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História da Psicologia

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História da Psicologia
1. Ciência Psicológica: Uma construção ao um Humanismo Moderno. 
· Historicamente, a Psicologia se estabeleceu como ciência independente muito tempo depois que outras áreas de conhecimento já haviam alcançado pleno reconhecimento social. Foi somente no final do século XIX que surgiram as primeiras tentativas de constituição de uma ciência para tratar dos problemas humanos que hoje reconhecemos como fazendo parte do escopo da Psicologia, independentemente dos estudos desenvolvidos em áreas afins, como a biologia e a filosofia.
· O surgimento de um campo de conhecimento só se justifica a partir da definição de um objeto próprio, não estudado pelas ciências pré-existentes. Outra condição é o desenvolvimento de formas apropriadas para se conhecer este objeto, o que se faz pela definição de uma certa metodologia. Mas, principalmente, uma ciência só tem razão para existir quando esta área de estudos por ela abrangida passa a ser problematizada, gerando a demanda por conhecimento. Em outras palavras, só há necessidade de se estudar um determinado assunto quando fazemos questões sobre ele.
1.1 A psicologia dos filósofos:
· A psicologia não surgiu diretamente como uma ciência, começou como um ramo da filosofia e continuou por dois mil anos antes de emergir como uma ciência. O termo “psicologia” foi encontrado pela primeira vez em livros filosóficos do século 16. Uma das primeiras pedras nos fundamentos da psicologia como ciência foi colocada pelo médico grego Alcmeão de Crotona. Ele propunha que a vinda mental era uma função do cérebro. Essa ideia fornece uma base para entender a psiquê humana até hoje. Alguns nomes notáveis de filósofos para a psicologia são Hipócrates, Sócrates e Aristóteles. 
· Nomes importantes: Hipócrates foi o pai da medicina, classificou as pessoas em 4 tipos com base nos humores corporais: o fleumático, sanguíneo, melancólico e colérico. Também reconhecia a mente além da mente, ele analisou as atividades da mente na forma de pensamento, imaginação, memória e sonhos. Além disto seu aluno Platão e o aluno deste, reforçaram e continuaram algumas ideias de Sócrates quer enfatizavam a capacidade de 
raciocínio do homem e chamaram o homem de animal racional. Platão estava mais interessado em saber o papel da mente no controle do comportamento humano. Progenitor do dualismo. Ele considerava o corpo e mente como dois princípios independentes e antagônicos. Tal ideia foi rejeitada por seu aluno, Aristóteles, que reuniu o pensamento psicológico com os estudos naturais e defendeu a ligação com a biologia e a medicina. Ele defendeu a ideia da inseparabilidade da alma e do corpo vivo. A mente como resultado das atividades psicológicas e diz que é necessário entender os processos psicológicos incluindo as atividades dos órgãos dos sentidos que ajudam um indivíduo a experimentar o seu ambiente. O cérebro como centro de controle das nossas experiências e comportamentos conscientes. Então veio um filósofo francês chamado René Descartes que postulou a existência da alma como uma entidade separada que é independente do corpo. Descartes disse que o corpo é como um “motor” que vai continuar seu trabalho sem a supervisão da alma e por tanto, corpo e alma são separados; declarou que o homem possui uma natureza dupla (mental e física). Também possui uma perspectiva dualista, assim como Platão, afirmando que o processo de duvidar é a prova da existência da alma. Segundo ele, a alma existe em nós, pela capacidade de pensar. “Penso, logo existo”. 
· Com o desenvolvimento da ciência, a filosofia começou a perder sua prominência. A psicologia foi definida como estudo da mente. A palavra “mente” era menos misteriosa e vaga que “alma” então houve esta substituição. 
1.2 Surgimento da Psicologia como ciência e quem foi seu fundador:
· A psicologia surgiu como uma disciplina científica pelo estabelecimento do primeiro Instituto de Psicologia em 1879, em Leipzig, na Alemanha, por Wilhelm Wundt, onde os primeiros psicólogos adquirem as competências de trabalho experimental para estudar a mente. Wundt centrou as experiencias nas experiencias conscientes e ele substituiu o conceito de espirito por consciência. Ele adotou o método da introspecção. 
· Com o tempo os psicólogos começaram a rejeitar as abordagens baseadas em especulações e tentaram fornecer base cientifica para o seu trabalho e diante disto, sugeriam diferentes escolas de pensamento, tais como o Estruturalismo, Funcionalismo, Behaviorismo, Gestalt, Psicanalise e Humanismo. 
	
Estruturalismo 
	Centrou sua atenção em estudar as experiencias conscientes, a estrutura do cérebro e o sistema nervoso. Estes que são responsáveis por tais experiencias. O destaque desta abordagem foi Titchener, um psicólogo britânico, que considera a psicologia como ciência da consciência. O estruturalismo tentou analisar os três elementos básicos da consciência (sensações, sentimentos e imagens) e desta forma fez um estudo sistemático da mente, analisando sua estrutura. 
	
Funcionalismo
	Willian James, o pai da psicologia americana e outras psicologias importantes desta escola foram e James Angell. Os funcionalistas defendiam o funcionamento da mente como um aspecto importante. Segundo eles, a mente vai sempre ajudar a pessoa a se adaptar ao ambiente. Eles foram influenciados pela teoria da evolução e a biologia de Darwin.
