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Economia

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ECONOmIA
Prof. Daniel Rodrigo Strelow
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre Profa. Tatiane Thaís Lasta
2017
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof. Daniel Rodrigo Strelow
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre Profª. Tatiane Thaís Lasta
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.
330
S914e	Strelow; Daniel Rodrigo
Economia / Daniel Rodrigo Strelow; José Alfredo Pareja Gomez de La Torre; Tatiane Thaís Lasta: UNIASSELVI, 2017.
269 p. : il
ISBN 978-85-515-0049-1
1. Economia.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo ao caderno de estudos de economia! Estamos iniciando uma nova disciplina neste curso, e nesta nova etapa vamos nos dedicar ao estudo da disciplina Economia. Nos dias de hoje, entender de economia tornou-se imprescindível para o profissional de qualquer área do conhecimento. Na atualidade, o conhecimento sobre os fenômenos econômicos se faz cada dia mais necessário, inclusive para a tomada de decisões, não apenas por questões profissionais, mas também para a vida pessoal de cada indivíduo. Compreender os grandes problemas econômicos, fazer análises e leituras cada vez mais precisas da realidade, compreender as grandes diferenças sociais talvez seja o desafio de bons profissionais de qualquer área do conhecimento. Afinal, economia está presente no nosso dia a dia e em quase tudo o que fazemos, mas será que todas as pessoas têm esta clareza? Ou mesmo sabem interpretar as notícias relacionadas às questões econômicas e como elas afetam a nossa vida? Por exemplo, diariamente assistimos aos noticiários e lemos nos jornais questões simples que envolvem a economia que nos afetam diretamente. Algumas dessas notícias são sobre o aumento dos preços, a inflação, o aumento de impostos por parte do governo, o aumento do desemprego, aumento do dólar, crise econômica, ajuste fiscal, entre outras. Você sabe interpretar estas notícias e como cada uma delas interfere na economia? E a consequência delas em nossas vidas? Por isso, este caderno, dedicado à disciplina Economia, tem a finalidade de auxiliá-lo no entendimento dessas questões, didaticamente o caderno está dividido em três unidades.
A Unidade 1 deste caderno consiste emumaintroduçãoàeconomia. Esta unidade está dividida em cinco grandes tópicos. No Tópico 1, vamos estudar o conceito de economia, o problema da escassez dos recursos produtivos, as necessidades ilimitadas das pessoas. Estudaremos os problemas econômicos fundamentais, os bens de uma economia, os agentes econômicos, estudaremos de forma breve a grande divisão da teoria econômica entre microeconomia e macroeconomia. No Tópico 2, estudaremos os sistemas econômicos, como as sociedades capitalistas, socialistas e mistas organizam a sua produção e como lidam com os problemas econômicos. Já, no Tópico 3, vamos estudar a curva de possibilidade de produção. Nesse tópico elaboramos alguns exemplos e algumas aplicações da curva em uma sociedade. No próximo tópico, o quarto deste caderno, estudaremos o funcionamento de uma economia de mercado. Nele, você estudará como acontece a inter-relação entre os agentes econômicos de uma sociedade por meio dos fluxos, são apresentados os fluxos real e monetário, fluxo circular da renda em uma economia fechada
XIV
e o fluxo circular da renda em uma economia aberta. Por fim, e não menos importante, apresentamos a você, estudante, o Tópico 5, em que trazemos a evolução do pensamento econômico ao longo do tempo, desde a antiguidade, mercantilistas, fisiocratas; a escola clássica (importante para compreender o pensamento econômico atual); o marxismo com Karl Marx, Keynes, os marginalistas, o neoclássico e mais atualmente, as correntes pós-keynesianas.
Na unidade 2 estaremos abordando questões de análise comportamental dos dois agentes fundamentais à atividade econômica. Isto é, o agente “família”, como consumidores; e agente “empresa”, como centros produtivos. Ao longo da unidade estaremos conhecendo como esses agentes interagem no mercado, se observando: a dinâmica tanto da demanda como da oferta, o preço de equilíbrio de um determinado produto no mercado, a análise comportamental da utilidade marginal, a análise tanto da receita marginal como dos custos marginais e a dinâmica da economia de escala. E por último iremos estudar as estruturas de mercado que atuam em uma economia de mercado, quesito importante de entender para iniciar seus estudos da unidade 3, a macroeconomia.
Para lhe ajudar a se organizar nos seus estudos esta unidade divide-se em quatro grandes tópicos, sendo estes: tópico 1 – a lei da procura e da oferta, tópico 2 – o preço ideal e o comportamento da procura e oferta, tópico 3 – a teoria marginal e o comportamento do produtor, tópico 4 – a receita marginal e estrutura de mercado. Todos esses conceitos microeconômicos são importantes para que você possa ter maiores fundamentos e assim compreender melhor a unidade 3, na qual você irá estudar conceitos Macroeconômicos de uma economia de mercado.
Na Unidade 3 deste Caderno de Economia iremos estudar a Macroeconomia, parte importante da teoria econômica. Nosso objetivo é conhecer os principais fundamentos da Teoria Macroeconômica e, para tanto, esta unidade divide-se em cinco grandes tópicos. No primeiro, iremos compreender as raízes históricas deste campo de estudo, bem como suas estruturas de análise, as políticas macroeconômicas e os seus principais objetivos. No segundo tópico, nossa atenção estará voltada para a Contabilidade Social, um conjunto de técnicas que permite a medição dos principais agregados macroeconômicos de um país. Os principais agregados macroeconômicos também serão objeto de nosso estudo. No terceiro tópico analisaremos os pressupostos da teoria da determinação da renda e do produto nacional no mercado de bens e serviços. Além disso, discutiremos o papel e a importância da moeda no conjunto da economia. No quarto tópico estudaremos os fundamentos do comércio internacional e das relações econômicas internacionais. Nesse sentido, temas relacionados à importação, à exportação, ao balanço de pagamentos e à taxa de câmbio serão objeto de nossa atenção. Por fim, no quinto tópico analisaremos o fenômeno da inflação, suas principais características e seu impacto no cotidiano.
Além do caderno de economia como o principal subsídio para esta disciplina, ao longo dos estudos preparamos para você algumas bibliografias e vídeos didáticos que serão úteis para que você atualize os seus conhecimentos sobre o tema estudado. Além disso, ao final de cada tópico, elaboramos algumas atividades sobre os conteúdos abordados em cada tópico deste caderno para você fixar os conhecimentos.
Assim, esperamos que este caderno de estudos possibilite a você, acadêmico, compreender os principais conceitos da disciplina de Economia e sua relação com o dia a dia. Desejamos a você um ótimo aprendizado, e que ao final desta disciplina você consiga aplicar os conceitos e teorias no meio profissional que você atua, sendo cada vez mais assertivo nas suas escolhas e tomadas de decisões, bem como auxilie nas pequenas escolhas diárias na sua vida pessoal.
Aproveite este caderno de economia! Desejamos bons estudos!
Daniel Rodrigo Strelow
José Alfredo Pareja Gomez de La Torre Tatiane Thaís Lasta
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.UNI
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaçoda página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.
Bons estudos!
