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DD Doutrina - Semana 11

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SEMANA 11
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL TURMA 8
SEMANA 11/18
Sumário
META 1 .............................................................................................................................................................. 8
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA (PARTE I) ............................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................. 9
2. ESPÉCIES DE FALSIDADE .............................................................................................................................. 10
3. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO ................................................................................................................ 10
4. CRIMES EM ESPÉCIE..................................................................................................................................... 12
4.1 Moeda Falsa (Art. 289) ........................................................................................................................................... 12
4.1.1 Conduta Equiparada ........................................................................................................................................ 17
4.1.2 Figura Privilegiada............................................................................................................................................ 17
4.1.3 Crime Funcional (figura qualificada) ................................................................................................................ 18
4.1.4 Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa (Art. 290)........................................................................................... 20
4.2 Petrechos Para Falsificação De Moeda (Art. 291) .................................................................................................. 23
4.3 Emissão De Título Ao Portador Sem Permissão Legal (Art. 292)............................................................................ 25
4.4 Da Falsidade De Títulos E Outros Papéis Públicos.................................................................................................. 26
4.4.1 Falsificação de Papéis Públicos ........................................................................................................................ 26
4.4.2 Petrechos De Falsificação (Art. 294) ................................................................................................................ 29
4.5 Da Falsidade Documental....................................................................................................................................... 30
4.5.1 Falsificação do Selo ou Sinal Público (Art. 296) ............................................................................................... 30
4.5.2 Falsificação de Documento Público (Art. 297) ................................................................................................. 33
META 2 ............................................................................................................................................................ 43
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA (PARTE II) ............................................................................ 43
4.5.3 Falsificação de Documento Particular (Art. 298) ............................................................................................. 43
4.5.4 Falsidade Ideológica (Art. 299) ........................................................................................................................ 46
4.5.5 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra (Hipótese Especial de Falsidade Ideológica) (Art. 300) ................. 56
4.5.6 Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso (Art. 301) ................................................................................. 57
4.5.7 Falsidade material de atestado ou certidão .................................................................................................... 58
4.5.8 Falsidade de Atestado Médico (Art. 302) ........................................................................................................ 58
4.5.9 Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica (Art. 303) .................................................................. 60
5. USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 304)..................................................................................................... 61
6. SUPRESSÃO DE DOCUMENTO (Art. 305) ..................................................................................................... 64
7. DE OUTRAS FALSIDADES.............................................................................................................................. 65
7.1. Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros 
fins (Art. 306)................................................................................................................................................................ 66
7.2. Falsa Identidade (Art. 307) .................................................................................................................................... 66
7.3. Uso ou Cessão para Uso de Documento de Identificação Civil de Terceiro (Art. 308).......................................... 68
7.4. Fraude de Lei sobre Estrangeiros .......................................................................................................................... 69
7.5. Fraude à Proibição da Propriedade ou da Posse de Certos Bens Por Estrangeiros (Art. 310) .............................. 70
7.6. Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor (Art. 311) ................................................................... 70
8. DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO ............................................................................... 76
8.1. Fraudes em Certames de Interesse Público (Art. 311-A) ...................................................................................... 76
META 3 ............................................................................................................................................................ 83
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS........................................................................ 83
1. CONTEXTO HISTÓRICO DA LEI nº 9.613/98 ................................................................................................. 83
.................................................................................. 83
3. GERAÇÕES DA LEI DE LAVAGEM E LEI Nº 12.883/2012............................................................................... 84
4. BEM JURÍDICO TUTELADO ........................................................................................................................... 91
5. FASES DA LAVAGEM .................................................................................................................................... 92
6. ACESSORIEDADE DA LAVAGEM DE CAPITAIS .............................................................................................. 93
7. DOS SUJEITOS DO DELITO............................................................................................................................ 97
7.1 Sujeito ativo............................................................................................................................................................ 97
7.2 Sujeito Passivo........................................................................................................................................................ 98
8. DOS CRIMES DE "LAVAGEM" OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES ......................................... 99
9. ASPECTOS PROCESSUAIS DA LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS.....................................................................104
9.1 Colaboração Premiada ......................................................................................................................................... 104
9.2 Ação Controlada e Infiltração de Agentes............................................................................................................ 105
10. EFEITOS DA CONDENAÇÃO...................................................................................................................... 111
11. AFASTAMENTO DO SERVIDOR PÚBLICO COMO EFEITO AUTOMÁTICO DO INDICIAMENTO: ................. 112
12. COMPETÊNCIA......................................................................................................................................... 115
13. NÃO APLICAÇÃO DO ART. 366, CPP NA LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS .................................................. 115
DIREITO AMBIENTAL: CÓDIGO FLORESTAL ................................................................................................... 126
1. ALGUMAS DEFINIÇÕES NO CÓDIGO FLORESTAL....................................................................................... 126
1.1. Utilidade Pública.................................................................................................................................................. 126
1.2. Interesse Social.................................................................................................................................................... 126
1.3. Atividades eventuais de baixo impacto ambiental.............................................................................................. 127
2. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE..................................................................................................... 128
2.1. Definição.............................................................................................................................................................. 128
2.2. Delimitação da APP ............................................................................................................................................. 128
2.3. NÃO se exige APP ................................................................................................................................................ 130
2.4. Observações importantes ................................................................................................................................... 130
2.5. Formas de Instituição da APP.............................................................................................................................. 131
2.6. Supressão da vegetação em APP......................................................................................................................... 131
2.7. Áreas Consolidadas em APP ................................................................................................................................ 133
3. ÁREAS DE USO RESTRITO........................................................................................................................... 134
4. ÁREA DE RESERVA LEGAL .......................................................................................................................... 135
4.1. Definição.............................................................................................................................................................. 135
4.2. Percentuais de proteção da reserva legal ........................................................................................................... 136
4.3. NÃO se exige reserva legal .................................................................................................................................. 136
4.4. Critérios para a localização da reserva legal ....................................................................................................... 136
4.5. Reserva legal condominial ou coletiva ................................................................................................................ 137
4.6. Manejo florestal sustentável............................................................................................................................... 137
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4.7. Áreas consolidadas em reserva legal................................................................................................................... 137
5. USO DO FOGO............................................................................................................................................ 138
META 4 .......................................................................................................................................................... 139
