sério problema com o qual o advogado pode se deparar ao lidar com o 
ordenamento jurídico é o das antinomias. Segundo Norberto Bobbio, emseu livro 
Teoria do Ordenamento Jurídico, são necessárias duas condições para que uma 
antinomia ocorra. Assinale a opção que, segundo o autor da obra em referência, 
apresenta tais condições. 
A) As duas normas em conflito devem pertencer ao mesmo ordenamento; as duas 
normas devem ter o mesmo âmbito de validade, seja temporal, espacial, 
pessoal ou material. (GABARITO.) 
B) Ambas as normas devem ter procedido da mesma autoridade legislativa; as 
duas normas em conflito não devem dispor sobre uma mesma matéria. 
C) corre no âmbito do processo judicial quando há uma divergência entre a 
decisão de primeira instância e a decisão de segunda instância ou quando um 
tribunal superior de natureza federal confirma a decisão de segunda instância. 
D) As duas normas aplicáveis não apresentam uma solução satisfatória para o 
caso; as duas normas não podem ser integradas mediante recurso a analogia 
ou costumes. 
COMENTÁRIO: Nesses casos, apela-se a três critérios: 
1°. Critério hierárquico: a norma de hierarquia superior prevalece sobre uma 
norma inferior (por exemplo, uma norma constitucional prevalece sobre uma 
infraconstitucional) 
2°. Critério da especialidade: Lex specialis derogat generalis. Ou seja, uma 
norma especial prevalece sobre uma norma geral (por exemplo, em casos 
envolvendo consumidores, aplica-se a norma do Código de Defesa do 
Consumidor, e não do Código Civil). 
3°. Critério cronológico: a norma posterior prevalece sobre a mais antiga. 
 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público 
Segundo Norberto Bobbio, na obra Teoria do Ordenamento Jurídico, em cada 
grau normativo dos ordenamentos estatais modernos encontra-se “normas 
destinadas a regular a produção de outras normas” e “normas dirigidas 
diretamente a regular a conduta das pessoas”. O autor denomina estas normas, 
respectivamente, 
A) normas de produção e normas de conduta. 
B) normas de conduta e normas de estrutura. 
C) normas de estrutura e normas de interação. 
D) normas de produção e normas de interação. 
E) normas de estrutura e normas de conduta. (GABARITO) 
 
 
QUESTÃO: Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XVIII - Primeira Fase. 
Para o jusfilósofo Norberto Bobbio, uma antinomia real se caracteriza quando 
estamos diante 
A) de duas normas colidentes que pertencem a ordenamentos jurídicos 
diferentes. 
B) de normas que colidem entre si, porém essa colisão é solúvel mediante a 
aplicação do critério cronológico, do critério hierárquico ou do critério de 
especialidade. 
C) de normas colidentes e o intérprete é abandonado a si mesmo pela falta de um 
critério ou pela impossibilidade de solução do conflito entre os critérios 
existentes. (GABARITO) 
D) de duas ou mais normas que colidem entre si e que possuem diferentes 
âmbitos de validade temporal, espacial, pessoal ou material. 
COMENTÁRIO: Antinomia: Conflito de normas, e princípios jurídicos quanto da 
aplicação do caso concreto, as antinomias podem ser: 1. REAIS (Quando 
efetivamente há um conflito entre normas de mesmo valor); 2. APARENTE 
(Ocorre quando há uma possibilidade de superação do conflito com a aplicação 
de normas do próprio ordenamento jurídico) 
 
QUESTÃO: Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
A ideia da existência de lacuna é um desafio ao conceito de completude do 
ordenamento jurídico. Segundo o jusfilósofo italiano Norberto Bobbio, no livro 
Teoria do Ordenamento Jurídico, pode-se completar ou integrar as lacunas 
existentes no Direito por intermédio de dois métodos, a saber: heterointegração 
e autointegração. 
Assinale a opção que explica como o jusfilósofo define tais conceitos na obra em 
referência. 
A) O primeiro método consiste na integração operada por meio de recursos a 
ordenamentos diversos e a fontes diversas daquela que é dominante; o 
segundo método consiste na integração cumprida por meio do mesmo 
ordenamento, no âmbito da mesma fonte dominante, sem recorrência a 
outros ordenamentos. (GABARITO) 
 
