Buscar

APS TEO CONST (FINAL)

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
CURSO DE DIREITO
NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Análise do caso de situação levantada pela APS e decidir se lei citada é constitucional ou não, utilizando-se das regras que integram o princípio da proporcionalidade.
SÃO PAULO
2021
NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA
RA: 2404238
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Análise do caso de situação levantada pela APS e decidir se lei citada é constitucional ou não, utilizando-se das regras que integram o princípio da proporcionalidade.
	
Trabalho da matéria Teoria da Constituição e dos Direitos Fundamentais como requisito para obtenção de nota da atividade prática supervisionada.
Orientador: Ricardo Chaccur.
SÃO PAULO
2021
Relatório:
O caso trata-se da criação de uma lei que gera a proibição de manifestações na avenida principal de uma cidade, local onde é comum a presença de reuniões e que possui seis faixas de rolamento. 
	Esta lei tem como propósito assegurar o livre acesso aos hospitais que estão localizados na região da localidade.
Fundamento:
De acordo com a análise do caso, observa-se o desenvolvimento da divergência entre dois direitos fundamentais, gerados pela lei que proíbe protestos na avenida principal, os quais são: o direito à vida e o direito à manifestação.
Há a violação do direito à vida que está previsto no artigo 5o, caput da Constituição Federal, no qual enuncia que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.” (BRASIL, 1988, Art. 5o)
	Já o outro direito fundamental presente no caso é o direito à manifestação, no qual está expresso no artigo 5o, inciso XVI, da CF, no qual diz que:
Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. (BRASIL, 1988, Art. 5o, inciso XVI)
A lei que proíbe manifestações na avenida principal é uma forma de desobstruir a passagem das ambulâncias e outros veículos que carregam pessoas que podem estar em estado grave de saúde e que alguns minutos ou segundos podem ser cruciais para a sua vida. Com isso, analisa-se que esta norma é fundamental para assegurar o direito à vida, no entanto, por ter a intenção de proibir o acesso a todas as pistas de rolamento da avenida, acaba tornando totalmente violável o direito à manifestação.
Deste modo, para esta situação é necessário o emprego do princípio da proporcionalidade para resolver este conflito que trata da divergência entre dois direitos fundamentais que se encontram na Constituição Federal.
O princípio da proporcionalidade trata-se de um princípio utilizado para casos de colisão entre direitos fundamentais e no qual um terá maior relevância que o outro. Assim, observa-se que eles não são absolutos, podendo sofrer limitações por outro direito fundamental.
Entretanto, para se fazer a ponderação entre estes direitos, é necessário seguir as três etapas do princípio da proporcionalidade, nos quais são: a adequação, a necessidade e a proporcionalidade em sentido estrito.
A adequação é a primeira etapa e se refere a análise sobre a medida mais eficaz e que produzirá o resultado mais almejado para o caso concreto. Esta medida é tomada pelo juiz e ele deverá descartar as medidas que não geram o resultado buscado.
Já a segunda etapa denominada necessidade trata-se da união das medidas adequadas e observar quais são indispensáveis, ou seja, as quais o juiz não pode deixar de tomar. Nesse passo há a separação entre as medidas adequadas das necessárias.
E por fim, possui a terceira etapa que é da proporcionalidade em sentido estrito, na qual se refere ao equilíbrio da decisão, levando em consideração todas as consequências dela. Ocorre neste momento a filtragem entre as medidas necessárias, procurando saber quais atingem o resultado com maior eficácia e menos prejuízo. Sendo assim, há a escolha da medida mais eficaz e menos prejudicial para se aplicar ao caso.
	Assim sendo, por meio da explicação do princípio da proporcionalidade fica mais fácil entender como ocorre sua aplicação ao caso da lei que proíbe as manifestações na avenida principal da cidade, no qual é um local comum de reuniões.
Ao aplicar este princípio ao caso do conflito entre o direito à vida e o direito à manifestação, é necessário a utilização das três etapas do princípio para saber qual medida tomar ao caso concreto presente.
Em relação a etapa da adequação, as medidas mais adequadas são as que levam em consideração o direito à vida da pessoa em relação ao direito à manifestação, visto que a vida é um bem que quando perdido, não consegue recuperá-lo, enquanto as manifestações não geram risco a vida de ninguém caso deixam de ser feitas na avenida principal, no entanto, ao proibi-las completamente de serem realizadas estaria sendo uma decisão injusta.
Deste modo, as medidas adequadas seriam aquelas que tornassem a avenida principal um local tanto de manifestações quando de acesso rápido aos hospitais. 
Com isso, tem-se a introdução da segunda etapa, na qual é a da necessidade, onde deve-se escolher quais medidas entre as adequadas são indispensáveis. Para este caso, as medidas imprescindíveis seriam aquelas que tornem a avenida um local com maior espaço para facilitação do acesso aos hospitais, mas sem descartar um espaço, mesmo que menor, para as manifestações.
E por último, na etapa da proporcionalidade em sentido estrito, a medida mais eficaz e menos prejudicial para esta situação seria a utilização de quatro pistas de rolamento para a passagem de ambulâncias e veículos que necessitam chegar rápido ao hospital e duas pistas de rolamento onde se possa fazer manifestações. Esta medida é a mais eficiente, uma vez que levou em maior consideração o direito à vida, mas sem prejudicar totalmente o direito à manifestação.
Conclusão
A lei é inconstitucional, pois viola o direito à manifestação que para este caso pode ser manifestado, no entanto em menor grau, visto que para a circunstância que a APS traz, o direito à vida é mais importante, uma vez que o uso total da avenida principal para a realização de manifestações poderia gerar um risco à vida de uma pessoa que estivesse em necessidade de um atendimento médico de urgência. No entanto, não poderia por meio da lei proibir completamente o uso da avenida para manifestações. Assim sendo, seria necessária uma ponderação dos direitos fundamentais, levando em maior grau de importância o direito à vida, mas sem descartar completamente o direito à manifestação.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Centro Gráfico, 1988.
RAMOS, Diego da Silva. O princípio da proporcionalidade. DireitoNet, 2011. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5865/O-principio-da-proporcionalidade>. Acesso em: 17 de out. de 2021.
OLIVEIRA, Vanessa Batista. A regra da proporcionalidade e sua aplicabilidade na hermenêutica constitucional. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, n. 111, p. 44-52, ago. 2010. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/article. Acesso em: 18 de out. de 2021.

Continue navegando