DIREITO ADMINISTRATIVO: LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (PARTE I)........................................... 139
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 139
1.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 139
1.2 Natureza Jurídica.................................................................................................................................................. 142
1.3 Independência das Instâncias .............................................................................................................................. 142
1.3.1 (Ir)retroatividade da Lei 14.230/21 ............................................................................................................... 145
2. CONTROLE PREVENTIVO E REPRESSIVO DO ATO ...................................................................................... 146
3. ELEMENTOS DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.................................................................................... 147
3.1 Sujeito Passivo...................................................................................................................................................... 147
3.2 Sujeito Ativo ......................................................................................................................................................... 152
3.3 Terceiros/Particulares .......................................................................................................................................... 156
3.3.1 Casos especiais............................................................................................................................................... 159
3.3.2 Responsabilidade do sucessor do autor de ato de improbidade................................................................... 160
4. CONDUTAS QUE CONFIGURAM IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PREVISTAS NA LEI Nº 8.429/1992 E SUAS 
RESPECTIVAS SANÇÕES ................................................................................................................................. 161
4.1 Enriquecimento Ilícito - Art. 9º............................................................................................................................. 162
4.2 Dano ao Erário - Art. 10........................................................................................................................................ 166
4.3 Concessão ou Aplicação Indevida de Benefícios Financeiros ou Tributários - Art. 10-A ARTIGO REVOGADO.. 173
4.4 Atos que Violem os Princípios da Administração Púbica - Art. 11........................................................................ 173
5. SANÇÕES PREVISTAS PARA OS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.............................................. 180
META 5 .......................................................................................................................................................... 185
DIREITO ADMINISTRATIVO: LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (PARTE II)..........................................185
5.1 Perda de Bens e Valores....................................................................................................................................... 185
5.2 Ressarcimento Integral do Dano .......................................................................................................................... 185
5.3 Perda da Função Pública ...................................................................................................................................... 186
5.4 Suspensão dos Direitos Políticos .......................................................................................................................... 188
5.5 Multa Civil............................................................................................................................................................. 189
5.6 Proibição de Contratar e Receber Benefícios....................................................................................................... 190
6. PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: ............................................................ 192
6.1 Ação de improbidade administrativa x Infração disciplinar de improbidade....................................................... 192
6.2 Aplicação irretroativa da Lei 8429/92 .................................................................................................................. 192
6.3 Legitimidade ativa ................................................................................................................................................ 193
6.4 Petição Inicial........................................................................................................................................................ 200
6.5 Curso processual .................................................................................................................................................. 201
6.6 Reexame necessário............................................................................................................................................. 203
6.7 Competência ........................................................................................................................................................ 203
7. MEDIDAS CAUTELARES INCIDENTAIS (AUTÔNOMAS / PREPARATÓRIAS): ............................................... 206
7.1. Afastamento Preventivo do Servidor .................................................................................................................. 206
7.2. Bloqueio de Contas ............................................................................................................................................. 206
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7.3. Indisponibilidade de Bens ................................................................................................................................... 206
8. PRESCRIÇÃO............................................................................................................................................... 210
9. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CIVIL ....................................................................................................... 217
10. RETROATIVIDADE DA LEI 14.230/2021.................................................................................................... 219
11. LEI ANTICORRUPÇÃO (LEI 12.846/13) ..................................................................................................... 226
11.1 Natureza Jurídica e Sujeitos ............................................................................................................................... 226
11.2 Infrações, Penalidades e Procedimento............................................................................................................. 226
11.3 Responsabilidade Administrativa ....................................................................................................................... 227
11.4 Responsabilidade Judicial ................................................................................................................................... 227
11.5 Acordo de Leniência ........................................................................................................................................... 228
META 6 REVISÃO SEMANAL........................................................................................................................ 230
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA........................................................................................... 230
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS...................................................................... 232
DIREITO ADMINISTRATIVO: LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA .......................................................... 233
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 11
META DIA ASSUNTO
1 SEG DIREITO PENAL: Crimes Contra a Fé Pública (Parte I)
2 TER DIREITO PENAL: Crimes Contra a Fé Pública (Parte II)
3 QUA
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Lavagem de Capitais
DIREITO AMBIENTAL: Código Florestal
4 QUI DIREITO ADMINISTRATIVO: Improbidade Administrativa (Parte I)
5 SEX DIREITO ADMINISTRATIVO: Improbidade Administrativa (Parte II)
6 SÁB/DOM [Revisão Semanal]
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META 1
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA (PARTE I)
TODOS OS ARTIGOS
CP:
Art. 171
Art. 241 e 242
Art. 289 a 311-A 
Art. 327 
Art. 337-A
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS (importância em razão do princípio da especialidade)
Art. 348, 349, 350 Código Eleitoral 
Art. 311, 312 Código Penal Militar 
Art. 1°, 1, da Lei n. 8.137/90.
Art. 171, Lei n° 11.101/05
Art. 66 da Lei 9.605/98
Art. 45, 68, Lei de Contravenções Penal 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES NÃO DEIXE DE LER!
Art. 289, CP
Art. 291, CP
Art. 293 a 295, CP 
Art. 297 a 299, CP
Art. 304, CP 
Art. 307, CP 
SÚMULAS RELACIONADAS AO TEMA
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em 
razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação 
do órgão expedidor.
Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que 
em situação de alegada autodefesa.
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1. INTRODUÇÃO 
Segundo ensina o professor Cleber Masson, a fé pública constitui-se em realidade e interesse que a 
lei deve proteger, pois sem ela seria impossível a vida em sociedade. De fato, o homem necessita acreditar 
na veracidade e na genuinidade de certos atos, documentos, sinais e símbolos empregados na multiplicidade 
das relações diárias. 
Portanto, a ofensa à fé pública significa mais do que uma violação à certeza das relações jurídicas e 
à convicção geral na autenticidade e valor dos documentos e atos prescritos para as relações coletivas, 
acarretando também uma ameaça a interesses jurídicos de várias outras naturezas: i) interesses patrimoniais 
dos indivíduos; ii) interesse público na segurança das relações jurídicas; iii) privilégio monetário do Estado; e 
iv) os meios de prova. 
Veja os requisitos que são inerentes a todos os crimes de falso:
1) Dolo: Todos os crimes contra a fé pública são dolosos, sendo o dolo consubstanciado na consciência 
e vontade de imitar a verdade. 
2) Imitação da verdade:
Pode ser realizada por duas formas distintas: 
2.1. Alteração da verdade: é a mudança do verdadeiro, ou seja,altera-se o conteúdo do 
documento ou moeda verdadeiros; 
2.2. Imitação da verdade propriamente dita: o sujeito cria documento ou moeda falsos, 
formando-os ou fabricando-os. 
Além disso, pode ser produzida pelos seguintes meios: 
Contrafação ou fabricação: criar materialmente uma coisa semelhante à verdadeira; 
Alteração: transformar a coisa verdadeira, de forma a representar algo diverso da situação 
original; 
Supressão: destruir ou ocultar algo para que a verdade não apareça; 
Simulação: é a falsidade ideológica, relativa ao conteúdo do documento, pois seu aspecto 
exterior ou formal permanece autêntico;
Uso: utilizar da coisa falsificada.
3) Dano potencial: Os crimes contra a fé pública se satisfazem com a potencialidade de ocorrência 
do dano, patrimonial ou não, dispensando a necessidade de prejuízo concreto. E somente há dano 
potencial quando o documento falsificado é capaz de iludir ou enganar as pessoas em geral. 
Assim, o dano será:
Potencial;
Patrimonial ou não;
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Convincente (não pode ser perceptível a olho nu, sob pena de configurar o crime de 
estelionato). 
2. ESPÉCIES DE FALSIDADE
Os crimes delineados contra a fé pública comportam três espécies de falsidade:
(1) Falsidade material (ou falsidade externa): É a que incide materialmente sobre a coisa. Refere-se à 
forma, aos elementos exteriores do documento. Nesse caso, a imitação da verdade pode ocorrer 
mediante: contrafação (ex.: cria um documento falso), alteração (ex.: altera um documento 
verdadeiro) ou supressão.
(2) Falsidade ideológica: Refere-se ao conteúdo do documento. Nesse caso, o documento é 
materialmente verdadeiro, emitido por órgão competente, mas seu conteúdo é falso. Aqui não há 
a contrafação, alteração ou supressão de natureza material, pois a imitação da verdade é viabilizada 
somente pela simulação. Ex.: declaração de valor menor na escritura pública de compra e venda de 
imóvel.
(3) Falsidade pessoal: relaciona-se à qualificação da pessoa, como idade, filiação, nacionalidade, 
profissão etc. Ex.: sujeito que atribui a si mesmo falsa identidade para obter vantagem em proveito 
próprio.