QUESTÃO: Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase. Filosofia do Direito. 
Costuma-se dizer que o ordenamento jurídico regula a própria produção 
normativa. Existem normas de comportamento ao lado de normas de estrutura... 
elas não regulam um comportamento, mas o modo de regular um 
comportamento... 
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. São Paulo: Polis; Brasília 
EdUnB, 1989. 
A atuação de um advogado deve se dar com base no ordenamento jurídico. Por 
isso, não basta conhecer as leis; é preciso compreender o conceito e o 
funcionamento do ordenamento. Bobbio, em seu livro Teoria do Ordenamento 
Jurídico, afirma que a unidade do ordenamento jurídico é assegurada por suas 
fontes. 
Assinale a opção que indica o fato que, para esse autor, interessa notar para uma 
teoria geral do ordenamento jurídico, em relação às fontes do Direito. 
A) No mesmo momento em que se reconhece existirem atos ou fatos dos quais se 
faz depender a produção de normas jurídicas, reconhece-se que o 
ordenamento jurídico, além de regular o comportamento das pessoas, regula 
também o modo pelo qual se devem produzir as regras. (GABARITO. Conforme 
a questão anterior) 
QUESTÃO: OAB XVI 2015. Filosofia do Direito. 
O Art. 126 do CPC afirma que o juiz não se exime de sentenciar ou despachar 
alegando lacuna ou obscuridade da lei. A questão das lacunas também é 
recorrente no âmbito dos estudos da Filosofia e da Teoria Geral do Direito. O 
jusfilósofo Norberto Bobbio, no livro Teoria do Ordenamento Jurídico apresenta 
um estudo sobre essa questão. 
O autor denomina por lacuna ideológica a falta de uma norma 
a)legitimamente produzida pelo legislador democrático. 
b) justa, que enseje uma solução satisfatória ao caso concreto. (GABARITO.) 
c) que atenda às convicções ideológicas pessoais do juiz. 
d) costumeira, que tenha surgido de práticas sociais inspiradas nos valores 
vigentes. 
 
QUESTÃO: OAB XV 2014.Filosofia do Direito. 
Ao explicar as características fundamentais da Escola da Exegese, o jusfilósofo 
italiano Norberto Bobbio afirma que tal Escola foi marcada por uma concepção 
rigidamente estatal de direito. Como consequência disso, temos o princípio da 
onipotência do legislador. 
Segundo Bobbio, a Escola da Exegese nos leva a concluir que 
a) a lei não deve ser interpretada segundo a razão e os critérios valorativos 
daquele que deve aplicá-la, mas, ao contrário, este deve submeter-se 
completamente à razão expressa na própria lei. (GABARITO. A escola de 
exegese, acredita que " O juiz é a boca da lei". Acreditam em um juiz mais 
robotizado, o mesmo deve apenas interpretar a lei e aplicá-la, pois o mesmo 
não cria o direito. Além disso, essa teoria “estatista” diz que somente o 
estado é detentor do direito, ao contrário da teoria “institucionalista” que diz 
que a sociedade como um todo é detentora do direito) 
 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público. Filosofia do Direito. 
Ao analisar o tema da pluralidade dos ordenamentos, na obra Teoria da norma 
jurídica, Norberto Bobbio enfatiza que a teoria institucionalista 
A) reafirma que o Estado e as suas instituições detém exclusividade na produção 
do direito. 
B) sustenta que o Estado é a única instituição que estabelece o direito. 
C) rompe com a teoria estatalista, pois rejeita a redução do direito a uma forma 
estatal de expressão. (GABARITO. É preciso reconhecer o mérito da teoria 
institucionalista de ter alargado os horizontes da experiência jurídica para 
além das fronteiras do Estado. Fazendo do direito um fenômeno social e 
considerando o fenômeno da organização como um critério fundamental para 
distinguir uma sociedade jurídica de uma sociedade não jurídica, essa teoria 
rompeu com o círculo fechado da teoria estatatista do direito,que considera o 
direito apenas o direito estatal, e identifica o âmbito do direito com o Estado.) 
D) confunde-se com a teoria estatalista, pois enxerga no Estado a única 
instituição que cria o direito 
E) considera o Estado moderno como a instituição que detém o monopólio da 
produção jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO: Ano: 2021. Banca: FGV. Órgão: OAB. Exame de Ordem Unificado 
XXXII - Primeira Fase. 
Norberto Bobbio, em seu livro O Positivismo Jurídico: lições de Filosofia do 
Direito, afirma que o positivismo jurídico é uma teoria na medida em que se 
propõe a descrever o Direito, mas que também pode ser uma ideologia na 
medida em que se propõe a ser um certo modo de querer o Direito. Assinale a 
opção que, segundo Bobbio, no livro em referência, expressa essa suposta 
ideologia do positivismo jurídico, denominada por ele positivismo ético. 
A) A ética como fundamento moral para a autoridade competente propor e 
aprovar a lei. 
B) A lei só é válida se for moralmente aceitável por parte da maioria da 
população. 
C) A lei deve ser obedecida apenas na medida em que se revelar socialmente 
útil. 
D) O dever absoluto ou incondicional de obedecer a lei enquanto tal. 
(GABARITO. Para Norberto Bobbio e para Hans Kelsen o positivismo jurídico é 
aquilo que está escrito, sem levar em consideração valores ou outras fontes. 
Cuidado que Norberto Bobbio chama o positivismo jurídico de positivismo 
jurídico ou de positivismo ético. A dica é que se falar em positivismo, é aquilo 
que está escrito que é levado em consideração (sem levar em consideração 
valores ou outras fontes)) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UTILITARISMO, JEREMY BENTHAM E JOHN STUART MILL. 
Utilitarismo é um modelo ético que foi formulado pela primeira vez pelos ingleses: 
Jeremy Bentham (1748 – 1842) 
e John Stuart Mill (1806 – 1873) 
 
Bentham foi propositor de um utilitarismo quantitativo (matemático, ou seja, quanto mais 
melhor), enquanto John Start Mill de um utilitarismo qualitativo. 
 