	
Behaviorismo
	Começou com Watson. Outros nomes notáveis incluem Pavlov, Skinner. Watson, definiu a psicologia como ciência do comportamento do organismo. Ele concentrou sua atenção no estudo do comportamento observável do organismo e rejeitou as forças internas e invisíveis da mente. Ele rejeitou o método de introspeção, pois para ele, era não confiável e não cientifico, defendendo o método de observação e verificação. O Behaviorismo no início enfatizou os reflexos condicionados como elementos do comportamento. Watson, salientou o papel do ambiente e estímulos na formação do comportamento. 
	
Gestalt 
	Esta escola de pensamento nasceu em 1912 na Alemanha. Os psicólogos da Gestalt fizeram oposição a abordagem atomística para estudar o comportamento. Eles disseram que a mente não é composta de elementos e, portanto, pode ser entendida melhor apenas se for estudada como um todo. O principio fundamental da escola é “o todo é maior que a soma total de suas partes”. De acordo com ela, o indivíduo percebe uma coisa como um todo e não como um mero conjunto de elementos. Da mesma forma, a sensação ou percepção serão experimentadas como um todo. Neste sentido, o comportamento humano é caracterizado como um comportamento inteligente invés de um mecanismo de estímulos e respostas simples. 
	Psicanálise 
	Sigmund Freud, fundador desta abordagem. Essa teoria surgiu a partir da história clínica dos doentes mentais. Freud desenvolveu sua teoria baseada na motivação inconsciente. Ele incluiu diferentes conceitos como inconsciente, o desenvolvimento psicossexual da criança, a libido a analise de sonhos. Estes conceitos ajudam a analisar o comportamento humano integral, especialmente do ponto de vista do comportamento anormal. Dissidentes da Psicanálise, como Adler e Jung, fundaram outras escolas da psicologia. 
	 ]Psicologia 
] Humanista
	Grandes nomes desta escola: Maslow, Rogers, Rollo May, Allport. Os humanistas acreditam que o comportamento humano é controlado pela vontade. Não pelo inconsciente ou pelas contingências ambientes. Eles possuem interesse em coisas como o potencial humano para a autorrealização. 
	
	
· Considerando estes requisitos, podemos começar a pensar sobre os motivos que fizeram com que fosse tão tardio o surgimento da Psicologia.
· Figueiredo (1991) propõe uma tese: para que a Psicologia surgisse foi necessário, primeiro, que se estabelecesse a idéia de que as pessoas são indivíduos independentes e donos de uma experiência de si que as diferencia dos demais. Esta primeira condição diz, portanto, respeito ao surgimento de um objeto de estudo – o terreno de experiênciasque hoje reconhecemos como sendo nossa subjetividade: nossos questionamentos sobre a vida, nossa forma de entrar em contato com o mundo e com as outras pessoas etc.
· Mas, para haver demanda por conhecimento, é preciso que esta experiência de si seja objeto de dúvidas e cogitações: quem sou eu? Por que sou assim? Esta é, pois, de acordo com Figueiredo, a segunda pré-condição necessária para o surgimento da Psicologia.
· Ora, o surgimento da experiência de si e o questionamento desta experiência têm uma história. Não existiu desde sempre. Atente para este fato importantíssimo para a compreensão de tudo que segue, na disciplina. Estamos afirmando que o psicológico não é um aspecto natural do ser humano, como poderíamos dizer, por exemplo, de uma célula ou de um órgão. Se quisermos compreender por que a Psicologia tem uma história “oficial” tão curta, teremos que retomar a história de seu objeto: a história da constituição daquilo que hoje chamamos de subjetividade – o surgimento gradual desta noção, na cultura ocidental; e a história de sua problematização – a crise da subjetividade privatizada.
2. O renascimento: 
· Tradicionalmente, entende-se por Idade Média o período histórico que se estende da queda do Império Romano (século V d.C.) até o século XV; por sua extensão, é comum dividi-la em Alta Idade Média (do século V até o início das cruzadas contra o Islã, no século X d.C.) e Baixa Idade Média (séculos XI a XV d.C.), marcada pela reorganização das relações de produção, a intensificação do comércio e o surgimento de grandes centros urbanos.
· A Idade Média tem no feudalismo o seu elemento definidor, fundado em uma economia agrária, com o uso do trabalho servil. O sistema produtivo estava à mercê dos fenômenos climáticos, havendo a alternância de períodos de relativa abundância e períodos de penúria. Para amenizar os efeitos destas crises de subsistência recorrentes, um comércio ocasional e em pequena escala era praticado entre os feudos.
· A organização social era estratificada, com pequena possibilidade de ascensão social. As posições sociais - de servo, de vassalo, de nobre - eram determinadas pelo nascimento.
· Neste período, o clero detinha um amplo poder político, mantendo a ordem e os costumes, considerados inquestionáveis.
· Ao longo dos séculos finais da Idade Média, com a expansão das fronteiras do mundo ocidental, em consequência das Cruzadas, intensificou-se o comércio, constituíram-se cidades, floresceu a urbanização. Estavam dadas as condições para o início da derrocada do sistema feudal e o desaparecimento dos laços sociais que até então asseguravam a solidez do poder senhorial e a manutenção do regime de servidão.
· O renascimento foi um movimento de renovação cultural de grande repercussão no tempo e no espaço, que ocorreu na Europa entre os séculos XIV e XVI e foi decisivo na formação do mundo moderno. 
· O Renascimento não se limitou apenas ao campo das artes, mudando também a ciência, a filosofia (todo o sistema de pensamento dominante na Europa Ocidental até então). Tal movimento foi fundamental para a formação do mundo moderno, sendo um dos pilares da modernidade. 
