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Amphibia: Anfíbios 1. Introdução Os anfíbios foram os primeiros animais a apresentar musculatura para se sustentar fora da água. A classe Amphibia (anfíbios) corresponde ao grupo que engloba os animais conhecidos como Gymnophiona ou Apoda (cobras-cegas), Caudata ou Urodela (salamandras) e Anura (sapos, rãs e pererecas). No mundo, são conhecidas cerca de 6.100 espécies de anfíbios (AmphibiaWeb, 2006; Frost, 2007), das quais cerca de 800 ocorrem no Brasil (SHB, 2005). O grupo dos sapos, rãs e pererecas é de longe o mais diversificado no mundo, o mesmo ocorrendo no Brasil. Os anfíbios são um grupo de grande importância ecológica, tanto por sua grande diversidade quanto pelo fato de corresponderem a um grupo de interface entre a água e a terra. São animais pecilotérmicos ou heterotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo é variável conforme as oscilações térmicas do ambiente em que se encontram ou onde vivem. São carnívoros predadores que caçam desde insetos, minhocas e outros invertebrados até pequenos camundongos e filhotes de pássaros. O crânio é articulado à coluna vertebral o que possibilita certa capacidade de movimentação da cabeça. Possuem ainda dois pares de patas que estão adaptadas à natação e no meio terrestre servem como locomoção por pulos. A exceção são os ápodes que não possuem membros como as patas, nem dianteiras, nem traseiras. Sua pele secreta um muco que mantém a pele lisa e pode ser venenosa para várias outras espécies. Algumas espécies possuem um veneno tão potente que são utilizados como substância para paralisar outros animais durante a caça. Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a colonizar o ambiente terrestre. Há várias evidências que apoiam a hipótese de que eles surgiram na Terra há cerca de 400 milhões de anos, a partir da evolução de algumas espécies de peixes ósseos. Esses peixes eram dotados de estruturas que permitiam respirar fora da água, além de apresentarem nadadeiras musculosas com as quais se arrastavam na lama. As condições de vida terrestres são bem diferentes das de um ambiente aquático. No ambiente terrestre, há maior variação de luminosidade, de temperatura e de oferta de água. A conquista desse ambiente estabeleceu novas situações e a seleção natural de características possibilitou aos anfíbios serem bem-sucedidos nessas novas condições, no entanto ao longo dos anos, essa conquista tem provocado inúmeras ameaças as suas populações. 2. Objetivos Observar atentamente a anatomia interna de uma rã (rã-touro-americana). Expor e classificar por imagens todas as características notadas nesta observação, descrevendo todas as partes que a compõe; sistema digestório, reprodutor, respiratório. Identificar através do auxilio de livros e pesquisas na internet. Bem como, explanar a sua importância para a natureza, e o risco de extinção que algumas espécies estão sofrendo. 3. Metodologia Materiais: -Rã-Touro-americana; -Pinças; -Bandeja; -Equipamento tecnológico para as observações e anotações. Procedimento: Através da aula prática, Aula prática de zoologia- dissecação de um anfíbio (Rã-touro-americana/ Lithobates catesbeianus) -se observar a dissecação de uma rã, demonstrando sua anatomia interna. Após a observação, descrever as etapas que ocorrem, com a demonstração por imagens da rã e caracterização da mesma. 4. Resultados 4.1 Anatomia Externa Pulmão Imagem 01- Pulmão: Identificado na fase terrestre, já que na aquática a respiração é por brânquias. Os pulmões são simples e têm pouca superfície de contato para as trocas gasosas, e é pouco eficiente, sendo importante a respiração cutânea. Fígado Imagem 02- Fígado: responsável por produzir a bile (líquido que faz a emulsificação das gorduras) facilitando a sua digestão. Pericárdio Imagem 03- Pericárdio: tecido que reveste o coração. Vesícula Biliar Imagem 04- Vesícula biliar: ajuda na digestão dos alimentos, pequena bolsa que guarda a bile. Estômago Imagem 05- Estômago: Dilatação do tubo digestivo que armazena e digere os alimentos, o término