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
SUmÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À ECONOMIA	1
TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À ECONOMIA	3
INTRODUÇÃO	3
O QUE É ECONOMIA?	4
ECONOMIA COMO UMA CIÊNCIA SOCIAL	4
A CIÊNCIA DA ESCASSEZ	6
OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS	8
BENS E SERVIÇOS EM UMA ECONOMIA	9
OS RECURSOS PRODUTIVOS	11
REMUNERAÇÃO DOS RECURSOS PRODUTIVOS	12
OS AGENTES ECONÔMICOS	13
AS FAMÍLIAS	13
AS EMPRESAS	14
GOVERNO	14
O RESTO DO MUNDO	15
MERCADO	15
A DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA	16
LEITURA COMPLEMENTAR	18
RESUMO DO TÓPICO 1	20
AUTOATIVIDADE	21
TÓPICO 2 - SISTEMAS ECONÔMICOS	23
INTRODUÇÃO	23
O QUE É UM SISTEMA ECONÔMICO?	23
ECONOMIA CAPITALISTA OU DE MERCADO	24
ECONOMIAS SOCIALISTAS OU PLANIFICADAS	26
ECONOMIAS MISTAS	28
RESUMO DO TÓPICO 2	30
AUTOATIVIDADE	31
TÓPICO 3 - CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO	33
INTRODUÇÃO	33
A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA TÊXTIL	34
O CUSTO DE OPORTUNIDADE	37
O DESEMPREGO REPRESENTADO NA CURVA DE POSSIBILIDADE
DE PRODUÇÃO	39
A CURVA DA POSSIBILIDADE EM NÍVEL DE UMA ECONOMIA	40
ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO	42
ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO: O CRESCIMENTO E O DILEMA ENTRE A ESCOLHA ENTRE BENS DE
CONSUMO E BENS DE CAPITAL	44
RESUMO DO TÓPICO 3	47
AUTOATIVIDADE	48
TÓPICO 4 - FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO	49
INTRODUÇÃO	49
O FLUXO REAL DA ECONOMIA	49
O FLUXO MONETÁRIO	50
FLUXO CIRCULAR DA RENDA	52
FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA FECHADA SEM GOVERNO	52
FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA DE UMA
ECONOMIA ABERTA	54
VAZAMENTOS E INJEÇÕES NO FLUXO DE RENDA	56
VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – A POUPANÇA	56
As injeções no fluxo circular da renda provenientes da poupança	57
VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – OS TRIBUTOS	57
As injeções no fluxo circular da renda provenientes dos impostos	58
VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – AS IMPORTAÇÕES	58
As injeções no fluxo circular da renda proveniente – caso das importações	58
RESUMO DO TÓPICO 4	61
AUTOATIVIDADE	62
TÓPICO 5 - A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO	63
INTRODUÇÃO	63
PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE CLÁSSICA	63
IDADE MÉDIA	64
MERCANTILISMO	64
FISIOCRACIA	66
OS FISIOCRATAS – CONTEXTO	67
A ESCOLA CLÁSSICA	68
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: ADAM SMITH	70
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: DAVID RICARDO	71
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: JEAN-BAPTISTE SAY	73
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: THOMAS MALTHUS	74
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: JOHN STUART MILL	75
MARXISMO	76
OS ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS (OU MARGINALISTAS)	79
KEYNESIANISMO	81
A ECONOMIA PÓS-KEYNES	85
RESUMO DO TÓPICO 5	87
AUTOATIVIDADE	88
UNIDADE 2 - MICROECONOMIA	91
TÓPICO 1 - A LEI DA PROCURA E DA OFERTA	93
INTRODUÇÃO	93
CONCEITO DE MICROECONOMIA	93
LEI DA DEMANDA: O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR	95
COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES	96
VARIÁVEIS DA ESTRUTURA DA DEMANDA	98
RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE PROCURADA E PREÇO DO PRODUTO	100
FUNDAMENTOS DA LEI DA OFERTA	103
O FATOR CUSTO DE PRODUÇÃO NAS QUANTIDADES OFERTADAS	106
FATOR PREÇO E A CURVA DA OFERTA	108
A ESCALA COMPORTAMENTAL DOS PRODUTORES	109
RESUMO DO TÓPICO 1	111
AUTOATIVIDADE	112
TÓPICO 2 - O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA	113
INTRODUÇÃO	113
O PREÇO DE EQUILÍBRIO	113
A INTERAÇÃO DA PROCURA E DA OFERTA	113
O PREÇO DE EQUILÍBRIO	115
DESLOCAMENTOS DA CURVA DA PROCURA E/OU OFERTA	118
ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA OFERTA	119
ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA DEMANDA	121
FUNDAMENTOS DA ELASTICIDADE DA PROCURA E DA OFERTA	122
A ELASTICIDADE DA PROCURA	123
Fatores que influenciam na elasticidade preço da procura	123
Cálculo da elasticidade-preço da procura	125
FUNDAMENTOS DA ELASTICIDADE DA OFERTA	128
FATORES QUE INFLUENCIAM A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA	129
COEFICIENTE DA ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA	130
RESUMO DO TÓPICO 2	133
AUTOATIVIDADE	134
TÓPICO 3 - A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR	137
INTRODUÇÃO	137
FUNDAMENTOS DA UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE DO
CONSUMIDOR	137
O PRINCÍPIO DA UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE DO
CONSUMIDOR	138
A ESCOLHA NO MOMENTO DE CONSUMIR	140
LIMITAÇÕES PARA MAXIMIZAR A UTILIDADE MARGINAL	142
CURVA DA INDIFERENÇA	142
RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS	145
REFLEXO DA RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA NO CONSUMO DO BRASILEIRO	148
RESUMO DO TÓPICO 3	150
AUTOATIVIDADE	151
TÓPICO 4 - A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO	153
INTRODUÇÃO	153
A RECEITA MARGINAL	153
MAXIMIZAR AS VENDAS	154
ESTRUTURA DOS CUSTOS E A ECONOMIA DE ESCALA	156
CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS	157
ECONOMIA DE ESCALA	159
CUSTOS MÉDIOS E CUSTOS MARGINAIS	161
A MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO	163
ESTRUTURA DE MERCADO	165
CONCORRÊNCIA PERFEITA	165
COMPETIÇÃO IMPERFEITA E CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA	166
OLIGOPÓLIO	167
MONOPÓLIO	168
LEITURA COMPLEMENTAR	170
RESUMO DO TÓPICO 4	172
AUTOATIVIDADE	173
UNIDADE 3 - MACROECONOMIA	175
TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA	177
INTRODUÇÃO	177
EVOLUÇÃO DA TEORIA MACROEOCONÔMICA	178
BREVE EVOLUÇÃO DA MACROECONOMIA	180
OBJETIVOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA	181
OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA	183
POLÍTICA FISCAL	184
POLÍTICA MONETÁRIA	185
POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL	186
POLÍTICA DE RENDAS	187
ESTRUTURAS DE ANÁLISE MACROECONÔMICA	188
RESUMO DO TÓPICO 1	190
AUTOATIVIDADE	191
TÓPICO 2 - NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL	193
INTRODUÇÃO	193
A CONTABILIDADE SOCIAL	193
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS CONTAS NACIONAIS	195
MEDINDO A ECONOMIA A DOIS SETORES: FAMÍLIAS E EMPRESAS	196
O VALOR ADICIONADO	200
A POUPANÇA AGREGADA (S), O INVESTIMENTO AGREGADO (I)
E A DEPRECIAÇÃO	201
MEDINDO A ECONOMIA A TRÊS SETORES: O GOVERNO	204
CUSTO DE FATORES E PREÇOS DE MERCADO	205
A RENDA PESSOAL DISPONÍVEL E A CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA	206
MEDINDO A ECONOMIA A QUATRO SETORES: O SETOR EXTERNO	207
O PIB NOMINAL E O PIB REAL	209
RESUMO DO TÓPICO 2	211
AUTOATIVIDADE	213
TÓPICO 3 - A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL:
O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO	215
INTRODUÇÃO	215
O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS: A HIPÓTESE DO MODELO
BÁSICO (KEYNESIANO)	215
O EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO	217
COMPORTAMENTO DOS AGREGADOS MACROECONÔMICOS	218
O MULTIPLICADOR KEYNESIANO DE GASTOS	220
DETERMINAÇÃO DE RENDA E DO PRODUTO NACIONAL:
O MERCADO MONETÁRIO	222
OFERTA DE MOEDA: OS MEIOS DE PAGAMENTO	222
Criação e destruição de moeda	224
OFERTA DE MOEDA PELO BANCO CENTRAL	224
O MULTIPLICADOR MONETÁRIO	225
A DEMANDA DE MOEDA	226
TAXAS DE JUROS: NOMINAL E REAL	227
A MOEDA E A POLÍTICA MONETÁRIA	228
RESUMO DO TÓPICO 3	230
AUTOATIVIDADE	232
TÓPICO 4 - ECONOMIA INTERNACIONAL: O SETOR EXTERNO	233
INTRODUÇÃO	233
O COMÉRCIO INTERNACIONAL – ALGUMAS DEFINIÇÕES INICIAIS	234
INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL –
AS MEDIDAS PROTECIONISTAS	234
INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL–
RESTRIÇÕES E INCENTIVOS AO LIVRE-COMÉRCIO	235
O BALANÇO DE PAGAMENTOS	236
TAXAS DE CÂMBIO	239
OS REGIMES CAMBIAIS	240
A DESVALORIZAÇÃO E A VALORIZAÇÃO CAMBIAL	243
ALGUNS DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES E DAS EXPORTAÇÕES	244
RESUMO DO TÓPICO 4	246
AUTOATIVIDADE	247
TÓPICO 5 - INFLAÇÃO	249
INTRODUÇÃO	249
O QUE É INFLAÇÃO?	249
A INFLAÇÃO DE DEMANDA	251
A INFLAÇÃO DE CUSTOS	252
A INFLAÇÃO INERCIAL	253
OS PRINCIPAIS EFEITOS DA INFLAÇÃO	253
EFEITOS NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA	254
EFEITOS SOBRE O BALANÇO DE PAGAMENTOS	255
EFEITOS SOBRE OS INVESTIMENTOS EMPRESARIAIS	255
EFEITOS SOBRE O MERCADO DE CAPITAIS	255
COMO COMBATER A INFLAÇÂO	256
METAS INFLACIONÁRIAS NO BRASIL	256
LEITURA COMPLEMENTAR	259
RESUMO DO TÓPICO 5	265
AUTOATIVIDADE	266
REFERÊNCIAS	269
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
· compreender os conceitos básicos da ciência econômica;
· compreender e avaliar os problemas econômicos básicos que impactam nas atividades econômicas e no cotidiano;
· entender e diferenciar as principais características dos sistemas econômicos;
· conhecer e interpretar a curva de possibilidade de produção;
· compreender o funcionamento de uma economia e sua relação com as ativi- dades produtivas, comerciais e de distribuição da renda de uma sociedade;
· conhecer a evolução do pensamento econômico e as suas principais correntes.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em cinco tópicos. Ao final de cada tópico você encontrará atividades que lhe darão uma maior compreensão dos temas abordados.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À ECONOMIA TÓPICO 2 – SISTEMAS ECONÔMICOS
TÓPICO 3 – CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
TÓPICO 4 – FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO TÓPICO 5 – A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
200
TÓPICO 1UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, daremos ínicio aos nossos estudos sobre introdução à economia. Nesta primeira unidade, a intenção é fazer com que você compreenda as conceituações básicas da economia presentes no nosso cotidiano.
