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Aula 3 A diferença de Risco e Perigo

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10/03/2023, 21:24 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/28
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA DO TRABALHO E
ERGONOMIA
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Carlos Costa
Prof. Emerson Seixas
10/03/2023, 21:24 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/28
CONVERSA INICIAL
Os objetivos desta aula são conhecer mais sobre a segurança do trabalho e a diferença entre
perigo e risco; compreender como são classificados os tipos de risco; entender o que é o Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), como são aplicados e suas etapas, assim como o Laudo
Técnico das Condições Ambientais de Trabalho, utilizado como base no PPRA; saber o que é um
Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional e como é utilizado na empresa.
Como vimos em momento anterior de nossos estudos, cada empresa possui características
peculiares, e as NRs também possuem suas características e aplicações. Dessa forma, a segurança em
instalações elétricas também será abordada nesta aula, bem como suas características e EPIs
específicos, pois não podem propagar energia ao trabalhador, irradiação, calor ou chama. Veremos
também as zonas de risco e zonas controladas.
Na mesma linha anterior, serão estudadas as NRs aplicadas aos transportes, movimentações,
armazenamentos, manuseios de materiais, no trabalho com máquinas e equipamentos, na
construção civil, a céu aberto, na mineração, em portos e embarcações, na agricultura, pecuária,
abate de carnes e derivados, na exploração florestal e em ambientes da área da saúde.
Outro tema de extrema importância são os trabalhos em altura ou em espaços confinados.
Nessas condições, o trabalhador pode sofrer vertigens, náuseas ou algum tipo de transtorno
psicológico que o impossibilita de agir, raciocinar ou respirar, colocando a sua vida ou de outros em
risco.
Por fim, teremos um tema mais voltado ao gestor, que, por prevenção, pode gerar gráficos
relativos a causa e efeito de cada acidente e o mapeamento dos riscos, sua gravidade, urgência e
tendência.
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/28
TEMA 1 – FATORES DE RISCO NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Muitas vezes, os termos são considerados sinônimos, porém, é de fundamental importância
distinguirmos cada um tecnicamente, pois pode ser necessário aplicá-los, por exemplo, em relatórios
e especialmente auditorias e perícias.
Nem sempre perigo significará risco. Um perigo somente representará um risco quando houver
exposição de alguém a uma fonte geradora de danos ou prejuízos. Desse modo consideramos
resumidamente, conforme a Figura 1:
Perigo é a fonte raiz, geradora, capaz de causar danos à saúde e à integridade física e
psicológica do trabalhador;
Risco é resultante da exposição do trabalhador a determinado perigo.
Figura 1 – Perigo versus risco
Fonte: Pegatin, 2020.
De acordo com Pegatin (2020), “ao tratarmos de fatores de risco, somos remetidos ao conceito
de que são condições que potencializam a chance de o evento danoso ocorrer”. Outra definição
interessante para riscos é citada na ISO 45001 – Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança
Ocupacional: “combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições perigosas
relacionadas aos trabalhos e da gravidade das lesões e problemas de saúde que podem ser causados
pelo(s) evento(s) ou exposição(ões)”.
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/28
Após a análise da figura, uma breve conclusão pode ser obtida: uma forma consciente de mitigar
ou antecipar o risco é realizar um criterioso estudo na raiz da operação, em busca de identificação do
perigo.
Quanto aos riscos, estes podem ser classificados de acordo com o agente responsável como
causador. A Figura 2 apresenta uma breve classificação dos riscos.
Figura 2 – Classificação dos riscos
 
Fonte: Seixas; Costa, 2021.
Exemplos que caracterizam o conceito de risco:
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes: hipertensão, altos níveis de colesterol e
sobrepeso são fatores de risco para o desenvolvimento de Diabetes tipo 2.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia: hipertensão, diabetes, sedentarismo e
estresse são fatores de risco para diversas doenças do coração.
Uma das consequências da exposição prolongada a altos níveis de pressão sonora é a perda
auditiva.
Como já tratado neste estudo, independentemente do contexto em que esteja inserido, o fator
de risco deve ser:
identificado;
mensurado;
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eliminado (ou minimizado o máximo possível).
1.1 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
A NR 9 trata sobre o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que deve estar
vinculado aos demais meios de prevenção adotados pela empresa. De acordo com essa norma, toda
empresa que admite empregado deve desenvolver tal programa, cujos objetivos são:
possibilitar que a empresa antecipe os riscos;
reconhecer os riscos;
avaliar os riscos;
controlar os riscos;
permitir a participação dos trabalhadores na elaboração do programa.
De acordo com Pegatin (2020), em consonância com a NR 9, as etapas constituintes do PPRA
são:
Antecipação: consiste na identificação dos possíveis riscos presentes no ambiente laboral.
Reconhecimento: consiste na descrição dos riscos identificados na etapa antecipação.
Avaliação: consiste na mensuração dos riscos reconhecidos, dando a estes valores que
possibilitam verificar se os riscos estão dentro de limites preestabelecidos pela norma vigente
ao caso. O fato indica a necessidade ou não de intervenção direta.