FALSIDADE MATERIAL FALSIDADE IDEOLÓGICA FALSIDADE 
PESSOAL
Incide sobre a coisa. Incide sobre o conteúdo do 
documento.
Incide sobre a qualificação 
pessoal.
Por meio de contrafação, 
alteração ou supressão.
Por meio de simulação. Por meio da atribuição de dados 
falsos.
3. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO
Buscando facilitar a identificação da competência para processar e julgar os crimes contra a fé 
pública, Renato Brasileiro estabeleceu 4 premissas básicas:
1) Em caso de falsificação (falsidade material) - a competência será determinada pelo ente responsável 
pela confecção do documento. Ex.: documentos ou papéis federais Justiça Federal; documentos ou 
papéis particulares Justiça Estadual.
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PEGADINHA: Falsificação de CNH é de competência da Justiça Estadual, pois, embora 
seja válida em todo o território nacional, é emitida por autoridade estadual.
2) Em caso de uso de documento falso pelo próprio autor da falsificação (falsificação + uso) - a 
competência será determinada pela natureza do documento, já que o uso será absorvido pelo crime 
de falso (post factum impunível).
3) Em caso de uso de documento falso, que não seja pelo mesmo agente responsável pela falsificação 
do documento - é irrelevante a verificação do órgão expedidor desse documento (se federal ou 
estadual) para fins de competência, já que esta será determinada em virtude da pessoa física ou 
jurídica prejudicada pelo uso, ou seja, a qual foi apresentado o documento. 
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de 
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado 
o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.
4) Em se tratando de crimes de falsificação ou de uso de documento falso cometidos como meio para 
a prática de um crime-fim, sendo por este absorvidos - a competência será determinada pelo sujeito 
passivo do crime-fim. Ex.: estelionato.
Vamos esquematizar?
A mesma pessoa falsifica e usa o documento 
(falsificação + uso)
Uma pessoa falsifica o documento e outra 
pessoa usa o documento falsificado 
Responde apenas pelo art. 297 do Código 
Penal, ficando o art. 304 do CP absorvido pelo 
princípio da consunção (pós fato impunível).
· Falsificador responde pelo art. 297 do CP 
· Quem usa o documento falsificado 
responde pelo art. 304 do CP.
Competência para julgar a FALSIFICAÇÃO do 
documento
Competência para julgar o USO do 
documento falso:
Definida em razão do órgão expedidor. Definida em razão do órgão a quem é 
apresentado.
Atente-se às súmulas pertinentes sobre o tema: 
Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil 
denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se 
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tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de 
Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.
Súmula 62, STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar crime de falsa 
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada
Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de 
falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de 
ensino
Súmula 107, STJ: Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de 
estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das 
contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de 
crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
4. CRIMES EM ESPÉCIE
4.1 Moeda Falsa (Art. 289)
Falsificar, FABRICANDO-A ou ALTERANDO-A, moeda metálica ou papel-moeda de 
curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
a) Bem jurídico tutelado: 
A fé pública, no tocante à emissão de moeda de curso legal, sendo que a proteção recai não apenas 
sobre o interesse dos particulares, mas também do Estado, enquanto titular do direito de emitir e fazer 
circular a moeda. 
O STJ denominou o crime de moeda falsa pluridimensional, uma vez que, além de proteger 
preponderantemente a fé pública, de forma mediata assegura o patrimônio particular e a celeridade das 
relações empresariais e civis. HC 210764, 5ª T. STJ, 2016.
Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte alternativa: Em crimes de moeda falsa, a 
jurisprudência predominante do STF é no sentido de reconhecer como bem penal tutelado não somente 
o valor correspondente à expressão monetária contida nas cédulas ou moedas falsas, mas a fé pública, a 
qual pode ser definida como bem intangível, que corresponde, exatamente, à confiança que a população 
deposita em sua moeda. 
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b) Conduta:
O tipo previsto no caput pune o agente que falsificar, fabricando ou alterando, moeda metálica ou 
papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro.
Na fabricação, o agente cria a moeda (como na confecção de notas a partir de papel comum com 
aparência de cédula verdadeira), ao passo que, na alteração, o agente somente modifica a moeda 
originariamente verdadeira para ostentar valor superior ao real. 
Nas palavras de Rogério Sanches1: 
Falsificar significa conferir aparência enganadora, recaindo a conduta sobre moeda 
metálica ou papel-moeda (nacional ou estrangeira). Há duas formas de se praticar 
o delito: fabricando a moeda (manufaturando, fazendo a cunhagem) ou alterando 
(modificando, adulterando). Na primeira, o próprio agente produz(cria) a moeda, 
enquanto na segunda, utilizando moeda verdadeira (autêntica), a altera (por 
exemplo, diante de uma cédula de R$ 1,00 ou de R$ 10,00, a transforma em R$ 
100,00) .
De acordo com a doutrina majoritária, somente se configura o crime se a alteração for no sentido de 
atribuir maior valor à cédula ou à moeda metálica. Assim, se o agente altera somente números ou símbolos 
que nada têm a ver com o aumento do valor da moeda, NÃO pratica o crime em apreço. Bem assim, há fato 
atípico na hipótese em que a alteração faz com que o valor nominal não se altere ou seja diminuído em 
relação ao verdadeiro.
Trata-se de tipo misto alternativo, de modo que a falsificação de várias moedas no mesmo contexto 
fático não desnatura a unicidade do crime (há crime único), devendo a quantidade de moedas ser valorada 
como circunstância judicial negativa quando da fixação da pena-base. No entanto, se houver contextos 
fáticos diversos, pode haver, por exemplo, continuidade delitiva.
É requisito INDISPENSÁVEL para a configuração do delito a imitatio veri. Para configurar o delito a 
cédula falsa deve se assemelhar com a verdadeira e, assim, ter aptidão de enganar terceiros. Caso contrário 
não trará ofensa à fé pública, NÃO configurando o crime do art. 289 do CP. A falsificação grosseira configura 
crime impossível em relação ao crime de moeda falsa.
No entanto, pode ocorrer que a falsificação seja grosseira e inapta, de modo geral, para enganar 
terceiros, mas, no caso concreto, tenha sido o meio fraudulento utilizado para enganar determinada pessoa. 
Neste caso, poderá configurar o crime de estelionato (crime patrimonial), nos termos da Súmula n. 73 do STJ.
Súmula 73, STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, 
em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
1 Manual de Direito Penal Parte Especial.
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FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA2: caso seja grosseira a falsidade da moeda, de modo que 
facilmente se possa identificá-la por análise superficial, o presente crime não se 
configura, já que o objeto não é capaz de iludir a fé pública (o que caracteriza crime 
impossível, nos termos do art. 17 do CP) mostrando-se, portanto, indispensável a 
perícia (RF 139/390). No entanto, não é qualquer falsificação grosseira que ensejará 
a atipicidade da conduta, pois se tiver o potencial de iludir alguém, será estelionato, 
conforme a súmula 73 do STJ: "A utilização de papel-moeda grosseiramente 
falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, de competência da Justiça 
Estadual".
Se grosseira, mas CAPAZ de enganar alguém: estelionato.
Se grosseira, mas INCAPAZ de enganar ninguém: crime impossível.
c) Objeto material: 
Moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro.
Se for moeda fora de circulação, como cruzeiro, por exemplo, NÃO configurará este delito. Mas a 
depender da situação, poderia configurar estelionato, por exemplo. (objeto de questionamento de 
prova oral no concurso para Delegado SP/2018)
d) Sujeito ativo: Trata-se de crime comum, de modo que qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. Por sua 
vez, na figura qualificada do §3º, o sujeito ativo é o funcionário público, diretor, gerente ou fiscal de 
banco de emissão (crime próprio). 