Ao longo dos estudos, vamos fazer você perceber como a economia está presente no nosso dia a dia, em praticamente tudo o que fazemos. Embora todas as pessoas, diariamente, lidam com atividades de natureza econômica, poucas delas têm essa lucidez. Todos os dias, em telejornais, em periódicos, ou mesmo na internet, nos deparamos com diferentes questões econômicas que passam despercebidas. Alguns exemplos que podemos adiantar são os aumentos dos preços, cortes de gastos em períodos de crises e recessão econômica, ou ainda, de crescimento econômico em épocas prósperas. Poderíamos citar também as altas taxas de desemprego, taxas de câmbio, taxas de juros, alta nos impostos e tarifas públicas, a distribuição da renda e do produto, a inflação, entre outros. Exemplos mais simples, como a nossa diária relação de trabalho em troca de um salário no final do mês é uma relação econômica e política, o valor da passagem de ônibus, o valor dos alimentos, o valor da mensalidade da faculdade etc. É só começar a prestar atenção a nossa volta, e veremos que tudo o que nós compramos ou consumimos na forma de bens ou de serviços estão envoltas em várias relações econômicas e políticas. Esses são alguns temas centrais no estudo da ciência econômica, que aliás, é só ler um jornal para ver cada um desses termos, não é mesmo? O que todos esses termos econômicos e esses indicadores tem a ver com o nosso cotidiano?
O estudo e conhecimento sobre os assuntos econômicos faz-se mais necessário do que nunca, já que maior parte dos grandes problemas das sociedades contemporâneas, como a globalização, a desigualdade, as questões ambientais e outros complexos problemas têm uma ligação direta com os problemas de natureza econômica.
Neste primeiro tópico, vamos estudar o conceito de economia, o problema da escassez dos recursos produtivos, as necessidades ilimitadas, vamos estudar os problemas econômicos fundamentais, os bens de uma economia, os agentes
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
econômicos, estudaremos de forma breve a grande divisão da teoria econômica entre microeconomia e macroeconomia, que serão aprofundadas nas Unidades 2 e 3.
2 O QUE É ECONOMIA?
Para começarmos nossa disciplina, é importante buscar saber o que significa economia e qual a origem deste conceito. Em termos etimológicos, a palavra “economia” tem origem grega, sua divisão se dá por duas palavras: oikos, que significa casa; e nomos, que significa norma, lei. Assim, com a junção das duas palavras, temos oikonomia, que significa “administração da casa” ou “administração da coisa pública”. O senso comum costuma relacionar uma pessoa como sendo econômica, o que significa dizer que ela é cuidadosa com o gasto de dinheiro, ou cautelosa na administração de recursos que ela dispõe, geralmente a sua renda (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
Será que economia refere-se somente a economizar ou a poupar dinheiro? Muitas pessoas acreditam que sim, mas este é um juízo equivocado. Durante esta unidade, levaremos você a compreender a economia, buscando exemplos e demostrando que a mesma está presente no nosso dia a dia, em praticamente todas as atividades do nosso cotidiano, e nas escolhas que fazemos quando gastamos a nossa renda.
A economia, ou ciência econômica, busca compreender como a sociedade e os indivíduos utilizam os seus recursos, que são escassos, na produção de determinados bens e serviços. Estuda-se ainda a forma como esses bens são distribuídos entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades de todos os indivíduos.
Os sujeitos devem fazer escolhas, as quais administrem bem os seus recursos, que já são escassos, de acordo com as suas necessidades (alimentação, saúde, educação, vestuário, habitação, transporte) que como citamos, são ilimitadas. Portanto, a ciência econômica preocupa-se com a alocação dos recursos de forma que não se comprometa as gerações futuras com o problema da escassez dos recursos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
2.1 ECONOMIA COMO UMA CIÊNCIA SOCIAL
A ciência econômica procura estudar como a sociedade se organiza e de que forma administra seus recursos que são limitados (que tem um fim) com o propósito de produzir bens e serviços para atender às necessidades de toda a população que são ilimitadas. Assim, pode-se deferir a ciência econômica como sendo:
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
a ciência social que estuda como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na produção de bens e serviços de modo a distribui-los em várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas (STONIER, 1971 apud PASSOS; NOGAMI, p. 5).
Para Samuelson (1988) apud Passos e Nogami (2012), a economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar os recursos escassos. Resumidamente, a definição da economia para Passos e Nogami (2012) é “uma ciência social que tem por objeto de estudo a questão da escassez”. Assim temos que: “economia é, pois, a ciência que estuda as formas do comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos” (STONIER, 1971, apud PASSOS; NOGAMI, p. 5, 2012).
A ciência econômica é uma ciência social e preocupa-se em estudar como a sociedade se organiza e de que forma administra seus recursos que são limitados, com o propósito de produzir bens e serviços e atender às necessidades das populações que são ilimitadas.
IMPORTANTE
O senso comum geralmente tem a tendência de reduzir a ciência econômica ao seu viés puramente matemático, bancário e a gráficos, ou mesmo a relação mencionada anteriormente, em que economia consiste apenas em economizar dinheiro. Todavia, a ciência econômica pode ser considerada uma ciência social, pois é a ciência que estuda a organização e a distribuição dos bens, por consequência, o funcionamento das sociedades. É por meio da ciência econômicaque estuda-se como os indivíduos e como a sociedade escolhe alocar os seus recursos produtivos da melhor forma possível, já que são escassos e tem a finalidade de satisfazer as necessidades de todas as pessoas dentro de uma determinada sociedade. Além disso, a ciência econômica preocupa-se com o comportamento das pessoas e como os indivíduos e as organizações tomam as decisões quanto à produção, troca de bens e consumos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
A economia é, portanto, uma ciência social, pois se ocupa do comportamento humano e de estudar como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção de bens e serviços.
NOTA
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
2.2 A CIÊNCIA DA ESCASSEZ
O problema da escassez é um problema de todas as sociedades contemporâneas. Todos sabemos que o ser humano possui necessidades diárias para a reprodução material de sua vida, e que estão relacionadas ao consumo de mercadorias (bens e/ou serviços). Essas necessidades apresentam-se das mais variadas formas, é só observamos as nossas próprias necessidades, as primárias, que são: alimentação, saúde, educação etc. Desde as necessidades mais básicas até aquelas que podem facilitar a nossa vida, como produtos tecnológicos, celulares, computadores, carros etc. Assim, o consumo desses e de outros bens e serviços se torna uma condição de vida saudável, próspera e confortável na sociedade da qual fazemos parte.
É importante, também, diferenciar as necessidades humanas dos desejos. As necessidades envolvem tudo o que realmente precisamos para sobreviver, como alimentação, moradia, saúde, educação, roupas, sapatos. Já os desejos são roupas caras e de marca, perfumes importados, celular de última geração etc. A escassez está presente em nosso dia a dia, por exemplo, quando você percebe que seu salário não pode comprar para além de todas as suas necessidades e todos os seus desejos. Se você precisa comprar um automóvel para facilitar seu deslocamento para seu trabalho, ou mesmo para passeio, isso é sua necessidade. Seu desejo seria comprar uma Ferrari, mas como seus recursos (rendimentos) são escassos, você vai comprar um automóvel que esteja dentro do seu orçamento e que vai atender a sua necessidade.
Poderíamos nos perguntar: o que é a escassez e por que existe o problema da escassez? A escassez significa que um determinado produto ou serviço não tem uma disponibilidade ampla no mercado. Quer dizer, não consegue se produzir determinado bem para todas as pessoas e, se ele é escasso, possivelmente seu preço é mais elevado e nem todas as pessoas poderão comprá-lo. Assim a escassez existe pelo fato de que as necessidades das pessoas são ilimitadas. Tente pensar quais produtos e serviços você precisa para sobreviver e se reproduzir em um mês do ano, por exemplo. Você precisa consumir incontáveis bens e serviços, como alimentos, roupas, casa, transporte, escola, precisa ir ao médico, ir à faculdade, precisa abastecer seu carro, enfim, a lista se tornaria imensa, por isso, se diz em economia, que as necessidades são infinitas e ilimitadas.
De outro lado, temos os recursos produtivos, (utilizados para a produção destes bens e serviços que utilizamos diariamente) que são máquinas, fábricas, terras, matérias-primas, entre outros, estes recursos são limitados, ou seja possuem um fim, possuem um limite. Por isso, os economistas costumam afirmar que as necessidades das pessoas são ilimitadas e os recursos são limitados, pelo simples fato de que não se consegue produzir todos os desejos de todas as pessoas (PASSOS; NOGAMI, 2012).
Surge do pressuposto de que as necessidades humanas são infinitas, ao passo que os bens ou os meios de satisfazê-las são sempre finitos. De acordo com as teorias econômicas neoclássicas, o homem pode produzir
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
o suficiente de qualquer bem econômico para satisfazer completamente determinada necessidade, mas jamais poderá produzir o suficiente de todos os bens para atender simultaneamente a todas as necessidades. De acordo com essa definição, as ciências econômicas serviriam exatamente para gerir a escassez. Por outro lado, os bens econômicos são escassos porque normalmente se dispõem apenas de quantidades limitadas de recursos produtivos necessários para criar os bens em questão, recursos estes que compreendem, basicamente, o trabalho, a terra e o capital, mas
o total dos bens econômicos que se podem produzir com tais recursos é bastante influenciado pela técnica e pelo grau de especialização, isso sem falar das complexas determinantes políticas que frequentemente afetam a produção e a distribuição dos bens. Assim, os economistas estudam também os processos produtivos pelos quais a escassez pode ser reduzida, empregando plenamente e de forma mais eficiente os recursos disponíveis, agilizando as formas de produção e distribuição dos bens em questão (SANDRONI, 1999, p. 211).