O utilitarismo é uma doutrina moral e não apenas uma teoria moral. Isso quer dizer que é 
algo que deve ser aplicado na prática, diferentemente da teoria moral Kantiniana que é 
algo quase impossível de ser aplicado na prática. 
 
É uma moral consequencialista e não deontológica. Ela visa a finalidade e não o modo de 
agir. 
 
O padrão moral kantiano é o da deontologia. Então para Kant, por exemplo, não se pode 
mentir nem que seja para salvar uma pessoa, porque no modelo deontolócio, importa o 
meio pelo qual quer alcançar o objetivo. Já no consequencialismo os fins justificam os 
meios, porque o que importa é a consequencia. 
 
O utilitarismo baseia – se na seguinte máxima: “Agir sempre de forma a produzir 
a maior quantidade de bem-estar”. 
 
Jeremy Bentham vai dizer que a quantidade é mais importante que qualidade enquanto 
John Stuart Mill vai dizer que a qualidade é mais importante que a quantidade. Mas os dois 
vão dizer que o importante é agir para beneficiar o máximo de pessoas possíveis, e que a 
justiça é baseada na felicidade das pessoas. 
 
Um exemplo bacana é do trêm que vai passar por cima ou de 3 pessoas ou de 1 pessoa. 
Você não pode salvar todos, mas pode escolher desviar o trêm ou para matar 3 pessoas 
ou para matar 1 pessoa. Segundo Jeremy Bentham vai dizer somente que é melhor matar 
uma pessoa do que três. John Stuart Mill vai dizer que não basta isso, ele coloca 
elementos qualitativos, por exemplo aquela uma pessoa pode ser uma pessoa especial 
para você, neste caso, vale salvar esta pessoa em detrimento das outras. 
 
QUESTÃO Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2014 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XIV - Primeira Fase 
O filósofo inglês Jeremy Bentham, em seu livro Uma introdução aos princípios da 
moral e da legislação, defendeu o princípio da utilidade como fundamento para a 
Moral e para o Direito. 
Para esse autor, o princípio da utilidade é aquele que 
A) estabelece que a moral e a lei devem ser obedecidas porque são úteis à 
coexistência humana na vida em sociedade. 
B) aprova ou desaprova qualquer ação, segundo a tendência que tem a aumentar 
ou diminuir a felicidade das pessoas cujos interesses estão em jogo. 
(GABARITO) 
C) demonstra que o direito natural é superior ao direito positivo, pois, ao longo 
do tempo, revelou-se mais útil à tarefa de regular a convivência humana. 
D) afirma que a liberdade humana é o bem maior a ser protegido tanto pela moral 
quanto pelo direito, pois são a liberdade de pensamento e a ação que 
permitem às pessoas tornarem algo útil. 
QUESTÃO: Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase. Filosofia do Direito. 
É preciso repetir mais uma vez aquilo que os adversários do utilitarismo 
raramente fazem o favor de reconhecer: a felicidade que os utilitaristas adotaram 
como padrão do que é certo na conduta não é a do próprio agente, mas a de 
todos os envolvidos. 
 
John Stuart Mill 
 
Na defesa que Stuart Mill faz do utilitarismo como princípio moral, em seu texto 
Utilitarismo, ele afirma que o utilitarismo exige que o indivíduo não coloque seus 
interesses acima dos interesses dos demais, devendo, por isso, ser imparcial e 
até mesmo benevolente. 
Assim, no texto em referência, Stuart Mill afirma que, para aproximar os 
indivíduos desse ideal, a utilidade recomenda que 
A) as leis e os dispositivos sociais coloquem, o máximo possível, a felicidade ou o 
interesse de cada indivíduo em harmonia com os interesses do todo. 
(GABARITO) 
B) o Direito Natural, que possui como base a própria natureza das coisas, seja o 
fundamento primeiro e último de todas as leis, para que o desejo de ninguém 
se sobreponha ao convívio social. 
C) os sentimentos morais que são inatos aos seres humanos e conformam, de 
fato, uma parte de nossa natureza, já que estão presentes em todos, sejam a 
base da legislação. 
D) as leis de cada país garantam a liberdade de cada indivíduo em buscar sua 
própria felicidade, ainda que a felicidade de um não seja compatível com a 
felicidade de outro. 
 
