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Patologia da Mama Departamento da Mulher e da Criança Director: Prof. Dr. Serafim Guimarães Serviço de Ginecologia Director: Prof. Dr. Luís de Castro António Tomé Patologia da Mama 2 Sob estímulos hormonais ováricos dá-se o crescimento alomérico da mama: António Tomé Patologia da Mama 3 Estrogénios: Promove o crescimento longitudinal dos ductos. Efeito mitótico no epitélio mamário. Aumento do tecido conjuntivo periductal. Aumento do tamanho. António Tomé Patologia da Mama 4 Progesterona: Promove diferenciação dos componentes alveolares. Promove desenvolvimento lobular. Prolactina: Actua no desenvolvimento do tecido adiposo e epitélio mamário. Estimula o início da lactogénese. Actua na diferenciação da célula produtora de leite. António Tomé Patologia da Mama 5 Alterações com o ciclo menstrual Aumento na 2ª metade (aumento de tamanho, densidade, nodularidade e sensibilidade), como consequência do aumento do tamanho do lóbulo. Engurgitamento do estroma, lóbulos e ductos. Na fase pós-menstrual, existe diminuição. António Tomé Patologia da Mama 6 Amastia Polimastia António Tomé Patologia da Mama 7 Síndrome de Poland Hipomastia António Tomé Patologia da Mama 8 Politelia Simastia Telarca prematura António Tomé Patologia da Mama 9 Gigantomastia Mama ectópica Hipertrofia Juvenil António Tomé Patologia da Mama 10 Doença Benigna da Mama Mais de 50% das mulheres em todo o mundo ao longo da sua vida sofre de patologia mamária benigna. Os sintomas ocorrem predominantemente entre a menarca e a menopausa, com uma média aos 39 anos e uma variação entre 18-67 anos. Os fibroadenomas predominam nas jovens, enquanto os quistos na peri-menopausa. Parece importante uma história familiar de doença benigna. António Tomé Patologia da Mama 11 Doença Benigna da Mama Etiologia Disfunção neuroendócrina com consequente desequilíbrio hormonal: Aumento dos níveis estrogénios Baixa relativa de progesterona Acção da prolactina António Tomé Patologia da Mama 12 Doença Benigna da Mama Etiologia Entidade Complexa = Alterações fibroquísticasEntidade Complexa = Alterações fibroquísticas ANDI Reacção exagerada da mama às variações hormonais Não representa uma entidade específica A mais comum das doenças benignas Importante diagnóstico histológico António Tomé Patologia da Mama 13 Doença Benigna da Mama MastalgiaMastalgia Aumento da produção de estrogénio Diminuição da produção de progesterona Hiperprolactinémia Alteração da sensibilidade dos receptores António Tomé Patologia da Mama 14 Doença Benigna da Mama NodularidadeNodularidade Resposta do parênquima e estroma às hormonas circulantes. Pode ser finamente granular Pode ser localizada Corresponde à doença fibroquística António Tomé Patologia da Mama 15 Doença Benigna da Mama Nódulo dominante – fibroadenomaNódulo dominante – fibroadenoma Na mulher jovem Massa firma móvel solitária e elástica 55% no QSE Na menopausa calcificam-se António Tomé Patologia da Mama 16 Doença Benigna da Mama Nódulo dominante – Nódulo dominante – fibroadenomafibroadenoma Mamograficamente: Imagem densa circular rodeada por halo de gordura António Tomé Patologia da Mama 17 Doença Benigna da Mama Nódulo dominante – Nódulo dominante – fibroadenomafibroadenoma Ecograficamente Lacuna anacogénica Sem reforço dos ecos posteriores António Tomé Patologia da Mama 18 Doença Benigna da Mama Fibroadenoma (cont.)Fibroadenoma (cont.) Tumor benigno de elementos fibrosos epiteliais O mais comum dos tumores sólidos Baixa celularidade sem atipia António Tomé Patologia da Mama 19 Doença Benigna da Mama Nódulo Dominante – QuistoNódulo Dominante – Quisto Espaços capsulados cheios de líquido Micro ou macroquistos Originam-se da unidade lobular ductal São: Bilaterais Unilaterais Redondos António Tomé Patologia da Mama 20 Doença Benigna da Mama Quisto (cont.)Quisto (cont.) Mamograficamente: Opacidade arredondada homogénea Ecograficamente: Lacuna anecóica Reforço posterior dos ecos. Citopunção: Liquido colorido António Tomé Patologia da Mama 21 Doença Benigna da Mama Nódulo Dominante – GalactoceloNódulo Dominante – Galactocelo Quisto simples cheio de leite Massa firme não dolorosa Aspiração do quisto é terapêutica António Tomé Patologia da Mama 22 Doença Benigna da Mama Tumor PhyloideTumor Phyloide