Assim, precisamos ter cuidado para que a escassez não seja confundida com pobreza. A pobreza, em termos simplistas, significa ter poucos e poder adquirir também poucos bens. Enquanto a escassez, significa que se tem mais desejos do que bens para satisfazê-los, ainda que hajam muitos bens. A questão da escassez está presente em todas as sociedades, seja rica ou seja pobre. Todavia, o problema difere se compararmos, por exemplo, países de terceiro mundo com países desenvolvidos. É claro que se experimenta uma escassez de maior quantidade de bens nos países em desenvolvimento. Já nos países desenvolvidos, como na Europa e Estados Unidos, estes podem ofertar uma quantidade maior de bem e serviços, por consequência, a escassez de bens é menor (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
FIGURA 1 – O PROBLEMA DA ESCASSEZ ILUSTRADO
Necessidades
Humanas Ilimitadas
Recursos
Produtivos Limitados
Escassez
FONTE: Os autores
O problema da escassez é um dos problemas básicos da ciência econômica. Como vimos no tópico anterior, a economia se preocupa em estudar como a sociedade se organiza e de que forma administra seus recursos escassos, com a finalidade de atender às inúmeras necessidades que são ilimitadas. Assim, justifica- se o estudo da economia justamente pela escassez dos recursos em relação às necessidades humanas, que são ilimitadas, é aí que faz sentido a ciência econômica,
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
e justifica-se a preocupação em alocar e utilizar da forma mais racional e com maior eficiência possível todos os recursos disponíveis. Do problema da escassez surge a questão da escolha, uma vez que não se pode produzir tudo o que todas as pessoas desejam, e se criam, a partir disso, o que se chama na economia, problemas econômicos básicos ou fundamentais, o quanto produzir, para quem produzir e como produzir, por meio destes problemas econômicos básicos se decidem quais bens serão produzidos e quais necessidades vão ser atendidas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
3 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
Como vimos no tópico anterior, as necessidades humanas, em todas as sociedades, são ilimitadas e os recursos produtivos são limitados, aí confrontam- se com o problema da escassez, trata-se de um problema econômico central de qualquer sociedade dada a escassez de recursos, associada com a necessidade das pessoas que é ilimitada, originam-se os três problemas econômicos fundamentais que são: O que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?
Um exemplo básico sobre os três problemas fundamentais seria pensar sobre a produção de carros importados, quem os comprará? Provavelmente será uma pequena parcela da sociedade que poderá adquirir esse bem, então não é viável produzi-lo em grande escala. Outro exemplo seria a produção de trigo, o que, quanto e para quem? O trigo é um dos elementos mais comuns na alimentação mundial, possivelmente a demanda por esse bem é alta e não é apenas uma camada da sociedade que detém o poder de adquirir o pão, mas praticamente todas as faixas de renda. Os produtores vão observar o que e quanto devem produzir, como e para quem, observarão, inclusive, qual público poderá adquiriro bem, e se este bem é ou não viável de produzir em uma sociedade, já que não faria sentido produzir um bem que ninguém pode pagar ou que ninguém tem necessidade ou desejo sobre ele (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
FIGURA 2 – PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS DAS SOCIEDADESComo
produzir?
O que e
quanto produzir?
Para quem
produzir?
Problemas
econômicos básicos
FONTE: Os autores
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
O que e quanto produzir?
Considerando que os recursos utilizados para a produção de bens e serviços são escassos, a sociedade precisa fazer escolhas, o que vai produzir e quanto vai produzir.
Como produzir?
Este problema se refere aos recursos que utilizará para produzir bens e serviços. Em geral, os produtores tendem a escolher aqueles que tiverem um baixo custo para produzir bens e serviços.
Para quem produzir?
Neste problema, a sociedade observará como as pessoas podem participar da distribuição de bens e serviços. Neste ponto se leva em conta as rendas dos indivíduos, ou seja, quem pode pagar por determinado bem.
A forma como esses três problemas fundamentais serão tratados depende da forma de organização de uma determinada sociedade, que podem ser economias de mercado ou capitalistas, economias socialistas ou centralmente planificadas. Nas economias de mercado, por exemplo, espera-se uma maior condução desses problemas por parte das empresas privadas. Já nas economias planificadas, o protagonismo é do Estado na solução dos problemas (veremos mais adiante, no Tópico 2, os diferentes sistemas econômicos).
3.1 BENS E SERVIÇOS EM UMA ECONOMIA
Falamos até aqui do problema da escassez e dos problemas econômicos fundamentais. A escassez, em economia, significa a falta de algum bem ou serviço. Quando se diz que um bem é escasso, significa dizer que ele é raro no mercado, mas precisamos entender o que são os bens e serviços em uma economia. Por “bem” pode-se entender que é tudo aquilo que permite satisfazer determinada necessidade humana. Só faz sentido um “bem” ser procurado se ele satisfazer as necessidades, ou seja, porque ele é útil. Em economia, os bens são classificados em bens livres e bens econômicos.
Veremos a seguir as classificações:
· Os bens livres são os que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano. Exemplos: a luz solar e o ar que respiramos, estes são considerados bens, pois de certa forma eles atendem às necessidades humanas. São bens livres, pois não possuem preço ou pelo menos ainda não pagamos por isso!
· Bens econômicos são caracterizados pelo esforço humano para obtenção desse bem. E além disso, estes bens têm como característica básica um preço, além de serem escassos.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Os bens econômicos são classificados em dois grandes grupos: bens materiais e bens imateriais ou serviços. Os primeiros são os bens materiais, ou seja, podem ser tangíveis, os quais podem ser atribuídos peso, altura etc. Exemplos desses bens são alimentos, roupas, livros. Os serviços são intangíveis, significa que não podem ser tocados nem medidos. Exemplos de serviços: atendimento médico, serviços de um advogado, serviços de transportadoras etc. A produção do serviço e o atendimento do mesmo são instantâneas. Uma importante característica é que os serviços não podem ser estocados, por exemplo.
Os bens materiais são classificados em bens de consumo e bens de capital. Os bens de consumo estão relacionados com a satisfação das necessidades humanas. Estes podem ser de uso “não durável” e desaparecem assim que são utilizados. Alguns exemplos são: alimentos, gasolina, bebidas. Já os bens de uso durável, ao contrário, são bens que podem ser utilizados por um maior período de tempo, por isso, duráveis. Exemplos são eletrodomésticos, móveis, livros, carros, computador, entre outros.
Os bens de capital são os bens que permitem a produção de outros bens, como máquinas, equipamentos, computadores, instalações etc.
Os bens de consumo e bens de capital são considerados bens finais, pois já passaram por todos os processos de transformações possíveis para serem colocados no mercado e à disposição da população, por isso são os ditos “bens acabados”. Além dos bens finais, existem ainda os bens intermediários, que são aqueles que ainda não foram finalizados, como vidros utilizados na produção de carros. Os bens podem ainda ser classificados em bens privados e bens públicos. Os bens privados referem-se àqueles produzidos de forma privada, como carros, computadores, celulares. Os bens públicos são aqueles fornecidos pelo Estado, são bens públicos: segurança, justiça, educação, saúde etc. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
FIGURA 3 – SÍNTESE DOS BENS DE UMA ECONOMIA
FONTE: Os autores
4 OS RECURSOS PRODUTIVOS
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Você aprendeu até aqui que os recursos para a produção de bens e serviços são limitados e que as necessidades das pessoas são ilimitadas. Estudamos que as necessidades são satisfeitas por meio de mercadorias, serviços e bens. Para produzir os bens que vimos acima, com exceção daqueles com preço zero, são necessários os recursos produtivos.
Os recursos produtivos, ou fatores de produção, são elementos utilizados no processo produtivo de bens (mercadorias) com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas. Aqui entram os fatores que propiciaram a confecção das mercadorias, entre eles, o trabalho, os recursos naturais, as matérias-primas, os combustíveis, a energia, os equipamentos, entre outros. Os recursos produtivos de uma economia são classificados em trabalho, terra ou recursos naturais, capital, tecnologia, e capacidade empresarial.
Veremos a seguir, cada um deles de forma particular, bem como suas funções no sistema econômico.
· Terra (ou recursos naturais): como o próprio nome já deixa claro são os recursos naturais, as florestas, a energia solar, os recursos minerais, o solo, as águas etc. Boa parte destes recursos naturais são utilizados diariamente na produção dos bens econômicos. Todavia, o que algumas correntes de economistas e ambientalistas costuman alertar é que os recursos naturais também são limitados, ou seja, possuem um fim se não forem utilizados com a devida precaução.
· Trabalho: trata-se do valor humano necessário para a produção de determinado bem. O trabalho que consiste em esforço por parte de um ser humano, pode ser braçal, de força física ou mental despendida. Assim, o trabalho num sentido econômico, é um serviço prestado por determinada pessoa na sua área de atuação, podendo ser um médico, um agricultor, um pedreiro. Contudo, a força de trabalho e sua qualidade também são limitadas.
· Capital (ou bens de capital): é definido por um conjunto de bens utilizados no processo de produção de outros bens e não essencialmente para atender às necessidades das pessoas. Exemplos de capital são máquinas e equipamentos, estoques, instalações, edifícios, usinas, estradas de ferro etc. Quando se fala em capital é muito comum que nossa mente associe a ações ou ao dinheiro, porém, isso deve ser associado como capital financeiro. Poderíamos pensar em exemplos do nosso cotidiano para bens de capital:
Qual o capital de um taxista? Seu táxi e seu sistema de comunicação; Qual o capital de um pescador? Sua rede e bote para pescar.