QUESTÃO: Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
“A igualdade de recursos é uma questão de igualdade de quaisquer recursos que 
os indivíduos possuam privadamente.” - Ronald Dworkin. 
A igualdade é um dos valores supremos presentes na Constituição da República 
e, também, objeto de um debate profundo no âmbito da Filosofia do Direito. 
Assinale a alternativa que apresenta a concepção de igualdade distributiva, 
defendida por Ronald Dworkin em seu livro A Virtude Soberana. 
A) Circunstâncias segundo as quais as pessoas não são iguais em bem-estar, mas 
nos recursos de que dispõem. (GABARITO) 
COMENTÁRIO: "Dworkin (2005, p.79) trata da liberdade no seguinte trecho: 
“Admitirei, para esse fim, que a igualdade de recursos é uma questão de 
igualdade de quaisquer recursos que os indivíduos possuam privativamente”. 
Como dito anteriormente, Dworkin (2005) critica a visão utilitarista de justiça - 
que calcula a igualdade pelo bem-estar das pessoas - pois segundo ele, o bem- 
estar não pode ser utilizado como único critério para uma análise social bem- 
sucedida. 
QUESTÃO: Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase. 
Uma punição só pode ser admitida na medida em que abre chances no sentido de 
evitar um mal maior. – Jeremy Bentham. 
Jeremy Bentham, em seu livro Princípios da Moral e da Legislação, afirma que há 
quatro casos em que não se deve infligir uma punição. 
Assinale a opção que corresponde a um desses casos citados pelo autor na obra 
em referência. 
A) Quando a lei não é suficientemente clara na punição que estabelece. 
B) Quando o prejuízo produzido pela punição for maior do que o prejuízo que se 
quer evitar. (GABARITO) 
C) Quando o juiz da causa entende ser inoportuna a aplicação da punição. 
D) Quando o agressor jásofreu o suficiente em função das vicissitudes do 
processo penal. 
COMENTÁRIO: "O filósofo inglês Jeremy Benthan defendia a ideia de que as leis 
deveriam ser revogáveis e passíveis de aperfeiçoamento. 
No que tange à punição, cumpre-se enfatizar que esta constitui um ato 
pernicioso, um mal; assim, “uma punição só pode ser admitida na medida em que 
abre chances no sentido de evitar um mal maior”. 
Bentham evidencia, então, os casos gerais em que infligir punição, logicamente, 
não seria admitido: 
(1) Quando não houver motivo para a punição, ou seja, quando não houver 
nenhum prejuízo a evitar, pelo fato de o ato em seu conjunto não ser pernicioso. 
(2) Quando a punição só pode ser ineficaz, ou seja, quando a mesma não pode 
agir de maneira a evitar o prejuízo. 
(3) Quando a punição for inútil ou excessivamente dispendiosa; isto aconteceria 
em caso de o prejuízo produzido por ela ser maior do que o prejuízo que se quer 
evitar. 
(4) Quando a punição for supérflua, o que acontece quando o prejuízo pode ser 
evitado – ou pode cessar por si mesmo – sem a punição, ou seja por um preço 
menor." 
QUESTÃO: OAB. FGB. 2016. 
Há um limite para a interferência legítima da opinião coletiva sobre a 
independência individual, e encontrar esse limite, guardando-o de invasões, é tão 
indispensável à boa condição dos negócios humanos como a proteção contra o 
despotismo político. 
John Stuart Mill 
A consciência jurídica deve levar em conta o delicado balanço entre a liberdade 
individual e o governo das leis. No livro A Liberdade. Utilitarismo, John Stuart Mill 
sustenta que um dos maiores problemas da vida civil é a tirania das maiorias. 
Conforme a obra citada, assinale a opção que expressa corretamente a maneira 
como esse autor entende o que seja tirania e a forma de proteção necessária. 
A) A tirania resulta do poder do povo como autogoverno porque o povo não é 
esclarecido para fazer suas escolhas. A proteção contra essa tirania é delegar 
o governo aos mais capacitados, como uma espécie de governo por 
meritocracia. 
B) A deliberação de juízes ao imporem suas concepções de certo e errado sobre 
as causas que julgam, produz a mais poderosa tirania, pois subjuga a vontade 
daqueles que estão sob a jurisdição desses magistrados. Apenas o duplo grau 
de jurisdição pode proteger a sociedade desta tirania. 
C) Os governantes eleitos impõem sobre o povo suas vontades e essa forma de 
opressão é a única tirania da maioria contra a qual se deve buscar a proteção 
na vida social, o que é feito por meio da desobediência civil. 
D) A sociedade, quando faz as vezes do tirano, pratica uma tirania mais temível 
do que muitas espécies de opressão política, pois penetra nos detalhes da vida 
e escraviza a alma. Por isso é necessária a proteção contra a tirania da opinião 
e do sentimento dominantes. (GABARITO.) 
KANT. 
O padrão moral kantiano é o da deontologia. Então para Kant, por exemplo, não se pode 
mentir nem que seja para salvar uma pessoa, porque para a deontologia importa-se o 
meio pelo qual quer alcançar o objetivo. Já no consequencialismo os fins justificam os 
meios, porque o que imorta é a consequência. 
 
