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Patologia da Mama

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Patologia da Mama
Departamento da Mulher e da Criança
Director: Prof. Dr. Serafim Guimarães
Serviço de Ginecologia
Director: Prof. Dr. Luís de Castro
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 Sob estímulos hormonais ováricos dá-se o 
crescimento alomérico da mama:
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 Estrogénios:
 Promove o crescimento longitudinal dos 
ductos.
 Efeito mitótico no epitélio mamário.
 Aumento do tecido conjuntivo periductal.
 Aumento do tamanho.
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 Progesterona:
 Promove diferenciação dos componentes 
alveolares.
 Promove desenvolvimento lobular.
 Prolactina:
 Actua no desenvolvimento do tecido adiposo e 
epitélio mamário.
 Estimula o início da lactogénese.
 Actua na diferenciação da célula produtora de leite.
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 Alterações com o ciclo menstrual
 Aumento na 2ª metade (aumento de 
tamanho, densidade, nodularidade e 
sensibilidade), como consequência do 
aumento do tamanho do lóbulo. 
Engurgitamento do estroma, lóbulos e 
ductos.
 Na fase pós-menstrual, existe diminuição.
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 Amastia  Polimastia
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 Síndrome de Poland  Hipomastia
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 Politelia  Simastia
 Telarca prematura
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 Gigantomastia
 Mama ectópica 
 Hipertrofia Juvenil
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Doença Benigna da Mama
 Mais de 50% das mulheres em todo o mundo ao 
longo da sua vida sofre de patologia mamária 
benigna.
 Os sintomas ocorrem predominantemente entre a 
menarca e a menopausa, com uma média aos 39 
anos e uma variação entre 18-67 anos.
 Os fibroadenomas predominam nas jovens, 
enquanto os quistos na peri-menopausa.
 Parece importante uma história familiar de doença 
benigna.
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Doença Benigna da Mama
Etiologia
 Disfunção neuroendócrina com consequente 
desequilíbrio hormonal:
 Aumento dos níveis estrogénios
 Baixa relativa de progesterona
 Acção da prolactina
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Doença Benigna da Mama
Etiologia
Entidade Complexa = Alterações fibroquísticasEntidade Complexa = Alterações fibroquísticas
 ANDI
 Reacção exagerada da mama às variações 
hormonais
 Não representa uma entidade específica
 A mais comum das doenças benignas
 Importante diagnóstico histológico
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Doença Benigna da Mama
MastalgiaMastalgia
 Aumento da produção de estrogénio
 Diminuição da produção de progesterona
 Hiperprolactinémia
 Alteração da sensibilidade dos receptores
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Doença Benigna da Mama
NodularidadeNodularidade
 Resposta do parênquima e estroma às 
hormonas circulantes.
 Pode ser finamente granular
 Pode ser localizada
 Corresponde à doença fibroquística
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Doença Benigna da Mama
Nódulo dominante – fibroadenomaNódulo dominante – fibroadenoma
 Na mulher jovem
 Massa firma móvel solitária e elástica
 55% no QSE
 Na menopausa calcificam-se
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Doença Benigna da Mama
Nódulo dominante – Nódulo dominante – 
fibroadenomafibroadenoma
 Mamograficamente:
 Imagem densa 
circular rodeada por 
halo de gordura
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Doença Benigna da Mama
Nódulo dominante – Nódulo dominante – 
fibroadenomafibroadenoma
 Ecograficamente
 Lacuna anacogénica
 Sem reforço dos ecos 
posteriores
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Doença Benigna da Mama
Fibroadenoma (cont.)Fibroadenoma (cont.)
 Tumor benigno de elementos fibrosos 
epiteliais
 O mais comum dos tumores sólidos
 Baixa celularidade sem atipia
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Doença Benigna da Mama
Nódulo Dominante – QuistoNódulo Dominante – Quisto
 Espaços capsulados cheios de líquido
 Micro ou macroquistos
 Originam-se da unidade lobular ductal
 São:
 Bilaterais
 Unilaterais
 Redondos
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Doença Benigna da Mama
Quisto (cont.)Quisto (cont.)
 Mamograficamente:
 Opacidade arredondada 
homogénea
 Ecograficamente:
 Lacuna anecóica
 Reforço posterior dos 
ecos.
