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Falência e recuperação de empresas

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Falência e Recuperação de empresas. 
Recuperação judicial é um benefício que a lei confere aos empresários e às sociedades 
empresárias para que eles não venham à falência. 
Matéria disciplinada pela LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005, que regula a 
recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTOS INICIAIS. 
QUESTÃO: Ano: 2014 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Florianópolis - SC 
Prova: FEPESE - 2014 - Prefeitura de Florianópolis - SC - Auditor Fiscal de 
Tributos Municipais. 
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente o estado de falência, de 
acordo com a Lei nº 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. (A questão 
quer saber, basicamente, os casos em que pode declarar a falência e os casos em 
que não pode declará-la) 
A) A sociedade civil que, executada por título extrajudicial líquido, não paga, não 
deposita e não nomeia à penhora bens sufcientes dentro do prazo legal. 
(ERRADO, porque a sociedade civil não pode falir. Art. 1º da Lei nº 11.101/2005: 
Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência 
do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente 
como devedor. 
Obs: não se aplica também às EIRELIS, porque se não me engano elas não 
existem mais) 
B) A empresa pública que simula a transferência de seu principal 
estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para 
prejudicar credor. (ERRADO segundo o Art. 2º, I da lei 11.101/2005. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
s: não se aplica também às EIRELIS, porque se não me engano elas não existem 
mais) 
C) Quando a sociedade de economia mista deixa de cumprir, no prazo 
estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. (ERRADO 
segundo o Art. 2ª, I da lei 11.101/2005. Sociedade de economia mista não tem 
legitimidade para falir nem para pedir recuperação judicial. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – empresa pública e sociedade de economia mista;) 
D) Caso o devedor transfira o seu estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem 
o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para 
solver seu passivo. (CERTO. Art. 94. Será decretada a falência do devedor que III 
– pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial: 
(...) 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;) 
E) A sociedade comercial que, sem relevante razão de direito, não paga 
obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos cuja soma 
ultrapasse o equivalente a vinte salários-mínimos na data do pedido de falência. 
(ERRADO. Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o 
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;) 
COMENTÁRIO 1: Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de 
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras 
entidades legalmente equiparadas às anteriores. (não se aplica também às 
EIRELIS, porque elas não existem mais. Não se aplica também às Câmaras de 
compensação, porque elas são instituições financeiras ou equiparadas a 
instituições financeiras.) 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIO 2: Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o 
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não 
nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial: 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso 
ou fraudulento para realizar pagamentos; 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar 
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da 
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de 
burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar 
com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes 
para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu 
domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de 
recuperação judicial. 
O inciso III deste artigo está vinculado ao Art. 1.145 do Código Civil, que diz: Se 
ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia 
da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou 
do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de 
sua notificação. 
 
QUESTÃO: Ano: 2014 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PGE-BA Prova: CESPE - 
2014 - PGE-BA - Procurador do Estado. 
A lei exclui total e absolutamente do direito falimentar as sociedades de 
economia mista, as empresas públicas e as câmaras de compensação. 
CERTO. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de 
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras 
entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
Câmaras de compensação são instituições financeiras ou equiparadas a 
instituições financeiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO: Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: 
CESPE - 2013 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal. 
A Lei n. o 11.101/2005, que regula as recuperações judicial e extrajudicial e a 
falência do empresário e da sociedade empresária, se aplicaria 
A) a uma empresa pública, como a ECT. 
B) a um indivíduo qualquer que, conforme o Código Civil, se enquadre no 
conceito de empresário. (CERTO.) 
C) a uma instituição financeira, como o Banco do Brasil S.A. 
D) a uma entidade de previdência complementar operadora de planos de saúde. 
E) a uma empresa de economia mista, como a PETROBRAS. 
COMENTÁRIO: 
Art. 1º da Lei nº 11.101/2005: Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a 
recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, 
doravante referidos simplesmente como devedor. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de 
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras 
entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
 