QUESTÃO: OAB X 2013 Filosofia do Direito. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO 
DIREITO. 
“Manter os próprios compromissos não constitui dever de virtude, mas dever de 
direito, a cujo cumprimento pode-se ser forçado. Mas prossegue sendo uma ação 
virtuosa (uma demonstração de virtude) fazê-lo mesmo quando nenhuma 
coerção possa ser aplicada. A doutrina do direito e a doutrina da virtude não são, 
consequentemente, distinguidas tanto por seus diferentes deveres, como pela 
diferença em sua legislação, a qual relaciona um motivo ou outro com a lei”. 
Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relação entre o 
direito e a moral. A esse respeito, assinale a afirmativa correta. 
a) O direito e a moral são idênticos, tanto na forma como no conteúdo 
prescritivo. Assim, toda ação contrária à moralidade das normas jurídicas é 
também uma violação da ordem jurídica. 
b) A conduta moral refere-se à vontade interna do sujeito, enquanto o direito é 
imposto por uma ação exterior e se concretiza no seu cumprimento, ainda que as 
razões da obediência do sujeito não sejam morais. (GABARITO) 
c)A coerção, tanto no direito quanto na moral, é um elemento determinante. É na 
possibilidade de impor-se pela força, independentemente da vontade, que o 
direito e a moral regulam a liberdade. 
d) Direito e moral são absolutamente distintos. Consequentemente, cumprir a lei, 
ainda que espontaneamente, não é demonstração de virtude moral. (Acredito 
que o erro desta afirmação seja afirmar que o direito e a moral são 
absolutamente distintos...) 
 
QUESTÃO: Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XIX - Primeira Fase. 
Segundo o filósofo Immanuel Kant, em sua obra Fundamentação da Metafísica 
dos Costumes, a ideia de dignidade humana é entendida 
A) como qualidade própria de todo ser vivo que é capaz de sentir dor e prazer, 
isto é, característica de todo ser senciente. 
B) quando membros de uma mesma espécie podem ser considerados como 
equivalentes e, portanto, iguais e plenamente cooperantes se eles possuem 
dignidade. 
C) como valor jurídico que se atribui às pessoas como característica de sua 
condição de sujeitos de direitos. 
D) como algo que está acima de todo o preço, pois quando uma coisa tem um 
preço pode-se pôr em vez dela qualquer outra como equivalente; mas quando 
uma coisa está acima de todo o preço, e portanto não permite equivalência, 
então ela tem dignidade. (GABARITO.) 
QUESTÃO: Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2014 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado – XV. 
Na Doutrina do Direito, Kant busca um conceito puramente racional e que possa 
explicar o direito independentemente da configuração específica de cada 
legislação. Mais precisamente, seria o direito entendido como expressão de uma 
razão pura prática, capaz de orientar a faculdade de agir de qualquer ser 
racional. 
Assinale a opção que contém, segundo Kant, essa lei universal do direito. 
A) Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na 
pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim, e nunca como 
meio. 
B) Age exteriormente, de modo que o livre uso de teu arbítrio possa se conciliar 
com a liberdade de todos, segundo uma lei universal. (GABARITO) 
C) Age como se a máxima de tua ação se devesse tornar, pela tua vontade, lei 
universal da natureza. 
D) Age de forma que conserves sempre a tua liberdade, ainda que tenhas de 
resistir à liberdade alheia. 
RUDOLF VON IHERING. 
QUESTÃO: Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) 
“O direito não é uma simples ideia, é uma força viva.” 
(Rudolf von Ihering) 
Em seu texto “A Luta pelo Direito”, o jurista alemão Rudolf von Ihering apresenta 
o conceito de direito a partir da ideia de luta social. 
Assinale a afirmativa que expressa o sentido que, no trecho citado, Ihering 
confere ao direito. 
A) Trabalho incessante e uma luta sem tréguas nos quais participam o Poder 
Público e toda a população, isto é, qualquer pessoa que se veja na 
contingência de ter de afirmar seu direito. (GABARITO) 
B) Uma luta permanente que é travada por parlamentares no âmbito da arena 
legislativa, que o fazem em nome da população a partir das eleições que 
configuram o processo democrático de legitimação popular. 
C) O resultado dinâmico da jurisprudência que cria e recria o direito a partir das 
demandas de cada caso concreto, adaptando a lei ao mundo real. 
D) O produto das relações industriais e comerciais que são livremente travadas 
por agentes econômicos, trabalhadores e empregadores e que definem, no 
contexto de uma luta concreta, o sentido próprio das leis. 
(COMENTÁRIO: Conforme Rudolf von Ihering, “Todo o direito do mundo foi assim 
conquistado, todo ordenamento jurídicoque se lhe contrapôs teve de ser 
eliminado e todo direito, assim como o direito de um povo ou o de um indivíduo, 
teve de ser conquistado com luta. O DIREITO NÃO É MERO PENSAMENTO, MAS 
SIM FORÇA VIVA. Por isso, a Justiça segura, numa das mãos, a balança, com a 
qual pesa o direito, e na outra a espada, com a qual o defende. A espada sem a 
balança é a força bruta, a balança sem a espada é a fraqueza do direito. Ambas 
se completam e o verdadeiro estado de direito só existe onde a força, com a qual 
a Justiça empunha a espada, usa a mesma destreza com que maneja a balança. O 
direito é um labor contínuo, NÃO APENAS DOS GOVERNANTES, MAS DE TODO O 
POVO. A vida inteira do direito, vista de relance, mostra-nos o mesmo espetáculo 
sem descanso e o trabalho de uma nação, que se baseia no que oferece a 
produção econômica e intelectual”. Fonte: IHERING, Rudolf Von. A luta pelo 
direito. São Paulo: Rideel, 2005. 
 