Controle: a princípio todo risco deve ser eliminado, porém nem sempre é possível. Diante do
fato, EPIs, EPCs e mesmo alterações no processo e layout são recomendações comumente
propostas pelo PPRA e devem ser acompanhadas por auditorias periodicamente.
Pegatin (2020) cita que “o empregador é o responsável direto pela execução e cumprimento do
PPRA, podendo este ser terceirizado (executado por empresa especializada) com a cooperação da
CIPA e outros especialistas da própria empresa”.
O Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) é um documento que
normalmente é realizado e anexado ao PPRA para empresas menores. Por outro lado, empresas
grandes normalmente optam por fazê-los separados, uma vez que o fato facilita a identificação dos
riscos, sua mensuração e consequentes tomadas de medidas.
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Sempre que possível, o alinhamento das estratégias sobre segurança no ambiente de trabalho
deve ser observado durante a execução do projeto.
1.2 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL
O PCMSO e o PPRA são documentos imprescindíveis ao funcionamento de um Sistema de
Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), pois juntos documentam o estado geral do empregado, bem
como a dedicação que o empregador presta ao assunto. Por meio desses dois documentos, verifica-
se a consistência existente entre o indicado como necessidade pelo PPRA e a aplicação na área por
meio do PCMSO.
A princípio, três são os exames básicos sob a responsabilidade do PCMSO (admissional,
periódico e demissional), podendo a estes serem acrescidos outros dois (de retorno ao trabalho e de
mudança de função).
Pegatin (2020) descreve esses exames:
Exame admissional: obrigatório na admissão do empregado, com o objetivo de avaliar o estado
inicial e se o mesmo possui condições para atividade a qual está sendo contratado (físico e
psicologicamente).
Exame periódico: normalmente, é realizado uma vez por ano ou a cada seis meses. O período é
determinado por médico especialista, de acordo com a função, grau de risco da empresa e
exposição do trabalhador.
Exame de retorno ao trabalho: deve ser realizado tendo em vista o retorno do trabalhador após
afastamento por motivo de acidente ou doença ocupacional. Tem por objetivo verificar se o
trabalhador possui condições para o retorno a atividade laboral.Exame de mudança de função: deve ser realizado sempre que o trabalhador, por uma razão
qualquer (acidente, doença ocupacional ou promoção), mude de atividade laboral.
Exame demissional: deve ser realizado quando do desligamento do empregado do quadro
funcional da empresa com o objetivo de atestar seu estado de saúde. Normalmente, esse
exame é comparado com o exame admissional.
Saiba mais
Observação 1
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A cada exame dos que citamos, o médico do trabalho emite o Atestado de Saúde
Ocupacional (ASO), atestando ou não condição de trabalho. Uma via desse documento é de
posse do empregado.
Observação 2
O ASO normalmente é um dos requisitos de empresas durante a contratação de terceiros,
junto a outros certificados que atestam a capacidade do terceiro em realizar o trabalho com
segurança e qualidade.
A NR 7 trata do programa de controle médico e saúde ocupacional (PCMSO), estando descrito
nesta norma o modelo de relatório anual de controle do programa. O mesmo poderá ser eletrônico
ou impresso.
O Quadro 1 apresenta breve resumo sobre o relatório anual do PCMSO.
Quadro 1 – Extrato do relatório anual do PCMSO
Responsável: Data: __/ __/_____ Assinatura:
Setor
Natureza do
exame
Número anual de exames
realizados
Número de resultados
anormais
% do
total
Número de exames para o
ano seguinte
           
           
           
           
Fonte: Pegatin, 2020.
O Quadro 2 apresenta o comparativo dos riscos considerados.
Quadro 2 – Comparativo dos riscos considerados
RISCOS MTE/NR-9 MTE/Mapa de Riscos Doenças Relacionadas ao Trabalho
Físicos SIM SIM SIM
Químicos SIM SIM SIM
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Biológicos SIM SIM SIM
Ergonômicos NÃO SIM SIM
Mecânicos/Acidentes NÃO SIM SIM
Fonte: Brasil, 2001.
Conforme já tratado, é de suma importância que o PPRA e o PCMSO estejam em consonância,
pois esses documentos estão relacionados e devem atender plenamente às NRs relacionadas neles.
TEMA 2 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A NR 10 é norma regulamentadora que trata desse assunto, determinando critérios para
identificar situações de riscos e meios para mitigação dos mesmos.
A NR 10 é direcionada a todos os pontos relacionados a:
geração;
transmissão;
distribuição;
consumo;
operação e manutenção de redes elétricas, diretamente ou nas proximidades.
Reconhecida a vasta área de aplicação e o assombroso número de acidentes nessa área, por
meio da NR 10, alguns tópicos se sobressaem, estando listados e sucintamente comentados abaixo:
Medidas de proteção coletiva (devem ser a prioridade).
Recomendações: desenergização elétrica, emprego de tensão de segurança, criação de
obstáculos e barreira de acesso, sinalização adequada e aterramento das instalações.