das pregas longitudinais, marcam o seu inicio. Porção do estômago (em rã): -Estômago anterior: zona de transição entre o esôfago e o estomago, células colunares ciliadas e caliciformes, poucas glândulas, constituídas por células zimogênicas (produtoras de enzimas) e Muscularis Mucosae bem definida. -Porção Fúndica: epitélio mucoso colunar simples, ausência de células ciliadas e caliciformes, glândulas gástricas tubulares simples ou ramificadas, que se abrem nas fossetas gástricas. -Região Pilórica: fossetas profundas e glândulas tubulares curtas (células mucosas e argentafins). Intestino delgado Imagem 06- Intestino delgado: é covoluto, onde acontece a digestão e a absorção dos nutrientes. Limita-se com o estômago pelo esfíncter pilórico. -Camada Mucosa: diferente da maioria dos vertebrados, não apresenta dobras, é formado por epitélio simples cilíndrico. -Camada Submucosa: Consiste de tecido conjuntivo, tecido linfoide e vasos sanguíneos. -Camada Muscular: Camada de fibras musculares lisas e espessas, disposta de forma transversal, e uma fina camada em forma longitudinal. Pâncreas Imagem 07- Pâncreas: produz várias secreções ricas em enzimas, e essas secreções vão ser importantes para a digestão. Intestino grosso Imagem 08- Intestino grosso: curto e reto. Rim Imagem 09- Rim: alguns dutos renais se transformaram em vias que se comunicam com os testículos e transportam espermatozóides. 5. Conclusão A respiração desses animais é feita pelos pulmões e também pela pele (respiração cutânea), que é possível porque os anfíbios têm a pele constantemente úmida, o que permite que o gás oxigênio passe do ambiente para o corpo do animal e o gás carbônico faça o caminho inverso. A umidade na pele é garantida por glândulas especiais, espalhadas pela superfície do corpo, que produzem muco. Por esse motivo os anfíbios são extremamente dependentes de ambientes úmidos. Há uma estrutura chamada de bucofaringe, que também podem realizar trocas gasosas. As trocas gasosas dependem do ambiente e podem ocorrer por meio dos pulmões na fase adulta e brânquias durante a fase aquática, na fase de girino. O coração dos anfíbios tem formato de cone e é relativamente grande em relação ao tamanho do corpo. Esse coração possui dois átrios e um ventrículo, sendo que o sangue entra pelo átrio direito e passa para o ventrículo para depois ser enviado para o pulmão, onde o sangue é oxigenado e enviado de volta para o coração através do átrio esquerdo, passa novamente pelo ventrículo de onde é impulsionado para todo o corpo por meio da artéria aorta. No ventrículo do coração dos anfíbios, o sangue venoso e arterial se mistura. Os anfíbios são animais dioicos, ou seja, cada indivíduo possui um sexo, ou Imagem 10- Gônadas: na rã-touro existe o dimorfismo sexual (diferenças moforlógicas entre machos e fêmeas), o tipo de gônada presente no animal (testículo ou ovário) é a sua característica sexual primária e a secundária é aquela que indica, externamente, qual é o seu sexo. Os caracteres secundários podem variar de intensidade quando se aproxima o período reprodutivo, tornando-se mais aparentes quando a rã está apta para o acasalamento. Os machos da rã-touro possuem uma esponja ou calo nupcial no polegar, a região gular com tonalidade a amarelada mais forte e um diâmetro do tímpano maior do que nas fêmeas, aproximadamente o dobro do diâmetro do olho. Gônada masculino, ou feminino. Apresenta também fecundação externa, que ocorre na água ou muito próximoda água. Os anfíbios são animais de extrema importância para o equilíbrio da natureza. Agindo como predadores, eles controlam a população de insetos e de outros animais invertebrados. Indiretamente, acabam por ajudar no controle de doenças transmitidas por picadas de insetos, como a dengue, a febre-amarela e a malária. Eles também são importantes para o controle da quantidade de pragas que atacam as plantações, como os gafanhotos e as moscas-das-frutas. Sua importância econômica pode ser percebida, por exemplo, quando esses animais são exterminados e a população de insetos aumenta