QUESTÃO: Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase. 
Em tempos de mudanças e reformas, é comum assistirmos a diferentes tipos de 
lutas sociais, especialmente visando à garantia de direitos e à conquista de novos 
direitos. Em A Luta pelo Direito, o jurista alemão Rudolf Von Ihering afirma que o 
fim do Direito é a paz, mas o meio de atingi-lo é a luta. Considerando essa 
afirmação e de acordo com o livro citado, assinale a opção que melhor 
caracteriza o pensamento jusfilosófico de Ihering. 
A) O Direito é sempre o produto do espírito do povo, que é passado de geração 
em geração. Por isso, quando se fala em Direito é preciso sempre olhar para a 
história. O Direito romano é a melhor expressão desse processo social- 
histórico. 
B) O Direito de uma sociedade é a expressão dos conflitos sociais dela e resulta 
de uma luta de pessoas e grupos pelos seus próprios direitos subjetivos. Por 
isso, o Direito é uma força viva, e não uma ideia. (GABARITO) 
C) O Direito resulta exclusivamente da ação institucional do Estado. É no 
parlamento que são travadas as lutas políticas que definem os direitos 
subjetivos presentes no Direito Positivo de uma dada sociedade. 
D) O Direito é parte da infraestrutura da sociedade e resulta de um processo de 
luta de classes, no qual a classe dominante usa o Direito para manter o 
controle sobre os dominados. 
RONALD DWORKIN. 
QUESTÃO: Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
“A igualdade de recursos é uma questão de igualdade de quaisquer recursos que 
os indivíduos possuam privadamente.” - Ronald Dworkin. 
A igualdade é um dos valores supremos presentes na Constituição da República 
e, também, objeto de um debate profundo no âmbito da Filosofia do Direito. 
Assinale a alternativa que apresenta a concepção de igualdade distributiva, 
defendida por Ronald Dworkin em seu livro A Virtude Soberana. 
B) Circunstâncias segundo as quais as pessoas não são iguais em bem-estar, mas 
nos recursos de que dispõem. (GABARITO) 
COMENTÁRIO: "Dworkin (2005, p.79) trata da liberdade no seguinte trecho: 
“Admitirei, para esse fim, que a igualdade de recursos é uma questão de 
igualdade de quaisquer recursos que os indivíduos possuam privativamente”. 
Como dito anteriormente, Dworkin (2005) critica a visão utilitarista de justiça - 
que calcula a igualdade pelo bem-estar das pessoas - pois segundo ele, o bem- 
estar não pode ser utilizado como único critério para uma análise social bem- 
sucedida. 
 
