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APS DE FILOSOFIA (FINALIZADA)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
CURSO DE DIREITO
NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Análise e criação de relatório sobre o caso Garibaldi Versus Brasil que ocorreu na Corte Interamericana de Direitos Humanos
SÃO PAULO
2021
NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA
RA: 2404238
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Análise e criação de relatório sobre o caso Garibaldi Versus Brasil que ocorreu na Corte Interamericana de Direitos Humanos
	
Trabalho da matéria Filosofia do Direito e Direitos Humanos como requisito para obtenção de nota da atividade prática supervisionada.
Orientadora: Samyra Haydee Dal Farra Naspolini Sanches
SÃO PAULO
2021
O caso Garibaldi versus Brasil teve como parte do polo ativo as seguintes organizações: Justiça Global, Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP) e Movimento dos Trabalhados Sem Terra (MST) em nome de Sétimo Garibaldi e seus familiares. Enquanto a parte do polo passivo foi o Brasil.
A ocorrência aborda sobre o crime de homicídio ao integrante do MST Sétimo Garibaldi que ocorreu no dia 27 de novembro de 1998 em uma fazenda de Querência do Norte, Paraná, quando ocorria uma atividade de despejo de grupos familiares integrantes do movimento trabalhadores sem terra.
Com isso, houve a abertura de inquérito policial para investigar o crime de homicídio a Garibaldi e ao porte ilegal de arma por parte do dirigente da propriedade, onde ocorreu a morte.
No entanto, devido a negligência no caso investigativo por parte do Estado brasileiro, as organizações citadas anteriormente decidiram apresentar petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos no dia 6 de maio de 2003 para apreciação da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Em 11 de abril de 2008, a parte autora do processo expôs as provas, argumentos e petições contra o Brasil, alegando que por seu lado houve a violação das garantias judiciais dos familiares de Sétimo Garibaldi; omissão por parte do Estado de conceber uma investigação minuciosa, séria e rápida em tempo razoável, já que as vítimas de violação de direitos humanos possuem direito a uma solução ágil; arquivamento do inquérito policial sem a identificação do encarregado pela morte de Garibaldi, ou seja, se configurando em irregularidades na investigação. E por último, em relação à reabertura do inquérito em 2009, na qual representa apenas uma forma do país se abdicar da violação que cometeu e não ser julgado pela corte. Deste modo, com todas as alegações feitas, as instituições solicitam à Corte que o Brasil seja culpado por violação ao direito à proteção e às garantias judiciais que causaram danos à família de Garibaldi e por desrespeito ao direito à vida e à integridade pessoal em detrimento de Sétimo Garibaldi.
Já o réu, Brasil, argumentou que a Corte só pode analisar investigações com graves irregularidades, o que não ocorreu no caso de Garibaldi. Ademais, apresentaram a seguinte contestação a parte contrária: a investigação policial não teve lapsos que pudessem alterar negativamente o procedimento das investigações, com exceção da falta de uma perícia referente a arma apreendida e os projéteis encontrados no lugar do crime; não houve irregularidades no arquivamento do caso, pois a legislação brasileira possui um controle adequado e racional nos sistemas de arquivamento e necessidade de uma justificativa plausível para tal feito. E por fim, alegou que a falta de um relatório conclusivo sobre o crime, ou seja, a identificação do criminoso, não se condiciona como obrigatório, assim, não sendo considerado proibido o arquivamento do inquérito por causa disto. Com tudo isso, o Estado solicitou à Corte que desconsiderasse as alegações sobre violação dos direitos de garantias judiciais e proteção judicial do artigo 8 e 25, respectivamente da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, com relação ao artigo 1.1. da mesma legislação.
Diante dos argumentos apresentados pelas duas partes, a Corte conclui que as autoridades do Estado brasileiro não agiram com total diligência sobre o caso de Sétimo Garibaldi. Por causa disso, o país violou o direito às garantias judiciais, previsto no artigo 8.1 e ao direito à proteção judicial do artigo 25. 1 da Convenção Americana, em associação com o artigo 1.1, gerando oposição aos interesses dos familiares de Garibaldi.
Dessa forma, a Corte decidiu que o Brasil seria condenado a: conceder publicidade à decisão no Diário Oficial e em periódicos de fluxo nacional e estadual; procurar e julgar os responsáveis pela morte de Sétimo Garibaldi; analisar as falhas acometidas pelos funcionários públicos incumbidos pelo inquérito policial; pagar indenização por danos imateriais e materiais à família de Garibaldi e restituir a sua esposa aos gastos do processo.
REFERÊNCIA:
https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_203_por.pdf

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