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EAS - Urina tipo 1

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EAS
❖ Certamente esse é um dos exames laboratoriais mais conhecidos
pela população e sua nomenclatura oficial é Urina Tipo 1, embora
também seja chamado de EAS (Elementos Anormais e
Sedimentos)e Sumário de Urina em algumas regiões.
❖ De simples realização e baixo custo, ele é amplamente difundido
na prática clínica e pode te dar dicas importantes sobre o estado
de saúde do paciente, muitas vezes confirmando ou afastando as
suspeitas que foram levantadas durante a consulta.
Quando devemos solicitar o exame?
❖ É comum vermos a Urina Tipo 1 sendo solicitada como um exame 
de rotina, em suspeitas de infecção ou lesão renal, dentre outros. 
No entanto, assim como vimos para o Hemograma, não existem 
indicações claras na literatura de todas as vezes que esse exame 
deve ser solicitado;
❖ Vale a pena pedir um exame de urina para o meu paciente? 
Isso pode mudar minha conduta?
https://aphysiocursos.maestrus.com/ver/artigo/hemograma/
Orientações de Coleta
❖ Diferentemente de alguns exames colhidos através do sangue,
cujas orientações se restringem à dieta, quando você solicitar o
sumário/exame de urina deverá passar informações
importantíssimas para o paciente, sendo elas:
✓ A primeira urina do dia é que será idealmente colhida, pois ela está mais
concentrada, o que facilita a avaliação dos seus elementos.
✓ Como o coletor cheio por muito tempo está sujeito a contaminações, ele
deve ser entregue o mais rápido possível no laboratório para o
armazenamento adequado, sendo IDEAL que o paciente – caso consiga –
colha a primeira urina apenas após chegar ao laboratório.
Orientações de Coleta
✓O início do jato deve ser descartado, pois ele irá carregar para
o exterior as impurezas acumuladas no trato urinário,
coletando assim o jato médio.
✓ Com a mesma finalidade, a região genital deve ser higienizada
antes da coleta e o paciente homem deve manter retraído o
prepúcio e a mulher afastados os grandes lábios, garantindo
assim maior pureza do material colhido.
Essa é a única forma de coleta?
❖ Não, na prática também podemos coletar a urina dos
pacientes de outras maneiras, principalmente quando se
trata de crianças ou pacientes hospitalizados. Utilizar-se
de sondagem vesical ou recorrer à punção
suprapúbica são algumas das opções.
Etapas de Análise
❖ São elas:
✓ o Exame Físico, macroscópico, que observa características que podem
ser vistas a olho nu;
✓ o Exame Químico, no qual são utilizadas fitas reagentes que indicam a
presença ou não de substâncias no líquido;
✓o Exame Sedimentar, no qual utiliza-se a microscopia para identificar o
que está presente no material.
Primeira parte: Exame Físico
❖ A primeira informação que encontramos é o Volume, que nos
informa apenas a quantidade de líquido presente no frasco,
indicando se o paciente coletou ou não a quantidade correta (cerca
de 40ml são suficientes).
As três partes que serão analisadas no exame físico são:
Primeira parte: Exame Físico
❖ A primeira informação que encontramos é o Volume, que nos
informa apenas a quantidade de líquido presente no frasco,
indicando se o paciente coletou ou não a quantidade correta (cerca
de 40ml são suficientes).
❖Em seguida temos o aspecto, que define visualmente como ela se
apresenta, do límpido ao turvo, podendo variar de acordo com os
mais diversos fatores, não possuindo grande relevância clínica
isoladamente.
✓ Essas alterações costumam ser fisiológicas, variando com a presença de
debris, esperma, descamações, bactérias ou outras substâncias.
Primeira parte: Exame Físico
❖A coloração da urina padrão adotada pelos laboratórios geralmente é o
“amarelo citrino”, variando fisiologicamente (de acordo com a
concentração) desde o transparente até o amarelo escuro ou alaranjado.
❖ Podem ser observadas diversas cores (vermelho, verde, azul, roxo, preto
etc.) de acordo principalmente com doenças do indivíduo ou uso de
medicações, que devem sempre ser investigadas.