descontroladamente, já que são eliminados seus predadores naturais. O aumento do número de insetos pode trazer prejuízos para a agricultura e também pode aumentar a frequência de doenças transmitidas por eles. Outro ponto de interesse econômico é a ranicultura. Em algumas regiões do país são criadas rãs da espécie rã-touro, para abate. A rã-touro é uma espécie introduzida no Brasil. A presença dessa espécie em ambientes naturais causa grande impacto em espécies nativas como outras rãs, pererecas e filhotes de peixes, que têm suas populações reduzidas. A poluição ambiental é um fator que tem contribuído seriamente para a diminuição do número de indivíduos das populações de anfíbios, principalmente a poluição da água, pois a pele desses vertebrados é bastante permeável a poluentes. Recentemente, os anfíbios têm sido considerados indicadores biológicos (bioindicadores) importantes, pois são sensíveis a impactos ambientais. Sabe-se que o aquecimento global, por exemplo, está relacionado com a diminuição da população de anfíbios em diversos locais. Assim, para o Brasil, o que podemos afirmar, de forma bem geral, é que os desmatamentos prejudicam ou chegam a extinguir localmente algumas populações de anfíbios de ambientes florestais (porém nem todas), favorecendo ao mesmo tempo algumas populações de ambientes abertos, que invadem as áreas outrora ocupadas pelas florestas (Haddad, 1997). Mesmo com a remoção ou forte perturbação da floresta, muitas populações de anfíbios de ambientes fechados sobrevivem e se adaptam às novas condições. No entanto, é importante ter em mente que um imenso contingente de espécies pode de fato estar em declínio, à beira da extinção ou já extinto e que, pela insuficiência de dados, esse panorama escapa à nossa percepção. Outro problema aparentemente sério são as infecções causadas pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis, que podem ser letais para determinadas espécies. Infelizmente, esse fungo já foi detectado em território brasileiro (Carnaval et al., 2005; Toledo et al., 2006), mas a compreensão da importância desse problema para as espécies brasileiras ainda está em seus primórdios. Além dos fatores acima mencionados, a interferência humana, ao gerar poluição, efeito estufa, diminuição na camada de ozônio, entre outros, provavelmente está afetando negativamente muitas espécies de organismos, inclusive os anfíbios. Recentemente, começaram a surgir evidências científicas dos efeitos sinérgicos entre dois ou mais fatores, potencializando o declínio de anfíbios. A forma mais adequada e economicamente mais viável de se proteger espécies em países megadiversos como o Brasil é por meio da conservação in situ, dentro de áreas protegidas. A criação e a manutenção de reservas com diversidade representativa dos ecossistemas seriam, portanto, as melhores saídas para evitar extinções em massa. O ideal seria a criação de reservas em áreas onde ocorrem espécies ameaçadas, pois o hábitat natural é o melhor local para se preservar os seres vivos. Além disso, uma reserva atende aos objetivos de conservação de diversas espécies de diferentes grupos taxonômicos, além de ser, em geral, economicamente mais viável. A conservação ex situ (manutenção e reprodução de espécies ameaçadas fora do hábitat natural) não é a melhor estratégia para os anfíbios brasileiros no atual momento. Referências HADDAD, C. F. B. Anfíbios: Uma Análise da Lista Brasileira de Anfíbios Ameaçados de Extinção. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Departamento de Zoologia, I.B., UNESP. Vol 2. Rio Claro-SP. p 287-288. LEME, Rafael. Aula prática de Zoologia - Dissecação de um anfíbio [Rã-touro- americana | Lithobates catesbeianus]. Youtube, 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2Mtxr7MGhVM. Planeta Biologia. Características dos Anfíbios Resumo: Respiração, circulação, anatomia, alimentação habitat e classificação dos anfíbios. Disponível em: https://planetabiologia.com/caracteristicas-dos-anfibios-resumo/. Acesso em: 02 de Junho de 2021.
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