· Acerca de quando ocorreu, entre os séculos XIV a XVI, entre as Idades Média e Moderna.
· Nesta época, a Europa passava por uma expansão das cidades e do comércio, trocas econômicas e culturais com o oriente. 
· No final da Idade Média, o surgimento de uma nova classe social: a burguesia, que se torna mais importante e quer se ver representada nas obras de artes, querendo mostrar os seus ideais. 
· Mecenatos: Financiadores dos artistas das obras de arte. 
· A nomenclatura “Renascimento” vem do desejo do retorno das ideias da Antiguidade clássica da Grécia e de Roma (tanto no âmbito estético, como na filosofia e artes). 
	Principais características:
	Classicismo: Revalorização e recuperação da Antiguidade greco-romana. 
	Antropocentrismo: O ser humano passa a ser o centro das atenções. 
	Hedonismo: A visão do corpo como fonte de prazer e de beleza em contraposição à visão medieval de que o corpo era fonte de perdição e pecado. 
	Humanismo: Movimento intelectual que propunha o estudo dos autores antigos gregos e romanos para construir um novo conhecimento do homem e do mundo. 
	Racionalismo: Valorização da razão e do empirismo (cena que a ciência deve vir de experimentações e testes). 
	Naturalismo: Representação da natureza e do ser humano de forma realista e objetiva. 
	Universalismo: Estuda várias áreas do saber. 
	Individualismo: Valorização do homem como indivíduo. 
· Acerca das artes, uma característica importante das obras da época renascentista eram a simetria, harmonia e técnicas de perspectiva, além de uma preocupação com a anatomia do corpo humano como ele é na vida real (veias e rugas por exemplo). 
· O renascimento também influenciou muito na ciência, pois nesta época ouve um grande desenvolvimento da matemática, da astronomia, da física, da anatomia e com ênfase, o surgimento da teoria do Heliocentrismo (o sol no centro). 
· O Renascimento não rompia com o Cristianismo, em que a Igreja foi inclusive uma das maiores patrocinadoras dos artistas renascentistas. O renascentismo valorizava o saber laico, mas não rompeu com o religioso. Os renascentistas eram cristãos, mas queriam interpretar a Bíblia a luz do conhecimento e da experiencia herdados da antiguidade. Mas os mais “radicais” foram perseguidos pela Inquisição. 
3. A subjetividade moderna: 
· Desde o século XVII, vinha sendo problematizada a possibilidade de constituição de uma convivência harmônica entre homens livres, aptos a exercer esta liberdade em todos os âmbitos de sua vida. Como vimos, em oposição ao ideal do bem comum, insurge-se a ‘natureza’ humana, egoísta, vaidosa e autorreferente.
· Para superar o impasse, Thomas Hobbes (1588 – 1679) propõe, em suas obras, o completo domínio desta natureza do homem e a constituição de um pacto social, em que cada uma cederia parte de sua liberdade em prol da construção de um Estado civil.
· Neste contrato, os direitos naturais do homem seriam em parte transferidos a um soberano ou a uma assembleia que se responsabilizaria por legislar e julgar os cidadãos.
· Na organização da vida social, o homem moderno, como indivíduo, deve apropriar-se dos meios de produção e assegurar as bases econômicas de sua existência; deve encontrar meios viáveis de convivência com iguais; deve cuidar da defesa de seus interesses, em um mundo de interesses particulares, muitas vezes em oposição.
· Tanto quanto da produção do conhecimento, aqui também está presente a exigência à disciplina e à legislação das condutas. Aqui também se operará uma cisão, já agora entre os espaços reservados à vida em sociedade – submetida a regras de convivência – e os espaços destinados à privacidade, nos quais o homem pode exercer a liberdade que lhe cabe “por natureza”.
· Estabelece-se assim um território de representação, de cultivo de regras estritas da etiqueta, cuja observância supostamente garantiria a contenção das paixões nos espaços privados.
3.1: O Iluminismo:
· Trata-se de um movimento controverso e cheio de intrigas, devido a fé e razão serem até hoje, lançada em debates e discussões, como antagônicos. Sobre estes, é que os filósofos iluministas iriam travar debates e causar um impacto que durou séculos e ainda persiste. 
· Os primeiros homens a debaterem sobre o uso da razão e sua aplicação em nosso meio de viver, foram os filósofos gregos. A cultura, o conhecimento e a arte dos gregos foram posteriormente adotadas pelos romanos, estes que também deixaram grandes heranças intelectuais e civis, já que o sistema de leis dos romanos lançou as bases para a elaboração do direito moderno. 
· Conforme mencionado, os gregos davam grande relevância a razão e a arte. Fazendo uma alusão ao iluminismo, no século IV, o império Romano adotou o Cristianismo como sua religião oficial e por centenas de anos, o papel da religião dentro de impérios absolutistas (caracterizado pela concentração de poder na figura do monarca) seriade grande importância, já que moldava o modo de viver das pessoas, a vida espiritual e toda questão das verdades recebidas pela fé que para alguns poderia ser visto como um empecilho no desenvolver da ciência. 
· Tendo em mente tais informações, a herança da razão, a democracia grega, o sistema de leis dos Romanos e a religião e governos absolutistas pode-se partir para o séc XVII. Se até aquele momento os governos eram absolutistas e o governo era ligado a fé, algo teria que acontecer para que algum tipo de mudança ou crítica surgisse. Esse acontecimento está intimamente ligado com as descobertas cientificas dos grandes nomes da história. 