QUESTÃO: Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase. 
Em seu livro Levando os Direitos a Sério, Ronald Dworkin cita o caso “Riggs 
contra Palmer” em que um jovem matou o próprio avô para ficar com a herança. 
O Tribunal de Nova Iorque (em 1889), ao julgar o caso, deparou-se com o fato de 
que a legislação local de então não previa o homicídio como causa de exclusão da 
sucessão. Para solucionar o caso, o Tribunal aplicou o princípio do direito, não 
legislado, que diz que ninguém pode se beneficiar de sua própria iniquidade ou 
ilicitude. Assim, o assassino não recebeu sua herança. Com base na obra citada, 
assinale a opção que melhor expressa uma das pretensões fundamentais da 
jusfilosofia de Ronald Dworkin. 
A) Revelar que a responsabilidade sobre o maior ou menor grau de justiça de um 
ordenamento jurídico é exclusiva do legislador, que deve sempre se esforçar 
por produzir leis justas. 
B) Mostrar como as Cortes podem ser ativistas quando decidem com base em 
princípios, não com base na lei, e que decidir assim fere o estado de Direito. 
C) Defender que regras e princípios são normas jurídicas que possuem as 
mesmas características, de forma que se equivalem; por isso, ambos podem 
ser aplicados livremente pelos Tribunais. 
D) Argumentar que regras e princípios são normas com características distintas, 
mas igualmente vinculantes e, em certos casos, os princípios poderão 
justificar, de forma mais razoável, a decisão judicial. (GABARITO. O norte 
americano Ronald Dworkin e alemão Robert Alexy defendiam o princípio da 
ponderação, que basicamente, para o ordenamento jurídico brasileiro, é o 
princípio da proporcionalidade aplicado quando há conflito de princípios. Por 
exemplo, quando há conflito entre o princípio da liberdade de imprensa com o 
da privacidade, ou conflito entre liberdade de expressão com o princípio da 
dignidade da pessoa humana, deve-se aplicar um em detrimento do outro, mas 
este suprimido não é invalidado, ele continua existindo. Para Dworking, isso 
não acontecia com as normas, porque no conflito de normas deveria aplicar 
uma, invalidando a outra, no plano de validade, tornando a suprimida inválida, 
o que ficou conhecido como a forma de “Tudo ou nada”.) 
EXERCÍCIOS SOBRE TODA A MATÉRIA. 
QUESTÃO: Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
Um juiz pode dar uma sentença favorável a uma querelante com um rostinho 
bonito ou proveniente de determinada classe social, na realidade porque gosta 
do rosto ou da classe, mas ostensivamente pelas razões que apresentar para sua 
decisão. 
Neil MacCormick 
Existem diferentes motivos pelos quais uma decisão é tomada, segundo 
MacCormick. Alguns argumentos podem ser até mesmo inconfessáveis, porém, 
de qualquer forma, a autoridade que decide precisa persuadir um auditório 
quanto à sua decisão. 
Assinale a opção que, segundo Neil MacCormick, em seu livro Argumentação 
Jurídica e Teoria do Direito, apresenta a noção essencial daquilo que a 
fundamentação de uma decisão deve fazer. 
A) Dar boas razões ostensivamente justificadoras em defesa da decisão, de modo 
que o processo de argumentação seja apresentado como processo de 
justificação. (GABARITO. O enunciado observa a importância de uma boa 
argumentação. Argumentar significa justificar, fundamentar. Ainda que o 
candidato nunca tenha lido este professor escocês, poderia usar o raciocínio 
lógico. Boas razões = justificação = argumentação.) (Várias questões de 
filosofia do direito você acha lendo bem o enunciado!) 
B) Realizar uma dedução silogística por intermédio da qual a decisão seja a 
premissa maior, resultante da lei, que deve ser considerada a premissa menor 
do raciocínio lógico. 
C) Proceder a um ato de vontade no qual cabe ao juiz escolher uma norma válida 
contida no ordenamento jurídico vigente e aplicá-la ao caso concreto. 
D) Alinhar-se à jurisprudência dominante em respeito às decisões dos tribunais 
superiores expressas na firma de precedentes, enunciados e súmulas. 
 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público. 
Para Michel Foucault, em Vigiar e punir, as razões de ser essenciais da reforma 
penal no século XVIII, também denominada Reforma Humanista do Direito penal, 
são constituir uma nova economia e uma nova tecnologia do poder de: 
A) recuperar. 
B) ressocializar. 
C) humanizar.D) punir. (GABARITO. Só poderia ser essa alternativa, porque neste período que 
se questionaram o poder absoluto do estado e na maneira como ele punia as 
pessoas) 
E) descriminalizar. 
 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público. Filosofia do Direito. 
Ao discorrer sobre o conceito de norma, no livro A ciência do direito, Tércio 
Sampaio Ferraz Júnior aborda a chamada “Teoria Imperativista da norma”, que 
possui Rudolf von Jhering como um de seus principais representantes. As 
análises do autor sobre esta Teoria explicitam que o seu centro nuclear é a noção 
de 
A) normatividade. 
B) verificação. 
C) vontade. (GABARITO. Para Rudolf von Jhering a VONTADE é o centro nuclear 
da norma jurídica.) 
D) falsificação. 
E) verdade. 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público. 
“Levado pela onipresença dos dispositivos de disciplina, apoiando-se em todas as 
aparelhagens carcerárias, este poder se tornou uma das funções mais 
importantes de nossa sociedade. Nela há juízes da normalidade em toda parte. 
Estamos na sociedade do professor-juiz, do médico-juiz, do educador-juiz, do 
‘assistente social’-juiz; todos fazem reinar a universalidade do normativo; e cada 
um no ponto em que se encontra, aí submete o corpo, os gestos, os 
comportamentos, as condutas, as aptidões, os desempenhos”. 
No trecho acima, extraído da obra Vigiar e punir, Michel Foucault refere-se ao 
tipo de poder cujo grande apoio, na sociedade moderna, foi a rede carcerária, em 
suas formas concentradas ou disseminadas, com seus sistemas de inserção, 
distribuição, vigilância, observação. Este poder é denominado pelo filósofo de 
poder; 
A) totalitário 
B) total. 
C) judiciário. 
D) massificador. 
E) normalizador. (GABARITO) 
 
QUESTÃO: Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2014 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XIV - Primeira Fase. 
O jusfilósofo alemão Gustav Radbruch, após a II Guerra Mundial, escreve, como 
circular dirigida aos seus alunos de Heidelberg, seu texto “Cinco Minutos de 
Filosofia do Direito”, na qual afirma: “Esta concepção da lei e sua validade, a que 
chamamos Positivismo, foi a que deixou sem defesa o povo e os juristas contra 
as leis mais arbitrárias, mais cruéis e mais criminosas.” 
De acordo com a fórmula de Radbruch, 
A) embora as leis injustas sejam válidas e devam ser obedecidas, as leis 
extremamente injustas perderão a validade e o próprio caráter de jurídicas, 
sendo, portanto, dispensada sua obediência. (GABARITO) 
B) apenas a lei justa pode ser considerada jurídica, pois a lei injusta não será 
direito. 
C) o direito é o mínimo ético de uma sociedade, de forma que qualquer lei injusta 
não será direito. 
D) o direito natural é uma concepção superior ao positivismo jurídico; por isso, a 
justiça deve sempre prevalecer sobre a segurança. 
QUESTÃO: Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame 
de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
Algo mais fundamental do que a liberdade e a justiça, que são os direitos dos 
cidadãos, está em jogo quando deixa de ser natural que um homem pertença à 
comunidade em que nasceu... 
 