❖Vale destacar aqui a coloração avermelhada ou acastanhada que irá
sugerir hematúria (presença de sangue), “cor de coca-cola”, a colúria, que
é sugestiva de colestase ou o clássico “Doutor, minha urina está verde!!”,
efeito colateral comum de medicamentos como o Annita® (anti-
helmíntico).
Segunda Parte: Exame Químico
• O exame químico, realizado através das fitas reagentes (figura 3), irá nos informar:
• pH
• Densidade;
• Glicose;
• Corpos cetônicos;
• Bilirrubina;
• Urobilinogênio;
• Nitrito;
• Hemoglobina;
• Proteínas.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Sabendo que o rim obrigatoriamente excreta H+, fica fácil
entender que na maioria dos indivíduos o pH da urina se encontra
ao menos levemente ácido (geralmente abaixo de 6).
❖ Esse valor, no entanto, pode variar facilmente para ambos os
lados a partir de qualquer desequilíbrio ácido-base do organismo
ou da mudança na concentração de determinados solutos,
de dietas específicas ou em casos de nefrolitíase.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Sabendo que o rim obrigatoriamente excreta H+, fica fácil entender
que na maioria dos indivíduos o pH da urina se encontra ao menos
levemente ácido (geralmente abaixo de 6).
❖ Esse valor, no entanto, pode variar facilmente para ambos os lados a
partir de qualquer desequilíbrio ácido-base do organismo ou da
mudança na concentração de determinados solutos, de dietas
específicas ou em casos de nefrolitíase.
✓ Os laboratórios (e literaturas) variam bastante em seus valores de referência,
mas em geral deseja-se que o pH esteja entre 5,5 e 6,5, podendo ser toleradas
variações entre 5 e 8.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Sabendo que o rim obrigatoriamente excreta H+, fica fácil entender
que na maioria dos indivíduos o pH da urina se encontra ao menos
levemente ácido (geralmente abaixo de 6).
❖ Esse valor, no entanto, pode variar facilmente para ambos os lados a
partir de qualquer desequilíbrio ácido-base do organismo ou da
mudança na concentração de determinados solutos, de dietas
específicas ou em casos de nefrolitíase.
✓ Os laboratórios (e literaturas) variam bastante em seus valores de referência,
mas em geral deseja-se que o pH esteja entre 5,5 e 6,5, podendo ser toleradas
variações entre 5 e 8.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Para entendermos a Densidade, devemos ter em mente que a
densidade da água pura (tida como basal) é igual a 1000. Dessa
forma, podemos concluir que a urina sempre vai estar com valor
acima deste, variando desde o 1005 (quando mais diluída) até o
1035 (mais concentrada).
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Glicose, sua eliminação pela urina (a glicosúria) pode
significar principalmente duas situações:
✓ Sabendo-se que fisiologicamente a glicose é reabsorvida
pelos túbulos renais, podemos entender que ela irá ser
excretada tanto em situações em que esteja aumentada na
circulação (como Diabetes Mellitus – desde que esteja com
valores bastante elevados de glicemia), quanto em casos onde
haja comprometimento tubular dos pacientes.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ A Bilirrubina normalmente não é excretada pela
urina, mas sim pelas fezes. Situações como
a colestase fazem com que essa substância se concentre
na corrente sanguínea e levam à excreção renal,
caracterizando a bilirrubinúria. É seu pigmento que vai
levar ao surgimento da já citada colúria (urina cor de
coca-cola), que surgirá quando a bilirrubina apresentar
altos níveis urinários.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Os Corpos Cetônicos, ou cetonas, que quando
eliminados na urina caracterizam a cetonúria, são
resultado da metabolização incompleta de ácidos graxos,
que acontece quando o indivíduo não apresenta a
quantidade adequada de carboidratos para gerar energia.