· Foi durante os séculos XVI e XVII que o movimento e a posição da terra seriam descobertos, com Nicolau Copérnico, Johannes Kepler e Galileu. Ainda nestes séculos, a invenção de equipamentos que revolucionaram a ciência como telescópio e microscópio que possibilitaram o homem a observar e estudar o universo, quanto o infinitamente pequeno. As descobertas do período do Renascimento, deram os pequenos passos para o resgate daquela cultura greco-romana do uso da razão e também foram um estopim para as primeiras disputas entre homens de ciência e o Clero. Além de descobertas sobre o universo, a matemática e a física também iriam trazem drásticas mudanças na maneira de se ver o mundo. 
· Com as publicações das descobertas de Isaac Newton sobre as leis do universo e a aplicação de teorias matemáticas em todas as esferas da vida por Rene Descartes, este que também desenvolveu e revolucionou o método cientifico estava armando o circo para a guerra entre razão e todo sistema antigo. Esse segundo, sendo os governos absolutistas, iam ser chamado pelos filósofos iluministas de antigo regime. 
· A maior força deste movimento em prol do uso da razão e da obtenção da verdade através dela, ocorreu na França, algo que tornaria o movimento na França muito mais expressivo é a questão do cenário social e politico no qual se encontrava o país. Questionamentos sobre os modelos de governo e representação politica também começaram a aparecer. 
· O período iluminista, ocorreu em diferentes países e com diferentes filósofos. Retomando a França a séculos o poder estava nas mãos da monarquia absolutista e também havia grande presença do Clero do país. Foi neste cenário, empolgados pelo desenvolver da razão e ciência, que grandes intelectuais começariam a formular e divulgar seus pensamentos e críticas ao antigo regime. Com Voltaire, os ideais críticos do iluminismo francês ganhariam forma. Em seu trabalho, Voltaire criticava privilégios da nobreza e do clero e dizia que era vital duvidas de todos os fatos e desafiar toda a autoridade. Por conta deste posicionamento agressivo, Voltaire se isolou na Inglaterra e este foi outro país que o pensamento iluminista também possuiu grande desenvolvimento. 
· Tratando-se de ideais políticas, o filosofo iluminista que mais causou consequências mais duradouras foi o francês Montesquieu, com sua maior obra “O Espírito das Leis” defendeu a divisão do poder em três esferas: executivo, legislativo e judiciário. Diferente da maioria dos iluministas, Montesquieu era contra revoluções, por isso propôs a tripartição do poder para servir melhor a comunidade. 
· Além das críticas sobre o poder do Clero e autoridade, a questão da verdade e do conhecimento que só podia ser obtido por meio da fé, também levou os pensadores a cria o próprio movimento por assim dizer. A maioria dos iluministas não eram ateus e sim Deístas, que é uma doutrina que defende que a razão é a única via capaz de assegurar a existência de Deus. 
· Alguns outros nomes relevantes para o movimento iluminista: Adam Smith (defendia o livre mercado), Thomas Jefferson (Revolução Americana) e Rousseau (defendia que a democracia social baseava-se na vontade da maioria – “O homem nasce livre, mas é corrompido por sair do estado de natureza e ser acorrentado pela sociedade). 
· Todas as ideias mencionadas, alimentaram revoluções e reformas. A produção de ideias no século XVII e XVIII iriam ser propagadas com enorme rapidez e força, sendo oralmente ou através de livros. 
· Na prática, um dos maiores impactos do movimento iluminista foi a Revolução Francesa, acabou com muitas mortes. Os ideais de igualdade, fraternidade e liberdade da Revolução que colocou um fim no absolutismo francês, tiveram um resultado catastrófico chamado “terror” (1793-1794) um período onde os revolucionários jacobinos acabaram sendo tão opressores ou mais que o governo que juraram destruir. Outro ponto irônico do iluminismo é a escravidão. Em meio a tantos escritos e pensamentos sobre liberdade, democracia e representatividade, a escravidão no período do iluminismo, estava literalmente em seu auge e não é raro encontrar pensadores que possuíam escravos. 
· Segundo Kant, o iluminismo é a saída do homem da menoridade da qual ele próprio é culpado. Era a capacidade de utilizar a razão para se servir do entendimento, sem depender de outros, de certa forma, podemos dizer que este aspecto do iluminismo, ou de todo o período que ficaria conhecido como “Século das luzes” foi atingido. 
3.2: O Romantismo: 
· O Romantismo foi um movimento artístico que surgiu na Europa no século XVIII, mais especificamente na década de 1770 e durou até o século XIX. Esse movimento influenciou a literatura, a pintura, arquitetura e também a música que durante todo este período, a sociedade evidenciou algo que foi chamado de “espirito romântico” uma atitude e visão de mundo centrada no indivíduo que tinha como objetivo se diferenciar dos pensamentos do Iluminismo que colocava razão no centro do mundo e até pregava a objetividade. Produziam teorias filosóficas e também obras de artes bastante subjetivas. Os romancistas tinham a intenção de retratar o drama e as emoções humanas, os amores trágicos e os ideais utópicos. 
· O Romantismo surgiu durante as eras das revoluções, período compreendido aproximadamente entre 1774 e 1849, na qual ocorreram diversas transformações políticas, sociais e econômicas no ocidente (Revolução Industrial e Revolução Francesa). Tais transformações, ultrapassaram o campo artístico e obteve imenso impacto na filosofia e toda cultura ocidental que passou a aceitar a emoção e os sentidos como uma forma válida de experimentar a vida. 