E de um médico? Seu conhecimento, ou seja, seu investimento educacional na faculdade de medicina. Se tiver consultório médico, seu investimento em equipamento e local para atender seus pacientes.
· Tecnologia: na atualidade, a tecnologia tem papel fundamental na atividade econômica. As inovações tecnológicas têm papel fundamental na economia como um todo, por meio de inovações é possível alcançar um nível de crescimento e aumento de produtividade. Exemplos são os computadores, os smathphones etc,
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
que acabam facilitando o acesso produtivo.
· Capacidade empresarial: este fator de produção consiste na capacidade empresarial, no “saber fazer” do empresário que exerce atividades e funções fundamentais no processo produtivo, pois é o empresárioquem organiza todo o processo de produção e assume os riscos da produção dos bens e serviços que propõe-se a atender, resultando em lucros, ou nas perdas de seu investimento (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
4.2 REMUNERAÇÃO DOS RECURSOS PRODUTIVOS
Para a produção de qualquer bem ou serviço é necessário o empego dos recursos produtivos. Necessita de terra, de bens de capital que são necessários para produzir outros bens, além disso, o empresário, às vezes, não conta com todo o dinheiro para investir, sendo necessária a busca de dinheiro de terceiros para a aquisição de máquinas e equipamentos. E por fim, necessita de mão de obra para a produção de bens que virão a atender as necessidades humanas. Assim, o preço pago pela utilização dos serviços dos fatores de produção vai constituir a renda dos proprietários desses fatores.
Com relação ao trabalho, o trabalhador é o proprietário dos recursos, e a remuneração que ele recebe na forma de salários no final de cada período trabalhado constitui a sua renda – paga pelo dono da empresa –. Por exemplo, com relação à remuneração do fator terra (ou recursos naturais), geralmente se conhece duas formas de remuneração, através de arrendamento (aluguel por ceder a terra temporariamente a alguém) ou mesmo a venda para outro proprietário. Já a renda do capital são os juros. No caso de um empresário necessitar de mais dinheiro para investir na sua produção, ele buscará o capital na forma de empréstimos, e para usufruir desse dinheiro, em troca pagará juros ao banco. O lucro, por fim, consiste na remuneração pela capacidade empresarial. O quadro a seguir sintetiza o que descrevemos até aqui.
QUADRO 1 – FATORES DE PRODUÇÃO E SUA REMUNERAÇÃO
	FATOR DE PRODUÇÃO
	TIPO DE REMUNERAÇÃO
	Trabalho
	Salário
	Terra (recursos naturais)
	Aluguel
	Capital
	Juro
	Tecnologia
	Royalties
	Capacidade empresarial
	Lucro
FONTE: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2009)
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Para cada fator de produção ou recurso produtivo, haverá o pagamento pelos serviços prestados. Este pagamento corresponde a uma remuneração recebida por determinado serviço prestado. Por exemplo, o trabalhador trabalha o mês todo em troca de, no final de cada período, receber um salário. O salário corresponde à remuneração pelo trabalho e, consequentemente, a renda do trabalhador, o mesmo se dá com os demais fatores de produção. (PASSOS; NOGAMI, 2012). Todavia, é importante observar que os recursos produtivos têm como característica básica serem limitados ou escassos, ou seja, não existem em quantidade abundante para produzir todos os bens desejados pela sociedade. Os recursos naturais são finitos. Um exemplo é o petróleo, as terras adequadas para agricultura, recursos hídricos, minério de ferro etc. São matérias-primas que existem em quantidades infinitas. Mesmo as nações desenvolvidas têm esse tipo de limitação de recursos naturais.
5 OS AGENTES ECONÔMICOS
Você já parou para pensar que nós participamos de transações comerciais quase que diariamente? E as realizamos com diferentes agentes econômicos? Isso mesmo, ir ao supermercado, ir a um restaurante, comprar uma água, abastecer o seu automóvel, todas essas e outras mais, são transações que proveem de necessidades que temos de consumir determinado serviço ou produto, seja para a nossa sobrevivência, seja por lazer, ou mesmo pelo conforto. Tudo o que nós consumimos nos é oferecido por um prestador de serviços. Aí entra o que se conhece em economia como os agentes econômicos, que são todas as pessoas, as empresas, o governo todos estes agentes transacionam entre si dentro de um mesmo mercado. É muito simples, todos nós efetuamos transações (de compra e venda) com os diferentes agentes, é só observar o seu dia a dia. Vamos ver mais adiante cada um dos agentes especificamente, e ficará mais claro para você compreender como se dão as transações entre os agentes no mercado.
5.1 AS FAMÍLIAS
Na economia, quando se fala em famílias, refere-se a todos os indivíduos que exercem o papel de consumidores de bens e serviços, com a finalidade de atender as suas necessidades. O ato de comprar determinada mercadoria funciona como um voto a favor da escolha de produção dessa mercadoria, que depende do empresário para ser produzida. Caso as famílias reduzam o consumo e comprem menos mercadorias, o empresário deverá interpretar esta ação, por parte o consumidor, como um descontentamento e possivelmente por conta disso tentará alterar a qualidade da mercadoria oferecida, de modo a se ajustar às novas necessidades dos compradores e consumidores. Além do papel de consumidores, as famílias oferecem ao mercado os fatores de produção que são: terra, trabalho, capital, entre outros, que os oferece às empresas.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
5.2 AS EMPRESAS
A empresa, no âmbito da ciência econômica, é o termo utilizado para designar uma unidade produtiva que é responsável pela produção e comercialização de bens e serviços. A produção acontece por meio da aquisição dos fatores de produção das famílias (terra, trabalho) e das empresas, é da onde sai a maior parte das mercadorias na forma de bens e serviços, os quais servem para atender às necessidades das pessoas. Além disso, os empresários são aqueles que realizam os investimentos produtivos para ampliar a sua capacidade de produção, ou seja, para aumentá-la, utilizarão os investimentos para contratar e treinar trabalhadores e investir em novas máquinas e equipamentos.
Todavia, é bom ressaltar que a empresa não atua isolada, ou seja, as empresas não tomam decisões de forma independente. Geralmente, as decisões do empresariado são tomadas com base no padrão de comportamento de boa parte dos consumidores, bem como observam as suas necessidades: aí observa-se o comportamento das famílias que atuam como consumidores dos produtos que as empresas produzem.
Em resumo, podemos dizer que a empresa é responsável pelo uso e processo dos fatores de produção para satisfazer as necessidades e desejos das famílias (consumidores), e que uma das suas finalidades é a maximização do lucro.
5.3 GOVERNO
O Governo, ou Estado, desempenha um papel fundamental na economia de qualquer nação. Em sociedades capitalistas, como é o caso na maior parte do mundo, o Estado emerge justamente para corrigir as falhas do mercado, com a finalidade de interferir nas relações de mercado entre empresários e consumidores.
Todas as organizações estão de forma direta ou indireta sob o controle do governo, seja na esfera federal, estadual ou municipal. O governo tem o papel de intervir no sistema econômico com a finalidade de corrigir suas falhas. Além disso, concentra-se nas atividades de supervisão, regulação, oferta de bens públicos, redistribuição das riquezas.
Vejamos cada uma delas:
· Supervisão, regulação e regulamentação: diz respeito ao papel de legislador dos temas que dizem respeito aos assuntos econômicos de uma economia. É papel do Estado, neste caso, certificar-se do cumprimento de um conjunto de regras válidas para todos os agentes econômicos.
· A oferta de bens públicos: o Estado oferta bens e serviços com o dinheiro recolhido e redistribui por meio de arrecadação de tributos das famílias e das empresas. O bens públicos mais comuns são saúde, educação, escolas, universidades, iluminação pública, rodovias etc.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
· Redistribuição das rendas: em economias de mercado é comum desigualdades na distribuição das rendas e riquezas na população, o que traz graves consequências sociais, aí a necessidade de intervenção estatal, fazendo uma mais equitativa redistribuição das rendas por meio de tributos, auxiliando com trasferências e subsídios às famílias mais desprovidas.
· As falhas de mercado: o mercado possui falhas, ou seja, não consegue se autoajustar, situações de externalidades (por exemplo, uma empresa que polui o meio ambiente), ou ainda, em situações de concorrência imperfeita (o monopólio ou de monopsônio causam falhas de mercado), de modo que o Estado intervém para o ajuste de tais falhas (VASCONCELLOS;GARCIA, 2004).
5.4 O RESTO DO MUNDO
Resto do mundo é o termo utilizado em economia para expressar as relações comerciais e de troca entre as diferentes nações. Atualmente, com o crescimento das relações comerciais entre os vários países, decorrente do processo de globalização, o Resto do Mundo pode ser visto como um quarto agente econômico. Os mercados externos podem atuar como consumidores das mercadorias produzidas pelo país. Ao mesmo tempo, as famílias de um país podem consumir mercadorias produzidas no exterior por meio de importação de produtos.
QUADRO 2 – AGENTES ECONÔMICOS E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES
	AGENTES ECONÔMICOS
	PRINCIPAL FUNÇÃO NA ECONOMIA
	Famílias
	Consumo de bens e serviços.
	Empresas
	Produção de bens e serviços.
	Governo
	Satisfação das necessidades coletivas e redistribuição da renda.
	Resto do Mundo
	Troca de bens, serviços e capitais.