É possível participação como, por exemplo, na intermediação para que o moedeiro obtenha 
adquirentes.
e) Sujeito passivo: A coletividade, bem como, secundariamente, eventual lesado pela conduta do agente.
f) Elemento subjetivo: É o dolo, consistente na vontade consciente de falsificar moeda, fabricando-a ou 
alterando-a. 
Neste crime, NÃO se exige finalidade especial por parte do agente, nem mesmo intenção lucrativa 
ou que pretenda colocar a moeda falsificada em circulação (corrente minoritária entende que haveria este 
especial fim de agir, sob pena de não configurar o crime).
O agente deve ter ciência de que a moeda falsificada será posta em circulação, expondo a risco a fé pública. 
Dessa forma, é atípica a conduta de falsificar moeda com a intenção de exibir habilidade artística.
2 https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/06/25/certo-ou-errado-utilizacao-de-papel-moeda-
grosseiramente-falsificado-pode-configurar-o-crime-de-estelionato/
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g) Consumação e tentativa:
A consumação do crime ocorre no momento e no local da fabricação ou da alteração da moeda, 
desde que seja idônea a iludir. Independe de repasse a alguém ou de ser colocada em circulação (crime 
formal e de perigo concreto). 
A tentativa é possível, mas é de difícil configuração.
O crime de moeda falsa é formal e de perigo abstrato, tendo em vista que a mera 
execução da conduta típica presume absolutamente o perigo ao bem jurídico 
tutelado, sendo prescindível a obtenção de vantagem ou prejuízo a terceiros para 
a consumação (STJ. 5T., HC 210764, j. 21/06/2016).
Considerações importantes: 
Se, a partir da falsificação, o agente obtém vantagem indevida, o falso é absorvido pelo 
estelionato, quando neste se exaure, em razão do princípio da consunção ou absorção, conforme 
Súmula 17 do STJ. 
Súmula 17 do STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais 
potencialidade lesiva, e por este absorvido.
OBS.: Trata-se da posição dominante. No entanto, é importante mencionar, sobretudo em 
provas discursivas, que há divergência sobre o tema. Explica Rogério Sanches (Manual de Direito 
Penal parte especial. Volume único. 11ª edição. 2019. pg. 385):
Por fim, devemos lembrar que o crime de estelionato, pela sua natureza, pode vir 
acompanhado pelo ato de falsificação de documentos. Nessa hipótese discute-se 
se há (ou não) o concurso de delitos, havendo outros três posicionamentos:
a) protegendo bens jurídicos diversos, o agente responde pelos dois crimes 
(estelionato e falso), em concurso material (art. 69 do CP), considerando a 
pluralidade de condutas produzindo vários resultados. Contudo, se o falso se esgota 
(se exaure) no estelionato, o delito contra a fé-pública (falso) ficará absorvido pelo 
patrimonial (art. 171)
b) o agente responderá pelos dois delitos, porém em concurso formal, 
considerando haver uma conduta (dividida em dois atos) produzindo pluralidade 
de resultados. Deve-se notar, contudo, que o Pleno do tribunal, em julgamento de 
processo de extradição, também já se manifestou pela possibilidade de absorção 
do falso pelo estelionato quando a potencialidade lesiva daquele se exaure neste 
último.
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c) o crime de falso absorve o estelionato, se o documento for público, já que a pena 
do falsum é mais severa (princípio da absorção).
Se, após falsificá-la, o mesmo agente coloca a moeda em circulação, consistirá em mero 
exaurimento (post factum impunível). Neste exemplo, caso inexista prova da autoria da 
falsificação, o agente que traz consigo a moeda falsa pode ser condenado pelo delito de 
circulação de moeda falsa (art. 289, § 1º).
Desistência voluntária: o agente responde pelo delito de petrechos para falsificação de moeda 
(art. 291).
h) Competência: O crime de moeda falsa, em qualquer das suas modalidades, será de competência da 
Justiça Federal, pois ofende interesses da União. 
OBS.1: Mesmo em caso de moeda estrangeira ou moeda nacional falsificada no estrangeiro, 
considerando violar interesse da União e impondo a extraterritorialidade da lei penal brasileira, nos termos 
OBS2.: O STJ já decidiu que, ainda que o crime de moeda falsa seja absorvido pelo peculato, a efetiva 
utilização das notas falsificadas atrai o interessa da União e determina a competência da Justiça Federal: 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. POSSE ILEGAL DE 
ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. MOEDA FALSA. INEXISTÊNCIA DE CONEXÃO 
ENTRE AS CONDUTAS. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 122/STF. SEPARAÇÃO DOSPROCESSOS. CONFLITO CONHECIDO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO PARA 
PROCESSO E JULGAR OS CRIMES DE TRÁFICO E POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO. 
(...) 3. Independentemente da análise se o crime de moeda falsa será absorvido 
pelo crime de peculato, constata-se que houve a efetiva utilização de notas 
falsificadas na prática criminosa, o que, por si só, já revela o interesse da União e 
autoriza a manutenção dessa ação penal na Justiça Federal. (...) (STJ, CC 
145.378/MG, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, DJe 06/10/2017)
Jurisprudência pertinente sobre o tema: 
INSIGNIFICÂNCIA: Na visão dos Tribunais Superiores, é inaplicável o princípio da 
bagatela (insignificância) ao crime de falsificação de moeda, ainda que ínfimo o 
valor de face, considerando que o alcance da norma jurídica não é evitar prejuízos 
patrimoniais (âmbito de proteção dos crimes contra o patrimônio), mas manter a 
confiança da população na higidez da moeda. 
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ARREPENDIMENTO POSTERIOR: O STJ decidiu que não se aplica a regra do 
arrependimento posterior se o agente repara o dano que causou à pessoa que 
recebeu a moeda falsa, pois, neste crime, a relevância não está no prejuízo 
patrimonial, mas na fragilização da confiança que deve ser depositada no sistema 
monetário.
4.1.1 Conduta Equiparada
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou 
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação 
moeda falsa. 
Atenção: Somente poderá ter sua conduta subsumida ao disposto neste parágrafo o agente que não 
concorreu, de qualquer modo, para a falsificação (se concorreu será post factum impunível).
Considerações sobre a figura equiparada: 
Tipo misto alternativo: O § 1° prevê crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado, ou seja, ainda 
que o agente pratique vários verbos do núcleo do tipo, o crime será um só.
O dolo é consubstanciado na vontade consciente de praticar uma das condutas típicas previstas, de 
modo que o agente deve ter conhecimento efetivo da falsidade da moeda. Caso contrário, como 
não há modalidade culposa, sua conduta será atípica. Não é partícipe desse crime aquele que, não 
estando em conluio com o passador da moeda, apenas o acompanha, mesmo sabedor da falsidade.
O crime estará consumado no momento em que o autor praticar o núcleo do tipo. Em relação ao 
se protrai no tempo.
Trata-se de crime plurissubsistente, sendo possível a tentativa.
4.1.2 Figura Privilegiada
§ 2°, "Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, 
a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de 
seis meses a dois anos, e multa".
Trata-se do agente que recebe de boa-fé a moeda falsa, acreditando tratar-se de moeda autêntica, 
e, após descobrir sua falsidade, a restitui à circulação.
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Ex.: comerciante que, tendo recebido inúmeras notas falsas durante o movimento semanal, e,
mesmo tendo percebido sua falsidade, decide repassar as cédulas a outros clientes para não ficar com o 
prejuízo. 
