Buscar

Modelo de Redação ENEM As implicações da histórica desvalorização da arte e da cultura no Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Tema: As implicações da histórica desvalorização da arte e da cultura no
Brasil.
Pontuação: 960.
A obra cinematográfica “O Sorriso de Mona Lisa” apresenta uma professora
que desafia as práticas pedagógicas tradicionais para ampliar o contato dos
estudantes com produções artísticas para que a arte seja, enfim, abraçada por eles
fora dos muros institucionais. Apesar de ser um retrato ficcional da realidade, a
cultura e a arte no Brasil também enfrentam um processo histórico de
desvalorização. Nessa perspectiva, esse quadro, que implica tanto em um corpo
social sem espaço para abstrações quanto em uma educação tecnicista com o
fechamento de espaços culturais, deve ser combatido.
Em primeira análise, é inegável que a ausência de incentivo à manifestações
artísticas limita a expressão de abstrações individuais; o sujeito, inserido em uma
sociedade cuja arte é alvo de negligência histórica, não encontra espaço para
representar suas inquietações internas — seja pela ausência de espaços , seja por
constrangimento ao atuar em produções culturais. Sob essa ótica, o historiador
Harari disserta sobre como o ser humano, desde a pré-história, com pinturas
rupestres e estatuetas, utilizou artefatos para exprimir suas crenças e conflitos
pessoais, o que evidencia a necessidade intrínseca do *Homo sapiens* de produzir
arte. Sendo assim, é inadmissível que o descaso com a produções em questão
continue presente no Brasil, pois este nega a essência humana ao reprimir a
expressão de ânsias individuais.
Outrossim, é visível como o abandono e consequente extinção de espaços
culturais, como museus e centros de cultura, resulta na prevalência de um sistema
educacional técnico restrito à sala de aula. Sob esse viés, o filósofo Paulo Freire
defende a supressão do modelo educacional bancário — que restringe o ensino à
instituições educacionais — pelo crítico, em que processo de aprendizado ocorre
em diversos espaços com ferramentas diversas, como peças teatrais e obras
literárias, ou seja, que a educação deixe de ser técnica e seja diversa, para abordar
diferentes facetas da sociedade. Dessa maneira, é intolerável que a depreciação da
riqueza cultural nacional continue a obstruir a adoção de uma abordagem da
pedagogia freiriana, uma vez que esta contribui para uma formação ampla do ser.
Infere-se, destarte, que o menoscabo histórico com a arte e cultura no
território brasileiro precisa ser mitigado. Para tanto, o Ministério da Educação,
responsável pela formação sociocultural de cidadãos, deve aliar-se a instituições
educacionais para promover feiras culturais que discutam a importância das
produções artísticas para o indivíduo ao mesmo tempo que apresenta aos
estudantes diversas práticas culturais — como o teatro e a dança afro. Por meio de
rodas de conversa com especialistas, a comunidade escolar deve ser instigada a
adotar manifestações artísticas e promover apresentações destas fora do espaço
institucional. Assim, em médio e longo prazo, o Brasil adotará a arte e a cultura no
seu cotidiano, tal qual os estudantes de “O Sorriso de Monalisa”.

Continue navegando