 Citopunção:
 Liquido colorido
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Doença Benigna da Mama
Nódulo Dominante – GalactoceloNódulo Dominante – Galactocelo
 Quisto simples cheio de leite
 Massa firme não dolorosa
 Aspiração do quisto é terapêutica
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Doença Benigna da Mama
Tumor PhyloideTumor Phyloide
 Benignos
 Geralmente grandes (podem ocupar toda a 
mama)
 Apresentação clínica dramática (crescem 
rapidamente)
 Mais na peri-menopausa
 Tendência para recorrer após a cirurgia
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Doença Benigna da Mama
Corrimento mamilarCorrimento mamilar
 Galactorreia
 Corrimento mamilar 
anormal
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Doença Benigna da Mama
GalactorreiaGalactorreia
 Emissão de liquído pelo mamilo (leitoso não 
fisiológico, expontâneo, bilateral)
 Causas:
 Endócrinas
 Drogas
 Tumores (renais, pulmonares)
 Aumento da concentração da prolactina por:
 inibição do PIF
 secreção aumentada
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Doença Benigna da Mama
Corrimento mamilar anormalCorrimento mamilar anormal
 Leitoso – Galactocelo
 Purulento – Abcesso
 Multicolorido – ectasia ductal, mastite
 Sero-hemática – ectasia ductal ou 
Papiloma intraductalPapiloma intraductal
 Hemático – papiloma intraductal
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Doença Benigna da Mama
Infecção mamáriaInfecção mamária
 Mastite intrínseca
 Abcesso Subareolar crónico 
recorrente
 Mastite aguda associada a 
macroquistos
 Infecção extrínseca
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Doença Benigna da Mama
 Risco de desenvolvimento de cancro
 Risco absoluto é maior:
 Lesões proliferativas atípicas
 História familiar de cancro da mama
 Lesões não proliferativas – risco pequeno
 Lesões proliferativas sem atipia
 1,9 vezes > que LNP
 Lesões proliferativas com atipia
 5,3 vezes > que LNP
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Cancro da Mama
 1º da mulher- 2% das Neoplasias malignas; 2ª causa 
de morte
 A incidência tem aumentado nos últimos anos sendo 
já considerado por vários autores a existência de 
uma verdadeira epidemia.
 Década 70 – 1/13
 Década 80 – 1/11
 Década 90 – 1/9
 Actualmente – 1/8
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Cancro da Mama
 Em 2000 nos EU 182.800 novos casos – 40.800 
Mortes.
 O aumento da incidência do Ca da Mama tem sido 
correlacionado com o aumento do rastreio.
 A taxa de mortalidade permaneceu praticamente 
constante entre 1973 e 1990 com um aumento 
apenas de 1,5%, seguido por um declínio já 
observado entre 1991-1995.
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Cancro da Mama
 O cancro da mama tem um indiscutível 
componente hereditário ou genético, estando 
neste momento definida uma classificação de 
Lynch:
 CMH – cancro da mama hereditário – 9%
 CMF – cancro da mama familiar – 23%
 CME – cancro da mama esporádico – 68%
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Cancro da Mama
Factores de risco de cancro da mamaFactores de risco de cancro da mama
 Idade
 História prévia de cancro – mama contralateral.
 História familiar
 Mãe ou irmã com Ca após menopausa não há risco 
significativo
 Mãe ou irmã com Ca bilateral pré-menopausa= 40-
50%
 Mãe ou irmã Ca unilateral, pré-menopausica= 30%
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Cancro da Mama
 90% Ca esporádicos, sem hereditariedade
 5-10% geneticamente transmissíveis – uma 
ou mais mutações - AD
 18.000 casos/ano EUA
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Cancro da Mama
 Cancro hereditário:
 BRCA1 – cromossoma 17q21
 BRCA2 – cromossoma 13q12-13
 2 genes supressores de tumor, quando 
mutados ocorre 90% Ca hereditário
 Mutação BRCA1 – 87% Ca Mama e 44% 
ovário e colon. É responsável por metade detodos os Ca precoces da mama e a maior 
parte sínd. Mama-ovário
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Cancro da Mama
História reprodutiva e factores hormonaisHistória reprodutiva e factores hormonais
 Menarca precoce – menopausa tardia.
 A lactação não afecta a incidência de Ca da 
mama, mas o nascimento sim
 Nulíparas > risco
 Multíparas < risco
 Parece ser a idade do primeiro nascimento 
que altera a incidência
 Primigesta mais velha > incidência.
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Cancro da Mama
História reprodutiva e factores hormonais (cont.)História reprodutiva e factores hormonais (cont.)
 Artigos divergentes em relação aos AO e THS
 AO
 Convincente evidência em 54 estudos epidemiológicos 
– peq aumento risco relativo com uso regular e que 
parou a <10 anos. (duração do uso, idade inicio, dose 
e tipo não são factores importantes).
 THS
 Nurse Health Study – risco relativo 1,32 e 1,41 
respectivamente com ou sem progestagénio. 
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Cancro da Mama
Dieta:Dieta:
 O consumo de álcool parece aumentar o 
risco de Ca da mama.