Considerações sobre a forma privilegiada: 
A forma privilegiada tem que ser cometida com dolo direto, pois se exige que o agente tenha 
certeza plena acerca da falsificação. NÃO é aceito o dolo eventual.
O indivíduo precisa estar de boa-fé! 
Caso o sujeito tenha agido de má-fé ab initio, ou seja, tenha ciência da falsificação da 
moeda desde o momento em que recebeu, deverá responder pelo § 1°.
Caso o agente só saiba da falsidade depois de transmitir a moeda, não responderá pelo 
delito, nem mesmo caso se recuse a receber de volta ou a indenizar o recebedor após a 
descoberta. No máximo, isso deve ser solucionado no campo cível. 
Quem apenas guarda a moeda, sem intenção de restituir à circulação, também não 
pratica o crime.
Momento consumativo: a forma privilegiada estará consumada no momento em que a moeda 
falsa é colocada em circulação. Tratando-se de delito plurissubsistente, é possível a tentativa.
Trata-se de IMPO, admitindo a suspensão condicional do processo.
4.1.3 Crime Funcional (figura qualificada)
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público
ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a 
fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. 
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação 
não estava ainda autorizada.
ANÁLISE DO §3°: 
a) Sujeito ativo: Nesta modalidade o crime é próprio, aparecendo como sujeito ativo o funcionário público 
que pratica o fato em violação de dever funcional inerente ao ofício ou atividade de emissão de moedas 
(razão do maior rigor na punição).
Funcionário público (art. 327 do CP);
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Diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou 
emissão.
b) Objeto material: 
Moeda;
Papel moeda.
Nota-se que a lei NÃO menciona a moeda metálica. Assim, a produção de moeda metálica em 
quantidade superior à autorizada é fato atípico (lacuna legislativa), já que não se admite analogia in malam 
partem em sede de Direito Penal.
c) Crime formal O tipo qualificado estará consumado no momento em que o agente realiza o núcleo do 
tipo, não sendo necessária a produção de qualquer resultado ulterior.
ANÁLISE DO §4º:
a) Sujeitos: 
Sujeito ativo - qualquer pessoa (crime comum);
Sujeito passivo - Estado.
b) Objeto material: É a moeda verdadeira, visto que o dispositivo versa sobre moeda verdadeira e 
fabricada legitimamente, mas que é colocada em circulação antes da autorização competente.
c) Consumação: Trata-se de crime formal, que se consuma no momento em que o agente coloca a moeda 
em circulação, sendo irrelevante que venha a obter qualquer proveito com essa conduta (se houver, 
será mero exaurimento). 
d) Tentativa: A tentativa é possível, já que se está diante de crime plurissubsistente (ex.: o sujeito impedido 
pela autoridade quando estava prestes a colocar a moeda em circulação).
e) Penas: As penas cominadas a essa figura são as do caput e não as do § 3º, pois o parágrafo subordina-
se ao artigo (Noronha).
Os 2 parágrafos acima são normas penais em branco, vez que outra lei é que determinará o título ou o peso 
e que a quantidade também deve ser autorizada por outra norma.
CAIU EM PROVA:
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(Delegado da PF 2021): O crime de moeda falsa é incompatível com o instituto do arrependimento posterior. 
(Item correto)
4.1.4 Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa (Art. 290)
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos 
de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete 
recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; 
restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos 
para o fim de inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime 
é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava 
recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. (Vide Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
a) Conduta:
Utilização de meio fraudulento para conseguir o ressurgimento ou a remontagem de cédulas, 
bilhetes ou notas já inutilizadas ou fora de circulação. Não há contrafação, mas sim recomposição 
fraudulenta de moeda verdadeira. 
O tipo alberga três crimes, segundo a doutrina:
1) Formação de cédulas com fragmentos: FORMAR cédula, nota ou bilhete representativo de moeda 
com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros.NÃO se cuida de unir uma cédula rasgada, mas sim de compor outra cédula, com junção de 
fragmentos de notas distintas. Ou seja: o agente reúne fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes 
verdadeiros para formar uma unidade nova, falsificada.
NÃO se inclui a moeda metálica.
NÃO se confunde com a alteração de papel-moeda (aposição de dizeres e números de uma cédula 
verdadeira em outra, para aumentar o seu valor), que caracteriza o crime de moeda falsa (art. 
289). Diferentemente da alteração, a formação implica constituição de moeda inédita, e não 
transformação da moeda verdadeira em falsificada.
Nesse sentido, quanto ao recorte e colagem de pedaços de cédula verdadeira em 
outra, para o fim de aumentar o valor, o STF entendeu configurado o crime do art. 
289 do CP (RTJ 33/506).
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2) Supressão de sinal indicativo ou inutilização: SUPRIMIR, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para 
o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização.
O agente retira o sinal que demonstra sua inutilização, para restituí-la à circulação. 
Tem como objeto material o papel-moeda afastado da circulação (sem curso legal) com sinal
(carimbo, picote) que indique sua inutilização.
A conduta consiste em suprimir esse sinal (raspagem, lavagem, descoloração, entre outros meios)
Nesta modalidade, há um fim específico de agir, pois o agente deve visar restituí-la para a 
circulação.
3) Restituição à circulação: RESTITUIR à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições (com 
fragmentos), ou já recolhidos para o fim de inutilização: 
Nas modalidades anteriores há elaboração (formação ou supressão), mediante o uso de fraude. 
Nessa há SOMENTE restituição à circulação, tanto do material já inutilizado, quanto daquele 
recolhido para inutilização. 
NÃO se confunde com a introdução de moeda falsa em circulação, pois nesse caso a ação tem 
por objeto moeda falsificada (fabricada ou alterada). 
OBS.: Bitencourt entende que a introdução em circulação de moeda formada com fragmentos não se 
enquadraria nesse tipo, mas sim no de moeda falsa (art. 289, § 1º).
Se a restituição for praticada pelo mesmo agente que formou a moeda ou suprimiu o sinal, haverá 
crime único. Nas palavras de Cleber Masson: 
do papel-moeda ou da retirada de sinal indicativo da sua inutilização. De fato, 
aquele que praticar qualquer das condutas anteriores, e posteriormente restituir à 
circulação a cédula, bilhete ou papel-moeda, será responsabilizado unicamente 
pelo comportamento inicial, pois a conduta posterior será absorvida, em 
Tal como no delito de moeda falsa, é indispensável a potencialidade de enganar. Se o objeto 
falsificado não tiver a potencialidade de iludir alguém, sendo um elemento grosseiro, não se configura o tipo 
penal.
Trata-se de tipo penal misto alternativo, de modo que estará caracterizado um único delito quando
o agente realizar mais de uma conduta no tocante ao mesmo objeto material (cédula, nota ou bilhete). Ex.: 
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Contudo, haverá concurso de crimes (tipo misto cumulativo) quando o agente praticar duas ou mais 
condutas em relação a objetos diversos
e também suprime sinal indicativo de inutilização de cédula já recolhida, para o fim de restituí-la à circulação. 
ATENÇÃO: Diferentemente do que ocorre no caso do art. 289, as condutas de RECEBER, ADQUIRIR OU 
OCULTAR moeda nas condições descritas no art. 290 NÃO são equiparadas ao crime previsto neste 
dispositivo. Assim, aquele que recebe o papel-moeda fraudado, nas condições apontadas pelo art. 290 do 
Código Penal, deve ser responsabilizado por receptação (CP, art. 180) ou favorecimento real (CP, art. 349). 