✓Podem estar presentes em situações como cetoacidose
diabética, desnutrição, exercício físico intenso, entre outros.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ O Urobilinogênio, por sua vez, é o resultado do metabolismo
bacteriano da bilirrubina no intestino, sendo grande parte
eliminada nas fezes e outra reabsorvida e fisiologicamente
excretada na urina. Quando seus valores estão acima do valor de
referência,o paciente pode estar apresentando
principalmente constipação, que irá diminuir a eliminação fecal
dessa substância e aumentar a urinária, excesso de bactérias
intestinais, que aumentam a quantidade em ambas as vias,
ou hemólise excessiva.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ O nitrato é um metabólito normalmente presente na
urina. Porém, quando existem bactérias gram negativas
no trato urinário, esse nitrato é convertido em Nitrito. A
presença deste, portanto, sugere a presença de bactérias,
mas não é suficiente para confirmar, uma vez que essa
confirmação só se dá através da realização da Urocultura
(ou Urina Tipo 2).
Segunda Parte: Exame Químico
❖ O nitrato é um metabólito normalmente presente na
urina. Porém, quando existem bactérias gram negativas
no trato urinário, esse nitrato é convertido em Nitrito. A
presença deste, portanto, sugere a presença de bactérias,
mas não é suficiente para confirmar, uma vez que essa
confirmação só se dá através da realização da Urocultura
(ou Urina Tipo 2).
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Detectar a presença 
de hemoglobina (hemoglobinúria) irá se relacionar 
com a hematúria (presença de hemácias na urina), 
No entanto, uma situação clínica que levaria à 
hemoglobinúria com ausência de hematúria seria a 
hemólise intravascular – pois apenas os 
componentes da hemácia seriam eliminados.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Por fim as proteínas, destaca-se que a única delas que a fita
reagente consegue captar é a albumina (o que faz com que
exames específicos precisem ser realizados quando se busca
microalbuminúria, por exemplo).
❖ Em situações normais, o indivíduo não excreta muita albumina
devido às características dessa molécula, que fazem com que não
possa atravessar a membrana. Isso torna normal e esperado nos
exames apenas “negativo” ou “traços” para sua presença.
Segunda Parte: Exame Químico
❖ Quando encontrada acima disso, a proteinúria será
graduada no exame em:
✓ 1+ (cerca de 30mg/dL);
✓ 2+ (cerca de 100mg/dL);
✓ 3+ (cerca de 300mg/dL) ou
✓ 4+ (1000mg/dL ou mais).
✓ Devemos fazer uso da proteinúria de 24h, dosar creatinina, entre outras
possibilidades.
Terceira Parte: Exame Sedimentar
• A terceira e última parte do exame que iremos analisar é a
sedimentar, na qual a urina colhida será observada através da
microscopia e os elementos ali visualizados serão descritos.
Podem ser identificados:
• Leucócitos;
• Hemácias;
• Células epiteliais;
• Bactérias;
• Cristais;
• Cilindros.
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ Semelhante ao hemograma, leucócitos na urina são
indicativos de infecção, inflamação ou, nesse caso,
contaminação da amostra.
❖ Podem ser encontradas fisiologicamente até 2 a 5
unidades por campo e acima disso irão caracterizar
leucocitúria ou piúria. Devemos observar qual tipo de
célula branca está aumentada para buscar a causa
sistêmica ou local correspondente.
https://aphysiocursos.maestrus.com/ver/artigo/hemograma/
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ É comum a presença de até 2 hemácias por campo. Acima
disso podemos começar a classificar como hematúria no paciente.
É importante lembrar que a hematúria MACROSCÓPICA já teria
sido identificada no exame físico, pois iria alterar a cor da urina
para tons avermelhados ou acastanhados.
❖ 1mL já pode ser responsável por modificar a cor de 1l de urina.
Quando chegamos nessa parte, o que iremos caracterizar é
a hematúria MICROSCÓPICA.
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ Seguem considerações:
✓ Febre, esforço físico, frio intenso e distúrbios de coagulação são algumas
delas e, portanto, devemos colher uma história completa do paciente;
✓O paciente traz esse achado apenas de forma transitória ou
persistente? A persistente deve sempre ser investigada para diferenciar
entre problemas não renais ou renais e, sendo renais, entre glomerulares
ou não glomerulares.
✓“com pesquisa de dismorfismo eritrocitário”. Dessa forma, quando
encontramos hemácias dismórficas – isso é, muito diferentes entre si no
formato ou cromia – estamos lidando com uma situação clínica como
inflamação dos glomérulos.