· Algumas características que marcaram o movimento foi a rebeldia e o idealismo que foram enfatizadas nas obras deste período. Da mesma forma, o Escapismo e o Subjetivismo que valorizavam os sentimentos individuais do que os coletivos e como consequência, teve-se o desgosto com a situação social também podemos apontar uma influência deste período histórico. O Individualismo também era outro aspecto deste movimento. Uma característica da burguesia da época, tornando-se mais evidentes a partir das revoluções do final do século XVIII. 
· O movimento pode ser dividido em três gerações: a primeira, dando inicio a este movimento, os autores mantinham seus textos algumas características clássicas. Muito idealizada. Na segunda, é um período conhecimento como “ultrarromântico” em que o mal do século tem um papel de destaque e as obras acabam sendo mais pesadas. Características deste período são o exagero no subjetivismo e emocionalismo. A menção do tédio e o desejo de morte, também estão presentes. A terceira e última geração, os escritores quebraram regras da literatura, sendo escritos de maneira totalmente diferente, utilizando a prosa como recurso linguístico. Começou a se falar sobre pautas sociais, dando inicio ao realismo. 
	Principais características do Romantismo: 
	 Liberdade de expressão e criação: Buscava se afastar dos valores tradicionais, querendo se libertar da visão objetiva, demonstrando oposições diretas a estes preceitos. As regras externas não importavam. 
Valorização e retratação do “eu”: Os autores sentem que tem total liberdade para expressarem seus sentimentos e visão de mundo da forma como desejam. 
Literatura: O objetivo não era descrever o mundo como ele é, mas sim como ele poderiaser. 
Rebeldia e Idealismo: Os autores do Romantismo possuíam uma visão de mundo completamento idealizada. A realidade para estes autores, era considerada desesperadora, uma vez que enxergavam as regras do mundo moderno como limitações ao crescimento pessoal, político e artístico
Artistas: Se retratavam como rebeldes, em que estavam a margem da sociedade, viam seu trabalho como uma forma de promover a mudança. 
Individualismo: Os romancistas consideram que eles e seus sentimentos estavam no centro do universo. Na visão destes romancistas, seus desejos, paixões e também frustrações são mais importantes do que os acontecimentos externos. Davam grande ênfase a suas características e experiencias pessoais, que geralmente eram definidas por sentimentos e emoções. 
Nacionalismo: Muitas obras exaltavam os feitos dos heróis nacionais resgatando o passado destas nações, principalmente o período medieval. Havia grande valorização da pátria.
Valorização da natureza: Para os adeptos da época, a natureza consistia em uma força incontrolável e transcendental. O autor romântico, é fascinado pela natureza. 
Pessimismo e Escapismo: Os romancistas frequentemente ficavam impossibilitados de realizar os desejos de seu “eu”. Isso acabava gerando uma forte angustia, frustração, desespero e uma total tristeza que acabam caracterizando este estado de espirito como “mal do século”. Um fator gerado por esse pessimismo existente é a fuga da realidade que o autor não consegue suportar. A causa desta frustração vem do contexto histórico. A Revolução Francesa ela promoveu mudanças, mas estas, não deixaram os homens satisfeitos e nem realizou os seus desejos e desta forma, ele sente a necessidade de escapar essa realidade. 
Sentimentalismo: A ênfase nas emoções pessoais é uma das principais características do movimento. O autor expressa não apenas os sentimentos dos personagens, mas também os próprios. 
· No Brasil, o romantismo apresenta algumas características um pouco diferentes que o europeu. O trabalho era feito de resgaste do passado, dos ancestrais: os índios (o culto a fauna e flora e sertanismo). 
3.2: O liberalismo: 
· Prega que cada individuo deve ser livre e com direitos iguais e livres para exercer as atividades que julgarem convenientes. Também prega a liberdade do indivíduo perante ao estado, significando que todos os seres humanos são livres e iguais perante este estado. 
· Uma teoria política e econômica que tem origem na Inglaterra no século XVII e surge em um ambiente de ascensão da burguesia que entrava em conflito com o sistema absolutista. Bebeu muito do movimento iluminista que começava a surgir na Europa, que iria provocar as revoluções burguesas europeias que tirariam o poder dos reis absolutistas e o entregaria para estes burgueses. 
· O liberalismo também conversa com a democracia, rompendo com a ideia de que o poder fica concentrado nos monarcas.
	Características do liberalismo: 
	Defende a liberdade individual
Direito a propriedade privada: Apenas com a transição para o capitalismo, que criou-se a ideia de propriedade privada, em que o Estado tem que garantir que os indivíduos tenham sua propriedade.
Livre mercado: O liberalismo defende a não intervenção do Estado no mercado, ou seja, não pode intervir na negociação e preços. 
· Segundo os teóricos liberais, especificamente Adam Smith, ele defende a não intervenção do Estado, pois o mercado é capaz de se autorregular (o empresariado que deve estipular os valores) – Autonomia de mercado. 
· Dois teóricos muito influentes: John Locke conhecido como pai do liberalismo. Defendeu a ideia de que o Estado tem que garantir o direito a vida, a liberdade e a propriedade dos indivíduos. Locke formulou uma teoria de como surgiria o estado moderno. Conhecido como um autor contratualista (são os filósofos que defendiam que o homem e o Estado fizeram uma espécie de acordo - um contrato - a fim de garantir a sobrevivência. O ser humano, segundo os contratualistas, vivia no chamado Estado Natural (ou estado de natureza), onde não conhecia nenhuma organização política). Adam Smith por sua vez, vem posteriormente a Locke com sua grande defesa sobre o livre mercado (a ideia da mão invisível). 