Benignos Geralmente grandes (podem ocupar toda a mama) Apresentação clínica dramática (crescem rapidamente) Mais na peri-menopausa Tendência para recorrer após a cirurgia António Tomé Patologia da Mama 23 Doença Benigna da Mama Corrimento mamilarCorrimento mamilar Galactorreia Corrimento mamilar anormal António Tomé Patologia da Mama 24 Doença Benigna da Mama GalactorreiaGalactorreia Emissão de liquído pelo mamilo (leitoso não fisiológico, expontâneo, bilateral) Causas: Endócrinas Drogas Tumores (renais, pulmonares) Aumento da concentração da prolactina por: inibição do PIF secreção aumentada António Tomé Patologia da Mama 25 Doença Benigna da Mama Corrimento mamilar anormalCorrimento mamilar anormal Leitoso – Galactocelo Purulento – Abcesso Multicolorido – ectasia ductal, mastite Sero-hemática – ectasia ductal ou Papiloma intraductalPapiloma intraductal Hemático – papiloma intraductal António Tomé Patologia da Mama 26 Doença Benigna da Mama Infecção mamáriaInfecção mamária Mastite intrínseca Abcesso Subareolar crónico recorrente Mastite aguda associada a macroquistos Infecção extrínseca António Tomé Patologia da Mama 27 Doença Benigna da Mama Risco de desenvolvimento de cancro Risco absoluto é maior: Lesões proliferativas atípicas História familiar de cancro da mama Lesões não proliferativas – risco pequeno Lesões proliferativas sem atipia 1,9 vezes > que LNP Lesões proliferativas com atipia 5,3 vezes > que LNP António Tomé Patologia da Mama 28 Cancro da Mama 1º da mulher- 2% das Neoplasias malignas; 2ª causa de morte A incidência tem aumentado nos últimos anos sendo já considerado por vários autores a existência de uma verdadeira epidemia. Década 70 – 1/13 Década 80 – 1/11 Década 90 – 1/9 Actualmente – 1/8 António Tomé Patologia da Mama 29 Cancro da Mama Em 2000 nos EU 182.800 novos casos – 40.800 Mortes. O aumento da incidência do Ca da Mama tem sido correlacionado com o aumento do rastreio. A taxa de mortalidade permaneceu praticamente constante entre 1973 e 1990 com um aumento apenas de 1,5%, seguido por um declínio já observado entre 1991-1995. António Tomé Patologia da Mama 30 António Tomé Patologia da Mama 31 António Tomé Patologia da Mama 32 António Tomé Patologia da Mama 33 Cancro da Mama O cancro da mama tem um indiscutível componente hereditário ou genético, estando neste momento definida uma classificação de Lynch: CMH – cancro da mama hereditário – 9% CMF – cancro da mama familiar – 23% CME – cancro da mama esporádico – 68% António Tomé Patologia da Mama 34 Cancro da Mama Factores de risco de cancro da mamaFactores de risco de cancro da mama Idade História prévia de cancro – mama contralateral. História familiar Mãe ou irmã com Ca após menopausa não há risco significativo Mãe ou irmã com Ca bilateral pré-menopausa= 40- 50% Mãe ou irmã Ca unilateral, pré-menopausica= 30% António Tomé Patologia da Mama 35 Cancro da Mama 90% Ca esporádicos, sem hereditariedade 5-10% geneticamente transmissíveis – uma ou mais mutações - AD 18.000 casos/ano EUA António Tomé Patologia da Mama 36 Cancro da Mama Cancro hereditário: BRCA1 – cromossoma 17q21 BRCA2 – cromossoma 13q12-13 2 genes supressores de tumor, quando mutados ocorre 90% Ca hereditário Mutação BRCA1 – 87% Ca Mama e 44% ovário e colon. É responsável por metade detodos os Ca precoces da mama e a maior parte sínd. Mama-ovário António Tomé Patologia da Mama 37 Cancro da Mama História reprodutiva e factores hormonaisHistória reprodutiva e factores hormonais Menarca precoce – menopausa tardia. A lactação não afecta a incidência de Ca da mama, mas o nascimento sim Nulíparas > risco Multíparas < risco Parece ser a idade do primeiro nascimento que altera a incidência Primigesta mais velha > incidência. António Tomé Patologia da Mama 38 Cancro da Mama História reprodutiva e factores hormonais (cont.)História reprodutiva e factores hormonais (cont.) Artigos divergentes em relação aos AO e THS AO Convincente evidência em 54 estudos epidemiológicos – peq aumento risco relativo com uso regular e que parou a <10 anos. (duração do uso, idade inicio, dose e tipo não são factores importantes). THS Nurse Health Study – risco relativo 1,32 e 1,41 respectivamente com ou sem progestagénio. António Tomé Patologia da Mama 39 Cancro da Mama Dieta:Dieta: O consumo de álcool parece