5.5 MERCADO
O mercado não se trata especificamente de um agente econômico, mas é no mercado que a relação entre as famílias (consumidores) e as empresas (unidades produtivas) acontece. O mercado é um local físico ou não físico, onde se encontram compradores e vendedores para realizarem as trocas de bens e serviços. Concretamente são as feiras, lojas, bolsa de valores etc. No mercado, os compradores e vendedores confrontam os preços e as quantidades de um determinado bem que desejam trocar. Na definição de Sandroni (1999, p. 378), o termo mercado:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
designa um grupo de compradores e vendedores que estão em contato suficientemente próximo para que as trocas entre eles afetem as condições de compra e venda dos demais. Um mercado existe quando compradores que pretendem trocar dinheiro por bens e serviços estão em contato com vendedores desses mesmos bens e serviços. Desse modo, o mercado pode ser entendido como o local, teórico ou não, do encontro regular entre compradores e vendedores de uma determinada economia.
Em todo o mercado, o preço atua como mecanismo que regula as trocas. O comprador e o vendedor chegam a um acordo em relação ao preço de determinado bem. É importante ter em mente que o preço influencia na procura por um bem. Por exemplo, se determinado bem estiver com um preço baixo, possivelmente as pessoas comprarão mais desse bem, se ele estiver mais caro, as pessoas, no geral, tendem a substitui-lo por outro bem.
6 A DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA
De forma muito introdutória, veremos as duas grandes divisões do estudo da teoria econômica, que se dividem em duas grandes áreas: a teoria microeconômica e a teoria macroeconômica.
A teoria microeconômica, ou microeconomia, é preocupada em examinar o comportamento econômico das unidades individuais que são representadas pelos consumidores, pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos. A microeconomia estuda a interação entre as empresas e os consumidores, bem como a maneira pela qual a produção e preço são determinados em mercados específicos.
A microeconomia estuda o comportamento dos agentes econômicos individuais. Preocupa-se com o comportamento dos consumidores, das empresas, sua produção, seus custos; preocupa-se com a determinação de preços dos bens, dos serviços e fatores.
UNI
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A teoria macroeconômica, ou macroeconomia, estuda o comportamento da economia como um todo. A macroeconomia estuda os grandes agregados nacionais, tais como a produção total dos bens e serviços, o PIB, as taxas de inflação e desemprego, o total de poupança captada em um país, as receitas e despesas totais de determinada economia, os investimentos por parte do governo, o balanço de pagamento e as contas nacionais etc. (PASSOS; NOGAMI, 2012; ROSSETTI, 2003).
A macroeconomia estuda o comportamento do sistema econômico como um todo. Preocupa-se com o comportamento dos agregados nacionais: PIB, inflação, investimento agregado, poupança agregada, entre outros.
UNI
QUADRO 3 – MICROECONOMIA X MACROECONOMIA
	CARACTERÍSTICAS
	MICROECONOMIA
	MACROECONOMIA
	Visão
	Individual.
	Global.
	
Objetivo de estudos
	Comportamento dos indivíduos, das famílias, das empresas e do mercado.
	
Comportamento da economia como um todo.
	
Variáveis fundamentais de estudo
	Oferta e demanda, geração dos preços, o comportamento do consumidor, produção das empresas, mercados competitivos.
	Produção total, nível geral de preços, emprego x desemprego, taxas de juros, inflação, salários e taxas de câmbio.
FONTE: Os autores
Caro acadêmico! Estudaremos mais adiante, com profundidade, a microeconomia e a macroeconomia, nas Unidades 2 e 3.
ESTUDOS FUTUROS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
LEITURA COMPLEMENTAR
RECURSOS ESCASSOS E NECESSIDADES ILIMITADAS: a sociedade está cada vez mais hipnotizada pelo marketing
Por Naiara Trajano dos Santos e Marçal Rogério Rizzo
Houve um tempo em que o homem não pensava que os recursos fossem escassos. A economia nem existia como ciência. Acontece, agora, que ela é tida como a ciência da escassez. Estuda como devem ser administrados os recursos. Também explica as "aparentes" necessidades ou carências materiais das pessoas. No entanto, o sistema capitalista parece querer omitir a tal escassez dos recursos, já que incentiva as compras mesmo que desnecessárias. Isso tudo ocorre em nome da manutenção da sociedade de consumo: renda, consumo, produção, impostos etc.
A sociedade está cada vez mais hipnotizada pelo marketing, publicidade, pela propaganda, e busca a felicidade no ato de comprar. Carências surgem a todo o momento, mesmo não necessitando. O anseio pela novidade vem sendo o motor propulsor da sociedade de consumo.
Um exemplo clássico para os tempos atuais que cabe bem nesta reflexão é o telefone celular. Parece que minuto a minuto a indústria lança um aparelho novo. Cria situações hilariantes, como a de nem mesmo quando se acaba de pagar o celular atual, surge um novo modelo e torna-o obsoleto.
Pela ótica da sociedade de consumo, a compra e a venda estão corretas, pois permitem a continuidade e manutenção da mesma. Contudo, toda visão fragmentada e descontextualizada merece desconfiança. O princípio básico da economia é a escassez, portanto, "os recursos são escassos e as necessidades ilimitadas", sendo assim, consumo de forma exacerbada gera endividamento, inadimplência e degradação ambiental.
Que pode pensar disso tudo o cidadão que é estimulado a consumir? Como avaliará as benesses materiais que o consumo lhes garante? O caso é muito simples: a economia do Brasil foi bombardeada com estímulos ao consumo e hoje vemos uma parcela considerável das famílias vivendo endividadas. Os dados demonstram falhas na condução dos orçamentos, das reais necessidades e dos desejos de consumo. Os recursos financeiros são insuficientes para tantas vontades e, diga-se de passagem, não somente os recursos financeiros, mas, inclusive, os naturais, dos quais ainda pouquíssimas pessoas se importam.
É lamentável que o status do "possuir algo" vem superando qualquer racionalidade. Excepcionalmente, até a ostentação vem ganhando força na sociedade atual. O “ter” tem sido mais importante que o “ser”. Se você tem, você é alguém; se você possui, te dá prazer, e se isso te dá prazer, você quer mais, ou seja: "quanto mais tem, mais quer". É tão trivial e verdadeira esta frase que o grau de endividamento da sociedade de consumo pode explicá-la.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
No entanto, o que fazer diante deste cenário? Nessa dinâmica, todo argumento contrário ao consumismo parece vazio. Isso torna o desafio ainda maior, já que ele tem que ser retroalimentado a todo momento. Contudo, na lógica do limite dos recursos ele não poderá se sustentar. É oportuno lembrar que uma parte considerável da população mundial vive ainda em condições subumanas. A par da questão da desigualdade social, há milhares de matérias publicadas sobre o assunto. Por outro lado, uma parcela considerável de pessoas fecha os olhos para o problema, uma vez que é inconveniente aos preceitos de quem vive numa zona de conforto pensar em diminuirseu nível de consumo em prol de uma sociedade mais justa e equânime. Certamente, não existe uma panaceia para a transformação imediata desta sociedade de consumo, mas é inegável que necessitamos urgentemente de medidas que visem a revalorização dos limites dos recursos e dos desejos materiais.
FONTE: Disponível em: <http://www.oregional.com.br/2013/12/recursos-escassos-e- necessidades-ilimitadas_306519>. Acesso em: 4 jan. 2017.
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
· A economia estuda a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços pelas pessoas e sociedades; também estuda os processos de acumulação de bens materiais, possibilitando assim entender a geração de riqueza pelas sociedades.
· Os fatores de produção e suas remunerações são, respectivamente, trabalho (salários); terra e/ou recursos naturais (aluguel); capital (juros); tecnologia (royalties) e capacidade empresarial (lucro).
· A economia pode ser entendida como a ciência da escassez.
· Os recursos produtivos são considerados escassos e as necessidades humanas são consideradas ilimitadas.
· As pessoas e a socidade precisam fazer escolhas para administrar bem os seus recursos produtivos escassos, de forma a evitar desperdícios e preservar a capacidade de crescimento do sistema econômico para as gerações futuras.
· Agentes econômicos são todos os indivíduos, empresas e órgãos públicos que participam de um mercado e possuem uma relação de troca de bens ou serviços.
· A ciência econômica divide-se em dois grandes campos teóricos: a macroeconomia e a microeconomia.
· A microeconomia tem por objetivo estudar o comportamento econômico das unidades individuais, que são representadas pelos consumidores, pelas firmas e pelos proprietários de recursos produtivos. Ela estuda a interação entre as firmas/empresas e consumidores, bem como a maneira pela qual a produção e preço são determinados em mercados específicos.
· A macroeconomia tem como objetivo estudar a determinação do nível geral de preços, do nível de produto, da taxa de salários, do nível de emprego, da taxa de juros, do volume de moeda, da taxa de câmbio. Estuda os grandes agregados e a economia como um todo.
AUTOATIVIDADE
Prezado acadêmico, estamos chegando ao final do primeiro tópico que corresponde a uma introdução à economia. Chegando até aqui, é importante fixar alguns conceitos e teorias que estudamos e que serão importantes ao longo desta disciplina. Por isso, elaboramos algumas autoatividades para você testar seus conhecimentos. Desejamos bons estudos!