Equipamentos de proteção individual.
Recomendações: adotar o EPIs indicados pela NR 6, proibir o uso de acessórios pessoais
(adornos como anel, aliança, relógio, correntes etc.) durante a atividade.
Capacitação e autorização dos trabalhadores: somente trabalhadores capacitados, habilitados e
devidamente certificados devem realizar atividades que envolvam eletricidade. De acordo com
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a NR 10, o treinamento para trabalhadores com eletricidade no Sistema Elétrico de Potência
(SEP) deve ser de 40 horas para o curso básico e mais 40 horas de curso complementar.
Procedimentos operacionais: junto da autorização prévia dos trabalhadores relacionados, é
necessária uma inspeção prévia do local e uma liberação formal emitida por profissional de
segurança.
Situações de emergência: devido ao alto grau de exposição e às possibilidades, torna-se
necessário um plano emergencial (método padronizado) que seja de conhecimento de todos os
envolvidos no trabalho.
Saiba mais
Atenção: normalmente, serviços que envolvem eletricidade são realizados em ambientes
confinados e a grandes alturas, expondo ainda mais o trabalhador. Isso requer, portanto,
treinamentos complementares.
A NR 10 menciona as distâncias que devem ser respeitadas conforme a área energizada, a fim de
evitar o contato acidental, conforme Tabela 1. Sendo assim, ficam estabelecidas duas zonas principais
na NR 10:
Zona de risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive
acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja
aproximação só é permitida a profissionais autorizados com a adoção de técnicas e
instrumentos apropriados de trabalho;
Zona controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de
dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
profissionais autorizados.
Tabela 1 – Raios de delimitação de zonas de risco controlada e livre
ANEXO II
ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA
Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre
Faixa de tensão nominal da Rr - raio de delimitação entre zona de risco Rc - raio de delimitação entre zona
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instalação elétrica em kV e controlada em metros controlada e livre em metros
<1 20 0,70
>1 e < 3 0,22 1,22
>3 e <6 0,25 1,25
>6 e <10 0,35 1,35
>10 e <15 0,38 1,38
>15 e <20 0,40 1,40
>20 e <30 0,56 1,56
>30 e <36 0,58 1,58
>36 e <45 0,63 1,63
>45 e <60 0,83 1,83
>60 e <70 0,90 1,90
>70 e <110 1,00 2,00
>110 e <132 1,10 3,10
>132 e <150 1,20 3,20
>150 e <220 1,60 3,60
>220 e <275 1,80 3,80
>275 e <380 2,50 4,50
>380 e <480 3,20 5,20
>480 e <700 5,20 7,20
Fonte: Fundacentro, 2017.
A NR 10 estabelece que quando houver ausência ou omissão de sua implementação, as normas
complementares cabíveis devem ser utilizadas como referência. Sendo assim, a NBR 5410 é uma
delas, auxiliando na segurança dos serviços correspondentes à eletricidade.
A NRB 5410 estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa tensão devem
satisfazer, com a finalidade de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento
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adequado da instalação e a conservação dos bens.
Essa norma é aplicada principalmente às instalações elétricas de edificação, residencial,
comercial, pública, industrial, de serviços, agropecuária, hortigranjeira e também a:
áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;
reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e instalações
análogas;
canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias;
circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1.000 V em corrente
alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1.500 V em corrente contínua;
circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando sob uma tensão
superior a 1.000 V e alimentados através de uma instalação de tensão igual ou inferior a 1.000 V
em corrente alternada (por exemplo, circuitos de lâmpadas a descarga, precipitadores
eletrostáticos etc.);
toda fiação e toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas relativas aos
equipamentos de utilização;
linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos).
TEMA 3 – NRS ESPECÍFICAS EM ATIVIDADES DIVERSAS
Em todos os temas representados em NRs, o planejamento de segurança do trabalho é uma
excelente ferramenta na assistência quanto à diminuição e/ou amortização dos riscos. Assim, outras
NRs específicas têm sido tratadas com mais afinco nos três setores do trabalho:
setor primário: agropecuária (vegetal), pecuária (animal) e ao extrativismo (mineral);
setor secundário: indústria.
setor terciário: serviços.
As NRs específicas até então em aplicação foram criadas em função dos principais pontos
tópicos abaixo:
importância crescente do setor na área econômica;
distúrbios osteomusculares, condições insalubres e outrosaspectos relacionados a esta área ou
setor laboral.
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3.1 TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAMENTO E MANUSEIO DE
MATERIAIS
A NR 11 é a norma que trata dos assuntos relativos ao transporte, movimentação,
armazenamento e manuseio de materiais. As máquinas e equipamentos comumente empregados
para essas atividades são:
guindastes;
ponte rolantes;
talhas;
empilhadeiras;
pallets;
carrinhos.
Especialmente os quatros primeiros citados devem ser operados por trabalhadores devidamente
treinados e conhecedores do layout da empresa, peso da carga transportada, local de partida e
chegada, obstáculos fixos como tubulações e temporários depósitos de estoque em linha.