E se o agente recebe de boa-fé a moeda fraudada nos termos do art. 290 e depois a recoloca em 
circulação? Nesse caso existem duas correntes: 
1ª C (Fragoso e Hungria): também é RECEPTAÇÃO.
2ª C (Bitencourt): é FATO ATÍPICO, pois na receptação não há interrupção da cadeia criminosa 
originada do crime a quo, interrupção essa que se opera no caso em análise com o recebimento 
de boa-fé. Logo, aplicar tanto a receptação quanto a figura privilegiada do art. 289, § 2º ao caso 
em análise caracterizaria analogia in malam partem, além do que haveria desproporcionalidade 
da sanção cominada à receptação.
b) Sujeitos:
Na forma fundamental (caput): crime comum tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito 
passivo.
Na forma qualificada: crime próprio.
c) Elemento subjetivo: É o dolo. 
especial finalidade (elemento subjetivo específico), 
-
Não são admitidas as modalidades culposas.
d) Consumação e tentativa: Crime formal. Consuma-se com a formação da moeda, supressão do sinal ou 
restituição à circulação. Admite tentativa
e) Competência: Competência da Justiça Federal.
f) Forma qualificada (§ único): Crime próprio. Se o agente é funcionário público que trabalha na 
repartição onde estava recolhido o dinheiro ou tem fácil acesso a ela. Não é qualquer funcionário 
público, mas somente aquele cujo cargo facilite o acesso ao dinheiro. A conduta é mais reprovável, pois 
além da ofensa à fé pública, há violação dos deveres do cargo.
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Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único - O MÁXIMO DA RECLUSÃO é elevado a doze anos e multa, se o 
crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se 
achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. 
ATENÇÃO: Os crimes assimilados aos de moeda falsa pertencem ao rol dos delitos não transeuntes, pois 
deixam vestígios de ordem material. Destarte, a prova da materialidade do fato exige a elaboração de exame 
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado (CPP, art. 158).
4.2 Petrechos Para Falsificação De Moeda (Art. 291)
Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou 
guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente 
destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
a) Considerações importantes:
Crime obstáculo. Trata-se de punição dos atos preparatórios para a falsificação, configurando 
exceção à regra da não punibilidade dos atos preparatórios. 
É crime subsidiário em relação ao do art. 289.
Em regra, é competência da Justiça Federal.
Cuidado! STJ: "Se os petrechos ou instrumentos apreendidos não se prestam 
apenas para a contrafação da moeda, já que podem ser utilizados para a prática de 
outras fraudes, como, por exemplo, o 'conto do paco' (na ação, um suposto 
estelionatário deixa cair um pacote de dinheiro no chão, a vítima devolve e é 
chamada para receber uma gratificação pelo ato, porém, o que acontece é um 
assalto), a competência para conhecer da ação penal é da Justiça Estadual" 
(Conflito de Competência 7.682-0/SP, Rei. Min. Anselmo Santiago).
b) Tipo objetivo: 
Os verbos do tipo são:
Fabricar
Adquirir
Fornecer
Possuir
Guardar. 
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-se de crime permanente, admitindo a 
prisão em flagrante a qualquer momento. 
c) consiste em maquinismo, aparelho, 
instrumento ou qualquer objeto ESPECIALMENTE destinado à falsificação de moeda. 
objeto, sendo certo que o bem pode ser utilizado para outros fins, embora seja prioritariamente empregado 
na contrafação de moedas. 
Em outras palavras: o aparelho que for encontrado serve para outras finalidades e também pode 
servir para a falsificação de moeda. É o caso de uma impressora. Não se pode dizer que se trata de uma 
máquina que sirva exclusivamente para falsificar papel-moeda, mas ela pode sim servir para caracterizar este 
delito caso fique comprovado que o agente a tinha para essa especial destinação.
É nesse sentido o entendimento do STF. Confira:
Para tipificar o crime doart. 291 do CP, basta que o agente detenha a posse de 
petrechos destinados à falsificação de moeda, sendo prescindível que o 
maquinário seja de uso exclusivo para esse fim.
intrínseca ou inerente do objeto. Se assim fosse, só o maquinário exclusivamente 
voltado para a fabricação ou falsificação de moedas consubstanciaria o crime, o que 
implicaria a absoluta inviabilidade de sua consumação (crime impossível), pois nem 
mesmo o maquinário e insumos utilizados pela Casa de Moeda são direcionados 
exclusivamente para a fabricação de moeda. A dicção legal está relacionada ao uso 
que o agente pretende dar ao objeto, ou seja, a consumação depende da análise 
do elemento subjetivo do tipo (dolo), de modo que, se o agente detém a posse de 
impressora, ainda que manufaturada visando ao uso doméstico, mas com o 
propósito de a utilizar precipuamente para contrafação de moeda, incorre no 
referido crime. STJ. 6ª Turma. REsp 1758958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
julgado em 11/09/2018 (Info 633).
Haverá o crime do art. 291 independentemente de os petrechos serem verdadeiros (ex.: máquinas 
subtraídas da Casa da Moeda) ou falsos, desde que sejam eficazes à finalidade pretendida. Ressalta-se que a 
prova de que os petrechos são eficazes à falsificação depende de perícia. Subsiste o crime ainda que se 
conclua ser o objeto capaz de realizar, em parte, a contrafação.
Na hipótese em que o sujeito é surpreendido com os petrechos para falsificação e se constata já haver 
ocorrido a contrafação de moeda, haverá concurso de crimes ou incide o princípio da consunção? 
R.: Conforme explica Cleber Masson (ob. cit., p. 470), existem duas posições sobre o tema:
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1ª corrente (Masson e Rogério Greco): O agente deve ser responsabilizado pelo crime de petrechos para 
falsificação de moeda (art. 291) em concurso material com o delito de moeda falsa (art. 289 do CP). Tais 
crimes consumam-se em momentos distintos, não havendo falar em princípio da consunção. 
2ª corrente (Rogério Sanches e Hungria): Incide o princípio da consunção, resultando na absorção do 
crime-meio (art. 291) pelo crime-fim, que é o de moeda falsa (art. 289).
d) Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a 
modalidade culposa.
e) Consumação e Tentativa: Crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado. Consuma-
se com a fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou guarda dos objetos destinados à falsificação de 
moeda, independentemente da sua efetiva utilização pelo agente. Não admite tentativa.
DICA: Ainda estudaremos os demais crimes, mas tome nota desde já que somente haverá criminalização 
referente aos petrechos quando utilizados para a falsificação de moeda falsa (art. 291) e papéis públicos (art. 
294). NÃO existe o crime de "petrechos de falsificação" para documentos públicos e particulares. 
4.3 Emissão De Título Ao Portador Sem Permissão Legal (Art. 292)
Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha 
promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome 
da pessoa a quem deva ser pago:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos 
referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou 
multa.
a) Considerações iniciais: 
Crime de menor potencial ofensivo nas duas modalidades.
Norma penal em branco, pois a permissão é encontrada em outra lei.
b) Sujeitos do crime: 
Sujeito ativo é qualquer um que emita título ao portador fora dos casos autorizados, bem como 
aquele que recebe ou utiliza como dinheiro os referidos documentos (crime comum). 
Sujeito passivo é o Estado, bem assim o particular eventualmente prejudicado, desde que não tenha 
conscientemente recebido o título (quem recebe com conhecimento da proibição de emissão do 
título é sujeito ativo). 