 > 10gr dia – 9%
 > 60gr dia – 41%
 Não é claro que a obesidade é um factor de 
risco específico.
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Cancro da Mama
DiagnósticoDiagnóstico
 Anamnese
 Exame objectivo
 Imagem
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Cancro da Mama
 Mais de metade das mulheres com queixas mamárias não tem 
qualquer patologia mamária real.
 65% dos nódulos mamários - detectados pela doente.
 A dor é normalmente devida a doença proliferativa benigna, 
mais que carcinoma
 Haagersen:
 48% não tem doença - processo fisiológico
 20% carcinoma
 20% mastopatia fibroquística
 7,5% fibroadenoma
 4,5% diversos (lesões infecciosas, ectasia, papilomas…)
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Cancro da Mama
Auto-exameAuto-exame
António Tomé Patologia da Mama 43
Cancro da Mama
RastreioRastreio
 A arma mais eficaz para melhorar a 
sobrevida é a detecção precoce e o melhor 
método de rastreio é a mamografia
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Cancro da Mama
 Taxa de crescimento do 
cancro da mama, 
indicando longa fase 
pré-clínica
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Cancro da Mama
 Mamografia
 Original
 Baixa Kilovoltagem- dose radiação 10CGy- 
podia induzir maior n.º de cancros
 Actualmente – 0,2 – 0,3 CGy – risco vitual.
 Melhor método para Ca não palpáveis, 
ocasionalmente para algumas massas 
palpáveis ou ecograficamente detectadas.
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Cancro da Mama
A mamografia é mandatória:
 Em todas as mulheres com massas 
dominantes, sempre que é planeado CBA, 
para excluir doença na mama oposta.
 Em doentes com ganglios axilares ou 
supraclaviculares.
 Antes de operações cosméticas
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Cancro da Mama
 Dois estudos EUA:
 HIP (Health Insurance Plan)
 BCDDP (Breast Cancer Detected Demonstration 
Project)
 Revelaram diminuição de 25-30% de mortalidade em 
mulheres submetidas a rastreio vs. não rastreadas.
 Mamografia detectou 90% dos Ca encontrados no 
rastreio
 1/3 eram Ca in situ ou microinvasores <1cm
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Cancro da Mama
 ACS (American Cancer Society):
 Mamografia anual a partir dos 40 anos
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Cancro da Mama
 Microcalcificações
António Tomé Patologia da Mama 50
Cancro da Mama
 Ca Lobular
António Tomé Patologia da Mama 51
Cancro da Mama
 Miofibroblastoma
António Tomé Patologia da Mama 52
Cancro da Mama
 Cirrus da mama
António Tomé Patologia da Mama 53
Cancro da Mama
EcografiaEcografia
 A mama foi dos primeiros órgãos a ser examinada 
por ecografia
 A ecografia mamária tem um sensibilidade e 
especificidade bastante menor que a mamografia.
 As suas principais limitações são:
 Piores resultados em seios adiposos
 Não detecta microcalcificações
 Dificuldades para detectar lesões sólidas <1cm
 Dificuldade para diferenciar lesões sólidas malignas e 
benignas 
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Cancro da Mama - Ecografia
Indicações a destacar:Indicações a destacar:
 Exame adjuvante da mamografia para determinar a 
natureza sólida ou liquida das lesões palpáveis ou 
não palpáveis
 Exame alternativo à mamografia quando a densidade 
do parênquima mamário limita a definição das lesões 
palpáveis.
 A complementação do exame mamário e follow-up 
de mulheres jovens, grávidas ou com patologia 
fibroquística
António Tomé Patologia da Mama 55
Cancro da Mama - Ecografia
 Pode detectar lesões quísticas a partir de 2 
mm de diâmetro (lesões com limites ant. e 
post. bem definidos, arredondados, ovais, 
com reforço ecogénico post.).
 Carcinomas
 Lesões irregulares, bordos cortantes, não 
homogéneos, margem post. ausente e 
atenuação ecográfica distal
 10% margens bem definidas que podem 
mimetizar lesões sólidas benignas.
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Cancro da Mama
BiópsiaBiópsia
 A confirmação da caracterização histológica dum 
cancro da mama assume cada vez mais um papel 
determinante nas condutas terapêuticas a instituir:
 Permite estudar factores de prognóstico 
reconhecidos e que podem condicionar a terapêutica
 Tendência para cirurgia conservadora invertendo a 
tendência clássica da mastectomia radical
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Cancro da Mama
António Tomé Patologia da Mama 58
Cancro da Mama
 Diagnosticado o cancro há que estadiar e 
tratar.
 O estadiamento:
 Análises
 Rx tórax
 Ecografia abdomino-pélvica
 Cintilograma ósseo (não obrigatório)

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