Também relacionado ao operador dessas máquinas e equipamentos, a NR 11 estabelece
programas de capacitação e número de horas conforme especificado na sequência:
Saúde, segurança e higiene do trabalho (16 horas);
Estudo do Anexo I da NR 11 (4 horas);
Segurança na operação de ponte rolante (16 horas).
3.2 SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
A NR 12 é uma das mais complexas, visto ser grandes os números de ativos por ela tratado,
sendo que alguns ainda não existem, pois diariamente são criadas novas máquinas e equipamentos
visando ação laboral, devendo estas estarem de acordo com a norma. Além dessas máquinas e
equipamentos nacionais, outros chegam importados, nem sempre de acordo com a legislação
brasileira. Na sequência, pontos de alta relevância quando tratado da NR 12:
Arranjo físico e instalações: sinalização, espaçamento adequado para operação, estoques de
peças prontas e materiais a trabalhar, e manutenção.
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Instalações e dispositivos elétricos: o layout deve observar a NR 10; os quadros de energia
devem ser de fácil acesso e devidamente sinalizados, além de dispositivos que permitam
parada rápida e proteção contra sobre corrente.
Sistemas de segurança: todo projeto de máquina e equipamento deve passar por criteriosa
análise técnica, visando possibilidades de interface com sistemas de segurança, sensores e
limitadores.
Meios de acesso permanente: a acessibilidade é fundamental tanto para operação quanto para
manutenção.
Componentes pressurizados: atenção especial deve ser dada a máquinas e equipamentos que
utilizam para sua operação elementos como mangueira e tubulações pressurizados com água,
ar, óleo, gazes. Nesses casos, verificar sempre ruídos anormais (resultados de vazamentos).
Transporte de materiais: evitar pessoas embaixo do carregamento. Observar e reconhecer a
possibilidade de queda, esmagamento e aprisionamento de membros, prevendo sempre
soluções emergenciais.
Aspectos ergonômicos: a antropometria (ciência que estuda as dimensões do corpo humano)
deve sempre ser considerada no projeto de máquinas e equipamentos.
3.3 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO
A NR 18 está direcionada especialmente à construção civil. O documento de maior identificação
com essa norma é o PCMAT, já tratado anteriormente e, como citado, possui grande semelhança com
o PPRA.
Como todas as normas, a NR 18 também é sujeita a adequações visando o bem-estar físico e
psicológico do trabalhador. Na sequência, algumas expectativas acrescidas na NR 18:
condições sanitárias (banheiros, refeitórios, dormitórios);
condições ergonômicas, trabalhos em altura;
qualificação exigida para cargos específicos na obra;
recomendações técnicas de procedimentos;
constituição da CIPA.
3.4 TRABALHO A CÉU ABERTO
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A NR 21 é a norma que trata do trabalho a céu aberto. Nessa situação, o trabalhador
normalmente está exposto ao sol, à alta temperatura, à chuva, ao frio (baixa temperatura), ao vento, à
umidade etc. Sobre tais situações, não existem valores comparativos, e a realização ou não da
atividade está relacionada à previsão do tempo ou à análise do momento, estando isso diretamente
relacionado à segurança do trabalhador. A decisão deve ser tomada coerentemente junto com os
envolvidos na tarefa.
Outro ponto tratado refere-se ao alojamento fornecido pelo empregador quando o empregado
está distante de sua moradia. Tal ambiente deve possuir dimensões e mobiliário o suficiente para
suprir o número de trabalhadores residentes. Se a moradia for oferecida à família do trabalhador,
condições idênticas devem ser observadas.
3.5 SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO
A NR 22 se aplica a situações de minerações subterrâneas, a céu aberto, garimpos,
beneficiamentos minerais e pesquisa mineral. Devido ao alto grau de riscos ao trabalhador, são de
obrigatoriedade do empregador:
efetivação do PGR: programa de gerenciamento de riscos;
constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em conjunto com o
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT);
elaboração do mapa de riscos;
procedimentos de emergência e rotas de fuga;
treinamento contínuo dos trabalhadores.
3.6 TRABALHO PORTUÁRIO
A NR 29 abrange as atividades realizadas em terminal portuário e retroportuário, áreas de
alfândegas para transporte e armazenagem de cargas (zona primária) e demais operações
aduaneiras.
De acordo com essa norma, é necessário ao SST portuário os seguintes conhecimentos básicos:
peso da carga;
especificações técnicas do produto;
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tipo de produto (sólido, líquido, gasoso, grãos);
classe.
Diante dos diferentes tipos de produtos possíveis a respeito dessa norma, é também importante
observar:
Plano de Controle de Emergência (PCE);
Plano de Ajuda Mútua (PAM).
Ambos os planos acima visam estabelecer meios e condições para situações de combate
ostensivo a incêndio e explosão, vazamento de produtos perigosos, queda de homem ao mar,
poluição ou acidente ambiental e socorro a acidentados.
Também devido às peculiaridades, a NR 29 possui quadro específico para a constituição de seu
SESMT, conforme apresentado abaixo.
