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ATIVIDADE- TUBARÕES Ameaça de extincão

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Centro de Ciências da Natureza 
Licenciatura em Ciências Biológicas 
Disciplina: Morfologia e Fisiologia de Vertebrados I 
 
 
 
 
 
TUBARÕES: 
Ameaça de Extinção 
 
 
Bruna de Sousa Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abril de 2021. 
 
 
1. Introdução 
Desde muito cedo, principalmente através de filmes aprendemos que os 
tubarões são animais absurdamente perigosos, a partir dessa primeira 
concepção é que não levamos a sério que algumas espécies estão em listas de 
animais ameaçados em extinção. E ao contrário do que os filmes mostram os 
tubarões não gostam de carne humana, e sim os confundem com suas presas 
e por isso os atacam. Eles são animais importantes, pois desempenham um 
papel crucial na limpeza dos oceanos, tragando animais mortos e refugos. 
Além de serem os animais mais capacitados sensoriamente, o olfato é 
extraordinário, e a sua audição e a linha unilateral estão ligadas e funcionam 
como radares para perceber vibrações na água. 
Atualmente, mais de 20 espécies encontram-se listadas como 
ameaçadas de extinção pela lista vermelha da União Internacional para 
Conservação da Natureza (IUCN), dentre as mais de 465 espécies 
encontradas pelo mundo, só na costa Brasileira, existem 88, sendo 
frequentemente visitada por aproximadamente 90 espécies. As principais 
espécies encontradas no Brasil são: Tubarão Azul ( Prionace glauca ), 
Tubarão-Baleia (Rhincodon typus), Tubarão-cabeça-chata (Carcharhinus 
leucas), Tubarão-galha-preta (Carcharhinus limbatus e C. perezi), Tubarão Lixa 
(Ginglymostoma cirratum), Tubarão-mako-cavala (Isurus oxyrinchus), Tubarão 
Martelo (Sphyrna spp.), Tubarão Raposo (Alopias vulpinus), Tubarão Tigre 
(Galeocerdo cuvier) e Tubarão Branco(Carcharodon carcharias), sendo este, o 
mais raro e o grande alvo da pesca comercial e de pescadores informais. 
As causas desses animais estarem na lista de animais ameaçados, são 
muitas vezes por motivos torpes, como a pesca dos tubarões brancos, pra 
retirar sua mandíbula, nadadeiras e outras partes que podem ser 
comercializadas e colecionadas, ou só pelo prazer de enfrentá-los por 
considerarem uma espécie amedrontadora. 
O ser humano precisa ter em mente, que a extinção desse animal 
(Tubarão Branco) pode acarretar numa reação a cadeia alimentar, pois ele se 
encontra no topo da cadeia alimentar em alguns países, como Estados Unidos 
e Austrália, esse desequilíbrio na cadeia alimentar, aumentaria a população de 
focas e leões marinhos, suas presas favoritas, que por consequência acabam 
consumindo mais peixes. E podendo enfim, chegar a nós, seres humanos, com 
o desaparecimento do Tubarão Branco e tantas outras espécies, por que pode 
afetar algas, plânctons e organismos que produzem grande parte do oxigênio 
do nosso planeta. 
2. Por que esses animais estão entrando em extinção? 
Apesar de serem exímios caçadores e muito bem adaptados ao ambiente 
marinho, hoje são um dos grupos de vertebrados mais ameaçados do Mundo. 
Além de perderem o seu habitat, da perseguição e mudanças climáticas, sua 
super exploração comercial é provavelmente a principal causa do acentuado 
declínio populacional que atinge praticamente todas as espécies. O que pode 
ser explicado pelo típico ciclo de vida de várias dessas espécies, que inclui 
lento crescimento, grandes longevidades, maturidade sexual tardia e baixa taxa 
de fecundidade. 
2.1 Sopa de barbatana. 
A carne de tubarão faz parte da dieta humana há bastante tempo, sendo 
considerado um dos pratos mais tradicionais no mundo, especialmente no 
continente Asiático, onde é uma importante fonte de proteínas. Só em 1980, a 
pesca e exploração tomaram proporções fora do controle, em consequência do 
rápido crescimento das economias Asiáticas (principalmente a China), 
resultando em um aumento sem precedentes pelas barbatanas, para o preparo 
de sopas. 
Por ser um prato bastante apreciado e valorizado no mercado Asiático, o 
preço do quilo de barbatana chega a US$ 10 mil, equivalente a R$ 23,2 mil no 
mercado ilegal, um prato da sopa custa de US$ 30 a US$ 60 – de R$ 70,00 a 
R$ 140,00. O que encoraja grande parte dos navios pesqueiros a perseguirem 
os tubarões. Estudos realizados pela FAO (Organização das Nações Unidas 
sobre a Agricultura e a Alimentação) e por organizações de conservação 
ambiental independentes apontam todo ano que são capturados e mortos entre 
100 e 150 milhões de tubarões, chegando a importações mundiais da carne, 
121.641 toneladas anualmente. A Índia é um dos maiores exportadores de 
barbatanas no mundo. 
Imagem 01- Sopa de barbatanas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,barbatana-de-tubarao-e-banida-de-
restaurantes-da-california,158147e. 
2.1.1 As barbatanas visadas para o corte 
Um fato de extrema crueldade está na retirada das barbatanas do corpo 
dos tubarões, contando que não os mantém, ou seja, cortam as barbatanas e 
os devolvem para o mar. Prática essa realizada em alguns países, na maioria 
Asiática. 
O problema maior neste caso é que ao devolvê-los para o mar, faltando 
algumas barbatanas, praticamente os entregam em curto prazo para a morte, 
pois os impossibilita de nadar, tornando uma presa fácil de outros predadores, 
além de interferir na sua caça e os ferimentos podem provocar infecções letais. 
 