· O liberalismo defende a primazia, preferencia do individuo em relação ao coletivo, existe uma premissa individualista, gerando criticas acerca das teorias liberais. 
3.3: Racionalismo: 
· Foi iniciado por Descartes como um movimento de aproximação de algumas concepções matemáticas da metafisica e da filosofia. 
· Descartes estava inserido um contexto da modernidade em que os filósofos passaram a tentar entender o conhecimento de modo geral: como o ser humano pode conhecer, compreender o mundo, por que ele é racional.
· As principais teorias epistemológicas são o racionalismo e o empirismo 
· Gostaria de criar um método para chegar ao conhecimento verdadeiro.
· Inspiração na matemática.
· Ceticismo inicial (negação do que se conhece como verdade) Duvidar inicialmente, questionar se aquilo realmente era verdadeiro. Chamou isso de “duvida metódica e hiperbólica”. Metódica porque ela é organizada através de um método e hiperbólica porque ela é exagerada, ou seja, se estende a tudo. 
· Discurso do método: Descartes argumentou que “o bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída entre os homens” Tal fala apresenta a ideia inatista, ou seja, de ideias que já nascem conosco. Na concepção cartesiana, o ser humano foi criado com todas as ideias e conhecimentos possíveis, inatos, dentro dele e então, a partir do momento em que ele vai utilizando a racionalidade, ele vai encontrando essas ideias em seu intelecto. 
	Regras para o método de Descartes:
	1. Evidência: Consiste em aceitar como verdadeiro, apenas o que é claro e distinto. Diante disto, Descartes nega quaisquer conhecimentos empíricos, pois parte do pressuposto que a experiencia não é um meio eficaz de evidenciar algo. Conhecimento a priori
2. Análise: Dividir um problema em partes para estuda-lo. A ideia é dividir algo no maior número de partes possíveis a fim de resolve-lo. Decompor o problema. 
3. Síntese: Ir do mais simples para o mais complexo. E a partir daí, consegue ter uma resolução do todo.
4. Enumeração: Consiste em enumerar as partes para ficar mais fácil para revisá-las. Antes de passar para uma próxima etapa, deve-se sempre revisar a anterior. 
· Cogito cartesiano: Cogito, do latim significa “pensamento”. Para chegar neste cogito é necessário duvidar do conhecimento (tudo – hipérbole) duvidar exageradamente, questionar. Ao duvidar de tudo acaba-se duvidando até da própria existência. Ao duvidar, a pessoa obrigatoriamente está pensando e logo “penso, logo existo”. Neste cogito, o filósofo fez este caminho por meio da racionalidade. Ele obteve um processo dedutivo, para chegar na sua conclusão que é extremamente verdadeira, não podendo ser refutada. 
· Entre as práticas de construção de si, destaca-se, a partir do século XVII, uma forma especial, que não se vincula à busca do Bem ou do Mal na interioridade dos seres humanos. Esta nova forma de exame ocupa-se em estabelecer as fronteiras entre o conhecimento válido e as ilusões, procura distinguir a verdade e o erro. Como figura-chave desse momento histórico, destaca-se o filósofo René Descartes (1596 – 1650), considerado uma figura central da Modernidade, sendo seu pensamento associado ao Iluminismo e ao surgimento da ciência. Se o Renascimento colocara o homem como centro do mundo, fonte e fundamento de todas as certezas, a obra de Descartes O Discurso do Método localiza este centro em uma das capacidades humanas - a razão, a autoconsciência. A partir de então, para saber-se a verdade das coisas, seria necessário saber, antes, a verdade sobre o ser pensante.
· Em busca de um fundamento que pusesse fim ao crescente ceticismo presente nas ideias do século XVI, Descartes postula a razão como base segura para o conhecimento. A partir dela, seria possível, pelo rigor do método, estabelecer o mundo confiável das coisas que realmente são.· A esta solução racionalista para a questão da busca do conhecimento verdadeiro é, ao longo dos séculos XVII e XVIII, contraposta à concepção empirista de John Locke (1624-1704), George Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711 – 1776). Na visão dos empiristas, seriam justamente as experiências sensoriais, tão vilipendiadas na proposta cartesiana, as fontes do único conhecimento possível. Para os empiristas, nada haveria nos homens além do que provém das sensações.
· É possível perceber, compreendendo estas diferentes formas de busca da verdade, como a subjetividade vai se tornando mais e mais complexa. O homem, que é corpo, que é espírito, que é racional, que é sensível, vai sendo posto a nu. Estão se desenhando os elementos do que reconhecemos hoje como mundo psicológico.
Informações gerais: 
· A disciplina História da Psicologia se apoia na proposta de Figueiredo (1991), de acordo com a qual Psicologia se constituísse como ciência independente foi necessário o surgimento de uma certa experiência de si que é decorrente de condições históricas determinadas.