QUESTÃO: Ano: 2012 Banca: ESAF Órgão: Receita Federal Prova: ESAF - 2012 - 
Receita Federal - AuditorFiscal da Receita Federal. 
Assinale a opção em que todas as categorias mencionadas sujeitam-se à falência. 
A) Sociedade anônima, empresário, sociedade limitada registrada no Registro 
Civil de Pessoas Jurídicas. 
B) Sociedade cooperativa e sociedade limitada registrada na junta comercial. 
C) Sociedade limitada registrada na junta comercial, empresário e sociedade 
simples. 
D) Sociedade anônima, sociedade limitada registrada na junta comercial e 
empresário que exerce atividade rural e está registrado na junta comercial. 
(GABARITO. Obs: Em regra, quem exerce atividade rural não é empresário, mas 
se ele realizar o registro na junta comercial se tornará empresário) 
E) Companhia e sociedade cooperativa de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO: Ano: 2012 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2012 - 
MPE-SP - Promotor de Justiça. 
Em relação à falência, considere: 
I. São excluídas da falência as sociedades de economia mista, as empresas 
públicas, as câmaras de compensação e de liquidação financeira e as entidades 
fechadas de previdência complementar. (CERTO. Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de 
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras 
entidades legalmente equiparadas às anteriores.) 
II. Para se decretar a falência da sociedade empresária exige-se a comprovação 
da insuficiência do ativo para a solvência do passivo. (ERRADO. Fabio Ulhoa 
defende ainda que não é a insolvência econômica que poderia levar a um estado 
falimentar mas a insolvência jurídica. Para se decretar a falência da sociedade 
empresária, é irrelevante a “insolvência econômica”, caracterizada pela 
insuficiência do ativo para a solvência do passivo. Exige a lei a “insolvência 
jurídica”, que se caracteriza no direito falimentar brasileiro pela impontualidade 
injustificada (LF, art. 94 I), pela execução frustrada (art. 94 II) ou pela prática 
de ato de falência. (COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial. vol. 3. 11. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 251).) 
III. Na falência requerida com fundamento na tríplice omissão a lei não exige 
que o título objeto da execução tenha valor mínimo. (CERTO. A tríplice omissão é 
uma insolvência jurídica em que o devedor executado não paga, nem deposita e 
nem nomeia bens à penhora. Está prevista no artigo 94, II: Será decretada a 
falência do devedor que: 
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não 
nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;) 
IV. Configura ato de falência (art. 94, inc. III, da Lei no 11.101/2005) a 
transferência do estabelecimento comercial a terceiro, credor ou não, com o 
consentimento de todos os credores. (ERRADO. Art. 94. Será decretada a falência 
do devedor que: 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial: 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;) 
V. A competência para a apreciação do processo falimentar, quando a empresa 
possui mais de um estabelecimento comercial situados em locais abrangidos por 
diferentes foros, é aquele em que se localiza a matriz da sociedade, assim 
indicada no contrato societário. (ERRADO. Art. 3º É competente para homologar 
o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a 
falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de 
empresa que tenha sede fora do Brasil.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além disso, outros pontos inicias importantes sãos os seguintes artigos: 
Art. 3º da lei nº 11.101/2005: 
é competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a 
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal 
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do 
Brasil. 
 
Art. 5º da lei nº 11.101/2005: 
Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: 
I – as obrigações a título gratuito; 
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação 
judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o 
devedor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRADOR JUDICIAL. 
Art. 21 da lei nº 11.101/2005: O administrador judicial será profissional idôneo, 
preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou 
contador, ou pessoa jurídica especializada. 
O Administrador judicial ganha até 5 por cento da arrecadação tanto na 
recuperação judicial quanto na falência. Nos casos de micro ou pequena empresa 
esse percentual será de até 2 por cento. 
 
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e 
cinquenta) salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de 
trabalho; 
II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem 
gravado; 
III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de 
constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias; 
VI - os créditos quirografários, a saber: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. 
Art. 85 da Lei nº 11.101/2005: O proprietário de bem arrecadado no processo de 
falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da 
falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida 
a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) 
dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES SOBRE TODA A MATÉRIA. 
QUESTÃO: É correto afirmar que compete ao juiz criminal da jurisdição onde 
tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado 
o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes 
previstos nesta Lei. 
CERTO. É a literalidade do art. 183 da Lei nº 11.101/2005. 
 
QUESTÃO: É correto afirmar que os crimes previstos na lei nº 11.101/2005 são 
de ação penal pública incondicionada. 
CORRETO. Art. 184 da lei nº 11.101/2005: Os crimes previstos nesta Lei são de 
ação penal pública incondicionada. 
 
QUESTÃO: É correto afirmar que intimado da sentença que decreta a falência ou 
concede a recuperação judicial, o Ministério Público, verificando a ocorrência de 
qualquer crime previsto nesta Lei, promoverá imediatamente a competente ação 
penal ou, se entender necessário, requisitará a abertura de inquérito policial. 
CERTO. É a literalidade do Art. 187 da Lei nº 11.101/2005.

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