1 Estudamos os recursos produtivos das economias. Como vimos, eles são imprescindíveis para o processo de produção, de modo que, sem ele, não haveriam produtos ou serviços a nossa disposição. Cada recurso de produção tem, em economia, uma remuneração específica. Com base nisso, associe a primeira coluna de acordo com a segunda:
a) Trabalho
b) Terra (recursos produtivos)
c) Capital
d) Tecnologia
e) Capacidade empresarial
( ) Juros
( ) Aluguéis ( ) Royalties ( ) Lucros
( ) Salários
2 As necessidades das pessoas são ilimitadas e os recursos produtivos são limitados. Disto resulta o problema da escassez, isto é, de que não há quantidades suficientes de um produto ou serviço para satisfazer os desejos de todos. Desse
problema central, surgem três outros problemas fundamentais estudados em economia. Com base nisso, cite e comente os três problemas básicos da ciência econômica.
3 Os economistas, muitas vezes, utilizam modelos para explicar a realidade socioeconômica. Vimos que fazem parte da economia os chamados agentes econômicos, que são: as famílias, as empresas, o governo e o resto do mundo. Com base em seus
estudos, descreva a função de cada um destes agentes na economia.
4 Entende-se que um “bem” é tudo aquilo que nos permite satisfazer uma determinada necessidade. Assim, só faz sentido um “bem” ser adquirido se ele for útil, a fim de satisfazer as nossas necessidades. Com base no que você estudou, diferencie
bens de consumo e bens de capital. Dê um exemplo para cada bem.
5 Estudamos de forma introdutória os dois grandes campos que subdividem a teoria econômica, a microeconomia e a macroeconomia. Com base no que você estudou, explique cada uma destas divisões.
TÓPICO 2UNIDADE 1
SISTEMAS ECONÔMICOS
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, no Tópico 1 iniciamos os estudos da disciplina de economia. Estudamos o que é economia, o problema da escassez, os problemas econômicos fundamentais, os recursos produtivos, os agentes econômicos, estudamos a grande divisão da teoria econômica, a microeconomia e a macroeconomia. Agora que você já domina as conceituações mais básicas da economia, podemos avançar nos estudos. O segundo tópico desta unidade tem por finalidade estudar os sistemas econômicos. Agora veremos como se dá a organização social das sociedades.
De início, precisamos entender o que é um sistema econômico. O sistema econômico nada mais é do que a forma como cada sociedade organiza a sua produção, ela pode ser uma economia de mercado ou capitalista, a maior parte das economias do mundo são economias de mercado, mas existem algumas experiências diferenciadas, como é o caso de Cuba, economia socialista ou planificada, e ainda existem os sistemas de economias mistas. Sobre cada um destes sistemas, vamos estudar nas próximas páginas.
2 O QUE É UM SISTEMA ECONÔMICO?
Conceito básico em economia é o de sistema econômico. Este pode ser definido como a forma na qual a sociedade se organiza nos termos econômicos e sociais para desenvolver as suas atividades econômicas e produtivas para atender às demandas e às necessidades da população. Os elementos básicos de um sistema econômico, segundo Vasconcellos e Garcia (2004), são:
· estoques de recursos produtivos ou os chamados fatores de produção (os quais incluem recursos produtivos, trabalho humano, capacidade empresarial), aí entram os fatores que veremos mais adiante, o capital, os recursos naturais e a tecnologia;
· o complexo de unidades de produção, constituídos pelas empresas;
· o conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais, as quais são base para a organização da sociedade.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Assim, toda economia opera segundo um conjunto de normas e regras, leis e regulamentos, e por isso é chamado de “sistema econômico”. De maneira geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos: o sistema socialista ou de economia planificada; e o sistema capitalista ou de economia de mercado.
No primeiro caso, em economia planificada ou socialista, as questões econômicas são resolvidas por um órgão central, no qual predomina a propriedade pública dos meios de produção, que são os bens de capital, os recursos naturais, bancos, prédios etc. Um exemplo de uma economia planificada atualmente é Cuba.
Já o sistema capitalista, ou de economia de mercado, leva este nome justamente por ser regido pelas forças do mercado, na qual predomina a livre iniciativa e a propriedade privada dos meios de produção. Nas economias de mercado, que são boa parte dos países do mundo, as questões fundamentais são resolvidas por meio do mecanismo de preços e por meio da oferta e da demanda. Ressalta-se que mesmo com a livre iniciativa e o livre mercado no sistema capitalista, o Estado tem papel fundamental para o bom funcionamento da atividade econômica (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
Veremos nos próximos tópicos a diferença de cada um desses sistemas.
O que é um sistema econômico? Este pode ser definido como a forma na qual determinada sociedade se organiza nos termos econômicos e sociais para desenvolver determinadas atividades econômicas e produtivas, com a finalidade de efetuar as trocas de bens e serviços para atender às necessidades ilimitadas das pessoas.
IMPORTANTE
3 ECONOMIA CAPITALISTA OU DE MERCADO
Quando falamos em capitalismo, nos referimos ao sistema econômico e social predominante atualmente na maioria dos países. Basicamente, é um sistema de organização econômica baseado na propriedade privadados meios de produção. A economia está baseada na separação entre trabalhadores livres, portadores de sua força de trabalho e em proprietários dos meios de produção. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho aos proprietários dos meios de produção, em troca de salário. A intenção, neste processo, é a produção de mercadorias, visando a obtenção de lucro (SANDRONI, 1999).
Alguns elementos que caracterizam o sistema econômico são: a presença de capital, de propriedade privada dos meios de produção, a divisão do trabalho, a moeda e o lucro. Observe cada uma destas características a seguir:
TÓPICO 2 | SISTEMAS ECONÔMICOS
· Capital: para o senso comum, capital é entendido como um grande montante de dinheiro. O conceito de capital na economia é mais abrangente, ele significa o conjunto de bens econômicos, como máquinas, equipamentos, fábricas, terras, matérias-primas, que são capazes de produzir outros bens e serviços. O capital, na sua forma física, é chamado de capital tangível. E o capital representado por documentos, ações e papéis chama-se capital intangível (SANDRONI, 1999).
· Propriedade privada: as economias capitalistas recebem este nome justamente porque o capital é essencialmente propriedade privada de alguém: o capitalista. É por meio da propriedade privada que o capitalismo se apropria de parte da renda gerada nas atividades econômicas, a partir disso surge a concorrência (SANDRONI, 1999).
· Divisão do trabalho: nas economias capitalistas é marca a especialização do trabalho, ou seja, a produção massiva de bens é possível graças à divisão do trabalho máximo de vantagem, suas aptidões em determinadas tarefas. A especialização dos processos produtivos tem a finalidade de dinamizar e tornar cada vez melhor um processo produtivo. O processo de divisão do trabalho faz com que cada trabalhador, de acordo com a sua especialidade, adquira uma maior agilidade no processo produtivo, acentue a sua agilidade dentro do processo de produção, o que faz com que a produtividade se eleve (SANDRONI, 1999).
· Moeda: juntamente com o capital e a especialização, a moeda vem a ser mais uma característica das economias capitalistas. Dentro de uma economia, a moeda tem algumas funções básicas, sendo estas: meio de troca, reserva de valor, unidade de conta e padrão para pagamentos. A moeda como meio de troca facilita as negociações em uma economia (SANDRONI, 1999).
· Preço: o preço está presente nas economias de mercado e expressa a relação de troca de um bem por outro bem. Em outras palavras, significa a quantidade em dinheiro que se dá em troca de algum bem ou mercadoria, representando assim o valor monetário da mercadoria ou serviço. Ainda em economias capitalistas de mercado, o preço tem função de assegurar a concorrência da economia como um todo. De acordo com o preço dos bens e serviços, as pessoas escolhem o que comprar e as empresas escolhem o que produzir (SANDRONI, 1999).
· Lucro: uma das finalidades dos empresários é, obviamente, obter lucros, retornos positivos sobre seu negócio, no qual foi investido capital. O lucro é a diferença entre a receita e o custo da produção. Um dos principais objetivos da empresa no capitalismo é obter lucros para seu proprietário (SANDRONI, 1999).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Capitalismo é um sistema marcado pela propriedade privada dos meios de produção. Capital são os bens utilizados na fabricação de outros bens. Nas economias capitalistas ou de mercado é a oferta e demanda dos bens que determina o preço e organiza a produção.
NOTA
4 ECONOMIAS SOCIALISTAS OU PLANIFICADAS
Nas economias planificadas ou socialistas apresentam-se três problemas básicos. Como nas economias capitalistas de mercado, todavia, a forma de resolvê- lo é que se distingue. Os problemas fundamentais, o que e quando produzir, para quem e como produzir, são decisões tomadas por órgãos planejadores centrais. Estes determinam tais questões, já que nas economias planificadas não há orientação pelo sistema de preços como nas economias de mercado. Um exemplo hoje ainda de economia planificada, é a experiência cubana. Nas economias socialistas o planejamento é formulado da seguinte maneira:
· Planejamento sobre as necessidades das pessoas a serem atendidas;
· levantamento sobre os recursos e as técnicas disponíveis para a produção de bens e serviços;
· dada a premissa básica da economia, de que as necessidades são ilimitadas e que os recursos são limitados, surge também a necessidade de selecionar quais destas necessidades humanas serão prioridades para se produzir, quando se decidir isto, se determina o que, quanto, como e para quem serão produzidos determinados bens e serviços para atenderem as necessidades dos indivíduos dentro de uma determinada sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
Quem define esse planejamento e as prioridades do que será produzido são os órgãos centrais planejadores. Nas economias socialistas, o sistema de preços não funciona como meio regulador, mas sim para facilitar os objetivos de produção estabelecidos pelo Estado. As características do funcionamento de uma economia socialista são: os preços e a organização da produção, os preços e a distribuição da produção, propriedade pública dos meios de produção (PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2003).