· Em resultado da queda do Império Romano e das invasões bárbaras em diversas regiões da Europa, vão se alterando as formas de organização da produção e de propriedade que caracterizavam a Antiguidade. Ao longo dos séculos seguintes, vai se estruturando um novo sistema econômico e social – o Feudalismo. A este respeito, afirma-se que a economia era baseada na produção agrícola de subsistência; havia pouco comércio e quase nenhuma atividade intelectual. A organização feudal incluía grupos sociais bem definidos – o clero, a nobreza e os camponeses ou servos -, entre os quais não ocorria mobilidade. O clero exercia grande poder político em uma cultura profundamente religiosa, submetendo os servos pela persuasão e pelo recurso aos dogmas da fé. A nobreza (senhores feudais) exercia poder econômico e militar e por fim que a maior parte da população era constituída pelos servos, que trabalhavam a terra pertencente à nobreza e a alguns elementos do clero.
· Acerca do Renascimento a liberdade, dom maior do homem renascentista, fará com que ele tenha que tentar definir por si mesmo o que é certo e o que é errado. A relação do homem com o mundo se torna cada vez mais de exclusão. As coisas são tomadas como objetos, inclusive o próprio corpo humano. Esta concepção abre o caminho para a racionalidade científica. A posição do homem é peculiar: ao mesmo tempo que é livre para tornar-se o que quiser, sente-se desamparado e só; o mundo não é mais estável e seguro e o homem deve continuamente tornar-se, constituir-se, mover-se.
· O século XVI foi marcado por uma certa multiplicidade em relação aos projetos de constituição da subjetividade do homem. Abaixo estão afirmações sobre vários dos projetos. Santo Inácio de Loyola, adaptando o pensamento religioso aos tempos, produz uma obra contendo procedimentos para a afirmação da identidade sobre a dispersão do sujeito. Ele reconhece a liberdade humana, mas constata que ela é a fonte da perdição do homem e busca mostrar o caminho do reencontro com a ordem. O homem deve, meditando, dirigir sua vontade para o reencontro de Deus. Maquiavel, preocupado com a fragmentação da sociedade, pensa ser necessária a imposição de um governante. Constrói uma obra sobre como bem governar o mundo ou o povo. Ele afirma o valor do humano, mas em um mundo sem ideal, no qual a imposição do poder é necessária, uma vez que o homem é egoísta e autorreferente. A obra de Shakespeare é um exemplo dos movimentos de elogio e crítica ao eu. Em Hamlet, há uma denúncia melancolia das ilusões do eu que costuma esquecer sua dimensão mortal. Mas, ao mesmo tempo, há a recusa do homem de servir de objeto de manipulação, buscando na morte uma forma de construção de si.
· No Renascimento, nasce o humanismo moderno. Há uma grande valorização do homem e, ao mesmo tempo, a idéia de que ele deve buscar se constituir enquanto homem. Mas o homem não está naturalmente aparelhado para isto. Na produção de conhecimento fidedigno, cabe ao homem expurgar de si, pelo uso do método, tudo o que tem de variável, idiossincrático, suspeito. Na produção do conhecimento, será necessário constituir um sujeito autônomo, autotransparente, reflexivo, uno. Na vida em comunidade, será preciso estabelecer um sistema social gerenciado por homens iguais em direitos e deveres. Na vida em sociedade será necessário constituir uma identidade fictícia, cuja conduta seja previsível e regulável.
· O Romantismo, movimento que se estende do final do século XVII a meados do XIX, refere-se a manifestações bastante diversas. O Romantismo denuncia e privilegia aquele aspecto do eu que estava excluído pelo projeto cartesiano. Uma das imagens mais recorrentes foi a de que o real é encoberto por um véu e impõe-se a necessidade de desvelá-lo ou revelá-lo. Assim, o Romantismo acusa a vida social de afastar o homem de sua verdadeira natureza, que é passional. Uma das expressões do Romantismo apresenta uma natureza violenta, que ultrapassa em muito a potência da vontade consciente. O eu é invadido por aquilo que procurava excluir. Aqui se introduz o elemento anti-humanista. O homem vê-se diante de um despojamento total de sua importância: ele não seria mais do que um invólucro que porta a vontade e que pode ser substituído. O Romantismo é essencial no desenvolvimento do sentido de interioridade e profundidade da alma humana, constituindo-se de uma das bases do que poderíamos chamar de individualismo. Schopenhauer, Edgar Allan Poe e Goethe são alguns dos autores que representam o movimento tempestuoso e impetuoso do romantismo. Além deles, podemos mencionar no campo da música Beethoven, Wagner e Chopin.
· Sobre Descartes, podemos afirmar que assim como Platão, Descartes exclui o corpo e seus impulsos no processo do conhecimento da verdade sobre o mundo. Em Descartes vemos o projeto de busca do dado indubitável, cuja verdade absoluta seria fundamento para todo conhecimento válido. O procedimento de dúvida metódica utilizado por Descartes consiste no exame das opiniões das pessoas leigas e especializadas, das leis e regras morais, dos próprios órgãos dos sentidos e dos seus sentimentos.
· No século XVII, não havia o medo que temos hoje do louco. Em determinadas culturas ele era visto como um visionário, como alguém que transcendia a experiência imediata, entrando em contato com outras dimensões da verdade. O louco era encarado como alguém que fosse possuído pelo demônio ou, simplesmente, como alguém “bobo”.