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c) Conduta:
que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da 
pessoa a quem deva ser pago. O objeto deve ser destinado a circular como dinheiro.
d) Objeto material: Bilhete, ficha, vale ou título ao portador, que não contenham indicação em relação a 
quem se dirigem. Deve conter a promessa de pagamento em dinheiro. Não pode haver permissão legal.
e) Elemento subjetivo: Para Bitencourt, somente dolo direto, não se admitindo dolo eventual, em 
nenhuma modalidade, pois o agente deve ter consciência de que se trata de título utilizado em 
substituição ao dinheiro e sem permissão legal. Como esse conhecimento deve ser atual, não há que se 
falar em dolo eventual. Não é punido na modalidade culposa. Não demanda especial fim de agir.
f) Consumação: Com a emissão. É crime formal e unissubsistente. Não admite tentativa.
4.4 Da Falsidade De Títulos E Outros Papéis Públicos
4.4.1 Falsificação de Papéis Públicos
Art. 293 - Falsificar, FABRICANDO-OS ou ALTERANDO-OS:
I - Selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão 
legal destinado à arrecadação de tributo;
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal 
III - vale postal; este inciso foi revogado pelo art. 36 da Lei 6.538/78 que pune, de 
forma especial, o crime de falsificação do vale postal.
IV - Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro 
estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação 
de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja 
responsável;
a) Tipo objetivo
O núcleo do tipo é falsificar, mediante fabricação ou alteração, algum dos papéis públicos 
enumerados nos incisos do caput do artigo 293.
Fabricando: manufaturando, produzindo a partir de matérias-primas, fazendo a cunhagem. 
Alterando: modificando, transformando, produzindo a mudança.
b) Objeto material
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Selo destinado a controle tributário, papel selado (papel em que o selo lhe é inerente, adquirido 
nas repartições tributárias) ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo. 
(adotando fórmula genérica, a lei determinou que qualquer outro papel de emissão legal, que se 
destine a arrecadar tributos, pode ser objeto material do crime); 
Papel de crédito público que não seja moeda de curso legal (ex.: título da dívida pública, apólices, 
obrigações do Tesouro, emitido pela União, Estados ou Municípios);
Cautela de penhor (documento com o qual a coisa empenhada em garantia pode ser retirada);
Caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de 
direito público;
Tratando-se de caderneta de depósito referente a estabelecimento privado, poderá haver 
crime do art. 297 ou 298, a depender do caso.
Talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas 
ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;
O alvará expedido para outros fins (ex.: entrada de menores em estabelecimentos de 
diversão, configurará o delito do art. 297 do CP).
Bilhete (papel impresso que confere ao seu portador o direito de usufruir de meio de transporte 
coletivo), passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado
ou por Município. 
Como já deixamos a dica, documento falsificado deve ser apto a iludir, pois se grosseira a falsificação, não se 
configura o crime em estudo. Mostra-se, portanto, imprescindível a realização do exame pericial nas peças 
fabricadas ou adulteradas.
c) Sujeitos do crime
Sujeito passivo: Estado.
Sujeito ativo: crime comum.
Se for funcionário público, haverá uma causa de aumento de pena. 
d) Consumação e tentativa: Crime formal, cuja consumaçãodispensa a efetiva circulação do papel público 
falsificado ou a ocorrência de dano a terceiro.
e) Competência: Em regra, da Justiça Estadual, salvo se ocasionar prejuízo à União, hipótese em que a 
competência será da Justiça Federal.
f) Figuras equiparadas:
§ 1o Incorre na mesma pena quem: 
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I - Usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere 
este artigo;.
II - Importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou 
restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; 
III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, 
troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial (CRIME 
PRÓPRIO), produto ou mercadoria: 
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a 
obrigatoriedade de sua aplicação. NORMA PENAL EM BRANCO!
Inciso I usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;
Pratica a figura equiparada prevista no inciso I pessoa diversa do falsário. Por outro lado, se o agente 
incidiu em qualquer das modalidades do caput, trata-se de post factum impunível. 
Guardar, possuir e deter são crimes permanentes.
Inciso II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à 
circulação selo falsificado destinado a controle tributário; 
Refere-se apenas ao selo falsificado destinado a controle tributário.
Inciso III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, 
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria;
Crime próprio.
Lei penal em branco homogênea (a norma explicativa está contida no §5º).
Crime formal.
É dispensável a constituição definitiva do crédito tributário para que esteja 
consumado o crime previsto no art. 293, §1º, III, "b", do CP. Isso porque o referido 
delito possui natureza formal, de modo que já estará consumado quando o agente 
importar, exportar, adquirir, vender, expuser à venda, mantiver em depósito, 
guardar, trocar, ceder, emprestar, fornecer, portar ou, de qualquer forma, utilizar 
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
produto ou mercadoria sem selo oficial. (STJ Informativo 546 2014, sexta turma, 
DPN).
g) Figuras qualificada:
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§2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-
los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (médio potencial ofensivo)
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a 
que se refere o parágrafo anterior. (Como você já deve saber, se quem suprimiu o 
carimbo ou sinal indicativo de inutilização é aquele que o usa em conduta 
subsequente, será punido somente pela primeira prática criminosa).
No §2º, temos papeis públicos legítimos, que não foram falsificados mediante contrafação ou 
alteração, mas foram inutilizados. 
Exige especial fim de agir, consubstanciado no fim de reutilizar tais papeis, porém, dispensável que 
venha a efetivamente ocorrer para a consumação, por tratar-se de crime formal.
h) Figura privilegiada: 
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos 
papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois 
de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de 6 (seis) 
meses a 2 (dois) anos, ou multa. (menor potencial ofensivo)
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer 
forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças 
ou outros logradouros públicos e em residências. (norma penal explicativa)
i) Princípio da especialidade 
Se qualquer das condutas estabelecidas nos §§ 2° a 4° recair em selo ou outra forma de 
franqueamento ou vale postal, o crime será o do art. 37 da Lei no 6.538/76.
Falsificação ou alteração de nota fiscal, fatura duplicata, nota de venda, ou qualquer outro 
documento relativo à operação tributável enseja a tipificação no art. 1º, III da Lei 8137/90 (crime 
material).
4.4.2 Petrechos De Falsificação (Art. 294)
Art. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente 
destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. (Médio potencial ofensivo)
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a) Conduta: 
Os núcleos verbais são: 
Fabricar
Adquirir
Fornecer
Possuir 
Guardar 
Não criminaliza a fabricação, aquisição ou fornecimento de documentos públicos ou privados, 
carimbos, títulos, vales postais, bilhetes, talão, guia, selos ou sinais característicos, mas tão somente objetos 
destinados a falsificá-los. 
Trata-se de crime subsidiário em relação ao de falsificação de papéis públicos. Criminaliza atos que 
falsifica não responde pelo crime de petrecho (consunção), mas apenas pela falsificação de papéis públicos. 
b) Objeto material: Objeto destinado à falsificação de quaisquer dos papéis referidos no art. 293 (deve-se 
investigar a destinação subjetiva). 
Se a ação for destinada à falsificação de vale postal, selo ou qualquer outro meio de 
franqueamento postal, caracterizará o crime descrito no art. 38 da Lei n.º 6.538/78. 
É indiferente que o agente esteja atuando a título oneroso ou gratuito.
A comprovação da idoneidade dos objetos à falsificação deve ocorrer por meio de perícia. Ainda que 
se conclua não ser o objeto examinado apto à falsificação completa do papel, o crime se configurará, já que 
basta a eficácia para a realização parcial.
