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TGP texto II 
• Em decorrência da força normativa da constituição e a complexidade das 
relações desenvolvidas na sociedade moderna, houve um aumento na 
litigiosidade. Acarretando no rompimento do modelo judicial tradicional e 
integração mais efetiva do judiciário ao processo social. 
• Nesse sentido, a jurisdição tem se desenvolvido no sentido de entender que o 
processo não tem fim em si mesmo, mas é instrumento para atingir uma 
finalidade e possui como norte a efetividade do direito material, em especial 
dos direitos fundamentais. 
• É nesse âmbito que ocorre a judicialização da saúde pública. 
• A judicialização envolve, principalmente, medicamentos de alto custo, 
procedimentos complexos não contemplados pela administração pública e 
medicamentos sem registro. 
• Para essas demandas, que encontram-se fora do planejamento 
governamental, é necessária a atuação do judiciário que deve a luz do caso 
concreto. 
• Se, em razão disso, há, por um lado, a legalidade que deve ser respeitada, a 
separação dos poderes e o impacto que as decisões podem ter no âmbito 
orçamentário. Por outro há a necessidade da isonomia, da universalidade da 
prestação de direitos sociais. 
• Nomeia a lide de litígios estrutural. 
• Em razão disso é necessário o desenvolvimento de resolução de taus casos, 
dada a sua complexidade e os múltiplos interesses envolvidos. 
• Critica a concessão de liminares, entende que isso é um problema que deve 
ser superado. 
• Entende que a cláusula de reserva do possível – não há obrigação do Estado 
de prestar algo que não esteja dentro dos limites razoáveis –, só não pode ser 
invocada quando estiver em jogo o mínimo existencial – conjunto básico de 
direitos fundamentais inerentes a própria existência do indivíduo. 
• Contudo, considera o critério mínimo existencial vago para nortear as 
decisões jurídicas. 
• Propõem o critério da bipolaridade objetiva para sanar a imprecisão do critério 
do mínimo existencial. 
• A doutrina defende que, exceção do mínimo existencial, não se reconhecem 
direitos sociais definitivos. 
• A lógica do mínimo existencial revela-se inadequada, nos casos de 
interpretação do direito à saúde pública. 
• O primeiro problema da tese do mínimo existencial é sua generalidade, 
imprecisão. 
• Defende que o máximo possível não pode ser concedido pela via judicial 
decisória, dado o risco de corrosão do sistema político 
• Assim, é necessário estabelecer um critério claro e objetivo, preservando a 
separação dos poderes e conferindo racionalidade, equilíbrio e eficiência ao 
sistema. 
 
• Entende que é possível obter o máximo possível através do mínimo 
existencial, mas para que haja uma maior utilidade da atividade jurisdicional 
as demandas individuais devem torna-se coletivas. As soluções devem ser 
negociadas coletivamente. 
• Defende que é papel do Governo ampliar o mínimo existencial, garantir que 
as promessas constitucionais sejam cumpridas, mas não do judiciário. Tendo 
em vista a separação dos poderes. 
• Defende que é necessária uma nova remodelagem no conceito de mínimo 
existencial. 
• Para sanar o conceito vago deve-se adotar alguns critérios. O juiz só poderá 
decidir em situações de urgência a saúde. A urgência deve se caracterizar 
pela possibilidade ocorrência de dano irreparável à saúde ou de difícil 
reparação. Por fim, só é possível proferir sentença fora dos parâmetros de o 
processo tenha sido coletivizado e tenham sido esgotadas as tentativas de 
solução consensual. 
• Ainda é possível deferir a medida se acarretar significativa qualidade de vida 
no jurisdicionado. 
• Assim, observamos que existem duas perspectivas para o mínimo existencial. 
Um negativa, se a medida for rejeitada haverá consequências irreparáveis à 
saúde do indivíduo. Outra positiva, se deferida a medida acarretara em uma 
melhora na qualidade de vida do indivíduo. 
• Essas duas perspectivas formam o que nomeia-se de Bipolaridade do 
mínimo existencial 
• Defende que a adoção do critério resultará numa maior racionalidade nas 
decisões e controle efetivo e concreto das mesmas. 
• Defende que a adoção do critério resultará na suspensão de liminares e 
sentenças contra o poder público. 
• Defende que a população ao vislumbrar que suas demandas não serão 
apreciadas pelo poder judiciário, em razão da criação do critério mencionado, 
exercerá pressão sobre o campo político, cobrando melhorias na área da 
saúde. Estimulando o exercício da cidadania. 
• Entende que apesar do critério se fazem necessárias outras verificações. O 
impacto da decisão na saúde pública da localidade, de o jurisdicionado possui 
recursos para arcar com o tratamento. 
• Critica o uso da expressão dignidade da pessoa humana – critério mínimo 
existencial – entende que é utilizada apenas como um esforço teórico. 
• Defende que no que tange à judicialização da saúde pública o conceito de 
dignidade da pessoa humana deve ser interpretado de maneira restritiva. 
• Claro sem transformar o ser humano em coisa, ou contribuir para a 
degradação da pessoa humana. 
• No paradigma da “bipolaridade do mínimo existencial”, o respeito à dignidade 
humana, que deve ser sempre aferido a partir de uma determinada realidade 
concreta. 
• Deve-se buscar uma concepção de dignidade humana compatível com um 
cenário de escassez de recursos. E os critérios salientados no modelo bipolar 
do mínimo existencial.

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