aumentar o risco de Ca da mama. > 10gr dia – 9% > 60gr dia – 41% Não é claro que a obesidade é um factor de risco específico. António Tomé Patologia da Mama 40 Cancro da Mama DiagnósticoDiagnóstico Anamnese Exame objectivo Imagem António Tomé Patologia da Mama 41 Cancro da Mama Mais de metade das mulheres com queixas mamárias não tem qualquer patologia mamária real. 65% dos nódulos mamários - detectados pela doente. A dor é normalmente devida a doença proliferativa benigna, mais que carcinoma Haagersen: 48% não tem doença - processo fisiológico 20% carcinoma 20% mastopatia fibroquística 7,5% fibroadenoma 4,5% diversos (lesões infecciosas, ectasia, papilomas…) António Tomé Patologia da Mama 42 Cancro da Mama Auto-exameAuto-exame António Tomé Patologia da Mama 43 Cancro da Mama RastreioRastreio A arma mais eficaz para melhorar a sobrevida é a detecção precoce e o melhor método de rastreio é a mamografia António Tomé Patologia da Mama 44 Cancro da Mama Taxa de crescimento do cancro da mama, indicando longa fase pré-clínica António Tomé Patologia da Mama 45 Cancro da Mama Mamografia Original Baixa Kilovoltagem- dose radiação 10CGy- podia induzir maior n.º de cancros Actualmente – 0,2 – 0,3 CGy – risco vitual. Melhor método para Ca não palpáveis, ocasionalmente para algumas massas palpáveis ou ecograficamente detectadas. António Tomé Patologia da Mama 46 Cancro da Mama A mamografia é mandatória: Em todas as mulheres com massas dominantes, sempre que é planeado CBA, para excluir doença na mama oposta. Em doentes com ganglios axilares ou supraclaviculares. Antes de operações cosméticas António Tomé Patologia da Mama 47 Cancro da Mama Dois estudos EUA: HIP (Health Insurance Plan) BCDDP (Breast Cancer Detected Demonstration Project) Revelaram diminuição de 25-30% de mortalidade em mulheres submetidas a rastreio vs. não rastreadas. Mamografia detectou 90% dos Ca encontrados no rastreio 1/3 eram Ca in situ ou microinvasores <1cm António Tomé Patologia da Mama 48 Cancro da Mama ACS (American Cancer Society): Mamografia anual a partir dos 40 anos António Tomé Patologia da Mama 49 Cancro da Mama Microcalcificações António Tomé Patologia da Mama 50 Cancro da Mama Ca Lobular António Tomé Patologia da Mama 51 Cancro da Mama Miofibroblastoma António Tomé Patologia da Mama 52 Cancro da Mama Cirrus da mama António Tomé Patologia da Mama 53 Cancro da Mama EcografiaEcografia A mama foi dos primeiros órgãos a ser examinada por ecografia A ecografia mamária tem um sensibilidade e especificidade bastante menor que a mamografia. As suas principais limitações são: Piores resultados em seios adiposos Não detecta microcalcificações Dificuldades para detectar lesões sólidas <1cm Dificuldade para diferenciar lesões sólidas malignas e benignas António Tomé Patologia da Mama 54 Cancro da Mama - Ecografia Indicações a destacar:Indicações a destacar: Exame adjuvante da mamografia para determinar a natureza sólida ou liquida das lesões palpáveis ou não palpáveis Exame alternativo à mamografia quando a densidade do parênquima mamário limita a definição das lesões palpáveis. A complementação do exame mamário e follow-up de mulheres jovens, grávidas ou com patologia fibroquística António Tomé Patologia da Mama 55 Cancro da Mama - Ecografia Pode detectar lesões quísticas a partir de 2 mm de diâmetro (lesões com limites ant. e post. bem definidos, arredondados, ovais, com reforço ecogénico post.). Carcinomas Lesões irregulares, bordos cortantes, não homogéneos, margem post. ausente e atenuação ecográfica distal 10% margens bem definidas que podem mimetizar lesões sólidas benignas. António Tomé Patologia da Mama 56 Cancro da Mama BiópsiaBiópsia A confirmação da caracterização histológica dum cancro da mama assume cada vez mais um papel determinante nas condutas terapêuticas a instituir: Permite estudar factores de prognóstico reconhecidos e que podem condicionar a terapêutica Tendência para cirurgia conservadora invertendo a tendência clássica da mastectomia radical António Tomé Patologia da Mama 57 Cancro da Mama António Tomé Patologia da Mama 58 Cancro da Mama Diagnosticado o cancro há que estadiar e tratar. O estadiamento: Análises Rx tórax Ecografia abdomino-pélvica Cintilograma ósseo (não obrigatório)
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