Imagem 02-Barbatanas visadas para o corte. 
 
 
 
 
Fonte: Google Imagens. 
2.2 Cartilagem no uso farmacêutico. 
Além das barbatanas, outras partes do corpo do animal são utilizadas na 
medicina Chinesa, sem qualquer base científica, como a sua cartilagem em 
produtos farmacêuticos, bem como, o seu consumo é motivado em parte, por 
supostos efeitos terapêutico. Por anos e também sem nenhuma prova, a 
cartilagem em pó foi vendida como remédio anticancer, a crença era baseada 
no fato de tubarões supostamente não contraírem câncer, o remédio chama-se 
Selachii. 
2.3 Sobrepesca em Embarcações de Atum. 
A sobrepesca de tubarões seguiu um padrão clássico de esgotamento 
em série, começando com as espécies maiores, que diminuíram 
acentuadamente antes da década de 1980, seguido por declínios de espécies 
de tamanho médio e, eventualmente, espécies relativamente pequenas. 
Através de operação de pesca de atum, muitas embarcações acabam 
pescando tubarões, mais do que 25% da massa de pescado em cada rede 
lançada, às vezes, chegando a 50%. Os tubarões acabam sendo atraídos pela 
grande massa de atuns nas redes e acabam presos junto a esses peixes. 
3. Espécies de Tubarões em Risco de Extinção no Brasil e no Mundo. 
Espécie Risco Grau de 
Vulnerabilidade 
Tubarão Branco 
(Carcharodon carcharias) 
 
Fonte: Google imagens. 
 
 
-Pesca comercial e de 
pescadores informais a 
procura de sua 
mandíbula, nadadeiras e 
outras partes. 
 
 
Vulnerável 
Tubarão- raposa 
(Alopias pelagicus) 
 
 
Fonte: Google imagens 
-Comercialmente valioso 
esta espécie é 
constantemente pega em 
redes de pesca e sua 
baixa reprodução, faz 
com que eles se 
reproduzam em uma 
velocidade inversa à que 
são pescados. 
 
 
 
Em perigo 
Tubarão Martelo 
(Sphyrna zygaena) 
 
 
Fonte:https://www.oeco.org.br/repo
rtagens/23287-tubarao/ 
-Pesca esportiva e são 
pegos por redes de 
pesca acidentalmente, 
além de possuírem baixa 
reprodutividade. 
 
 
Em perigo 
Tubarão mangona 
(Carcharias taurus) 
Fonte:https://www.oeco.org.br/repo
rtagens/23287-tubarao/ 
-Pesca comercial e baixa 
taxa de reprodução. 
 
 
Alto risco 
Tubarão Galha-branca 
(Carcharhinus longimanus) 
 
Fonte:https://www.oeco.org.br/repo
rtagens/23287-tubarao/ 
-Pesca comercial, pois 
possui uma das 
barbatanas mais valiosas 
no mercado 
internacional. 
 
 
Em perigo 
 
4. Os Tubarões Brasileiros Ameaçados de Extinção 
A principal ameaça é a pesca industrial, em função do esforço crescente 
e do aumento da capacidade técnica, no sentido de localizar ecapturar 
recursos-alvo com maior eficiência. Apesar dos avanços técnicos, ainda é alta 
a ocorrência de capturas acidentais, tanto em redes de emalhe como em 
 
Tubarão anjo 
(Squatina squatina) 
 
Fonte: Google Imagens 
-Pesca comercial. 
 
