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Atividade 2- Texto Avaliativo O Brasil é um país rico em fósseis, do nordeste ao sul do nosso país são encontrados fósseis de animais extintos há milhares de anos, como os dinossauros, preguiças gigantes, algumas espécies de peixes e vegetais etc. Ou seja, o Brasil é realmente um berço para o estudo da paleontologia, que vem ganhando espaço, não só dentro das universidades, como também, na comunidade, pois percebe-se que grande parte da sociedade não tem conhecimento sobre o que é um fóssil, o estudo da paleontologia tenta desmitificar esse conhecimento, levando para a comunidade a importância dos seres vivos que viveram aqui há milhares de anos, e que são parte fundamental na evolução de outros seres vivos. Ao longo dos anos, a ciência vem se aprimorando e tornando-se cada vez mais tecnológica, não seria diferente com a paleontologia que unindo-se a paleontografia (Paleoarte), utilizam recursos tecnológicos que facilitam no momento de descobrir a cor, os sons, os hábitos de vida, e o ambiente de um dinossauro. Com essas técnicas o dinossauro que antes estava “imóvel” num museu, ganha vida. Esses recursos têm feito a diferença, já que aproxima aqueles que são curiosos e apaixonados pela pré-história, aos museus e a paleontologia. Unir o conhecimento científico a tecnologia, nos permite entender um pouco do período pré-histórico. Stive Brusatte, Aline Ghilardi e Carlos Roberto Candeiro, paleontólogos de renome nacional e internacional, acreditam que a “ascensão e queda” dos dinossauros ocorreu aqui no Brasil, devido ao número fósseis de dinossauros encontrados aqui, com fósseis de animais que antecederam e foram posteriores aos dinossauros, bem como, muitas pegadas preservadas em algumas regiões do Brasil como no Sertão Nordestino. Essas pegadas formaram-se num local úmido (região de rios e lagoas), o lodo vai formando camadas que revestem essas pegadas, ajudando-a a manter-se preservada. Outros fósseis que podem ser de animais ou vegetais estão em rochas, preservam-se como moldes do seu corpo ou partes dele, além de rastros e pegadas. O paleontólogo e professor Carlos Roberto Candeiro, aqui supracitado, ainda reforça a importância do valor imensurável dos fósseis brasileiros, como os primeiros fósseis do estado de Goiás, que são dinossauros preservados no momento da grande extinção, “o número de fósseis é tão extenso que se pode encontrar uma espécie nova por semana”, se a paleontologia aqui no Brasil tivesse um reconhecimento e incentivos maiores por parte do governo, pesquisadores e paleontólogos teriam o suficiente para desvendar a evolução dos dinossauros. Já no sertão brasileiro, no sul do Ceará está localizado a Chapada do Araripe, um local com uma grande reserva de fósseis, antigamente era uma área coberta por água, por esse motivo atraia diversos animais, alguns morriam lá e por ser uma área úmida, seus corpos eram revertidos por lodos, preservando- os. Apesar da importância desse sítio paleontológico, a comunidade que vive lá não detém de um conhecimento sobre a importância de preservar esses fósseis, mas sabem que eles possuem um valor monetário, dessa forma ao encontrar um fóssil eles são vendidos por valores irrisórios para colecionadores particulares, pesquisadores, e museus de países como a Alemanha, Japão e Inglaterra. Outra forma de perca do material fossilizado no Ceará, é pelas mineradoras que destroem as camadas de fósseis para vender calcário laminado e gesso, que se transformam em pisos e mesas. Nota-se na cidade onde está localizada a Chapada do Araripe que nas calçadas, no piso da igreja, nos tijolos das casas, estão presentes fósseis, oriundos da mineradora, o que não era para acontecer. As consequências da exportação ilegal de fósseis são inúmeras, segundo Cisneiros et al (2021), normalmente a região onde os fósseis são encontrados são regiões de baixo status socioeconômico, os trabalhadores de pedreira que ao extrair calcário acabam retirando acidentalmente fósseis, o fóssil que deixa o Brasil ilegalmente (caracterizado como calcário, outros bens, ou não declarado) ao chegar em outro pais recebe outra identificação, como sendo descoberto lá, e todo o prestigio da descoberta é direcionada aos pesquisadores estrangeiros, enquanto aqui no Brasil, os pesquisadores enfrentam dificuldades financeiras. As exposições internacionais com os fósseis exportados ilegalmente atraem visitantes, contribuindo para a economia, cultura e educação, o país de onde os fósseis foram retirados não compartilham os mesmos benefícios do seu próprio patrimônio paleontológico. Além de existirem leis que proíbem a exportação de fósseis aqui no Brasil, ainda é bastante comum que esses fósseis estejam sendo enviados para outros países, isso porque eles recebem outras denominações no envio, burlando o sistema, a coleta também muitas vezes é negligenciada, não há uma vigilância, como já foi citado aqui no texto, na mineração é comum encontrá-los, como não se tem uma fiscalização, o trabalhador da mineração obtém o fóssil e o passa adiante, numa venda ilegal. O fóssil de dinossauro ‘Ubirajara jubatus’ é um exemplo de um fóssil que foi exportado do Brasil em 1995, mantido atualmente no Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe (SMNK), na Alemanha. O que urgentemente precisa ser feito é preservar, e fiscalizar os sítios paleontológicos, tendo em vista, que o valor de um fóssil sobressai o econômico. E orientar a população sobre a importância de mantê-los em nosso território. Do mesmo modo que, os nossos museus, pesquisadores e paleontólogos, deveriam ser reconhecidos, com um incentivo do governo poderíamos desvendar fatos que cercam os dinossauros ainda não descobertos, já que detemos de uma boa parte de material fossilizado, e que possivelmente foi aqui a “ascensão e declínio” dos dinossauros, além de atentar-se para as modificações que ocorrem no meio ambiente provocadas por nós, seres humanos, os ecossistemas estão se modificando (rapidamente), e muitas espécies estão morrendo. “Nós podemos evitar o que aconteceu com os dinossauros”. Referências CISNEIROS et al. The moral and legal imperative to return illegally exported fossils. Nature ecology e Evolution. 15 de Novembro de 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41559-021-01588-9 . Programa Conversa com o Bial, bate-papo sobre paleontologia. 28 de maio de 2019. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/7650797/ . Acesso em: 17 de Julho de 2022.
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