Tabela 2 – Serviço especializado em segurança e saúde do trabalhador portuário
Profissionais
Número de trabalhadores
200-250 251-750 751-2.000 2001-3.500
Engenheiro de segurança - 1 2 3
Técnico de segurança 1 2 4 11
Médico do trabalho - 1 2 3
Enfermeiro do trabalho - - 1 3
Aux. de enfermagem do trabalho 1 1 2 4
3.7 TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL
A NR 31 visa suprir as necessidades antigas e principalmente as novas, tendo em vista a chegada
ao meio rural de novos insumos, equipamentos (mecanização) e tecnologias (informatização). Os
fatos tendem a exigir melhor capacitação a ser obtidos por meio de treinamento. A Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR) bem como o Serviço Especializado em Saúde
do Trabalho Rural (SESTR) visam assegurar ao trabalhador condições adequadas de segurança e
saúde em todos os sentidos.
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3.8 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
Os riscos biológicos são os maiores nessa área de atuação. Cuidados especiais devem ser
tomados quanto a perfurações especialmente com agulhas e movimentações dos pacientes. Quanto
aos programas de PPRA e PCMSO, atenção especial deve ser dada aos planos de vacinação.
3.9 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO,
REPARAÇÃO E DESMONTE NAVAL
A NR 34 cuida das atividades executadas no âmbito de construção e reparo ou nas próprias
embarcações e estruturas, como barcos, navios e plataformas. Quanto aos tipos de trabalho devido
às máquinas e equipamentos tratados por essa norma, é possível destacar as seguintes
possibilidades:
trabalho em altura;
exposição a riscos químicos, ergonômicos;
doenças ocupacionais.
O trabalhador interessado na área deve observar especialmente a diferenciação da jornadade
trabalho, que pode ser, por exemplo, de 30 por 7. Nesse caso, o trabalhador poderá passar até 30
dias embarcado com descanso de 7 dias.
3.10 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E
PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS
Devido ao posicionamento ergonômico do trabalhador nessa área de trabalho, condições
especiais são dadas quanto ao mobiliário empregado, visando sempre a biomecânica. Diante disso,
também são indicações da NR 36 condições quanto ao manuseio de cargas, operação de máquinas e
equipamentos, condições ambientais, pausas regulares etc.
TEMA 4 – ESPAÇOS CONFINADOS E TRABALHO EM ALTURA
A NR 33 é a norma regulamentadora que trata sobre espaços confinados. Ela descreve a
identificação do espaço confinado e cuidados a serem tomados quando necessário à realização de
trabalhos nesse ambiente.
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/28
A definição de espaço confinado de acordo com a NR 33 é “qualquer área ou ambiente não
projetado para a ocupação humana contínua”. Segundo a mesma norma, as limitações do espaço
confinado têm relação com os “meios limitados de entrada e saída, que possua ventilação
insuficiente para remover contaminantes, ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de
oxigênio”.
Diante do exposto, fica evidente que o espaço confinado não é um ambiente para permanência
prolongada do trabalhador e que cuidados especiais devem ser tomados quando necessária a
intervenção do homem nesse ambiente.
Quando há necessidade do trabalho em espaço confinado, é preciso:
inspeção prévia, por meio de emissão da Análise Preliminar de Risco (APR);
autorização por escrito com as devidas coletas de assinaturas dos responsáveis e envolvidos
antes do início da tarefa.
Na sequência, apresentamos algumas das responsabilidades do empregador previstas pela NR
33. Todas podem ser vistas no item 33.2.1 dessa norma:
identificar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento dessa norma;
identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
identificar os riscos específicos de cada ambiente confinado;
implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados;
garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle, de
emergência e salvamento em espaços confinados;
garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da
Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II desta NR.
Saiba mais
Em caso de qualquer anomalia ao processo, o trabalho deve ser interrompido
imediatamente, sendo os envolvidos afastados a distância segura (abandono de ares), entrando
em atividade os responsáveis pela análise das causas e tomada de medidas para a possibilidade
ou não de continuidade do trabalho.
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Ainda de acordo com a NR 33, tendo em vista a previsão de agravos à saúde segurança e saúde
do trabalhador, o item 33.3.2 indica:
identificar, sinalizar e isolar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não
autorizadas;
antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, físicos, ergonômicos e
mecânicos;
prever a implementação de travas, bloqueios, alívio, lacres e etiquetagem;
avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para verificar se
o seu interior é seguro.
Além das indicações acima, sugestões administrativas cooperam para o sucesso do trabalho em
espaço confinado. Como destaque, cita-se:
conferir documentos comprobatórios de capacitação dos envolvidos no trabalho;
adaptar as permissões de trabalho de modo a facilitar e esclarecer a atividade;
solicitar a permissão de trabalho toda vez que a atividade em espaço confinado for realizada;
determinar procedimentos-padrão em todas as etapas da tarefa.
A NR 35 é a norma regulamentadora que trata sobre as atividades realizadas em trabalho com
diferença em níveis e prevenção de quedas.