Em perigo crítico 
Tubarão Tigre 
(Galeocerdo cuvier) 
 
Fonte:https://www.oeco.org.br/repo
rtagens/23287-tubarao/ 
-Pesca comercial e 
importação. 
 
 
Vulnerável 
Tubarão cação-azeiteiro 
(Carcharhinus porosus) 
 
Fonte:https://www.oeco.org.br/repo
rtagens/23287-tubarao/ 
-Pesca predatória. 
 
Vulnerável 
espinhel. Ainda que pouco investigadas, não há como desconsiderar as 
ameaças decorrentes de efeitos globais. 
Consideram-se também o fato dos tubarões terem crescimento lento, 
maturação sexual tardia e baixa fecundidade, estando suscetíveis à 
sobrepesca, onde são capturados em tamanho ainda abaixo de sua maturação 
sexual, às vezes em áreas de berçários. As capturas de fêmeas grávidas 
também comprometem o recrutamento para os estoques adultos e acarreta o 
declínio populacional. E apesar de proibida, como já supracitado, a prática de 
da retirada das barbatanas de tubarões, seguida do descarte do animal, 
conhecida como “finning”, continua a ocorrer no Brasil, em face das 
dificuldades de fiscalização e do elevado valor que o produto atinge em 
mercados internacionais. 
5. Perspectivas para a Conservação das Espécies de Tubarões. 
As espécies ameaçadas de extinção deverão ter seus planos de 
conservação e gestão elaboradas com bases sólidas, com a suspensão 
imediata da captura e comercialização. Diante da impossibilidade de aquisição 
de um plano imediato, deve-se aplicar o princípio da precaução, através de 
medidas mitigadoras que diminuam o risco da ameaça. Utilizando medidas 
restritivas, e fiscalização mais branda no ambiente marinho. 
Os governos devem adotar, implementar e fazer cumprir em nível 
doméstico e regional - limites de captura com base científica para tubarões 
oceânicos que são capazes de apoiar a pesca sustentável e proibições de 
retenção, junto com mitigação de captura acidental, para os outros.Tal ação é 
fundamental para o funcionamento dos ecossistemas, sustentabilidade de 
longo prazo e benefícios econômicos. 
 
 
 
 
Referências 
-Conheça cinco espécies de tubarões em risco no Brasil. Setembro de 2013. Disponível em: 
https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/animais/conheca-cinco-especies-de-tubaroes-em-risco-no-
brasil,81c48c1f351f0410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html. Acesso em 17 de Abril de 2021. 
-FERNANDES, B. Cinco Tubarões Ameaçados de Extinção no Mundo. Maio de 2020. Disponível em: 
https://www.portaldosanimais.com.br/listas/quais-tubaroes-estao-em-extincao/. Acesso em 17 de Abril de 
2021. 
-ICMBio CEPSUL. Itajaí-SC. Novo Artigo Cientifico Alerta sobre Risco Crescente de Extinção de Espécies de 
Tubarões e Raias Oceânicas. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cepsul/destaques-e-eventos/668-
novo-artigo-cientifico-alerta-sobre-risco-crescente-de-extincao-de-especies-de-tubaroes-e-raias-
oceanicas.html#:~:text=Criticamente%20em%20Perigo%20(CR)%3A,Sphyrna%20lewini%20e%20Sphyrna%2
0mokarran). Acesso em: 20 de Abril de 2021. 
-LADEIRA, A. V. L. & PANTOJA, L. M. F.. Sopa, barbatanas e a carnificina dizimando os tubarões. UNAMA- 
Universidade da Amazônia. AM-Brasil. 
-ROSA, R. S. & LIMA, F. C. T. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Os Peixes Brasileiros 
Ameaçados de Extinção. Universidade Federal da Paraíba- João Pessoa/PB. Museu de Zoologia da 
Universidade de São Paulo. São Paulo/ SP. p.9-11. 
-Tubarões. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/tubarão.htm. Acesso em: 26 de 
Abril de 2021. 
-Tubarões em Risco de Extinção. Série Preservando os Gigantes. Blog do Aquário, 2018. Disponível em: 
https://blog.aquariomarinhodorio.com.br/2018/06/29/serie-a-preservacao-dos-gigantes-dos-mares-
tubaroes-em-risco-de-extincao/. Acesso em: 26 de Abril de 2021.

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