ARENDT, Hannah. As origens do Totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras, 2012. 
 
A situação atual dos refugiados no mundo provoca uma reflexão jusfilosófica no 
sentido do que já havia pensado Hannah Arendt, logo após a II Guerra Mundial, 
em sua obra As Origens do Totalitarismo. Nela, a autora sustenta que o mais 
fundamental de todos os direitos humanos é o direito a ter direitos, o que não 
ocorre com os apátridas. 
 
Segundo a obra em referência, assinale a opção que apresenta a razão pela qual 
o homem perde sua qualidade essencial de homem e sua própria dignidade. 
 
A) Ser privado de direitos subjetivos específicos previstos no ordenamento 
jurídico pátrio. 
B) Viver sob um regime de tirania que viola a liberdade de crença e limita a 
liberdade de expressão. 
C) Cumprir pena de privação da liberdade, quando executada em penitenciárias 
sob condições desumanas. 
D) Deixar de pertencer a uma comunidade organizada (APÁTRIDA), disposta e 
capaz de garantir quaisquer direitos. (GABARITO) 
 
QUESTÃO: OAB XVIII 2015 Filosofia do Direito. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO 
DIREITO. Métodos na Filosofia do Direito. 
Segundo o jusfilósofo alemão Karl Larenz, os textos jurídicos são 
problematizáveis porque estão redigidos em linguagem corrente ou em 
linguagem especializada, mas que, de todo modo, contêm expressões que 
apresentam uma margem de variabilidade de significação. Nesse sentido, 
assinale a opção que exprime o pensamento desse autor acerca da ideia de 
interpretação da lei. 
a) Deve-se aceitar que os textos jurídicos apenas carecem de interpretação 
quando surgem particularmente como obscuros, pouco claros ou contraditórios. 
b)Interpretar um texto significa alcançar o único sentido possível de uma norma 
conforme a intenção que a ela foi dada pelo legislador. 
c) Os textos jurídicos, em princípio, são suscetíveis e carecem de interpretação 
porque toda linguagem é passível de adequação a cada situação. (GABARITO. 
Para Larenz, os textos jurídicos são problematizáveis. Para ele é um erro aceitar 
que os textos jurídicos só carecem de interpretação quando surgem como 
particularmente “obscuros”, “pouco claros” ou “contraditórios”; pelo contrário, 
em princípio todos os textos jurídicos são suscetíveis e carecem de 
interpretação.) 
d) A interpretação dada por uma autoridade judicial a uma lei é uma conclusão 
logicamente vinculante que, por isso mesmo, deve ser repetida sempre que a 
mesma lei for aplicada. 
QUESTÃO, VUNESP, JUÍZ, 2009 
Aponte a alternativa que corresponde aos respectivos autores ou defensores das 
seguintes ideias ou teorias do direito constitucional: conceito jurídico de 
constituição; poder constituinte; poder moderador; e controle judicial de 
constitucionalidade. 
A) Ferdinand Lassale; Konrad Hesse; D. Pedro I; e Montesquieu. 
B) Konrad Hesse; Ferdinand Lassale; Rui Barbosa; e Rudolf Von Ihering. 
C) Hans Kelsen; Emmanuel J Sieyès; Benjamin Constant; e John Marshal. 
(GABARITO) 
D) Carl Schimidtt; Ferdinand Lassale; Clóvis Bevilaqua; e Immanuel Kant. 
E) Hans Kelsen; Emmanuel J. Sieyès; Benjamin Constant; e Ferdinand 
Lassale. 
 
QUESTÃO: OAB XIX 2016 Filosofia do Direito. 
Segundo o Art. 1.723 do Código Civil, “É reconhecida como entidade familiar a 
união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, 
contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. 
Contudo, no ano de 2011, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao 
julgarem a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277 e a Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental 132, reconheceram a união estável 
para casais do mesmo sexo. 
A situação acima descrita pode ser compreendida, à luz da Teoria Tridimensional 
do Direito de Miguel Reale, nos seguintes termos: 
a) uma norma jurídica, uma vez emanada, sofre alterações semânticas pela 
superveniência de mudanças no plano dos fatos e valores. (CERTO. Para 
Miguel Reale, a norma jurídica está sempre mudando – O direito é mutável de 
acordo com as alterações semânticas em relação ao: FATO; VALOR; NORMA) 
b) toda norma jurídica é interpretada pelo poder discricionário de magistrados, 
no momento em que estes transformam a vontade abstrata da lei em norma 
para o caso concreto. 
c) o fato social é que determina a correta compreensão do que é a experiência 
jurídica e, por isso, os costumes devem ter precedência sobre a letra fria da 
lei. 
A) o ativismo judicial não pode ser confundido com o direito mesmo. Juízes não 
podem impor suas próprias ideologias ao julgarem os casos concretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO: Ano: 2021. Banca: FGV. Órgão: OAB. Exame de Ordem Unificado 
XXXII - Primeira Fase. 
Miguel Reale, ao tratar do tema da validade da norma jurídica em seu livro

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