O artigo 295 traz uma causa de aumento de pena na hipótese de ser praticado por funcionário 
público. Aplica-se aos crimes dos art. 293 e art. 294.
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
4.5 Da Falsidade Documental
4.5.1 Falsificação do Selo ou Sinal Público (Art. 296)
Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - SELO público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de 
Município; 
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II - SELO ou SINAL atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, 
ou sinal público de tabelião. 
a) Bem jurídico tutelado: fé pública, em especial a genuinidade dos selos e sinais públicos destinados à 
autenticação de atos oficiais públicos.
Esse tipo tem reduzido alcance nos dias atuais, haja vista o surgimento de novas formas de avalizar 
a autenticidade de atos públicos (publicação no Diário Oficial, por exemplo).
b) Sujeitos: 
Sujeito ativo: qualquer um (crime comum).
Sujeito passivo: primariamente, é o Estado e a coletividade; secundariamente, pessoa física ou 
jurídica lesada.
c) Conduta: É falsificar, fabricando ou alterando. 
d) Objeto material: Selo ou sinal público (termos similares) - é marca a ser aposta ou estampada em 
determinados papéis para atribuir-lhes autenticidade (chancela, carimbo ou sinete, por exemplo). Não 
se confundem com o instrumento que os produz
Inciso I - são os selos destinados a reconhecer como verdadeiros os atos emanados desses entes. 
Não se confunde com o selo destinado ao controle tributário do artigo antecedente.
Inciso II - não se incluem as empresas públicas, sociedade de economia mista e os entes de 
cooperação, pois são pessoas jurídicas de Direito Privado. 
NÃO haverá crime do art. 296:Quando a falsificação recair sobre carimbo para reconhecimento de firma em tabelionato. Esse 
carimbo não é sinal público (RT571/394).
Quando a falsificação recair sobre selo público de titularidade de autoridade estrangeira (mas 
poderá constituir meio para a prática de outro delito).
Quando a falsificação recair sobre selos destinados a autenticar atos oficiais do Distrito Federal.
Não há crime se o selo ou sinal já não possuem utilidade ou se estiverem estragados.
e) Consumação e tentativa: Trata-se de crime formal, que se consuma com a falsificação, 
independentemente da obtenção de vantagem indevida ou da provocação de prejuízo a alguém. Admite 
tentativa. 
f) Figuras equiparadas:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
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§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; desde que não tenha praticado a 
falsificação (post factum impunível)
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem 
ou em proveito próprio ou alheio.
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou 
quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da 
Administração Pública.
Incorre nas mesmas penas do falso quem: 
Usa o selo ou sinal falsificados - falsificador NÃO responde por esse crime; mera detenção é atípica.
Utiliza-os indevidamente o selo ou sinal são verdadeiros, mas sua utilização é indevida. Para 
doutrina majoritária, não se exige efetivo prejuízo ou, alternativamente, obtenção de proveito. 
Altera, falsifica ou usa indevidamente símbolos da Administração Pública - tem como objeto 
material não apenas sinais ou símbolos destinados à autenticação de documentos, alcançando 
quaisquer símbolos, utilizados para quaisquer fins, abrangendo até mesmo os símbolos 
meramente identificadores de órgãos ou entidades. 
Caiu na Prova Delegado RR 2022 - (aplicação 25/09/22) - O crime de utilizar indevidamente selo ou sinal 
verdadeiro é crime material, pois exige a ocorrência de prejuízo ou vantagem para se caracterizar. (item 
correto)
g) Objeto material: 
A abrangência do dispositivo é considerável, já que são considerados quaisquer caracteres aptos a 
identificar órgãos ou entidades da Administração Pública. Esses sinais podem ser apostos tanto em papéis 
como em outros objetos, como plaquetas destinadas a identificar o patrimônio de entes públicos, 
normalmente afixadas em móveis, veículos etc.
h) Tipo subjetivo: dolo, não sendo necessário qualquer fim especial de agir. Não há modalidade culposa.
i) Consumação e tentativa: Consuma-se com a falsificação ou com a utilização do selo falso, exigindo-se 
efetivo prejuízo ou obtenção de proveito apenas na hipótese do §1º, II (uso indevido de selo ou sinal). 
Admite-se tentativa, salvo na modalidade de uso. A realização simultânea de várias condutas caracteriza 
crime único (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado).
j) Forma majorada (§ 2º): funcionário público que pratica o crime prevalecendo-se do cargo.
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§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
4.5.2 Falsificação de Documento Público (Art. 297)
Art. 297 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento público, ou alterar 
documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de 
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações 
de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000)
I na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a 
fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de 
segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento 
que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa 
da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as 
obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da 
que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 
3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do 
contrato de trabalho ou de prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000)
Trata-se de crime de elevado potencial ofensivo, comum, formal, de forma livre, comissivo, 
instantâneo, de perigo abstrato, unissubjetivo e plurissubsistente.
Bem jurídico tutelado: Fé pública, no que tange à autenticidade dos documentos emanados da 
Administração Pública (ou equiparados). A fé pública deve ser compreendida como a crença na 
legitimidade, veracidade e lealdade para com os documentos que materializam a vida de cada ser
humano. (Presunção de legitimidade/veracidade).
Sujeito ativo: Crime comum. Qualquer pessoa pode praticar.
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Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se sexta 
parte (1/6) da pena. (§ 1º do art. 297 do CP).
§1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, 
aumenta-se a pena de sexta parte.
Sujeito passivo: Estado e pessoa física ou jurídica prejudicada pela falsificação.
Elemento subjetivo: Dolo. O delito não exige finalidade especial animando o agente. A finalidade 
especial poderá mudar o crime.
Conduta:
Pune-se aqui a falsidade material, que é aquela que diz respeito à forma do documento.
A falsificação pode ser total, hipótese em que o documento é inteiramente criado, ou parcial, 
adicionando-se, nos espaços em branco da peça escrita, novos (e relevantes) elementos. 
Já na conduta alterar, o agente modifica documento público existente (e verdadeiro), substituindo 
ou alterando dizeres inerentes à própria essência do documento. 
ATENÇÃO! O USO do documento falsificado pelo agente falsificador é post factum impunível, em razão 
do princípio da consunção;
Vejamos a jurisprudência sobre o tema:
Segundo o STF, Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, inclui artigo 
que não constava originalmente do projeto votado pratica o crime de falsificação de documento público
(art. 297, § 1º do CP). Neste caso, o fato de o réu ser prefeito e, logicamente funcionário público, não pode 
ser utilizado como circunstância desfavorável apta a aumentar a pena base, mas tão somente como causa de 
aumento de pena, sob pena de configurar bis in idem (AP 971, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Primeira 
Turma, julgado em 28/06/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-217 DIVULG 10-10-2016 PUBLIC 11-10-2016).
Consumação e Tentativa: Crime material. Se consuma com a falsificação ou alteração potencialmente 
lesivas, sendo irrelevante o efetivo uso do documento para fins de consumação. Porém, ocorrendo o 
efetivo uso do documento, temos que diferenciar duas situações:
(1) Quem usa o documento é o próprio falsificador ou terceiro que, de qualquer modo, 
concorreu para a falsificação: O agente responderá pelo crime do art. 297, ficando o art. 304 
absorvido, pois estes artigos protegem o mesmo bem jurídico. O art. 304 seria um post 
factum impunível.
(2) Quem usa o documento é terceiro que não concorreu, de qualquer modo, para a falsificação: 
O falsificador responde pelo art. 297 e quem usa pelo art. 304, ambos do CP.
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