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ As células epiteliais, em geral, são resultado de
descamação do trato urinário, sem grande importância
clínica. É mais comum encontrá-las em mulheres.
❖ Quando estão acima de 15-20/campo, porque isso
sugere fortemente que a amostra de urina colhida foi
contaminada.
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ Bactérias não deveriam ser encontradas na urina de
indivíduos saudáveis e assintomáticos, mas dada a
abundância da flora natural da região, é comum que
haja uma pequena quantidade, ou descrito como
“traços”.
❖ Embora (repetindo) apenas a urocultura possa dar o
diagnóstico definitivo de infecção urinária,
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ Bactérias não deveriam ser encontradas na urina de
indivíduos saudáveis e assintomáticos, mas dada a
abundância da flora natural da região, é comum que
haja uma pequena quantidade, ou descrito como
“traços”.
❖ Embora (repetindo) apenas a urocultura possa dar o
diagnóstico definitivo de infecção urinária,
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ Se existe bacteriúria, nitrito e leucócitos presentes,
todos esses somados falam bastante a favor de
infecção.
❖ Por outro lado, se junto às bactérias encontramos
apenas grande quantidade de células epiteliais,
imaginamos que a amostra em análise foi contaminada
e isso alterou o exame.
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ Os Cristais, por sua vez, são formados a partir da
precipitação de sais presentes na urina por diversos
fatores, como o pH e a concentração, de forma
semelhante à precipitação dos sais biliares.
❖ Em geral, pacientes com facilidade na precipitação
dos cristais têm uma maior tendência ao
desenvolvimento de urolitíase.
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ Cilindros. Imagine o formato dos túbulos do néfron e
que sua luz é semelhante à de um tubo qualquer. Por
ser tão pequena, é comum que às vezes proteínas de
coagulação secretadas pelas células tubulares durante
a passagem se condensem e adquiram esse formato
cilíndrico.
Terceira Parte: Exame Sedimentar
❖ Vale ressaltar aqui apenas que os mais
comuns e fisiológicos são os cilindros hialinos.
Demais exemplos são:
✓ os Leucocitários, sugestivos de pielonefrites e tuberculose
renal;
✓ Hemáticos, de glomerulonefrites e vasculites;
✓ Gordurosos, de síndrome nefrótica;
✓ Granulosos, de doença tubular e glomerular;
✓ Céreos, de doença renal crônica;
✓ Epiteliais, de Lesão Renal Aguda.
Caso Clínico
❖ Digamos que nosso paciente (Seu Francisco) tenha
histórico na família de insuficiência renal crônica e tenha
relatado a você durante uma anamnese bem realizada: “
Agora que o senhor perguntou me lembrei que o meu xixi
está fazendo bastante espuma”. Opa!
❖ Que exame solicitará?
Caso Clínico
❖ Confirmado que se tratava de Seu Francisco, viu em seguida que o laudo
estava dividido em três partes: O exame físico, o exame químico, e o exame
sedimentar. Cada uma das partes está demonstrada nas imagens abaixo.
Caso Clínico
❖ Vamos em frente!
Caso Clínico
❖ Vamos em frente!
Caso Clínico
❖ Vamos em frente!
	Slide 1: EAS
	Slide 2
	Slide 3: Quando devemos solicitar o exame? 
	Slide 4: Orientações de Coleta
	Slide 5: Orientações de Coleta
	Slide 6: Essa é a única forma de coleta? 
	Slide 7: Etapas de Análise
	Slide 8: Primeira parte: Exame Físico 
	Slide 9: Primeira parte: Exame Físico 
	Slide 10: Primeira parte: Exame Físico 
	Slide 11: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 12: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 13: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 14: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 15: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 16: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 17: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 18: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 19: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 20: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 21: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 22: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 23: Segunda Parte: Exame Químico 
	Slide 24: Segunda Parte: ExameQuímico 
	Slide 25: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 26: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 27: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 28: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 29: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 30: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 31: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 32: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 33: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 34: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 35: Terceira Parte: Exame Sedimentar 
	Slide 36: Caso Clínico
	Slide 37: Caso Clínico
	Slide 38: Caso Clínico
	Slide 39: Caso Clínico
	Slide 40: Caso Clínico

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