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ESTUDOS EXPERIMENTAIS ENSAIO CLÍNICO CURSO DE MEDICINA EPIDEMIOLOGIA I Nazaré Otília Nazário OBJETIVOS ✔ Conhecer os estudos experimentais e os ensaios clínicos. TIPOS DE ESTUDOS NÍVEL DE EVIDÊNCIA ESTUDOS EXPERIMENTAIS Estudos Experimentais Foco destes estudos: ✔ Aprimorar o conhecimento acerca dos mecanismos fisiopatológicos das doenças; ✔ Realizar ensaios terapêuticos com fármacos; ✔ Estudar marcadores biológicos e novas técnicas com a perspectiva de aplicabilidade na espécie humana. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Estudos Experimentais Os modelos animais devem ser utilizados para investigar uma doença quando por aspectos éticos não podem ser investigados em humanos; Estes modelos superam as limitações, tanto éticas, de coleta de materiais para avaliação, quanto associadas ao custo do experimento, proporcionando uma investigação: ✔ Relação causal de modo rápida; ✔ Menos trabalhosa; ✔ Menos onerosa. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Estudos Experimentais Habitualmente são referidos na literatura 4 tipos básicos de modelos animais para estudo das causas, mecanismos e terapêutica das doenças: 1 – Induzido: desenvolvimento doença que permite estudar complicações e tratamento. 2 – Espontâneo: doenças herdadas, modelando condições similares em humanos. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Ferreira LM; Hochman B; Barbosa MVJ. Modelos experimentais em pesquisa. Acta Cir. Bras. 2005; 20(2). Estudos Experimentais Habitualmente são referidos na literatura 4 tipos básicos de modelos animais para estudo das causas, mecanismos e terapêutica das doenças: 3 – Negativo: A doença específica não se desenvolve, incluem animais que demonstram falta de reatividade a um estímulo específico, aplicado em estudos sobre o mecanismo de resistência. 4 – Órfão: Descreve a condição que ocorre naturalmente na espécie não-humana, mas não foi descrita em humanos. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Ferreira LM; Hochman B; Barbosa MVJ. Modelos experimentais em pesquisa. Acta Cir. Bras. 2005; 20(2). Estudos Experimentais Ensaios Clínicos Poderosa ferramenta para avaliação de intervenções para a saúde. São os estudos experimentais, longitudinais e prospectivos que comparam o efeito de uma intervenção profilática ou terapêutica em seres humanos. Nesse tipo de estudo são formados grupos de estudo nos quais o pesquisador pode controlar as variáveis e intervir nelas. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Na avaliação crítica de um ensaio clínico randomizado, devemos considerar o padrão de recrutamento/seleção e os critérios de inclusão e exclusão. Uma classificação prática é aquela que divide os estudos em 2 grandes grupos: experimentais e não experimentais. Experimental: ao menos uma variável independente é introduzida num ambiente controlado, ou seja, há a manipulação direta da Variável Independente e então é observado/medido o efeito na V Dependente (Desfecho). Não-experimental: as variáveis de interesse do estudo são observadas ou mensuradas como ocorrem naturalmente. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Estudos experimentais: Analíticos, longitudinais e prospectivos. Dos vários tipos de estudos experimentais, o de uso mais frequente, uma vez que proporciona evidências mais fortes, é o ensaio clínico randomizado (ECR). Ensaios clínicos bem conduzidos são o padrão-ouro entre os estudos para guiarem a prática clínica diária. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Ensaios Clínicos Idealmente, os grupos são formados de modo aleatório, o pesquisador distribui os participantes nos grupos intervenção e controle, a partir de sorteio. Esse processo é chamado de randomização, melhor forma para evitar vieses de seleção. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Ensaios Clínicos Mascaramento: Aspecto importante nos ensaios clínicos, tentativa de evitar que os participantes do estudo saibam a quem a intervenção está sendo administrada. Além do participante, o mascaramento pode ser empregado ao grupo de pesquisadores e avaliadores. Nos ensaios clínicos com o uso de medicamentos, o uso do placebo deve ter aparência, forma e administração semelhantes ao tratamento que está sendo avaliado, porém sem o princípio ativo. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Ensaios Clínicos Ensaios Clínicos A pesquisa de drogas pela indústria envolve ECRs nas suas diferentes fases. Realizadas basicamente em 4 fases: Estudos fase I ✔ O primeiro passo no desenvolvimento de uma nova droga é entender se o medicamento é bem tolerado em um pequeno número de pessoas. ✔ Os participantes de estudos de fase I são adultos saudáveis ou pessoas com a doença específica que a droga se destina a tratar. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Estudos fase I ✔ Ocasionalmente, não podem ser realizados em adultos saudáveis porque a droga tem inaceitáveis efeitos adversos, como agentes quimioterápicos. ✔ Procuram determinar até que DOSE uma droga pode ser administrada antes de ocorrer toxicidade inaceitável. ✔ Esses estudos são iniciados com baixas doses em número limitado de pessoas e, em seguida, aumenta-se a dose gradualmente. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Estudos de fase II ✔ Projetados para avaliar se um medicamento possui atividade biológica e para determinar sua SEGURANÇA E TOLERABILIDADE. Estudos de fase III ✔ São ensaios clínicos randomizados delineados para avaliar a EFICÁCIA E A SEGURANÇA de uma intervenção. ✔ As avaliações de segurança ocorrem durante um período mais longo quando comparadas com estudos de fase II. Estudos de fase IV ✔ Ocorrem após aprovação e avaliam os resultados associados a uma droga ou intervenção na prática clínica com o uso na população geral. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Em Síntese: ✔ Fase 1 – Testar a SEGURANÇA DA INTERVENÇÃO. Número de participantes é pequeno e são selecionadas pessoas sadias. ✔ Fase 2 – Verificar a EFICÁCIA DA INTERVENÇÃO. Número de participantes é maior – só vai para fase 3 se os resultados forem satisfatórios. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Em Síntese: ✔ Fase 3 – Nessa fase o ensaio clinico é, necessariamente, randomizado. COMPARA-SE COM A SUBSTÂNCIA A SER TESTADA COM PLACEBO. ✔ Fase 4 – Verificar MAIOR PRECISÃO o poder de generalização da substância ou intervenção testada. Geralmente o tratamento já está aprovado e o número de participantes aumenta mais um pouco. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Segurança: diferença entre a dose eficaz e aquela que produz efeitos colaterais graves e risco de vida. Eficácia: capacidade de produção do efeito desejado. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios ClínicosAnálises Estatística A medida de frequência nos ensaios clínicos é a Incidência. A medida de associação é o Risco Relativo. Outras medidas de efeito importante nos ensaios clínicos: ✔ Redução absoluta de risco: Risco Grupo Controle – Risco Grupo Intervenção ✔ Redução Relativa Risco (RRR): 1 – RR X 100% (redução do percentual de risco no grupo intervenção). Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Ensaios Clínicos Pode ser feita 2 tipos de análise: 1) Inclui somente os participantes que completaram o estudo em cada um dos grupos formados. 2) Inclui todos os sujeitos que foram randomizados para formar os grupos, independente de terem ou não completado o estudo. Essa é a mais adequada, pois obedece à organização prévia dos grupos. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Ensaios Clínicos Vantagens: ✔ Tratamento e procedimentos são descritos a priori e uniformizados na sua realização. ✔ Os grupos tem grande chance de serem comparáveis, se o tamanho da amostra for grande. ✔ A alocação aleatória neutraliza as prováveis influências dos vieses e fatores de confundimento. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Vantagens: ✔ A cronologia dos acontecimentos é determinada sem equívocos, existe a certeza de que o tratamento é aplicado antes de aparecerem os efeitos. ✔ A qualidade dos dados sobre a intervenção e os efeitos pode ser de excelente nível, já que é possível proceder a coleta no momento dos fatos. ✔ Muitos desfechos clínicos podem ser investigados simultaneamente. ✔ Potencial de gerar evidência científica. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Desvantagens: ✔ São laboriosos e de custo elevado. ✔ Por questão ética muitas situações não podem ser experimentalmente investigadas. ✔ Exigência de participação de população estável e cooperativa, para evitar grandes perdas de seguimento e recusas de participação. ✔ Grupo investigado pode ser altamente selecionado, não representativo, devido às múltiplas exigências quanto a inclusão e exclusão. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Ensaios Clínicos Desvantagens: ✔ Alguns pacientes podem deixar de receber tratamento potencialmente benéfico, ou exposição a algum tratamento maléfico. ✔ Impossibilidade de ajustar o tratamento e a dose em função da necessidade de cada indivíduo. ✔ Requerem estrutura administrativa e técnica de porte estável, bem preparada e estimulada, para levar a bom termo um projeto complexo, minucioso e usualmente caro. Nazario NO, Traebert J. TCC: uma ferramenta útil na prática científica em saúde. 2012. 253p. Oliveira MAP. Et al. Ensaios clínicos randomizados: Série Entendendo a Pesquisa Clínica 2. FEMINA. 2015;4(1).7-11. Atividade: Leitura Crítica de um Ensaio Clínico Muito Obrigada.
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