· A partir do Renascimento, com a colocação de Deus na periferia do mundo, o homem foi obrigado a construir ele próprio as referências morais para sua vida. Abaixo estão algumas afirmações sobre a concepção moral de alguns autores. Na medida em que a referência moral vai se afastando dos preceitos religiosos, caberá à própria sociedade criar instrumentos favorecedores do autocontrole: é neste contexto que devemos avaliar o valor das fábulas e máximas produzidas no século XVII. As fábulas de La Fontaine costumam conter uma ‘moral da história’, de conteúdo edificante. Ele procura mostrar como comportamentos considerados bons moralmente são recompensados, enquanto os maus são punidos. A utilização de animais como personagens serve para disfarçar um pouco a crítica a determinados grupos e pessoas. As máximas de La Roche Foucauld denunciam que o principal motor da vida humana é sua vaidade, seu amor a seu próprio eu. Ele denuncia com humor irônico o quanto o eu é pretensioso e iludido sobre si mesmo. De acordo com Santi, pela precisa observação que fazem dos comportamentos dos homens e dos motivos de suas ações, os moralistas do século XVII poderiam ser considerados os primeiros psicólogos da história.
· William James é considerado o precursor da psicologia funcional nos Estados Unidos. Embora tenha abandonado a psicologia para se dedicar à filosofia, é considerado uma das principais referências da história da psicologia. Escrevia com bastante clareza e fez diversas críticas à psicologia de Wundt. Coerentementecom a proposta de William James, afirma-se que a meta da psicologia deve ser o estudo da adaptação dos seres humanos em seu ambiente. Assim, a consciência tem função de guiar para sobrevivência.
· Renascimento: O Renascimento foi um período crucial na história europeia, marcado por um ressurgimento do interesse pelas artes, ciências e humanidades. Este movimento cultural teve origem na Itália no século XIV e se estendeu por toda a Europa até o século XVI. Uma das características mais importantes do Renascimento foi a redescoberta e valorização das obras clássicas da antiguidade greco-romana. Durante o Renascimento, houve um foco renovado no humanismo, uma abordagem filosófica que valoriza a dignidade e a importância dos seres humanos, bem como a busca pela excelência intelectual e moral. Os artistas e intelectuais renascentistas buscavam entender a natureza humana e o mundo ao seu redor através da observação direta e do estudo das obras clássicas. Essa ênfase na razão, na observação empírica e na individualidade teve um impacto significativo no pensamento ocidental e preparou o terreno para o desenvolvimento da psicologia como uma disciplina científica. O Renascimento contribuiu para uma mudança na maneira como as pessoas viam a si mesmas e ao mundo ao seu redor, enfatizando a importância da razão e da investigação sistemática na busca pelo conhecimento.
· Racionalismo: O racionalismo foi um movimento filosófico que emergiu no século XVII, principalmente na Europa Ocidental, e foi influenciado por pensadores como René Descartes, Baruch Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz. Este movimento enfatizava a primazia da razão como fonte de conhecimento verdadeiro e defendia que a verdade podia ser descoberta através do uso da razão pura e do raciocínio lógico. Descartes, em particular, é frequentemente associado ao racionalismo devido à sua famosa frase "Penso, logo existo", que exemplifica a ênfase na razão como fundamento do conhecimento humano. Ele também defendeu a ideia de que a mente e o corpo são entidades distintas, uma concepção conhecida como dualismo cartesiano. Na psicologia, o racionalismo teve um impacto significativo no desenvolvimento de abordagens teóricas que enfatizam a importância da razão e do pensamento lógico na compreensão do comportamento humano. Essa perspectiva influenciou a ascensão do cognitivismo na psicologia, que se concentra no estudo dos processos mentais subjacentes ao comportamento humano, como percepção, memória, linguagem e pensamento.
· Liberalismo: O liberalismo é uma ideologia política e econômica que emergiu nos séculos XVII e XVIII na Europa, especialmente durante o Iluminismo. Esta doutrina defende princípios como a liberdade individual, os direitos naturais, a igualdade perante a lei, a propriedade privada e a economia de livre mercado. Os pensadores liberais, como John Locke, Montesquieu e Adam Smith, argumentavam que o papel do governo deveria ser limitado para proteger os direitos individuais e garantir a liberdade de expressão, religião e comércio. Eles também defendiam a separação dos poderes e a necessidade de um governo representativo baseado no consentimento dos governados. Na psicologia, os princípios do liberalismo influenciaram a ênfase na autonomia, na liberdade de escolha e na autodeterminação do indivíduo. Esses valores foram incorporados em abordagens terapêuticas como a terapia centrada no cliente de Carl Rogers, que enfatiza o papel ativo do cliente na busca pelo autoconhecimento e crescimento pessoal.
· Iluminismo: O Iluminismo foi um movimento intelectual que se desenvolveu na Europa durante o século XVIII, enfatizando a importância da razão, da ciência, do progresso e da tolerância na busca pelo conhecimento e na melhoria da sociedade. Este movimento influenciou uma ampla gama de áreas, incluindo filosofia, ciência, política, economia e religião. Os filósofos iluministas, como Voltaire, Rousseau, Montesquieu e Diderot, promoveram ideias de emancipação e crítica às instituições e tradições autoritárias. Eles defendiam a aplicação da razão e do método científico para entender e melhorar a sociedade, bem como a proteção dos direitos individuais e a promoção da liberdade de pensamento e expressão. Na psicologia, o Iluminismo contribuiu para a promoção de uma abordagem científica e crítica no estudo da mente e do comportamento humano. Os filósofos iluministas incentivaram a aplicação do método científico na psicologia, influenciando o surgimento do empirismo como uma abordagem predominante na pesquisa psicológica. Além disso, o Iluminismo enfatizou a importância da tolerância e da compreensão das diferenças individuais, ideias que tiveram um impacto duradouro no desenvolvimento da psicologia como uma disciplina preocupada com a diversidade humana e a compreensão empática dos outros.

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