Quando aplicar a NR 35:
A aplicação desta norma é obrigatória a toda atividade realizada quando a diferença dos níveis
for igual ou superior a 2 metros de altura.
Para trabalhos esporádicos todos os procedimentos, treinamentos e documentações devem ser
solicitadas aos trabalhadores, exigindo a emissão de uma permissão de trabalho (PT), emitido
por profissional capacitado, que deve relacionar apenas a atividade do momento.
Saiba mais
Quando o trabalho em altura faz parte do dia a dia da atividade, a recomendação é a
inserção da atividade e cuidados nos procedimentos operacionais da tarefa.
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Na sequência, algumas indicações sobre documentação a ser elaborada de acordo com a NR 35
como premissas ao trabalho em altura. Os complementos encontram-se no item 35.4.5 da mesma
norma:
identificação do local e seu contorno onde o trabalho será executado;
isolamento e sinalização;
estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
observações das condições meteorológicas;
análise do risco de quedas de ferramentas;
necessidades de comunicação;
forma de supervisão.
Dois sistemas de proteção de quedas se destacam:
Sistema de Proteção Contra Queda Coletivo (SPQC);
Sistema de Proteção Coletiva Individual (SPIQ).
O Sistema de Proteção Coletivo Individual (SPIQ) deve obedecer aos requisitos básicos a seguir:
sistema de ancoragem (pontos de fixação);
elementos de ligação (que ligam o ponto de fixação ao homem – cinturão);
equipamento de proteção individual (suportes e coletes acoplados ao homem) de acordo com
a necessidade da tarefa.
Grande é o número de acidentes no ambiente de trabalho relacionados a atividades realizadas
acima de 2 m, conforme tratado como trabalho em altura pela NR 35. Diante disso, como em outros
casos, atenção especial deve ser dada ao caso. É interessante salientar a real necessidade de
possibilitar liberdade de ação ao trabalhador apesar dos equipamentos que tendem a restringir
algumas posições e movimentações.
Quanto aos equipamentos de proteção individual contra quedas, observa-se as seguintes
possibilidades de engate:
dorsal;
peitoral;
abdominal;
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sobre os ombros.
A adoção do sistema está relacionada à atividade a ser executada, bem como ao ponto de
ancoragem (fixação).
Quanto ao deslocamento necessário ao trabalhador para a execução da atividade, pode ser
classificado em relação à posição laboral em:
deslocamento horizontal com manutenção constante da fixação;
deslocamento vertical.
Normalmente, deve ser dado grau de liberdade ao trabalhador em ambos os sentidos,
observando, obviamente, a necessidade e a segurança, sendo em alguns momentos restritas algumas
posições e deslocamentos.
As restrições estão diretamente relacionadas ao dimensionamento do talabarte. Este é o meio de
ligação entre o trabalhador (seu sinto de segurança) e o ponto de ancoragem.
Para o dimensionamento do talabarte, devem ser observados:
os EPIs utilizados pelo trabalhador e os elementos de ligação;
a resistência necessária;
tamanho e forma adequada.
Saiba mais
Há situações de trabalho em que o trabalhador deverá estar o tempo todo com o talabarte
fixo, como quando é eminente a possibilidade de ruptura do piso.
Todas as situações devem ser previstas, inclusive a necessidade de resgastes emergenciais. É de
responsabilidade dos gestores da área (direto e administrativo – empregador) prevenir tais
acontecimentos, assim como disponibilizar treinamentos e equipamentos necessários para suprir tais
situações caso venham a acontecer.
Também é de fundamental importância o conhecimento da Zona Livre de Queda (ZLN), que deve
ser suficiente para evitar o choque do operador com o piso subsequente em caso de acionado o
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/28talabarte. Alguns talabartes já trazem tal valor, sendo que em outros o dimensionamento deve ser
realizado pelo responsável do trabalho a ser executado. Nesse caso, o comprimento absorvedor de
impacto, a distância do elemento de engate até o pé da pessoa e a distância de segurança em
relação ao ponto de impacto.
TEMA 5 – GESTÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS
Com certeza, a gestão dos riscos ocupacionais vai adiante da identificação e avaliação destes.
Seus dois pontos principais são:
criação de indicadores de acompanhamentos;
mecanismos de controle destes riscos.
5.1 MAPA DE RISCO
A elaboração do mapa de risco, conforme descrito pela NR 5, é de responsabilidade principal da
CIPA, contando com a participação do maior número de funcionários da empresa bem como
assessoria do SESMT.
O objetivo principal do mapa de risco é proporcionar ao trabalhador e visitante, de modo rápido
e suficientemente claro, o reconhecimento dos riscos presentes no ambiente. Isso é feito por meio da
identificação dos grupos de riscos, que são caracterizados por físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e de acidentes. Identificado o grupo de risco, a intensidade do risco é classificada como
de baixo, médio e alto grau por meio de diâmetros pequeno, médio e grande respectivamente.