Observe cada uma delas a seguir:
· Os preços e a organização da produção: ao contrário das economias de mercado em que o preço aparece como fundamental, no sistema socialista, ao contrário, não é a oferta e a demanda que definem os preços, mas sim, o órgão máximo de planificação central. Com base nas necessidades da população, consideradas prioritárias, é que vão se definir o que e quanto, como e para quem será produzido. Na produção em si, as fábricas são organizadas individualmente por um diretor
TÓPICO 2 | SISTEMAS ECONÔMICOS
escolhido pelo órgão de planificação central, estas recebem as instruções deste órgão central sobre o que, quanto e como será produzido naquela fábrica, de acordo com a capacidade da mesma (lembrando que é propriedade coletiva, ou seja, todos os trabalhadores trabalham para a sociedade como um todo).
· Os preços e a distribuição da produção: os preços dos bens de consumo são determinados pelo governo com intuito de evitar qualquer excesso ou qualquer falta dele na produção.
· Propriedade pública: na economia socialista os meios de produção, as máquinas, os equipamentos, os edifícios, as matérias-primas, as terras e os bancos, todos são considerados de toda população que habita aquele país, tendo como característica a propriedade coletiva dos meios de produção.
Nas economias planificadas não existe a propriedade privada dos meios de produção. A oferta e demanda de bens e serviços, assim como os preços e salários estão sob responsabilidade de um órgão planejador central.
NOTA
FIGURA 4 – DIFERENÇA ENTRE SOCIEDADES CAPITALISTAS E SOCIALISTAS
FONTE: Disponível em: <http://www.tocadacotia.com/wp-content/gallery/ caracteristicas-do-socialismo/socialismo-19.jpg>. Acesso em: 5 jan. 2017
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
5 ECONOMIAS MISTAS
Outro modelo é o sistema chamado de economia mista. Neste sistema, umas parcelas dos meios de produção são pertencentes ao Estado, por meio das chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence ao setor privado, são as firmas privadas. A solução dos problemas econômicos fundamentais, o que e quanto produzir, como e para quem nestas economias mistas, se dá na relação conjunta entre mercado e Estado. Com relação ao que e quanto produzir, o Estado, por meio de isenção ou redução de tributos e incentivos fiscais, pode indicar o que deve ser produzido naquela economia. Outro instrumento que o Estado utiliza é por meio do controle de crédito, por exemplo, naquelas atividades em que o Estado deseja fomentar haverá um maior incentivo ao crédito. Outra forma ainda do Estado intervir é por meio de suas empresas públicas, que são destinadas a garantir a produção dos bens e dos serviços que são fundamentais para o bem-estar coletivo, como saneamento básico, transporte,energia, entre outros. O Estado também executa grandes obras, como estradas e pontes, neste caso, o Estado necessita indiretamente do setor privado na produção dos insumos para estas grandes obras, como o cimento, o aço etc. Todavia, nas economias mistas o problema “o que e quanto produzir” se orienta pelo sistema de preços.
O problema de como produzir, em economias mistas, é resolvido de forma diferente segundo o setor público ou privado da economia. No setor público se resolve com o planejamento governamental, cuja função não é obter lucros, mas sim ao atendimento das necessidades da população. Já o contrário acontece no âmbito do setor privado, a questão é solucionada de acordo com o mercado e com os preços.
Nos sistemas mistos, a questão distributiva é análoga às economias de mercado pelo sistema de preço, como vimos anteriormente. Nas economias mistas, assim como nas economias de mercado, é marcada a concentração das rendas, e neste caso, o Estado oferece subsídios como ensino público, assistência médica, entre outros. Exemplos da ação do Estado nesse sentido são: seguro-desemprego, o estabelecimento de salários-mínimos, entre outros.
Um exemplo concreto das chamadas economias mistas ou modelo de social democracia são as experiências dos países nórdicos, como a Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia. Estes países ostentam um alto índice de desenvolvimento humano, de longevidade e de educação, além de taxas de desemprego baixíssimas e taxas de inflação operando a 1%. Embora com o predomínio das leis de mercado e da propriedade privada nestes países, boa parte dos serviços públicos, como saúde e educação, são gratuitos, bancados pelo Estado, isso é possível devido a uma carga tributária altíssima. Para se ter ideia, na Dinamarca, a alíquota do imposto de renda chega a ser cerca 56%. Com níveis de desigualdade baixíssimos, estes países têm instituições fortes e são considerados os mais democráticos do mundo.
TÓPICO 2 | SISTEMAS ECONÔMICOS
Nas economias mistas prevalecem as “leis de mercado”, mas com forte atuação do Estado na economia.
Caro acadêmico, se você deseja conhecer mais sobre a experiência das economias mistas, também chamadas de social democracia, acesse o link com a reportagem:
<http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/01/150128_noruega_democracia_chc_cc>.
NOTA
DICAS
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
· Sistema econômico nada mais é do que a forma como cada sociedade organiza a sua produção. Sistemas podem ser economia de mercado ou capitalista, economias planificadas ou socialistas, ou ainda, economias mistas.
· Economia capitalista ou de mercado é um sistema marcado pela propriedade privada dos meios de produção e comandado pelas forças de mercado.
· Economia planificada ou socialista é uma sociedade em que não existe a propriedade privada dos meios de produção. Os meios de produção são coletivos e o Estado comanda toda a atividade econômica.
· Nas economias mistas uma parcela dos meios de produção são pertencentes ao Estado por meio das chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence ao setor privado, as firmas privadas. A solução dos problemas econômicos fundamentais, o que e quanto produzir, como e para quem, nestas economias mistas se dá na relação conjunta entre mercado e Estado.
AUTOATIVIDADE
1 Com base nos estudos do Tópico 2, explique o que é um sistema econômico e quais são seus elementos básicos.
2 Os diferentes sistemas econômicos que se tem conhecimento são: as economias capitalistas ou de mercado, as economias planificadas ou socialistas, e as economias mistas, estas são diferentes formas de organização social. Com base nos estudos do Tópico 2, analise as afirmativas a seguir:
I - As economias de mercado ou capitalistas baseiam-se na separação entre trabalhadores livres, portadores de sua força de trabalho e em proprietários dos meios de produção. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho aos proprietários dos meios de produção em troca de salário. A intenção, neste processo, é a produção de mercadorias, visando à obtenção de lucro.
II - Nas economias socialistas, análogas às economias de mercado, predominam a propriedade privada dos meios de produção e a divisão do trabalho.
III - Nas economias capitalistas os meios de produção, as máquinas, os equipamentos, os edifícios, as matérias-primas, as terras e os bancos, todos são considerados de toda população que habita aquele país, tendo como característica a propriedade coletiva dos meios de produção.
IV - Nas economias mistas, uma parcela dos meios de produção são pertencentes ao Estado por meio das chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence ao setor privado, as firmas privadas.
V - Nas economias capitalistas o sistema de preços não funciona como meio regulador, mas sim para facilitar os objetivos de produção estabelecidos pelo Estado.
Analisando estas sentenças, assinale aquela com a sequência de afirmações corretas:
a) ( ) Apenas a sentença I está correta.
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças IV e V estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
e) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
3 Neste Tópico 2 estudamos os diferentes sistemas econômicos. Com base no que você estudou, explique o funcionamento de uma economia capitalista de mercado e cite suas principais caracteristícas.
4 Sabendo que o funcionamento das economias ditas socialistas, nas quais o Estado aparece como o protagonista, explique o funcionamento de uma economia socialista e descreva as suas principais características.
5 Estudamos ainda o funcionamento das economias mistas no último item deste tópico, vimos alguns exemplos e de como acontece a junção de Estado e mercado nas economias ditas mistas e social democracia. A exemplo dos países nórdicos, descreva as suas características.
TÓPICO 3UNIDADE 1
CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, vamos dar início ao terceiro tópico desta unidade. Nela, vamos estudar a curva de possibilidade de produção. Esta curva representa graficamente o problema da escolha e da escassez de uma determinada empresa ou de uma determinada sociedade.
Nós estudamos no Tópico 1 desta unidade o problema da escassez, lembra- se? Vimos que a ciência econômica se preocupa com as ilimitadas necessidades humanas, bem como a limitação por parte dos recursos produtivos. Assim, o estudo da economia está ligado a uma questão central, a escolha. Deste problema surge na ciência econômica a curva de possibilidade de produção, que tem por finalidade ilustrar graficamente a escassez dos fatores de produção e das possibilidades de escolha. A curva de possibilidade de produção cria, graficamente, um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade.
A curva de possibilidade de produção representa a capacidade máxima de produção de uma empresa ou de uma sociedade, de acordo com os recursos produtivos disponíveis na empresa ou na sociedade naquele dado momento. A curva de possibilidade de produção representa uma lista de várias combinações de escolhas possíveis de bens que se quer produzir em uma economia ou em uma empresa. Veremos nos exemplos que quanto mais recursos forem investidos em um determinado bem, menos recursos teremos para investir na produção de outro bem.
A curva de possibilidade de produção é representada de forma simplificada em um gráfico em que cada eixo significa determinado bem. No gráfico, a curva de possibilidade de produção é representada por uma curva que une os eixos e os pontos referentes às quantidades máximas e às diferentes combinações possíveis de produzir de cada um dos bens. Veremos, ao longo deste tópico, o exemplo de uma empresa do ramo têxtil e a produção de dois bens: toalhas e cobertores. Veremos também a situação de eficiência e de desemprego, e como se aplica a curva de possibilidade de produção em uma sociedade e suas aplicações (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
2 A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA TÊXTIL

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