Saiba mais
O mapa de risco deve estar sempre de acordo com o PPRA e com o PCMSO. O fato se torna
ainda de maior relevância, visto que tal situação está vinculada ao eSocial. Ambientes mal
descritos podem direcionar equivocadamente o trabalhador sob o ponto de vista de sub ou
superexposição a determinada situação, podendo onerar a empresa por meio de indenizações.
O Quadro 3 apresenta exemplos para cada grupo de risco.
Quadro 3 – Exemplos de situações de acordo com o risco
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Exposição de riscos
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Ruído, calor, frio,
umidade,
pressão,
radiação,
vibração
Poeiras, gases,
vapores, névoas,
fumos, produtos
químicos em geral.
Fungos, vírus,
parasitas, bactérias,
bacilos,
protozoários.
Postura, esforço, físico,
manuseio de cargas,
receptividade, stress, alta
carga mental.
Arranjo físico inadequado,
iluminação inadequada,
proximidade com a rede
elétrica, operação de
máquinas.
5.2 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO
A Análise Preliminar de Risco (APR), conforme sugerido pelo nome, tem por objetivo, por meio
de uma análise anterior ao serviço, identificar os riscos aos quais o trabalhador estará exposto
durante a atividade, mitigando tal risco, bem como prevenindo trabalhador sobre tal exposição.
Para que a APR alcance seus objetivos, esse documento deverá passar pelas seguintes etapas e,
possuir dentre outras, as seguintes características:
1. Coleta de dados prévios: por meio de observações em projetos e seguida visita in loco;
2. Material de coleta: de acordo com a complexidade, avaliar a necessidade de
acompanhante, preferencialmente algum trabalhador da área, trena, se possível câmera
fotográfica;
3. Conhecimento da metodologia: ter pleno conhecimento das classes de riscos e formas
de propagação;
4. Ser sucinto e objetivo: o objetivo da APR é fornecer uma rápida e clara visão dos riscos
no ambiente de trabalho;
5. Analisar criticamente os dados: é importante criticar as ações já realizada, identificando
fraquezas, propondo melhoria contínua.
O Quadro 4 apresenta um breve resumo de uma APR adaptada para ergonomia.
Quadro 4 – Extrato sobre a análise preliminar de risco
APR – Análise preliminar de risco
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Setor Evisceração Posto de trabalho
Pendura de
frango
Trabalhadores expostos 5 homens Meta produção
2.000 frangos
/hora
Descrição da tarefa O operador faz preensão manual nos pés do frango e realiza a pendura na nória.
Tempo de ciclo 3 segundos
Perigo Motivo Consequências
Riscos a
investigar
Elevação frequente do ombro
acima de 90°
Linha de produção muito alta
Disfunções de ombro e
cervicais
Posturais
Dimensionais
Alta exigência visual
Trabalho repetitivo associado ao
controle visual
Fadiga
Dores de cabeça
Erros no processo
Carga mensal
Iluminação
Repetitividade
Avaliado por:   Revisado por:  
5.3 DIAGRAMA DE ISHIKAWA
É um método grandemente aplicado no sistema de qualidade, podendo também ser empregado
no sistema de segurança. Por esse meio, é possível a identificação da causa raiz de uma determinada
ocorrência.
O diagrama de Ishikawa, também é conhecido como espinha de peixe ou diagrama de causa-
efeito, é uma ferramenta muito utilizada no Controle de Qualidade, pois seu processo permite que se
identifique e analise as potenciais causas de variação do processo ou da ocorrência de um fenômeno,
bem como a forma com que essas causas interagem entre si (Ishikawa, 1993).
Segundo Souza (2003), “esse diagrama mostra a relação entre uma característica de qualidade e
os fatores que a influenciam” (Figura 4), ou seja, mão de obra, material, meio ambiente, método,
máquina e medição.
Figura 3 – Diagrama de Ishikawa e 6M
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Fonte: Souza, 2003.
5.4 MATRIZ GUT
A GUT é considerada a matriz de prioridade e trabalha com os conceitos de gravidade, urgência
e tendência.
O Método GUT foi desenvolvido por Kepner e Tregoe na década de 1980, a partir da necessidade
de resolução de problemas complexos nas indústrias americanas e japonesas. Várias contrariedades
podem surgir em uma organização, e nem sempre é possível resolver todas ao mesmo tempo.
(Kepner; Tregoe, 1981)
Sobre a gravidade, é preciso determinar os efeitos que o problema pode provocar se não for
solucionado. Essa avaliação pode ser qualitativa ou até quantitativa.
Quando aplicada à gestão de segurança do trabalho, a GUT visa reconhecer uma situação de
risco grave e que poderia provocar um acidente grave ou que resultaria em óbito.
Na sequência, veja como ocorre a identificação do grau de influência sobre a gravidade de um
AT:
Sem gravidade – danos leves: podem ser considerados até mesmo danos secundários;
Pouco grave – danos mínimos;
Grave – danos regulares;
Muito grave – que pode causar grandes danos para a empresa
Extremamente grave – prioridade máxima pois, podem causar danos irreversíveis;
Sobre a urgência – leva em consideração o prazo para se resolver uma determinada
necessidade: é considerado mais urgente quanto menor for o tempo disponível para tomada de
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atitude. Normalmente, são os casos que resultam em multas pesadas e também levar a óbito.
Na sequência, veja como ocorre a identificação do grau de influência sobre a urgência de um AT:
pode esperar: sem pressa para resolver o problema;
pouco urgente: apenas mais urgente do que os anteriores, pode esperar um pouco mais para
ser resolvido;
urgente: merece atenção em curto prazo;
muito urgente: quanto antes melhor, uma semana, por exemplo;
imediatamente: necessita de ação imediata.
Quadro 5 – Gravidade, urgência e tendência
Nota Gravidade Urgência Tendência
5 Extremamente grave Emergência Irá piorar rapidamente
4 Muito grave Urgência Irá piorar em pouco tempo
3 Grave O mais rápido possível Irá piorar
2 Pouco grave Pouco urgente Irá piorar a longo prazo
1 Sem gravidade Pode esperar Não irá mudar
Fonte: Elaborado com base em Kepner, 1981.
FINALIZANDO
Nesta aula, procuramos discutir mais acerca da segurança do trabalho, identificar como algumas
sociedades de saúde classificam os riscos, seus agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
seus acidentes. Na mesma sequência, vimos a diferença entre perigo e risco. Estudamos o PPRA, sua
aplicação e suas etapas, inclusive utilizando o LTCAT. Vimos o Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional (PCMSO), documento imprescindível do SSST e utilizado em inúmeras empresas, e seus
exames básicos exigidos para cada funcionário, sendo daárea de menor risco ao de risco extremo.
Quanto à NR 10 – Segurança em Instalações Elétricas, estudamos as principais características e
aplicações, seus EPIs específicos, suas zonas de risco e as zonas de controle.
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Nas diversas áreas de atividades em que atuam inúmeros profissionais, estudamos a aplicação
das NRs específicas às áreas de transportes, movimentações, armazenamentos, manuseios de
materiais, no trabalho com máquinas e equipamentos, na construção civil, a céu aberto, na
mineração, em portos e embarcações, na agricultura, pecuária, abate de carnes e derivados, na
exploração florestal, e em ambientes da área da saúde.
Em outras áreas que exigem o lado psicológico e físico, e que poderão colocar a sua vida ou de
outras pessoas em risco, o trabalhador pode sofrer vertigens, náuseas ou algum tipo de transtorno
psicológico que o impossibilita de agir, raciocinar ou respirar. Nessas áreas, o trabalhador passa por
severo treinamento em trabalhos em altura, com EPIs e EPCs necessários ou em espações confinados,
com equipamentos específicos para cada função.
No âmbito gerencial e de controle, estudamos o uso de ferramentas da qualidade que podem
auxiliar na prevenção, controle e localização da causa e efeito de cada acidente, bem como a geração
de gráficos e o mapeamento dos riscos, sua gravidade, urgência e tendência.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa
tensão. Rio de Janeiro, 2005.
BRASIL. Doenças Relacionadas ao Trabalho: manual de procedimentos para o serviço da
saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
_____. Norma Regulamentadora 5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília:
Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 6: Equipamentos de Proteção Individual. Brasília: Ministério
do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 7: Programa de Controle de Medicina e Saúde Ocupacional
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 9: Programa Interno de Prevenção de Acidentes Brasília:
Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/28
_____. Norma Regulamentadora n. 10: Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
______. Norma Regulamentadora n. 11: Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio
de materiais. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 12: Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 21: Trabalho a Céu Aberto. Brasília: Ministério do Trabalho e
Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 22: Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. Brasília:
Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 29: Trabalho Portuário. Brasília: Ministério do Trabalho e
Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 31: Trabalho na Agricultura, Pecuária e Exploração Florestal.
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 32: Segurança e Saúde no Trabalho em Segurança de Saúde.
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 33: Espaços Confinados. Brasília: Ministério do Trabalho e
Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 34: Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção,
Reparação e Desmonte Naval. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do
Trabalho e Emprego, 2017.
_____. Norma Regulamentadora n. 35: Trabalho em Altura. Brasília: Ministério do Trabalho e
Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/28
_____. Norma Regulamentadora n. 37: Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e
Processamento de Carnes e Derivados. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
FUNDACENTRO. Manual de Treinamento Curso Básico Segurança em Instalações e Serviços
com Eletricidade - NR 10. Comissão tripartite permanente de negociação do setor elétrico no
estado de São Paulo – CPN. São Paulo, 2017.
ISHIKAWA, K. Controle de Qualidade Total à maneira Japonesa. Rio de Janeiro, Campus, 1993.
KEPNER, C. H.; TREGOE, B. O administrador racional. São Paulo: Atlas, 1981.
PEGATIN, T. O. Segurança no Trabalho e Ergonomia. Curitiba: InterSaberes, 2020.
SOUZA, R. A. de. Análise da Qualidade do Processo de Envase de Azeitonas Verdes Através
de Algumas Ferramentas do Controle Estatístico de Processo. Dissertação (Mestrado) – Pós-
Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

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